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Relatório 3 Bioquímica
Relatório 3 Bioquímica
CINÉTICA ENZIMÁTICA
PRESIDENTE PRUDENTE
03/ ABRIL – 2023
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 3
OBJETIVOS 6
PARTE EXPERIMENTAL 6
RESULTADOS E DISCUSSÃO 9
CONCLUSÕES 18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19
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INTRODUÇÃO
As enzimas são uma classe de proteínas que possuem um alto poder de catálise, ou
seja, atuam como catalisadores no sistema biológico favorecendo com que as reações
aconteçam de forma mais rápida possível (NELSON; COX, 2014). Sem a presença destas,
diversas reações, mesmo que termodinamicamente favoráveis, demorariam meses ou até
mesmo anos para ocorrer de forma natural, sendo então a presença das enzimas
indispensáveis para o bom funcionamento do organismo (NELSON; COX, 2014).
Como todas as enzimas são proteínas, diversas de suas propriedades são semelhantes à
última, o que significa que a desnaturação ocasiona a perda da função enzimática (NELSON;
COX, 2014). Cada enzima possui uma faixa de temperatura e pH no qual conseguem realizar
suas funções sem grandes problemas, embora do mesmo modo cada uma possua uma
temperatura e pH na qual funcionam com toda capacidade, sendo esta condição chamada de
temperatura ótima e pH ótimo (NELSON; COX, 2014). Além dos valores desta faixa, as
estruturas secundárias e terciárias das proteínas começam a sofrer alteração, perdendo sua
forma e, consequentemente, perdendo a função enzimática (NELSON; COX, 2014).
Um outro importante componente dos organismos vivos são os carboidratos, que
podem ser classificados como monossacarídeos, cuja estrutura é simples, ou como
carboidratos complexos os quais podem ser oligossacarídeos, dissacarídeos ou polissacarídeos
(TEIXEIRA, 2022). Estes, por sua vez, são constituídos por cadeias de monossacarídeos
unidas por ligações denominadas de glicosídicas (NELSON; COX, 2014).
Os carboidratos, também denominados como açúcares, podem ainda ser divididos em
redutores e não redutores. Os redutores, segundo Santos et al. (2017) podem ser descritos
como:
Açúcares redutores são carboidratos que possuem seu grupo carbonílico livre,
capazes de se oxidar na presença de agentes oxidantes em soluções alcalinas. Essa
oxidação ocorre apenas com o monossacarídeo em sua forma linear - que está em
equilíbrio com sua estrutura cíclica (SANTOS et al., 2017, p. 1).
Assim, após esta reação é possível a obtenção de produtos redutores os quais podem
ser empregados em testes para a quantificação da quantidade de açúcar presente na amostra
(TEIXEIRA, 2022).
Um dos métodos mais amplamente utilizados é o de Miller (1959), no qual o reagente
ácido 3,5-dinitro-salicílico (DNS) sofre redução pelos açúcares em meio alcalino gerando o
ácido 3-amino-5-nitrosalicílico, de coloração alaranjada.
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Deste modo, o reagente DNS, de cor amarela, pode ser classificado como um agente
oxidante que, quando exposto a meio alcalino, reage diretamente com o carbono anomérico
(com o grupamento carbonílico) da D-glicose e da D-frutose, sendo assim reduzido a ácido
3-amino-5-nitrosalicílico, de coloração laranja, o qual possui absorção máxima de 540 nm
(Santos, A. A. et al., 2017).
Considerando isso, o presente relatório tem como objetivo a observação e análise de
como as alterações de tempo, temperatura e pH reacional influenciam no funcionamento da
enzima Invertase, a qual realiza a hidrólise da sacarose (MARQUEZ, 2007). Por meio da
geração dos açúcares redutores o DNS é adicionado ao meio e aquecido, sendo a amostra
posteriormente analisada em um espectrofotômetro a fim de observar a quantidade de
açúcares presente no meio, valor que tem relação direta com a capacidade enzimática de
hidrólise da invertase nas situações reacionais propostas.
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OBJETIVOS
PARTE EXPERIMENTAL
Materiais e Métodos
Procedimento Experimental
1. Efeito de concentração da enzima
Utilizando 6 tubos de ensaio, foram adicionados em cada um deles 1,0 mL do reativo
tampão acetato 0,05 M pH 4,7, logo em seguida adicionou-se 1,0; 0,9; 0,8; 0,7; 0,6 e 0,5 mL
de água destilada respectivamente nos tubos 1; 2; 3; 4; 5 e 6, em seguida, utilizando a
sacarose 0,2 M, colocou-se 0,5 mL em cada tubo. Desse modo, foi adicionado aos tubos 2; 3;
4; 5 e 6 (não adicionou no tubo 1) 0,1; 0,2; 0,3; 0,4 e 0,5 mL da solução da enzima invertase
0,1 mg/ mL. A seguir, os 6 tubos foram mantidos em temperatura ambiente por 5 minutos,
após o tempo de incubação, foram adicionados 1,0 mL da solução de DNS em todos os tubos
e levou-se para o banho termostático durante mais 5 minutos. Dado esse tempo, retirou-se os
tubos e acrescentou-se 6,5 mL de água destilada, homogeneizou os tubos e foram levados
para fazer a leitura no espectrofotômetro em 540 nm.
