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e

L tras
d i g i t a i s
Teses e Disser tações originais em formato digital

a p r o s a
st u d o d
Um e l : s u b sí d i o s
c io n a
institu r o c r at i z a ç ã o
a d e s b u
para t i ca
lin g u í s
s d e S o u z a
R od r i gu e
Neide
Mendonça
1985

Programa de
Pós-Graduação
em Letras
Ficha Técnica

Coordenação do Projeto Letras Digitais


Angela Paiva Dionísio e Anco Márcio Tenório Vieira (orgs.)

Consultoria Técnica
Augusto Noronha e Karla Vidal (Pipa Comunicação)

Projeto Gráfico e Finalização


Karla Vidal e Augusto Noronha (Pipa Comunicação)

Digitalização dos Originais


Maria Cândida Paiva Dionízio

Revisão
Angela Paiva Dionísio, Anco Márcio Tenório Vieira e Michelle Leonor da Silva

Produção
Pipa Comunicação

Apoio Técnico
Michelle Leonor da Silva e Rebeca Fernandes Penha

Apoio Institucional
Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação em Letras
Apresentação

Criar um acervo é registrar uma história. Criar um acervo digital é dinamizar a


história. É com essa perspectiva que a Coordenação do Programa de Pós-Graduação
em Letras, representada nas pessoas dos professores Angela Paiva Dionisio e Anco
Márcio Tenório Vieira, criou, em novembro de 2006, o projeto Letras Digitais: 30
anos de teses e dissertações. Esse projeto surgiu dentre as ações comemorativas
dos 30 anos do PG Letras, programa que teve início com cursos de Especialização
em 1975. No segundo semestre de 1976, surgiu o Mestrado em Linguística e Teoria
da Literatura, que obteve credenciamento em 1980. Os cursos de Doutorado em
Linguística e Teoria da Literatura iniciaram, respectivamente, em 1990 e 1996. É
relevante frisar que o Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE, de longa
tradição em pesquisa, foi o primeiro a ser instalado no Nordeste e Norte do País. Em
dezembro de 2008, contava com 455 dissertações e 110 teses defendidas.

Diante de tão grandioso acervo e do fato de apenas as pesquisas defendidas a partir


de 2005 possuirem uma versão digital para consulta, os professores Angela Paiva
Dionisio e Anco Márcio Tenório Vieira, autores do referido projeto, decidiram
oferecer para a comunidade acadêmica uma versão digital das teses e dissertações
produzidas ao longo destes 30 anos de história. Criaram, então, o projeto Letras
Digitais: 30 anos de teses e dissertações com os seguintes objetivos:

(i) produzir um CD-ROM com as informações fundamentais das 469


teses/dissertações defendidas até dezembro de 2006 (autor, orientador, resumo,
palavras-chave, data da defesa, área de concentração e nível de titulação);
(ii) criar um Acervo Digital de Teses e Dissertações do PG Letras, digitalizando
todo o acervo originalmente constituído apenas da versão impressa;
(iii) criar o hotsite Letras Digitais: Teses e Dissertações originais em formato
digital, para publicização das teses e dissertações mediante autorização dos
autores;
(iv) transportar para mídia eletrônica off-line as teses e dissertações digitalizadas,
para integrar o Acervo Digital de Teses e Dissertações do PG Letras, disponível
para consulta na Sala de Leitura César Leal;
(v) publicar em DVD coletâneas com as teses e dissertações digitalizados,
organizadas por área concentração, por nível de titulação, por orientação etc.

O desenvolvimento do projeto prevê ações de diversas ordens, tais como:

(i) desencadernação das obras para procedimento alimentação automática de


escaner;
(ii) tratamento técnico descritivo em metadados;
(iii) produção de Portable Document File (PDF);
(iv) revisão do material digitalizado
(v) procedimentos de reencadernação das obras após digitalização;
(vi) diagramação e finalização dos e-books;
(vii) backup dos e-books em mídia externa (CD-ROM e DVD);
(viii) desenvolvimento de rotinas para regularização e/ou cessão de registro de
Direitos Autorais.

Os organizadores
a p r o s a
e s t u d od
Um s u bs í d ios
u c io n al:
instit at i z aç ão
es b u r o cr
para a d u í s tica
li n g z a
s de S ou
id e R o dr i gue
Ne
Mendonça
1985

Copyright © Neide Rodrigues de Souza Mendonça, 1985


Reservados todos os direitos desta edição. Reprodução proibida, mesmo parcialmente,
sem autorização expressa do autor.
Programa de PÓS ~ G r~td uação
em Letras e l~lnglll;z,tlC~

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO


CENTRO DE ARTES E COMUNICACAO
,

UM ESTUDO DA PROSA INSTITUCIONAL. SUBSIDIOS


PARA A DESBUROCRATIZACÃO, LINGüíSTICA

NEIDE RODRIGUES DE SOUZA MENDONCA,

DISSERTACAO
, DE MESTRADO

Apresentada ao Programa de Pôs-Graduação em Letras e


LingUfstica da UFPE para obtenção do Grau
de Mestre em LingOfstica
,rama de pós-Graduaçio
em Letras e Linguístíca
UFPE
PrOiSfnma de Pós-Graduação
em LeLms e Linguística
UFPE

IIIlest possible de penser que toute science

est un phenomene du type IItraductionll• En


INTRODUÇAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. VIII
1 - DESBUROCRATIZAÇAO E DESBUROCRATIZAÇAO LINGÜISTICA.

2 - CARACTERISTICAS FORMAIS DAS LINGUAGENS JURIOICA E BU


ROCRJ\T ICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 16
A Importância do Estudo das Linguagens Jurldica e Bu
rocrática para a Diversificação do Objeto das Pesqu~

3.3. Fatores que Contribuem para Mudar a


Burocrática .... " ...

4 - A SIMPLIFICAÇAO COMO PROCESSO LINGOISTICO


INTRODUCAO
,

Hâ cerca de vinte e cinco anos, os dirigentes de 6rgãos go-


vernamentais e empresariais descobriram que o silêncio não e de
ouro, que os mal-entendidos germinam em atmosfera de sigilo e
que as empresas publicas ou privadas, como qualquer outra insti
tuição em um regime democrãtico, só podem pro~redir quando con-
seguem obter a aquiescência do publico para a sua politica ad

dustriãrios, funcionãrios, fornecedores, compradores ou acioni~


tas. Tal descoberta esta associada ao crescimento dessas insti
tuições, nos Estados Unidos, d~pois da depressão de 1930, quan-
do os órgãos governamentais se expandiram, os sindicados de tra
balhadores passaram a atuar efetivamente e a especialização flo
resceu com o avanço tecnolõgico.
Começaram os administradores a tentar comunicar-se, entre si
e com seus subordinados. Aperfeiçoaram os m~todos de dar ordens.
vas de comunicação. Ou porque os redatores eram advogados que
transpunham para a sua redação as caracterlsticas formais da
linguagem juridica, de dificil decodificação, ou porque eles e-
ram tecnicos cuja experiência profissional não os capacitava a
redigir com eficãcia comunicativa. Assim, os dirigentes de em -
presas e instituições publicas ou privadas de toda especie pas-
saram a se interessar pela resolução de problemas comunicacio-
nais.
E eles sao numerosos, pois, alem dos regulamentos e normas,
a administração moderna. em suas comunicações descendentes (~
quelas que partem. na pirâmide de cargos, do mais graduado para
o menos graduado). utiliza mensagens individuais, circulares,
manuais do empregado e outros, quadro de avísos. cartazes, sin~
lização, cartas informativas da direção e da supervisão, mensa-
gens inseridas nos envelopes de pagament0. relat6rios anuais p!
ra empregados, jornais. revistas. boletins informativos e uma
serie de outros veiculos escritos.
A importância da melhoria nas comunicações administra~vas au
mentaria quando se descobriu. logo ap6s a 11 Guerra Mundial, que
uma organização seria mais eficiente se se elevasse o moral dos
empregados e se aperfeiçoasse a comunicação com eles. Embora a
relação entre elevação do moral e eficiência empresarial fosse
negada mais tarde pela prãtica, tal crença impulsionou os pri -
meiros estudos visando a uma maior eficácia desses documentos,
aprimoramento esse que o continuo crescimento e complexificação
estrutural das organizações atuais justifica.
Em conseqOência, comunicologos. administradores, sociõlogo~
lingUistas. psic61ogos sociais, antropólogos, filologos entra-
ram em campo com seus conhecimentos e instrumentos de pesquisa
~ara resolver alguns dos problemas comunicacionais ligados
hipertrofia do regime burocrâtico.

junho de 1979, o Programa Nacional de Desburocratização, com o


slogan: "Serviço publico e servir ao publico".l
o Programa preocupou-se sobretudo com a quantidade e o trânsi
to dos papeis, e a diminuição de leis e regu~amentos que deter-

co em geral.
Entretanto, a linguagem burocr~tica nao foi objeto de cuida-
dos especiais e veio a reboque. O Programa ~acional de Desburo-
cratizaçâo se IIpropõe a promover uma transformação cultural, (e)
sua linguagem, endereçada diretamente ao usuário e ao servido~
nao pode ser a cientlfica. que está nos livros tecnicos, e sim
a popular. que estâ na mente do pOVOIl.2 Mas nenhuma indicação
existe sobre as caracterlsticas da linguagem popular ou de como
operacionalizar tal mudança lingUlstica. As observações
nas generalidades que não permitem uma mudança efetiva.
Portanto, um estudo cientlfico da linguagem burocrática faz-
se necessârio, D que exige conhecimentos de lingUlstica. Essp. ê
o objetivo de nosso trabalho, indispensãvel para a complementa-
ção do citado Programa que preferiu tangenciar a dimensão 1in-
gUIstica do problema.

rios de seus pronunciamentos que "a burocracia e a negação da


democraciall.3 Concordamos com ele e, como consideramos que to-
do falante nativo que consegue ler textos destinados a um publl
co de baixa escolarização tem o direito de compreender os tex-
tos escritos que lhe dizem respeito, sobretudo aqueles necessa-

rios ao seu desempenho na sociedade, optamos pelo estudo da pr~

sa institucional - o "burocratêsll - , vertente lingOistica do

eliminar o descompasso entre a linguagem dos papéis da adminis-

tração publica e a linguagem da maioria do povo brasileiro que

caracterlsticas dessa modalidade especlfica do português escri-

to: o burocratês, subvariedade da linguagem juridica.

I
linguagem

dias para uma polltica s6cio-comunicativa de elaboração de tey-

tos oficiais e não-oficiais.


Nossa pesquisa ficarã limitada aos problemas da clareza, da

inteligibilidade e da economia, em textos oriundos de institui-

ções publicas e privadas e destinadas a pGblico leigo. Caracte~


rizaremos a desburocratização lingUistica como essencial para a
simplificação da vida administrativa do pais, fator necessãrio

ã democracia, que exige conscientização dos problemas e partic!


~mplificação burocrãtica passa pela simplificação lingOlstica,

que se conseguirá quando os que produzem os documentos institu-

cionais tomarem consci~ncia dessa necessidade.

A investigação ê veiculada por um corpus lingOlstico obtido

em textos administrativos e publicações de instituições publi -


cas e privadas. Descreveremos, à luz da lingOlstica contemporâ-
nea, aspectos do léxico (uso de jargão e dos termos tecnicos)da
sintaxe (abuso das nominalizações, da passiva e perlodos com-

plexos com várias orações intercaladas)e da semântica (uso de

palavras comuns com significados incomuns) da linguagem burocri

tica. Caracterizaremos a simplificação como processo lingOlst~

co (textual), cuja aplicação trará como resul tados a produção de

documentos institucionais mais acesslveis a publico leigo.


Nosso prop6sito ê a busca de soluções que permitam a redação

de textos de prosa institucional em linguagem simplificada e

adequada ao publico a que se destinam. Seria desejável, mas in-

viável aos prop6sitos de nosso trabalho, fazer-se tamb~m um es-

forço de sensibilização junto às instituições privadas e gover-

namentais para alertâ-las da necessidade de uma modificação na

redação dos materiais lingOlsticos produzidos. Poder-se-ia tam


b~m atuar junto ãs escolas de 29 grau e ãs universidades para

que essas ofereçam, em seus cursos de llngua portuguesa, experi-

~ncia de redação cientlfica que prime pelos atributos da clare-

za, inteligibilidade e economia.


Curiosamente, as universidades brasileiras nao oferecem ain
da cursos de Portugu~s Instrumental, a exemplo do que ocorre re

lativamente a linguas estrangeiras, como o ingl~s e o franc~s.


Quando as necessidades de comunicação escrit~ de futuros profi~
sionais de ãreas diversas (administração, ciências e tecnologias)
XII
solver problemas, a hipertrofia burocrãtica p3SS0U a gerã-los,

tornando-se um sistema administrativo no qual a necessidade de


')
J
seguir procedimentos cumplexos impede ações eficazes •

Mais preocupados com os processos administrativos que com os

resultados, o sistema burocrãtico passou a S2r um elemento im-

do pela centralização, formalismo, falta de ~onfiança nos cida

dãos e complicação administrativa, esse sistema gerou um descom

ro: confiança e simplicidade.

O abuso da centralização concorreu para a padronização das

soluções dos problemas nacionais, o que provocou o fracasso de

muitas das provid~ncias tomadas., porque não se pode aplicar so-

excessivo conduziu a- presunçao - de que uma coisa so- acontece real

mente depois que se transforma em documento. Os papeis passaram

a predominar sobre os fatos. A desconfiança nOS cidadãos, alem

com "complicação ou morosidade no desempenho do serviço admini~


trativo,,4, pape16rio, excesso de formalismo, perda de tempo, i~

sensibilidade, carimbo, protocolo, despachos não-conclusivos.} pr~

cessos volumosos e despesas inuteis. O descontentamento de to-

dos, inclusive do funcionãrio comum, que tamb~m ê v~tima do

processo, conduziu ã necessidade da desburocratização.

Contrariamente ao que alguns possam pensar, desburocratizar


uma complexa rede de informações, independentes de
sua aparencia externa, que operam como um conjunto
de funções de decisão. Da mesma forma, a moderna Teo
ria da Administração, ao receber as organizações c~
mo sistemas complexos, probabillsticos e homeost~ti-
cos, permite estabelecer uma analogia rica em con-
clusões, entre as organizações e os seres vivos."

arquivou suas pretensões e a cidade continuou com seus probl~


mas. Prefeito e povo tinham sido derrotados pelo tecnoleto da

No dia 13.05.84, o mesmo jornal publicava uma materia com

este tltulo: "Siglas e n~meros s6 confundem omutuãrio que vi-


ll
ve em pesadelo • No texto, o rep6rter cita algunas siglas que

o "mutuãriotl (em linguagem burocrãtica significa aquele

SFH, BNH. Alem desses, outros fantasmas povoam os pesadelos

dos infelizes compradores de casa própria: Tabela Price, Resl-

duo da Olvida, Fundo de Compensação das Variações Salariais,


gir para decifrar os atos administrativos e as resoluções gove~

namentais que regem o contrato com o BNH? Segundo Marcos Jus-

ponlveis, o mutuârio precisa de alguem altamente especializ~

Que a burocratização das instituições tornou-se um problema


a ser resolvido ê opinião de todos: povo e governo. O povo, po~

que sente na pele os entraves que o mecanismo burocrâtico colo-

110 exagerado apego ao formalismo (inclu1mos aqui o


forma1ismo lingUTstico) responde pelo abuso de, na
Administração P~b1ica, conferir-se mais importância
ao documento (e ã linguagem, acrescentamos nós) do
que ao f a to, c o mos e a v i da f os s e f e i ta de p a p ê i s (e
- ,,10
pa 1 avras ) e nao de pessoas e fatos.
dicionou a organização social. Segundo o jurista Raimundo Fao

ro, IIdesde o primeiro século da nossa história, a realidade se

faz.e se constrói atraves de decretos, alvarâs e ordens re-

gias.1I 12 Isso -
nao e- estranhavel
-
por ter sido.o Brasil uma ter

ra cuja colonização foi um empreendimento de Estado, atribuldo p~


10 governo português a pessoas dignas de confiança da coroa,que

deveriam consolidar a posse do território e fazer com que a ex

ploração da terra propiciasse beneflcios econ~micos~ Portugal.

Não ocorreu no Brasil o que aconteceu em outros nucleos de

colonização, onde uma parte de um povo emigrou espontaneamente

para se fixar em outro lugar, em busca de uma vida melhor, e

ali criou suas próprias instituições. Nesse caso, foi a socie-


dade que instituiu a Autoridade. No Brasi 1, foi a ,Autoridade

que fundou e moldou a Sociedade e continua a fazê-lo.

pouco mudou. Graças ~ nossa tradição bacharelesca,formallstica,

a burocracia no Brasil ê toda escrita. Obedece a leis, decre-

tos, regulamentos e portarias que determinam tudo minuciosamen-

te. Não foi aleatório o fato de terem sido as primeiras esco-

las superiores do pals duas Faculdades de Direito: a de Olinda

e a de São Paulo. Era importante para os colonos formarem filhos


que entendessem da legalização das terras dadas pelo rei de

Portugal ou das que eles se apoderaram simplesmente pela ocup~


çao.

Foram também os filhos dos colonos formados nas

sa nacionalidade, o sistema administrativo foi dirigido por

bachareis em Direito, egressos das classes dominantes economi

lismo bacharelesco, da desconfiança e da tutela para com os

que não fazem parte da or9-anizaç,ão burocrãti ca.

da burocracia, baseadas na tradição jurldico-formal, esses es-


colhidos do sistema governamental têm sabido manter-se substan
cialmente intactos atraves dos seculos, sem respeitar os con -

tuições. Apesar das mudanças pelas quais passou o pals, o cida

dão brasileiro "continua a ser tratado pelas instituições gove~


namentais não como cidadão, mas como sudito.,,13

A burocracia não e apenas o tipo de organização do Estado mo

derno. Ela se estende tambem às instituições particulares, co

impessoais e racionais que têm como objetivo principal a efi-

ciência máxima. Talvez o melhor exemplo de burocratização este


pessoas entre os que dirigem (decisao) e os que sao dirigidos

Jexecuçao). Isso coriduz ã vit6ria de uma categoria de chefes

que, em nome de uma organizaçao burocratica que satisfaça a

todos, canaliza as energias dos demais para o trabalho organiz~

tivo que eles, os dirigentes, sabem e podem p€nsar, e que os de

Para fazer funcionar essa engrenagem, e adotado um tipo de

linguagem cristalizada sob a forma de atos, relat6rio$, memo-

randos, avisos, manuais, que tratam de problemas de competência

circunscrita. A palavra livre e criadora e negada e as ordens

em participaçao de todos, impõe uma mudança no sistema adminis-

trativo, desburocratizando-o tanto quanto posslvel. E essa mu-


dança passa tambem pela desburocratizaçao lingOlstica, pois a

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Pós - . G r ,.fi, d 11a ç ã ú
em L"lrus e Lll1gu1;:;tlca
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produzidos por tais instituições. Em um dos ~ais consagrados ma

nuais de estilo dos Estados Unidos, em nTvel universitãrio, F.


Crews, professor titular de inglês da Universidade da Califõ;-

nia, em Berkeley, dã a definição de burocratês como linguagem

inflada que faz parecer importante aquilo que nao e, usada em

documentos de empresas pGblicas e privadasl

gem usada por advogados, m~dicos e burocratas ~ de difTcil com-

preensao, mas que, pelo menos, para os advogados e m~dicos, uma


rldica e concluiu que a teoria lingOlstica e extremamente útil
para resolver os problemas legais envolvendo o uso da llngua ma
terna.

