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constitucionais dos
regimes jurídicos de
servidores públicos
Ribeiro, Karla
SST Disposições constitucionais dos regimes jurídicos de
servidores públicos / Karla Ribeiro
Ano: 2020
nº de p.: 11
APRESENTAÇÃO
Nesta unidade, perceberemos que servidor público é a pessoa que presta serviços
à Administração Pública, direta ou indireta, por meio de vínculos empregatícios e
mediante remuneração custeada pelos cofres públicos. Diante da importância de
tais agentes para a consecução da coisa pública, a Constituição Federal de 1988
destacou um conjunto de direitos específicos para esses sujeitos. Nesse sentido,
compreenderemos os elementos específicos que compõem o regime jurídico desses
agentes, a partir da interpretação do Texto Constitucional.
Princípios
Constitucionais
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiênciar
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Saiba mais
Os Estados e municípios podem promulgar seus próprios
estatutos, porém devem ser observados os princípios e preceitos
constitucionais.
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REMUNERAÇÃO E SUBSÍDIOS DOS
SERVIDORES PÚBLICOS
Remuneração e subsídio não são sinônimos, conforme a Constituição estabelece
nos artigos 37, X, XI e 39, § 6, visto que a remuneração se refere ao valor recebido
em dinheiro, de forma geral, pelo trabalho exercido pelo servidor (BRASIL, 1988).
Saiba mais
Apesar de no cotidiano usarmos salário e remuneração como sinônimos,
eles não se confundem, pois a remuneração equivale a todos os
ganhos recebidos pelo trabalhador, enquanto os salários representam a
contraprestação paga em dinheiro ou utilidade diretamente.
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Teto de remuneração dos servidores públicos
DISPOSITIVO
SERVIDOR PÚBLICO LIMITE
CONSTITUCIONAL
Para todas as unidades Ministros do Supremo
art. 37, XI.
autônomas da Federação. Tribunal Federal.
Ministros do Supremo
Tribunal Federal, dos
Magistrados Tribunais Superiores e art. 93, V.
das demais categorias da
estrutura judiciária nacional.
Dirigentes e empregados
das empresas públicas, das
sociedades de economia
Ministros do Supremo
mista e de suas subsidiárias art. 37, § 9º.
Tribunal Federal.
quando receberem recursos da
União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
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Diferentemente da remuneração, o subsídio é uma parcela única que pode ser paga a
qualquer ocupante de cargo público.
Saiba mais
O STF vem enfrentando a matéria de possibilidade de ganhos de
servidores públicos para além do teto constitucional.
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=ZxCoZfZ51jw.
Saiba mais
Documentário: Os grandes julgamentos.
As férias, conforme afirma Moreira Neto (2008), são um direito social trazido pela
Constituição. Todavia, existem outros direitos previstos para os servidores públicos,
bem como os ocupantes de cargo público, inclusive os de cargo em comissão, que
estão elencados no art. 39, § 3º dessa lei constitucional, que são:
• salário mínimo;
• garantia de salário nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remune-
ração variável;
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• décimo terceiro salário;
• remuneração do trabalho noturno superior ao diurno;
• salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda,
nos termos da lei;
• duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais;
• repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
• remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, a 50% à do normal;
• gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais que o
salário normal;
• licença à gestante;
• licença paternidade, nos termos fixados em lei;
• proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especiais,
nos termos da lei;
• redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene
e segurança;
• proibição de diferença de salários, de exercícios de funções e de critérios de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil (BRASIL, 1988).
O direito de greve é mais uma garantia trazida pela Constituição de 1988, ou seja,
o ocupante de cargo ou função pública tem direito de paralisação, no intuito de
solicitar suas reivindicações.
DISPOSTIVO
TIPO DE EXONERAÇÃO
CONSTITUCIONAL
Demissão por falta disciplinar art. 41, § 1º, II.
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A livre associação sindical, na visão de Mendes e Branco (2017), é uma garantia
constitucional do servidor público, que permite que ele se associe aos sindicatos
que desejar, sem qualquer restrição, conforme prevê a Constituição, no art. 37, VI,
compatibilizado com o artigo 8º.
Sobre o período de estágio probatório, Braz (1998) estabelece que se refere a um prazo
temporal em que o servidor público deve exercer seu cargo, que corresponde ao início
de sua jornada estatal, ou seja, começa com a posse e termina após três anos, em que o
Estado deve observar e apurar o comportamento funcional do servidor.
Autores como Alonso, López e Castrucci (2012) destacam que, além de os profissionais
estarem sujeitos às sanções dispostas no código de ética, em alguns casos eles podem
responder por processos administrativos e criminais. Caso a infração ocorra no período
do estágio probatório, pode ocorrer a perda do cargo estatal.
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Fechamento
Nesta unidade, compreendemos que o legislador constitucional atribuiu um conjunto
de princípios que são próprios aos servidores públicos e que as chamadas “pedras
de toque” da Administração Pública devem ser observadas por todos aqueles que
executam ações estatais.
Verificamos que o servidor público é aquele que está submetido a um regime jurídico
diferenciado, uma vez que, na prática, esse que faz as vezes da atividade estatal.
Ademais, percebemos que tamanho é o disciplinamento das ações dos servidores
estatais que a Constituição trouxe, em seu texto originário, tais regras.
Por fim, verificamos que, assim como aos demais trabalhadores, aos servidores
públicos é destinado um rol de direitos e garantias. Todavia, a fim de manter o
equilíbrio das contas públicas, o constituinte limitou o teto salarial desses sujeitos
ao dos Ministros do Superior Tribunal Federal.
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Referências
ALONSO, F. R.; LÓPEZ, F. G.; CASTRUCCI, P. de L. Curso de ética em administração:
empresarial e pública. São Paulo: Atlas, 2012.
MENDES, G. F.; BRANCO, P. G. G. Curso de direito constitucional. 12. ed., rev. atual.
São Paulo: Saraiva, 2017.
SILVA, J. A. da. Curso de direito constitucional positivo. 40. ed. São Paulo:
Malheiros, 2017.
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