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Apresentação oral – Debate

Bom dia a todos os presentes, é um enorme prazer estar aqui hoje para debatermos um
tema tão relevante e atual como «A vida em Portugal nos dias de hoje».
Ao longo destas últimas décadas Portugal sofreu várias transformações afetando de certa
forma a sociedade.
Assim, neste debate iremos abordar temas que estão interligados no tema apresentado
anteriormente.
Numa primeira parte deste debate iremos explorar o tema da proteção social. Esta refere-se
a um conjunto de política implementados pelo Estado de forma a garantir a segurança e o
bem-estar dos cidadãos em diferentes áreas da vida. Essas políticas têm como principal
objetivo reduzir as desigualdades sociais, promovendo assim uma sociedade mais justa e
inclusiva. Os convidados para abordar este tema são a advogada Ana Margarida e o
psicólogo clínico Dr. João Pedro.
De seguida, iremos trabalhar em redor do subtema o emprego, este refere-se à relação
contratual entre um indivíduo e uma organização, na qual o indivíduo realiza um trabalho
em troca de uma remuneração, ao mesmo tempo este também desempenha um papel
importante no desenvolvimento pessoal, na identidade e na integração social. Para discutir
este tema tenho comigo o diretor Bruno Vale dos recursos humanos da empresa prozis e o
funcionário Bruno Azevedo da empresa Vieira.
Por fim, abordaremos a justiça social cujo conceito é garantir igualdade de direitos,
oportunidades e benefícios para todos os membros de uma sociedade, independentemente
de sua origem, género, raça, orientação sexual, condição socioeconómica ou outras
características. Envolve a distribuição equitativa de recursos, acesso à educação, saúde,
moradia adequada, emprego digno e proteção social. A justiça social procura eliminar
desigualdades e promover a inclusão, visando criar uma sociedade mais justa e equitativa.
Abordará esta temática a juíza Catarina Duarte e para a contrariar temos a política Ana
Araújo.

PODEMOS COMEÇAR POR SI DR JOÃO, EM RELAÇÃO AO TEMA DA PROTEÇÃO SOCIAL,


COMO TODOS SABEMOS O ESTADO PORTUGUÊS ESTÁ A FAZER DE TUDO PARA QUE ANO
APÓS ANO EXISTA EQUIDADE NA SOCIEDADE. COM ISTO, PODE DIZER-ME SE JÁ A
CONSEGUIMOS OBTER?

Posso pegar no exemplo do abono de família, acho que deve ser atribuído as famílias mais
necessitadas pois com tantas despesas que já existem, é bom e necessário ter uma ajuda no
que toca á educação e desenvolvimento das crianças e adolescentes tendo direito ao
abono as crianças e jovens cujos rendimentos do agregado familiar dependam da condição
de recursos que corresponde ao limite de rendimentos e de valores dos bens do agregado
familiar. E neste caso não deve existir equidade no que toca a recebê-lo, mas sim uma
intenção por parte de recebê-lo em diminuir o fosso já existente entre ricos e pobres.

DEPOIS DA INTERVENÇÃO DO SEU COLEGA, SENHORA ANA MAGARIDA DEVE DE NOS TER
ALGO A DIZER CORRETO?

Margarida- Exatamente meu caro amigo, mas aqui estamos a falar da promoção da
igualdade e a meu ver o problema não está de todo na legislação do abono de família, ou na
lei que nos permite concluir que apenas recebe abono quem tem rendimentos baixos, o
verdadeiro problema está sim na expressão “ fugir ao Fisco “ não sei se conhece...mas isto
engloba omitir dados nas declarações ou noutros documentos fiscalmente relevantes, de
forma a por exemplo pagar menos IRS, mas neste caso também ajuda a receber abono de
família. Isto não é, de todo, pouco recorrente, só em 2022 foram registadas 14 detenções
numa investigação internacional de fuga ao fisco num valor de 2,2 mil milhões de euros,
segundo o observador. Podemos então concluir que apesar da intenção que você disse ser r
esse tal fosso entre ricos e pobres é uma total treta no que toca a este tema porque a
corrupção sempre existiu e sempre vai existir, os mais ricos sempre terão bastante acesso a
todos os meios necessários para cometer estas ilegalidades e raramente serão penalizados,
isto vê-se facilmente com um retrocesso a 2010 onde o governo chegou a perdoar empresas
que fugiram ao fisco através de offshores. Com isto, só me resta acrescentar que sim o
abono de família acaba por ajudar os menos favorecidos a arcar com as despesas, mas não
contribui em nada para a equidade.