Labov (1975) estudou aspectos da incompreensibilidade relóti


va~ aplicando a lingillstica a problemas do mundo real envolven-
do a linguagem.
Há poucos estudos empiricos sobre a linguagem jurldica. O

(1979) sobre a compreensão, pelos jurados, das instruções do j~


ri. Usando metodos da psicolingillstica e da analise do discur-
so~ os investigadores conclulram que, nao sõ a linguagem jurldl
ca e 'difTcil de ser compreendida pelos jurados, como tamb~m Po!
sui aspectos lexicais, sintaticos e da organização do discurso
que lhe são peculiares contribuindo para dificultar a compreen-
são. Demonstraram também que se poderia aumentar a compreensao

pela linguagem jurldica; Os antropõlogos O'Barr et alii (1975),


OIBarr & Conlay (1976) fizeram uma serie de estudos sobre o es-
tilo do discurso nos tribunais do júri. O sociólogo Danet (1980a)

ções importantes feitas pela defesa. Danet (1980b) tambêm se


preocupou com o papel social da lei e da linguagem.
Na area da linguagem burocratica, houve poucos estudos des -
critivos.5 Todos têm como base a llngua inglesa.
1 - No nivel do discurso, a 1 inguagem burocrãtica,e também a

elas evitam os pronomes desobedecendo ãs regras lingUlsticas da


anãfora, não so dentro do perlodo, como tambem na relação inte~
pronominal. Nos contratos de locação, apõlices de seguro e ou-

listas numeradas que não nos indicam a importância relativa e


a seqüência lógica das mesmas.
Charrow & Redi;~ (1980) apontam como earacteristiea dos doeu
mentos juridicos e burocráticos não possulrem estes um contex-
to, informação que permitiria ao leitor relacionar o que ele
lê no documento com a sua experiên~ia pessoal, ou que 0 alerta
ria para que não relacionasse o que estã'escrito com noções pre-

que e especIfica das linguagensjuridicâ.eburocrãtica, e a repe-


tição da mesma informação com estrutura frasal diversa e com p!
lavras diferentes. As instrruções dadas aos jurados são um bom

mação anterior.
Resumindo, a nivel do discurso, a linguagem juridica pdrece
violar a mâxima de Grice quanto ã quantidade6
Para'Charrow,os discursos jurldico e burocrático são estruturados dife-
documentos institucionais escrevem-nos a partir do ponto de vis

ta do escritor, tornando-os ilógicos quando considerados do po~

to de vista do leitor. Como exemplo, citemos os regulamentos que,

cri tos, às vezes, como documentos cronolõqicos, regi strando as

2 - No _n" y e_~_ s i nt â_!i~~, a p r o s a i n s t i tu c i o n a 1 p o s s u i c a r a c t~


rlsticas pouco usuais. Ela se caracteriza pelo abuso de:

- P a s s ; v as: 11a) o sob j e t i vos p e r 111 a n e n t e s d o P L A.NAS A f oi.~rn__rf1_~_~J:l-

~~~~~.or~.~E o seu fundamento polltico [ J o BNH teve


consolidadas as suas funções de órgão central [ J as metas

f o r a m a m p 1 i a d a s. [ ... ] a s me tas p r io r i tã r ia 5 f2.~.~


.c~~.:..~_~
(::: f ~
ramJixada.,~)no atendimento às regiões metropolitanas [ ... J.1I7

Na linguagem da burocracia, quase nunca alguém faz algo. As

coisas acontecem e o autor da ação estã ligeiramente implica-


do nela. Assim, ninguém menciona coisa alguma; menção ê feita

a ela. O autor real não e absolutamente uma pessoa, mas usa


8
essa grande força mlstica chamada empresa.

Passivas truncadas: IIPor isso, julgamos conveniente seja tra-


- .- - . ,,9
.ta das c o m v i s tas a sua t r a m i t a ç a o, e 111 r e i rn e deu r enc 1 a .

- g r a ç õ~ !_~.:.' 11A s n o v a s me tas,


s p a r t!_~J_e_i..~_ a r o v a das n a que 1 a
oportunidades visam a: 1) atender, ate 1980, com âgua potâ-
10
vel, a mais de 80% da população urbana."

N o m i n a 1 i z a ç õ e ~ : "~~_0~_~~_~~S~.<2. d a v i a b i 1 i d a d e g 1 o b a 1 dos is -
decorre do fortalecimento das Companhias Estaduais de Sanea -

f ix a ç ã o de t a r i f a s i n d i s p e ns ã ve i s9_~_.~~i~r io e co nÔm ico -f i-


nanceiro.das mesmas".ll
de d e c re to, que e n te n do ~_0_n~t_e_~~_~_~~ l2rll_i_t
~_~_~_o_~_e_f_e_r
li~o_d_i-
ploma legalll.18
Bolinger (1980)19 assim caracteriza a sintaxe do jargão burocrãtico:

lembretes ao leitor de que o autor é sincero, transições que


indicam o óbvio, locuções auto-congratulatõrias.
Há também alguns aspectos, que poderlamus chamar de
sintáticos (construções menores que uma oração e maiores que p~
lavras e expressões), que aparecem também nas linguagens jurldi
ca e burocrãtica:
Repetição de palavras sinônimas: lIé, como sempre foi, _~ar~
cristalino, o direito dos fornecedores em receber, gratuita -
mente dos industriais, os 3 litros de mel por tonelada de ca-
na . 20
11

- Frases preposic5onadas pouco c0rJl_~_~: IIno resguardo dell, lide


21
há mui to", "ante o exposto".
- L o n g a s c ad e_~~_~~ _~~~l_~_S_ que s e r v e III c o mo d e s i 9 n a ç õ e s de pr og r i3.

mas e instituições: "Associação dos Fornecedores de Cana de


Pernambuco", "Conselho Deliberativo do Inst'ituto do Açucar e
22
do Alcoolll. Essas cadeias de nomes podem aparecer no texto

3 - _~~__~I~~l_!e~l~,~_l, a pa re cem m u itas das c a te 9 o r ias que

ti 11 11

quis, enfiteuse.
das linguagens jurTdica e burocrãtica? Que tip0s de teoria de

vemos adotar para descrevê-las? Como pode o estudo de tais lin-

guagens contribuir para preencher algumas lacunas descritivo-ex

plicativas nas teorias lingtiTsticas em várias áreas?

Este estudo pode interessar a cinco áreas da lingtilstica:

1. ã lingUistica histórica, que se preocupa com o desenvolvi


mento e evolução das llnguas;

2. às teorias gramaticais, que descrevem as estruturas lin -

gOisticas;

3. às teorias psicolingUlsticas, que se preocupam em investi

gar como os seres humanos desenvolvem a linguageme.abor-


dam o problema da competência, da intelegibilidade;

4. ~s teorias sociolingOlsticas, que estudam o uso da lingu~

gem em diferentes contextos sociais;

5. ã filosof1a da linguagem e ã pragmática, sobretudo na pa!

te que trata das regras conversacionais desenvolvidas por


Austin (-1962), sobre os atos de fa'la, e Grice (1975), so-

bre o principio cooperativo.

1. Q u a n to ã 1 i n 01 S t i c a h i S t Õ rí_~_~ , o e s tu do da s 1 i n 9 u a 9 e n s
juridica e burocrâtica interessa para que se possa entender co-
mo elas chegaram a ser o que são. Que mudanças léxicas e grama-
ticais ocorreram atraves dos seculos? Que fatores especificos

atuaram sobre elas e não influlram sobre a evolução da lingua -

gem da intercomunicação diária? Tais fatores parecem ser histó-


ricos, legais, politicos e J.urisprudentes, alem dos tipos usuais

de fatores hist6ricos e sociolõgicos que também influenciaram m


evolução da linguagem comum.
A linguagem júrldica teve um des.envolvimento pr-õprio, paralelo
subvariedade: a linguagem burocrática. Exemplo: "Tal fato, jJ_~-

clfico, claro e inconteste, veio a constituir, na forma da le -

necedores [ ... J algumas usinas de açucar, atendendo

jle_gaJ_e_~~~~~~osa orientação do Sindicato [ ... J,,24

As linguagens jurldica e burocrãtica continuam usando pala-

vras latinas, francesas ou do portugu~s arcaico e tambêm cons-

t r u ç õ e s 9 r a ma t i c a i s f os s i 1 i z a das: II _n_e_c_e_~_s_ã_r~i
_o_~ e faz a co ntri-
buição financeira ã vista da definição

e n t i d a d e em qu e s t a- o . " 25 ".[ .. ] m e r e c e u

radar Geral da citada autarquia, aprovado, ad referendum, pelo

Exmo. Sr. Presidente 1126;"Assim, cito-os e Q.~ . ..b.!~_~_ citado~ pa-

ra,no prazo de 30 (trinta) dias a contar do termino do prazo do

presente edi ta 1, requei ram Q_g.u_~__L()~_~ ..b_~fllde seus di rei tos ". 2 7
Outras caracterTsticas estruturais jã apontadas, como o ~uso

excessivo de passivas, às vezes, truncadas; de negativas multi

plas; de nominalizações; de orações intercaladas, parecem ser o

resultado de processos históricos prõprios da linguagem jurTdi-

servadorismo jurTdico, pela tradição e pela coação do tempo que


legitimou a copia de formas estereotipadas.

Algumas dessas caracteristicas parecem ter sido o resultado,


não de mudança, mas da ausência de mudança, e a lingOTstica his
tôrica deve dar conta de tais casos. Um estudo que cuidasse da
lingU1itas nao limitassem seu corpus de exem~los a construções

tlpicas da llngua padrão.

3. Na área da ~icolingtllstica, os estudos empiricos das lin

guagens jurldica e burocrática podem servir para corroborar ou

refutar certas teorias. Podem ajudar a explicar como tais lin -

guagens diferem da linguagem comum e onde os ~eigos terão difi-


culdades com a compreensão das mesmas. Entretanto, há poucos e~
tudos feitGs sobre as linguagens jurldica e burocrática, mesmo

em llngua inglesa, a mais privilegiada do mundo do ponto de vis

ta descritivo.
Charrow & Charrow (1979) fizeram um estudo empirico das ins-

truções do júri e conseguiram isolar nove construções lingtl1sti

cas tlpicas da linguagem jurldica, causadoras de ~eitos negati


vos para a compreensão dos jurados. Permanece ainda em aberto

o estudo da má-formação gramatical das orações: seria um crite-

rio absoluto ou envolveria gradação? Como determinar tambem onde

termina a falta de clareza e começa a agramaticalidade?


4. As linguagens jurldica e burocrãtica transmitem e re-
fletem o poder da lei sobre a sociedade, por isso, não podem fi

car fora dos est~dos _~~io13;g~~~~·


Na linguagem jurldica, o uso dos performativos mostra isso.

A ~ualidade rituallstica da mesma estã presente no ritmo, nas

estruturas paralelas, nos juramentos arcaicos. As linguagens ju


ridica e religiosa estão muito proximas sob certos aspectos e

têm uma função semelhante: impressionar o pGblico com o poder,

a importância e a seriedade destas. O tribunal do juri e seme -

lhante a uma encenação teatral: as personagens (o juiz, os pro-


motores, os advogados, as testemunhas e o reu), têm um papel de

terminado pelo texto da lei; hâ o publico, o palco, o cenãrio,


as roupas, o texto declamatório e não faltam sequer os aplausos
e as vaias.

• A função performativa da linguagem juridica tem um carãter

mâ9ico pelo uso de formas juridicas próprias, no lugar devido e


nas circunstâncias especificas. A força da lei, atraves de suas
palavras, ê tão grande que uma das mãximas do Direito e: liA ig-

norância da lei não e excusall, o que significa Clue ninguem tem

o direito de alegar o desconhecimento da lei como desculpa por

não t~-la cumprido. O simples fato de uma lei ter sido escrita

~ proclamada em algum lugar e não ter sido revogada, lhe dã sua


força. O leigo pode ate nem compreender ou desconhecer dada lei
que governa sua vida na sociedade. Ai estã uma das funções so-

ciolõgicasda linguagem jurfdica.

As linguagens jurTdica e burocrãtica t~m a função sociológi-

ca de manter a solidariedade entre os membros de um grupo so-


cial, apontando, pelo conhecimento de suas est~uturas e de seu

jargão, os que exercem uma mesma profissão. Elas representam

tambem variedades prestigiosas da linguagem. Os que a dominam

têm poder e gozam do respeito da comunidade. Mais do que jar-

gões ou dialetos, as linguagens jurldica e burocrãtica têm uma


história, uma estrutura própria e funções sociais definidas.

O burocratês partilha muitas propriedades socioling~lsticas

da linguagem jurTdica, mas apresenta algumas diferenças. A lin-


guagem burocrâtica não ê uma linguagem mãgica e ritualistica co

mo a linguagem juridica, mas tem tanto poder quanto esta.


Os regulamentos e normas da burocracia devem ser obedecidos,

ha.~endo sanções para os que não o fazem. As regras são determi

nadas pelo sistema burocrãtico sem consulta previa àqueles que

deverão obedecer a elas.Os que não fazem parte das instituições pQ


blicas e privadas, quando necessitam negociar com elas, têm de

faz~-lo dentro dos termos estabelecidos pelas instituições. Is-

siva porque o cidadão passa a não compreender as leis,regulame~

tos e regras contidas em manuais que deveriam servir ã sua ori

entação. Como resultado final, as pessoas, que parecem ter pe-

los regulamentos e normas da burocracia o mesmo temor e respei-

to que t~m pelas leis, não podem cumprir o que eles prescrevem.

Parecendo ter como ~nico ideal transformar todos em ningu~m,

de repulsa para com ela. Apesar disso, o leigo considera a lin-

guagem burocrática prestigiosa e digna de admiração. Parece pa-


radoxal, mas ~ verdade. Algumas pessoas que trabalham nos meios
de comunicação de massa utilizam o jargão burocrâtico para au-
mentar o seu prestlgio. Assim, o rep6rter autur da mat~ria cita

da (cf.p.8), que faz a crltica ã linguagem burocrática usada nos


impressos, folhetos e contratos do BNH, não hesitou em utilizar
"(ele) adquiriu nuances especulativas, transformando-
se em mais uma opção de investimento a curto prazo, o
que cria uma defasagem do fluxo de caixa provocado p~
la diferença de prazos entre a remuneração da aplica-
ção (mensal) e reajuste das prestações (semestral ou
anual)".28

ler,pelos jornais,"explicações" no mais genulno burocratês.


Apesar da importância dos estudos sociolingUlsticos sobre as
linguagens juridica e burocrãtica, eles são poucos. As catego-
rias sociolingUisticas descrevem jargões, registros e dialetos,

mas nenhuma delas dã conta adequadamente das linguagens jurldi-

ca e burocrática. Seus metodos de aquisição são mais complexos

que os dos dialetos.

Charrow & Crandall (1978) consideram a linguagem juridica c~


mo um dialeto. Segundo Dubois29, dialeto é uma forma de llngua

que tem seu prõprio sistema léxico, sintãtico e fonetico. Alem

disso, o dialeto ê adquirido naturalmente e, em geral, não goza

tretanto, diferem dos dialetos porque não são adquiridas

ralmente, gozam de mais prestlgio social e cultural que a

excluldas das relações oficiais. Alem disso, seus usuãrios

utilizam essas variedades lingOlsticas profissionalmente.


Outros aspectos da filosofia da linguagem e da pragmãtica

que interessam ao estudo das linguagens jurldica e burocrãtica

.
matlvos 31 , -e -utl 'l,.j para ~escrever o po d er e o uso da

como instrumento da profissão jurldica. Muitos pronunciamentos

legais são performativos: quando um juiz diz que um r~u ~ cul~

pado, ele ê culpado perante a lei, mesmo que 1ão tenha cometido

apropriado podem estabelecer contratos. Assim, o contrato de ca

samento ê uma forma legal escrita e o pronunciamento oral da au

porque as linguagens jurldica e burocrãtica nao funcionam mui-

tas vezes como comunicação: elas nao seguem a mãxima de Grice

de quantidade e modo. Em algumas ocasiões, a obscuridade, a va-

gueza, a desprdem são procuradas intencionalmente. Assim, os ad

vogados pode~ apresentar às testemunhas questões formuladas de


modo desorganizado e i16gico quando t~m a intenção de confundi-

las e surpreendê-las em contradição.


Vemos, pois, que as linguagens jurldica e burocrãtica falham
como comunicação para certos p~blicos. Ma3 podem essas caracte-

rfsticas ser consideradas como violações do Princlpio Cooperatl

vo ou constituem um princlpio diferente de conversação, govern~


Pe r n a mb u c o ,ºi_~_r_~~ de P e r n a mb u c o (R e c i f e, 03. 03 . 85 ) , P .

(28)- Siglas e numeros 56 confundem mutuârio que vive em pesa-

de 1 o ,º~_â_~_~~ ~_e_E_~T~_al1l~_uco, Recife, 13.05.84), p. A-16.

( 29) - J e a n Ou b o i s e tal i i, Oi c i on_~c_i_o_ ~~ __~_~~_g_ºT ~_~_~<:~


, (C u 1 t r i x ,
são Paulo, 1 9 78), p. 184 .

(30)- Alfonso Trujill0 Ferrari, _F"..~~~l1le.!2._!_~~~ __soc!-ologi_~ (São

Paulo, Ed. Me Graw Hill do Brasil, 1983), p.92-93.

ta ação do sujeito que fala. "Eu prometo" ê verbo pe_c

formativo porque, ao enunciã-lo, pratico ação de prom~


objeto está oculto pelo dizer e a polissemia ê contida. O exag~
ro e o assujeitamento ao comando. Ele procura a eficiência da
linguagem como fim imediato. A verdade da enunciação ~ determi-
nada pelo locutor. Este tipo de discurso representa a parãfra -
se, isto e, a permanência do sentido unico sob formas lingU1stl
cas diferentes.
o discurso burocrático, linguagem "inflada" que faz parecer
importante aquilo que não ~3, e autoritário, centrado nas id~ias
de efici~ncia e busca de resultados práticos. Tende para a par~

tituição determina. Ele resulta da sedimentação de um funciona


mento discursivo especlfico, atraves da cristalização de formas
do dizer: não se diz o que se quer, em qua 1 quer si tuaçáo, de qua 1 quer
maneira. A referência ê exclusivamente determinada pelo locutor,
a verdade da enunciação ê imposta por ele. O saber dizer e o di
zer se equivalem, pois sabêr e saber dizer. O conhecimento do
fato fica em segundo plano em relação ao conhecimento da lingu~
gem sobre o fato, ã forma de procedimento e ã via de acesso ao
fato, da burocracia, enfim. A reversibilidade do discurso buro-
crãtico tende a zero, pois só o locutor tem o poder de dizer. Os
atos performativos das linguagens jurldica e burocrática que ce

curso burocrãtico, quando o ouvinte tem a necessidade de se ex


pressar ou ê instado a fazê-lo, deve seguir determinadas nor-
mas im p o s tas p e 1 o 1 o c u t o r. E x em p 1 os d i s so, são OS;" eque r ime n tos ,
o objetivo do discurso burocrâtico autoritãrio ~ a transmis
sao de informação e fixação de regras. Não hã questionamento so
bre seu conteudo referencial. Apresenta-se um só caminho: o da
aceitação das regras. O conteudo e a forma. O saber administra-
tivo confunde-se com o saber manipular os instrumentos adminis-
trativos e, entre eles, primordialmente, a linguagem.
Reproduzindo as relações de classes na sociedade, o sistema
burocrãtico converteu as hierarquias sociais em hierarquia de
meritos e competências ~ com isso, legitimou a perpetuação da
ordem social. Essa continuidade se operacionaliza atravês da
c<ilnvenção de submissão às 'regras e aos requlamentos institucionais
que garantem recompensas administrativas (ou econômicas ou sob
a forma de ascensão funcional) aos submissos, e reprovaçao so -
cial da conduta discordante. Atua-se por meio de regulamentos e
do incentivo ao sentimento do dever. Há modelos de conduta que
aparecem como obrigatórios porque têm, como objetivo, a eficiên
cia mãxima do sistema administrativo. Tais modelos, que apare -
cem como "algo que deve ser", ganham o prestlgio da legitimida-
de.
O discurso burocrãtico e tamb~m ideológico porque o adminis-
trador se crê fonte do discurso quando ele retomou um sentido
preexistente que faz parte de uma formação ideológica determina
da. t um dizer institucionalizado sobre as coisas, que se gara~
te reafirmando o sistema burocratico em que se origina. E um
discurso que não visa a explicar os fatos, mas a determinar ao
usuário a perspectiva a partir da qual os fatos devem ser vis -
tos ou ditos. O consumidor da linguagem burocrãtica se vê, pois,
obrigado a andar por "uma rua de mão unica".
abusa de nomes que passam a substituir pronomes, verbos e adje-
tivos. Para a burocracia, se você é funcionaria publico, voce
faz parte do IIQuadro do Pessoal Permanente do Serviço Civil do
Poder Executivo". Se sua firma constr6i um ediffcio, tem de es-

Saneamento Bãsico ll
• A apresentação do "t~anual do Servidor do Es
ta do de Pernambuco ll
nos esclarece que ele ê fruto do trabalho da
IIAssessoria Técnica e Diretoria Geral de Recursos Humanos da
Secretaria de Administração ll
• Todo morador de ediflcios deveria
conhecer o IIManual de Prevenção Contra Incêndios em EdiflCios ll

o ~equeno agricultor que necessita de ajuda financeira para seu


projeto, deve rã dirigir-se ã IICoordenadoria de Apoio a Unidades

enda o significado do nome de tal programa.


O estilo burocrãtico tradicional é impessoal: não se dirige

atraves de um termo generico ou de classe. O efeito é um estilo


formal e abstrato. O leitor tem de estabelecer a relação entre
ele e a classe genérica. Exemplo: 110 manual de informações ao
contribuinte foi feito para os segurados, com o objetivo de mos
trar os seus direitos e obrigações no IPSEP, como servidor pu-
blico."6 IIEste manual do Servidor foi elaborado pela .l1.ssessoria

Administração. Em linguagem simples, ele se destina a melhor o


rientar o servidor. li? IIEste ABC da terra tema função de orien
tar e esclarecer os j~!~res~j~~ nas questões ligadas ã propri~
dade da terra.1I8
O estilo nominal da prosa burocratica se reflete tambem no
modo de centralizar-se no objeto inanimado da ação em vez de
no agente da ação. As coisas tornám-se mais importantes que as
Nesse exemplo, o redator, ao apontar as metas que o PLANASA atin
giu, iniciou todos os parágrafos com a voz passiva, enfatizando

pelas instituições, que parecem confundir "impessoalidadell com


lIimparcialidadell. Esse uso decorre tambem da própria estrutura
do sistema burocrãtico que tem na eficiência seu objetivo prin-

lIesta decisão teve por pressupostos, de um lado,a re-


levância do aspecto social do problema, em face da
necessidade de ser obtida, de forma programada, a me-
lhori~ das condições de saude e bem estar da popula-
ção brasileira e, de outro, a necessidade de mobili-
za~ão de recursos financeiros, tecnicos e humanos,
principalmente a nível federal e estadual, com vistas
a permitir a eliminação do deficit do setor e dar-lhe
c ond iç õe s d e ;;~t~-=-;-~~-~~
n ta ã o p e r ma n e n te. 13
11

Eis as caracterlsticas especlficas do estilo da linguagem


burocrática: nomes em vez de pronomes, locuções prepositivas em
de Pernambuco, em novembro de 1982. Em sua apresentação, o Se-

cretârio de Administração, Paulo Raposo, aponta como objetivo

do texto lIinformar aos usuãrios as definições prôprias que

buscam uniformizar o uso da terminologia relativa ãquela ativi

dade". Considera ele que o trabalho "representa documento de

indiscutlvel utilidade a quantos participam do sistema de admi

nistração do patrimônio publico do Estado". O glossãrio tecni

co em questão esclarece os burocratas sobre os termos tecnicos


jurldicos mais utilizados em administração patrimonial.
Outro exemplo da necessidade de decodificação de jargão tecni

co por leigos e uma especie de glossário que, às vezes, apare-

ce no Caderno de Informãtica do jornal 'Folha de são Paulo. Es

se texto ê escrito para profissionais da informãtica, mas tam

bem para leigos interessados no assunto. Consciente de que nem

todos os seus leitores dominam o vocabulãrio tecnico especlfi-

para ajudar os que não fazem parte do grupo profissional da

informãtica. Nesse caso, o glossãrio ê constituldo predominan-

temente por palavras e expressões de llngua inglesa porque es-

sa tecnologia ê nova entre nõs e existem poucos termos enl por-


tugues nessa especialização. Assim, ao lado de "sistema opera-
cionalll e lIdisquete" (adaptação de "floppy disk"), aparecem p~

lavras e expressões de llngua inglesa que os programadores e

analistas devem dominar em seu trabalho: bit, byte,winchester,


16
slote, plotter.
O jargão burocrãtico tambem traz problemas quando os redato-

res de manuais, folhetos, boletins informativos devem comuni-

car-se com um publico não qualificado, que nao o domina. Se o


texto ê para circulação interna, o jargão e admisslvel; se ele
legalistico, o que e compreenslvel, vez que muttos dos documentos

burocráticos sao tambem documentos legais. Assim, a redação. bu-

rocrãtica muitas vezes engloba arcalsmos e frases muito comple-

xas, caracteristicas da linguagem juridica. O problema e que

Parágrafos demasiadamente longos (de 120 a 150 palavras) sao

freqUentes em documentos burocráticos. Um exemplo:

"Considera-se que a remuneração do investimento, esta


belecida em ate 12% ao ano, serã suficiente para aten
der ã cobertura de juros e amortização dos empresti-
mos tomados pelas Companhias Estaduais de Saneamento
para investimentos na implantação, ampliação e melho-
ria dos sistemas~ Considerando que em nenhum momento
o serviço da dIvida das Companhias de Saneamento u1 -
trapasse a 10% ao ano do investimento reconhecido, a
apropriação, na tarifa, da remuneração do investimen-
to implica, em medio prazo, que os valore3 tarifãrios
tendam a declinar em valor real. Isso, porque, na me-
dida em que os investimentos tiveram sido realizados p~
ra atender ã demanda reprimi da, novos i nvestimentos se
rão feitos, tão-somente para expansão e melhoria dos
sistemas, importando, pois, em menores investimentos e
menor serviço da dlvida no tempo." (125 pa~avras~)17

"Ficam ratificadas pela emissão do presente Diploma


de Sacio, as declarações prestadas no Cartão Proposta
assinado pelo titular do presente, autorizando a in -
clusão de seu nome nas apõlices conjugadas de Seguro
de Vida em Grupo e Acidentes Pessoais Coletivo ou ex-
clusivamente de Acidentes Pessoais, solicitadas ãs Se
guradoras IBoa Vista-Companhia de Seguros de Vida e
Acidentes', 'Sul América Terrestres, Marltimos e Aci
dentes, Companhia de Seguros', pelo estipulante 'Top
Cl ube Bradesco I - Segurança, Educação e Assistência So
cial, nomeado e constituldo seu bastante procurador,
nos termos do Art. 21 § 29 do Dec.lei 76/66, para fim
de agir em seu nome no cumprimento ou alterações de
todas as clãusulas das 'Condições Gerais' e 'Partic~
lares' das respectivas Apólices de Seguro, devendo as
comunicações ou avisos inerentes aos contratos, serem
encaminhados diretamente ao aludido Estipulante que p~
ra tal fim foi investido dos poderes de representa-
ção.1I (144 palavras em um perlodo).

longos e complexos sobrecarregam a capacidade humana de proces-

sar . f ormaçao.
a ln - 18 Os pesqulsa. d ores provaram que os seres h uma

e memória a curto prazo. Na memória a longo prazo, as palavras

e as definições aprendidas ao longo da infância e da adolescên-

de alguns segundos ou frações de segundo para achar o signific~


do dela. E, durante essa fração de tempo, e preciso que uma ou-

tra memória conserve a palavra procurada e ainda não "traduzi-


dali: esse e o papel da memória a curto prazo. Achada a defini -
Portanto, conclulmos que, na lingua inglesa, se uma oraçao

tem uma extensão, expressa em numero de palavras, inferior a e~

se numero, tem grande probabilidade de ser memorizada inte-

gralmente ou quase. Se ela vai alem dessa extensão, ê provável

que parte dela não seja memorizada. E por essa razao que o emis
sor, falando ou escrevendo, tem intuitivamente a tendência de

colocar, no inlcio do periodo, as informações mais importantes

tornando-as foco da mensagem.

Como justificar a insist~ncia dos redatores burocráticos e~


redigir periodos longos e complexos? Herança da prosa legalist!

ca que procura perpetuar uma tradição? Desejo de tornar tais

textos decodificãveis apenas pelos membros do grupo? Desinte-

ressse da eficácia (compreensão considerada a partir da perspe~

tiva do leitor), em detrimento da efici~ncia (compreensão consi

derada a partir do ponto de vista do redator)?

A extensão excessiva do periodo, que aparece na linguagem b~


rocrãtica, prejudica a comunicação não apenas para os leigos,

mas tamb~m entre os pr6prios advogados, cujo estilo forense pa-

rece ser a origem do problema. Para provar isso, pesquisas so-

bre o uso da ci~ncia cognitiva no desenvolvimento de materiais


para treinar redatores foram fei tas nos Estados Unidos por' Redish

(1983 b). Esta lingOista afirma que os resultados de seus estu-

dos empiricos sobre a linguagem juridica provaram que os advog~


dos discordavam entre si sobre o significado de determinados d~

cumentos ou, às vezes, nao eram capazes de explicar o sentido

de certos enunciados juridicos.

Para exemplificar isso, citemos o caso curioso, ocorrido por

ocasião das especulações sobre a formação do Ministerio do en -

tão rec~m-eleito Presidente Tancredo Neves: o PMDB e a Frente


ca, muitos dos textos burocraticos servem mais a uma função denotati-
va que a uma função de comunicação. FreqUentemente os manuais tecni
cos mostram o que o redator sabe do aparel ho ou descrevem a estrutu-
ra desse aparelho, quando deveriam conter instruções para o leitor de
como usã-lo:

lIMaior confiabilidade: 35% menos componentes que os


chassis convencionais, resultado da utilização de
maior numero de circuitos integrados e do exclusivo
Split Dioder Transformer, que realiza as funções de
tr~s componentes: Flayback, Triplicador d~ Alta Ten -
são e Divisor de Foco. Totalmente Solid State: 6 cir-