Tubos 1 2 3 4 5
Fonte: RAMOS, F. K
3. Efeito do pH
Utilizando 8 tubos de ensaio para esse experimento, no tubo 1 e 2 foi adicionado 1,0
mL do tampão citrato 0,05 M pH 2,0, no tubo 3 adicionou-se 1,0 mL do tampão acetato 0,05
M pH 4,0, no tubo 4, 1,0 mL do tampão acetato 0,05 M pH 5,0, no tubo 5, 1,0 mL do tampão
fosfato 0,05 M pH 6,0, no tubo 6 foram adicionados 1,0 mL do mesmo tampão no pH 7, no
tubo 7 adicionou 1 mL desse mesmo tampão no pH 8, e por fim o tubo 8 foi adicionado 1,0
mL de Tampão Bicarbonato 0,05 M pH 9,0. Após a adição dos tampões, foi adicionado 1,0
mL de água destilada no tubo 1 e no restante dos tubos foram adicionados 0,8 mL, em seguida
a adição da sacarose foi feita, adicionou 0,2 mL em todos os tubos. Logo após, a invertase foi
adicionada 0,2 mL em todos os tubos com exceção do tubo 1 e manteve-os em repouso por 5
minutos depois da homogeneização. Posteriormente, 1,0 mL de DNS foi adicionado em cada
tubo de ensaio que foram levados para o banho termostático por 5 minutos. Logo depois,
adicionou-se 6,5 mL de água destilada e homogeneizou-se para fazer as leituras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesta prática em todos os experimentos realizados a ação da enzima invertase pode ser
avaliada considerando-se a quantidade de açúcares redutores obtidos após a hidrólise da
sacarose. A forma utilizada de quantificação para tal foi com o emprego do DNS, já que o
mesmo pode ser reduzidos pelos açúcares de ácido 3,5-dinitro-salicílico para ácido
3-amino-5-nitrosalicílico, sendo este último muito útil devido sua interação com a luz,
possibilitando a realização de medidas espectrofotométricas para a sua quantificação, o que
por consequência leva a quantificação dos açúcares redutores totais presentes em solução
(VASCONCELOS; PINTO; ARAGÃO, 2013).
Em todos os ensaios foram necessários, além do tempo determinado de incubação, a
adição do reagente DNS e o aquecimento por 5 minutos de todo o sistema em banho fervente
a 100 °C. A necessidade de aquecimento da solução após a adição de DNS é explicada por
Vasconcelos, Pinto e Aragão (2013):
Diante dos testes realizados pelos autores em laboratório foi notado que as amostras
sofrem deterioração com o tempo após a adição do DNS, sendo este o motivo pelo qual assim
que o reagente é adicionado o sistema todo é submetido ao aquecimento, para evitar ao
máximo a perda de açúcar do meio e, consequentemente, influenciar erroneamente a
quantidade real de amostra presente.
Todas as amostras foram submetidas a análise de espectrofotometria usando o
comprimento de onda de 540 nm no filtro verde, já que o ácido 3-amino-5-nitrosalicílico
segundo Santos, A. A. et al. (2017) é “um composto corado cuja absorção máxima de luz se
dá a 540 nm”. Assim, todas as amostras foram expostas às situações para análise de como
diversos fatores podem interferir na atividade enzimática, sendo a primeira análise visando
observar como a concentração da enzima tem relação com a quantidade de produto gerado.
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A partir desses valores, foi possível plotar o gráfico a seguir da absorbância em função
da concentração da enzima. Levando em consideração que o gráfico foi plotado a partir do
primeiro ponto, o qual é o tubo em branco, as análises foram realizadas a partir do segundo
ponto.
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Conforme analisado no teste anterior, neste também pode-se confirmar que conforme
maior o tempo de incubação maior a atividade da enzima, sendo duas grandezas diretamente
ligadas, podendo ser confirmada com a leitura do gráfico 2.
