Além dos aspectos analisados no livro, de crítica ao ciúme crença, e se caracterizam pelo desejo fanático de fazer prevalecer
possessivo, analisar a mentalidade social em que até pouco suas convicções de fé e moralidade. Daí a impossibilidade de regras
tempo justificava-se (inclusive na justiça) o crime que “lavava a
honra” do marido, e as mudanças em direção a uma nova postura
segundo a qual “quem ama não mata”.
6 Existem indivíduos que permanecem imaturos como
crianças que desejam tudo “aqui e agora”. Discutir como
a relação humana com o tempo resulta de um esforço
de educação moral.
Analisar as nuanças segundo as quais a postergação do prazer
não significa necessariamente renúncia ou ascetismo, mas decorre
da qualidade moral de respeito a si e aos outros.
7 O trabalho é fonte de prazer quando nos preenche
intelectualmente, ocupa nossa mente com assuntos
objetivos e interessantes, e quando nos tornamos
criativos ao buscar melhores resultados nas atividades que
desafiam nossa imaginação. No entanto, nem sempre é
esse o panorama que nos oferece a sociedade, quando o
trabalho é alienante. Discutir quais são as formas possíveis
dessa alienação.
Avaliar em que medida a “lógica do mercado” impõe padrões
que cerceiam a inventividade do trabalhador, sua autonomia,
e que muitas vezes o obriga a atividades repetitivas e pouco ou
nada criativas. Por sua vez, na busca do sucesso e da riqueza,
há os que escolhem a profissão desviando-se de atividades que
poderiam ser mais prazerosas.
8 Segundo o autor, o fato de não podermos responder
de modo definitivo às perguntas “de onde viemos?” e
“para onde vamos?” nos leva a concluir que somos filhos
da dúvida, do mistério. No entanto, se a incerteza é fonte
de sofrimento, é também o pilar da nossa liberdade.
Apresentar os argumentos do autor e em seguida os
seus, quer seja para corroborá-los, quer seja para deles
discordar.
9 Aqueles que se sentem “donos da verdade” correm
o risco de atitudes fundamentalistas, do ponto de
vista moral, político ou religioso. Buscar no noticiário
exemplos desse tipo de comportamento.
Abrangendo os diversos aspectos, há fundamentalistas de todas
as religiões, sejam cristãos, muçulmanos ou de qualquer outra
enc sentidos.indd 1
fechadas de conduta e o combate a formas emancipatórias como
o feminismo, os movimentos gays etc. Do ponto de vista político,
Os sentidos da vida
as ditaduras e os partidos sectários não aceitam a divergência de
opiniões e, portanto, o pluralismo inerente à democracia.
10 Os fenômenos atuais da corpolatria (o endeusamento
do corpo), o consumismo (a busca desenfreada de bens Flávio Gikovate
materiais) e o culto da eterna juventude e da beleza física
podem ser indicativos do medo de envelhecer e morrer.
Discutir como as pessoas evitam abordar os temas da
velhice e da morte, tornando difícil o enfrentamento Colaboração de Márcio Vassallo
maduro dessas realidades inevitáveis em qualquer 3a edição reformulada
existência.
Dissertação Orientações pedagógicas e Sugestões de atividades
Maria Lúcia de Arruda Aranha
Fazer uma dissertação a partir das seguintes
citações:
Tema 1: “Ainda não estamos habituados com o mundo.
Nascer é muito comprido” (Murilo Mendes, escritor A OBRA
brasileiro).
Tema 2: “Sempre é difícil nascer. A ave tem que sofrer
para sair do ovo, isso você sabe. Mas volte a olhar para
trás e pergunte a si mesmo se foi de fato tão penoso o A partir de sua experiência como psicoterapeuta, o autor analisa as dificuldades que enfrentamos desde o
nascimento, no esforço de conviver com a dor e o prazer, inerentes à nossa existência. Poderemos desenvolver
caminho. Difícil apenas? Não terá sido belo também?”
o aprendizado da sabedoria na resolução dos conflitos se conseguirmos uma adequada relação entre sonho e
(Herman Hesse, escritor alemão) realidade, sem desconsiderar ou superestimar os obstáculos, os sofrimentos e prazeres com os quais sempre
deparamos. Esse desafio nos acompanha a vida toda e exige um trabalho de construção da nossa identidade, ao
mesmo tempo que reconhecemos a importância da convivência. Para esse trajeto, ao contrário das expectativas
Pesquisa de uma “receita” para o sentido da vida, o autor acentua a importância da elaboração de projetos de vida pessoais
Dividir a classe em grupos para pesquisar as diversas e únicos, que permitam o aprimoramento da subjetividade e do relacionamento com as pessoas e o ambiente
“tribos” urbanas contemporâneas, identificando os costumes em geral.