cuitos integrados, 30 transistores e 30 diodos.1I22

o leitor do manual fica sabendo que tem em mãos um apal~elho moderno


e sofisticado, mas não sabe para que servem tJis sofisticações.
Isso ocorre tambem com as apólices de seguro que são afirmações do fato
legal. e não uma tentativa de comunicar algo ao leitor, dizendo-lhe
o que fazer e o que não fazer em determinadas circunstâncias.

craticos tornam a existência do documento e a afirmação dos fa-


tos mais importantes que a compreensão do documento como um to-
do. Eles parecem esquecer a maxima de Grice que salienta ser a comuni
cação baseada no Princlpio Cooperativo, pelo qual cada interlocu
tor deve acreditar que o outro esta querendo comunicar-se e deve,
por sua vez, querer comunicar-se da melhor maneira posslvel. Os
leitores dos documentos burocraticos se frustam ao lê-los porque
acreditam que os documentos estão tentando comunicar-lhes algo qua~
do, na realidade, não há essa intenção. Os redatores apenas registram as
questão na organização falha dos documentos, nos titulos e suma
rios pouco informativos, na falta de orientação para o leitor,
na ausência de entrosamento na cadeia que vai do redator ao
leitor. Os titulos e sumários devem dar ao leitor pistas segu -
ras da organização dos documentos. Quando mal redigidos, deso-

~ organização pobre e evidenciada pelo fato de serem os do-


cumentos burocrãticos, em sua maior parte, de informação proce-

visão geral do documento e, em seguida, organizar as secçoes p~


ra o usuãrio de modo que o todo faça sentido para ele, a tenden
cia ê redigir secção por secção isoladamente. Outro aspecto a

u s u â r io 1e r ã um ma nua 1 c o m o que m leu m ro m a n c e. E 1 e f a rã uma 1 ei


tura inicial para saber o seu conteudo e as demais leituras que
fizer visarão a obter uma resposta a uma duvida sobre o assun-
r preciso afirmar que começa a se manifestar uma mudança qua.t:J_

to ao aspecto pragmático da prosa burocratica, sobretudo no to-

cante aos manuais de usuarios atuais que, se comparados aos an

teriores, revelam uma melhor organização, uma maior preocupaçao

com o aspecto pragmático da questão. Esse interesse em melhorar


esses textos institucionais se reflete na tentativa de tornar a

linguagem da burocracia comunicativa e compreenslvel.

Nos Estados Unidos, tal preocupação se concretizou atraves


do IIPractising Law Institute", que da cursos de "Linguagem Sim-

plificada em Documentos Publicas" e tambem através de um bole -


tim informativo de distribuição gratuita: "Simply Stated" edit~

do pelo IIDocument Design Center ll


do "American Institutes for Research",

em ~Jas h i n 9 to n (c a p i tal ) .
No Brasil, nada há de semelhante, mas o Programa Nacional de

Desburocratização poderia tomar a dianteira de tais providên-

cias, oferecendo às instituições governamentais (e posteriorme~

te às instituições privadas) instruções de como operacionalizar

essa simplificação da linguagem burocratica, que esta dentro dos

objetivos de tal programa.

Para isso, seria necessario que fossem realizadas e aplica-


das pesquisas na area de lingOistica aplicada sobre a simplifi-
cação e a adequação de textos institucionais e como utiliz~las.
As universidades, atrav~s de seus programas de p6s-graduaçâo em
letras e lingUistica, tambem poderiam oferecer cursos de espe-

cialização na arte-t~cnica de simplificar ou, mais rigorosamen-


te, adequar documentos a publ i cos especlficos ou a publicas di s -

tinto~. Procedimento idêntico poderia ser adotado relativamente


ao preparo de tradutores de textos cientificos em trabalhos pa-

ra divulgação ao grande publico. Essa e outra area a explorar


t e s. E x em p 1 o: e n f i teu s e (f r .) o u a f o rame nto o li em p r e z a me n t o ou

f oro 28 ; croquls . ou es b oço.

poder~ ser totalmente removida de um texto. A aus~ncia de ambi-

gUidade ê importante porque, se a regra for amblgOa. a balança


da justiça pode pender para o lado errado. Portónto, os que li-

dam com a linguagem jurldica (e também com a linguagem burocrá-


e normas), -
tica quando ela trata de regras nao podem ignorar

a arte de escrever com clareza.A linguagem jurldica e- o instru-


-" -
mento de atuação profissiollal dos advogados (não e sem razao que

gramatical; b) ~~.!.!_~~_forense; c) conteudo jurldico adequado


Particularmente, não nos posicionamos contra a linguagem ju-

ridica se usada entre os membros do grupo profissional. O que

nao nos parece razoãvel e usar esse tipo de linguagem em tex -

tos ou depoimentos falados quando endereçados a leigos que pr~


cisam compreendê-los para solucionar seus problemas. Neste ca -

como violação de um dos direitos lingUlsticos individuais: o di

rel't o d e compreen d er textos.29

boçoll, sem prejudicar seu texto.

IV - Diga somente o que você deve dizer. Esse mandamento, na

linguagem burocrãtica tem, al~m das razões lingOlsticas, uma ou


tra bastante forte: a economia de tempo e de papel. Assim, de-

gastas, as palavras impr6prias e os clichês.


Quanto aos Gltimos dois itens, usã-los indica um estilo po-

VI - Escreva oraçoes em linguagem concisa, clara e simples.


Esse mandamento e simples de enunciar, mas diflcil de ser segui

do, porque, para isso, precisar-se-ia antes determinar o que

seja concisão, clareza e simplificação da linguagem.


VII- Pontue com precisão. Eis um conselho precioso quando

se sabe que a pontuação correta pode evitar a ambigOidade. Uma

vlrgula pode alterar completamente o sentido de um período e os

livros de Direito não estão isentos de casos cujas decisões ti-

veram, em uma virgula, seu ponto de argumentação. O parecer do

advogado Edmundo Dantes Nascimento, publicado na Revista da

Ordem dos Advogados' (v.26, n9 164), originou-se da seguinte


consulta: 110 art. 49 da Lei n9 3.780, de 12 de julho de 1960,

tem essa redação: 'O funcionãrio que exercer atividades tecni

co-cientificas, de magisterio ou pesquisa, satisfeitas as exi-


gências regulamentares, poderã optar pelo regime de tempo inte

gral. I Em face dessa redação pergunto: Sâo três as categorias de

funcion~rios que podem optar pelo regime de tempo integral (os


que exercem atividades tecnico-cientificas, os que exercem ati-

vidades de magisterio e os que exercem atividades de pesquisa),

ou s6 podem exercer essa opçao os ocupantes de cargos tecnico-

cientificos de magisterio ou de cargos tecnico-cientificos de

pesquisas? IIComo se pode observar, e o uso da vlrgula depois de


ll
IItecnico-ci-entlficas que está causando dualidade de interpret~

ção da lei: seriam duas ou três as atividades que poderiam optar


pelo regime de tempo integral? Depois de uma serie de conside-

rações sobre o fato de, nos textos jurídicos, não se presumirem

palavras e expressões supérfluas, sobre o uso da virgula e so-


bre o uso da conjunção 1I0U", o advogado responde, no mais puro

juridiquês: IITirante a hipotese, a que nosso modesto parecer nao

foge, da inexistência absoluta de funcionário fora de ativida


Il

ll
de de magisterio e de pesquisa , pois, "ad impossibi1ia nemo te

netur", conclui-se que o art. 49 da Lei nQ 3.780, de 12 de ju-

lho de 1960, ã luz da expressão verbal que, diante de sua trans


parência, so pode ser equlssona ao seu esplritu, encerra uma

VIII - E preciso cuidado no uso de citações~ com a transcrição

de decisões dos tribunais, estatutos, leis e opiniões judiciais.

ticos. Linguagem imprecisa, com palavras de uso incerto e signi

ficado vago constituem um problema na redação jurldica. Sobretu


do se considerarmos que a jurisprudência, e tambem as razoes

das partes, têm car~ter interpretativo. O advogado que arrazoa

ou peticiona, o juiz que sentencia ou despacha têm de empregar

e o instrumento do jurista.

X - Reescrever mais de uma vez. Não h~ bons escritores, hâ bons

3 - -'-_.
Prestlgio
._~-
__ ,--- __Social
.. '_. .,-,-

A terceira força impeditiva das mudanças na linguagem burocrãti

ca ê o prestigio social de que ela g07a. As caracterlsticas es-


grupo por sua capacidade de decodificar tal linguagem. Apesar
da crltica do publico em geral, a linguagem burocrãtica ocupa
lugar de prestlgio na sociedade. Como jâ dissemos, os profissiQ
nais da comunicação não hesitam em usã-la para mostrar que "es-
tão por dentro" do assunto.

da da burocracia, demanda tempo. Para ~xemplificar isso, basta


lembrar como as leis são feitas. Envia-se um Projeto de Lei ao
assunto, ele apenas serve para remendar o que os tecnicos redi-
giram e fica sob a orientação desses tecnicos.

não existe, com raras exceções, preocupação de parte da unive!


sidade em preparar os futuros ,administradores para compreender os
principios que regem a clareza comunicativa de um documento e

mas universidades, o estudo da llngua portuguesa não vã alem ,do


Ciclo Básico, sendo considerado como um entulho no profissiona-

administradores se dão conta da necessidade de um português ins


trumental e começam a freqUentar cursos de redação em nlvel avan
çado. Exemplo disso foi o IICurso de auto-aprimoramento redacio
nal ll
, ministrado pelo professor Gomes de Matos, sob os auspl-
cios da Fundação Joaquim Nabuco, no inlcio de 1984.
A conseqüência dessa falta de preparo dos redatores adminis-

-
xalmente, mesmo essas pessoas sao levadas a copiarem os modelos
padronizados e pobres da instituição. Isso porque, segundo o

rado da gramática portuguesa. Incapazes de perceber que a lin -


guagem da burocracia ê diflcil de compreender porque e complexa
ção Normativa do DASP n9 133 de 02.03.84 se preocupou com a
redação dos documentos burocrãticos e tem como objetivo

"orientar os órgãos integrantes do sistema de Ser-


viços Gerais (SISG) quanto ã necessidade de estabe-
cerem procedimentos, ou de reverem os que tenham esta
be1ecido, sobre a elaboração de oflcios, memoran-
dos, cartas e pareceres-atos oficiais de uso mais
genérico e freqUente - e, destarte, impri~irem maior
celeridade na expedição dess~s atos ou no andamen-
to de processos, com a diminuição dos respectivos
custos."32

Contribuinte do Imposto de Renda cuja redação tem sido, a


Existe um boletim, o 'Simply Stated , que procura se infor
mar, junto às instituições, como a organização estã usando es-

conseguiu melhorar os negõcios com seus clientes graças a uma


maior eficãcia comunicacional, como certas companhias estão agi~
do no sentido de reescrever seus documentos em inglês simplifi -
cado; aponta as pesquisas que demonstram o aumento da produtivi-
dade como resultado da simplificação da linguagem; oferece lis-

mo uma instituição poderã se comunicar em linguagem simplifica-


da com seu cliente ou usuãrio. O boletim alerta que suas infor-
maçoes sao de ordem prãtica, de modo que podem s~r usadas imedia
tamente, que as idéias oferecidas podem ser adotadas em qual

bom negócio. E para comprovar sua afirmação, o nQ 1 (agosto de


1983) do 'Simply Statedin Business reproduz uma carta do Secretã-
rio do Comercio em que ele diz:

"Aprovo o objetivo desse boletim - informar ã comu-


nidade dos negõcios sobre companhias que estão eco -
no m iz a n do tem p o e d i n h c~ir o _~!~~~~~_~~_~i m p 1 i f i c a ç ã o
da linguagem em contratos, cartas e material inform~
tivo. Espero que essas noticias convençam mais com-
pa n h ia s a a um e n ta r a r o d u t iv i d a_~_e_~__pL~_d u~_2~--9~~lj_ -
d a d~ s c re v~_~_~~_9_~_~~~~ ~o~_PTeen si ve 1 ." (u s g r i f os
são nossos).
ali nas varias areas poderia ter como objetivo principal tornar
os alunos aptos a processar textos com os quais eles lidariam
em sua futura profissão e a redigir prosa com varias finalida -
des (ai incluida a prosa burocratica). Poder-se-ia tambêm trei-
nar os funcionarios das próprias instituições de ensino superi-
ar e de organizações d0 comunidade em tursos especlficos rele -
vantes de redação administrativa.

na nota publ icada pelo' Diario de Pernambuco sob o


IISutepe promove curso.1I A publicação anuncia a abertura de
i n s c r içõ e s pa r a o "e u r s o de p o r t u g u ê s u sua 1 e re d a ç ã o o f ic ia 1" ,

promovido pela Secretaria de Administração de Pernambuco, atra


vês da Superintendência de Desenvolvimento do Pessoal (SUTEPE).33

de nivel medio e desempenhar funções administrativas nos õrgõas


de administração direta e indireta do Estado."
Segundo o Secretario de Administração, Horacio Ferraz, a fi-
nal idade do curso era, "atender ã iL~~nde demanda dos órgãos es •.
ta d u a i se, sim u 1 ta n e am e n te, d a r c um p r ime n t o a sua fll_~_t_~
__d e_~aE_~-
~itação do pess_oa_l.,,34(grifoS nossos). Se há uma "demanda dos
ó r g ã o 5 e 5 ta d u a is" e ha n e c e s s ida de de" c a p a c i ta ç ã o li do pesso a 1
burocrãtico, podemos inferir que:

digirem em prosa institucional;


a redação em linguagem burocratica exige uma formação especl-
dos documentos autênticos como regulamentos do gover.no, fôrmu

las de solicitação de bolsas, contratos de cartões de credi -

to, descrições de programas de graduação, instruções para uso

de várias máquinas, equipamentos, instrumentos.

Tais orientações não são diflceis de serem seguidas e pode -


riam resultar em uma senslvel melhoria da eficacia comunicativa
da prosa burocrãtica, o que acarretaria fu~uramente maior em-
penho, de parte dos usuários, I2.m cumprir os regulamentos e nor
mas institucionais, pois esses deixariam de ser umã escrita cifrada,

passlvel de decodificação apenas pelos administradores.


~ 11-

4 -A SIMPLIFICACAO, CO~10 PROCESSO LINGUISTICO

Ler e mais do que decodificar slmbolos grãficos: e processar


a informação contida num texto para utilizã-la criticamente. A

tico. Se usado nos contextos adequados, o planejamento lingUl~


tico pode ajudar a eliminar o desperdlcio (incluindo al, e cla
ro, o desperdlcio de energia humana}.l
A leitura e um processo interdependente, centrado no texto,

e n t r e o 1e it o r e o t e x to. P o r t a n to, 1e r e um p,'o c e s s o de p r o d~


çao e interpretação, com dimensões psicológicas, sociológicas,
tornarão mais inteliglveis porque essas expressões introdutõ-

rias tornarão previslveis o que vem a seguir: a conseq~ência

do que se havia dito antes;

- intercalações com mais de 10 palavras separando sujeito e ver

bo dificultarão a memorização.

de. Aplicadas a um texto, obteremos como resultado um numero -

o lndice de inteligibilidade - que poderâ ser comparado a um se


gundo n~mero obtido da aplicação dela a um outro texto. A com-

paração dos dois lndices nos dirâ qual dos dois textos e mais
Essas fórmulas têm ainda a vantagem do baixo custo e da facili-

dade de uso.

1igibilidade diferentes para uma mesma passagem resulta em 1ndi

mentar a inteligibi1idade não significa aumentar a compreensao

de um texto.10 Tais fârmu1as sugerem, por exemplo, a substitui

tentementell torna a mensagem mais compreenslve1 que dizer "ora

chove, ora faz sol"?

t verdade que o baixo coeficiente de inteligibilidade servi-

ra para mostrar que o leitor teve problemas para processar o

texto, mas não indica quais os problemas e come reso1vê-10s. A

aplicação dessa têcnica nâo nos informar~ se o texto foi orien-

tado a partir da perspectiva do redator ou do leitor; se as se-

q~ências textuais estão bem organizadas e a informação devida -


mente parcelada; se as ilustrações são pertinentes e ajudam o

processamento do texto; se a parte gráfica foi bem planejada

utilizando-se adequadamente os espaços em branco, os tipos grã-

ficos, a extensão da linha no tamanho ideal e as cores.

Portanto, o uso de fórmulas de inteligibilidade para avaliar


a compreensão de textos ê falho porque elas nos informarao mui-

to pouco sobre os problemas associados a seu processamento. O

processamento feito por um leitor proficiente (há interaçao da


os manuais de ret6rica hã muito recomendavam essa prãtica para
. - 19
as narratlvas e as descriçoes de processos. Obras mais recen

tes mostram que o assunto continua a ser tratado do mesmo mo-

do.20

separadas de um objeto devem ser descritos linearmente, i .e, s~

guindo-se uma linha imaginãria e inimerrupta, que pode partir,

Assim, a organização textual que fora negligenciada nos estu

dos da inteligibilidade, influi, sobretudo, na memorização dos

de instruções, a partir da leitura dos quais os usuãrios devem


memorizar os passos dados para facilitar a realização da tarefa

As pesquisas de Urquhart nao concluem que um texto contrãrio às

seqil~ncias temporal e espacial esteja necessariamente mal redi-

gido. Elas servem para referendar o conselho dos retõricos e


provar que, se um texto e mais fãcil de ser lido e de ser memo-
- -
5 - TEXTOS BUROCRATICOS: PRODUCAO
, E ANALISE

Em toda comunicação, hâ sempre um emissor que ~ fonte de in-

formação, uma mensagem (a informação), e um destinatario, que

dores tlpicos e os subordinados, os destinatarios tlpicos.


As comunicações administrativas, como todos os tipos de comu

- mensagens (ordens, relat~rios, sugestoes)

- a um destinatãrio (publico, respondente, audiência),

- a fim de influenciar o comportamento deste, conforme comprov~

rã sua resposta (replica, reação).l


3 - adequação;
4 - oportunidade e atualidade;

5 - distribuição;

6 - adaptação e uniformidade e

7 - interesse e aceitação.3

mos de verificar se a resposta a ela estâ correta, isto e, se

corresponde ã idéia que tlnhamos em mente e que queriamos tran~

pediram o destinatário de produzir a resposta esperada ou dese-

jada."4 r preciso não apenas ter boa idéia, mas transformâ-la


do, falta de iluminação), de ordem cultural (diferenças de or-

dem social e geográfica que acarretam a mudança do repertõrio )

e de ordem psicolõgica (secura, agressividade, falta de persua-

são ou de empatia na comunicação).

Para evitar os rUldos e redigir uma comunicação eficaz,e pr~

ciso que se utilize não apenas um código conhecido do destinatã

rio, como tambem um código fechado, isto ê, aquele em que a re-

lação entre significante e significado seja unTvoca e imutãvel,

possibilitando apenas uma decodificação e, pai tanto, uma sõ re~

posta. O uso do cõdigo fechado ê recomendãvel nas comunicações

administrativas, pois hã necessidade de respostas rãpidas e unl

formes, livres de ambigUidades geradoras de conflitos.

4. A oportunidade e atualidade não podem ser esquecidas. Fa

zer um questionãrio de opinião e pedir sugestões aos empregados

por ocasião de um dissldio coletivo é inoportuno porque eles e~


tarão preocupados com assuntos que lhes tocam mais. A informa-

ção desatualizada perde sua razão de ser dentro das institui -

ções modernas, que são dinâmicas. O relatõrio,que existe para

o controle administrativo por parte da chefia, deixarã de ser

instrumento de controle e tornar-se-ã peça histõrica se não fo-


rem introduzidas as informações sobre as alterações no trabalho.

As ordens podem também tornar-se obsoletas e cabe ã chefia

rev~-las e atualizã-las, não somente quanto ~ forma (substituir


uma impressão desgastada, por exemplo), mas também quanto ao

conteudo (omitir ordens caducas).

5. A distribuição não pode ficar fora das preocupaçoes,pois

uma das causas mais freqUentes do malogro das comunicações es-

tã no fato de a mensagem não atingir o destinatãrio. Citamos o


fato de um funcionãrio do Estado de Pernambuco ter pago, durante
anos, um imposto indevido porque nunca havia recebido o Manual
1. Mensagem indivi Carta, telegrama,te Expedir instruções Difundir rapidamen- Formal, pessoal, pa
dual lex, memorando - urgentes e não-per te instruções em pe dronizada, especiaT
manentes - quenas organizações mente no caso do me
morando e do tele ~
grama
2. Circular ou Memorandos e avi - Expedir instruções Implantar e testar
boletim sos (impressos ou comuns semiperma - novas instruções
mimeografados) nentes
3. Manual da Conjunto integra- Expedir instruções Servir como obra de Limitado e uni- Altamente formal e
institui ção do de instruções a longo prazo e in referência ou de forme legallstica; abun
formar sobre a or~ apresentação da es- dância de termos tec
ganização da insti trutura e funciona- nicos
tuição mento organizacio -
nais

·4. Manual do empre Coletâneas de re- Instruir o emprega Apr~sentar a organi Muito diversifi- Informal, breve
gado/funcionã ~ gras e instruções do/funcionãrio so~ zaçao aos novos e cado e numeroso simples
rio bre seus direitos atualizar o conheci
e deveres mento dos antigos
5. Publicação in- Folhetos, boletins Estabelecer linha Mostrar as vanta Muito diversifi- Informal, espontânea,
terna informativos, jor- de comunicação en- gens da institui cado e numeroso breve, simples,atraen
nais, revistas tre chefes e subor c~o, ensinar a evi- te, criativa -
dinados tar desperdTcios e
acidentes do traba-
lho,e como aumen
tar a produtividade
funcionarios, sera heterogêneo, porque contera variaveis relati

vas ã idade, escolarização, percentagem de pessoas oriundas de

formato e ao estilo, eles devem ser de ordem a tornar a public~


ção facil de ser manuseada e compreendida.

- mostrar que a companhia e- um bom lugar para se trabalhar;

- criar o sentimento de famllia entre os empregados ou funciona

- evitar o desperdlcio e ~umentar a produtividade;

- tornar claro para o empregado, sua famllia e toda a comunida-

Uma publicação para empregados não ~ tareFa para redator am~

dor. Ela exigira algu~m que trabalhe nisso, em tempo integral,

tenha uma formação adequada (educação, comunicação social, jor-

nalismo ou letras) e treinamento em redação esp~clfica, coleta

redação deve ser interessante, objetiva e agrad%vel para o pu -


blico leitor, que não ~, mesmo em se tratando de empregados e

Programa de Pós-Graduação
em Letras e Linguisti<l3.
luxuoso prédio da empresa tendo, ã frente, um empregado com ma-

cacão sujo ou rasgado, não pode ter a credibilidade e a aceita-

atraente a ponto de o empregado, que apenas tencionava dar uma

olhada na mesma, so se dê conta de seu interesse quando termi -

pregado ou funcionãrio. Assim, formato, paginação, diagrama

ção, tudo desempenha o seu papel. pois a publicação deve levar

blicação interna deixarã de ser papel jogado fora.

Pela quantidade e importância das comunicaçôes escritas em


des não previstas no que estã escrito, mas que nao sao impos-
slveis de ocorrer;
a obsolescência das instruções transforma-as em papelada inu-
til .

Para contornar esses problemas, e preciso estabelecer a dis-


tinção clara entre instruções obrigat6rias e opcionais; sujei-
tar as instruções a contlnuas revisões e melhoramentos, e dar
aos que ocupam cargos de chefia maior autonomia para agirem por
conta pr6pria sempre que as instruções escritas forem considera
das, por eles, como inadequadas.
S~ tanto a comunicação oral, quanto a escrita oferecem vanta-
gens, a combinação dos dois velculos se mostrou mais eficaz do

mente na Universidade Estadual de Michigan, por Thomas L. Dahle,


testando um grupo de empregados em Lafayette, Indiana, e,poste-

ram publicados na obra: "Transmitting information to employees:


a study of five methods".8 Nessa obra, Dahle afirma tambem
que, entre os velculos menos eficazes para a comunicação admi -
nistrativa, situa-se o quadro de avisos. que parece ser o pref~
rido em muitas instituições.
O nosso trabalho vai focalizar exclusivamente as comvnica~es

uma parte do total das comunicações administrativas de uma ins-


tituição. Isso porque a nossa proposta e a descrição e a anãll
se do burocrat~s, ou seja, a linguagem tecnica utilizada nessas
comunicações.
5.3. Como Preparar Redatores Administrativos. Modelo Procedu-

ral de Redação de Documentos

Na sociedade moderna, a palavra escrita ainda tem a prima-

zia. Nossas vidas giram em torno de "papeis" e cada dia mais


enfrentamos "papeladas" complicadas. Dentro do sistema adminis-
trativo, o volume de textos escritos reflete o tamanho e a com-
plexidade das instituições. Os administradores que ocupam os

escalões mais elevados do sistema burocrático são obrigados a

redigir freqUentemente, embora não tenham sido preparados para


essas tarefas redacionais especIficas. Os textos sao, nao ape-
nas em grande quantidade, mas de tipos variados. Alem disso,e~

sas pessoas nunca haviam sido motivadas quanto ã importância da

redação como requisito para sua promoção profissional e eficá-

cia comunicativa no trabalho.

Esses administradores, como nao foram preparados adequadame~

te, produzem textos que estão, com raras exceções, aquem do nl-

vel de compreensibilidade desejado e existem dificuldades na co

municação descendente dentro da hierarquia burocrática, ou se -


ja, os chefes tem dificuldades em se fazerem entender por seus

subordinados ou pelo usuário a quem os textos são dirigidos. sã


tardiamente os burocratas se dão conta de que a cQmunicação es-

crita compreenslvel pode economizar, não sõ para as instituições


publicas e privadas, como tambem para o comercio e a industria,

tempo e dinheiro, e evitar problemas de ordem jurTdica alem de

outros aborrecimentos.
O nosso trabalho que objetiva detectar dificuldades e encami

nhar soluções dentro da experiencia prática de redigir adminis-


trativamente, chama a atenção para a necessidade de preparar alu

nos, na universidade e depois da graduação, para redigirem em

suas futuras profissões. Essa necessidade foi percebida nos Es


tados Unidos, na década de 70. Desde então, o assunto tem sido

objeto de pesquisas e discussões em seminários e congressos. Em

1~79, o National Institute of Education financiou o Document

Design Project, com o objetivo de ajudar a promover a comunica-


çao clara e simples em documentos publicos. Atraves de pesqui-

