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“SE DEUS FALASSE”

Cenário: Escolha dois homens com voz forte e clara para fazer este diálogo.
Um deve estar ajoelhado atrás de um lençol como se Ester fosse uma cortina
(se não houver outra maneira de prendê-lo, duas pessoas poder ficar segurando-o) com a mensagem
escrita em sua frente de maneira que ele possa ler fazendo todos os gestos, como se estivesse falando com
Deus em pessoa. A sala deve estar escura e ter somente uma pequena lâmpada atrás da pessoa que estiver
orando, de tal maneira que o auditório veja o perfil (sombra) refletida no lençol.
A outra pessoa, que faz o papel de Deus, deve estar escondida e responder com voz clara, forte e segura.
Este diálogo deverá durar somente de 10 a 15 minutos.

João – “Pai nosso que está nos céus...


Deus – “Sim João...”
João – “Não me interrompa. Estou orando”.
Deus – “Mas você me chamou”.
João – Chamei? Não, não chamei. Estou somente orando. Pai nosso que estás no céu...”
Deus – Você me chamou novamente!
João – O que você disse?
Deus – Você me chamou. Você disse “Pai nosso que estás nos céus”e aqui estou. O que você quer?
João – Estou somente dizendo minha oração diária. Você sabe, eu sempre digo o “Pai nosso”. Sinto-me bem
por ter cumprido meu dever.
Deus – Bem, continue.
João – Santificado seja o teu nome...
Deus – um momento! O que você quer dizer com isso?
João – Com quê?
Deus – Com “Santificado seja o teu nome?”.
João – Quero dizer... quero dizer... Puxa vida; realmente não sei o que quero dizer. Como posso saber? Ah!
É somente uma parte da oração. De qualquer maneira, o que quer dizer?.
Deus – Quer dizer: “Honrado, purificado, grandioso...”
João – Ah! Agora sim, tem sentido. Eu não sabia o que queria dizer “santificado”. “Venha o teu reino; seja
feita a tua vontade assim na terra como no céu”.
Deus – Realmente você quer dizer isso?
João – Com certeza, por que não?
Deus – O que você faz para que isso aconteça?
João – Fazer? Suponho que nada... simplesmente me parece que seria extraordinário que o Senhor
controlasse todas as coisas daqui da terra, como o Senhor faz aí no céu.
Deus – Diga-me, João, eu tenho controle sobre você?
João – Bem... eu vou à igreja.
Deus – Não foi isso que perguntei... o que você faz com esse vicio de luxúria? E seu caráter? Você sabe que
tem problema nessa área? O que você me diz com respeito a meneira de gastar seu dinheiro? ... é tudo para
você mesmo... e a respeito da espécie de livros e revistas que você tem lido?
João – Bem, deixe-me quieto agora! Eu sou tão bom quanto o resto daqueles que vão à igreja, que fingem
ser bonzinhos mas são outras coisas.
Deus – Pensei que você estivesse orando, pedindo que eu fizesse a minha vontade! Para mim fazer a minha
vontade eu preciso começar com aquelas pessoas que oram pedindo tal coisa, como você, por exemplo.
João – Bem, suponho que tenho os meus defeitos, e agora que os mencionei, provavelmente eu poderia
enumerar alguns mais.
Deus – E eu também.
João – até agora não havia pensado muito neles, porém, na realidade, eu gostaria de acabar com algumas
dessas coisas. Quero sentir-me real e completamente livre.
Deus – Bem! Por fim estamos nos entendendo. Você e eu trabalharemos juntos e prometo que você sairá
vitorioso. Estou orgulhoso de você.
João – Olhe Senhor, devo terminar; isto está se prolongando mais do que estou acostumado. “o pão nosso de
cada dia, dá-nos hoje”.
Deus – Você não precisa mais de pão... você já está bastante gordinho!
João – Como? Espere um pouco; o que é isso. Será que hoje é o dia de criticar Joãozinho? Estou cumprindo
com meu dever religioso e a cada momento o Senhor me interrompe lembrando-me todos os meus defeitos.
Deus – Ora é coisa perigosa; você poderá terminar sendo transformado e, é exatamente isso que estou
procurando fazer você entender. Você me chamou e aqui estou. Agora é demasiadamente tarde para você
voltar atrás. Continue orando estou muito interessado com a próxima parte da oração... (uma pausa) E
agora, João! Continue!...
João – Tenho medo.
Deus – Medo de que?
João – Dom que o Senhor vai me dizer.
Deus – Fale e veremos.