OBRIGADO!
CONSOANTE A INFLAÇÃO RESGISTADA EM PORTUGAL, COMO É QUE O SENHOR ACHA
QUE A POPULAÇÃO PORTUGUESA SE PODE DESENVOLVER TENDO EM CONTA OS BAIXOS
SÁLARIOS E AS CONDIÇÕES PRECÁRIAS ATUAIS?
(Bruno vale) (argumento) Embora seja verdade que alguns trabalhadores em Portugal
podem enfrentar condições precárias de trabalho, salários baixos e falta de estabilidade no
emprego, é importante reconhecer que o país tem feito esforços significativos para
melhorar essas questões ao longo dos anos. Uma das medidas adotadas foi o aumento do
salário mínimo em Portugal, nos últimos anos houve um aumento gradual do salário
mínimo, visando melhorar as condições de trabalho para os trabalhadores de baixa renda.
Em 2023, houve um aumento de 55 euros, ou seja 7,8% face ao ano anterior, chegando
assim aos 760€, além disso a intenção do Governo de Portugal é chegar a 900€ até 2026.
Ademais, o governo português tem implementado regulamentações mais rigorosas para
garantir melhores condições de trabalho. Isso inclui a fiscalização de questões como saúde e
segurança no local de trabalho, horas extras, férias remuneradas e licenças parentais. Essas
medidas visam proteger os direitos dos trabalhadores e garantir um ambiente de trabalho
mais seguro e saudável. Um aspeto importante foi a implementação de normas e
regulamentos rigorosos relacionados à saúde e segurança no trabalho. Por exemplo, a Lei nº
102/2009 estabelece as normas de segurança e saúde no trabalho na construção civil, com
requisitos específicos para a prevenção de acidentes e a promoção de condições seguras
nos canteiros de obras.
VISTO QUE ESTE É UM TEMA QUE SE RELACIONA COM A TEMÁTICA DO SALÁRIO MINIMO,
PASSO A PALAVRA À ADVOGADA DR. ANA MARGARIDA.
Margarida- Na minha opinião, o aumento dos salários mínimos foi minimalista, não só pelo
facto de as pessoas que agora o recebem terem que pagar IRS mas também e acima de tudo
por aquilo que é a vida das pessoas que não pertencem à classe média. Posto isto, apesar de
em janeiro, o salário mínimo ter subido 7,8% em termos nominais, para 760 euros por mês,
isto apenas cobre a inflação registada no ano passado (7,8%), ou seja, é mesmo o mínimo e
não é o que deve ser pago às pessoas.
Esta foi uma boa medida por parte do Governo, mas como quase tudo na vida, tem o
seu reverso. Sim, porque, apesar das alterações no salário mínimo, também houve um
aumento generalizado de preços dos produtos e serviços. Contas feitas, isto significa que os
portugueses estão a ganhar mais, mas também estão a pagar mais por aquilo que
consomem atualmente. Dito isto, perda do poder de compra é permanente, dado que a
inflação funciona como um imposto. Se o índice de preços é de 10 por cento e o nosso
rendimento só aumenta 5 por cento, temos uma perda de 5 por cento. Deixamos de
conseguir comprar exatamente o mesmo com o mesmo dinheiro, usando o exemplo de uma
família de dois adultos com um filho, esta segundo o site NiT terá de gastar mais 2.705€ no
final de 2023, pelos mesmos produtos e serviços que faziam parte do seu orçamento em
2014.
Bruno Azevedo para Moderador- SE ME DER LICENÇA POSSO COMPLEMENTAR A MINHA
COLEGA?
CLARO QUE SIM BRUNO!
Bruno- Emprego e trabalho precário: Muitos empregos disponíveis em Portugal são
caracterizados pelo subemprego e pela precariedade. Os contratos de trabalho temporários,
baixos salários e a falta de benefícios são uma realidade para muitos trabalhadores, o que
dificulta a estabilidade financeira e a progressão na carreira.
JOÃO- Desculpe, e mas eu tenho que discordar com estas últimas intervenções visto que..
Como disse o Sr. Vale, em relação ao salário mínimo, dos 760€ por mês é algo que tem
vindo a aumentar desde 2008 como podemos ver com este gráfico que foi criado pelo
“eurodicas”
Estas leis de salário mínimo também ajudam a prevenir a exploração, garantindo que os
trabalhadores recebam um salário justo por seu trabalho. Isso é particularmente benéfico
para trabalhadores pouco qualificados e iniciantes que podem ter opções de emprego
limitadas.
Desta maneira esta medida é benéfica para as famílias com mais dificuldades de maneira
que as ajuda a manter um padrão de vida decente, cobrindo necessidades básicas como
casa, alimentação, saúde e educação.
IVA ZERO: O objetivo é apoiar as famílias, sobretudo as mais vulneráveis, perante a escalada