sas sobre redação e da aplicação dos resultados a projetos pra-

ticos, algumas soluções foram encontradas e transmitidas por

meio de cursos para estudantes de graduação e p6s-graduação. Os

professores americanos de lingua inglesa receberam tais cursos

com grande interesse, pois sentiam que eles preenchiam uma lac~
na na formação universitária dos norte-americanos. Trabalhando

com advogados, economistas, especialistas em tributação, anali~

tas de programas e outros profissionais de instituições publi -

cas ou privadas, os pesquisadores verificaram que aqueles pro -

fissionais deveriam saber redigir com clareza e simplicidade,c~

mo tambem revisar e avaliar textos burocráticos de varios tipos

dirigidos a publico diverso. A maioria desses profissionais,e~


tretanto, não tivera treinamento especlfico.

Dos resultados das pesquisas, experiencias praticas e idéias

produtivas, algumas sugestôes básicas surgiram a fim de que o


redator de textos administrativos possa:

1 - compreender que o conhecimento das convençoes exigidas e do

formato que deve ter o documento burocrãtico ê necessario ,

mas nao suficiente para escrever de modo compreenslvel e

adequado para publico diferenciado;


( 1) (4) ".,
-------
""- .•.•.
/'
/'
... ....
Determi na r Determinar I--
" ,
/ '\
I
o objetivo as tarefas I \
-"""-
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do leitor , , \
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O
(2) (3 ) (6 ) (7) (8) C
U
Definir o I-- Definir o !'- f- Escrever ... -+ M
- Reler, re-
o docu - visar e Avaliar E
propósito publico N
mento reescrever T
O
(5)
Determi nar
as dificulda - -
des:
- uso
- distribui-
çao
- inteligib.~
1idade Eta p a
IRedaci ona 1 II Etapas põs-redaci ona is I
- pela distribuiçao?

- pela complexidade lingOlstica?


to antes quando se procura sabe r quem lerã o documento, por

~ v oce- o es tã redigindo, o que voce- deseja transmi ti r. O


-
processo inclui geraçao de idéias e planejamento antes da re-

dação;

até que o leitor, para o qual o documento se destina,

compreendê-lo e usã-lo adequadamente;

- redigir é um meio de comunicação. Isso implica em haver um

boço de textos administrativos enfatiza a ~onexão entre ambos

através do processo redacional;


- o processo de redação é recursivo: as linhas pontilhadas no

grãfico mostram o retorno da revisão e da avaliação ã etapa

d o e s b o ç o . Decisões n o e s t ã g i od o e s b o ç o d e vem ta m b é m p r o v o -

responder. Acreditamos que, responde-las por escrito, espe -

cialmente na fase de planejamento, irâ ajudar o redator a com

preender e desenvolver suas estratégias de redação.

o modelo tem tripla finalidade: servirã para ensinar a plan!

jar e escrever textos especlficos, para reescrever aqueles que

se julgue mal redigidos, e para produzir outros partindo-se da

colheita de informações, determinação das necessidades e movi -


mentação atravês do processo até a avaliação e o esboço defini-
tivo.

O curso seria dividido em tr~s partes, das quais a primeira

cuidaria de fazer os estudantes seguirem o modelo do processo

passo a passo. Nessa ocasião, os alunos devem-se familiarizar

com a terminologia adotada e as tecnicas necessarias para a re-


visão de uma redação. Os exerclcios praticas sao necessarios

para acompanhar a assimilação do processo por parte dos futuros

redatores.

A segunda parte do curso seria usada para revisar documen

tos, individualmente ou em grupo. A parte pratica seria reali-

zada utilizando-se os proprios alunos como revisores uns dos ou

tros, consultores e publico leitor. E conveniente também encon


trar pessoas, fora da sala de aula, que leiam e revisem os tex-

tos ja revisados pelos alunos.

A terceira parte do curso serviria para produzir documentos

aplicando-se o modelo. Os alunos já estariam aptos a estabele-


cer o objetivo, o tipo de publico e o conteudo do texto, alem

de saberem como mover-se do inlcio ao fim do modelo procedural.

Nessa etapa, os alunos deveriam elaborar um projeto de um docu-

mento simples e objetivo que representasse o tipo de redação que

elesesperavamfazer regularmente no exerclcio de sua profissão

(sumario, relatório, estudo de caso, circular). Nesse estagio,

graças aos exerclcios feitos, os estudantes seriam senslveis ãs

diversas situações retoricas e ãs maneiras como sua redação de-


veria ser concretizada, considerando-se o assunto, o objetivo,

as dificuldades do leitor e o tipo de publico a que se destina.


O projeto final consistiria de um documento complexo, dirigi
do a um publico diferenciado. Seria uni projeto conjunto e sua
pessoas estranhas ao curso. Os resultados dela deveriam

como dados para o aperfeiçoamento do esboço definitivo.

Em síntese, um curso de preparação de redatores para fins es

pecificos e p~blico diversificado seria desejãvel para todos os


estudantes de graduação, tornando-os aptos a exercerem a função

que a eficãcia redacional economiza tempo, dinheiro, problemas


jurídicos e frustrações decorrentes da incompreensibilidade dos

lheriam conscientemente redigir com clareza, simplicidade e ade

quaçao. Adotariam um tipo de redação transacional, ou seja, a

que significasse uma troca de informações entre pessoas.

5.4. Como Tornar Clara a Redação de Textos Institucionais

Durante toda a sua vida escolar, os estudantes escrevem qua-

se que exclusivamente para os seus professores, que são leito-


res experientes. Mas e preciso pensar que redatores, em sua fu

tura vida profissional, escreverão para p~blicos diferenciados.

E o texto produzido então deverã ser dotado de clareza e objetj.

vidade de modo que seus leitores possam compreendê-lo e usã-lo.


Para preparar redatores profissionais eficazes, ~ necessãrio

mo os estudantes que têm pouca experiencia na anãlise do p~bll

co leitor, tornar-se-ão hãbeis em perceber a relação entre as

necessidades e expectativas do leitor e as opçoes lingOísticas


- foram testadas e comprovou-se que, em muitos casos, ajudaram

a resolver problemas de redação de textos profissionais buro-

cráticos, jurídicos, comerciais.12

Essas diretrizes se mostraram eficazes para resolver 3 espe-

cies de problemas redacionais que o leitor geralmente não conse


gue superar:

Eis as diretrizes básicas para a redação clara de textos ins

titucionais:

- dirigir-se diretamente ao leitor, usando nome ou pronome;


2 - escrever na voz ativa;

3 - usar, sempre que possível, oraçoes verbai~ em vez de ora-

ções nominais;

4 - escolher cuidadosamente o vocabulário, evitar o jargão e ex

plicar ou definir os termos técnicos;

5 - ser consistente, evitando sin6nimos pelo mero prazer da va-


riedade;

6 - usar somente as palavras necessãrias;

7 - escrever orações curtas;


8 - pôr as orações dos períodos na ordem lógica;

9 - desembaraçar os períodos complexos;


10- usar listas quando houver vârios itens a abordar;
11- reescrever os períodos que têm negativas multiplas, transfor
"Essa decisão teve por pressupostos, de um lado, o fa
to de o aspecto social do problema ~er relevante po~
que era necessãrio, de forma programada, melhorar as
condições de saude e bem-estar da população brasilel
ra e, de outro, necessitava-se mobilizar recursos fi
nanceiros, técnicos e humanos, principalmente a nl -
vel federal e estadual, com vistas a eliminar o dé-
ficit do setor e dar-lhe condições de ~uto-sustentar
se (de sustentar-se por si mesmo) permanentemente."

"Esta decisão baseou-se em duas razões antecedentes.:


1 - o aspecto social do problema ser relevante, po~
tor e leitor --, como também procurar escolher signos que sejam

unlvocos, isto é, cuja relação entre significantej significado

De qualquer modo, nos textos institucionais aconselhamos a

adoção de um c~digo fechado de comunicação para que cheguemos a

decodificações unlvocas e as respostas sejam rãpidas e unifor -


mes, evitando-se a ambigUidade e a duvida, geradoras de ansieda
110 pagamento ou reembolso de despesas hospitalares e
limitado àquelas realizadas durante o perlodo mãximo
de 90 (noventa) dias de internaçao por evento (doen-
ça ou acidente), sendo que as despesas hospitalares
efetuadas no exterior serao reembolsadas em moeda
nacional, ao câmbio de venda do dia do reembolso, e
limitadas ao equivalente em cruzeiros, a 50.000 URS
Itau (Unidade de Reembolso de Seguro Itau), por pes-
soa, em cada ano de -
vigencia da -
apolice." 26

colhido um exemplo em que o numero delas foss~ bem maior (edi -

tais de citaçao publicados em jornais), mas escolhemos o texto

dos longos podem dificultar a compreensao da mensagem e nao

justo que alguem compre uma apólice de seguro e não possa


blicos, a suspensão dos empréstimos dos bancos, redi-
recionando-os para setores priorit~rios, como a agri-
cultura e a exportação, o controle de preços, a tenta
tiva de sanear o mercado financeiro com a correção m~
netaria preestabelecida pela média trimestral, a redu
çao drastica da emissão de moedas e a fixação de nor-
mas para sanear o sistema financeiro a fim de evitar
gastos futuros com instituições bancãrias falidas,que
pressionam o déficit, atenderão ao principal ponto de
negociação, que é a redução do deficit publico.,,28

Esse longo e complexo perlodo, de decodificação impossivel ã


primeira leitura, é anti-jornallstico por exceléncia porque afa~

mais importante: a de que "o principal ponto de negociação é a

r e d u ç ã o do dê f i c i t P li b 1 i c o . II

Atendendo a todas essas observações, teremos:

"0 mi ni stro Dornelles acha que reduzi rã o défi c-it pu-


blico, principal ponto da negociação, se conseguir:
- cortar os gastos públicos;
- suspender os empréstimos dos bancos, redirecionan-
do-os para setores prioritarios, como agricultura
e exportação;
- controlar os preços;
- sanear o mercado financeiro, corrigindo a moeda
pela media trimestral preestabelecida;
- reduzir drasticamente a emissão de moedas e
- fixar normas para ordenar o sistema financeiro e
evitar gastar futuramente com instituições banca -
rias falidas, que pressionam o déficit."

Caso exista entre os itens a enumerar palavras como SE, E,

OU e similares, convem coloca-las em destaque ~ esquerda deles,

entre as duas orações ãs quais servem de elemento relacional.

"São consideradas despesas medico-hospitalares abran-


gidas por esta cobertura as relativas a partos nor-
mais, bem como ãs operações cesarianas, gravidez ec-
t5pica e abortamentos determinados exclusivamente em
razão do risco de vida da parturiente ou do feto, ou
de sofrimento intenso materno-fetal. ,,29

"São consideradas despesas medico-hospitalares abran-


gidas por esta cobertura as relativas a:
- partos normais
bem como
- operaçoes cesarianas,
- gravidez ectôpica
e
abortamentos determinados exclusivamente por ris-
co de vida da parturiente ou do feto, ou de sofri-
mento intenso materno-fetal."
gar-se, ê preferlvel, porque o que se perder em economia, ganffi~
se-a em inteligibilidade.

110 projeto de decreto, dividido em capltulos, aprese!:!.


ta, em suas IIDisposi ções Prel imi nares", a expl i ci ta-
ção dos serviços publicas integrados ao Planasa, as-
sim como consolida os conceitos relativos aos objeti
vos desse Plano.,,33

IIEm suas IIDisposições Preliminares ll


, o projeto de de-
creto, dividido em Capltulos, enumera os serviços pQ
blicos que integram o Planasa e consolida os concei-
. tos que orientam os objetivos permanentes desse Pla-

peculiaridade. A prefer~ncia pelas oraçóes nominais em vez de

orações verbais contribui para a formação de cadeias de nomes,

geradoras da abstração e da complexidade dos textos, tornando-

IIFinalmente, o equacionamento econômico-f~nanceiro do


regime preconizado na Lei n9 6.528/78 serviço pelo
custo - e desenvolvido a um nlvel de detalhamento
adequado, com vistas a permitir um eficiente contro-
le das despesas das Companhias, buscando, com isso,o
estabelecimento de um sistema de avaliaçao de seu de
sempen h o [ ... J" . 34
(4) Izidoro Blikstein, Tecnicas de comunicação escrita ( são
Paulo, Atica, 1985), p. 28.

(7) Pradi p N. Khandwa 11 a, -º~_s_i_g_n()L_or8~_nj~il s (New


tj_()_~__ York,
Harcourt Brace Jovanovich, 1977), p. 36.

~!1d __i_n:>!~u ~!lon a 1 ma te r i a 1$ for


g~i_~:~~ __~~g_~~__~~_i_!_~_n_g_
an advanced
-----_._--~__ .. ..
composition
~
_-_. __ ..
course (New York, Rondom House,
(13) Linda F1ower, John R. Hayes, Heidi Stwarts, Revising Fun~

(14) Governo de Pernambuco, Manual de Informações ao contribuin

(1 6 ) B N H, L e 9 is 1 a ç ã o sob r e t a r i f a~~~2-s e r v i ç o s p Lib 1 ic o s d e s a


neamento basico, PLANASA (Brasl1ia, 1978), p. 10.

(22) Aurelio Buarque de Ho1anda Ferreira, Novo dicionario da


1ingua portuguesa, la. ed., l2a. impressão (Rio de Ja
neiro, Nova Fronteira, 1975), p. 772.

(24) Brasil, leis, decretos, Programa Nacional de Desburocra-


ti zação, º~~_~~_ll~~.c:~.!~~~Sã~_;_.l
~eg_i_~l~~S~..c>,
3a. ed. (Bra -

(26) Ayõl_i_ce de Se_9uros Itau, Condiçops Gerais: Seguro de Reem


bolso de Despesas de Assistência Medica e Hospitalar,
(27) Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco, Nota
oficial, Ql~rio de~ern~~~~~ (Recife, 03.03.85).

(28) Diário de Pernambu"~~ (Recife, 05.05.85), p. A-16.

(29) Apólice de Seguro Ita~

(30) _Desburocr_ati~açã~~egi s 1aç-ª,-(),


p. 49-50.

(31 ) Ibid., p. 58.

(32 ) BNH, ~R· cito

(33 ) Ibid., p. 17-18.

(34 ) Ibid., p. 18.


A porcentagem menor ficou para os alfabetizados. Talves po~

que, para motoristas, serventes e faxineiros, as instruções ver

bais sejam preferidas.

Sexta questão: Se~ texto e revisado por alguem mais antes de

chegar ao destinatãrio?

ções em averiguar o tipo de produção textual de seus redatores.


Apenas 16,5% dos redatores têm seus textos revisados com frequê~

cia e 5,5% deles os têm raramente.

Sim, quando a resposta foi adequada: 5%


Atraves do próprio trato administrativo: 5,5%

Parece-me que não: 5,5%

tos são compreendidos por seus leitores (77,7%) e alguns redato


res (5,5%) chegam a afirmar que isso e desnecessãrio. Apenas 5,5%

dos redatores dizem que a verificação decorre da resposta obti


da: se ela e adequada, o texto foi compreendido. Outros afirmam

que o trato administrativo, ou seja, o bom andamento e o cumpri


mento das determinações serve como verificação da inteligibili-
Em resumo, os resultados obtidos serviram para comprovarque:
- os redatores profissionais não receberam uma formação especi-
fica que os torne aptos a redigirem com clareza, adequando seus
textos a publico e propósitos distintos;
- nao há revisão dos textos por outra pessoa que nao o redator;
- nao há uma avaliação, por parte da instituição, da compreen -
são dos leitores. Estes sao considerados ap~nas como consumido-
- como
res, mas nao interpretadores ou compreendedores de textos;
- o publico a que os textos se destinam e diferenciado, mas nao

- a quase totalidade dos entrevistados se recusou a dar amostras


de seu trabalho. Isso parece evidenciar o receio de expor seus
textos a uma anãlise crltica ou temor de expor a própria insti

da linguagem mencionada para, então, montar-se os cursos de


,1
redação. Posteriormente, entretanto,os pesquisadores mudaram seu
enfoque, passando a ocupar-se com o redator, com suas necessida
des para melhor exercer seu oflcio: de que diretrizes precisa o
redator profissional? Com isso, o objetivo dos cursos que forma
tecnica (al inclulda a redação burocrãtica), llcom o duplo obj~

atender ã crescente demanda de pessoal especializado, que

enorme nas empresas privadas.1I4

Quando eficazes, esses redatores profissionais t~m prop6si -

tos estabelecidos: convencer o publico a agir, tornar o leitor

apto a compreender o ponto essencial das idéias do produtor do

tenções em textos facilmente interpretãveis é a chave do proce~

so de resolução de problemas comunicativos.

leitor. Isso pode ser simples, como traduzir um jargão ou ex

plicar um termo técnico ou complexo, como redefinir conceitos


para oferecer algum apoio lingOlstico a ser usado pelo leitor.

partida que possa ser partilhado com o leitor e comunicar-lhe


algo, gerando uma resposta. Não fica apenas ao nlvel de expri-
lham isolados e adotar essa estratégia exige trabalho duro e

demorado. Assim, alguns se limitam a escrever o que eles sabem

e, pois, integrar o objetivo e o conhecimento do redator às ne


cessidades do leitor. E descobrir de que modo pôr a funcionar
o sistema de crenças ou pressuposições e inferências comparti-

Podemos respondê-la tomando como base as prioridades que

são tradicionalmente colocadas para o julgamento da redação e~


colar: correção e boas idéias, não importando a forma lingOls-

tica atraves da qual se veicula a mensagem. Nesse processo ar

tificial e alienante, poder-se-ia chegar ao extremo de dizer

que não há necessidade de estrategia comunicacional. Os estu


dantes escrevem para pessoas experientes -- os professores
que a v a 1 i a m a me n s a g em, ma s os 1e i t o r e s n a o a usa m, não p re c isam
dela para dar uma resposta, para agirem.

Na vida profissional ,entretanto, as prioridades

que tem o leitor de usar o que o redator sabe. Nesse caso, mes
mo uma "boa idéia" sã terã valor se o leitor precisar dela e
1. Que tipo de documento devemos a~~]_i~~? Aqueles que infor-

mam ou instruem grande numero de pessoas sobre assuntos que af~

tam diretamente seu bem-estar. Alguns desses documentos aprese~

tam informações importantes que o leitor deve compreender en-

quanto l~. Outras vezes~eles são escritos para ajudar as pes-


soas a localizarem informações especlficas em meio a uma cole

pessoas deve ser avaliado para nos assegurarmos de que ele

compreenslvel para as pessoas ãs quais supõe servir.

2. u a i s os documentos __n o _~T_~_~j_l_~


de re 1 e v â n c i as _o_cj_~_~ 9_~~
_~~ra~~~pubL!~E ~_~_~P~~_!2? Nessa categoria estao os requerime_~.
tos vârios: licença para tratamento de saude, solicitação de sa
lãrio-famllia, aposentadoria, contagem de tempo de serviço, au

tratos de compra e venda de imóveis; os contratos de compra de

apólices de seguros; contratos de trabalho; causas trabalhistas,


clveis, penais; manuais de empregado! servidor publico. são do

cumentos desse tipo, cuja clientela ~ facilmente identificãvel,

nos'--_ teste
---- .. _-"', .. ~'--'-'~
avaliativos aplicados aos documentos? Esse ~ um pon-
tuações. Se o respondente for capaz de transpor o resultado obti
do com a parãfrase para outra situação, é sinal que ele enten-

A parãfrase serve para testar fatos (mais f~cil) e também


principios (mais complexo exigindo um maior desafio da pessoa
testada).
c) ~ aplicação d~ ll§J:~s-Q~c!.!:i9: Estas constituem um instru-
mento prãtico para avaliar documentos. Exemplificaremos utili -
zando uma lista-padrão para avaliar um manual que, no nosso ca
so, ensina o usuârio a manejar um computador. Antes de comprar
a mãquina e preciso saber se o manual é suficientemente claro
para que o usuario o compreenda e faça a maquina funcionar a

de instalação da maquina, o tempo de treinamento e as orienta -


ções procedurais?

Como avaliar um manual?


Lista-padrão para avaliar manuais de orienta~ão de usuârios
8
de computadores:
1. Examine o prefãcio: ele especifica para quem o manual e diri
gido, o que o leitor precisa saber primeiramente, o que a p~
blicação aborda e como usâ-lo? Se não houver isso, o leitor
terã problema para entender os objetivos do autor.
2. Passe a vista no lndice: o manual deve ter, alem do lndice
geral, ao lado do texto, os capitulas indicados nos espaços
3. Detenha-se nos capltulos de seu interesse: as seçoes de aber
tura esclarecem o que você vai aprender/fazer e por quê? são
elas escritas como tarefas individuais ou genericas? Essas

qualidade do trabalho. Onde encontrar a orientação para isso


no manual? Os processos são simples de aprender? A linguagem
€i clara, pessoal, livre de jargão?
5. Se o sistema for usado por pessoas inexperientes, os procedi
mentos são dados passo a passo, com palavras encorajadoras

para treinar usuarios de tipos e motivações diferentes? Ou a


abordagem considera apenas um tipo de usual'io?
6. Verifique o final do manual: há um glossário elucidativo? As
palavras ali contidas correspondem às duvidas despertadas em
você durante a leitura?

confiança como ser humano inteligente ou fez você sentir - se


idiota? Se você acha que avaliar um manual e desperdlcio de tem

empregou pode ser a diferença entre um sistema que trabalha pa-


ra você e um sistema que faz você trabalhar para ele.
A um grupo de usuãrios e entregue o documento e o teste p~
ra medir o que se julga que o documento quer dizer. O avalia
dor especifica os resultados que devem ser atingidos para que
o documento seja considerado efetivo. O documento serã "vãlido"
se a anãlise dos resultados indicar que o grupo selecionado
p1ra a amostragem atingiu esses resultados.
Para operacionalizar mais as indicações de como avaliar um
documento, poderiamos resumir tudo o que dissemos sobre o as-
sunto numa lista-padrao que serviria de orientaçao de como
montar e desenvolver um curso de reelaboração e criação de do
cumentos. Assim, estariamos contribuindo para preencher uma la
cuna na formação dos reda tores profi s s iona is..

_I: i~_~~~.2.~_~~~_~_2.~~_~_. y_~_r_~mç.tJ!:.?g_


Mo_~ta~ __.~._-º.e.s~!ly.?_l ..~.~
R e ~~~~i...~~~_~ ~ Ç_~2.9~_~_0 de. D.oc um e n t o~

1. Que documentos devemos avaliar?


2. A quem se destina o documento?
3 .. J:-compreensl\lelpara o publico?
4. "Qae-mensagem-odocumehto qoer transmitir/transmite?
5. Por que foi elaborado/estou elaborando esse documento?
6. Qual o objetivo do documento?
7. Quem irã lê-lo/usã-lo?
8. Quais as minhas expectativas em relaçao ao uso que os lei
tores farão do documento?
9. Que limitações foram/serao impostas ao documento?
10. Como selecionar uma amostra de usuãrios para avaliar a in
teligibilidade do documento?
11. Como construir um teste para avaliar a compreensao do do
cumento?
2. Os parãgrafos sao longos demais?

3. Os parãgrafos incluem tópicos que nao estão inter-re

do parãgrafo?
~-
6 . A transição entre os parãgrafos nao estã clara?

7 . Há o abuso da passiva com agente oculto?


8. Os perlodos - longos demais?
sao
~-
9 . Os perlodos sao complexos demais pa ra que sejam

freqüência?
11. As orações sâo amblgUas?
EXERCIcIO I
TORNE O TEXTO TAo CLARO QUANTO POSSIVEL ELIMINANDO A SUA IMPESSOALIDADE

Impessoali- "Seguridade Social aos Municlpios Usar prono- "Segurança Social para vocês,se..c
dade: uso do Interior mes pessoais e vidores municipais do Interior
11 r- ., -
[ ... J logo, para que os servidores possessivos para que voces,
L··· J Logo, ser
------
de nomes g.e: municipais do Interior do Estado sejam vidores municipais do Interior do Esta
genericos segurados do IPSEP, ê necessãrio que a do, sejam segurados do IPSEP, ê neces-
Prefeitura firme convênio com a Autar- sãrio que o Prefeitura firme convênio
quia. com a Autarquia.
A celebração desse convênio nao sô asse- A celebração desse convênio não sô asse
9 u ra ao ~~~ v i_~_~~_n~~_~j~_i2_a_l
a insc r iç ã o gura a _~~~~, servidor municipal, sua
como segurado do IPSEP e todos os direi- inscrição como segurado do IPSEP, como
tos concedidos aos servidores estaduais, tambem lhe concede os mesmos direitos
sendo da responsabilidade da Prefeitura dos servidores estaduais sendo da res -
manter em dia os recolhimentos ao Insti- ponsabilidade da Prefeitura recolher
tuto. ~u~s contribuições de segurado.
Os ~~~':'.i9~re~.t!.1Un~_lpai~assim como a- ~~~~?' servidores municipais, e todos
queles que têm exerclcio no interior, aqueles que têm exerclcio no interior,
deverão procurar as agências do IPSEP, deverão procurar as agências do IPSEP,
na Região, as quais estão capacidatas a na Região, as quais estão capacitadas a
prestar a_~__c~!2!EjlJ_~nt~_~ todos os bene- prestar-lhes todos os beneflcios e ser-
flcios e serviços existentes no ôr- viços existentes no õrgão."
-
gao. " 11
EXERCIcIO 11
IDENTIFIQUE AS ORAÇÕES NA VOZ PASSIVA E TRANSFORME-AS EM ATIVAS, FACILITAN
DO A COMPREENSAO TEXTUAL

Abuso da pa~_ "Este Manual do Servidor foi elaborado Usar verbos A Assessoria Técnica e Diretoria Geral
siva: impes- pela Assessoria Tecnica e Diretoria Ge na voz ati de Recursos Humanos da Secretaria de
pessoalidade ral de Recursos Humanos da Secretaria Administração elaborou esse Manual do
e baixo lndi de Administração (p.03) Servidor.
ce de compr~ [ ...J Neste Manual foram introduzidos [ ... ] Neste Manual, os redatores in-
ensibilidade modelos de formulários especlficos pa- troduziram modelos de formulários es-
ra os diversos requerimentos (p.03) peclficos para os diveros requerimen -
Ao funcionário desincorporado será con- tos.
o prazo
~~~!_~~ não-excedente de 30 ~overno ~~~~de ao funcionário desin
(trinta) dias para reassumir o exercl- corporado o prazo de até trinta dias
cio sem perda de vencimento (p.10) para reassumir o exerclcio ser perder
Os efeitos funcionais que são ac~r~ - os vencimentos.
tados com a concessão dessa licença: acarreta
A concessão dessa licença ------ es-
- será deSC~I~tc\~g o perlodo em que es- esses efeitos funcionais:
tiver de licença[ ... J; o Estado desconta
----
o per'iodo em que
não será computad~ o tempo da licen- voce- estiver de licença [ ... ]
ça para efeito de aposentadoria; - voce- ~~g_Egderã computar o tempo de
- 6 perl odo da 1icença s_erá tambem de- licença para sua aponsentadoria
duzido na contagem do tempo de servi - na contagem do tempo de serviço, vo-
------- 12 N
ço para todos os efeitos."(p.ll) ce- deverâ deduzir o período do tem- o
o
po de 1icença para todos os efeitos.
EXERCIcIO III
TORNE O TEXTO CONCISO

