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e vendas de
alto impacto
Comunicação
e vendas de
alto impacto
E DI TOR A AU TOGRAFIA
R io de Jane i ro, 2 0 16
1ª Edição
Setembro de 2016
ISBN: 978-85-5526-791-8
Introdução
CAPÍTULO 1
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HARRY POTTER E A
STAR WARS – EPISÓDIO IV
PEDRA FILOSOFAL
Harry Potter é um órfão Luke Skywalker é um órfão
que vive com seus tios nos que vive com seus tios nos
cantos remotos de Surrey cantos remotos de Tatooine
Ele é resgatado de trouxas Ele é resgatado de alienígenas
pelo sábio barbudo Hagrid pelo sábio barbudo Ben Kenobi
que na verdade é um bruxo que na verdade é um Jedi
Hagrid revela a Harry que seu pai Ben Kenobi revela a Luke que seu
também era um bruxo e o melhor pai também era um jedi e o melhor
piloto de quadribol que já tinha visto piloto de caça que já tinha visto
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HARRY POTTER E A
STAR WARS – EPISÓDIO IV
PEDRA FILOSOFAL
Luke é instruído no uso de
Harry é instruído no uso de varinha
sabre de luz e ele treina
e ele treina para se tornar um bruxo
para se tornar um jedi
Harry tem muitas aventuras ao Luke tem muitas aventuras
redor de Hogwarts e conhece ao redor da galáxia e conhece
novos amigos Rony e Hermione novos amigos Hans e Leia
Luke se distingue como piloto
Harry se distingue como apanhador
na batalha da Estrela da Morte,
na partida de quadribol, pegando o
marcando o golpe direto que
pomo de ouro que assegura a vitória
assegura a vitória dos rebeldes
da Grifinória contra Sonserina
contra as forças do mal
Harry também vê a ameaça de Lord Luke também vê a ameaça de
Voldemort, que matou seus pais Darth Vader, que matou seus tios
Ao final, Harry e seus amigos Ao final, Luke e seus amigos
ganham a Taça das Casas recebem medalhas
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Fonte: http://www.paulekman.com/
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Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=wOclJxGkPh4
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seu próprio corpo para que, não somente você se sinta mais po-
deroso, como também as pessoas ao seu redor passem a te en-
xergar dessa forma.
Esta nossa terceira lei também é apelidada por mim de Lei
do Lobo de Wall Street. Para refletirmos o porquê dessa deno-
minação, peço que assistam o trailer oficial do filme O Lobo de
Wall Street. Esta produção cinematográfica conta um pouco da
história de Jordan Belfort, que, ao meu ver, é um dos melhores
negociadores do planeta.
Como pode perceber, ao final do trailer, há uma cena na qual
Mark Hanna, um agente da indústria dos bancos de investimen-
tos, interpretado por Matthew McConaughey, ensina a Jordan
Belfort, interpretado por Leonardo DiCaprio, a bater no peito.
Isso é empregado no filme como uma tática de vendas para os
seus conhecidos e sua equipe. Dessa forma, ele está preparan-
do o seu corpo para disparar hormônios de poder e de lideran-
ça. Está preparando o seu corpo para uma negociação efetiva.
Até agora você não está convencido? Vamos voltar ao mun-
do dos esportes, que é um mundo tangível e que a grande maio-
ria conhece. Vamos falar de um dos maiores campeões olímpi-
cos brasileiros e um dos maiores nadadores em piscina curta que
o mundo já viu. Vamos falar se Cesar Cielo. Vocês já repararam
no ritual que ele faz antes de entrar na piscina em alguma com-
petição de natação? Cielo basicamente espanca o seu próprio
corpo em um ritual que beira ao primitivo. Cielo está fazendo
justamente um setup em seu corpo. É uma preparação hormo-
nal para a sua competição? Qual hormônio será produzido de
forma intensa nesse cenário? Testosterona. Aumentar a taxa de
testosterona propositalmente em um atleta significa o que? Na
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Figura 14. Cenas retiradas dos vídeos feitos pelo grupo Whatever
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Pa rte 1
1. Se você pudesse escolher qualquer pessoa do mundo,
quem você gostaria de convidar para jantar?
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Parte 2
13. Se uma bola de cristal pudesse dizer a verdade sobre si
mesmo, sua vida, o futuro ou qualquer outra coisa, o que
você gostaria de saber?
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Parte 3
25. Separadamente, façam três verdadeiras declarações so-
bre “nós”. Por exemplo, “Nós dois estamos nesta sala
sentindo...”
28. Diga ao seu parceiro o que você gosta nele; seja muito
honesto desta vez, dizendo as coisas que você não diria a
alguém que acabou de conhecer.
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34. Sua casa, que contém tudo que você possui, pega fogo.
Depois de salvar seus entes queridos e animais de esti-
mação, você tem tempo para salvar com segurança ape-
nas uma busca final para salvar qualquer item. O que se-
ria? Por quê?
