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Proto-moedas (2) - As Valiosas Conchas

Africanas
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Proto-moedas (2) - As Valiosas Conchas


Africanas
por Zé Cardoso » 25 Dez 2012, 20:24
Desde tempos remotos até o século XX, inúmeros objetos
foram utilizados como moeda na África subsaariana: varetas
ou pulseiras de metal, alguns tecidos, sal, pérolas, botões
de camisa e conchas. Estas últimas, muito difundidas, foram
os meios de troca que circularam em áreas de maior
extensão.

Moluscos de origem marinha, as conchas de cauris,


marginelas e olivas foram as que se destinaram com maior
frequência a esse uso. Os cauris (Cypraea annulus ouCypraea
moneta) são conchas brancas ou amarelo-claras, do tamanho
de uma amêndoa. A valva dorsal é convexa, enquanto a
ventral apresenta uma fenda. São encontradas apenas em
mares quentes, principalmente no Pacífico Sul e no Oceano
Índico. A maioria dos Cauris que circulavam na África
durante mais de mil anos procedia dos arquipélagos das
Maldivas e das Laquedivas, no sudoeste da Índia, e das Ilhas
Zanzibar e Pemba, ao largo da costa oriental africana.
*Index Testarum Conchyliorum (1742) de Niccolò Gualtieri*
*Cypraea Moneta*

Despachados como mercadoria em seu local de pesca ou de


coleta, os cauris frequentemente serviam de lastro para os
navios árabes, judeus ou europeus que os transportavam até
os portos africanos, nos quais eram novamente vendidos
como mercadoria.

As Marginelas (Marginella ou Marginellidae) são moluscos


marinhos de concha pequena e colorida, principalmente as
procedentes das costas ocidentais da África. Também são
encontradas nas regiões marinhas intertropicais da América,
particularmente no Brasil. Alguns tipos de Marginela abaixo:
*Marginella Mosaica*

*Marginella Nebulosa*
*Marginella Gemma*

Brilhantes como ágatas e mais compridas que os cauris, as


olivas compreendem mais de 300 espécies. A mais utilizada
como moeda na África subsaariana era aOlivancillaria nana.
Recolhida nos arredores de Luanda (Angola), ela constituía a
"Reserva monetária" exclusiva dos reis do Congo até a
chegada dos portugueses à região, no final do século XV.
*Olivancillaria nana*

A ÁREA DE CIRCULAÇÃO DAS MOEDAS-CONCHA

Até o século XVI, o nzimbu, nome congolês da olivancillaria


nana, circulava no reino do Congo, enquanto a marginela se
limitava à bacia do Níger e o cauri difundia-se na região que
constituíra posteriormente a África Ocidental e, em certa
medida, na África Central.

Entre o século XVI e o final do século XIX, do Senegal a


Uganda, do Sahel à Costa dos Escravos (Golfo da Guiné), o
cauri foi mais difundido que qualquer outra moeda-concha.
Mas foi pouquíssimo utilizado no Saara e jamais chegou a se
implantar na África do Norte ou na África Austral.

Esse período marca também o apogeu da circulação das


marginelas nas Áfricas Ocidental e Central, onde eram
utilizadas pelas etnias da bacia do Congo em suas transações
comerciais.

Já as olivas, sempre utilizadas exclusivamente pelos bantus,


parecem jamais ter circulado fora das fronteiras congolesas.
Para arruinar os reis do Congo, os portugueses trouxeram
das costas brasileiras outras espécies de olivas, além de
cauris do Oceano Índico. Dessa forma, paulatinamente
o nzimbu foi retirado da circulação monetária.

*Valvas dorsais e ventrais da Cypraea argus*


*Valvas dorsais e ventrais da Cypraea onyx*

Os portugueses exportaram ainda olivas de Luanda e


introduziram-nas como moeda fracionária, juntamente com
os cauris, no tráfico de escravos negros no Brasil colonial.

As conchas não eram simples objetos de troca, pois


possuíam todos os atributos das verdadeiras moedas. Como
padrão e reserva de valor, constituíam à sua maneira
instrumentos de câmbio e eram símbolo de riqueza.

MOEDAS VERDADEIRAS E FICTÍCIAS

Enquanto moeda verdadeira, as conchas permitiam adquirir


inhame, facas, bois ou escravos e remuneravam qualquer
tipo de serviço. Enquanto moeda fictícia, serviam
igualmente como medida de valor para fixar o preço de
algumas mercadorias, sem forçosamente intervir em seu
pagamento. No século XIX, o explorador francês Louis
Gustave Binger transcreveu a conclusão de um acordo entre
dois comerciantes do norte de Gana: "A cabaça de sal vale
2000 cauris; o cento de kolas, 1000 cauris. Ofereço-te então
200 kolas por uma cabaça de sal".

Portanto, as conchas favoreciam as transações e constituíam


excelentes indicadores da variação no tempo e no espaço do
valor das mercadorias. Para maior comodidade, eram
agrupadas para formar múltiplos: depois de perfuradas,
eram atadas em conjuntos de 12, 20, 40 ou 100 unidades,
segundo o sistema de numeração utilizado no espaço
comercial em que circulavam.
*Conchas usadas como adorno, tendo ao peito concha maior,
símbolo de riqueza na Papua Nova Guiné*
*Bailarino retratado numa cédula moderna de 5 kinas
apresentando um escudo com uma moeda-concha
incrustada*

Assim como os cauris, os musangas, discos de concha de


caracol que circulavam em algumas regiões da África, eram
atados através de um orifício central para formarem
colares. dez colares, medidos da extremidade do dedo maior
ao pé do calcanhar, no início do século XX, valiam
um doti ou 3,60 m de tecido azul; dez colares medidos do
dedo menor ao calcanhar valiam um doti de qualquer pano
de outra cor.

Essas moedas-concha da África subsaariana deram origem,


em algumas regiões, a verdadeiras políticas monetárias. As
autoridades tradicionais ou políticas - onde existia um poder
centralizado - asseguravam sua circulação e
regulamentavam sua importação. Ao tomarem medidas para
evitar a superabundância de conchas, geradora de inflação,
ou sua escassez, que dificultaria as transações comerciais,
os soberanos exerciam um verdadeiro poder econônico. De
Abomé à Costa dos Escravos, assim como no Congo, eles
praticavam uma política monetária rigorosa, de reconhecida
eficiência.

*Argola de cobre para o tornozelo, utilizada como moeda no


Congo*

Desde o início da era colonial as conchas começaram a


perder paulatinamente seu valor monetário e deixaram de
intermediar as transações comerciais. Atualmente, apenas
os cauris continuam a circular, ainda que muito
timidamente, entre os povos do sudoeste de Burkina Faso e
do norte de Gana. É a única região do mundo onde
conseguiram conservar em parte sua função de moeda. Só
não se sabe até quando...

*Fonte: O Correio da Unesco, Março de 1990 - Ano 18 Nº 3


*Fotografias retiradas da internet
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Re: Proto-moedas (2) - As Valiosas Conchas


Africanas
por regihis » 26 Dez 2012, 04:44
Já percebi que os cowries são usados em toda a África
inclusive no Egito, pelos beduínos do Sinai. Interessante ver
que foram usados até mesmo na China num passado distante
comprovado pelo cowrie imitação de bronze chinês, 1°

século 
mercadores ricos de cowrie de Zanzibar

mercador árabe portando cowries


um cowrie vivo

PS: Nova Guiné - Oceania

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Re: Proto-moedas (2) - As Valiosas Conchas Africanas

por Zé Cardoso » 26 Dez 2012, 20:02

Sim o uso do cauri era bastante difundido, mais na África subsaariana, pois ao norte

circulavam peças metálicas desde os Ptolomeus (no Egito) e, consequentemente, durante

o Império Otomano, que faziam dinheiro desde o século VII.


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Zé Cardoso

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B um de Ajayi
University of   Ilo rin, Ilorin, Nigéria
 
 
1.               Introdução  
              A adivinhação é universalmente preocupado com problemas práticos e busca
informações de que decisões práticas podem ser feitas. A fonte dessas informações não
é concebida como mundano.
As artes divinatórias são muitos e um amplo entendimento deles só pode surgir a
partir de um levantamento das práticas reais em diversos contextos culturais. Homens
de todo o mundo e adivinhação prática de dispositivos de vários métodos de se fazer
isso. Os assírio-babilônicos têm t herdeiro Bam (vidente e adivinho), que emprega hapat
oacopy-adivinhação através da observação t ele fígado de ovelhas que tinha sido
utilizado para o sacrifício. Os budistas na Índia praticar astrologia e nos enviar um e
lotes e oráculos como meio de adivinhação.  Os gregos tinham seus psiquiatras
oraculares de Júpiter em Dodona e Apolo, em Delfos. Os romanos usavam o Sortes e os
ese no Japão usam Ornoplatoscopy. No n sociedade Rorna, auspícios (Auspicia) são o
meio pelo qual os romanos procuram averiguar o apoio dos deuses.
Outras formas de adivinhação são quiromancia, a interpretação de creme e
astrologia. Adivinhos de tipos semelhantes incluem os vários tipos de meios de
comunicação que pode se comunicar com os mortos (necromancia processo), bem como
de cristal gazers, intérpretes de sonhos e adivinhos de escrita automática.
Como os outros povos do mundo, os Yoruba empregar vários sistemas Estes
sistemas incluem Erindi nlogu n que envolve o vazamento de sixtecn búzios, w hich
emprega um conjunto de cadeias separadas com f nossos marcadores cada e iyanrin tite
(areia e de corte). Outros são dida obi (ing elenco de noz de cola), omi Wiwo (água
olhando), owo Wiwo (paImist ry), owo Wiwo (olhando em dinheiro), ou Atipa
abokuusoro (necromancia) e wj wo oju (olhando em th e olhos). Um dos nossos
informantes, Awoyerai Elebu-ibon, enfatiza que chegar (três búzios), 'Eerin (quatro
búzios) e eejo (oito búzios) foram usados para adivinhação no passado distante. Entre
outros, Ogimbiyii (1952: 83-84) Awolalu (1.979: 121), ascorn B ((1969:11) e Qlatunji
(1984: 109) descreveram-alguns dos processos e forma dtdivination entre o Yoruba.
De todos os métodos de div inação contratado pela Yoruba, Ifa adivinhação é
considerado o mos t de confiança, e os meios mais populares de adivinhação (Bascom 1
969:11 e Awolalu, 1979: 122). Até estes dias, os sacerdotes de Ifá estão localizados ao
longo do Baland Yoru. Como esta investigação revelar mais das várias formas de
adivinhação entre os Yoruba tomar their.sources de Ifa divinatioin.
Ifa. adivinhação é tanto um corpo de conhecimento e um sistema de controle
social, emocional patológico, empregando precedentes históricos e mitológicos
relevantes contidas nos versos divinatórios especiais a serem recitadas, cantado ou
canção pelo babalaô. adivinhação LFA é o sistema mais complexo de adivinhação,
tanto em seu repertório de versos e na sua gama de aplicações. Para os iorubás,
adivinhação ou consultas com a divindade suprema (Orunmila) é de importância
espiritual crucial. O ora l tradição enfatiza a parit desempenhado por Orunmila está
guiando o destino do homem e divindades. Uma das razões dadas para o seu
conhecimento íntimo das questões que afectam o destino do homem é
que Orunmila está presente quando o homem está sendo criado. Portanto, ele sabe todos
os segredos dos seres humanos e, portanto, ele pode revelar o que se destinou e se o
destino é um infeliz, Orunmila remédios canprescribe para evitar o infortúnio. É por
isso que Orunmila está sendo descrito como Elerii-ipin (th e testemunha do destino ou
muito), 'Obirikiti A-pa-ojo-iku-da "(o grande, que altera a data do óbito).
Se a adivinhação é operado por meio da calle configuração
d Qdu. Na IFA corpus são até 256 possibilidades (16 principais e 240
menores ODU) cada um contendo histórias mitológicas que o babalaô narra no
processo de adivinhação. O principal dezesseis Qdu (Mais o sinais) em ordem de
antiguidade estão listados abaixo (para facilitar a consulta).
 
O DI MEJI [4] IWORI MEJI [3] OYEKU MEJI [2] E.JI Ogbe [1]
       
00 00 00 00 00 00
00 00 00 00 00 00
00 00 00 00 00 00
0 0   00 00 00 00 00
Òkànràn MEJI [8] OBARA MEJI [7] Owori MEJI [6] IROSUN MEJI [5]

00 00 00 00 00 00
00 00 00 00 00 00 00
00 00 00 00 00 00 00
00 00 00 00 00 00
OTURUPQN. MEJI A IK MEJI [11] O SA M Eji [10] Ogunda MEJI [9]
[12]      
00 00 00 00 00 00 00
00 00 00 00 00
00 00 00 00 00
00 00 00 00 00 00 00

O FUN MEJI [16] OSE MEJ I [15] Eu Rete MEJI [14] Otua MEJI [13]
   
00 00 00 00 00
00 00 00 00 00          00
00 00 00 00 00 00
00 00 00 0            0 00
 

Nota: A ordem de numeração (1-16) segue o sistema em que os sinais são sempre
marcados Qdu por o balawo ba.
 