Ou seja, quanto maior o tempo sem a adição do reagente DNS que tinha a função de
desnaturação da enzima, bloqueando a reação de formação de produto, maior foi a
concentração do mesmo na solução, sendo maior a leitura de absorbância. Novamente o ponto
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2 deveria obter um valor mais próximo do zero devido a ausência de tempo de incubação, mas
mesmo com adição do reagente, houve ainda a reação entre a sacarose e a invertase.
3. Efeito do pH
Com os valores obtidos com a terceira experimentação foi plotado um gráfico do
efeito do pH em relação a atividade da enzima:
Gráfico 3 - Variação do pH
Fonte: Wikipedia
Onde:
V0= Velocidade da reação enzimática [S]= Concentração do substrato
Vmax= Velocidade máxima da reação, Km= Constante de Michaelis-
alcançada com a saturação total da enzi- Menten
ma com o substrato
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Com isso, utilizando esta equação para ajustar os dados experimentais da cinética
enzimática, podemos calcular o Km para determinar a afinidade a invertase com a sacarose.
Os cálculos foram realizados a partir da linearização dos pontos no gráfico.
Para os cálculos:
Achando o valor de Km, e sendo este um valor baixo, é considerado que há uma alta
afinidade entre a invertase e a sacarose, pois é preciso uma baixa concentração para atingir a
metade da saturação da enzima. (FERRIER, Denise)
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CONCLUSÕES
Após a realização de todos os experimentos em questão, pode-se analisar as
influências da variação da concentração de substrato e da enzima, bem como a influência da
temperatura e pH na velocidade da reação enzimática da invertase. Para o gráfico 4 (efeito da
concentração do substrato) foi retirado o ponto 5 por ser um outline, estando fora dos padrões
dos outros pontos, atrapalhando a análise e pode ser devido a algum erro experimental durante
a realização da prática.
Com a construção da curva de velocidade inicial da reação em função da concentração
de substrato foi possível analisar e descrever o comportamento da enzima invertase, bem
como relacionar a velocidade máxima para a sua atuação com a concentração de substrato.
Além disso, analisou-se as condições mais propícias para o funcionamento enzimático
para uma determinada concentração de enzima, sendo que o aumento da concentração de
substrato (S) causa um aumento gradual na velocidade inicial (V0) da reação catalisada. Para
efeitos da concentração da enzima, temperatura e pH os resultados também foram obtidos e
analisados, atingindo os objetivos do relatório em questão.
Em suma, o aprofundamento e o trabalho prático acerca de enzimas são essenciais
para a compreensão de diversos mecanismos biológicos conhecidos.
Ademais, outros fatores como a ação do DNS, reagente que possibilita a quantificação
dos açúcares em solução por meio de análises de espectrofotometria e o próprio conceito de
açúcar redutor e não-redutor foram elucidados durante a realização da prática. Assim, com
este experimento vários conceitos e situações foram compreendidas de forma satisfatória,
embora nem todos os dados experimentais tenham sido satisfatórios.
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REFERÊNCIAS
FERRIER, Denise R. Bioquímica ilustrada. (Ilustrada).: Grupo A, 2019. E-book. ISBN
9788582714867. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714867/. Acesso em: 05 abr. 2023.
MALDONADE, Iriani R.; CARVALHO, Patrícia G. B.; FERREIRA, Nathalie A.. Protocolo
para determinação de açúcares totais em hortaliças pelo método de DNS. Brasília:
Embrapa Hortaliças, 2013. 4 p. 4 f. Disponível em:
<https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/956032/protocolo-para-determin
acao-de-acucares-totais-em-hortalicas-pelo-metodo-de-dns>. Acesso em: 05 abr. 2023.
MARQUEZ, Líbia Diniz Santos. Produção de açúcar invertido pelo uso de invertase
imobilizada em resinas. 2007. 137 f. Dissertação (Mestrado em Engenharias) - Universidade
Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2007. Disponível em:
<https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/15260>. Acesso em: 04 abr. 2023.
MOURA, Daniel Sherer de et al. BIOQUÍMICA – LCB 208: roteiro de aulas práticas.
Piracicaba: Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Departamento de Ciências Biológicas, 2014. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3935666/mod_resource/content/1/Apostila%20Bio
quimica%202014_LCB%20208.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2023.
NELSON, David L.; COX, Michael M.. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 6. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2014. 1220 p.
SANTOS, Angela Alves dos et al. Dosagem de açúcares redutores com o reativo DNS em
microplaca. Brazilian Journal Of Food Technology, [S.L.], v. 20, p. 1-9, jan. 2017.
FapUNIFESP (SciELO). <http://dx.doi.org/10.1590/1981-6723.11315>. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/bjft/a/d9tY3nqNkxVk5gYngTSPLDr/?lang=pt>. Acesso em: 05 abr.
2023.