João – E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nosso devedores.
Deus – E o que acontece com José?
João – Veja! Eu já sabia que o Senhor ia dizer; por que, Senhor?
Ele tem falado mentiras a meu respeito; tem me estafado; nunca paga o que me deve; jurei que vingarei
dele.
Deus – Porém, ... então, o que você me diz o respeito do que você está orando?.
João – Na realidade... não sinto assim,
Deus – Bem, pelo menos ore honestamente! Não é verdade que não é nada agradável levar dentro de você
essa carga de amargura?
João – Sim; porém, sentirei melhor quando me vingar dele e tomar a revanche. Tenho uns planos
sensacionais para José e quando eu os puser em prática, garanto que ele não desejaria jamais haver-me feito
tanto dano.
Deus – Isso não faz você se sentir melhor, pelo contrário, isso o faz sentir pior. A vingança é amarga; pense
na infelicidade que você já está sentido; porém, eu posso mudar tudo isso.
João – O Senhor pode? Como?
Deus – Perdoe a José e então eu perdoarei você; depois disso o ódio e o pecado serão problemas de José e
não seus. O que poderá acontecer é que você vai perder seu dinheiro... porém você terá paz no coração.
João – Senhor, eu não posso perdoá-lo...
Deus – Então, tão pouco eu perdoarei você
João – O Senhor tem razão, sempre tem. E, mais que vingar-me de José quero estar em paz comigo (pense e
respire). Bom... está bem, perdoarei a José, Senhor. Ajude-o a encontrar a verdadeira felicidade, o
verdadeiro caminho para a vida. E, agora que penso, sinto que ele deve sentir-se muito mal. Qualquer
pessoa que fazendo o que ele faz, não deve estar em sã juízo. Por favor Senhor, de alguma maneira, mostre-
lhe logo o caminho reto.
Deus – Agora sim, nós nos entendemos! Maravilhoso, como se sente?
João – Ah! (com voz de alivio), muito bem! “não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal”.
Deus – Muito bem, muito bem! Eu o farei! Somente que você deve deixar de ir a lugares onde existem
tentações, hem!
João – O que o Senhor quer dizer com isso?
Deus – Que você não deve ler revistas ou livros pornográficos. Muitos deles têm uma aparência inocente,
porém, em suas páginas você irá encontrar contaminação para seus pensamentos. Algumas pessoas que
dizem ser suas amigas estão encaminhando você e envolvendo você em coisas não muito limpas. Elas são
coisas. Que levam você a desgraça. Não me use como sua via de escape.
João – Não entendo (excusando-se).
Deus – É claro que você entende. Você tem feito isso muitas vezes. Quando você se encontra em situações
difíceis e problemas, corre a mim dizendo “Senhor, ajuda-me sair dessa e prometo que não voltarei fazer
isso, nunca mais”. Você se lembra de algumas dessa promessas e tratos?
João – Sim, e, realmente me sinto envergonhado.
Deus – De qual promessa você se lembra?
João – Bem, quando aquela senhora vizinha me viu saindo de uma cantina quando eu havia falado que ia
para casa. Recordo que disse o seguinte: “Deus, não permita que essa senhora conte a alguém; e eu prometo
ir a igreja todos os domingos”.
Deus – Ela não contou; porém você não cumpriu sua promessa, não é verdade?
João – Sinto, Senhor. Estou verdadeiramente arrependido. Até agora cria que se orasse o Pai Nosso todos os
dias, depois eu poderia fazer tudo o que eu quisesse. Nunca imaginei que as coisas acontecem desta
maneira.
Deus – Continue sua oração e termine,
João – Porque teu é o reino, o poder e a glória, pelos séculos dos séculos. Amém.
Deus – Você sabe o que me daria glória? O que realmente me faria feliz?

João – Não; porém, gostaria de saber, pois quero comprazer-te. Agora percebo o caos que tem sido a minha
vida e a fábula que poderia ser se eu fosse realmente um de teus verdadeiros seguidores.
Deus – Você mesmo respondeu minha pergunta.
João – Respondi?
Deus – Sim, o que me glorifica é ter pessoas como você; que verdadeiramente me ame. Posso ver que isso é
o que está acontecendo entre nós, agora que alguns de seus velhos pecados foram expostos e tirados...
Bem, não há nada que não possamos fazer juntos...
João – Senhor, ...vamos ver o que podemos fazer!
Deus – Sim, vamos ver!

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