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Uma religião difícil para quem é pobre

Todo mórmon já ouviu essa pergunta de algum curioso: “Essa igreja é de rico?” A gente
sorri e diz que não! Hoje, responderia honestamente essa pergunta com um “Não, não são ricos,
mas a igreja gostaria!”.
Os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias são incentivados a
usarem as melhores roupas que têm nos cultos dominicais. Isso inclui terno, gravata e camisa
branca para os homens e vestidos ou saias com blusas de mangas para as mulheres. “Use sua melhor
roupa para o Senhor!”. Há uma preocupação exacerbada sobre como as pessoas de fora veem os
mórmons. Toda empresa tem sua marca. No mormonismo nós somos a marca deles! Por isso,
devemos estar impecáveis. Somos os mais honestos, os mais amorosos, os melhores funcionários,
os mais religiosos, os mais caridosos, os mais preocupados. Somos os melhores em tudo, ou pelo
menos tentamos sustentar esse personagem. Chega a ser irritante o quanto somos perfeitos rs.
Essa perfeição precisa ser refletida em nossa vida financeira. Em uma religião onde o dízimo
é o maior mandamento (eu não tenho dúvidas disso kkk), o quanto você ganha, reflete diretamente
no quão você é abençoado pelo Senhor. Lembro, perfeitamente, de um irmão que chegou para meu
marido e eu e sem nenhum constrangimento nos perguntou: “Cadê o carro de vocês?”, “O que tá
acontecendo?”. Até hoje rimos desse episódio, mas a verdade é que é extremente desconfortável ser
mórmon e ser simples, pobre. Isso porque o discurso da prosperidade é proferido a todo momento
pelos microfones sacramentais. A famosa “tiração de onda”. Sabe aquela ideia de humildade, de o
que importa é o coração… Esquece! Líder grande mórmon pobre? Não tem! Há um limite até onde
uma pessoa pobre pode chegar na hierarquia Santos dos Últimos Dias, mesmo em um país como
Brasil.
“Mas, o Senhorrrr quer que seus filhos prosperem na terra!” [contém ranço kkk] Sim, mas
então porque a igreja obriga as pessoas a saírem a serviço dela no período mais importante da vida
desse jovem. Pois, a igreja que prega tanto a prosperidade, tira o jovem de casa justamente no
período que ele deveria estar fazendo o Enem, para trabalhar de graça para ela. Causando danos
educacionais e profissionais irreparáveis. Onde muitas das vezes, esse jovem será empurrado para
uma profissão medíocre, abandonando seus sonhos, simplesmente para cumprir a próxima
exigência da seita que é casar e ter filhos. E sim, pode até haver um caso ou outro de pessoas que
conseguiram dar um up na vida pós missão, mas a grande massa, fica rodando em círculo até achar
um rumo financeiro pra sua vida.
Depois de empregado, a igreja continua atrapalhando sua vida. Ela vai exigir uma carga
horária específica para ela. Mórmons são viciados em reuniões sem sentido. E nisso, vai sua terça e
quinta-feira a noite, sábado limpar a capela e no domingo, o Dia do Descanso, você tem hora para
chegar e não tem tempo para sair. E você ainda precisa ser rico, se assim não for, há algo errado
com você. Ainda morando de aluguel? Ainda sem carro? Ainda com um dízimo tão baixo? Um
fiscalizando a vida do outro e nessa ciranda, você nunca é bom o suficiente. Nunca! É uma corrida
para responder aos anseios da comunidade. Há uma plateia mórmon a todo tempo te observando,
fiscalizando. Indo a sua casa e reparando as coisas “que precisam ser tratadas em uma reunião”.
Quando eu olhava para outras religiões e isso era raro, pois a visita a outras denominações
era desencorajada, era muito nítido que havia algo de muito errado no mormonismo. O dinheiro não
parecia ter o protagonismo que eu via na igreja mórmon. Quem é membro SUD sabe que há um
tratamento para quem chega pelo estacionamento e outro para quem chega a pé. Meu marido, certa
vez, me contou que na missão que prestou, houve um líder desses grandes, dos famosos rs, que
incentivou os missionários a terem coragem e bater na casa dos ricos. Converter ricos! Essa era a
instrução!
E assim, ficávamos cada vez mais encolhidos nos bancos sacramentais. Ouvindo a palavra
da prosperidade aos quatro cantos. “Como meu emprego é maravilhoso!” “Como sou abençoado
pelo Senhor!”. “Como esse meu novo negócio/golpe financeiro era incrível!”. Isso tudo, vale dizer,
em uma ala literalmente aos pés do Complexo do Alemão. Tem uma escritura mórmon que diz: “O
valor das almas é grande a vista de Deus”. Sim, mas se for uma alma em um carro 0 ou uma alma
bem abastarda, aí o valor é muito maior.

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