dos preços. É a aplicação de 0% de IVA a um conjunto de bens alimentares considerados
essenciais, tais como: pão, batata, massa, arroz, legumes, frutos entre outros bens
essenciais.
Também com o aumento da inflação, em que está a ocorrer um aumento dos preços nos
serviços em geral e está a levar à desvalorização do valor da moeda, deixando as pessoas
que recebem o salário mínimo numa posição mais complicada, daí o Iva zero ser uma graça
para essas pessoas
JOÃO PARA MARGARIDA: Não concorda Sr. Advogada?
ANA MARGARIDA PARA MODERADOR- Só para concluir este tema Sr. Moderador.
Não, não concordo de todo com esta posição e já por isso é que não introduzi o Iva 0,não o
considero minimamente relevante a descida de preços. A isenção do IVA em 41 bens
essenciais fez baixar o preço do cabaz em pouco mais de 4,5 euros. Entre os produtos que
ficaram mais baratos, a descida foi inferior aos 6% do IVA que seriam esperados e posso
perfeitamente usar como exemplo a luz, em cuja se poupou m enos de um euro por mês,
mais precisamente 91 cêntimos por mês. Onde é que esta descida cobre a inflação que
segundo muita gente está “lentamente a baixar”? Como é que me dizem que o governo faz
os possíveis para apoiar famílias quando neste momento já se fala no aumento da taxa
Euribor? É uma vergonha, é o que é.
SENDO O SENHOR BRUNO FUNCIONÁRIO DE UMA EMPRESA, ACHA QUE PORTUGAL
ENFRENTA DIFICULDAES NO QUE TOCA À EMPREGABILIDADE?
(Bruno Azevedo) 1ºArgumento: Altas taxas de desemprego: Portugal ainda enfrenta altas
taxas de desemprego, especialmente entre os jovens. A falta de oportunidades de emprego
dificulta a inserção no mercado de trabalho e gera frustração entre os indivíduos em busca
de trabalho. Segundo dados do Eurostat, em janeiro de 2023, a taxa de desemprego em
Portugal estava em torno dos 7%. Muitos portugueses enfrentam dificuldades em encontrar
emprego, mesmo com qualificações adequadas.
E DO PONTO DE VISTA DO SR DIRETOR?
(Bruno Vale) Contra-argumento: Ao meu ver, sou da opinião que a empregabilidade está
diretamente ligada à formação e qualificação profissional. Os indivíduos que possuem
habilidades e conhecimentos relevantes para as necessidades do mercado de trabalho têm
uma vantagem competitiva. Esta aposta na educação e programas de formação profissional
é fundamental para preparar os trabalhadores para as demandas atuais e futuras.
ENTÃO O SENHOR ESTÁ A DEFENDER QUE QUEM TEM DIPLOMA UNIVERSITÁRIO TEM
MAIS FACILIDADE DE EMPREGO?
(Bruno Vale) Sim é verdade, historicamente, ter um diploma universitário tem sido
associado a melhores oportunidades de emprego e maior probabilidade de conseguir um
emprego remunerado em comparação com aqueles que não possuem um diploma. Só para
dar um exemplo, posso utilizar o estudo do instituto da Fundação José Alves que mostra a
Taxa de emprego dos adultos por nível de escolaridade e sexo. Educação garante maior
empregabilidade? Diferenças entre gerações e o efeito da crise pandémica | Fundação José
Neves (joseneves.org)
No entanto, é importante reconhecer que o cenário do emprego está em constante
evolução e que outras formas de qualificação, como certificações profissionais ou
experiência prática, também podem ser valorizadas em determinadas áreas. A título de
exemplo, os programas de formação profissional, como o Programa INOV Contacto, que de
acordo o jornal publico, têm sido implementados para capacitar os jovens portugueses com
habilidades técnicas e competências empreendedoras. Além disso, a criação de centros de
inovação e empreendedorismo, como o Porto Digital, empresta suporte para formar
profissionais na área de tecnologia e impulsionar startups.
QUAIS SÃO AS MEDIDAS POLÍTICAS IMPLEMENTADAS EM PORTUGAL PARA AUMENTAR A
TAXA DE EMPREGABILIDADE?
(Bruno Vale) Como se sabe, nos tempos atuais, Portugal tem tido uma diversificação no
mercado de trabalho, com o surgimento de novas indústrias e a expansão de setores como
tecnologia, turismo e energia renovável. Essa diversificação oferece uma gama mais ampla
de oportunidades de emprego para os profissionais qualificados, assim contribuindo para o
aumento da taxa de emprego em Portugal. A título exemplificativo, segundo o relatório
