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TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Características Elétricas das Linhas de Transmissão I


1. Introdução
2. Resistência
3. Condutância de Dispersão
Características
Elétricas das 4. Bibliografias
Linhas de
Transmissão
INTRODUÇÃO
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Como representar uma linha de transmissão através de um circuito elétrico?

?
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INTRODUÇÃO
A resistência dos condutores de uma linha de transmissão é a causa mais importante
da perda de potência em uma linha de transmissão por efeito Joule (R).
A indutância, assim como a resistência ôhmica, é um dos parâmetros que mais
afetam a capacidade de transporte de energia em linhas de transmissão.
A presença de campos magnéticos e elétricos ao redor dos condutores, de acordo
com o seu arranjo geométrico, são representados pela indutância em série (L) e pela
capacitância em paralelo (C).
os efeitos da corrente de fuga através das cadeias de isoladores e perdas por
efeito corona são representados pela condutância entre condutores ou entre
condutores e terra (G)
campo elétrico gerado entre os cabos e a terra é representado pela suceptância
(B).
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INTRODUÇÃO
Uma linha de transmissão de energia elétrica apresenta quatro parâmetros distintos
que afetam o transporte de energia:
 Resistência; 𝐼𝑚𝑝𝑒𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎, 𝑒𝑚 𝛺/𝑘𝑚 → 𝑍 = 𝑅 + 𝑗𝑋
 Reatância;
 Condutância; 𝐴𝑑𝑚𝑖𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎, 𝑒𝑚 𝑆/𝑘𝑚 → 𝑌 = 𝐺 + 𝑗𝐵
 Susceptância.
𝑅 𝑗𝑋 𝑍 𝑍

𝐺 𝑗𝐵 𝑌 𝑌 𝑌
RESISTÊNCIA E CONDUTÂNCIA DE
DISPERSÃO
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A resistência é um parâmetro que varia com a temperatura de modo

RESISTÊNCIA praticamente linear. Assim, considerando condutores padronizados, os


fabricantes de condutores fornecem tabelas de resistências dos condutores, seja
à corrente contínua, seja à corrente alternada, e em frequências industriais

A resistência efetiva de um condutor, independentemente de ser corrente contínua ou


alternada, pode ser definida como:
𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑟= (𝑜ℎ𝑚/𝑘𝑚) (1)
(𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧)²
A resistência de um condutor pode ser decomposta em três parcelas:
𝑟 = 𝑟𝐶𝐶 + 𝑟𝑎 + 𝑟𝑎𝑑 (2)

Onde 𝑟𝐶𝐶 é a resistência à passagem da corrente contínua; 𝑟𝑎 é a resistência


aparente, que é provocada pela existência de fluxos magnéticos no interior do
condutor; 𝑟𝑎𝑑 é a resistência aparente adicional.
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RESISTÊNCIA
Resistência à Corrente Contínua (𝑟𝐶𝐶 ):
Depende essencialmente dos seguintes fatores:
 Natureza do material do condutor, que é caracterizada pela sua resistividade (𝜌);
 Dimensões do condutor, sendo diretamente proporcional ao comprimento (𝑙) e inversamente
proporcional à área de sua secção transversal (𝑆).
𝑙 (3)
𝑟𝐶𝐶 = 𝜌 (𝑂ℎ𝑚)
𝑆
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RESISTÊNCIA
Resistência à Corrente Contínua (𝑟𝐶𝐶 ): A resistividade (ρ) de um
condutor, por sua vez, depende de outros fatores ou características:
 Têmpera do material: é um tratamento térmico para modificar o endurecimento do material condutor;
 Pureza do material: quanto maior o grau de impureza de um condutor de cobre, maior será a
resistividade;
 Encordoamento: o encordoamento de filamentos afeta a resistência de cabos condutores, sendo
homogêneos ou não.
 Temperatura: a resistividade cresce com aumento da temperatura. Essa variação é linear dentro da
faixa de valores de operação de uma linha de transmissão.
𝑅2 𝑇 + 𝑡2 (4)
=
𝑅1 𝑇 + 𝑡1
Onde a constante 𝑇 é determinada pelo gráfico, e varia com a natureza e a têmpera do material.
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EXERCÍCIO 1
Um condutor de alumínio puro é composto de 37 fios com diâmetro de 0,333 cm
cada um. Calcule a resistência CC em ohms por quilômetro a 75°C. Assuma que:
 o aumento da resistência devido ao encordoamento é 2%;
 𝜌 do alumínio a 20°C é 2,83. 10−8 Ω. 𝑚;
 T para o alumínio é 228;
 A área da seção transversal do condutor cilíndrico sólido é igual ao quadrado do diâmetro
multiplicado por 𝜋/4
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Um condutor de alumínio puro é composto de 37 fios com diâmetro de 0,333 cm cada um.
Calcule a resistência CC em ohms por quilômetro a 75°C. Assuma que:
 o aumento da resistência devido ao encordoamento é 2%;