IIConforme anunciado no Boletim da ADUFEPE Usar apenas Conforme Boletim da ADUFEPE n9 9, reali-
mia reda - n9 9, realizar-se-ã na proxlma terça-fei- as palavras zar-se-a em 28 do corrente, às 9 horas,
cional ra, dia
--~- ------
28 do corrente, às 9 horas, no Au- necessãrias no Auditõrio do CFCH (129 andar) um deb~
ditõrio do CFCH (129 andar) um debate so- a compreen- te sobre o "Papel das Associações de Do-
bre o "Papel das Associações de Docentes sao centes nas Universidades" que analisara
nasUniversidades:IEste debate em que se a- sobretudo a atuação da ADUFEPE na UFPE.
nalisarã sobretudo o papel da ADUFEPE, na Os professores AndreFurtado (Depto. de
UFPE,_serã. iniciado com as exposições dos Biologia Geral), Celso Pinto de Melo
professores Andre Furtado (Depto.de Biol~ (Depto. de Flsica) e Helcio ~atos (Cen -
gia Geral), Celso Pinto de Melo (Depto.de tro de Educação) serão os expositores.
Flsica) e Helcio Matos (Centro de Educa - Contamos com sua presença e a de seus co
ção) . legas de Departamento e de Centro.
~~_~?__9~poder ~~nt~! com a sua presença Atenciosamente,
e a dos seus colegas de Departamento e
de ~entro, subscrevemo-nos,
----- -- 13
Atenciosamente,
EXERClcIO IV