"Tendências Globais do Emprego Jovem", divulgado em agosto de 2022 pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT), são os jovens aqueles que estão em melhor situação para
beneficiar das economias verde e azul. Segundo este relatório poderão ser criados cerca de
oito milhões e meio de empregos até 2030 através da implementação de medidas de
políticas sustentáveis.
BRUNO, PEÇO DESCULPA, MAS JÁ TEVE MUITO TEMPO COM A POSSE DA PALAVRA, IRÁ
AGORA DAR O SEU PONTO DE VISTA O OPERÁRIO BRUNO AZEVEDO!
(Bruno Azevedo) Contra-argumento-Estou plenamente de acordo com a empregabilidade
aumenta nas áreas turísticas, tecnologias e economia, contudo alguns setores tradicionais
da economia portuguesa, como a indústria têxtil e a agricultura estão em declínio. O que
limita as oportunidades de emprego nessas áreas. A falta de diversificação econômica cria
desafios para a empregabilidade em certos setores. Um exemplo é o setor têxtil, que já foi
uma importante fonte de emprego em Portugal. Nos últimos anos, muitas empresas têxteis
enfrentaram dificuldades e tiveram que reduzir sua força de trabalho ou encerrar as
operações devido à concorrência global e à falta de inovação. Continuam a encerrar
empresas do sector têxtil e confeções no distrito de Castelo Branco. Em menos de seis
meses, terão encerrado mais cinco empresas e cerca de duas centenas de trabalhadores, na
sua maioria mulheres, foram atirados para o desemprego. Acha que estas pessoas que se
encontram desempregadas vindas dessas áreas têm facilidade em encontrar novos
trabalhos? Não há dúvida que maioria dessas pessoas não têm qualificações e por muitas
vezes devido a idade leva-os a maior dificuldade a encontrar um emprego nas áreas
inovadoras, onde são necessários níveis de escolaridade alto, o que agrava a taxa de
desemprego.
CONTINUANDO CONSIGO BRUNO AZEVEDO, AO AFIRMAR QUE EXISTE DIFICULDADES AO
ENCONTRAR EMPREGO ACHA QUE NUM FUTUTRO PRÓXIMO PORTUGAL POSSA TER
VÁRIOS JOVENS NO ESTRANGEIRO?
(Bruno Azevedo) 2ºArgumento- A meu ver, Portugal enfrenta um grande desafio com a
emigração de muitos jovens talentos com objetivo de encontrar melhores oportunidades de
trabalho no exterior. Essa perda de recursos humanos qualificados prejudica a economia e a
competitividade do país. Estudos mostram que Portugal tem sido afetado pela emigração de
jovens talentos em busca de melhores oportunidades de trabalho. De acordo com dados do
Observatório da Emigração, entre 2018 e 2022, cerca de 510.000 portugueses emigraram,
principalmente para países como Reino Unido, França, Alemanha e Suíça. A título
exemplificativo, um estudo restrito realizado pelo Diário de Notícias, os investigadores
realizaram entrevistas em videoconferência e questionários online, a que responderam
1011 pessoas. Visualizando que uma das razões apontadas para emigrar é o nível salarial.
"Estamos a falar de pessoas que ganhavam mil euros [em Portugal] e nos países de destino
vão ganhar três mil ou mais euros". Segundo o documento em Portugal, 70% ganhava
menos de 1000 euros. No destino, mais de 50% passou a receber mais de 2000 e 26,5 %%
acima de 3000". Apesar de ser um estudo restrito é possível ver que os jovens são mais
renumerados no estrangeiro do que em Portugal.
BRUNO VALE, DOU-LHE A PALAVRA A SI, DIGA-NOS O SEU PONTO DE VISTA CONCLUINDO
COM UM EXEMPLO, SE POSSÍVEL, OBRIGADO!
(Bruno vale) - contra-argumento: Do meu ponto de vista, reconheço que existem muitos
jovens talentosos que buscam oportunidades nas suas áreas em outros países, seja pelo
capítulo financeiro, seja pelas condições de trabalho, contudo, o nosso país tem sido bem-
sucedido em atrair investimentos estrangeiros, especialmente nas áreas de tecnologia,
inovação e turismo. Esses investimentos têm gerado novas oportunidades de emprego e
crescimento económico, o que pode incentivar a permanência de talentos em Portugal e até
mesmo atrair de volta alguns jovens emigrados que buscam boas oportunidades
profissionais. Um bom exemplo é o caso do investimento da Ryanair em território
português, uma das maiores companhias aéreas de baixo custo da Europa, estabeleceu uma
base operacional em Lisboa e Porto, investindo em novas rotas e expandindo suas
operações em Portugal. Esse investimento trouxe não apenas um aumento no número de
turistas, mas também oportunidades de emprego para pilotos, comissários de bordo e
pessoal de suporte.

