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Licitações |

Introdução

DISCIPLINA
LICITAÇÕES

CONTEÚDO

Licitação e Contratos –
Fundamentos e Contratos

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Introdução

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Introdução

Sumário
Sumário------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4
2 Aspectos Constitucionais -------------------------------------------------------------------------------- 4
3 Licitação e Contratos Administrativos --------------------------------------------------------------- 6
3.1 Função regulatória da norma ----------------------------------------------------------------------------------------- 6

4 Princípios constitucionais aplicáveis ao processo licitatório ----------------------------------- 8


5 Concluindo --------------------------------------------------------------------------------------------------- 9
6 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------- 9

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Introdução

1 Introdução
Nesta aula falaremos sobre os princípios constitucionais relativos ao processo de
licitação e os contratos administrativos, no primeiro capítulo damos enfoque principal
aos fundamentos constitucional e legal da licitação. Então, cumprida essa primeira
etapa, passamos aos conceitos de licitação e contratos administrativos propriamente
ditos, função regulatória e os princípios constitucionais que lhe são aplicáveis em cada
caso.

2 Aspectos Constitucionais
De acordo com Maria Sylvia Di Pietro (2019, p. 755) “a licitação é um procedimento
integrado por atos e fatos da Administração e atos e fatos do licitante, todos
contribuindo para formar a vontade contratual”. Isto é, a licitação nada mais é do que
um conjunto de atos praticados pela Administração Pública, quando ela tem a
intenção de contratar algo.

Neste sentido, Rafael Carvalho de Oliveira (2020, p. 591) afirma que, “licitação é o
processo administrativo utilizado pela Administração Pública e pelas demais pessoas
indicadas pela lei, com o objetivo de garantir a isonomia, selecionar a melhor proposta
e promover o desenvolvimento nacional sustentável, por meio de critérios objetivos e
impessoais, para celebração de contratos”.

Ainda, é válido destacar o conceito apresentado por José dos Santos Carvalho Filho
(2019, p. 378), que define a licitação “como o procedimento administrativo vinculado
por meio do qual os entes da Administração Pública e aqueles por ela controlados
selecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários interessados, com dois
objetivos – a celebração de contrato, ou a obtenção do melhor trabalho técnico,
artístico ou científico”.

No âmbito do Direito Administrativo, as licitações e os contratos administrativos são


abordados pela Lei 14.133/21. Contudo, no direito constitucional, o procedimento
licitatório é tratado em seu art. 22, inciso XXVII; art. 37, inciso XXI; art. 173, § 1°, inciso
III e art. 175 da CF. O primeiro artigo determina que compete privativamente à União

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Aspectos Constitucionais

legislar sobre as normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades,


para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, ressalvado a possibilidade dos Estados e Municípios
legislarem sobre esse tema de forma complementar.

Por outro lado, o inciso XXI do art. 37 da CF estabelece que, ressalvados os casos
especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mediante processo de licitação pública, que assegure igualdade de condições a todos
os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas
as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações.

Portanto, dizemos que o gestor público simplesmente administra os interesses alheios


e priorizando sempre a conservação do bem comum. Desta forma, o processo
licitatório viabiliza que a Administração Pública não permaneça vinculada apenas as
propostas que ofereçam maior vantagem ou que melhor atendam suas necessidades,
mas sim que analise o conjunto, pois o processo garante que todos os participantes
tenham igualdade em condições.

Na sequência, o art. 173, § 1°, inciso III da CF autoriza de forma excepcional que o
Estado explore diretamente a atividade econômica, nos casos em que se mostrar
necessária aos imperativos da segurança nacional ou quando sobrevier relevante
interesse coletivo, através das empresas públicas e das sociedades de economia mista,
ressalvas as hipóteses previstas na Constituição. Desta forma, para essas entidades
que mantém uma relação comercial ativa com outras empresas privadas, que nem
sempre conservam uma relação próxima com a Administração Pública, as regras
licitatórias podem flexibilizadas.

Além disso, é importante destacar que, no caso das sociedades de economia mista e
das empresas públicas, a licitação só é obrigatória para atender às suas atividades-
meio, ou seja, o necessário para atingir seus objetivos. Diferente da atividade-fim,
aquela estabelecida no contrato social da entidade, que dispensa o processo

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Licitação e Contratos Administrativos

licitatório.

3 Licitação e Contratos Administrativos


Conforme vimos anteriormente, o processo licitatório nada mais é do que um
conjunto de atos praticados pela Administração Pública, quando ela tem a intenção
de contratar algo. Assim, esse procedimento além de assegurar a igualdade de
oportunidade a todos os interessados, estabelece obrigações que vinculam tanto a
Administração Pública quanto os licitantes.

Por outro lado, o conceito de contrato administrativo, de acordo com José dos Santos
Carvalho Filho (2019, p. 297), pode ser definido como “o ajuste firmado entre a
Administração Pública e um particular, regulado basicamente pelo direito público, e
tendo por objeto uma atividade que, de alguma forma, traduza interesse público”.

3.1 Função regulatória da norma

Em qualquer área do direito, as normas devem sempre ser interpretadas em conjunto,


e nunca de forma isolada, pois elas dialogam entre si e com vários princípios,
sobretudo de natureza ética e moral. Isso ocorre devido à interdisciplinaridade do
mundo jurídico, pois, como um todo, o direito e suas regras não podem ser analisados
de forma isolada, vez que por regular a vida em sociedade, deve se manter em
constante evolução.