que as diferenciam dos hábitos convencionais (ideologia,
vestimentas, adereços, linguajar, músicas preferidas, locais
de encontro, tipos de lazer etc.). Em seguida, discutir a
que aspectos da sociedade essas pessoas se opõem e o que Flávio Gikovate nasceu em São Paulo, em 1943. É médico formado pela Universidade de São Paulo.
as leva a se “enturmar”. É pioneiro na publicação de trabalhos sobre a sexualidade humana.
Tem o programa No divã do Gikovate, na rádio CBN Brasil, aos domingos das 21 às 22 horas.
Site: http://www.flaviogikovate.com.br/site/index2.htm
3/12/09 2:41:08 PM

Temas abordados
• Dor e prazer • Vaidade e inveja • O egoísta, o generoso e o justo • Pessimismo e otimismo • Os sentidos da vida
• Projetos pessoais de vida • A importância do trabalho • Amor e sexo • O amor adulto • O bom relacionamento
social • O domínio do tempo • Maturidade emocional e moral • O medo da felicidade
Orientações pedagógicas
O s suplementos que acompanham os livros
da Coleção Polêmica têm a finalidade de auxiliar o
trabalho em sala de aula, dando subsídios para o melhor
aproveitamento do texto. Ainda mais quando se trata de
obras de leitura complementar, que visam justamente
aprofundar o conhecimento, ampliar o leque de análises
possíveis de determinados temas e abrir o horizonte dos
alunos em múltiplas direções.
As orientações pedagógicas e as sugestões de atividades
se fundamentam numa concepção contemporânea a
respeito do que seja a aprendizagem e, dentro desse vasto
espectro, o que é compreensão leitora. Em sintonia com
as exigências dos novos tempos, as atividades propostas
não se limitam à simples “devolução” mecânica do que
foi lido, porque o mundo de hoje exige muito mais do
que isso.
De fato, há tempos, os pedagogos advertem sobre
a importância de dar condições ao leitor para que ele
se aproprie de um texto de forma adequada e se torne
capaz de aplicar os conhecimentos adquiridos em
situações as mais diversas. Mas o que infelizmente tem
sido constatado em pesquisas educacionais realizadas
até mesmo por órgãos internacionais é que nem sempre
nossos jovens conseguem ser bons leitores.
Para reverter esse quadro, é preciso considerar que
a simples transmissão de informações não é suficiente,
embora com isso não estejamos menosprezando a
aprendizagem dos conteúdos. Estes são importantes,
desde que sua apreensão esteja ligada ao desenvolvimento
de competências, ou seja, à capacidade de utilizar, integrar e
mobilizar esses conhecimentos em novos contextos, diante dos
problemas e desafios que precisamos enfrentar, seja no
trabalho ou na vida pessoal e social.
Em função dos avanços tecnológicos e da constituição
de uma sociedade informatizada, as profissões nascem e
se modificam com velocidade surpreendente, e o excesso
de informações disponíveis exige uma educação diferente
da tradicional.
Dizendo de outro modo, no mundo do trabalho
precisamos de pessoas que tenham flexibilidade para
2 3
enc sentidos.indd 2
enfrentar rapidamente situações novas, com capacidade
inventiva e espírito de grupo. Diante da avalanche de
informações, que elas sejam críticas o suficiente para
selecioná-las e avaliá-las. Diante dos riscos de massificação,
que possam manter a autonomia do pensar e do agir.
É verdade que o desafio é grande e exige
mudanças de comportamento nas mais diversas áreas
de atuação. No que se refere ao nosso espaço de leitura,
as reflexões que podemos fazer a respeito se referem a
alguns pontos que passaremos a destacar.
Compreensão do texto
Compreender um texto supõe exercitar a disposição
de “ouvir o autor” (anterior à tentação de “polemizar”
com ele); perceber quais as ideias centrais do seu
pensamento e a maneira pela qual argumenta. Nessa
fase, é importante que o professor verifique se o leitor
sabe identificar o autor, a editora, se sabe consultar um
sumário, se faz anotações (como esquemas e fichamentos)
durante a leitura, se levanta as dificuldades de vocabulário
e se discrimina os conceitos fundamentais.