PERGUNTA DO ALBERTO!!!!!!!!!!!!

(Ana): A meu ver, existe justiça social a partir do momento em que o sistema fiscal em
Portugal adota uma abordagem progressiva, ou seja, aqueles que possuem maior
capacidade económica contribuem proporcionalmente mais para a arrecadação de
impostos. Isso permite uma redistribuição de recursos, uma vez que os impostos cobrados
dos indivíduos de alta renda são maiores, enquanto os de baixa renda são menores.
Segundo o Jornal de Negócios os escalões até aos 10 mil euros de rendimento - uma fatia de
pouco mais de 12% do conjunto de famílias com imposto liquidado - contribuíram em 2,38%
para o total do valor do imposto liquidado. Entre os 19 mil e os 40 mil euros, o contributo é
de 8,42% e os escalões entre os 19 mil e os 40 mil concentram mais de um quarto do
imposto liquidado - 25,78% do total. A maior fatia está nos agregados com rendimentos
entre os 40 mil e os 100 mil euros, que representam os mais ricos, com rendimentos brutos
acima de 100 mil euros e que são 1,73% dos que pagam imposto, contribuem em 22,38%
para o total do valor de Imposto liquidado segundo o Jornal de negócios. No fundo, existe
equidade que garante resultados iguais para todos, de modo a buscar um tratamento justo
e proporcional, considerando as diferentes circunstâncias e necessidades das pessoas.
(Catarina): Vejo-me obrigada a discordar da sua opinião, uma vez que concordo com o
economista português Miguel Cadilhe que defende que o estado social, conceito que visa
reduzir as desigualdades e promover a justiça social, deveria ser para quem precisa, para os
mais desfavorecidos, pois, por exemplo, na saúde e na educação todos têm igual acesso e
praticamente ao mesmo preço, sendo isso, uma falsa equidade.
Exemplo: O Estado Social faculta a oferta de educação e saúde públicas de qualidade para
todos os cidadãos, independentemente de sua condição socioeconómica, ou seja, sejam
desfavorecidos ou não. Isso significa que o acesso à educação, desde a educação infantil até
o ensino superior, e aos serviços de saúde básicos e especializados são garantidos como
direitos fundamentais.