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CAPÍTULO 5 – A LEI DO
E L E VA D O R E A L E I B E N VAC A
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resolver o que tira o sono dele, está na hora de explicar por que
ele tem que escolher você em vez de outros concorrentes que
vendem produtos ou serviços semelhantes. Como eu me dife-
rencio de outras empresas ou pessoas que oferecem a mesma
solução para aquele meu possível cliente? A resposta para essa
pergunta são as vantagens. Por fim, as características devem ser
apresentadas. É nesse terceiro momento que o produto ou o ser-
viço deve ser descrito.
Como vimos, a Técnica do Elevador é extremamente po-
derosa, mas por si só não traz os resultados que tanto almeja-
mos. Para tanto, precisa ser casada com o que chamamos de
BENVACA. Esta nada mais é do que a inversão da lógica tradi-
cional de comunicação. Em vez de abordar características, van-
tagens e benefícios do produto ou serviço, deve-se demonstrar
em uma venda quais são os benefícios, vantagens e característi-
cas, nessa ordem.
Existe apenas um pequeno detalhe a mais: a técnica
BENVACA vem sendo estudada e evoluída nos últimos anos.
A união da técnica do BENVACA com conceitos de biologia e
de formação morfológica do ser humano resultou em uma das
mais poderosas técnicas de convencimento dos últimos tempos:
o Golden Circle. Essa tese, que é uma das mais poderosas armas
que você vai ter na hora de vender um produto ou um serviço, é
o tópico sobre o qual discorreremos no próximo capítulo.
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Fonte: o autor
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Mais uma vez, nós nos deparamos com o número três. O cé-
rebro do homo sapiens é dividido, de forma simplificada, em três
segmentações principais. Eu brinco que a camada mais externa
e mais espessa, identificada com o número 3, é a razão da nos-
sa predominância e superioridade com relação a outros animais
que habitam o planeta Terra.
Essa camada é a que vou chamar de camada racional, sendo
responsável pelo raciocínio lógico e analítico, por levantar cus-
tos e benefícios, por ler gráficos e fazer contas, por exemplo. Ou
seja, ela que é encarregada de tomar as decisões racionais. Uma
outra característica importante principal que a difere das outras
duas camadas inferiores é sua capacidade de “falar”.
Vamos estudar a camada subsequente. Conhecida por ser a ca-
mada emocional, é responsável pelos sentimentos básicos, como
paixão, amor e raiva. Uma curiosidade interessante sobre essa ca-
mada: todo mundo com certeza já sentiu ou, pelo menos, já pre-
senciou alguém tendo dificuldades em expressar em palavras sen-
timentos como o amor. Sabe por que? Justamente pelo fato de essa
camada, ao contrário da camada anterior, não saber falar. Vamos
dar o nome de camada emocional para essa segunda camada.
Assim como a camada emocional, a camada mais interna de
todas – a qual gosto de chamar de Camada Primitiva ou Camada
Alfa, que considero a mais importante em termos de sobrevi-
vência, também é incapaz de “falar”. Além de ser encarregada
do controle de órgãos involuntários, a exemplo do coração e do
pulmão, também identifica, guarda e trata padrões, a fim de uti-
lizá-los para tomar decisões no futuro.
É o que chamamos de instinto. Inclui instintos primitivos,
ligados ao porquê devemos nos reproduzir e proteger a raça
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Ao comparar as duas imagens, podemos perceber que,
quando dizemos o “why”, estamos nos comunicando diretamen-
te com a camada mais interna, que dá a última palavra nas de-
cisões. É por isso que, muitas vezes, quando alguém te pergunta
por que você comprou o novo iPhone e você responde que “não
sabe, apenas comprou”, quem tomou a decisão foi a camada de
número 1. Como ela não sabe “falar”, você não consegue expli-
car em palavras a razão por que comprou aquele produto. É sen-
timento, é paixão.
O próximo exemplo deixa muito claro a importância dessa
camada existencial e primitiva. Um corretor de investimentos te
mostra todos os números, gráficos e informações de um investi-
mento, provando que ele deve ser realizado para que você tenha
sucesso no futuro. Apesar de ter entendido e concordado com
tudo que ele falou, alguma coisa te diz que você não deve reali-
zar o investimento.
O seu corretor então te indaga o porquê dessa decisão e sua
resposta é algo do tipo: “alguma coisa me diz que eu não devo
fazer”. Quando a decisão é bloqueada pela camada primitiva,
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você não vai conseguir explicar a razão pela qual tomou ou dei-
xou de tomar determinada decisão. Simplesmente porque essa
camada não “fala”.
Mas por que esse bloqueio aconteceu? O corretor se comu-
nicou com a camada racional e a convenceu que seu produto era
bom. Entretanto, corretor esqueceu de se comunicar com a ca-
mada primitiva e, como é uma camada instintiva, provavelmen-
te ela se lembrou de algum padrão do passado e resolveu blo-
quear sua decisão. Simples assim.