2                        O abalawo B
O Babalawo são os sacerdotes de Ifá dedicados treinados e adivinhos na
comunidade iorubá da Nigéria. Em tracdtional Yoruba. Sociedade, um babalaô é um
"médico   um "farmacêutico", um herbalista eoadivinho mais populares que as pessoas
1",

'consultar para aconselhamento, orientação e tratamento médico. Quando um mulher


grávida está em trabalho, quando uma pessoa está gravemente doente ou quando há uma
fuga de doenças epidêmicas, o awo babal 's ajuda é. procurou pessoalmente ou em
nome da vítima. Deve contudo, notar que a posição única da awo babal na sociedade
iorubá é nem obtida através l ineage ou honra. O status de um babalawo só pode ser
adquirido depois de muitos anos de treinamento rigoroso e experiências. Os detalhes
sobre o treinamento segue depois.
Em qualquer ponto dentro do tempo, não praticando  babalawo vinha sem
usando o Opele (a cadeia de adivinhação), ou o ikin (o palmnut sagrado). A utilização
destes instrumentos permitiria a ele, para saber, a natureza do problema do seu
cliente. O adivinho conta com os ditames dos deuses. O adivinho. assim, serve como
um elo entre dois mundos: o efêmero eo eterno, o material eo espiritual. Assim como
um médico sempre leva consigo um estetoscópio, um técnico tem. Uma avometer, uma
chave de fenda e um alicate pronto com ele para um trabalho de emergência,
um babalaô embolsa o seu portátil Opele quando ele é convidado para uma cidade
vizinha ou aldeia para consulta divina.
Há. Duas grandes categorias de babalaô no Yoru Baland:. the-
Awo Qlodu eo Awo Elegan O Awo Ol odu (os adivinhos Ifa dedicados) são os mais
reconhecidos e da classe mais conhecedor de ba ba Lawo na sociedade Yoruba da
Nigéria. Eles são apenas os adivinhos, mas também os adoradores de  O runmil um, o
deus da adivinhação e sabedoria. O Awo Elegan na outra lado, são
aqueles babalawo que não estão totalmente engajados na adivinhação Ifa. Estas
consistem no Agb am ole e Sawosesegu n. The Agbamol e são o conjunto de babal
awo que quer herdou o condão cadeia ou parcialmente treinados em. a arte de Se um
divinati ligado, mas não iniciados em Ifa cul t. Quando esta clas s babalaô de vontade
de fazer isso, eles podem dividir para si ou para.  qualquer membro de sua família, mas
nunca uma pessoa de fora. A área de especialização ligados à literatura Ifa incluem a Ifa
divinatio n a r t, cura e cantando o f Iyere (as músicas ifa). A, awo babal podem se
especializar em uma ou duas das áreas. O Asawosesegun, a segunda sub-categoria deA
wo Elegan mencionados acima, são aqueles
Babala wo com licenciatura combinado na literatura Ifa. Eles combinam de adivinhação
com a cura doenças de graves, como a lepra, epilepsia e transtorno
mental. Normalmente, eles são mais populares como tha um curandeiro na
adivinho. Chefe Idowu Obayomi (aliás Afinju Babalawo) de composto Ijagba, Sagamu
em Ogun Stale da Nigéria e tarde Alado k un de Ikirun Oyo Estado da Nigéria são
dois exemplos de Asawosescgunentrevistado no decorrer deste estudo. Para qualquer
categoria de babalawo um pode pertencer, o código de conduta que todos eles se liga
deve ser preservada. Um babalawo é sempre generosa, fiel, experiente e um bom
conselheiro tradicional para os membros de sua comunidade. Um babalawo no
cumprimento de seu dever, sempre acredita que ele tem a obrigação de cumprir
em respeito de seu cliente (s) e thi é que ele faz de bom grado.
O Babala wo ar e altamente respeitado, não só por sua sabedoria e inteligência,
mas também para sua ess faithfuln e generosidade para com os membros da
sociedade. Un der circunstâncias normais, ninguém lts insu ou combate-los.
Mo ru ee wo orisa,                                           Eu digo que é uma ta b o o
ao Orisa,
Enikan o gbodo n um babalaô,                             Ninguém bate um sacerdote de
Ifá,
Para ba gbofa yanranyanran lotu Se e     Quem é muito Versado em Ifa na
cidade de
Ife.                                                                                                                                         
         
Geralmente, cada babalawo conhece o seu direito e também mantém te lei da
terra. Um babalawo por sua formação e prática, está preparada para aconselhar e
orientar qualquer pessoa que lhe presta consultoria.Ele sabe alguma coisa sobre a vida e
os ensinamentos de Orunmila e quando ele adivinha para h é clientes, ele só interpretar
a mensagem de Orunmila. Qualquer que seja o problema ou reclamação de um cliente
não é segredo para Orunmila e qualquer babalaô treinado e certificado deve ser capaz
de ler a linguagem de Orunmila através os sinais Odu. Mas se um babalaô não receber
uma formação adequada, ele pode ter alguns problemas na interpretação  Odu s ign e,
assim, entregar a mensagem errada para o cliente.  Em tal circunstância, os clientes cuja
fé na divindade de Ifá não é forte o suficiente pode queixar-se de sua incapacidade t o
prever todas as coisas.
Ope-oseru,                  Ope (O runniila) não é desonesto,
Qnik i ni o gbof um,               É o cantor que is'not versado em Ifá,
O hun um b a b 'Ifa.               Tudo o que pedimos Ifa
Ni fa i assim.                             É o que Ifa reve um ls.
Se esta acontece, é o babalaô que tem "misrepresente d a divindade. Qualquer pessoa
que tenha passado com sucesso pelos rigores do treinamento Ifa seria capaz de
identificar o problema de seus clientes. babalaô O sho d base de seu e xpe rtise  sobre a
formação que o adquiriu. Aqueles que usam encantos para descobrir os problemas
ocultos de seus clientes não são verdadeiras babalawo e de fato, eles ar e não apto para
ser um.Esta classe de babalawo (Se houver), ar e ser desonesto, e pagam caro por
isso. No parte posterior de sua vida, enfatizou nossa i nformants, como babalaô perdem
a visão permanentemente.
É oi ghly essencial que aquele que "aspira a ser um sacerdote de Ifá (b abalawo)
recebe formação adequada de um babalaô versado e experiente que sou um ser ab y le
para atender às responsabilidades dos cargos importantes em que ele viria a encontrar se
na comunidade. Enquanto em treinamento, o que - ser babalaô seria ensinado
o Odu sinais e comprometer-se a memo ry uma grande número de "Ifa ese (histórias)
associado a sagacidade h Qdu começando com o Eji EGB (a primeira. Odu em o
corpus). Depois da the.mastery histórias exigidos em cada um dos dezesseis
principais Odu. os recursos para as histórias em O menor eledu Conforme enfatizado
por nossos informantes, o estudo da ese Ifa exigem concentração profunda, caso
contrário, o estagiário estará desperdiçando tempo em repetir as histórias de um odu
várias vezes.
Em seu trabalho, Abimbola (1976:18-24) descreve o sistema de formação e
iniciação de um suposto babalaô. No entanto, há alguns outros fatos vale a pena
conhecer para, a plena compreensão do processo de formação de um
suposto babalaô . Antes de um estagiário coloca sua mão em qualquer coisa,
adivinhação tem de ser realizada por ele em ordem para ele saber o  Odu que está
destinado para ele. TheD termos babalawousuais para a esta noção é "Odu para bi
enikan", que significa, literalmente, o Odu que dá à luz a alguém (o estagiário, no
caso). É este Odu que irá orientar o mestre babalawo a maneira de tratar a pessoa em
formação.O estagiário começa a sua educação com a identificação da assinatura de cada
um dos dezesseis principais Odu e, essencialmente, o Opele são os principais materiais
instrucionais para o efeito. O Opele utilizado para a formação é feita a partir de pedaços
de cabaça (paaakara) que parece inferior ao habitual Opele o babalaô usar para
adivinhação. O processo de estudar os sinais de Odu é referido como Sisi Opele (a
abertura de Opele). Este termo deriva do fato de que o babalaô mestre usa sua mão para
formar o padrão de cada Odu ao ensinar seus alunos. Deve-se notar que é apenas o
principal Odu que são aprendidos desta forma. Depois de um estagiário tem dominado
os sinais dos dezesseis Odu, ele seria examinado por seu mestre e, talvez, na companhia
de alguns colegas babalaô. O desempenho do estagiário seria determinado se ele iria ou
não avançar para a menor Odu.
Supondo-se que o candidato tenha exibido o domínio sobre o principal Odu ele
começa a aprender o menor Odu (começando a partir do primeiro menor Odu-
Ogbeyeku). Seu mestre agora usa o método de fundição a Opele para ensiná-lo. Quando
o Opele, qualquer Odu podem surgir e, neste caso, o estagiário não só learfn
menor Odu mas também revisa o principal Odu. Um estagiário aprende melhor através
da compreensão seu mestre como ele (ele master) adivinha para vários clientes. O
estagiário aprende as histórias corretas para cada Odu eo tom correto, o que distingue
a ese Ifa de todas as outras artes poéticas como esa eIJALA entre os Yoruba.
Além disso, para o seu conhecimento de Ifa and.the processo de
adivinhação um babalaô aspirantes rnu rua sei o sacrifício apropriado para
cada Odu. Ele também deve adquirir uma grande quantidade de ervas e lore
farmacêutica w ith seu repertório que acompanha de encantos e encantamento. Resulta,
portanto, que aqueles que, em última análise qualificar  babalawo prática tão cheio são
homens de um pouco de força intelectual e julgamento. Acima de tudo, o babalaô não é
apenas um artista, mas o guardião da Yoruba património cultural.
Em relação à idade do candidato, tanto para os jovens e velhos podem decidir
aprender Ifa De acordo com Adebayo Kehinde de Elepe Onipele Compound, Oyo, um
menino de dez a doze anos passaria 16 anos (contra 12 anos indicado pelo Abimbola)
antes que ele possa ser concedida liberdade de praticar por conta própria. É então o
jovem baba la wo é dito ser bastante madura para assumir a responsabilidade de
uma ala bab wo. No entanto, o jovem babalawo ainda está em meia da sua graduação e,
portanto, sua idade e experiências pode-preve nt h im da SPEA rei com plena
autoridade, especialmente quando ele está no meio do velho mestre-babalaô.
Devemos compreender que Ifa treinamento é o mais complexo de todos os
sistemas de adivinhação entre os Yoruba. Por exemplo, a formação de Erindinlogun,
Agbigba, Osa nyin e algumas outras formas de adivinhação não envolve muito tempo e
habilidade. Dentro de um curto espaço de tempo, uma Erindinlogun estagiário começa
condão para alguns clientes. É difícil (se não impossível) para um para se tornar
um babalaw oresponsável sem ONHECIMENTO k adequada e profunda compreensão
da Qdu . ea ese de Ifá É por isso que Idowu (1962:137 - 138) descreve o sistema de
adivinhação Ifa como "uma arte complexa que é dolorosa e laboriosamente aprendida
antes de ser dominado a um grau apreciável.
Um tem que aprender e memorizar a 256 O d u com o dl en ess ª Ori e s ligadas
a eles ea aplicação prática das histórias. Ele também deve aprender a prescrever
sacrifício apropriado e preparação medicinal.Todas estas são as habilidades que levam
muito tempo, paciência e energia. Além disso, um suposto babalaô ou adivinho não
parar de estudar uma vez que seu aprendizado está completa e ele começou a praticar
por conta própria. Fie continua a aprender novos versos e medicina de seu professor e
outro babalaô ou adivinhos. Com efeito, o período de estudo ese Ifa nunca termina. Um
adivinho continua aprendendo até que ele morra.
Não há fazer UBT, o Lawo baba rara muito inteligente, mas eles não pretendem saber
tudo. Bascom (1969) descreve o babalaô como o melhor,, organizada e mais bem
informados, mágico-religiosa s ecf do c ountry. Whe na babalawo é em busca de
conhecimento, ele poderia consultar qualquer outro babalaô, jovem ou velho. Mesmo
quando Orunmi la estava vivo, uma vez que ele procurou o conhecimento de um de
seus filhos.
Ag ba para Moyi ko.moyi,               O ancião que sabe uma coisa não pode conhecer
o outro,
A diafun Qnmmila,               Realizada Ifa adivinhação para O runmila
Ti yoo si tun kdfa lodo               Quem ainda iria aprender Ifa de Am osu n, um de
seus
Amosun re.                             seguidores.
 
O trecho acima mostra como humilde e ambicioso o babalaô é. Nenhum
verdadeiro Babala wo finge saber tudo. Ele está sempre disposto a aprender mais em
qualquer lugar e de qualquer um. É uma atitude comum dobabalaô que eles estão
sempre preparados para ensinar Ifa a qualquer um a qualquer momento.
 
Quando se quer adquirir algum conhecimento sobre eu fa corpus, ele se aproxima de
um babalaô e t varas-lhe a sua missão. Ele prontamente transmitir o conhecimento.
Se um grupo de babalaô monta para uma reunião, um festival ou certa cerimônia,
onde há uma necessidade de cantar e se LFA, cada membro (começando do younges
t babalaô) formigas ch, recita ou canta ese Ifaque é apropriado para a situação ou um  O
d u que surgiu. Mas se um Babala wo que é chamado não sabe certa porção de Ifa ele
iria corne. fora francamente que ele se esqueceu ou que ele não tem idéia de que aspecto
particular (por Ifa histórias da mitologia são tão numerosos que nenhuma pessoa pode
pretender saber ail). É por isso que o babalawo dizer aboruboye, o ya ju ri o lo
'(confissão de sua ignorância é ter aposta e mais honrados do fingimento).
:

3               O Cliente
O termo cliente, neste estudo, ers ref para a pessoa que consulta
um b abalawo para aconselhamento e orientação por meio de divinati diante. Antes que
um cliente consulta um b abalaw   ele deve compartilhar a crença na instituição
o,

tradicional, adivinhação porque o fator de fé desempenha um papel importante em um


resultado positivo da prática. Seja qual for o seu estatuto social, a inclinação religiosa,
idade ou nível de instrução, um cliente deve submeter-se à autoridade e direção
do babalaô . Isto é porque o babalaô Acredita-se ser dotado com o conhecimento t o
resolver o problema do cliente. E, como o adivinho mais confiável, o  babalaôtambém
faz o seu melhor para cumprir a obrigação.
Para os iorubás, a consulta com a divindade suprema (Orunmila ) É de
importância espiritual crucial quando se está prestes a escolher uma esposa, quando
a. criança nasce, quando se pretende construir uma casa ou quando se planeja uma
viagem ou compromete qualquer projeto com chances de lucro ou prejuízo. Ele
"acredita que, seguindo as regras estabelecidas do sistema, ele pode conseguir um
contato direto com O runmila a divindade mais sábio eo membro mais confiável do
panteão.
É interessante encontrar nas obras existentes e novos dados coletados em Se
um corpus literário que Orunmila si mesmo, o Odu, as divindades, bem como animais e
objetos inanimados tinha sido clientes. Eles consultaram Ifa oráculo, por várias razões,
a falta de dinheiro, filhos, esposas, ou   vitória sobre os inimigos. Foe exemplo, O
para:

runmila consultou outros babalawo quando ele não tinha dinheiro, para comprar


comida para seus visitantes, como mostrado no trecho abaixo:
Oda-owo, awokoro,                                           Qda-owo, Ifa sacerdote de koro,
A abo, OB i nrin r e,                                           Aa b o, sua esposa,
Omo ganhou oke Ijero                                       Seu filho na cidade de ro lje,
t

Bi oda owo ti n dami,                                           Assim como. Falta de dinheiro,


Bee ni Aabo mi n bo mi,                             Eu também tenho segurança,
A dia divertido Orunmila,                                           Realizada Ifa divina ção
para O runmila,
Nijo ti aalejo meta,                                           No dia três estranhos,    
O wo sile baba,                                           Foram para apresentar na casa do pai,
Ifa o si ni ni i ookan,                                           E se um não tem qualquer cowry
(dinheiro),
A uma yo o na (Abimbo la 1968: 25-26).                             Que ele pudesse
passar.
Outro evento é quando o babalaô adivinhava para E ji-Obara, um dos principais
dezesseis Odu. pobreza era a causa de sua consulta. Aqui está o LFA ese
Ise o sohun amusere;                             A pobreza não é uma coisa para brincar;
L ya o sohun.amusawada;.                             O sofrimento não é uma coisa para
brincar com;
A. d diversão ia Eji-Obara;                                           Divined f ou Eji-Obara
Ti n ola hagbon,                                           Quem está tecendo cestas de ser rico,
Ti gbogbo sim n estanho                             E todo mundo está rindo dele.
Nos dados abaixo, objetos inanimados (algumas bebidas) aparecem como os clientes.
 