Interpretação e análise crítica
do texto
A interpretação e a crítica revelam dois momentos
posteriores à compreensão. Nessa fase começa-se a “ler
nas entrelinhas”, a identificar as posições do autor, os
valores subjacentes, a coerência da exposição, o que
significa estabelecer um diálogo com o autor, concordando
ou não com algumas argumentações desenvolvidas,
antepondo a elas as suas próprias visões de mundo.
Problematização
A problematização é uma espécie de coroamento do
trabalho intelectual de decifração de um texto. Nessa fase
é importante a contextualização, pela qual as informações
e os conceitos são confrontados com nossa experiência
de vida, com os problemas a serem enfrentados,
identificando as ressonâncias provocadas pela leitura,
vivificando-as, por assim dizer. De nada adianta acumular
conhecimentos se estes não nos servirem para nosso
cotidiano. Só assim poderemos dar significados ao mundo
e à nossa própria realidade.
Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade é a tentativa de superar a
compartimentalização das disciplinas, integrando os
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
Apresentamos algumas sugestões de atividades,
lembrando que elas poderão ser aproveitadas de diversas
maneiras, seja para seu uso integral, seja selecionadas
segundo o tempo disponível e as características dos
alunos. O professor poderá ainda inspirar-se nelas
para elaborar outras questões, de acordo com os
acontecimentos de sua comunidade.
Independentemente do tipo de questão sugerida,
poderão ser escolhidas as que demandam resoluções
simples ou solicitar que sejam feitos seminários ou
dissertações. O esforço da elaboração pessoal das próprias
ideias é fundamental para a autonomia do pensar.
Quando necessário, algumas questões são acompanhadas
de esclarecimentos cuja intenção é oferecer pistas que
ampliem o trabalho de pesquisa dos alunos.
É importante destacar que, ao lado do trabalho
individual, devem ser estimulados os debates, o confronto
de opiniões, as atividades em equipe: esse ainda é um
exercício de pluralismo, tão essencial à democracia.
1 A partir dos conceitos lidos, comentar o trecho
da crônica de Paulo Mendes Campos, “Para Maria das
Graças”:
“Toda pessoa deve ter três caixas para guardar humor:
uma caixa grande para o humor mais ou menos barato
que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa
média para o humor que a gente precisa ter quando
está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti
mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida,
para as grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões
os momentos perigosos em que estamos cheios de dor
conhecimentos esparsos em uma visão holística,
global. De fato, se no mundo contemporâneo
até as ciências rompem fronteiras com a criação
das chamadas ciências híbridas, também os
estudantes precisam ampliar o olhar além dos
enfoques precisos de uma determinada disciplina,
descobrindo a complementaridade entre as áreas
do saber.
Evidentemente, a ordem pela qual expusemos
esses diversos passos é apenas didática, cabendo ao
leitor não desprezar essas etapas, mas exercitá-las
sempre que possível. É dentro desse espírito que
sugerimos as questões seguintes.
ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar
que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos
umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as
grandes ocasiões”.
2 Analisar as mudanças ocorridas no comportamento
das mulheres após os movimentos da década de 1960 e
que desencadearam a “revolução sexual” e a “revolução
feminista”. A partir dessas constatações, discutir quais
teriam sido as dificuldades enfrentadas pelas mulheres
ao buscarem o sentido da vida, segundo o estereótipo de
feminilidade imposto até então pela tradição patriarcal.
3 Analisar o conceito de liberdade humana a partir
da citação do filósofo francês Jean-Paul Sartre: “O
importante não é o que fazem do homem, mas o que
ele faz do que fizeram dele”.
Discutir a capacidade humana de optar por seus caminhos a
partir da condição que lhe foi dada e que não lhe coube escolher:
época e lugar em que vive, família e sociedade a que pertence,
etnia, posses etc.
4 O filósofo holandês Spinoza escreveu: “Tive todo o
cuidado em não ridicularizar as paixões humanas, nem
lamentá-las ou detestá-las, mas compreendê-las”. A partir
da citação, discutir as referências que o autor faz no livro à
inveja e à vaidade – paixões inerentes a todo ser humano –
e o conceito de empatia, estabelecendo também a
distinção entre compreender e julgar as paixões.
5 Ao relacionar amor e posse, criticar os chamados
“crimes de paixão”.