Com base no exposto, percebemos que o modelo do Golden
Circle demonstra claramente que, quando você se comunica
com benefícios, porquês e causas existenciais, a comunicação é
realizada com a camada que efetivamente toma a decisão. Ter ci-
ência dessa lei permite que, durante uma venda ou negociação,
você consiga acessar diretamente a parte do cérebro na qual a
decisão de seu interlocutor é efetivamente tomada. Isso é fantás-
tico. Isso é poderoso. Isso é vendas de alto impacto.
Por essa razão, lembre-se sempre de que pessoas não com-
pram coisas, compram sonhos. Pessoas não se comprometem
com planos, se comprometem com causas. Use o poder do três.
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CAPÍTULO 7 - A LEI DO
CUSTO AFUNDADO
Estamos dando início a nossa sétima lei. Uma lei que construí,
trazendo o aprendizado da economia para o campo de comu-
nicação e vendas.
A sétima lei trata de um conceito originário do campo das
ciências econômicas, chamado de custo afundado. É um gatilho
embrionário do nosso cérebro, que faz com que tomemos deci-
sões errôneas em função de características intrínsecas de nossa
espécie e de nossa evolução. Como já podem ter percebido, vá-
rias teorias sobre vendas, comunicação e negociação possuem
como fundamentação a nossa biologia e o nosso caminho até
aqui como espécie.
Para ilustrar como decisões erradas são tomadas em virtu-
de desse gatilho, presente em nosso organismo, vou contar uma
história sobre dois jovens namorados que decidem sair na sex-
ta-feira à noite. É uma maneira muito mais fácil e lúdica de você
entender o funcionamento dessa lei.
Na manhã de sexta-feira, o namorado liga para a namorada
para propor que saíssem à noite.
— Vamos sair e fazer alguma coisa hoje à noite? – O namo-
rado perguntou.
— Excelente, vamos! Gostei da ideia.
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— Fiz.
— Mas como é que foi no trabalho?
— Normal.
— Depois dessa terceira resposta, ele começa a perceber que
algo está errado. Ao chegar no bar, ele estaciona o carro.
— Amor, vamos lá descer?
— Tá bom, né, não tem outra coisa melhor – respondeu,
descontente.
— Poxa, amor, você não está feliz de ir a um barzinho?
— Lógico que não!
— Como assim amor, mas o que você queria? Você
não falou nada!
— Lógico que não falei. Era para você escolher – ela explicou.
— Poderia ter falado!
— Não, deixa, vamos no barzinho. Você não quer barzi-
nho? Vamos lá!
— Não, amor. O que você quer fazer?
— Eu tinha pensado em ir ao cinema.
— Por que não me falou antes? – O namorado perguntou.
— Preciso falar?
— Para fazer as vontades dela, o namorado sai da vaga, na
qual tinha acabado de estacionar, e parte rumo ao cinema de
um shopping.
— Amor, qual filme você quer ver? Tem Velozes e Furiosos
passando, que tal? – Ele perguntou, torcendo para que fosse esse
o filme escolhido.
Nesse momento, acredite que ela vai escolher o filme mais
fofo e feminino do mundo: Procurando Nemo. Ou pior, ela
pode querer ver Cinquenta Tons de Cinza. Mas sempre pode
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CA PÍ T U L O 8 - A L E I DE Z OPA
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CAPÍTULO FINAL
A Lei unificada
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As etapas
A primeira etapa é a Preparação prévia. Nesse momento, você
deve preparar-se ao máximo para a comunicação que você irá
fazer. Se você for realizar uma palestra com 300 pessoas, é reco-
mendável que mapeie com antecedência o perfil dessas pessoas
(idade, formação, posicionamento político, posicionamento so-
cial, etc). Se a comunicação é uma reunião com poucas pesso-
as, sua preparação deve ir até um grau mais profundo: como é o
perfil dessa pessoa no Facebook? Como é o perfil no Linkedin?
Quais seus gostos? Qual seu time do coração? Tudo isso será
muito útil para ajudar você a construir o seu persona, que será
o personagem que você irá vestir no momento de se comunicar.
Como todo personagem, esse terá uma Jornada do Herói pró-
pria, de preferência uma jornada do Herói que facilite o rapport,
que falaremos mais adiante.
Após concluída a Preparação, você estará pronto para a pri-
meira troca de palavras com seu interlocutor, a Abertura. Nesse
momento precisamos casar a Técnica do Elevador com a ló-
gica do BENVACA, além de ser pertinente começar a utilizar
o Golden Circle. Mas nesse momento, minha sugestão é usar
isso tudo no lado pessoal (até essa etapa, esqueça que irá ven-
der um produto ou serviço, você irá se vender). Fale de si, apre-
sente-se como um persona que agrade seu interlocutor. Faça um
BENVACA próprio, mostre os benefícios que essa pessoa terá
em escutar você, como pessoa e não como profissional.
Logo depois da Abertura, precisamos começar a testar
o rapport construído na Preparação. Mas afinal, o que é o ra-
pport? O rapport nada mais é do que uma técnica do espelho.
Comportar-se como seu interlocutor se comporta, agir como ele
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