Iw o lo se e                                                         É você quem ofende,
Mee ba o wi                                                         Que l culpa você,
Oran isiin venceu o Toja,                                           Matéria de hoje em dia deve pote
causar uma briga,
Ija naa lo de Lorin Dowe,                             É a discussão que faz uma música soar
proverbial,
Um dia fo ti                                                         Realizada adivinhação Ifa para Oti
(vinho).
Qmoo ganhou filão Ilare                                           Seu machado prole Hare
Iwo lo se e                                                         É você quem ofende,
Mee ba o wi,                                                         Que eu culpo,
Oran isiin venceu o Toja                                           Matters de hoje não deve causar
uma briga,
Ija naa eis de Lorin Dowe                             É a discussão que faz uma canção soa
proverbial, um divertido dia Ogoro,                                           Realizada Se uma
adivinhação para Ogoro (Tamareira-vinho)
Tii somoo ganhou filão filão,                             Quem é a sua prole no Bode
Iwo lo se,                                                         É você quem ofende,
Ti mee ba o wi                                                         Que eu culpo,
Oran isiin venceu o Toja,               Matéria de hoje em dia não deve causar uma briga,
Ija naalo de Lorin Dowe,                             É a discussão que faz uma música soar
proverbial,
Difa divertido omi tut u,                                           Realizada Ifa adivinhação
para omitutu (água fria),
Ode Omoo ganhou Otun Moba                             Sua prole uma t Otun 'Moba
'(Irosungbemi) (um odu
menor)
 
Não há necessidade de discutir mais o relacionamento entre o adivinho eo
cliente. Na maioria
casos, o adivinho é uma autoridade eo participante mais ativo no curso de adivinhação
Ifa. Ele (o babalaô) lança a cadeia de adivinhação ou opera os palrnnuts sagrados e
quando um Odu surge, ele interpreta e narra as histórias relevantes e prescreve
sacrifícios. Ao longo de todo o cliente permanece passiva e escuta atentamente a
mensagem divina. No entanto, ele pode rapidamente reagir aos resultados gerais do
adivinho, se o que ele (o cliente) tem em mente foi t ouched ou não. Após a realização
de qualquer sacrifício prescrito, o cliente tem o alívio emocional e psicológico;
satisfação.
 
4.               A Adivinhação Prática fa I
4.1               Alguns instrumentos utilizados na prática da adivinhação eu fa
Destacam-se entre os instrumentos utilizados para a adivinhação Ifa o do Ikin
(dezesseis adivinhação sagrada palmnutof), o Opele (a cadeia adivinhação) e os vários
objetos que formam o ibo (instrumentos de sorteio). O utros são o Iyerosun
(adivinhação em pó), Opon Ifa (bandeja de adivinhação), Osun (ornamental pessoal de
metal Ifa), Iroke (o chocalho marfim esculpido) e apo Ifa (sacos para manter
instrumentos de adivinhação Ifa). Estamos conscientes de que Abimbo la (1975,1976,
1977) e Bascom (1969) descrevem esses itens, mas vamos voltar a analisar e descrever
em detalhes, o ikin, o ibo eo que são muito importante para uma melhor compreensão
da processo de adivinhação Ifa entre os Yoruba.
 
 
uma               O Ikin (dezesseis palmnuts sagrados)
Estes são os palmnuts sagrados com os quais Orunmila substituído a si mesmo
quando ele estava voltando para heave n. Cada um b balawo refere Ikin como
o instrumento mais sagrado para Ifa mais original eadivinhação. Adivinhação com i
parentes i. É uma operação muito tedioso e trabalhoso. Para uma única pergunta
que Orunmila, até trinta chama de palmnuts podem ser feitas. Além de ele t t rublo
entretido na obtenção da resposta principal, várias etapas são Liken para descobrir o que
sacrifício w doente ser aceito ou na forma e pl ace em que o sacrifício deve ser feito.
O i parentes são obtidos a partir de um. tipo especial de palmeira a  baba la
wo chamar Op elemento Ifa Essa palmeira parece um pouco diferente de todas as outras
palmeiras. Em comparação com a palmeira normal, folhas de Ope Ifa são muitas vezes
dobrado e curto. Awo Falade Alab i e Fasola Areo de Ogbornoso em Oyo Estado da
Nigéria confirmar que, de vários ramos de palmnuts em um  pa lm árvore, um
único pode suportar i k pol Em tal grupo, pelo menos uma das porcas deve ter quatro
ilhós, que cada IKIN normais tem. Quando um babalaô recolhe todo o grupo de
palmnuts, ele concencrates-los depois que ele escolhe um entre os conjuntos de sixtee n
palmnuts. Cada conjunto é chamado de 'o wo kan' ou 'owo Se a '(literalmente, a mão de
Se a), A babalawo pode ter pelo pelo menos dois conjuntos de ikin, todos colocados em
um único Ifaplaca (awo Se a) Um conjunto. está enterrado, com th  Lawo e baba quando
mentira morre. eo outro é herdado por um de seus filhos (se ele tem aquele que decide
ser um babalaô), caso contrário, o outro conjunto l (s) vai ser pendurado em algum
lugar em sua casa.
(B) O elemento Qp (A Cadeia Adivinhação)
O Opele é o segundo instrumento mais utilizado. de instrução no processo de
adivinhação Ifa. Como o ikin, o Opele é entregue por O runm i l a para seus filhos e
adeptos. O Opele que é considerada como o original é feito a partir
do fruto Árvore Opele (Schrebera gol ungensis). Além disso, alguns Opele são feitas de
uma luz, metal branco ou bronze (IDE) ea corrente podem ser feitas de prata (fadaka),
chumbo (oje), ferro (IRIN) ou esferas (ile ke) amarrados juntos com cordas
fortes . Cada tip e do QPE l e tem superfícies côncavas e convexas, mas, a superfície
exterior da metálico Opele são decorados com padrões geométricos simples.Esse tipo é
raramente usado para adivinhação, mas quando empregado para a adivinhação
importante, o sacrifício prescritos sempre custa muito dinheiro. Existe outro tipo
de Opele feita a partir de pedaços de cinzas CALAB e utilizado por aprendizes onde
eles estão estudando processo de adivinhação.
Além de, a Qpele feita de pedaços de cabaça que podem ser feitas, a todos
quantos o número do candidato a babalaô em formação; uma Babala wo pode ter duas
ou mais pes ty de QPE l e. Opele O metálico leve é, muitas vezes feita ao longo quando
o babalaô vai, apenas como uma prática Muçulmano coloca um rosário no bolso.
É importante notar que a adivinhação com Opele é mais simples, mais rápida e
permite a fazerem perguntas através de alternativas. Isso provavelmente explica a
declaração comum que a cadeia de negociações de adivinhação mais do que os lmnuts
sagrados aa. No entanto, os dois me Thod s de i k e Qp el e produzir o mesmo conjunto
de Oda com os mesmos nomes, grau, ordem e as mesmas histórias,
(C) A LBO {Instrumento de sorteio)
No processo de Ifa adivinhação, t h e Qdu sinais são obtidos por meio de
qualquer um de i parente ou Opele mas o i bo fo rm e indispensável capaz o bject para
a interpretação de Orunmila message.The interpretação oracular da mensagem contida
no ese Ifa geralmente é muito amplo e de aplicação geral. A fim de tornar a
interpretação relevante para uma pessoa ou situação, é necessário uma maior
clarificação dodivindade se através do uso de ibo Bascom (1969) e Oyesanya (1986:4)
descrevem ib o como "nt determinação '. Qpeola (1985) Instrumentos "e Abimbola
(1977) descreve-os como" os instrumentos para sorteio. Mas a descrição de Abimbola
de ibo parece ser ause bec mais adequado baseia-se na utilização para a qual os objectos
são colocados.
Alguns dos objetos que formam o ibo incluir os búzios, pedaços de ossos, pedra
e pratos quebrados cada simbolizando diferentes ª mentos ou noções. Por exemplo, um
par de búzios amarradas para trás. Para trás simboliza dinheiro, bondade, bem-estar e
denota afirmativa (Sim), mas um pedaço de osso simboliza a morte. Ele si MPLY
denota negativa (Não), A s tom simboliza a imortalidade, longa vida, que, cada um de
derrota prato quebrado signifie s de mies ene (história vic). No entanto, a semente preta
de ake-a ppl e fruto simboliza O runmila si mesmo, que se acredita t o ser uma pessoa
muito preto. Um pequeno shell significa casamento ou doença. Deve-se notar que
qualquer dois destes objectos pode ser utilizado pelo adivinho para descobrir meros
detalhes sobre a mensagem S runmil um geral envia para o cliente (s).
A mensagem divina para o cliente ou o adivinho a si mesmo, que está contido
em Ifa histórias, podem ser esclarecidas e completada por pedir uma série de perguntas
específicas formuladas em termos de dois ou mais excludentes proposição alternativa,
assim Orunmil um pode ser apresentado com a escolha entre vários cursos de ação
específicos ou podem ser feitas perguntas que devem estar ans wered ou 'Y es' ou
'Não'. Estas questões são colocadas em termos de declaração de duas: a primeira,
afirmativa eo segundo, negativo. Por exemplo, se tiver sido re vealed que o cliente
consulta Ifa por sua intenção de viajar, o primeiro statemen t wi estará 'Essa pessoa
poderia viajar hoje ea segunda instrução é ser' Essa pessoa não deve viajar hoje. Estas
perguntas, embora não seja marcado pelo ponto de interrogação, são colocados após a
inicial joga perante os seus versos são recitados ou cantados. Tais perguntas são mais
frequentes quando a cadeia de adivinhação. Está empregado.
É verdade que nem eu ki n ou o Opel e pode ser usado para adivinhação, mas
por causa de sua simplicidade e resultado rápido, mais  ba b a lei o usar
o Opele    adivinhar. Antes de lançar o Opele ele deve tocar a cadeia de adivinhação
com os búzios que denotam 'Sim' e colocá-lo em seu lado. Mais uma vez, ele toca o
com outro objeto de ibo, geralmente, um pedaço de osso indicando 'não', e p atacadores-
lo em seu lado esquerdo. Quando o adivinho lança o Opele, a classificação do Odu que
surgem durante o primeiro e segundo elenco irá determinar a resposta de O runmi
la seja afirmativa ou negativa. É por isso que é altamente essencial para dominar não
apenas os nomes e os sinais de todos os u Od mas também a posição de cada 0DU
§ especialmente as principais as quais formam a base para o menor Odu. Por uma
questão de facto, este é um dos aspectos mais técnicos  Eu fa processo inação
div. Normalmente, quando, adivinhando, o Opele é lançado duas vezes e o status
do Odu que parece vai des Termine o jbo qual delas irá escolher se u é aquele em t ele
deixou d si e ou a da direita.  Mas se o E-ji Ogbe ou o de un Meji é tira primeiro ou
qualquer um deles está em segundo no elenco, nenhum outro elenco segue. É myt
hologically Acredita-se que de u n é o mais velho de t ele Odu eo Eji-Ogbe é o pai e o
líder de todos os Odu no corpus. Uma vez que qualquer um dos Odu surge como a
adivinhação avança, t aqui não é mais do elenco, mas a interpretação precede
imediatamente a narração das histórias levant Ré.
Como mentioned.above, é im portante m para aster a posição da posição de
cada Odu na ordem hierárquica do principal Odu, caso contrário, o Choi c e do ibo será
um ffecte d. Lt está na escolha do i  bo que a interpretação e a mensagem de O
runmila que o adivinho procura restos. Se, por exemplo, Ogunda Meji (9 Odu) é
revelado, o adivinho tem que lançar o Opele mais uma vez e, se Irosun Meji (5 º Odu) é
revelado no segundo casting, do lado esquerdo do adivinho é escolhido.
Em outras palavras, o. pedaço de osso no lado esquerdo de t h e adivinho que denota
"Não" é selecionar Aqui, Qgun da Meji que é júnior para Jrosun me j i é r evealed
primeiro e quando isso hap pe n, o determinante da esquerda é escolhido. Mas onde
um Odu sênior é revelado antes de um júnior, o i  bo no lado direito do adivinho é
escolhido mesma forma, se qualquer um dos dezesseis
principais Odu (exceto Eji QGBE e Òfún M eji) é revelado antes de qualquer d o
menor Odu, o ibo no lado direito é escolhido e vice-versa.
Quando o menor Odu são revelados no primeiro e seco fundição nd, o que o
adivinho considera mais é a posição do Odu que cai para a direita. Por exemplo,
se Ogbebara
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é revelado na segunda casting, o adivinho tem que considerar a posição de Ogbe e Oba
ra na lista dos principais Odu. Desde QGBE é sênior para Obara, o lado direito é
escolhido. Noutra
exemplo, se Q TUA-Ogbe
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é revelado pela primeira vez e Otua - Òfún
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é então revelado, lado a direita é escolhido desde o primeiro dos dois menores Odu é o
mesmo ( Otua) . Podemos continuar a mult iplying os exemplos acima. Assim, o
processo de descobrir detalhes com o uso do Iboespecialmente quando um Lawo ba
ba ou um adivinho adivinha tudo por si mesmo, colocando o ibo em aberto é como
descrito acima.
              O segundo tipo de ibo técnica pode ser comparada a uma votação secreta em
uma eleição. Quando um babalaô é divino para o seu cliente, ele pede ao cliente ou do
seu estagiário para esconder a par de iboobjetos, um em cada uma das
suas ou seu palmas. lt é digno de nota que "como o cliente ou estagiário fica de frente
para o adivinho diretamente, h é ou sua mão direita normalmente ases f t ele deixou de o
adivinho. Então, por isso, o adivinho ou o babalaô lança o Opele como sempre faz, de
tal forma que ele teria escolhido o ibo à direita. Ele, então, perguntar a pessoa que
detém o objeto para soltar o Ibo em sua mão esquerda em primeiro lugar. Assim,
o babalawo sempre diz 'Otun awo Losi anúncio ibo' (à direita de. o adivinho é, à
esquerda da pessoa que escondeu o ibo). que isto significa é que a mão direita do
adivinho fica em frente à esquerda mão do cliente ou qualquer pessoa que detém o
i bo e vice-versa (Oyesanya 1986:6).
Antes de um babalaô começa a lançar, ele entregar dois de como etof
os ibo objetos para o cliente ou alguém para ser mantido em cada palma. A bala ba
wo não podia saber qual objeto está escondido na palma da mão direita e que está na
esquerda se é um par de búzios ou um par de ossos). Quando o balawo ba lança
o Opele, ele considera a posição do u Od que aparece, como ele tem feito por. a técnica
de ibo Se um idosoOdu é revelado antes de um júnior, para hirri o ibo no lado direito é a
resposta para a pergunta que Orunmila, mas o babalaô vai pedir a pessoa que detém
os ibo objetos para soltar o item em sua palma da mão esquerda em primeiro lugar. A
razão para esta prática é como indicado acima, de que, a baba la de wo direito está
virado para o lado esquerdo do cliente. Exceto a pessoa que detém os i bo objetos, não
ot sua pessoa seria a certeza do objeto a ser descartado pela primeira vez quando
o babalaô diz 'owo o tun tabi owo osi? (Mão direita ou esquerda?). O objeto pode ser o
único que representa a fortuna ou o infortúnio, fazer ou não fazer, sim ou não. Se a
resposta da divindade através do ibo é "não", o processo de fundição será revogada
várias vezes e com alternativa diferente até uma resposta afirmativa é recebido de O
runmil a.
4. 2               A Estrutura da Ifa Div Processo inação
_               Ifa processo adivinhação tem um padrão estrutural que o distingue de todas
as outras formas de adivinhação entre os Yoruba. Neste estudo, Ifa processo ivination d
foi dividido em três grandes partes estruturais, ou seja, prólogo, narrativa e epílogo (A
ki nnaso 1983).
A tríplice divisão aqui adotada abrange o que acontece fro m momento em que o
cliente entra na 's babalawo casa até que ele se afasta. A estrutura interna de adivinación
é como se segue:
Eu               O Prólogo
{A)               A primeira troca de saudações
              {B)                  A intenção do cliente expressa.
                (C)               O babalaô homenagem
              (D)               T h e babalaô teólogos para um Odu a surgir
II               A Narrativa
                 (E) A interpretação do 0DU sinal
(F)               A narração de pedras relacionados
(G)    A explicação da mensagem contida em ese Se um
III               O Epílogo
(H) A visão do cliente da revelação
(I)               Os resultados detalhados com o utilização de ib o
(J)               O pré crição de sacrifício
(K)   O desempenho do sacrifício
4. 3 T Adivinhação Prática ele
Vários Odu surgiu durante a série de Ifa processos de adivinhação assistidos e
levadas a cabo durante o ur pesquisa sobre este trabalho. F O trecho epois é um dos
casos em que Eji-Ogbe surgiram. Este processo permitiria obter a verdadeira re pictu
das três partes estruturais.
Iberê                                                                                     Prólogo
Onibeere: Atrás Onile o / Aboruboye o                             C lient: saudar o dono desta
casa!
Babalawo: há o ya o / Agbo, o ato!                             Babalawo: Eu vos saúdo também!
Onibeere: E jowo, mo fe se ibeere ni / Mo   Cliente: Por favor. Eu quero perguntar algo
de
fe ba Ifa soro                                                         Ifa     
Babalawo: (Awo gbe Opele jade) E daniyan / Cliente: (O sacerdote traz a cadeia de
adivinhação)
Mu E Aniyan wa (Onibeere daniyan               Faça sua intenção conhecida (o
cliente
jeeje. Awo di op e le mu laarin, o nd uma      sussurro é o seu problema. O
padre possui
o                                                                           
siwaju re).                                                               cadeia de condão no meio
e
  estende-lo para a frente)
 