3/12/09 2:41:08 PM

Temas abordados
• Dor e prazer • Vaidade e inveja • O egoísta, o generoso e o justo • Pessimismo e otimismo • Os sentidos da vida
• Projetos pessoais de vida • A importância do trabalho • Amor e sexo • O amor adulto • O bom relacionamento
social • O domínio do tempo • Maturidade emocional e moral • O medo da felicidade
Orientações pedagógicas
O s suplementos que acompanham os livros
da Coleção Polêmica têm a finalidade de auxiliar o
trabalho em sala de aula, dando subsídios para o melhor
aproveitamento do texto. Ainda mais quando se trata de
obras de leitura complementar, que visam justamente
aprofundar o conhecimento, ampliar o leque de análises
possíveis de determinados temas e abrir o horizonte dos
alunos em múltiplas direções.
As orientações pedagógicas e as sugestões de atividades
se fundamentam numa concepção contemporânea a
respeito do que seja a aprendizagem e, dentro desse vasto
espectro, o que é compreensão leitora. Em sintonia com
as exigências dos novos tempos, as atividades propostas
não se limitam à simples “devolução” mecânica do que
foi lido, porque o mundo de hoje exige muito mais do
que isso.
De fato, há tempos, os pedagogos advertem sobre
a importância de dar condições ao leitor para que ele
se aproprie de um texto de forma adequada e se torne
capaz de aplicar os conhecimentos adquiridos em
situações as mais diversas. Mas o que infelizmente tem
sido constatado em pesquisas educacionais realizadas
até mesmo por órgãos internacionais é que nem sempre
nossos jovens conseguem ser bons leitores.
Para reverter esse quadro, é preciso considerar que
a simples transmissão de informações não é suficiente,
embora com isso não estejamos menosprezando a
aprendizagem dos conteúdos. Estes são importantes,
desde que sua apreensão esteja ligada ao desenvolvimento
de competências, ou seja, à capacidade de utilizar, integrar e
mobilizar esses conhecimentos em novos contextos, diante dos
problemas e desafios que precisamos enfrentar, seja no
trabalho ou na vida pessoal e social.
Em função dos avanços tecnológicos e da constituição
de uma sociedade informatizada, as profissões nascem e
se modificam com velocidade surpreendente, e o excesso
de informações disponíveis exige uma educação diferente
da tradicional.
Dizendo de outro modo, no mundo do trabalho
precisamos de pessoas que tenham flexibilidade para
2 3
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enfrentar rapidamente situações novas, com capacidade
inventiva e espírito de grupo. Diante da avalanche de
informações, que elas sejam críticas o suficiente para
selecioná-las e avaliá-las. Diante dos riscos de massificação,
que possam manter a autonomia do pensar e do agir.
É verdade que o desafio é grande e exige
mudanças de comportamento nas mais diversas áreas
de atuação. No que se refere ao nosso espaço de leitura,
as reflexões que podemos fazer a respeito se referem a
alguns pontos que passaremos a destacar.
Compreensão do texto
Compreender um texto supõe exercitar a disposição
de “ouvir o autor” (anterior à tentação de “polemizar”
com ele); perceber quais as ideias centrais do seu
pensamento e a maneira pela qual argumenta. Nessa
fase, é importante que o professor verifique se o leitor
sabe identificar o autor, a editora, se sabe consultar um
sumário, se faz anotações (como esquemas e fichamentos)
durante a leitura, se levanta as dificuldades de vocabulário
e se discrimina os conceitos fundamentais.
Interpretação e análise crítica
do texto
A interpretação e a crítica revelam dois momentos
posteriores à compreensão. Nessa fase começa-se a “ler
nas entrelinhas”, a identificar as posições do autor, os
valores subjacentes, a coerência da exposição, o que
significa estabelecer um diálogo com o autor, concordando
ou não com algumas argumentações desenvolvidas,
antepondo a elas as suas próprias visões de mundo.
Problematização
A problematização é uma espécie de coroamento do
trabalho intelectual de decifração de um texto. Nessa fase
é importante a contextualização, pela qual as informações
e os conceitos são confrontados com nossa experiência
de vida, com os problemas a serem enfrentados,
identificando as ressonâncias provocadas pela leitura,
vivificando-as, por assim dizer. De nada adianta acumular
conhecimentos se estes não nos servirem para nosso
cotidiano. Só assim poderemos dar significados ao mundo
e à nossa própria realidade.
Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade é a tentativa de superar a
compartimentalização das disciplinas, integrando os
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
Apresentamos algumas sugestões de atividades,
lembrando que elas poderão ser aproveitadas de diversas
maneiras, seja para seu uso integral, seja selecionadas
segundo o tempo disponível e as características dos
alunos. O professor poderá ainda inspirar-se nelas
para elaborar outras questões, de acordo com os
acontecimentos de sua comunidade.
Independentemente do tipo de questão sugerida,
poderão ser escolhidas as que demandam resoluções
simples ou solicitar que sejam feitos seminários ou
dissertações. O esforço da elaboração pessoal das próprias
ideias é fundamental para a autonomia do pensar.
Quando necessário, algumas questões são acompanhadas
de esclarecimentos cuja intenção é oferecer pistas que
ampliem o trabalho de pesquisa dos alunos.
É importante destacar que, ao lado do trabalho
individual, devem ser estimulados os debates, o confronto
de opiniões, as atividades em equipe: esse ainda é um
exercício de pluralismo, tão essencial à democracia.
1 A partir dos conceitos lidos, comentar o trecho
da crônica de Paulo Mendes Campos, “Para Maria das
Graças”:
“Toda pessoa deve ter três caixas para guardar humor:
uma caixa grande para o humor mais ou menos barato
que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa
média para o humor que a gente precisa ter quando
está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti
mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida,
para as grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões
os momentos perigosos em que estamos cheios de dor
conhecimentos esparsos em uma visão holística,
global. De fato, se no mundo contemporâneo
até as ciências rompem fronteiras com a criação
das chamadas ciências híbridas, também os
estudantes precisam ampliar o olhar além dos
enfoques precisos de uma determinada disciplina,
descobrindo a complementaridade entre as áreas
do saber.
Evidentemente, a ordem pela qual expusemos
esses diversos passos é apenas didática, cabendo ao
leitor não desprezar essas etapas, mas exercitá-las
sempre que possível. É dentro desse espírito que
sugerimos as questões seguintes.
ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar
que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos
umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as
grandes ocasiões”.
2 Analisar as mudanças ocorridas no comportamento
das mulheres após os movimentos da década de 1960 e
que desencadearam a “revolução sexual” e a “revolução
feminista”. A partir dessas constatações, discutir quais
teriam sido as dificuldades enfrentadas pelas mulheres
ao buscarem o sentido da vida, segundo o estereótipo de
feminilidade imposto até então pela tradição patriarcal.
3 Analisar o conceito de liberdade humana a partir
da citação do filósofo francês Jean-Paul Sartre: “O
importante não é o que fazem do homem, mas o que
ele faz do que fizeram dele”.
Discutir a capacidade humana de optar por seus caminhos a
partir da condição que lhe foi dada e que não lhe coube escolher:
época e lugar em que vive, família e sociedade a que pertence,
etnia, posses etc.
4 O filósofo holandês Spinoza escreveu: “Tive todo o
cuidado em não ridicularizar as paixões humanas, nem
lamentá-las ou detestá-las, mas compreendê-las”. A partir
da citação, discutir as referências que o autor faz no livro à
inveja e à vaidade – paixões inerentes a todo ser humano –
e o conceito de empatia, estabelecendo também a
distinção entre compreender e julgar as paixões.
5 Ao relacionar amor e posse, criticar os chamados
“crimes de paixão”.
3/12/09 2:41:08 PM
 Além dos aspectos analisados no livro, de crítica ao ciúme
possessivo, analisar a mentalidade social em que até pouco
tempo justificava-se (inclusive na justiça) o crime que “lavava a
honra” do marido, e as mudanças em direção a uma nova postura
segundo a qual “quem ama não mata”.
6 Existem indivíduos que permanecem imaturos como
crianças que desejam tudo “aqui e agora”. Discutir como
a relação humana com o tempo resulta de um esforço
de educação moral.
Analisar as nuanças segundo as quais a postergação do prazer
não significa necessariamente renúncia ou ascetismo, mas decorre
da qualidade moral de respeito a si e aos outros.
7 O trabalho é fonte de prazer quando nos preenche
intelectualmente, ocupa nossa mente com assuntos
objetivos e interessantes, e quando nos tornamos
criativos ao buscar melhores resultados nas atividades que
desafiam nossa imaginação. No entanto, nem sempre é
esse o panorama que nos oferece a sociedade, quando o
trabalho é alienante. Discutir quais são as formas possíveis
dessa alienação.