SUBLINHE AS FRASES E ORAÇOES DESLOCADAS E REESCREVA OS PERloDOS


COM CLAREZA

Frases e [ ...] Assim, e na esteira do que foi aqui Usar a ordem [ ...] Assim, e seguindo o que foi ex-
oraçoes expendido, não tem duvidas a Procuradoria lógica apro- plicado aqui, a Procuradoria Geral nao
desloca- Geral, de que o fornecedor de cana, em ximando os tem duvidas de que o fornecedor de ca-
das Pernam~uco, ê detentor do direito legiti- termos: su - na em Pernambuco tem o direito legiti
mamente adquirido, de receber, ~ratuita - jeito verbo mo de receber da usina 3 litros de mel
mente~u~in~, 3 litros de mel por tone- e complemen- gratuitos por tonelada de cana entre -
lada de cana entregue. tos. gue.
59) Inobstante tal posicionamento adotado 59) Apesar de tal posicionamento do
pe 10 IAA, coerente com a obri gação da__~- IAA, coerente com a obrigação consagra-
!r_eg~, jâ~~~ag!,_~~a há decadas, de mel da há décadas de entregar mel aos forne
aos fornecedores, o Sindicato da Indus- cedores, o Sindicato da Industria do
tria do Açucar, ~_i.nda_~~j-'!1_,
continuou a Açucar continuou a orientar seus asso -
orientar os seus associados, no sentidode ciados para que esses não entregassem
que estes não entregassem o produto ate o produto até o posicionamento final do
posicionamento final do Conselho Delibera Conselho Deliberativo do IAA (CONDEL),
tivodo IAA (CONDtL), o que, d~2~:s~ ~-,=- o que so- era adotado por algumas usi-
passagem, s6 era adotado por algumas usi nas.
--Tzr
nas."
EXERCIcIO V
DIMINUA A EXTENSAo DO PAR~GRAFO E EVITE O EXCESSO DE NOMINALIZAÇOES

-Paragrafo "Desse modo tornou-se imperioso ajustar os Fazer listas Desse modo, tornou-se imperioso ajustar
longo de- instrumentos às novas exi-
jã instituldos de itens com as leis ja votadas àS novas exigências
mais gências do Plano, com base na experiência estruturas do Plano, baseadas na experiência obti-
-Excesso obtida em todas as regiões do Pals, consi sintaticas da em todas as regiões do Pals e consi-
de nomina derando, principalmente, os seguintes as- paralelas. derando os aspectos do PLANASA:
l-izações pectos: Transformar - manter seus objetivos permanentes;
a) os objetivos permanentes do PLANASA fo os nomes em - revi gorar seu fundamentopo 11" t i c a,
ram mantidos e revigorado o seu fundame~ verbos de poi s cada Estado consti tui base geo-:-
__
to polltico, pois cada Estado constitui a açao qeoqrafica e polltico-administr~
base geografica e polltico-administrativa tiva para executar o plano;
para ~_~x~cuSão do Plano, com uma Compa- - encarregar cada Companhia estadual de
nhia ~~cerregada da e~~~são, ~dmi!:1_i_s~~- executar, administrar e operar os servi
ção e operação dos serviços publicas de ços de saneamento basico;
-------
saneamento basico, e um Fundo de Financia - programa r um Fundo de Fi nanci amento P..9
mento para Ãguas e Esgotos (FAE), pr~gra- ra Ãguas e Esgotos (FAE), para ser o su
mado para ser o suporte financeiro perma- porte financeiro permanente do Plano.
----- 15
nente do Plano,"
EXERClCIO VI
REESCREVA O TEXTO ADAPTANDO-O A SEU POSLICO LEITOR

-lmpessoali "Criar galinhas sempre trouxe muita satisfação -Usar pron~ As donas-de-casa que moram no campo gostam
da de para as donas-de-casa que moram no campo. mes p.:ssoai5 muito de criar galinhas.
-Perl odos A criação de galinhas em casa e fãcil e pode e possessi- Você tambem pode criar galinhas em casa.Ve
longos com ser praticada por qualquer pessoa. vos. ja como ê fãcil.
frases in- l bom ~ter no quintal um galinheiro cheio de -Colocar as Vantagens que você te rã com sua criação de
tercaladas criaturas barulhentas e alegres que, alem de oraçoes na galinhas:
-Vocabulã- ~razer lucro e enriquecer as refeições humana~ ordem lógi- - ganharã dinheiro com a venda de ovos e
rio difT proporciona ocupação para todos os membros da ca e redivi frangos;
cil para o famTlia. dir os perl - qualquer pessoa poderã cuidar das aves;
nlvel dos A cri ação !_r_~~
__~~cro com a venda de ovos e odos - as galinhas dão alegria a quem cuida de
'1ei tores frangos. -Usar pala- las.
O prazer de criar e somado ao lucro. vras do re- Você terâ duas alegrias: criar e
Mais protelnas e vitaminas na dieta da famllia pertório do dinheiro.
com o consumo de ovos e carne fresca de exce - 1eitor Os ovos e a carne dos fran~os têm protel-
qualidades.
lentes-------- nas e vitaminas. As refeições de sua faml-
para que sua cri ação de ga 1inhas tenha bons
Mas --_._---- lia serão mais fortes.
resultados, ê preciso que você cuide dela com Cuide bem de sua criação e você terã bons
muito zelo. resultados.
Faça um galinheiro num lugar seco, arejado e Faça o galinheiro em um lugar seco, com
ensolarado, protegido dos ventos fortes e per-
.... ....
---_._ _ _--,.,-----
muito ar e sol. E preciso proteger o ga-
to de arvores. linheiro dos ventos fortes. Coloque sua
[ ...] Ter galinhas nc quintal e ter sempre re- criação perto de ãrvores.
fei ções ri cas, _s_ab_o_r_o_s_a~_
e fa_r_t_a_s
~,,16 Crie galinhas no quintal e você terá refei
çoes ricas, gostosoas e em grande'qJantidade.
fazendãrios e de capacidade compro e de capacidade comprovada, haven-
vada, tornando-se imperiosa(lO) a do necessidade da permanência, por
me9jda(S) tendo em vista as provi- causa das determinações para o de-
11 . Abuso de Ilprovi dê_':!. ?ências(ll) que vem adotando (3)p~ 11. Evitar a repeti- senvolvimento da fiscalização dos
l
cia, providenciar ra o desenvolvimento da fiscaliza- çao tributos federais, necessãrios pa-
ção dos tri butos federa is • como me- ra combater 2fetivamente a infla -
dida(S) efetiva para combater a i~ ção e o deficit publ ico.
flação e o deficit orçamentãrio. A Divisão de Classificação de Car-
A Divisão de Classificação de Car- gos [ ...] verificou serem cabl-
gos [ ...] verifi cou. em face das veis as alterações propostas no
pO~9~!ações(3)serem cablvels as interesse da administração
alterações propostas no interesse
da administração.
Por outro lado, C ... J tornando-se Por outro lado, [ ... J preciso
imperiosa(5)
---~
a anulação das nomea- anular as nomeações dos interi nos
ções dos interinos não-aprovados não-aprovados [ ... J
[ ... ]
Deixa de ser proposta a exonera- Não se propõe a exoneração dos
ção dos ocupantes interinos de ca~ ocupantes interinos de cargos de
gos de datilógrafo [ ... -1l uma vez
_ datilógrafo [ ... J, pois os respec-
que( 6) os respecti vos concursos não tivos concursos não foram realiza-
foram realizados naquelas unidades dos naquelas unidades federadas.
federadas.
Em substituição dos interinos Em substituição aos interi nos
~a(l) exonerados [ J poderão exonerados [ ] poderão ser
ser nomeados(4) [ ] Ressalte-se nomeados [ ]
que as nomeações ~exam~(3) estão Ressalte-se que essas nomeações e~
incluldas na exceçao constante do tão incluldas na exceção do ar -
arti 90 29 [ ...] ti 9 o 29 [ ... ]
Nestas condições, ao submeter-se o Nestas condições, ao submeter o
12.Polidez exagerada asssunto ã elevada opinião(12) de 12. Dispensável assunto a Vossa Excelência, dou
Vossa Excelência, tenho a honra de
.----------
minha opinião: [ ...J este Departa
13.Formalidade ~pjnar(13): 13. Dispensável mento deverá receber o expediente
'- _ .gev~c~_.~__~xpe~!i~nte ser res- para as determinações cabl-
14.Preferência pela .!i!ul~~(14) a esse Departamento, p~ 14. Usar ordem dire- veis.
ordem inversa ra as p:c().~_~~~.~i_~.§
(11) cablveis. ta Respeitosamente (ou: Meus respei-
15.Fecho-clichê Ap~ovejto_o ensej?(15) para reno - 15. Evitar tos a Vossa Excelência).
var a Vossa Excelência os protes -
tos d~_meu.~~~~.. _pro!_un9_~_~~pe_~t.9'
(15)17
ra em segunda convocação, 30 (trinta) minutos após
o horãri o ~~s_t_~~~~_l_~~~i
do com qua 1 quer numero, con -
forme disposto em seus Estatutos."

cumprimentã-lo e 9~~~j~~ felicidade extensiva aos

Texto n9 ----
4: _.~.EDITAL 21
- _--
...