Orunmila   o gbo o, um parente -. oo sa                             Orunmila que você


ouviu, Akin-OOSA              
zo, Qlum oran Iode Owo               O oficial no céu, o conhecedor, na cidade de Owo
Arihin  i nr o hijn-un,                                                         Aquele que faz tudo,

O gbo o hun de wi o,                                                         Você ouviu o que ele


disse:
Lawo, logberi emi,                                           Você é quem sabe o que é secreto,
Eu sou ignorante
Ohun de wi, Iwo 1o gbo, emi o gb o                             que ele disse, você ouviu,
eu não ouvi-lo.
Bo ba ti ri ni o wi o,                                                         diga exatamente o que
você ouviu,
Pebi Ma fogo, ma fibi pere.                                           Não chame uma coisa boa
um ruim nem ruim
Um deles, uma boa.
              Iwaju OPO n, o GBO o,                                                         a frente da bandeja
de divi ni ng, você ouviu (o que
                                                                                                  dissemos),
Eyin opon, o GBO o,                                                         a parte traseira da
bandeja de condão, você ouviu (o que
                                                                                    dissemos),
Olumu lotun-un, Olukanran Losi.                             Olumu à
direita, Olukanran à esquerda.
Aarin opon, o GBO, ita o prazo.                                           No meio do tabuleiro
de condão, você ouviu
                                                                                    (O que disse), ao ar livre no
céu.
Il e, o gbo Agbalagud um e                                                         terreno (elogiado) Agbalagude, você
minha
ouvido
Ati ojo waye, atiwo oorun                                           A madrugada eo sol s
et              
Aje, Iwo naa gbo.                                                         A divindade de dinheiro,
você também ouviu,              
O gbo ohun ti Olowo yii wi o.                                           Você ouviu o que o
dono deste dinheiro
                                                                                    s socorros.
Ire! (Babalawo da Ope le);                                           Bondade! (O babalaô joga
o
cadeia de adivinhação)
Eji-Ogbe, baba Ifa (odu para hu)                             Eji-Ogbe é o odu que emergiu
Ire ni lfa Loun ri.                                                         Ifa disse que vê bênção.
Eu re owo, aya, omo (awo gbe Opele Sanle)               É bênção de dinheiro,
esposa e filhos?
                                                                                                  (O Babalawo lança o
Opele)                            
'Bee ko', ni yii awo? (O gbe Opele san le               Este prato quebrado significa
'Não' (ele lança o
                                                                                    Opele uma segunda vez)
Owo otu n (Owo eyo para a diversão duro "ser e ni 'ni               a mão direita (o
corretivo caiu cowry
 
adibo / onibeere koko ju Sile)                                           conchas indicando; Sim
"à pergunta).
Itan
Ifa                                                                                                   Narrativa                       
     
Babalawo: (Awo bere sii assim ohun ti Ifa wi O n.               Babalawo: (O sacerdote
interpreta e narrar
Ki Ifa) Eni a da Eji-Ogbe, Ifa ni ki                                           mensagem Ifa) A
pessoa para quem Eji-
oniyen Rubo. Ifa Loun o nii je o te, Ifa                             Ogbe está lançada, Se
um pediu-lhe para oferta
Loun o nii Joju o ti i. Ifa Pe gbogbo ohun                             um sacrifício. Ifá
disse que não iria deixar
ti ba eleeni Dawo le ni o maa yori si daadaa.                             a pessoa ser
desonrado. Ifa disse
Ifa pe ki oniyen o Rubo aje, Korubo obinrin,                             seja o que for
que a pessoa colocar a mão no ko Rubo omo, pe ira Tori re si dafa, PE
ira                             seria bem sucedido. Ifa instruiu o naa o sol un
bo.                                                                       pessoa para realizar o sacrifício
em relação
de dinheiro, esposa, filhos,
que ele teria todas as
bênçãos necessárias em
abundância.
Edudu o wule du,                                                         O negritude não foi
meramente enegrecido,
Okunk un o wule ku n,                                                         A escuridão não
estava apenas escuro,
Jalagba Lawo Agbara                                                         jala gba era o
sacerdote de erosão,
Um divertido DIFA Atenilara awo osa                                           Realizada Ifa
adivinhação para A tenilara,
o padre da lagoa.
Edudu o wule du,                                                         A escuridão foi-não apenas
enegrecido, Okunk un o wule k un                                           Trevas foi não
apenas escurecido.
Jalagba Lawo Agba ra                                                         jala gba wa s, o
sacerdote de erosão,
A DIFA divertido Atenilara awo atan orni                             Realizada
adivinhação Ifa para A tenilara,
o priesf de água grande
Atenilara, awo Okun                                                         Atenilara, o sacerdote
do mar.
Eni ti o ba ni Io wo ko ni isinmi                             Quem não tem dinheiro não
tem descanso da mente,
Ser e ni ti awo o sa                                                         Assim foi no caso do
sacerdote do
lagoa,
Ser e ni ti atan omi                                                         O mesmo foi o da grande
água.
O runmi la lo wa daf uma yii pe awo n atenilara,               Foi Orunmila que
cônsul ted sua
M eteeta le pe fundações, o un o le te bayii?               sacerdotes Ganhou se ele
teria a três
ebo ni ni ko ru, ó runmila si Rubo.                             na sua posse, ele não seria
                                                                                                  desonrado? Eles instruiu
(O runmila) para fora er um
sacrifício,
O runm ila realizado o prescrito
sacrificar.
A t enilara awo Okun loruko aa pe aje.                             Atenilara o sacerdote de
oceano é o nome do
m oney.
ubo aje.                 Ifa disse que a pessoa deve oferecer um sacrifício por causa de dinheiro.
              Atenilara awo osa loruk oaa pe obinrin               A tenilara o sacerdote de lagoa
é o nome
de mulheres.
an omi loruko aa omo               Atenilara o sacerdote de grande água é o nome das crianças,
Ifa pe ki oniyen ou UBO obinrin,                             Ifa instruído th e pessoa para
oferecer um sacrifício
                                                                                    por causa das crianças.
wo, o lobinrin, o si bimo,               Orunmila tinha dinheiro, tinha mulheres, e ele
n pe               tido filhos, sentia-se feliz e começou a cantar:
 
Ori mi Apere,                                                                       Minha cabeça está
boa,
Aya mi afobi kan                                                         meu peito que é tocado
com noz de cola
a je ki Atenilara o te mi               Orisa-agbo, não permitem a Atenilara
o.                                                                                     desgraçar-me.
 
Ifa l oun em i je ki e Leeni o te. Ifa pe oun o                                 Ifa disse que ele não
iria deixar que a pessoa
O je ira para o oniyen Lowo. Agbebo adie, oke                             ser desgraça. Ifa disse
que a pessoa faria
uma, eku ati e-ja re ebo ni.                                                         serem abençoados. Uma galinha, três naira,
ratos e
peixes foram então sacrificar a
oferecer.
Ipari (Ikadii)                                                                                        Epílogo
Onibeere: E awo Seun, Gbogbo ohun ti mo                             Cliente: Obrigado o
padre. Você tem
              d Aniyan n ie ja, Nigba ti en KIFA. Mo                             tocou todas as coisas
que eu tinha em mente
              setan lari ru ebo ti e ka sile divertido mi. (Oni-                             Agora estou
preparado para executar a
              beere Rubo. Babalawo si gbe ebo naa siwaju).               sacrifício prescrito. ( Os
clientes ofertas
                                                                                                                  o sacrifício e os
lugares babalaô
                                                                                                                a oferta na sua
frente)
Babalawo: Ni gba ti um da Se um divertimento Ajibade, Eji -      Babalawo: ( di recting
sua atenção para a divindade)
              Ogbe lo jade. O ni ira. Ire ni parentes? O ni ira               Quando adivinhava Se
um para Ajibade, Eji-
              Aje, aya ira, ira omo. Ki n la o si? O ni ebo               Ogbe emergiu. Ele disse
que a bênção de quê?
              Ni ki um ru. Ni igbona gbooru'lo ni ti um ebo                     Ele disse bênçãos de
dinheiro e esposas
un. Ebo naa ni yii o, Ifa Je ko               crianças. O que vamos fazer? Ele disse que
fin. Je ko da. Je lo para de ode orun. Je ki ebo                      foram para oferecer
um sacrifício. Instantaneamente, ele
re a OwO Eledaa (Awo KIFA lo bi ile eni bi)                      realizou o sacrifício
prescrito. Este
Eji-QGBE Dakun ba ni si e. Fiye denu, Fiye               é a oferta, Ifa , por favor,
deixe o sacrifício
Dekun. Fiye de gbogbo ara. Kun Olale,               ser aceito no céu e deixá-la
atingir a
Omini kun, Atatabiakun ....                                           Criador (o padre narrou
muitos relacionados
                                                                                            histórias). Eji-Ogbe ,
por favor, ajude-nos ajudar
                                                                                    e de todo o coração nos
apoiar neste
                                                                                    oferta. Olalekun, Ominikun,
Atatabiakun
                                                                                    ...
Oye ku Meji wa uma ba ni si e ....                             Oyeku Meji, por favor,
venha e abençoe esta
                                                                                             o ffer ...
Ko o fiye denu, ko o fiye Dekun, ko o fiye               Por favor, perdoe-nos, de
todo coração,
ara gbogbo de.                                                         nos apoiar.
E ji Iwori wa uma ba wa se e ...                                                    Eji Iwori vir e
nos apoiar ...
Ogundabede waa ba wa se e ...                                     Ogundabede vir e se juntar
a nós ...
Oyekulogbe waa ba wa se e,                                                    Oyekulogbe vir e se
juntar a nós ...
          Oset ua waa ba wa se e ...                                                     Osetua venha se juntar
a nós ...
              Qkanransa waa gbe bo naa                                                     Okanransa vir e
aceitar o sacrifício
Qkanransa awo oko lo DIFA foko                                       Okanransa o
sacerdote de chão adivinhava
                                                                                              f ou fazenda
Okanransa awo ile 1o DIFA f unle                             Okanransa o sacerdote de
chão adivinhava
                                                                                    para solo
Okanransa awo aso 1o DIFA f aso                             Okanransa o sacerdote de
pano adivinhava
para cothes
Ganhou la ganhou mete eta o wa Rubo. Oko Rubo, Os três foram instruídos a
Rubo Ile, aso naa Rubo. Ganhou o ku, wo o prazo,                             oferecer
sacrifícios. Actuou um
ganhou n se:                                                                                     sacrificar. Eles
não morreu nem caiu
                                                                                                  doentes, eles
começaram a dizer:
A gboku ii Oko                                                                       Ninguém ouve a
morte de uma enxada
Ai eu gboku aso                                                                       Ninguém ouve a
morte de um pano
Ai eu gboku ile                                                                                     Ninguém
ouve a morte do chão
Afi gbo bo                                                                                     Ele só pode ficar
velho.
Je ki Aji ordenou o gbo Kange, je ki o FAPA jo,                             Vamos
Ajibade crescer muito antiga, que ele
je de erigi jobi ... Òkànràn o niyo, om boun                             dança com os
braços (quando ele não pode
o niyo, oun o gbonra sebo ( gbo baba Lawo n                             mais ficar a
dançar), deixe-o comer
Opele si ebo, o gbe eb ole onibeere Lowo).                             noz de cola, quando
ele está sem dentes ...
Gbogbo ohun para ba n fo wo mu gba, ma je o                             Òkànràn não
tem sal, mas abalaria
b aje. (Awo gbe ebo si Ori ile) . Para ba kan ile                             seu corpo sobre
o sacrifício ( o sacerdote de Ifá
tan, orun elebo Nextel lo ( venceu GbE e eis idi ESU) .                             sacode
Opele sobre o sacrifício e lugares
                                                                                                  a oferta nas palmas
das mãos do cliente)
                                                                                                  tudo o que ele lida,
pode não ser estragado
                                                                                                  ( o sacerdote
coloca a oferta no
                                                                                                  g e volta). Uma vez
que ele toca o solo, ele
                                                                                                  vai para o mundo
do além ( a oferta é
levado para o santuário de
Esu fora da casa do
sacerdote).
.
Adim ula: ( Babalawo ni ki onibeere Dawo mejeeji               Adimula: ( O babalaô pede
ao cliente para cobrir
bo op elemento o bere si wure):                                           o Opele com as
palmas das mãos, enquanto ele reza assim).:
O gbo Ifa Adimula                                                         Você ouve, Ifa, Ad i mula
Biku ba n bo, bo o.                                                         Quando a morte está
chegando, cobri-lo.
Barun ba n bo, bo o.                                                         Quando a doença está
chegando, cobri-lo.
Bese ba n bo, bo o.                                                         Quando um mal está
chegando, cobri-lo.
Ser bo proibição gba, bo o.                                                         Se a paralisia está
chegando, cobri-lo.
Bire aje, aya ira, omo ire, ire aiku pari iwa               Mas quando as bênçãos de
dinheiro, quando
ba n bo, o ko si i sile (Oni ser ere si owo re               crianças e vida longa estão
vindo, não-cobertura
mejeeji a da de Opele) Eledaa o gbaajo o               ele. ( O cliente remove a
adivinhação cadeia).
(Adura ti babalawo gba ni IPARI).                                 Que Deus aceitar a oferta
( a oração que
o                                                                                                                babalaô disse
para acabar com a adivinhação).
 
5               O sacrifício
Oferta de sacrifício I SA aspecto muito importante no Ifa prática adivinhação. Se a
              

mensagem de Ifá é bom ou s anúncio, o investigador deve ter para oferecer um


sacrifício, para os Yoruba acredita que o sacrifício vai ajudar o investigador a manter a
bondade e dissipar o mal. Na maioria dos casos, os clientes realizar qualquer sacrifício
prescrito para que eles possam ter o apoio e aprovação das divindades em seus
empreendimentos. Quando condão para um cliente, o ba ba lei o, no decorrer da
narração comenta sobre o cumprimento do cliente da seguinte forma.;
O gbo Riru ebo                             Ele foi convidado a realizar um sacrifício
O ru                                                         Ele executou
O GBO e ru em u kesu                             Ele foi convidado a ma ke um sacrifício
a Es u
O tu                                                         Fê-lo
O gbo ikarara ebo ha diversão un Seu sacrifício foi prontamente aceito
(Abimbo la 1968:21.39).
 
