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DIREITO CONSTITUCIONAL

Administração Pública III


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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA III

Cargo Temporário

CF/88. Art. 37. (...)


IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessida-
de temporária de excepcional interesse público;

Ex.: Concurso para recenseador do IBGE; como nem sempre há censo, não há a neces-
sidade de um cargo efetivo para isso. Assim, sempre que houver o censo, a Administração
Pública realizará concursos para contratar para esses cargos temporários, de modo a aten-
der essa situação temporária de excepcional interesse público. Também pode ocorrer em um
momento de crise na saúde pública, como um aumento considerável dos casos de dengue
no Brasil, por ex., quando é preciso contratar temporariamente agentes de endemia para
atuar nessa necessidade temporária.

Reserva Legal para Fixação da Remuneração e do Subsídio

Art. 37. (...)


X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

Teto Constitucional

O teto constitucional representa o teto remuneratório para o funcionalismo público bra-


sileiro; ninguém pode ganhar mais do que esse teto. A Constituição Federal de 1988 esta-
5m
belece um teto geral, que corresponde ao subsídio mensal em espécie dos ministros do
Supremo Tribunal Federal.
Se o vínculo do servidor público é com a União, para ele vale esse teto geral.
Já se o vínculo do servidor é com o estado ou com o Distrito Federal, existem subtetos
divididos por poder:

• Poder Legislativo ‒ Subteto: subsídio do Deputado Estadual;


• Poder Executivo ‒ Subteto: subsídio do Governador; e
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• Poder Judiciário ‒ Subteto: subsídio do Desembargador do Tribunal de Justiça, que,


segundo a CF, será de 90,25% do subsídio dos ministros do STF e que também será
aplicado para Procuradores, membros do Ministério Público e da Defensoria Pública.

Se o vínculo do servidor é com o município, o subteto é o subsídio mensal do Prefeito,


não importando com qual Poder seja o vínculo.
O estado e o DF podem estabelecer um teto único, que será o subsídio do Desembar-
gador do seu Tribunal de Justiça; para tanto, deverá alterar uma Constituição estadual ou a
Lei Orgânica do DF por emenda. Se assim o fizer, isso não será aplicado para Deputados e
Vereadores.

Art. 37. (...)


XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da admi-
nistração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulati-
vamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão
exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se
como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio
mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Dis-
tritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie,
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos
membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
Art. 37.
(…)
§ 12 Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao
Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgâni-
10m ca, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos De-
putados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

O seguinte mapa mental sintetiza tudo visto até aqui nessa aula:
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Jurisprudência

• Embora o subteto em caso de vínculo com o município seja o subsídio mensal em


espécie do Prefeito, o Supremo entende que se se tratar de Procuradores municipais,
membros da Advocacia Pública do município, seu subteto é o subsídio do Desembar-
gador do TJ do seu estado. A banca examinadora deixará expresso se uma eventual
questão está sob a luz da CF ou da jurisprudência da Suprema Corte;
15m
• Segundo entendimento do STF, há no Brasil uma magistratura nacional, e não uma
magistratura federal e uma estadual, como sistemas estanques, separados; dessa
forma, não pode haver diferença remuneratória entre o juiz federal e o juiz estadual.
No caso dos membros da magistratura estadual (juízes e desembargadores), seu teto
é o subsídio mensal em espécie dos ministros do STF.

Teto Constitucional e as Estatais Dependentes

Uma estatal (empresa pública ou sociedade de economia mista) dependente, como o


próprio nome traduz, depende do orçamento, seja da União, dos estados, do DF ou dos
municípios; ou seja, depende de recursos orçamentários para pagamento do seu pessoal ou
de custeio em geral. Nesse caso, ela deverá observar o teto constitucional. Por outro lado,
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uma estatal não dependente, que não recebe dinheiro do orçamento, não precisa observar
o teto constitucional.
20m

Art. 37. (…)


§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista,
e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

Teto Constitucionais e as Parcelas Indenizatórias

Ex.: Auxílio moradia, auxílio transporte.

Art. 37. (...)


§ 11 Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

Teto entre os Poderes

Art. 37. (...)


XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser supe-
riores aos pagos pelo Poder Executivo;

Obs.: Sabe-se que na prática não é assim, mas o que importa para a prova é o texto cons-
titucional.
25m

Vedação de Equiparação De Remuneração

Art. 37. (…)


XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito
de remuneração de pessoal do serviço público;

Ex.: Imagine que uma lei estadual preveja uma vinculação entre a remuneração do Dele-
gado de Polícia e do Promotor de Justiça daquele estado, de forma que se a do Promotor
aumenta, automaticamente a do Delegado aumenta também. Essa lei não é constitucional,
pois não pode haver essa vinculação nos termos do inciso XIII acima.
Súmula Vinculante 37: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,
aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.
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Assim, é necessário seguir a legalidade administrativa. No âmbito da Administração


Pública, faz-se o que está na lei.
Ex.: Imagine que uma lei aumente em 10% (dez por cento) a remuneração dos técnicos
de uma determinada carreira que também tem analistas, mas que foram excluídos. Nesse
caso, a associação que os representa entra no Poder Judiciário alegando que trabalham no
mesmo órgão e pedindo, pelos critérios de isonomia, que o juiz também conceda esses 10%
para os analistas. Contudo, o juiz não irá conceder, pois precisa obedecer à lei; o juiz não
tem função legislativa.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Luciano Dutra.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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