MESTRE DE MANUTENÇAO DE TELECOMUNICAÇOES


C O N T RAM E S T R t D~ __~_~H~T_~NÇ_AO D_~E
__I_~~LE C O M UNI CA a ES

aos interessados que re~lj~ar~_ processo seletivo


~~~j~~L",,-a_~_~~J~Lee'Lc
h_i_rJ1_~_~_!_~d_~
__y_aJLiJ_~_em ~~ a e pa ra
Mestre de Manutenção de Teiecomunicações e no Rio

Rep. Horãrio de inscriçao: 08:00 âs 11 :00 horas


Rep. Local de inscrição: Edif1cio Barccllos - Av. Pre-
- gratificação [ ... J
EXIGIMOS:

- comprovar situação devidamente reg~Jarizada fa-

~~_~ __~_~~J_~l§_ç.ª.~_i0~_~~_~~Ç2
__~iljt~!;
- ~p~~~~nt9~ Carteira de Trabalho e
Social;

na atividade, dos quais pelo menos 2 (dois) em

função de supervisão; ou comprovar 3 anos de

experi~ncia na atividade, para os portadores de

Curso Tecnico Industrial, ministrado por Escola

- ~~_'!1.e_~~_~_~.~
e x p e r i e n c i a m 1 n ima de 5 (c i n c o ) a nos
na atividade (candidatos ao cargo de contrames-

t re ) ;

- fornecer 3 (tr~s) retratos 3 x 4 de frente

Sup. 08S.: Os cargos exigem nlvel de conhecimentos equi-

Rê9·/Sup. valente a 8a. ser"ie de ens no de lQ grau."

Texto nQ 5: üFlcro22
vimento da UFPE e da comunidade estadual, objeto

de sua atuação.

No E!_~sen~ momento, a ~~e~~_!~~~~Fundação enco!,!


ta ç ã 9 ju r 1 d i c a e tê c n i c o -
t r a - s e em f a s e d e l_':J.l~!~~

administrativa. ~ __~~_~~ __!l_f11'!~_f11os a satisfação de


~~on-",~i
d_~-'cV. S a. a s e c o n s t i t u i r me m b r o - f u n d a d o r ,
O.i./Pro./Con. para o que necessãrio se faz a contribuição fi-

nanceira
~-------------~--
da ordem de Cr$4.0nO,OO a vista
------
da defi-

nição do patrimônio inicial da entidade em_51ue2~ ...

tão. Tendo em vista a limitação do numero de mem-

bros fundadores e a E!:,emência de tempo destinado

ã c o m p o s i ç ã o d o p a t r i m Õ n i o, P_~_L~_ e f e i t o d a f o r ma -

U .inf. /Pro ./S .r. ~!a m ~.!'!t o_~~_ a n u ê n c~~~~ __~_~ n v_it_~, que o ra f o rm u 1a -
mos, dentro do menor espaço de tempo posslvel.

_~_~__ de d i s t_~11_~_1d_~2__ ~~~~_~f11


~E_~_~_~_!'!.!_!_f11~_~_t~~ en-

tos a 1 ê m d a e x r e s são d e ~_9~~ _~~E~_~j~l ~~~i r~

Esperamos que os textos apresentados estimulem os professo-

res a ampliarem esta seleção inicial, em beneflcio de seus alu-


nos - redatores, reformuladores, para que estes se tornem aptos

ao publico leitor.
Ao empenhar-se em modificar a linguagem burocrãtica, atraves

de um processo de reformulaçao-adequaçao, o redator estarã "fa-


zendo ciência ll
em outro _nlvel cognitivo. Tal atividade asseme-
tuações especlficas podem ser distintos, mas a problemãtica
idêntica: como dar inteligibilidade mãxima a textos.30
( 1) - O ix i e G o s w a n i e tal i i, W r i ti n 9 i n t h e p r o f e s s i o n s. A cours'e

(3) - F.Gomes de Matos, Como delimitar um trabalho cientTfico do

tema ao problema. Ciência e Cultura (SP. Revista da

(6) - R. Galisson & D. Coste, Dicionário de didâdica das lTnguas

(8) - American Institutes for Research, Si~y Stated in business,


n9 6, The Document Design Center (New York, Washington,
(.J\~~i;) 9
Segundo Bolinger , na pior das hipóteses, o tecnoleto buro-

crãtico e, em parte, resultante de uma educação i~completa e,

se hoje temos mais ocorrências dessa linguagem, e devido ao fa

to de haver mais pessoas semieducadas na posição de influen


ciar lingüisticamente o publico e, ãs vezes, alem disso, de

querer ocultar algo. Segundo o lingüista norte-americano, nos-

sos tribunais, repartições, escritórios comerciais, nossa prQ


paganda devem ser responsaveis, perante o publico, não apenas

ral comentar-se a probidade lingQistica de figuras bem conheci

das do publico quanto comentar-se a respeito de sua probidade

financeira: em ambos os casos estão manipulando sistemas simbõ

licos que são propriedades de todos.10 A desburocratização li~

güistica ê, pois, um aspecto crucial do planejamento lingüisti

co, um ramo da socioling~istica que visa a formular propostas

ram uma lingua como um r.~.~~2::.s~~


..~_a.tyral cujos usos estão sujei-
tos ã avaliação individual e coletiva.ll
Ate quando a polltica de desburocratizaçao no Brasil conti-

nua rã a s e r v i s ta c orno r~.c_i.~n_~.l.i_z


..
~s~a.o d.E:_.p..!::
__
o_ceiLfl1e.~~.o_s_.ad!11_L~_i~
t r a t i vos em vez de a p r im o r a m e n to 1 i n g ~ 1s t i c o - a d rni n i s t r a t i v o ,
-_._~._-----
tan

to dos produtores como dos usuarios de textos oriundos dos de


cisores em empresas publicas e privadas? Jã ê tempo de as ins-

tituições investirem em outro tipo de conhecimento, tambem in


dispensavel para o crescimento econõmico: o comunicacional. sã
assim diminuir-se-ã o desperdlcio, de palavras, de energia e
de tempo, e a conseqüente malversação do dinheiro do povo.
CRUZ, Edvaldo. Redija conforme orientaç~o oficial. 7a. ed .. Ma-

Reading in a foreing language (series). London, New York,


Longman, 1984, capo 9, p.8l.

DUBOIS,Jean et alii. Dicionârio de lin~i~!ica. Cultrix, são


Pau 1o, 19 78 .

FERRARI, Alfonso Trujillo. f~~~~~~nt_?_~~_~~o~j~_!ogia. são Pau-


lo, Ed. Mc. Graw-Hill do Brasil, 1983.

FERREIRA, Aurelio Buarque d~ Holanda. ~~~~_ ~i~jonârio_~_ llngua


portuguesa. la. ed., l2a. impressao. Rio de Janeiro, Ed. No-
va Fronteira, 1975.

FLOOD, James (ed.). Promoting reading comprehension.


Delaware, Internacional Reading Association, 1984.

FLOWER, Linda. Problem-sol!ing_strategies for writing. New Yor~


Harcourt Brace Jovanovich, Inc., 1981.

FOLHA DE sAo PAULO. Manual geral de redação. la. ed .. São Paulo,


Folha de são Paulo, 1984.

GALISSON, R. & COSTE, D .. Dicionãrio de didãtica das 11n uas.


Paulo, Brasiliense, 1982.

NASCI MENTO, Ed mu n d o Oa n te s. L i n 9 u a 9 ~~ _f~_.E=~~_~' 5 a. e d .. são Pau


10, Saraiva, 1982.

ORLANDI, Eni Pulcinelli. A linguagem e seu funcionamento. As

formas do discurso. são Paulo, Brasiliense, 1983.

P EYTARO, J. e tal i i. F r a n ç a i s t e c h n i que et s c i e n t i fi que: r e f o r-

mulation, enseignement. Langue Française, nQ 64. Paris, La-

rousse, december 1984.

RABAÇA, Carlos A. & BARBOSA, Gustavo. Dicionario de comunicação.

Rio de Janeiro, Editora Codecri, 1978.

REDFIELD, Charles E .. Comunicações administrativas. Rio de Ja-

neiro, Instituto de Documentação, Fundação Getulio Vargas,

1980.

REDISH, Janice. The language of bureaucracy. In: BAILEY, R.W. &

FOSHEIM, R.t~. (eds.). LitElracy for life. New York, Modern

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______ o Using cognitive science in developing materials to train

writers. In: Technology of training, evaluation and produc-


tivity assessement,l. Warreton, Virginia, Society for App1ied

Learning Techno1ogy, 1983b. p.58-65.

RICHAUDEAU, François. Le 1angage efficace. Paris, Marabout, 1973.

RUBIN, Joan & JERNULD, BjBrn H. (orgs.). Can 1anguage be p1anned?

~ociolinguistic theory and pratice for deve10ping nations.


Honolulu, University of Havaii Press, 1971.

SMITH, Frank. Writing and the writer. New York; Holt, Rinehart

& Winston, 1982.


QUESTIONARIO-ENTREVISTA APLICADO A REDATORES
DE TEXTOS INSTITUCIONAIS

- de que classe econômica? Alta


Mêdia-alta
'Suté"'~:'
'P:: (,:{. '~,
promove
curso. ,
A partir d. amanhli
serão I:lbertas 81 illllcriçõet ,
pata 4) eu Portu u6t
Usual e a ao
pfõnKWiaopela ~reana
de Administração, através
da Superintendência de
Desenvolvimento de Pes.
soal (Sutepe), dl:lndo inicio
À tAE0fll!!!- a~ dfrNliP.l-
'fil t ~~ pll'b
~ Horácio Falcão
Ferral.
Segundo ele, .progra-
mação será' executada ".
fim de te
demanda àoo eata.
dUals ,111 U sneamo e,
d'ii? cumprimento 8 'Ilua
Il.l:tade fflDJlf;itg",o,.n.
~l'': s interessados
creverão ser encaminhados
~':. suas respecth'8S repar-
tlçoes através de oficio. à
lIuperintendente Fer-
nanda Cristina Souza, da
Sutepe.
As inscriçõea serão 1'8-
alizad8.11 nl:l Av. Conde da
&a Vista, n9 1424 até o
lA. no horário de 7.30 àa
ma
12;30 horas, mediante a
tna de Cri 55.000. Na ,\
oportunidade será feita
uma seleção dos candida.
toa, obedel'endo aos se-
lfUintes requisitos: H.l1:
l'ionário de nível l'J (I
li
mm ra Iva8
~::ããllll 8
i~ {
( SO ôl~ E C AMA1~ÃO)

Prezadoa(a.) Senhores(a.) rlossa cOllceituaéa Empresa, em virtude do


descontontamento %U roclâmações de alguns cliA:1ts!;, co:no: CJlna::,áo con-
gelado, Cor do mesmo: Odor; p6so a possival principio de oDtrag~doB etc.~_
'Jista disto qUGremos deixar claro os seguir.tes pontos:
19' - Nunca tivomos a intenção do ludibrIar a boa f~ d9 nj,n~l!8m,

paio quoremos continuar entrogondo 80manBlmente of na porta '


c1o Em p r o s a, U [lU mn n t a r () c 1 i lJ n t 8 1() o n 5 o f o r n e c 8 r U fi 1":1 v8Z !3 Ó,. .
2 9 - Od o r d o C r u s t ií c fJ n !1 (E ::1 rHl c i a 1 m o 11 t c o c a mo r Õ o) J D8 mp i' C1 d CJ 1 xa eJ

da !l o j e r, pr i n c i p [l 1m 8 n t u p a r õ que m n e Cl BS t 1ver a c o s t li [:l a o o I

ou trabalhe nm embionto fresco o perfulnüdo;


39;- ~ 1mpocnívol Qgrader a todos, G é pensando na maior1e (aquelas
(.!) que nôo tom oportunid{.ldü de irnm almoçar em C<.:3l:) que c0!1,

gelamos o camarão da 40. para Sa; dQ Sa. para 60. feira (cun-
forma o dia o a Emprosa que vamos entregar. rocebemos 81s
fre~co
____ -
n~ V~sp8ra) 1 _
I 58 o ontregar-mos sem cong81~-lo quando'
for no final da expedient8 que forem lavé-l0 pare case como t

eetar~? i um produto p;~oc!vol~ A gente nunca conssguo agradar


a todos. corto? a umô grando diferença de congalomrnto do UM
DIA PARA O OUTRO, paro ~que18Q encontrados om S~pErmercedoA I

que 8a ve~8s ost~o ali a meses: portanto pGd1rnos e compregn -


-
aBO daquolGs que ficararn illsat1sfEJito e/ou se sentir31T' preju-
d1cedot1l

4' - ~ prov~vel que elguorn tonha ~~co ) Kg onde havia um cemarao


ostragado, 8 segundo os 8studos oce~nogr~~tco~ que fiz~mos.
este inf8ctQr~ os demais: e como vamo~ detector paro excluí '.
·o'daquele moia. Caso isto aconteça, n08 telofono 1med1~tcma~
te que seró substituido 8 ou ressarcido;
59 -Informamos que tamb~m ost~v~mos sendo ludibriados pelo non90'

cedor o n65 mosmo ~ que vamos pes~-los; como dissemo3 onton '
queromos forn~c~-loo sempro.;
69 - Quendo 1'1 Cor, muda de <3gua sé11Eada ou doce, já cozid.:l ou não,
com ou sem casca. A cnr n~o tem nade a ver com a que11d~de da
me5mo.
Oepois dos esclarecimentos acima, ~ed1mos a gontiloze ~uo ~
àqueles que fizorem suas encomendes, lovem à sério (quo ~ o
nosso trabalho) o venham P8g~-lo no dia 8 hora marcade quando
telefonam encomendando. Pois j~ tivamoe coaDo do funclon~rloB
de ALTO NIvEL encomendar. doscer e não lavá-lo} só trabalhe -
mos com passes F~S[CAS 8 86 solicitamoS 85 quant1ded3B que VO~
aas encomendem por telefone, portanto ne coloquem no nOB~O lu
E-m virtudo do .Ü1 oiClnr!nl!rJ quo f-1stélr [',8r1c!O uul1cltaúo u ror terr.10I1

(; rn q 1.1: J n ~
,;):l um S o. t. U l'(I t o r I Ci (~?.n·(J3l)il)
L tJilé1tamol;
II os dias de cncomon-
I) li :1 ~ ':'1r Q 2o " J (J. (1) G r) (~ : () () h n SI ~) [) : ::l [1 h lJ 1.',c. d (J ,i 08: O O 11 às 1 5 : 3 Oh •
OGpt9•
lJuando liEorem ,dôcm
--------_
O SEU IW~lE CO~lPLETl1,
.._--~._----_._-
Er'lrRESí' [ LOCI\L, FONE
-
rJ1 r~E TO. F O NE G E i< ...•.•.
----_._._----- 1\ L [' l~Ml A L ( SE T T V lf~Ul
-----_._._----_ ..--------_ r E L E r o N E _-----.....--_.;
A S A TA M fJ E: M) Q tI Ar 1-
EM (". ..

TIDADES QUE QUEREM


-_._._-_. -------.-
E PERGUNTEM QUAL o erA E HORA OllE SEn~ A ENTREGA. -----_._----_. -
Informamos ainrJ:J ql.!8 d(]ntrc Grfl ln'o'.:c tecemo:?: QUEIJO. CAl~r~E DE I

',~() L, MA N T E I G /\ :J L I N G LI I ç /\ [l E P O R C (), t o l1 (l s d Q 1 éJ. qUo 1 i d a d o 8 \! i n rJél d o I

intorior.
AprOvBitarnon é1 oportunirJõcJo penJ <lprosontcr-r~ot3 as V .v. ~~~_t no~
~j Il !I Ú tJ~ C u 1 çJc'~ ~l P Ll 1 o ~3 j n c J cI o n t c ~~ o o U lTl (J LI~i o n \_o n d id ü ~;; c r. o ;; cl c';;. rJI" o ten -

tc s d 8 Us t 1m o o ri i s ti Ili: él c o n fi i c1 G1"a ç Õ os.

'.~:L- ~. / ofl-<Yt ~_~__


EDr:1IL~ON/ /M/\RI/\

n.b. 1) Sugerimos ng dia do pegar


J
o ca~ar6o, trnzorem do C8S~ um sa-
co pl~8tlco o ~apol. Isto paro focjlit~r o ormazonarnonto no
Emprer,o; o
2) Guarde este manifofito no fundo rln ~.iUi) ~nvot(). ement1(i vocô Pp"
dorá Pl"OCi:3ôl'" unIa. fJnrtl\nto ";"0 jO!'LlP foro.
"

, ~ ';- i

FOlHA 0& S. PAULC


t 4
" "/,;'d, . I

'Vida Eletrônica.
I ....,: ',. •

* Glossário'de Informática*
BII - Palavra de' 'origem inglesa
resultante da COD~ do termos
racional (ver verbete) usacfu com maior
frelJUênciaem microcomputadore8.
.,',

um produto em
.

ligada a tIDl coletor


"

coletar lnfonnaç&ls~como 1) ~
"" o,i

dados ou a wn poderá IA!


,t,'t, , , "
mentando-a sobre a tela. Pode t.ambêm':'; eumfnaclea
de,Z,;; ,dlçomftl I
. o bmTa; quando ~',.quantoà
terminal da ponto de venda" COIlOO, 08 . mu e dedal
encontrados~aupermereadoB.".; •.~ROM-9
biuryu ~ ••~~ doissi=~ CPU - Sigla' de Central Proce8sing Matalram~i,(':"Computador de ~ ~r:êu
Mem6rb
UDit. Tradução: Unidade' Central de , ." ,,'':;;;j': mória on&t
k~::r:=
1.. m UUD ....- -- porte. ' '" ,: '
~~=por~°ôu r::~:t~~ :,=F~ Mode ~' .....'CO n t r a ç I o,':d e~f";=~
quantidadeU~I~ormaçAde ...10. de 1_'
••.•. ção das instruções fornecidas pelo mod'llator-dtmocl8lator:, PetiférleO dtt ,= examinada
Byt.e - WUA 11WNe& iWorma- programa ,, COQ1put&dor ~ possibilita a ~ L clguma alte
çAo, Termo usado para designar um . nldade'de ,un""': Parte' do de dados de uma mAquina para::
conjunto de bits. Geralmente ~ empre- Dlsk"'ve - U . wauI. outra via Unha telefônica. E uma ~i" Sl*ma e
gado no sentido re8trito de octeto (oito do computador que regt8tra e recupera fundamental' para um computador" programas
bita) lnformaçaes contidu no disquete,' adentrar nas re!deBtelem4ticu, como Q ~,Controle e
CID/CAM ;T' Sigla de Compllter hard-dJak eu winehester (ver verbetes) . Cirandão c a Renpac (Rede Nacional d~"'i,operaçCelIin

~.=~~~~deu:ra"":1E~=·';"~~à=.~
Aidecl ~cempater, Akled MaDp..'", ~

computador e mesa gr4f1ca - onde do


desenhados 06 projetos -Interligados a
mAquinas de comando numéricos ou
Termo usadO no Brasil

computador. Pode tér o tamanho de 5


1/4 ou oito polegadas.
Eprom - Sigla de Erasable Prcr
TransmissJio de Dados por Pacote) da !. seu ~

transmissão de dados é a ligação direta , ~


de um computador, caixa automático ou CPU també
~

qualquer máquil:a de processamento de N'dIlf"Slclooa1 i


robôs. Num sistema CAD/CAM, as grammable Read-Only Memory. 'l'ra. Informações a um outro computador ou vy-- •

Informações transmitido à mesa ~(úi- duçAo: Memória Somente de Leitura concentrador. 8Wte -- C<,
ca e a~ computador acionam mAqwnas ProgramAvel e Apagável. Tipo de , vado 00 ~
numa linha de prod~o automatizada. memória que pode ser alterada pelo ' Ofl·1ine - Desconecta~ da linha. € expansões ei
CBBS - Sigla de Compu&erB1llIeUn usuário, como é o caso dos cartuchos de quando çualquer equipamento de pro- aumenta a rn;
Board Syatem, que pade ser traduzida videogame - confeccionados em cessamento de dados não está ligado em a plaCa adidd
como Sistema de Bofetim por Computa- Eprom. rede, Ou seja, não pode se comunicar ' ,
dor. CBBS 810 08 clubes de micros que . . com outra máquina. WlDdlester
Ul!anl linha telefônica para estabelecer Hard-à.isk - DlSCOrigído. MemónAl ,'" Suporte que S
coIDunicaçtlo entre Seall usuários, Po- secundária de umeomputador, feita em' "OEM - Sistema de- vendabêstante "lia a Iml COi
dem ter um caráter profissional _ metal, que pode annazenar de ~in~ a utilizado ua área de lnformática, onde mbalagem t
como os clubes americanos que reunem cinquenta megabytes:. ~ua ,pnnclpal um fabt'ícante fornece equipamentúS maiorsegura
agricultores, advogados ele - ou de vantage~ é que POSlllbilitaum rápl~o sem arcar com os serviços que deverl-
lazer, como os dois CBBS existentes no acesso à Info"?ação, além de ser maIS aro acompanhar a máquina, como
p(ff,,, di tes transporte, inBtalação. assistência tée-
Brallilqueagruparnhobbistas. , s~b_oqueos sque 'nica etc. Na maioria doa casos, ()EM é
Cblp - Palavra de origem inglesa que Hardware - Termo usado para de- feito entre as próprias lndÚ'litrias,como ~
pode ser traduzida como pastilha de signar os elementos físicos de um uma fAbrica dé computadores que
silício Pequena superflcie de material computador. Engloba a parte mecânica, compra a I.mpressora de uni terce4-o, só 111
semi~tor, normalmente sillcio, que ma~ca, eletromecãnica, elétrica e colocando neIa a sua marca. lJ
pode comportar um ou mais circuitos eletrônica de um computaoor e seus Plotter _ Periférico de computador
lIltegrados. periféricos, em contraposiçã~ a 8Oftwa- USlldoruim tra""r •••••..
Ilcos ou desenboo.
L'PD - Sigla de Centro de Processa- ~ (ver verbete) e outros meIOs abstra· RAM _ Si~ ~da
pllJ1i de5ignar
mente de fiados, Ambiente onde é ' Random Aecell Memory OU Memória
processado o maior volume de Informa· Ll.gh-pen- Caneta ótica. Dispositivo de Ace8S0 Aleatório. E um tipo de
çOO de uma empresa OU entidade. senalvel à luz, semelhante a uma memórb de computador onde 8S infor·
CPIM - Sigla de Caatrol Pnlçam caneta, que permite ao U8wlIio inserir mações podem ser alteradas pelo WlUá-
fM Mkroproceuon. J!: o sistemaope- Informações num computador movi· rio, além da pollIÚbilldade serem lidas e
Domingo, 1.° de iulho de 1984 - GERAL - 2.0 _19
\.

SUA IDÉIA VALE 1 MILHÃO


Desburocratlzaçlo D6Pramlos
.. '~ô~· P~lilto~~'D..burocr;ll~&;: d;iâ6 d~ Iu'l~':~.';;od;·:"·
, aonhar primlQt 0\,'00 mesmo tempo, tomar sao Paulo moll Ilmples pora voc'.
Para liso basta emiar uma OU.moJllugel~ que tenha por oblotlvo "descom·
, pllcor" a odmlnlltraçao publica, ou leia, Ilmpllflcar o OXC.110 de burocracia'
"tatento. '
AI 6 melhores luptthl ler&> premiadas. 3 prêmlol para o funelonoll.ma
°
P'lblico o 3 para o c:omunldbde em geral. Poro 01. lugor. 1 mllhôo; 500 mil p0-
ro o 2.0 e 250 mil, poro o 3.°. A. lugftt6el devem ler onvladol até 20 de Julho
poro o PfOfJI'G'1'O htoduol de o.abUrocratlzoçôo, Ruo Iguotemll19, 5.° andor,
cepOI45I.ltalm.albl, SP.
Pl'On"lOÇ6o: Secrotorla Extraordln6rlo doo.lcontrollxCIÇôo • Portlcipoçôo/go-
vemo Democ:rótico d. sao Paulo. o) lIoglver
INSTITUTO DE PREV;OÊNCIA DOS SERVIDORES
DO ESTADO DE PEBNAMBUCO

Manual de Inbrmacões
dO
Contribuinte

~
.J. GOVERNO DO ES"'4DO
.Ao·
~• IA DE PERNAMBUCO

1980
JZCl
1lI_1IIiIIII_1lIIlIIII1IIIIIII"IlIIIIIl:lllllli_iIIlIlllIIi·IIIl.IIli'J._.I!JJ"_HMmJdllill!lJJJlll~tDWliiliS_"iiiíWl@iiIW1lliZ;;;""'i11~i'l'c~~
ti 3" 8e-nwwa::;Ct~;'ii. QQAD'!'JIlJ--'4 __ "'; •••

Mensagem

o maior empenho do meu trabalho no IPSEP é no sentido de aumentar a


credibilidade da Autarquia junto aos seussegurados e beneficiários'ê-'prômover uma
melhor ap.!Q!5;fI7f1çãQ entre os que fazem e os que dependem do sistema
previdenciário do servidor público. Nessetrabalho incluí, também, o objetivo de
desburocratizar os serviços do IPSEP, a mais eficiente maneira de obter aquela
aiiejfj(ji-lni:egração. Contudo, a desburocratização não depende apenas dos órgãos
públicos, necessita a cooperaçifo consciente dos usuários.

Daí a idéia de publicar essemanual simples, direto e despretensioso, informando


sobre os direitos e obrigações dos segurados do IPSEP e alinhando, crdenadament~,
as benefícios e serviços que está apto a conceder.

Espero que ele sirva de roteiro aos servidores públicos 'em suas relações com o
IPSEP e os induza a uma cooperação construtiva, num trabalho comum pela
melhoria do desempenho do nosso IPSEP. Unindo servidores públicos e seu órgfio
previdenciário na filosofia da administração Marco Antonio Maciel G3
GOVERNO com PARTICIPAÇÃO.

a) Nilton d8 Mota Silveiro


Presidente IPSEP
DIliiitlD.iL
__ ::· lIiIMI3'W.'I!lI@!DS'Il\'i"$III#!!IiW_UPf!l!%ll'Il{"z"r;m;mIl!l!W.PCllillll4MIIil'Hí7lMB!t;.];tMlllC·WN?§!jt
__ lIli1!iliilllmll""""'IJlIIlllI.,..
•••••••IlllZIIiIIllIIlIllllllIln!!Ii ••Ml!!lMIlIll!lI.Il:!Wmll•••••
!!MIMM*llI__ mi!ll!JL:JiIIlill __ lIIIlIlilllilll __
31

Seguridade Social
oos tV\unidpios do Interior
A vinculação dos municípios do Interior ao Sistema de Segurídade Social. se
realizará nos termos dos Convênios firmados com as respectivas Prefeituras.

Logo, para que os servidores municipais do Interior do Estado sejam segurados do


IPSEP, é necessário que a Prefeitura firme convênio com a Autarquia.

A celebração desse convênio não só assegura ao servidor municipal êl inscrição


como segurado do IPSEP e todos os direitos concedidos aos servidores estaduais, ~endo de
responsabilidade da Prefeitura manter em dia os recolhimentos ao Instituto.

Os servidores municipais. bem assim aqueles Que ttm exercicio no interior. deverão
procurar as Agências do IPSEP, na Região. as quais estão capacitadas a prestar aos contribuintes
todos os benefícios e serviços ex istentes no órgão.

;'1,1

~l
,--------"""'''''''''''''''- ••••••
---". ••· -~···'''fr.l·''''''ll''4''''~·l~'''''l':'l'm1U'§'~i'Vfi'l'~M~~
nu I li

Secretaria de Administração

Governo de Pernambuco
Apresentação

Este Manual do Servidor foi elaborado pela Assessoria Técnica e


Diretoria Geral de Recursos Humanos da Secretaria de Administração. Em
Iingu~ge_rTlsimples, ele se destina a melhor orientar o servidor tantc sobre
o elenco, como sobre a melhor forma de requerer os seus direitos e vanta-
gens.
Neste Manual foram introduzidos modelos de formulários especí-
ficos para os diversos requerimentos e também descrição dos procedimen-
tos que o servidor deverá adotar com relação aos mesmos.
Ao entregar este Manual, anima-nos a firme certeza de estar con·
tribuindo para o melhor aproveitamento dos recursos humanos, com vistas
à máxima eficiência no Serviço Público.

Horácio Falcão Ferraz


Secretário de Administracao

Governo de Pernambuco
exercício no Serviço Público e precisa au- LICENÇA À FUNCIONARIA
sentar·se do órgão onde está latada para CASADA PARA
tratar de assunto de seu interesse, poderá ACOMPANHAR O MARIDO
requerer uma LICENÇA PARA TRATO
DE INTERESSE PARTICULAR.
À funcionária casada é assegurado o
direito a LICENÇA PARA ACOMPA·
NHAR O MARIDO, se omarido,noexer-
cício de atividade civil ou militar, ou sen-
Com a licença, você poderá se ausen- do servidor dil Administração Direta ou
tar até por 4 (quatro) anos do serviço. Indireta do Estado e, por força de ofício,
Mas, examine os efRitos funcionais que for mandado servir fora do País, ou em
são acarretados com a concessão dessa li- outro ponto do territÓrio nacional ou do
cença: Estado. Esta é urna modalidade de licen-
ça sem vencimentos.
você perderá o direito à L1CEN·
Por analogia, licença seme:hante tam·
ÇA PRtMIO no decênio cOlres·
bém é concedida 11 qualquer um dos côn·
pondente;
jugos, quando o outro assumo mandato
será descontado o pedodo em olOlivo fora do Estado.
que estiver de licença, na conta-
gem do tempo para a concessão
da Gratificação Adicional por
Tempo de Serviço;

você perderá a promoção por me- A LICENÇA À FUNCIOi'JÁRIA CA-


recimento se .estiver licenciado na SADA PARA ACOMPANHAR O MARI-
época ou nos dois semestres ante- DO sÓ poderá ser concedida por um prazo
riores;
máximo de 2 (dois) anos. Você terá que
não será computado o tempo da renová-Ia, na hipótese da função do seu
Iicença paro efeito de aposentado- marido ultrapassar esse período. Neste ca·
ria; so, ao solicitar a renovação da licença, a
funcionária deverá especificar os motivos
o período da licença será também determinantes pelos quais está proceden·
deduzido na contagem de tempo do e que deverão ser obrig;;toriamente
de serviço para todos os efeitos. comprovados.
A concessão da licença, no entanto,
Você poderá desistir da licença em
implica em vários efeitos funcionais. As-
qualquer tempo. E saiba que essa licença
sim ó que, perde a funcionária o direito à
não dá direito à percepção de vencimen-
licença Prêmio do decê'"'io corresponden·
tos, mas, apenas ao salário famllia.
te caso a licença para Acompanhar o Ma-
Não será concedida esta licença a
rido seja superior a 90 (noventa) dias. Se·
funcionário removido antes deste assumir rá deduzido, télmhém, o período de licen·
o exercício. ça na contagem de tempo de serviço para
efeito de adicional por tempo de serviço
e classificação para promoção por antigui-
dade e merecimento. Para efeito de apo-
sentadoria, todavia, será computado o pe-
Dirija um requerimento ao Secretário ríodo da liCENÇA À FUNCIONÁRIA
do 6rgão no qual você está latada. Em se· CASADA PARA ACOMPANHAR O MA-
guida, aguarde no exercício do cargo a RIDO, até o máximo de 2 (dois) anos.
concessão da licença que será publicada
no Diário Oficial do Estado. Como efeito financeiro, você fica
IICRIAR GALINHAS DE
CAPOEIRA VALE MAIS
DO QUE CUSTAI'
--- ---.....
SECRETARIA DE AGRICULTURA

,e
/ProjetQ'\ SUDESA
( SertanejO COORDENADORIA DE APOIO A UNIDADES DE PRODuçÃO AGROPECUÁRlA

PROJETO SERTANEJO
SUDENE

Pemamhuco
Governo Roherto Magalhães
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(X';L..;ià()de seu ingressl) 11<) Sl..'gun) 11\ )spitaú. :l ltall Scgur:'llh )r~l se
propCx.' a dl..'vo\\'l..'r-!he II \'~l!\)r qUl..' Ic'nh~l dt'sl..'mhols:'ldo. c';l'iO o
segul"<). PL)I' qualqucr n j()1i\,(). IÜ<) \'l..'nll:l a atender ;'\Sl~ L'XpCl1ati\'a,
bta be'ukbde sl'r·lhl'·;í rl'Sl..'IY;ll..Lt:11(' 50 düs a contar da Jata dL'
el1ll.'iS;\() l..b ap<'llicc,·- '
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Seguros

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I CONDICOES GERAIS
SEGURO DE REEMBOLSO DE DESPESAS DE
ASSIST~NCIA Ml:DICA E HOSPITALAR

OBJETO DO SEGURO
Estl seguro objetiva garantir apagamento ou reembolso de despes8$ ti reabilitaÇlío em geral;
médico-hospitalann ~correntet de cirurgias em geral e urgêncilll ul medicamentos adquiridos antes da internaçlo a após a alta
médico-eirúrgicaa efetuadas pelo I8tJUrado e seus dependentes em hospitalar;
qualquer parte do mundo o do livro escolha de hospitais e médicos vI internação por motivo de i8nilidade, tratamento de rejlJWlnescl·
em caso de: mento ou emagrecimento;
aI inlernaç&o hospitalar necenAria por motivo de doença ou aci· xl Tratamento decorrente de gravidez, exceto $e o iegurado optou
dente pessoal; e pela cobertura adicional prevista no item 18.
bl tratamento ambulatorial, sem necessidade de interneção hospi-
talar, exclusivamente por motivo de acidente peuosl. ,"- 4 - LIMITE PARA DESPESAS HOSPITALARES
1.1 Acidente pessoal 6 o evento de causa externa única, IÚbito, O pagamento ou reembolso de despesas hosplUllaret 6 limitado
involunt6rio 11violento, causador de lelão Hsica, àq~elas realizadas durante o período máximo de 90 (novente) dias
1.2 Considera-se urg6ncia m6dico-eirúrgica o caso de clfnice de intornaç.6o por evento (doença ou ocidentel, sendo que •• dnpo·
m6dica ou cirúrgica em fase aguda, que exija internamento sas hospitalares efetuadas no exterior i8r~o reembolsadas em moeda
hospitalar por risco de vida e sofrimento intenso e que não nacional, ao câmbio oe venda do dia do reembolso, D limitadas ào
possa ser tratado em residências. equivalente, em cruzeiros, a 50.000 URS Itaú (Unidade de Reembol·
so de Seguro Itaúl, por pessoa, em cada ano de vigência da apólice.
DESPESAS MÊDICD-HOSPITAlAAES COBERTAS
r 511\\1 COhl1l tRS por (I$le W\lUIO RI d<l5P'''''' mc'l<lico- hospitalares 5 - LIMITE PARA HONORÁRIOS M~DICOS
<lo"ixo d.sc. irnlTlu<llls: Os honorários dos médicos e de seus auxiliares wrão reembolsados
al inlernamentv em apartamento de primeira classe, constando de com base em múltiplos da Tabela de Honorários Médico-Hospitalór
quarto privativo com banheiro; res para Seguro de Peembolso, de acordo com o plano escolhido
bl alimentação dietética, medicamentos, anestésicos, oxigênio e pelo segurado, conforme' estabelecido nas CondiÇÕ6\ Especiais.
transfusões;
c) sala cirúrgica, inclusive material, esterilização e serviços gerais de 6 - UNIDADE DE REEMBOLSO DE SEGURO ITAÚ
enfermagem; rara efeitos deste seguro, a URS Itaú é a unidade monetária apli-
dI unidade de terapia intensiva; cável à quantidade de Unidades de Reembolso de Seguro men-
e) exames realizados durante e internação hospitalar ou atendimen- cionada na Tabela de Honorários Médico-Hospitalares para S.
to ambulatorial e pertinentes ao tratamento; " . J'i" guro de Reembolso.
fI fisioterapia para tratamento decorrente de acidente pessoal, 6.1 - O valor da URS Itaú é fixado no dia primeiro dos meses de
janeiro e julho de cada ano, e correspoode 8 2,39% do valor
0\ ..-.~o
quando

observado
indicada
do
pelo médico fisiatra,
peoi.nt:o

o perímetro
on'\

máximo
ombu\6ncio,
neurologista,
pot'

de 100 Quilómetros.
ate.;
indicoyão médico. da OATN de outubro e abril anteriores. r-e:spectivamente,
arredondado para a unidade de cruzeiro superior.

DESPESAS EXCLUíDAS 7 - INCLUSÃO DE DEPENDENTES


Estão excluídas da cobertura deste seguro as seguintes despesB$: t permitido ao segura<1o incluir na apólice, quando da contrataç!o
aI despesas médico-hospitalares efetuadas antes do cumprimento ou durante a vigência do seguro, seus dependentes abaixo previstos:
das carências previstas no item 9 destas Condições Gerais; aI cônjuge ou companheira(ol;
bl honorârios médicos que ultrapassem os limites previstos nas bl demais dependentllS declarados no imposto de renda,
Condições Especiais; 7.1 - Se durante li vigência do seguro qualquer dependente deixar
c) consultas médicas; de enquadrar -se nas situações acima previstas, o segurado
d) tratamentos experimentais elou cirurgias não previstas no "Có- obriga-1>e a comunicar o fato li Seguradora.
digo Brasileiro de Deontologia Médica";
e) inseminação artificial e qualquer tratamento para esterilidade ou 8 - ACEITAÇÃO 00 SEGURADO E DEPENDENTES
controle de natalidade; A aceitação do 5(.'gl'ro do proponente e de seus dependentes está
fI tratamento dentário; condicionada ã análise do questionário constante no cartiío de
g) doenças ou deficiências físicas existentes antes da contratação do admissão de cada um, pela Seguradora, reservando-se esta o direito
seguro, bem como suas consequências; de exigir exames elou informações médicas dos mesmos antes de
hl enfermagem em caráter particular; aceitar o seguro.
il assistência médica domiciliar em qualquer caso, e ambulatorial 8.1 - O acima disposto não se aplica a filhos do segurado nascidos
quando não motivada por acidente pessoal; durante a vigência do seguro e nele incluídos dentro de 30
j) despesas extraordinárias ou de acompanhantes; (trinta) dias da data de nascimento, desde que sua genitora
k) plásticas em geral, exceto as decorrentes de acidentes ocorridos seja seguradi.l pela apólica.
durante a vigência do seguro;
I) aparelhos estéticos, 6rtcses e pr6teses; 9 - PRAZOS DE CARÊNCIA
ml check·up ou exames de investigação diagn6stica não seguidos de As coberturas garantidas por este seguro somente terão efeito após
cirurgia; decorridos os períodos de carência abaixo, contados a partir do
n) Tratamentos de casos psiquiátricos e doenças mentais de todas as início de vigência da ap61ice ou da data da inclusão de dependentes:
esp&ies; a) 06 (seis) meses para os casos de urgência médico-<:irúrgica; in·
o) epidemias, envenenamento coletivo ou qualquer outra cau~ que cluem·se os casos de abortamento e gravidez eet6pica, caso este
atinja maciçamente a população; Seguro tenha sido contratado com a Cobertura Adicional de
p\ danos físicos e lesões resultantes de contaminação radiativa elou Perto provisla no itom 18
exposição a radiaç&s nucleares ou ionizantes ou quaisquer bl 10 (dezl meses para gravidez, parto ou auorto, caso este segure
emanações havidas na produção, transporte, utilização ou tenha sido contratado com a Cohcl1ura Adicional de Parte
neutralização de materiais filseis e Quaisquer eventos decorrentes provista no Itom 18;
do cll1prt.'go de enelgia nuclear; cl 18 {dozoito} IIlllSes para tndoi o qUaisquer casos de cirurgio!
q) hemodiálise;
cardíacas, implantes e transplantes do qualquer natureza, aindl
rl be13torapia, radioterapia e quimiotcrapia (farmacolerapial; que decorrentes de urgência médico -cirúrgica;
s) doenças crônicas; d) 10 (dez) meses para as demais cirurgias programadas.
PflESIDI!NCIA DA flEPÚ8LICA

PROGRAMA NACIONAL DE DESBUROCRAilZAÇAO

Brasília,},0de janeiro de 1984

Recebi sua carta. A respeito do assunto nela


tratado, junto cópia da Instrução Normativa
n9 133/82, do DASP,baixada com o propósito de
simplificar e racionalizar a redação d03 expe-
dientes oficiais.

Além desse ato, deve ser mencionado também pro-


jeto de lei, de iniciativa do Programa, em fa-
se final de exame pelo Poder Executivo,visando
ao mesmo objetivo, no tocante ã redação de atos
notariais.

Devo lembrar-lhe, entretanto, que a matéria,


sem embargo de sua relevância, não se situa

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