O trecho acima é o registro fic especi expressando a hop e que o atual cliente w
Ould aprender com o acontecimento passado e, assim, realizar o sacrifício prescrito. As
bênçãos ea boa recompensa recebida pelo cliente passado depois de oferecer o ifice sacr
prescrito certamente irá incentivar o cliente presente, para oferecer sacrifícios similar. A
oferta. De sacrifício tem de ser enfatizado, pois é em que o babalaô depende, para a sua
vida, e seria dado partes "dos itens de sacrifício a outras divindades, como Ogu n (o
deus do ferro), Esu   (oficial de justiça) e Obatalá (o deus da criação), e se necessário
ser, as pessoas da comunidade.
Quando, por outro lado, o cliente se recusou a realizar o sacrifício prescrito, a
expressão apropriada em seu (investigador) atitude é muitas vezes nas pontas dos dedos
do Lawo baba.
O Pawo lekee                                           Ele tirou os Ifa mentirosos to.be
sacerdote
O pesu lole                                           Ele tomou Esu para um ladrão
O wo executar yan yan yan                             Ele olha com desprezo para o céu
Bi eni ti o nii ku mo Laye               Como se ele nunca morreria
O wa koti ogb sebo on-in               Ele se fez de surdo ao seu Ifa instrução padre
sobre
sacrificar.
(Um canto comum)
Como mencionado anteriormente, Ifa  adivinhação é o mais popular e mais r

sistema eliable de encontrar fatos sobre as pessoas desconhecidas com a crença


vacilante a este respeito tem-se ab coxo. É por isso que o babalawo continua alertando
os clientes, enfatizando a moral de sua história e da grande importância do sacrifício.
Riru ebo nii ni gbe                             sacrificar traz bênçãos
A gbee iru kii yan.                             A negligência de que paga ninguém.
E wa ba ni ni wo wo omo               Venha se juntar a mim, onde há uma
abundância de crianças.
Para o fim de uma completa Ifa história, a babalaô descreve a reacção do
cliente. Aqui, o cliente é freqüentemente relatado que expressou sua alegria por succ ess
após a realização do sacrifício.
Ijo ni n jo                                                         Ele começou a dançar
Ayo ni n yo                                                         Ele começou a se alegrar
O n yin awon awo o re                             Ele começou a louvar
seus Ifa sacerdotes
Awon awo re n yin 'Fa               Enquanto seus LFA sacerdotes louvaram Ifa
O Yanu koto                                           Quando ele abriu a boca
Orin awo 1o bo si i lenu                             A canção de Ifa sacerdotes era o que
ele proferiu por diante
Ese ti o nd                                                         Como ele esticou as pernas
Ijo faa                                                                       Dança pegamos
Agogo ni Iporo                                           Gongos foram agredidos na cidade
iporo
Aran ni lkija                                                         tambor Aran foi espancado em
Ikij no próprio
Opa kugukugu lojude Iseri mogbe .. baquetas foram usados louvando a
Iserimo cidade GbE.
A expressão de alegria e júbilo pode ser quente tão completa quanto g iven acima. O
padrão usual pode ser simplesmente linhas-l-2, 3 -4 ou 5-6 fo rming diferen tipo
aluguel do mesmo aspecto. A instrução do babalaô ao seu cliente para o sacrifício pode,
entretanto, ser considerado m emorizable. Ele pode ser estruturada.
o Rubo Nitori aje / omo / aya               Pediram-lhe para executar sacrifício por causa de dinheiro / filhos /
mulher
ou Won ni o kaaki toupeira ebo ni o se               Pediram-lhe para se preparar para
realizar um sacrifício.
Às vezes, os itens de um sacrifício podem ser listadas, como em:
Won ni o Reku meji oluwere,                             Ele foi convidado a oferecer
dois ratos em movimento rápido,
Ko reja me ji abiwegbada,                             T wo peixes que nadam com graça,
Obi morrer meji abedo keluke lu,               Duas galinhas com grandes fígados,
Ewure meji ab rederede amu.                             Duas cabras pesados com feto.
(Abimbo la 1968:22-23).
Os padrões de instruir para o sacrifício podem variar: os ns variatio estão expressando a
mesma idéia. Estes últimos exemplos apoiar a alegação de Parry (1930) na existência de
uma série de fórmula que expressam idéia similar.
Para os iorubás, certas coisas são muito valorizados. Trata-se de dinheiro, filhos,
esposa e todas as outras bênçãos da vida. Um cliente pode ser solicitado a oferecer um
sacrifício para qualquer uma ou todas essas coisas essenciais.
Ni Ganhou o Rubo Nitori aje               Eles instruiu a oferecer o sacrifício por
causa de dinheiro Won ni o Rubo Nitori omo      Eles instruiu a oferecer
sacrifícios por causa das crianças        Won ni o nibo Nitori aya        Eles instruiu
a oferecer o sacrifício por causa de mulheres
Ganhou ni o Rubo Nitori ira        Eles instruiu a oferecer o sacrifício por causa
de tudo                                                          
gbogbo.                                                     bênçãos.
é Ifa que recomenda conserta os sacrifícios e passá-las aos deuses ou espíritos que requ
ire-los na maioria das vezes através de Esu, o deus trapaceiro Yoruba (da Abimbola
1976). A oferta de sacrifícios se destina a ter efeito mágico ou o cliente eo resultado
disso é a cura psicológica conseguida através dos objetos de sacrifício.
 
Assim como ocorre em todas as esferas da vida Yoruba, a oração pode ser
oferecido aos deuses para conceder boa saúde e bênçãos para um cliente. Súplicas pode
ser feita a Ifá, Esu ou algumas outras divindades como irits sp em acompanhamento de
sacrifício oferecido por e em nome de um cliente.
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1
Pesquisa em Yoruba Língua e Literatura 8 (1996 )

IFÁ E O SEU DESTINO NO BRASIL,


ENTREVISTA COM AWO IFÁDÁMILÁRE
AGBOLE OBEMO.


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Por Erick Wolff8


Publicado na Revista Olórun edição 15º
em 20/09/2013

Erick Wolff - Explique em poucas palavras o que é Ifá?


Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - O significado da palavra Ifá está
relacionado com sabedoria ou conhecimento, em um contexto religioso Ifá é o
nome dado a uma disciplina espiritual que contempla um sistema religioso
completo, em outras palavras, podemos dizer que Ifá é uma filosofia de vida
centrada na observação da atividade das forças espirituais que sustentam o
universo. Este sistema religioso é de origem Yorùbá e se organizou a partir de
eventos históricos ocorridos na Nigéria, mais especificamente na cidade
de Ilè Ifé, onde acredita-se ser o berço de Ifá. Segundo William Bascom em
seu livro Ifá Divination: “Ifá é praticado pelos Yorùbá e Benin Edu, da Nigéria
(Dennett, 1910: 148; Melzian, 1937: 159; Bradbury, 1957: 54-60; Parrinder,
1961: 148); pelos Fọn, do Daomé (hoje Rep. do Benim), que a
denominam Fa (Herskovits, 1938: 201-230; Maupoil, 1943); e pelos Ewe, do
Togo, que a conhecem por Afa ( Spieth, 1911: 189—225). Os Fon e
os Ewe reconhecem como local de sua origem a cidade Yorùbá de Ifé”.
Ifá também é o nome do sistema oracular baseado na interpretação de
histórias sagradas organizadas em 256 capítulos. É costumeiro na Diáspora
chamar qualquer tipo de oráculo divinatório de Ifá. Eu entendo que o tradicional
jogo de búzios utilizado pelo culto de Òrìsà no Brasil pode ser ou não
amparado pelo sistema Ifá. Isso não quer dizer que um ou outro sistema seja
melhor ou pior, tudo depende da relação que o sacerdote tem com o plano
espiritual.
 
Erick Wolff – De um pequeno esclarecimento sobre os Odù?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - A palavra Odù pode ser traduzida
simbolicamente como útero em alusão ao aspecto gerador neles contidos.
Os Odù são padrões de energia que se consolidaram durante a criação do
universo espiritual e físico. Contudo, esses padrões de energia continuaram a
evoluir e eles são responsáveis por garantirem a existência e evolução do
Universo. Segundo Ifá, os Odù são a matéria-prima original utilizada pela
Divindade (entenda-se aqui todas as entidades que foram responsáveis pela
Criação) para executar a Criação de tudo o que existe, ou seja, tudo que temos
no plano espiritual/físico, se originou dos Odù.
 
É importante entender que apesar disto, eles não estão conscientes da forma
que as Divindades os são, ou ainda, se eles possuem algum tipo de
consciência ela não está acessível à Humanidade. Consideramos que
osOdù são essencialmente energia e que podem ser invocadas mediante a
habilidade de sacerdotes específicos. A invocação de Odù tem por objetivo
conectar-se a essa energia original e com isso propiciar algum objetivo
especifico. Existem 16 Odù principais conhecidos como Odù Meji (são os 16
Odù primários) e 240 Odùderivados ou filhos, conhecidos como Omo Odù;
cada um deles possui características específicas descritas através de histórias
sagradas a eles associados. E é baseado neste modelo que está amparado o
sistema oracular.
 
Erick Wolff – Quanto ao Odù do nascimento, é possível obter
este Odù quando adulto?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Sim, uma consulta a Ifá direcionada a este
fim irá revelar o Odù de nascimento, porém é importante esclarecer que esta
informação é importante apenas para um recém-nascido. OOdù de nascimento
traz orientações para apoiar o início da nossa vida, ou seja, ele vai apontar
necessidades imediatas e irá trazer a grosso modo o caminho que os pais
devem conduzir o seu filho.

Erick Wolff – É possível usar cálculos matemáticos para chegar


ao Odù do nascimento?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Não, segundo Ifá isso não faz sentido.
O Odù de nascimento está registrado no Ori e somente através de uma
consulta oracular é possível obter essa informação. Se fosse possível sacar
oOdù pela data de nascimento teríamos uma legião de pessoas nascidas no
mesmo dia e regidas pelo mesmoOdù, o que não é amparado pelo
ensinamento de Ifá, onde cada indivíduo tem o seu próprio Odù. Essa forma,
utilizada por muitos, não tem fundamento em Ifá e está no meu modo ver
relacionado com numerologia.

Erick Wolff  – Quais as formas de chegar ao Odù, e para que deve-se


saber o Odù?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - No culto de Ifá, sempre que algum evento
importante ocorre, por exemplo, uma iniciação, um assentamento de Òrìsà, ou
uma cerimônia mais profunda, é importante solicitar um Odùatravés da
consulta ao Oráculo com objetivo que receber orientações a respeito deste
procedimento específico. Estes Odù são considerados transitórios ou
temporários, ou seja, eles trazem uma influência temporária àquele evento. Um
exemplo é quando o indivíduo recebe um assentamento de um Òrìsà. Será
obtido um Odù que irá trazer esclarecimentos sobre como tirar um proveito
positivo desse evento. Normalmente, quando o assentamento fizer
“aniversário”, ele deverá ser alimentado novamente e um novo Odù será
sacado para trazer novas orientações. Isso é chamado de Odù transitório.
 
Já em um contexto pessoal, existem dois atos importantes na vida do indivíduo,
um deles é a obtenção do Odùde nascimento, que ocorre nos primeiros dias de
vida, com uma cerimônia de nomeação chamada Esèntáiyé(durante essa
cerimônia diversos atos são realizados para o recém-nascido, em uma
comparação simplista é um ritual de batismo). Como já foi explicado o Odù de
nascimento tem a função de orientar o início da jornada. OutroOdù muito
importante é conhecido como Odù pessoal, ele tem a função de trazer à tona
informações e orientações a respeito do destino pessoal. Segundo Ifá, ele é
revelado durante a cerimônia de iniciação em Ifá. Essa iniciação tem como
objetivo principal alinhar o Homem com seu destino pessoal e revelar ou
esclarecer o acordo feito na presença de Òrúnmìlà (divindade responsável por
registrar a Criação, conhecida como testemunha do destino) durante a escolha
do Ìpòrí-Odù (é o destino abstrato balizador da próxima reencarnação) na casa
de Àjàlá-mòpín (Divindade responsável por construir os destinos abstratos).
 
Erick Wolff  – Qual a realidade do culto de Ifá no Brasil?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Durante o processo de assimilação da
cultura da Yorùbá no Brasil, que ocorreu principalmente no período da
escravidão, muitos aspectos originais foram perdidos; a adaptação do culto no
Brasil gerou novos modelos religiosos que hoje são muito conhecidos e
praticados. Se por um lado essa adaptação foi muito importante e positiva, por
outro acabou apagando certos procedimentos que são importantes. Dentro
desse contexto o Sistema Ifá acabou não ganhando força e caiu no
esquecimento. Nas últimas décadas tem ocorrido novamente o intercâmbio de
religiosos entre o Brasil e a África com objetivo de resgatar tais aspectos que
foram perdidos ou modificados e com isso tivemos novamente o contato
com Ifá. Além disso, a presença de sacerdotes de origem Cubana, praticantes
de uma variação ou adaptação do Ifá Nigeriano tem chamado a atenção dos
Brasileiros e atraindo adeptos ao culto. Existe, como em tudo que é relacionado
ao culto de origem Afro, muita polêmica em torno do Ifá, principalmente, entre
os adeptos de origem afro-cubana e de origem Tradicional (Ifá praticado
pelos Yorùbá). No meu entender, essa divergência de conceitos ou práticas é
muito positiva, pois incentiva o estudo e a pesquisa, mas também pode trazer
muito atraso se for concentrada em invalidar o que cada origem pratica. Ifá é
um sistema amplo e não limitante. Não existe uma forma correta ou única de
culto; respeitar as diferenças é uma prática de Ifá. Temos que entender que os
valores culturais e sociais da Nigéria são muito diferentes daqueles
encontrados no Brasil, sendo assim, é fato que a liturgia e filosofia
do Ifá tradicional precisarão ser adaptadas à nossa realidade. O Ifá praticado
em Cuba foi adaptado durante todos esses anos, dessa forma o Ifá que está se
fixando no Brasil também está se adaptando.  Tomar para si a posse do
verdadeiro Ifá é no mínimo um ato de soberba e é contrária a todo o
ensinamento de Ifá.
 
 
 
Erick Wolff – Ifá e as religiões de matriz africana podem conviver
pacificamente?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Esse é sonho de todo sacerdote sério que
pratica Ifá. É perfeitamente possível que ambos os sistemas convivam
pacificamente e principalmente compartilhem atividades que cada sistema
possui em especial. Por exemplo, o culto de Ifá é especializado na divinação
voltada para a orientação do destino pessoal, neste quesito eu o considero
muito eficiente, por outro lado, o culto de matriz africana desenvolvido no Brasil
tem potencial habilidade para o trato com os Òrìsà em especial com a questão
do Olorí (Divindade responsável por proteger o indivíduo). Se ambas as
práticas fossem tratadas dentro de cada culto em uma união entre casas
de Ifá e Òrìsà creio que todos teriam muito a ganhar.