PASSANDO PARA O TEMA DA JUSTIÇA SOCIAL, MERITÍSSIMA CONSIDERA O NOSSO PAÍS


UM JUSTO DISTRIBUIDOR DE RIQUEZA, POR EXEMPLO?

Argumento 1 (Catarina): Pessoalmente considero que seja impensável a distribuição, de


forma justa, da riqueza em Portugal. Não é de todo um setor em que o nosso país seja
legítimo. Existem cada vez mais riqueza, mas a quantidade de pessoas com valores
acrescidos de dinheiro mantém-se. Por outras palavras, as pessoas favorecidas não
aumentam o seu número, mas sim o seu capital.

Exemplo 1 (Catarina): Só para dar um exemplo, Portugal contou com mais 19.430
milionários no ano de pandemia. Numa altura em que subiu o número de pessoas em
situação de pobreza, o grupo dos mais ricos seguiu o mesmo caminho. Os 1% mais ricos em
Portugal concentram 20% da riqueza, possuindo a metade mais pobre 6,5%. Já no relatório
divulgado em outubro de 2019, com dados até meados desse ano, o Credit Suisse
identificava 117 mil milionários no país, número que subiu para os 136.430 em 2020, aponta
o site “observador”.

Contra-argumento: ANA
Já que fala tanto de uma distribuição equalitária da riqueza, qual seria, para si, a melhor
forma de a distribuir?

Resposta: O enorme problema presente no nosso país não é o facto de haver ricos e pobres,
até porque se todas as pessoas tivessem o mesmo poder de compra a moeda seria
desvalorizada, uma vez que não faria sentido sequer a existência de comércio e afins. O
problema é a existência de extremos, ou seja, pessoas exageradamente ricas e pessoas
exageradamente pobres, causando um desequilíbrio e um fosso enormes entre classes
sociais.
OBRIGADO ÀS DUAS PELAS INTERVENÇÃO! DRª CATARINA DUARTE E EM RELAÇÃO AO
ACESSO A CARGOS DE MAIOR IMPORTÂNCIA? CONSIDERA PORTUGAL JUSTO?
Argumento 2 (Catarina): Lamentavelmente, não! Não me é permitido considerar Portugal
justo. Em vários setores, aliás! Mas já que mencionou o acesso a cargos superiores, na
minha opinião, o acesso a cargos de juiz, por exemplo, é completamente desigual. Está
presente uma desigualdade de género bem marcante, não nos tribunais normais, mas sim
nos tribunais supremos, onde a percentagem de mulheres juízas é mínima.
Exemplo 2 (Catarina): Como por exemplo, uma notícia divulgada pela Sic Notícias menciona
que as mulheres são 61% dos juízes em Portugal, mas estão em minoria nos tribunais
supremos. A paridade de géneros entre magistrados foi atingida em 2006 e 2007. Estando
eu de acordo com a juíza Ana Micaela Proença, existe um número reduzido de juízas no
supremo tribunal de justiça, onde ainda há uma grande desproporcionalidade de géneros,
devido à falta de credibilidade depositada no género feminino para conciliar a vida
profissional com a pessoal e, também, por acreditarem que o trabalho de uma juíza não é,
de todo, comparável com o de um juiz.
(Ana) Contra argumento: Vejo-me obrigada a discordar das afirmações efetuadas. Note-se que,
segundo a Procuradoria Geral do Ministério Público, na 19º versão da “Classificação, avaliação e
eleição dos magistrados portugueses”, especificamente no capítulo iii, artigo 31º, tem-se que:

1- “A avaliação dos juízes de direito respeita os seguintes princípios:


a) Legalidade, igualdade, justiça, razoabilidade e imparcialidade; 
b) Independência, nos termos do qual os serviços de inspeção não podem, em qualquer
caso, interferir com a independência dos juízes, nomeadamente pronunciando-se quanto ao
mérito substancial; das decisões; 
c) Continuidade, que impõe um permanente acompanhamento dos tribunais e do
serviço dos juízes.
2- As inspeções são realizadas, preferencialmente, por inspetores que desempenharam
funções efetivas na mesma jurisdição do inspecionado, sendo inspecionados no mesmo ano
civil todos os juízes de direito de igual antiguidade.”.

Ademais, na secção 2, do mesmo decreto de lei, artigo 40º, “Nomeação dos magistrados e
juizes de direito”:
1- São requisitos para exercer as funções de juiz de direito: 
a) Ser cidadão português; 
b) Estar no pleno gozo dos direitos políticos e civis; 
c) Possuir licenciatura em Direito de cinco anos ou ao abrigo do Decreto-Lei n.º
74/2006, de 24 de março, na sua redação atual, seguida de mestrado ou doutoramento
em área do Direito obtidos em universidade portuguesa, ou grau académico equivalente
reconhecido em Portugal; 
d) Ter frequentado com aproveitamento os cursos e estágios de formação; 
e) Satisfazer os demais requisitos gerais estabelecidos na lei para o provimento de
lugares em funções públicas.

Dito isto, deve ter em atenção, Sra. Meretíssima, que na breve menção à constituição das leis de
acesso e admição de magistrados portugueses, não são visiveis desigualdades, e muito menos
preferências pelo género masculino.