EXERCÍCIO 1 

𝜌 do alumínio a 20°C é 2,83. 10−8 Ω. 𝑚;
T para o alumínio é 228;
 A área da seção transversal do condutor cilíndrico sólido é igual ao quadrado do diâmetro multiplicado por 𝜋/4

DADOS SOLUÇÃO
Passando de cm p/ m
𝑑 = 0,333 𝑐𝑚 = 0,333. 10−2 𝑚
𝜌 = 2,83. 10−8 Ω. 𝑚 37𝜋(𝑑)² 37𝜋(0,333. 10−2 )²
𝑆= = ∴ 𝑆 = 3,2224. 10−4 𝑚2
T=228 4 4

37𝜋(𝑑)² 𝑙 1 (Ω. 𝑚) Ω
𝑆= 𝑟𝑐𝑐20°𝐶 = 𝜌 = (2,83. 10−8 ) ∴ 𝑟𝑐𝑐20°𝐶 = 8,7823. 10−5
4 𝑆 3,2224. 10−4 𝑚2 𝑚 Passando de m p/ km
X 10−3

𝑙 8,7823. 10−5 Ω −2

𝑟20°𝐶 = 𝜌 (𝑂ℎ𝑚) 𝑟𝑐𝑐20°𝐶 = ∴ 𝑟𝑐𝑐20°𝐶 = 8,7823. 10
𝑆 10−3 𝑘𝑚 𝑘𝑚
𝑅2 𝑇 + 𝑡2
= 𝑅2 𝑇 + 𝑡2 𝑟𝑐𝑐75°𝐶 228 + 75 228 + 75 Ω
𝑅1 𝑇 + 𝑡1 = ∴ = ∴ 𝑟𝑐𝑐75°𝐶 = 𝑟𝑐𝑐20°𝐶 ∴ 𝑟𝑐𝑐75°𝐶 = 0,1073
𝑅1 𝑇 + 𝑡1 𝑟𝑐𝑐20°𝐶 228 + 20 228 + 20 𝑘𝑚
𝑟75°𝐶 =?

Aumento da resistência em 2% 𝑟𝑐𝑐75°𝐶 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 2% = 1,02 × 0,1073 = 0,1094
𝑘𝑚
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Nos circuitos CA, a resistência real dos condutores, denominada resistência


RESISTÊNCIA efetiva, difere da resistência CC devido às variações nos valores da corrente e
da tensão, que introduzem efeitos não encontrados nos circuitos CC.
Esses efeitos incluem perdas por radiação e efeito pelicular.