Erick Wolff – Como faria esta interação entre as religiões, sem sufocar ou
castrar a sua cultura e os seus costumes?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Para criar essa interação basta organizar
cada “coisa em seu lugar”, ou seja, as casas de Ifá receberiam a função de
apoiar as casas de Òrìsà a fim de cuidar do aspecto do destino pessoal. E as
casas de Òrìsà seriam responsáveis em cuidar do caminho Òrìsà de cada
pessoa, eu creio que essa união seria o ideal para a realidade Brasileira.     

Erick Wolff – Poderíamos  falar sobre o destino pessoal, no culto Òrìsà,


não há suporte e condições para trabalhar o mesmo?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - O destino pessoal segundo Ifá, é escolhido
pelo indivíduo antes do inicio de uma nova reencarnação. Esse destino é
balizador e não é determinante, ou seja, ele pode ser melhorado ou piorado de
acordo com as ações tomadas pelo indivíduo. Durante o processo de gestação
e nascimento de uma pessoa, o conteúdo desse destino é esquecido, neste
aspecto é que a divinação é importante, pois orienta o caminho a fim de se
manter fiel a este acordo feito antes do reencarne. Aqui o Ifá é muito eficiente.
Eu acredito que seja totalmente possível trabalhar o destino pessoal dentro do
culto de Òrìsà, pois outros métodos de divinação podem amparar isso.
Contudo, o conhecimento de qual destino foi escolhido pelo indivíduo só é
conhecido por Òrúnmìlà (testemunha do Destino) e por Àjàlá-Mòpín, sendo
assim, eu diria que seria mais seguro que essa orientação viesse através de
uma iniciação em Ifá.

Erick Wolff – Mas neste caso, o Borí faria este papel dentro do culto


à òrìsà, porém sem a ciência de Ifá.Correto?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Eu entendo que o Borí seja um
procedimento que potencializa a essência pessoal e promova o equilíbrio. Mas
daí a se saber qual foi o destino escolhido, creio que precisaria de fato da
orientação oracular. Se essa orientação é obtida por Ifá ou outro sistema é uma
questão da disponibilidade. Em outras palavras, até poucos anos ninguém
tinha acesso ao Odù pessoal, pois o culto de Ifá não estava presente no Brasil
e isso não impediu que o culto de Òrìsà florescesse. Em contrapartida, como
hoje existe essa possibilidade, eu entendo que o ideal seria unir esses
recursos.

Erick Wolff – O que é Orí, qual o conceito de Orí entre os Yorùbá e qual o


conceito dele dentro do culto Afro-brasileiro, e fale sobre o Borí?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo – Orí é tudo que representa o indivíduo,
incluindo o destino pessoal. No culto Afro-Brasileiro ele, às vezes, é confundido
como o Òrìsà pessoal, conceito que precisa ser revisto. O ritual doBorí visa
potencializar as características pessoais.
 
Erick Wolff – Há necessidade de um sacerdote de Òrìsà se iniciar em Ifá?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Eu diria que seria muito bom para qualquer
indivíduo passar pela primeira iniciação em Ifá. Essa iniciação revela
o Odù pessoal e com essa informação é possível obter uma orientação mais
precisa acerca da vida pessoal e espiritual. E isso em nada prejudica ou
invalida qualquer outra iniciação que a pessoa tenha passado.
Erick Wolff – Esta iniciação é independente do indivíduo ser rodante ou
não? E há necessidade de manutenção ou vínculo com o iniciador?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - A iniciação em Ifá é indicada para todos,
independentemente do tipo de mediunidade. Sim; é importante que se dê
continuidade e que o Iniciado tenha acesso à filosofia de Ifá.
 
Erick Wolff – Então uma vez iniciado em Ifá, o indivíduo terá
compromisso, o que envolve aprendizado e dedicação tal qual Òrìsà?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Com certeza, o ponto fundamental da
iniciação em Ifá é aprender e se desenvolver.
 
Erick Wolff – A partir desta iniciação e do Odù pessoal, o indivíduo tem
acesso a que? Qual diferença faz para ele saber ou não?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Eu sempre digo que a iniciação é um
processo que começa com os rituais e que não termina nunca. Nós temos que
nos iniciar todos os dias, ou seja, é um processo mais interno do que externo.
Conhecer o Odù pessoal permite à pessoa entender melhor o seu interior, é
com este objetivo que é exposto o Odù. Ele vai trazer orientações importantes
para que o indivíduo oriente melhor suas atitudes. Essa é a diferença.
Segundo Ifá manter o alinhamento com o destino pessoal garante o aumento
do potencial humano, então conhecê-lo ajuda neste desenvolvimento.
 
Erick Wolff – Mas então para que iniciar em Òrìsà, não seria lógico Ifá dar
este controle e ao mesmo tempo completar-se?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Porque precisamos de ambos os recursos
para conseguir o alinhamento, segundo Ifá, manter-se em equilíbrio com as
forças da natureza provoca o alinhamento da consciência interior com a
consciência exterior, ou seja, faz com que o homem faça a ligação com a
essência original, e os Òrìsàsão os mecanismos para este processo. Iniciar-se
no culto de Òrìsà recria a ligação com nossa essência ancestral. Ou seja, tanto
o culto de Ifá precisa dos Òrìsà para impulsionar a evolução humana, quanto o
culto deÒrìsà precisa de Ifá para alinhar o destino. Eles são complementares,
um não é melhor que o outro.
 
Erick Wolff –  Há necessidade de um sacerdote de Ifá se iniciar em Òrìsà?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Se o sacerdote deseja seguir um culto
de Òrìsà Afro-brasileiro, eu diria que sim. Na minha visão, os cultos afro-
brasileiros estão melhores adaptados a cuidar de Òrìsà do que o que está
vindo da África no momento. Ele já passou por todo o processo de aculturação
que o Ifá está passando agora.
 
Erick Wolff – Qual diferença entre a iniciação no culto Òrìsà tradicional
africano e o tradicional Afro-brasileiro, para quem quer seguir Ifá?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Como dissemos, Ifá é um ponto-de-vista, é
um caminho filosófico. Nada impede de você seguir essa orientação e cultuar a
Divindade através de outro modelo. Em outras palavras, você pode ser
Umbandista e se iniciar em Ifá; um caminho não vai atrapalhar o outro, vai
somar. Assim sendo, se um adepto deseja ter acesso ao Ifá e cultuar
o Òrìsà no formato Afro-brasileiro não há problema algum. Essa é uma questão
de predisposição pessoal. Ambos os cultos de Òrìsà, seja o tradicional ou o
Afro-brasileiro são válidos.
 
Erick Wolff – Perfeita a colocação, porem, qual a diferença entre um e
outro, sendo que vemos muitos adeptos de Ifá, que dizem que jamais se
iniciaram no culto Afro-brasileiro, depois de ser iniciar em Ifá, e que
consideram o culto Afro-brasileiro incompleto e inferior?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Ifá ensina que não existe um modo correto
de cultuar, que não existe o modo certo, existem formas e os modelos são
diferentes justamente para conseguir atender ás expectativas de cada
indivíduo. Portanto, a forma de culto Africana, Brasileira, Cubana, ou seja ela
qual for, não é melhor, nem pior, são apenas diferentes. Essa afirmação que o
culto brasileiro é inferior por parte de algum praticante de Ifá demonstra total
falta de conhecimento da filosofia Ifá, já que respeitar as formas de expressão
religiosas é parte de seus ensinamentos.
 
Erick Wolff – Ouvimos sempre dizer que não há Òrìsà sem Ifá ou Odù,
esta afirmação procede?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - No meu entender, não. Os Òrìsà, enquanto
forças da natureza, estão presentes no mundo físico/espiritual e podem ser
acessados através de invocações específicas a eles, que nada tem a ver
com Odù. Os Odù enquanto portadores da matéria original podem ser usados
para invocar os Òrìsàtambém, por exemplo, o Odù Ogunda Meji, é
reconhecido como o Odù que dá vida a Ògún e podemos utilizá-lo para invocar
a divindade. Mas, isso também é possível mediante outras práticas que não
envolvem a utilização doOdù em si. Ou seja, da mesma forma que o acesso
aos Òrìsà está presente no culto de Ifá, acesso semelhante está presente no
culto dos Òrìsà. Importante esclarecer que seja qual for o culto, é necessária
alguma forma de oráculo a fim de obter orientação da Divindade acerca dos
processos rituais e pessoais que ocorrem no sistema religioso. Sem isso, não é
possível, no meu entender, acessar os Òrìsà de forma segura e eficiente.

Erick Wolff – Sabemos que existem religiões de matriz africana que não


dependem de Ifá para sobreviver, então o que nos leva  a pensar que não
existiria Órìsà sem Ifá?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - O fato de uma religião não estar amparada
no sistema Ifá não invalida a sua forma particular de culto, contudo, sem
mecanismos de comunicação com a Divindade inviabilizariam o culto. Neste
sentido se faz necessário um oráculo para a Divinação, se este é Ifá ou outro,
não importa. Ifá nos ensina que a Divindade irá conversar com o homem com
qualquer tipo de mecanismo, desde que este seja coerente na sua prática.
 
Erick Wolff – Uma vez que o indivíduo seja um sacerdote de Ifá, ele possui
capacidade e autonomia para praticar o culto e iniciar pessoas em Òrìsà?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Se ele passou por todos os procedimentos
iniciáticos necessários, sim. Dentro do Sistema Ifá há toda liturgia necessária
para tanto.
 
Erick Wolff – Por que as cores marrom e verde  representam Ifá?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Na realidade, isso não é um padrão. Existe
uma grande gama de combinações possíveis dependendo da origem do
sacerdote. Na minha Família, o verde está relacionado com oÒrun (plano
espiritual) e o marrom com o Ayé (plano físico), em alusão à lenda da criação
onde Obàtálá plantou a palmeira, que simbolicamente, liga o Òrun ao Ayé.
Função esta desempenhada pelo Sacerdote de Ifá, ao executar sua função de
adivinho.

Erick Wolff – No Òrìsàísmo afro-sul, Òrúnmìlà é representado pela cor


preto e branco, o que me diz?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Acredito que o simbolismo seja o mesmo. A
ideia básica é a ligação entre os planos de existência.
 
Erick Wolff – Òrúnmìlà pode ser cultuado na cabeça dos seres humanos
como divindade?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo – Òrúnmìlà,  enquanto força espiritual, não é
considerado um Òrìsà Olorí(Divindade responsável por proteger o indivíduo).
Ele é o profeta mítico responsável pela disseminação do culto deIfá no plano
físico. Segundo o Babalawo Fa´Lokun Fatunmbi em seu livro “Ìbà´se Òrìsà –
Ifá Proverbs, Folktales, Sacred History and Prayer”: Òrúnmìlà esteve
encarnado por 7 vezes, duas delas pelo menos comoYorùbá e assim ele
transferiu o conhecimento para dois sacerdotes míticos conhecidos
como Akódá e Asèdá. Poderíamos dizer que Òrúnmìlà é um ancestral
divinizado, mas ele não é feito em ninguém.

Erick Wolff – E Ifá pode manifestar na cabeça de  algum indivíduo?


Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - É importante esclarecer que Ifá não é uma
divindade, é sim o nome do sistema religioso. A divindade responsável pelo
culto é chamada de Elà. Elà, através de estados alterados de consciência
orienta os sacerdotes de Ifá. Mas isso não chega a ser uma posse como ocorre
com um ÒrìsàOlorí. Esta afirmação vale para Òrúnmìlà também, não há
posse dele no culto de Ifá.
 
Erick Wolff – O desperdício, o que Ifá diz quando em determinado ritual há
uma quantidade abusiva de animais para o sacrifício, é possível estipular
um mínimo e um máximo de animais para o ritual?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo – Segundo Ifá, não é a quantidade de
sangue que tem poder, mas a forma como você desperta o àse nele contido.
Originalmente, nós devemos condicionar a quantidade de animais utilizados
com a quantidade de pessoas que vão consumi-los. Ifá e Òrìsà abominam
desperdícios, mesmo porque, vidas serão ceifadas, temos que lembrar que
tudo que é vivo possui consciência.
 
Erick Wolff – O Igbá-Òrìsà vemos que há muita divergência entre o
material usado, a forma que é montado e até mesmo o conceito do Igbá-
Òrìsà, existe algo ou alguma fórmula para que o Igbá-Òrìsàseja
considerado verdadeiro?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo – Existe um ditado simplista que diz o
seguinte: “se você começar a rezar para uma Divindade dentro de um copo
cheio de água, logo você obterá resposta”. Claro que não devemos seguir isso
ao pé da letra, mas a forma como se assenta uma Divindade deve seguir a
tradição ao qual ela está enraizada. Podemos realizar tal ritual de várias
maneiras, mas o básico para que o Igbá seja válido é conter elementos que
tenham ligação com a Divindade em questão, um exemplo bem simples: basta
um pedaço de ferro para invocarÒgún.
 
Erick Wolff – Èsù pode ficar ao lado do Igbá-òrìsà[1] dentro do Yara-
òrìsà[2]?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo – No meu ver, depende, entre suas múltiplas
funções a mais importante é de guardião, por isso, em Ifá, é costume colocar
seu Igbá do lado de fora, contudo dependendo do caminho que ele foi
assentamento (função especifica invocada durante o assentamento) pode-se
sim deixá-lo dentro ou mesmo ao lado do Igbá de Òrisà.

Erick Wolff – No Brasil há muitos mitos e conceitos sobre feituras


de Olorí[3], no caso de Obá, Otim, Nanã e Òsùn, são divindades que
jamais pegariam cabeça de homens?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo – Tudo depende da maneira que você
interpreta a natureza dos Òrisà, eu não os entendo como tendo sexualidade e
sim polaridade, apesar de respeitar os mitos e entender que seus
ensinamentos sejam válidos, não compartilho dessa ideia.
 
Erick Wolff – Há casos em que um determinado Òrìsà exige feitura porem
por qualquer outro motivo não seja possível a feitura daquela divindade
naquele indivíduo, quais seriam os casos e qual seria o caminho?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo – Ifá ensina que “se você não puder dar um
cabrito para a Divindade dê apenas alguns pelos”, isso significa que se uma
pessoa não tem condições de realizar a feitura ela pode ser contornada com
outros rituais mais simples. Contudo, se essa necessidade visa resolver algum
problema sério é indicado que seja feito o possível para realizar tal cerimônia.
 
Erick Wolff – A iniciação de Olorí feminino no Orí de homem pode mudar
a sua orientação sexual?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo – De maneira alguma. A sexualidade é um
aspecto definido por outros fatores, como polaridade da energia, a Divindade
jamais iria alterar essa energia, mesmo porque, isso está em realidade com a
individualidade do homem.
 
Erick Wolff – O tabu da homossexualidade, qual o motivo desta
interdição?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - O assunto da homossexualidade em si
mesmo já é bastante polêmico; e diversas religiões possuem algum nível de
impedimento para os adeptos que mantenham tal orientação. Atualmente,
observamos verdadeiras guerras filosóficas em torno disso, tentando invalidar
ou validar tal comportamento, isso tem sido observado também dentro do culto
de Ifá. Realmente o tabu existe, mas ele não é uniforme, algumas famílias
aceitam a iniciações de homossexuais e outras não. O objetivo principal do
culto deIfá é orientar o homem no caminho da construção do “bom caráter”, ou
seja, melhorar e aperfeiçoar os sentimentos e atitudes. Mas classificar o que
são atitudes certas ou erradas aos olhos de Ifá é uma tarefa difícil. Por
exemplo, na África é comum que um homem possa ter mais de uma esposa, já
aqui no Brasil isso é visto como uma conduta imprópria. Ou seja, as ações
erradas ou certas dependem de um ponto-de-vista. Ifá ensina que tudo aquilo
que o homem faça e não lhe prejudique pessoalmente, nem ao meio ambiente
e nem aos seus semelhantes é considerado uma prática de bom caráter.
Sendo assim, se um indivíduo tem orientação homossexual e essa prática não
lhe causa nenhum dano emocional ou físico e nem prejudica seus
semelhantes, ele está dentro da orientação de boa conduta. Assim,
porque Ifá iria exclui-lo do sistema religioso? Não faz sentido.
 