Pergunta alberto!!!!!
Margarida: Relativamente à licença de maternidade e de paternidade eu acho que ainda
está bastante patente a desigualdade social, não só nos dias obrigatórios a que têm direito,
cujos mostram uma maior valorização da mulher (42 dias para a mulher e 28 dias para o
homem). Com isto ainda existem poucos pais cujos optam por tirar a licença. Isto, não só
porque ainda existe bastante preconceito por parte de profissionais que julgam a mãe como
principal, mas também devido ao subsídio de parentalidade. Este último está bastante
ligado às diferenças sociais entre homem e mulher no trabalho, onde os homens ainda
recebem acima das mulheres 16%, apesar de estas terem, em média, maiores níveis de
habilitações (por exemplo, 61% dos trabalhadores com ensino superior são mulheres),
segundo a análise feita pelo gabinete de estudos da Intersindical a propósito da Semana da
Igualdade que a central sindical promove entre 7 e 11 de março.
Catarina: Não podia concordar mais com a sua opinião! Apesar de o pai não ser submetido
ao esforço, emocional e físico, de uma gestação e parto, nada prova que haja mais apego da
parte maternal do que da parte paternal, uma vez que o bebe será fruto de uma relação
conjugal entre os dois e não só de uma das partes, no caso, da mãe, ou seja, não deveria
haver diferença na quantidade de dias que cada um fica em casa mesmo precisando a
mulher de dias para a recuperação.

(Ana) Concordância com o João:

Não concordo com o argumento apresentado, pois, primeiramente, a mulher, sendo


progenitora e gestante, de uma nova vida, passa por alterações físicas e hormonais, tanto a
nível físico como também psicológico, durante aproximadamente 40 semanas, o que, não
desvalorizando o papel paternal numa gravidez, mas apenas focando-me na dificuldade que
é a recuperação de um processo de gestação, não se compara com as alterações
encontradas num pai, o que é comprovado pelo Dr. Filipe Almeida: “as mudanças hormonais
que se seguem ao parto não têm qualquer comparação possível com nenhum outro
acontecimento biológico, em termos quer da sua rapidez quer da sua magnitude”.
Na maior parte dos casos a recuperação de uma cesariana é mais longa de que a de um
parto vaginal, pois há o corte de várias camadas de músculo, que precisam de seis semanas
para curar completamente.

Ademais, cada vez mais em Portugal são comuns os casos de depressão pós-parto, afetando
4 em casa 10 mulheres. Uma vez que, a fragilidade, vulnerabilidade e … são fatores de
aumentam exponencialmente nos primeiros dias/semanas após o nascimento. Daí, a meu
ver, se tornar importante a proteção da figura materna, e consequente do recém-nascido,
que merecem, uma recuperação calma e livre de pressas, o que, no meu ponto de vista, se
visa numa licença de maternidade maior, quando comparada com a paternal.

Argumento do João: Posso dizer que faz sentido terem subido os dias obrigatórios de
licença de paternidade para 28 dias mas faz ainda mais sentido que as mulheres tenham 42
dias obrigatórios, uma vez que Após o parto a mãe ainda esta em recuperação tanto física
como emocional, o que a leva a ter que diminuir a atividade, não só por isso, mas também
para poder dar a maior atenção possível ao bébe, dai ser logico que o pai tenha que ficar em
casa a tratar de tarefas domésticas e da família até a recuperação da mãe.

COM ISTO DOU POR TERMINADO O DEBATE, ONDE SE VERIFICOU QUE PORTUGAL NOS
DIAS DE HOJE ENFRENTA OS PROBLEMAS REFERIDOS ANTERIORMENTE ONDE DE CERTA
FORMA ESTES TÊM O SEU LADO POSITVO E NEGATIVO.
AGRADEÇO DESDE JÁ A TODOS QUE ESTIVERAM CONNOSCO, ESPECIAL AOS
INTERVENIENTES NESTE DEBATE, PELA SUA DISPONIBILIDADE, ADVOGADA ANA
MARGARIDA, PSICÓLOGO DR. JOÃO, DIRETOR BRUNO, OPERÁRIO BRUNO AZEVEDO,
SENHORA POLÍTICA ANA ARAÚJO E POR FIM EXELENTICIMA SRª JUÍZA CATARINA, VISTO
QUE TODOS CONSEGUIRAM EXPRESSAR A SUA OPINIÃO SEM SE DESRESPEITAR.
OBRIGADO E RESTO DE UMA BOA SEMANA!

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