Resistência à Corrente Alternada (𝑟𝐴 ):


 Quando uma corrente alternada flui ao longo de um condutor metálico cilíndrico, a densidade de corrente
no seu interior é menor junto ao seu eixo longitudinal e máxima junto à sua superfície.
 Isto porque, em corrente alternada, não existe apenas uma queda de tensão ôhmica, mas também uma
tensão induzida pelo fluxo magnético alternado.
 Esta tensão induzida será menor junto à superfície do condutor, já que o enlace de fluxo magnético é menor
na parte mais externa do condutor se comparada ao enlaçamento de fluxo magnético em regiões do
condutor mais próximo do seu eixo. Consequentemente a reatância indutiva é menor na periferia do
condutor, ocasionando um fluxo maior de corrente elétrica nesta região (efeito pelicular ou skin effect) e de
modo geral causa um aumento da resistência do condutor e uma diminuição em sua reatância interna.

Outras variações na resistência da série AC são causadas por:


 Temperatura
 Encordoamento de Condutores
 Arranjo de condutores múltiplos
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RESISTÊNCIA
A frequência das tensões CA produz um efeito na resistência do condutor devido à
distribuição não uniforme da corrente. Este fenômeno é conhecido como efeito
pelicular.
À medida que a frequência aumenta, a corrente tende a ir em direção à superfície
do condutor e a densidade de corrente diminui no centro.
O efeito pelicular reduz a área efetiva da seção transversal usada pela corrente, e
assim, a resistência efetiva aumenta.
Além disso, embora em quantidade muito pequena, um aumento adicional de
resistência ocorre quando outros condutores de corrente estão presentes na
vizinhança imediata.
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RESISTÊNCIA
Ao serem percorridos por uma corrente alternada, os condutores produzem um campo
magnético variável em sua volta, cuja orientação é dada pela regra da mão direita.
Este campo, quando considerado seus efeitos no interior do próprio condutor, gera uma
corrente parasita, que faz com que a corrente alternada no condutor passe pela periferia do
mesmo.
Quando mais intenso for o campo magnético, mais elevadas serão as correntes parasitas,
deslocando mais a corrente do condutor para sua periferia. A profundidade de penetração
pelicular “d”, é dada pela equação:
2. 𝜌
𝑑=
𝜔. 𝜇
Onde “ω” é a frequência angular da corrente, “μ” a permeabilidade magnética do material
e “ρ” é a resistividade do material.

Chaves, Diego Brum; Chagas, Natalia Braun. “CARACTERÍSTICAS E COMPORTAMENTOS DO EFEITO


PELICULAR”. Trabalho Vinculado ao Grupo de Pesquisa EIRE – Exploração Integrada de Recursos Energéticos
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RESISTÊNCIA

Chaves, Diego Brum; Chagas, Natalia Braun. “CARACTERÍSTICAS E COMPORTAMENTOS DO EFEITO


PELICULAR”. Trabalho Vinculado ao Grupo de Pesquisa EIRE – Exploração Integrada de Recursos Energéticos
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Existem dois principais métodos para diminuir as perdas causadas pelo efeito
pelicular: utilizar condutores de menor raio em paralelo ou aumentar o raio do

RESISTÊNCIA condutor para diminuir a resistência elétrica.


Para o primeiro método, a utilização de condutores em paralelo acarreta o
surgimento do efeito de proximidade. O efeito acontece pelos mesmos motivos
que geram o efeito pelicular, porém decorre da interação do fluxo magnético
gerado por um condutor em relação a outro condutor.
Esta interação causada pelo efeito faz com que a densidade de corrente
presente nos condutores se concentre em uma de suas extremidades.
2 + 𝑑2 No segundo método, o condutor é substituído por um de maior bitola, onde a
𝑟𝑐𝑐
𝑟𝑎𝑐 = resistência elétrica do novo condutor, considerando apenas a área efetiva de
2. 𝑑 condução, é igual à resistência a corrente contínua do condutor original.