A questão de uma pessoa poder ou não ascender ao cargo de sacerdote
de Ifá, está relacionado com o seu destino pessoal e com sua conduta ética e
não com a sua orientação sexual. De nada adianta ser heterossexual e ter um
comportamento promiscuo.
 
Em resumo, não há impedimento algum, quem decide se a pessoa tem
necessidade ou não de iniciação é a Divindade e não o sacerdote, na minha
Casa eu recebo bem qualquer pessoa que esteja disposta a melhorar e evoluir.
 
Erick Wolff – Òrìsà pode discriminar e abandonar o indivíduo por ser um
homossexual?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Òrìsà não tem esse tipo de sentimento ou
atitude e Ele não abandona ninguém, independente de qualquer situação.
Muitas pessoas querem interpretar ou entender os Òrìsà como se Eles fossem
humanos, precisamos lembrar que Eles são forças espirituais e não
compartilham das nossas imperfeições.
 
Erick Wolff – Mas podem julgar e possuem personalidade, ou não?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Os Òrìsà possuem personalidade, mas não
cabe a eles julgarem ninguém, essa é uma função do próprio Orí. Ifá ensina
que o julgamento é realizado por nós mesmos.
 
Erick Wolff – Então quer dizer que o Òrìsà serve Orí e não o contrário
como dizem?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - A função dos Òrìsà é apoiar ao Homem e
não o contrário.

Erick Wolff – Atualmente temos ouvido muitos debates sobre a


adequação de gênero, o que Ifá diz sobre isso, é possível neste caso
o Òrìsà não identificar mais o indivíduo ao qual foi iniciado, após a
adequação de gênero?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - É um absurdo pensar ou dizer isso. Se for
assim então caso a pessoa sofra um acidente e tenha algum membro
amputado o Òrìsà também deveria se afastar ou ainda se uma pessoa faz uma
cirurgia estética para melhorar ou corrigir algum fator físico criaria problemas
com os Òrìsà. Nada disso tem base dentro da visão Ifá sobre a essência
dos Òrìsà.

Erick Wolff – Quais as motivações e mudanças que os adeptos de Ifá 


precisam para que Ifá possa prosperar?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Todo o Sistema Ifá é voltado para o
desenvolvimento humano. Seu objetivo principal é dar ao homem condições de
evoluir, a fim de manter o seu alinhamento com o destino pessoal e com isso
proporcionar a construção de pessoas melhores em todos os sentidos. Essa
não é uma tarefa fácil, já que vivemos em constante conflito com o meio que
nos cerca, e a chave para conseguir essa conexão é manter-se em harmonia
com as forças da natureza, em outras palavras, com os Òrìsà. A resposta do
universo para aqueles que conseguem o alinhamento com o destino são as
bênçãos de vida longa, saúde, paz, descendência e prosperidade, os pilares
que dão ao homem suporte para a vida terrena.
      
Erick Wolff –  Ifá pode mudar tudo?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - Não diria que Ifá pode mudar tudo, eu diria
que Ifá mostra o caminho para a que o Indivíduo mude tudo. O ensinamento
de Ifá está baseado na mudança interior, das emoções e no equilíbrio entre
razão e emoção. Os rituais de passagem (iniciações), ebo (rituais de
propiciação), borí (rituais de equilíbrio) e outros, são ferramentas que auxiliam
na busca deste equilíbrio. Ifá ensina que é possível mudar a realidade física se
você mudar a realidade interior, ou seja, construa o bom caráter, mantenha o
alinhamento com o seu Destino, fique em harmonia com seu Òrìsà e obterá
tudo que está acessível aos limites do seu Orí.
 
Erick Wolff –   Qual momento que você pode narrar que traduz a  beleza
de Ifá?
Awo Ifádámiláre Agbole Obemo - A cada passo que eu dou em direção à
compreensão dos ensinamentos deIfá mais eu me apaixono por sua filosofia. O
impulso que essa percepção nos dá para o autoconhecimento é muito
empolgante. Esse ponto principal do culto de Ifá nos dá a condição de perceber
dentro das nossas limitações o quanto a Divindade é incrível e isso enche o
nosso espírito de esperança, pois apoia a nossa fé em um futuro melhor, tanto
para a questão individual quanto para a questão global, eu creio que esta seja
a beleza doIfá.
 
 
CRÉDITOS 

Saiba mais sobre Awo Ifádámiláre Agbole Obemo;


Ricardo Sérgio Pulini, tem 38 anos, nasceu numa família Espirita, por isso,
desde de muito cedo teve contato com a espiritualidade, contudo foi levado a
buscar caminhos existenciais e uma cultura que o desse o devido suporte. Em
1995 foi iniciado na Umbanda e com o tempo fundou o templo de Umbanda
Mensageiros de Oxalá, situado na cidade de Barra Bonita, interior de São
Paulo.  No ano de 2004 teve seu primeiro contato com Ifá, tendo a sua primeira
iniciação em 2007 com os Bàbálawo Salawu Adisa Arogundale Ifakunle e
Bàbálawo Ogunjimi Ifaronmu Aderonmu. Começando então a sua jornada
espiritual até chegar a iniciação sacerdotal, que ocorreu no ano de 2013, onde
recebeu o nome iniciático de Ifádámiláre, que significa “Ifá transforma as
coisas ruins em boas”.
 
[1] Igbá-òrìsà – Cabaça ou recipiente acomoda a divindade, podendo conter
adornos e ferramentas.
[2] Yara-òrìsà – Quarto que abriga as divindades.
[3] Olorí– Divindades cultuadas no orí dos seres humanos.

 Se uma mulher, em país yoruba dá à luz uma série de crianças natimortos ou mortas em baixa idade, a tradição reza
que não se trata da vinda ao mundo de várias crianças diferentes, mas de diversas aparições do mesmo ser, (para eles
maléfico), chamado àbíkú (nascer-morrer) que se julga vir ao mundo por um breve momento para voltar ao país dos
mortos, órun (o céu), várias vezes. Ele passa assim seu tempo a ir e voltar do céu para o mundo sem jamais
permanecer aqui por muito tempo, para grande desespero de seus pais, desejosos de ter os filhos vivos. Essa crença
se encontra entre os Akan, onde a mãe é chamada awomawu (ela bota os filhos no mundo para a morte). Os Ibo
chamam os abikú de ogbanje, os Hauças de danwabi e os Fanti, kossamah. Encontramos informações a respeito dos
abikú em oito itans (histórias) de ifá, sistema de adivinhação dos yorubá, classificados nos 256 odu (sinais de ifá).
Essas histórias mostram que os abikú formam sociedades no egbá órun (céu), presididas por Iyàjansà (a mãe-se-bate-
e-corre) para os meninos e Olókó (chefe da reunião) para as meninas, mas é Aláwaiyé (Rei de Awaiyé) que as levou
ao mundo pela 1ª vez na sua cidade de Awayié. Lá se encontra a floresta sagrada dos abikú, aonde os pais de abikú
vão fazer oferendas para que eles fiquem no mundo. Quando eles vêm do céu para a terra, os abikú passam os limites
do céu diante do guardião da porta, oníbodé órun, seus companheiros vão com ele até o local onde eles se dizem até
logo. Os que partem declaram o tempo que vão ficar no mundo e o que farão. Se prometerem a seus companheiros
que não ficarão ausentes, essas, crianças apesar de todo os esforços de seus pais, retornarão, para encontrar seus
amigos no céu. Os abikú podem ficar no mundo por períodos mais ou menos longos. Um abikú menina chamada "A-
morte-os-puniu" declara diante de oníbodé órun que nada do que os seus pais façam será capaz de retê-la no mundo,
nem presentes nem dinheiro, nem roupas que lhes ofereçam, nem todas as cosias que eles gostariam de fazer por ela
atrairiam os seus olhares nem lhe agradariam. Um abikú menino, chamado ilere, diz que recusará todo alimento e
todas as coisas que lhe queiram dar no mundo. Ele aceitará tudo isto no céu. Quando Aláwaiyé levou duzentos e
oitenta abikú ao mundo pela primeira vez, cada um deles tinha declarado, ao passar a barreira do céu, o tempo que iria
ficar no mundo. Um deles se propunha a voltar ao céu assim que tivesse visto sua mãe; um outro, iria esperar até o dia
em que seus pais decidissem que ele casasse; um outro que retornaria ao céu, quando seus pais concebessem um
novo filho, um ainda não esperaria mais do que o dia em que começasse a andar. Outros prometem à iyàjanjasà, que
está chefiando a sua sociedade no céu, respectivamente, ficar n mundo sete dias, ou até o momento em que
começasse a andar ou quando ele começasse a se arrastar pelo chão, ou quando começasse a ter dentes ou ficar em
pé. Nossas histórias de ifá nos dizem que oferendas feitas com conhecimento de causa são capazes de reter no
mundo esses àbíkú e de lhes fazer esquecer suas promessas de volta, rompendo assim o ciclo de suas idas e vindas
constantes entre o céu e a terra, porque, uma vez que o tempo marcado para a volta já tenha passado, seus
companheiros se arriscam a perder o poder sobre eles. É assim que nessas quatro histórias encontramos oferendas
que comportam um tronco de bananeira acompanhado de diversas outras coisas. Um só dos casos narrados, o
terceiro, explica a razão dessas oferendas:

Um caçador que estava à espreita, no cruzamento dos caminhos dos àbíkú, escutou quais eram as promessas feitas
por três àbíkú quanto à época do seu retorno ao céu. Um deles promete que deixará o mundo assim, que o fogo
utilizado por sua mãe, para preparar sua papa de legumes, se apague por falta de combustível. O segundo esperará
que o pano que sua mãe utilizar, para carregá-lo nas costas se rasgue. A terceira esperará, para morrer, o dia em que
seus pais lhe digam que é tempo de ele se casar e ir morar com seu esposo. O caçador vai visitar as três mães no
momento em que elas estão dando à luz a seus filhos àbíkú e aconselha à primeira que não deixe se queimar
inteiramente a lenha sob o pote que cozinha os legumes que ela prepara para seu filho; à segunda que não deixe se
rasgar o pano que ela usar para carregar seu filho nas costas, que utilize um pano de qualidade diferente; ele
recomenda, enfim à terceira, de não especificar, quando chegar a hora, qual será o dia em que sua filha deverá ir para
a casa do seu marido. As três mães vão então consultar a sorte, ifá, que lhes recomenda que façam respectivamente
as oferendas de um tronco de bananeira, de uma cabra e de um galo, impedindo, por meio deste subterfúgio, que os
três àbíkú possam manter seu compromisso. Porque, se a primeira instala um tronco de bananeira no fogo, destinado
a cozinhar a papa do seu filho, antes que ele se apague, o tronco de bananeira, cheia de seiva e esponjosa, não pode
queimar, e o abikú, vendo uma acha de lenha não consumida pelo fogo, diz que o momento da sua partida ainda não é
chegado. A pele de cabra oferecida pela Segunda mãe serve para reforçar o pano que ela usa para levar seu filho nas
costas a criança abikú não vai achar nunca que esse pano se rasgou e não vai poder manter sua promessa. Não se
sabe bem o porque do oferecimento de um galo, mas a história conta que quando chegou a hora de dizer à filha já uma
moça, que ela deveria ir para casa do seu marido, os pais não lhe disseram nada e a enviaram bruscamente para a
casa dele. Nossos três abikú não podem mais manter a promessa que fizeram, porque as circunstâncias que devem
anunciar sua partida não se realizaram tais como eles tinham previsto na sua declaração diante de oníbodé órun. Estes
três abikú não vão mais morrer. Eles seguiram um outro caminho.

Comentamos esta história com alguns detalhes porque ilustra bem o mecanismo das oferendas e de sua função. Não
é o seu lado anedótico (de lenda) que nos interessa aqui, mas a tentativa de demonstração de que em país yorubás, a
sorte (destino) pode ser modificada, numa certa medida, quando certos segredos são conhecidos.

Comentamos esta história com alguns detalhes porque ilustram bem o mecanismo das oferendas e de sua funcão. ~ão
é seu lado anedolíco que nos interessa aquí, mas a tentativa de demonstração de que, em país iorubá, a sorte pode
ser modificada, numa certa medida, quando certos segredos são conhecidos. No caso, as condicões nas quais os três
abíkú deixaram o mundo. Esta noção sobre a importância de conhecer certos segredos é tam- bém expressa na sétima
história onde os abíkú combinam entre si, no momento de sua chegada a Awayé (V11/18), preparar, cada um, quatro
vestimentas (de cor vermelha), assim como um lenço de cabeca e um bo- né no valor de 1.400, cauris (búzios) para
cada um. 0s ab jkú declaram que se alguém descobrir suas quizilas, quando eles chegarem ao mundo, e o nome das
vestes que eles combinaram fazer (V 11/22, 23), eles ficarão no mundo. E por isso que os babalaôs consultados (VI
1/34) prescrevem oferen- das desses objetos (V1 1/39, 41 1, a respeito dos quais os abíkú fizeram uma combinacão
(VI 1/42).
Entre as oferendas que os retêm aqui, na terra, figuram, em primeiro plano, as plantas litúrgicas. Cinco delas são
citadas nestas histórias: Abíríkolo (crotalaria lachnophera, papilolionacaae). Agídímagbayin (não identificada). Ídí
(terminalia ivorensis, combretacae). Ijá àgborin (não identificada). Lara pupa (ricinus communis - mamona vermelha).
Ainda mais duas plantas são freqüentemente utilizadas para reter os abikú e que não figuram nessas histórias:
Olobutoje (jatropha curcas, euphorbiaceae). Òpá eméré (waltheria americana, sterculiaceae). A oferta dessas folhas
constitui uma espécie de mensagem e é acompanhada por ofó (encantamentos).

Em país yorubá, os pais para proteger seus filhos abikú e tentar retê-los no mundo podem se dedicar a certas práticas,
tais como fazer pequenas incisões nas juntas da criança e aí esfregar atin (um pó preto feito com ossum, favas e folhas
litúrgicas para esse fim) ou ainda ligar à cintura da criança um ondè, talismã feito desse mesmo pó negro, contido num
saquinho de couro. A ação protetora buscada nas folhas expressa nas fórmulas de encantamento é introduzida no
corpo da criança por pequenas incisões e fricções, e a parte do pó preto, contida no saquinho do ondé, representa uma
mensagem não verbal, uma espécie de apoio material e permanente da mensagem dirigida pelos elementos protetores
contra os elementos hostis, sendo essa forma de expressão menos efêmera do que a palavra.

