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SERGIO PORTO

Biografia: Sérgio Marcus Rangel Porto (Rio de Janeiro, 11 de


janeiro de 1923 — 30 de setembro de 1968) foi um cronista, escritor, radialista,
comentarista, teatrólogo, jornalista, humorista, ex-funcionário do Banco do
Brasil e compositor brasileiro. Era mais conhecido por
seu pseudônimo Stanislaw Ponte Preta.

Obras

Como Stanislaw Ponte Preta


Primo Altamirando e Elas (1962)
Rosamundo e os Outros (1963)
Garoto Linha Dura (1964)
Febeapá - Festival de Besteiras Que Assola o País (1966)
Febeapá 2 (Segundo Festival de Besteiras Que Assola o Pais) (1967)
Na Terra do Crioulo Doido (1968)
Febeapá 3 (1968)
A Máquina de Fazer Doido (1968)
Como Sérgio Porto (com o seu nome publicou apenas quatro obras)
Pequena História do Jazz, (1953)
O Homem ao Lado (1958)
A Casa Demolida (reedição, com acréscimos, de O Homem ao Lado 1963)
As Cariocas (1967)
Stanislaw Ponte Preta - A Velha Contrabandista

Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela
fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da
Alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha.

Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou
ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:

- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás.
Que diabo a senhora leva nesse saco?

A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela
adquirira no odontólogo, e respondeu:

- É areia!

Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha
saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e
dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela
montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.

Mas o fiscal desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no
outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou
na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que
ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era
mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o
que ela levava no saco era areia.

Diz que foi aí que o fiscal se chateou:

- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa
coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é
contrabandista.

- Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o


fiscal propôs:

- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo,
não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a
senhora está passando por aqui todos os dias?

- O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha.

- Juro - respondeu o fiscal.

- É lambreta.
Uma flor de menina

(Parodia de Stanislaw Ponte Preta)

Era uma flor de menina que vivia andando de bicicleta, todos os dias ela passava na
frente da delegacia, sempre com uma cesta na traseira de sua bicicleta. eu e os meus
companheiros - sempre muito cansados – desconfiamos.

Um dia que ela vinha pedalando com sua cesta atrás, minha companheira mandou - a
parar, então ela parou e logo em seguida minha companheira falou assim:

- Ei menina, você passa por aqui todos os dias, com essa cesta , O que tem aí
dentro ?.

Ela olhou e sorriu, e respondeu:

- São flores.

Ai quem sorriu foi a minha colega. E falou que não havia flores algumas e que mandou
a menina sair da bicicleta para que ela pudesse olhar a cesta. E a menina saiu, então
ela foi olhar a cesta e somente havia flores. Muito desconfiada mandou a menina ir
embora. Que então pegou a sua bicicleta foi.

Mas ainda desconfiada que talvez ela pudesse levar algo de errado naquela cesta. No
dia seguinte quando a menina passava com a sua bicicleta e sua cesta, minha colega
mandou - a parar novamente . E perguntou o que tinha na cesta e ela disse que eram
Flores, oxi ! minha colega olhou e realmente eram flores. Isso durou durante um mês
seguido e todas as vezes que a menina passava só levava flores.

E foi aí que minha colega começou a se chatear.

- Olha, menina, eu sou policial a muito tempo. Sei de coisas que você não imaginaria e
eu não consigo tirar da cabeça que você traz algo de errado nessa sexta

- Mas são só flores - insistiu a menina - que já pegava sua bicicleta para ir embora.

- Olha, menina, eu prometo que deixo você passar. E não te denuncio, não
aprendendo nada e também não conto para ninguém, mas por favor me diga qual é a
coisa errada que você está passando por aqui todos os dias.

- Você promete que não contar para ninguém? - perguntou a menina.

- Não vou contar a ninguém - respondeu minha colega.

- É a bicicleta.

Gabrielly Eduarda 25/11/2019

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