Densidade de carga Densidade de carga Densidade de carga Densidade de carga


em um condutor em dois condutores em três condutores em quatro condutores
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PELICULAR”. Trabalho Vinculado ao Grupo de Pesquisa EIRE – Exploração Integrada de Recursos Energéticos
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EXERCÍCIO 2
Pelas tabelas de características elétricas de condutores encordoados de alumínio puro, o
condutor Marigold tem resistência CC a 20°C de 0,05111 ohms/km e resistência CA a
50°C de 0,05940 ohms/km. Verifique a resistência CC e determine a relação entre as
resistências CA e CC.
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Pelas tabelas de características elétricas de condutores encordoados de alumínio
puro, o condutor Marigold tem resistência CC a 20°C de 0,05111 ohms/km e
resistência CA a 50°C de 0,05940 ohms/km. Verifique a resistência CC e
EXERCÍCIO 2 determine a relação entre as resistências CA e CC.

DADOS SOLUÇÃO

𝑟𝑐𝑐20° = 0,05111 Ω 𝑘𝑚 𝑅2 𝑇 + 𝑇2 𝑟𝑐𝑐50° 228 + 50 228 + 50


= ∴ = ∴ 𝑟𝑐𝑐50° = 0,05111 ∴ 𝑟𝑐𝑐50° = 0,5729 Ω 𝑘𝑚
𝑅1 𝑇 + 𝑇1 𝑟𝑐𝑐20° 228 + 20 228 + 20
𝑟𝑐𝑎50° = 0,05940 Ω 𝑘𝑚

𝑅2 𝑇 + 𝑇2 Tem efeito pelicular


= 𝑟𝑐𝑎50° 0,05940
𝑅1 𝑇 + 𝑇1 = = 1,0368
Não tem feito pelicular 𝑟𝑐𝑐50° 0,5729
𝑟𝑐𝑐50° =?
1,0368 = 3,68%

3,68% representa o aumento da resistência


causado pelo efeito pelicular.
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CONDUTÂNCIA DE
DISPERSÃO
Ionização do ar em torno dos condutores devido ao campo elétrico dos mesmos
Como o ar é uma mistura particular de nitrogênio (79%), oxigênio (20%) e várias
impurezas, a descarga é significativamente condicionada pela natureza
eletronegativa das moléculas de oxigênio, que podem facilmente capturar elétrons
livres para formar íons negativos e, assim, dificultar processo de avalanche de
elétrons.
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CONDUTÂNCIA DE
DISPERSÃO
Os elétrons livres próximos à superfície do condutor ganham energia do campo
elétrico, suficiente para sua aceleração. Estes munidos de energia cinética, chocam-se
com os átomos de oxigênio, nitrogênio e outros gases presentes (Tal fato é
denominado ionização por impacto), dando-lhes essa energia que faz os átomos
mudarem para um estado mais elevado.
Os átomos para voltarem à sua condição original, cedem energia em forma de
calor, luz , energia acústica, radiações eletromagnéticas.
A tensão crítica pela qual se inicia o efeito corona é chamada tensão crítica de
corona (Vc)
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CONDUTÂNCIA DE DISPERSÃO
A distribuição do campo elétrico ao longo de um
isolante é não-linear e produz campos elétricos muito
altos perto do final do isolador.
Campos altos geram corona e descargas na superfície,
que são a fonte do envelhecimento do isolante.
A principal função na aplicação de anéis e toróides anti-Corona, é atuar como dissipadores
do gradiente de potencial em extremidades de isoladores de equipamentos.
Sua aplicação objetiva racionalizar a distribuição do campo elétrico que envolve a conexão
ou haste do isolador/equipamento.
Acima de 230 kV, cada fabricante recomenda que anéis de corona de alumínio sejam
instalados na extremidade da linha do isolador. Os anéis de corona são usados em ambas as
extremidades.
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CONDUTÂNCIA DE DISPERSÃO
A condutância entre condutores ou entre condutores e terra considera a corrente de
fuga nos isoladores de linhas aéreas.
Desde que a fuga nos isoladores de linhas aéreas seja desprezível, a condutância
entre condutores de uma linha suspensa é considerada como zero.
A condutância de dispersão (g) pode ser obtida através de:
∆𝑃
𝑔 = 2 . 10−3 (𝑠𝑖𝑒𝑚𝑒𝑛𝑠/𝑘𝑚) (5)
𝑉𝑓𝑎𝑠𝑒
Sendo ∆𝑃 a soma das perdas de energia por dispersão em uma fase da linha em
kW/km.
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CONDUTÂNCIA DE DISPERSÃO
As perdas por dispersão englobam as perdas devido: ao Efeito Corona e as
perdas nos isoladores.
As perdas nos isoladores são provocadas pelo escape de corrente elétrica
através do material pelo qual é fabricado o isolador (por ex.: vidro ou
porcelana), porcelana), como também ao longo de sua superfície. Dentre os
fatores que influenciam as perdas nos isoladores, podemos citar:
 qualidade do material;
 condições superficiais do isolador;
 geometria do isolador;
 Frequência da tensão aplicada;
 Potencial elétrico ou tensão na linha;
 Condições meteorológicas, etc.
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CONDUTÂNCIA DE DISPERSÃO
Estimar ou calcular as perdas nos isoladores não é tarefa simples e exata, além
disso dependerá essencialmente das condições meteorológicas de determinada
região, aumentando substancialmente sob chuvas fortes.
Felizmente, tais perdas são suficientemente pequenas, a ponto de serem
desprezadas para efeito de análise de sistemas elétricos.
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CONDUTÂNCIA DE DISPERSÃO Q
r
R