Por essa razão, ao longo dos anos e principalmente agora, com a publicação da nova
Lei de Licitações (nº 14.133/21), o processo licitatório deixou de ter como único
objetivo a busca pela proposta mais vantajosa para a Administração Pública,
garantindo a igualdade de oportunidades para os licitantes, e passou a proteger
outros preceitos constitucionais, como, por exemplo, o respeito à dignidade da pessoa
humana, garantindo igualdade e equidade nas relações, a defesa do meio ambiente,
a saúde pública, entre outros.

Assim, considerando que o respeito ao meio ambiente é um ponto fundamental nas

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Licitação e Contratos Administrativos

licitações, temos o princípio da licitação sustentável, trazido de forma expressa no art.


5º da Lei 14.133/21. Também chamado de desenvolvimento sustentável, o princípio
determina que o processo licitatório incentive a preservação da qualidade ambiental
e do equilíbrio ecológico, difusão das tecnologias de manejo do meio ambiente, entre
outros fatores.

No entanto, antes disso, já em 2010, a Instrução Normativa n° 01 do Ministério do


Planejamento, Orçamento e Gestão, tratava sobre alguns critérios de sustentabilidade
ambiental que deveriam ser observados na aquisição de bens, contratação de serviços
ou obras pela Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. Um
exemplo disso é que, de acordo com o art. 5º da Instrução Normativa 01, o Poder
Público poderá exigir para aquisição de bens, dentre outros critérios, que os bens
sejam constituídos, no todo ou em parte, por material reciclado, atóxico,
biodegradável.

Sendo assim, a Administração deve priorizar contratações mais sustentáveis, unindo o


melhor preço à preservação do meio ambiente, favorecendo empresas que
disponham de produtos menos nocivos ao meio ambiente, assim como aquelas que
possuem políticas de logística reversa. Inclusive, até mesmo sob o ponto de vista ético
os órgãos e entidades da Administração direta e indireta, são estimulados a adquirir
bens e serviços sustentáveis.

Além disso, buscando um viés mais sustentável e ecologicamente correto, a nova Lei
de Licitações (nº14.133/21), estabeleceu como critérios de desempate nos certames
licitatórios, a preferência a empresas que invistam em pesquisas e no desenvolvimento
de tecnologia no País, bem como aquelas que comprovem a prática de mitigação e
que pratiquem ações de equidade entre homens e mulheres no ambiente de trabalho.

De acordo com o art. 2º, inciso VII da Lei nº 12.187/09, entende-se por mitigação as

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Princípios constitucionais aplicáveis ao processo


licitatório

mudanças e substituições tecnológicas que reduzam o uso de recursos e as emissões


por unidade de produção, bem como a implementação de medidas que reduzam as
emissões de gases de efeito estufa e aumentem os sumidouros.

A propósito, além dos critérios de desempate, o Poder Público também poderá


estabelecer preferências, limitadas ao percentual de até 20%, sobre o preço dos
produtos manufaturados e serviços nacionais, bem como, no caso das licitações
internacionais, para os bens produzidos no País e serviços nacionais que atendam às
normas técnicas brasileiras (art. 26, § 2º e art. 52, § 6º, Lei 14.133/21).

Desta forma, podemos afirmar que o objetivo da ampla função regulatória vai além
do simples processo administrativo de licitação ou contratação pública, muito pelo
contrário, ele tem o intuito de estimular o respeito à dignidade do ser humano,
proteger as minorias e os vulneráveis, garantindo igualdade e equidade a todos, de
fomentar o avanço tecnológico, a competitividade, as oportunidades de emprego e,
também, o recolhimento de tributos.

4 Princípios constitucionais aplicáveis ao processo licitatório


Princípios são valores espelhados em normas fundamentais de conduta e, com o
advento da nova Lei de Licitações (nº 14.133/21), o rol de princípios gerais e
específicos aplicados ao procedimento abordado pela Lei foi ampliado.

Sendo assim, de acordo com o art. 5º da Lei 14.133/21 serão observados os princípios
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da eficiência, do
interesse público, da probidade administrativa, da igualdade, do planejamento, da
transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação, da vinculação ao
edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do
desenvolvimento nacional sustentável, bem como as disposições da Lei de Introdução
as Normas do Direito Brasileiro – LINDB (DL nº 4.657/42).

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Concluindo

Desta forma, além dos princípios específicos, existem outros que se referem ao
próprio procedimento licitatório, os quais, em suas várias fases, confrontam o
interesse público em prol da escolha da melhor oferta, com o interesse próprio do
particular, em contratar com a Administração Pública.

5 Concluindo
Nesta Unidade foram discutidos os princípios constitucionais e específicos destinados
à licitação e sua aplicabilidade. Falamos a respeito do processo licitatório e sua
definição, um conjunto de fases (internas e externas) cujo objetivo é garantir a
isonomia, selecionar a melhor proposta e promover o desenvolvimento nacional
sustentável. Além disso, falamos a respeito da função reguladora da norma e sobre a
importância da interdisciplinaridade no direito, sobretudo no âmbito administrativo.

6 Referências Bibliográficas
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 33 ed. São
Paulo: Atlas, 2019.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 32 ed. Rio de Janeiro:


Forense, 2019.

OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de direito administrativo. 8 ed. Rio de


Janeiro: Método, 2020.

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