Avaliar em que medida a “lógica do mercado” impõe padrões
que cerceiam a inventividade do trabalhador, sua autonomia,
e que muitas vezes o obriga a atividades repetitivas e pouco ou
nada criativas. Por sua vez, na busca do sucesso e da riqueza,
há os que escolhem a profissão desviando-se de atividades que
poderiam ser mais prazerosas.
8 Segundo o autor, o fato de não podermos responder
de modo definitivo às perguntas “de onde viemos?” e
“para onde vamos?” nos leva a concluir que somos filhos
da dúvida, do mistério. No entanto, se a incerteza é fonte
de sofrimento, é também o pilar da nossa liberdade.
Apresentar os argumentos do autor e em seguida os
seus, quer seja para corroborá-los, quer seja para deles
discordar.
9 Aqueles que se sentem “donos da verdade” correm
o risco de atitudes fundamentalistas, do ponto de
vista moral, político ou religioso. Buscar no noticiário
exemplos desse tipo de comportamento.
Abrangendo os diversos aspectos, há fundamentalistas de todas
as religiões, sejam cristãos, muçulmanos ou de qualquer outra
enc sentidos.indd 1
crença, e se caracterizam pelo desejo fanático de fazer prevalecer
suas convicções de fé e moralidade. Daí a impossibilidade de regras
fechadas de conduta e o combate a formas emancipatórias como
o feminismo, os movimentos gays etc. Do ponto de vista político,
Os sentidos da vida
as ditaduras e os partidos sectários não aceitam a divergência de
opiniões e, portanto, o pluralismo inerente à democracia.
10 Os fenômenos atuais da corpolatria (o endeusamento
do corpo), o consumismo (a busca desenfreada de bens Flávio Gikovate
materiais) e o culto da eterna juventude e da beleza física
podem ser indicativos do medo de envelhecer e morrer.
Discutir como as pessoas evitam abordar os temas da
velhice e da morte, tornando difícil o enfrentamento Colaboração de Márcio Vassallo
maduro dessas realidades inevitáveis em qualquer 3a edição reformulada
existência.
Dissertação Orientações pedagógicas e Sugestões de atividades
Maria Lúcia de Arruda Aranha
Fazer uma dissertação a partir das seguintes
citações:
Tema 1: “Ainda não estamos habituados com o mundo.
Nascer é muito comprido” (Murilo Mendes, escritor A OBRA
brasileiro).
Tema 2: “Sempre é difícil nascer. A ave tem que sofrer
para sair do ovo, isso você sabe. Mas volte a olhar para
trás e pergunte a si mesmo se foi de fato tão penoso o A partir de sua experiência como psicoterapeuta, o autor analisa as dificuldades que enfrentamos desde o
nascimento, no esforço de conviver com a dor e o prazer, inerentes à nossa existência. Poderemos desenvolver
caminho. Difícil apenas? Não terá sido belo também?”
o aprendizado da sabedoria na resolução dos conflitos se conseguirmos uma adequada relação entre sonho e
(Herman Hesse, escritor alemão) realidade, sem desconsiderar ou superestimar os obstáculos, os sofrimentos e prazeres com os quais sempre
deparamos. Esse desafio nos acompanha a vida toda e exige um trabalho de construção da nossa identidade, ao
mesmo tempo que reconhecemos a importância da convivência. Para esse trajeto, ao contrário das expectativas
Pesquisa de uma “receita” para o sentido da vida, o autor acentua a importância da elaboração de projetos de vida pessoais
Dividir a classe em grupos para pesquisar as diversas e únicos, que permitam o aprimoramento da subjetividade e do relacionamento com as pessoas e o ambiente
“tribos” urbanas contemporâneas, identificando os costumes em geral.
que as diferenciam dos hábitos convencionais (ideologia,
vestimentas, adereços, linguajar, músicas preferidas, locais
de encontro, tipos de lazer etc.). Em seguida, discutir a
que aspectos da sociedade essas pessoas se opõem e o que Flávio Gikovate nasceu em São Paulo, em 1943. É médico formado pela Universidade de São Paulo.
as leva a se “enturmar”. É pioneiro na publicação de trabalhos sobre a sexualidade humana.
Tem o programa No divã do Gikovate, na rádio CBN Brasil, aos domingos das 21 às 22 horas.
Site: http://www.flaviogikovate.com.br/site/index2.htm
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