O efeito Corona aparece na superfície dos condutores de uma linha aérea de


transmissão quando o valor do gradiente de potencial aí existente excede o valor do
gradiente crítico disruptivo do ar.
Mesmo num campo elétrico uniforme, uma série de condições afetam essa tensão
disruptiva, como:
 Pressão do ar;
 Presença de vapor d’água;
 Fotoionização incidente.

 Na presença de campo elétrico não-uniforme em torno de um condutor, a


divergência do campo elétrico exerce influência adicional, e qualquer partícula
contaminadora (como poeira) transforma-se em fonte pontual de descargas elétricas.
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CONDUTÂNCIA DE DISPERSÃO Q
r
R

Nas linhas em médias e altas tensões, a escolha das secções dos condutores
geralmente se baseia num equacionamento econômico entre perdas por efeito Joule
e os investimentos necessários dos condutores.
Entretanto, nas linhas em extra alta tensão (EAT) e ultra alta tensão (UAT), o controle
do efeito Corona (e suas manifestações) pode ser o elemento dominante para
orientar a escolha das secções dos condutores.
A literatura da área indica 3 manifestações do efeito Corona que mais trazem
preocupações nos projetos das linhas, sendo:
 Radiointerferência; problemas de comunicação via rádio.
 Ruídos auditivos; poluição ambiental sonora.
 Perdas de energia elétrica; problema econômico.
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CONDUTÂNCIA DE DISPERSÃO Q
r
R

A partir da equação, concluímos que quanto maior o raio dos condutores, menor será
o gradiente de potencial na superfície dos condutores. Por outro lado, o aumento do
raio (ou bitola dos condutores) traz como consequências:
 Aumento significativo dos gastos financeiros com condutores elétricos;
 Aumento da flecha de cada condutor devido ao aumento da massa (peso) do próprio condutor.

𝐶 𝑄
𝐸𝑟 = 18. 106 = 18. 105
(𝑘𝑉 𝑚)
103 𝑚. 10−2 𝑚 𝑟
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CONDUTÂNCIA DE DISPERSÃO
De modo geral, as manifestações do efeito Corona ocorrem simultaneamente e se relacionam
diretamente com o gradiente de potencial dos condutores.
A determinação das perdas de energia por efeito Corona não é exata (longe disso), e
baseia-se em expressões analíticas empíricas observadas por pesquisadores que divergem
muito sob condições de chuva, neve ou de tempo seco.

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