Em uma outra história, são feitas alusões aos xaorôs, anéis providos de guizos, usados nos tornozelos pelas crianças
abikú, para afastar os companheiros que tentam vir buscá-los no mundo e lembrar-lhes suas promessas. De fato seus
companheiros não aceitam assim tão facilmente a falta de palavra dos abikú, retidos no mundo pelas oferendas,
encantamentos e talismãs preparados pelos pais, de acordo com o conselho dos babalaôs.

Nem sempre essas precauções e oferendas são suficientes para reter as crianças abikú sobre a terra. Iyàjanjasà é
muitas vezes mais forte. Ela não deixa agir o que as pessoas fazem para retê-los e porá tudo a perder o que às
pessoas tiverem preparado. Contra os abikú não há remédios. Yiájanjàsá os atrairá à força para o céu. Os corpos dos
abikú que morrem assim são freqüentemente mutilados. A fim de que, dizem, eles percam seus atrativos e seus
companheiros no céu não queiram brincar com eles, sobretudo para que o espírito do abikú, maltratado deste modo,
não deseje mais vir ao mundo

. Essas crianças abikú recebem no seu nascimento, nomes particulares. Alguns desses nomes são acompanhados de
saudações tradicionais. Eles podem ser classificados: quer nomes que estabeleçam sua condição de abikú; quer
nomes que lhes aconselham ou lhe suplicam que permaneçam no mundo, quer em indicações de que as condições
para que o abikú volte não são favoráveis; quer em promessas de bom tratamento, caso eles fiquem no mundo.

A freqüência com que se encontram, em país yorubá, esses nomes em adultos ou velhinhos que gozam de boa saúde,
mostra que muitos abikú ficam no mundo graças, pensam as almas piedosas, a todas essas precauções, à ação de
Òrúnmìlà, e à intervenção dos babalaôs.

ALGUNS NOMES DADOS AOS ABIKÚ: Aiyédùn - a vida é doce. Aiyélagbe - Nós ficamos no mundo. Akúji - O que
está morto, desperta. Bánjókó - Senta-se comigo. Dúrójaiyé - Fica para gozar a vida. Dúróoríìke - Fica tu serás
mimada. Èbèlokú - Suplica para que fique. Ilètán - A terra acabou (não há mais terra para enterra-lo). Kòjékú - Não
consinta em morrer. Kòkúmó - não morra mais. Kúmápáyìí - A morte não leva este daqui. Omotúndé - A criança voltou.
Tìjúikú - Envergonhado da morte (não deixa a morte te matar). ITANS de IFÁ. É PRECISO CUIDAR DOS ABIKÚ,
SENÃO ELES VOLTAM PARA O CÉU OFERENDAS PODEM RETER ABIKÚ NO MUNDO SUBTERFUGIOS PARA
RETER OS ABIKÚ NO MUNDO MOSETÁN FICA NO MUNDO OLÓÌKÓ É O CHEFE DA SOCIEDADE DOS ABIKÚ
ASEJÉJEJAIYÉ FICA NO MUNDO NA DÉCIMA SEXTA VEZ QUE ELE VEM OS ABIKÚ CHEGAM PELA PRIMEIRA
VEZ EM AWAIYÉ ÍYÁJANJÀSÁ NÃO DEIXA OS ABIKÚ FICAR NO MUNDO. Estes itens completos são descritos
numa edição da

revista Afro - Ásia, em 14 - 1983, sob o título. *A SOCIEDADE EGBÉ ÒRUN DOS ÀBÍKÚ, AS CRIANÇAS NASCEM
PARA MORRER VÁRIAS VEZES*

As cerimônias para os abikú parecem ser pouco freqüentes entre os yorubás, a única assistida por Pierre Verger, a
cerimônia foi feita pela tanyinnon encarregada do culto aos deuses protetores de uma família tradicional do bairro
Houéta. Num canto da peça principal, oito estatuetas de madeira com 20 centímetros de altura e eram colocadas sobre
uma banqueta de barro. Todos vestidos de panos da mesma qualidade, mostrando pela uniformidade de suas
vestimentas, pertencerem a uma mesma sociedade (egbé). Seis destas estatuetas representam ábíkús e as outras
duas ibeji. As oferendas consistiam de: oká (pasta de inhame). Obèlá (espécie de caruru). Èkuru (feijão moído e cozido
nas folhas). Eran dindi, eja dindin (carne e peixe fritos). Depois da prece da tanyionnon e da oferenda de parte desta
comida às estatuetas, foram distribuídas pela assistência. Uma sacerdotisa de Obatalá assistiu à cerimônia
sublinhando as ligações que existem entre o orixá da criação, as pessoas de corpos mal formados, corcundas, alijados,
albinos e aqueles cujo nascimento é anormal (àbíkú e ibeji). Portanto ao contrário que muitos falam nada tem a ver
com a criança que já nasce "feita" no santo
. ABIKÚ - CONSIDERAÇÕES DO AUTOR NOS TEMPOS DE HOJE. O legado dos antigos pelas suas crenças,
histórias e ritos da sua prática religiosa e cultural, se adaptam e se aplicam em qualquer tempo, através da sua
sabedoria, com muita propriedade. Em seu tempo, não há referências ao aborto, mas ao contrário, o esforço pela
manutenção da vida, inclusive em quantidade. Pela prática divinatória através do jogo de búzios, nos dias de hoje
identificamos muitos desses abikús, que percebemos em uma segunda instância, muitos são "criados", passam a
existir por ingerência do ser humano através do aborto, é até simples de entender e ver por uma ótica e lógica
astral/espiritual a qual simplesmente não podemos deletá-la da nossa mente e inteligência, ou na pior das hipóteses,
ignorá-la. No instante em que o óvulo é fecundado pelo espermatozóide, esta nova matéria existente já é provida de
alma e espírito, que os cristãos chamam de "anjo da guarda" e os yorubanos de "orixá" (guardião da cabeça), este
fenômeno consta na teologia Yorubana, na lenda de Ajálá, que será comentada. Quando da execução do aborto
propriamente dito, o ser humano supostamente, exerce o "seu direito" de eliminar aquele ser; mas somente a parte
material, o corpo, por ele criado através do ato sexual de procriação, matando de forma definitiva o feto. Mas e o que
por ele não foi criado, alma e espírito, onde fica, para onde vai? Esta análise via de regra não é feita ou levada em
consideração, acaso haverá conseqüências? Seriíssimas, que aqui descrevemos com muita convicção, pautado nas
mais diversas constatações através dos consulentes, por mais de duas décadas, dos sintomas pós-aborto, a presença
daquela "figura" que aparece de uma forma genética, oriunda de gerações passadas, os que são provocados e voltam
ainda na mesma geração, e os que voltarão em nossos descendentes, e da forma mais imprevisível possível. A grande
maioria de seres que nascem com deformidades, doenças graves, mortes prematuras... Tem grandes possibilidades
de serem abikús fabricados pelo homem. Nos dias de hoje, quando morre uma criança ainda nova, há muita
possibilidade de ser um abikú que está voltando ao "céu", bem como persiste a probabilidade de voltar em um próximo
filho, ainda na mesma geração ou na próxima; quando uma criança fica muito doente e corre risco de vida, pode
averiguar na família se já há caso de aborto ou morte prematura, é bem possível. As reações, mais da mãe que do pai,
em caso de aborto, porque muitas vezes o pai não fica sabendo e não participa da decisão, na sua vida, no seu dia a
dia são sintomáticas: desequilíbrio generalizado, na vida pessoal, no trabalho, em casa, nos estudos, nada dá certo,
nada vai bem, angustia, depressão, pessimismo, falta de ânimo, aparentemente tudo deveria estar bem, mas as coisas
não "vão". É a influência daquele "ser", que contrariando as leis da natureza foi "fisicamente" eliminado, o qual fica
gravitando num outro plano próximo aos pais, afetando suas vidas com estes sintomas. Até mesmo por uma questão
de justiça, não poderá um abikú que foi "gerado" por uma família, aparecer em outra, que nada tem a ver com o ato
irresponsável de outros, e percebemos que uma criança que já nasce deformada de alguma forma, ou uma doença
grave com morte, quem sofre realmente na sua plenitude são os pais, porque a dor interna é maior que a dor física, a
criança já nasceu daquela forma, para ela que não sentiu e não sabe ser saudável, não percebe e não imagina como
se sente alguém normal, portanto a sua dor ou problemas, para si é normal. Esta situação pode e deve ser tratado no
seu campo espiritual, o antigo nos legaram instrumentos dentro da religião yorubá, para fazê-lo, através de ebós e
oferendas específicas, que se vale do mesmo princípio aplicado nos países yorubanos, quer seja: "enganar" os abikús;
Muito se pode melhorar e modificar, evidente que em alguns casos é irreversível após o nascimento, mas se detectado
ou informado o babalorixá ou yialorixá competente, pelo que foi descrita, a mãe que poderia vir a ter um filho abikú, por
meio desses ebós e oferendas pode-se evitar a vinda de um ser deformado ou com problemas sérios, que na
realidade, nada mais é que um "retorno sob forma de castigo" de atos nossos ou de gerações passadas, de um
processo que nunca foi tratado ou interrompido. Desta forma vê-se que o aborto é uma situação que transcende a
ingerência das pessoas, pois é algo ligado diretamente à natureza, e conseqüentemente ao Seu Criador, modifica-se
ou escapa da lei dos homens, mas não à Divina. Este é um fato porque nenhuma religião da terra permite o aborto Há
UMA DISCÚSÃO EM TORNO DE ABIKÚ, O NASCIDO PARA MORRER, MAS TODOS ESTÃO AQUI PARA
EXATAMENTE ISSO. NASCER PARA MORRER. MAS ANLISEM ESTE TEMA.. ASÉ A TODOS..
Diferença de Abikú e Abiasé
É costume na cultura Gêge Yorubá dar nomes especiais a certas crianças chamadas ABIKÚ, cuja a tradução é
"nascido para morrer".Elas são consideradas pela ancestral cultura africana como pertences a uma legião de
"demônios" que moram nas florestas ou em torno das árvores de Iroko,a gameleira branca,ou ainda figueira chorona.È
sábio que cada um desse abikús quando nascem já trazem consigo o dia e a hora em que vão retornar para o "outro
lado da vida" para companhia dos seus "amiguinhos" das florestas de Iroko. Geralmente esse tempo é determinado
entre o nascimento e os 7 anos de vida.Assim as providencias são tomadas para que essas crianças permaneçam no
mundo dos vivos. Fazendo esquecer as datas, e conseqüentemente seus "amiguinhos do outro lado".Além de
amuletos e magias feito nessas crianças , os quais vão desde símbolo,breves e patuás que são postos em suas
pernas,braços e pulsos, pinturas destoantes são feitas em seu corpos de formam que transmitam sentimentos
repulsivos para que assim os seus "antigos companheiros" do outro lado recusem uma nova ligação com "figuras
deformadas" e os obriguem a ficar na vida.
Certos nomes significativos são dados a essas crianças ABIKÚS,para deixar claro que seus objetivos foram
descobertos e antecipados:
NOMES DE ABIKÚ
1)Malómo - não vai embora novamente
2)Kosokó - Não existe mais pá (para cavar á sepultura)
3)Banjokô - Sente-se ou fique comigo
4)Durosimi - Espere para me enterrar (enquanto eu viver)
5)Jekiniyin - Permita que eu tenha um pouco de respeito
6)Akisatan - Não existe mais mortalha para sepultamento
7)Apará - Aquele que vai e vem
8)Okú - O morto
9)Igbekoyi - Nem a floresta quer a você
10)Enú-Kún-onipê - O consolador está desgastado
11)Akuji - Morto e acordado
12)Tijú-ikú - Envergonhe-se de morrer
13)Duró-orí-iké - Espere e veja como você será mimado
Festas especiais são feitas para esse tipo de crianças, nas quais o feijão fradinho e o azeite de dendê são fartamente
distribuídos à todos como prato principal. Os abikús e outras crianças são convidas.
Assim como os "demônios" que as acompanham, para participarem dessas festas.Tal festa supostamente agradará
aos "amiguinhos do outro lado" e os convencerá da permanência dos Abikús na vida normal, garantindo ainda os
"amiguinhos" sempre um festim para seus deleites.
Os Abikús têm sido confundidos no Brasil com Abiaxé,que são as crianças nascidas "feitas de berço" e com missão
espiritual.Os Abiaxés podem ou não refugar a missão espiritual na terra, retornando ao convívio de Olorún,
dependendo unicamente do teor de compreensão que obtiverem de seus pais, mestres, tutores, cônjuges e etc...
Hipótese nº1 de ABIAXÉ - é oriundo de uma transmigração espiritual (morre em algum lugar, país,etc) e nasce na
mesma hora ou horas depois em outro lugar e outro corpo. Carecendo apenas de um ritual de confirmação ou
coroação do Ibá Orí (três adoxos e tudo mais), conforme o cargo espiritual designado por Ifá. É oferecido á Olodumaré
e Olorúm pelos seus pais ou tutores e jamais conseguirá fugir de seu odú (predestinação), sob pena de refugar á
missão terrestre (morrer), missão esta que geralmente é politica, missionária social ou espiritual.
Hipótese nº 2 de ABIAXÉ - é "feito" (raspado) na barriga da mãe, quando está é recolhida para a "feitura" e está
grávida. Aí a criança recebe todos os fundamentos que a mãe receber, independente da qualidade de Orixá, nascendo
"feita" deste mesmo orixá e carecendo apenas da confirmação ou coroação, as quais seguem as mesmas ritualísticas
do primeiro caso de abiaxé.
Os Abikús são classificados em quatro modalidades:
Abikú Inã ou Izô - do fogo - Esse abikú é o que "come" a cabeça mãe (mata-a) no nascimento, ou "come" a cabeça do
pai por acidente posteriormente. É um dos mais difíceis abikús de trato, e traz consigo a má sorte pra quem com ele
mantiver relacionamento permanente. O abikú de fogo geralmente aliena o segmento social no qual estiver envolvido e
não raro desenvolve uma psicopatia irreversível após os 21 anos. Uma pesquisa feita no Brasil constatou que a maioria
desses abikús ou foram doados ao nascer, ou foram adotados por de seus pais legítimos.
Abikú Omí ou Azín - da água - Esse é o tipo que nasce de 6,7 ou 8 meses. Geralmente explode a bolsa-d´água da mãe
nesse período e vai para incubadora. Morre precocemente ou cresce e sai desse período critico. Se seus avós forem
vivos, estará ligado a eles mais do que aos pais. Seu principio de abi (vida) decorre entre 1 á 3,5 anos e o seu
processo de Ikú (morte) inicia-se entre 3 á 5. O retorno dos "amiguinhos" é feito pro afogamento, tuberculose,
desidratação ou cólera. A forma de evitar esse retorno é usar um nome contrário ao nome que trouxe de útero e
promover trabalhos de ordem espiritual propiciando ofertas aos odús (presságios).
Abikú Alé - da terra - Esse tipo segundo a ancestral cultura Yorubana, os mais trabalhosos para os sacerdotes e
parentes, uma vez que está intimamente ligada aos "amiguinhos das florestas" que com freqüência o chamam de volta.
Muitas vezes nasce pro cesariana, ou de parto normal sanguinolento. É uma criança agitada, com tendências á
neuroses familiares. Tem condição congregaste e como o abikú do fogo, costuma "comer cabeças" não só de
parentes, como de outras pessoas. Contrata-se esse abikú,usando o nome contrário ao seu objetivo e promovendo-se
festas anuais nas quais existam o feijão-fradinho e dendê em abundância para todos.A forma de retorno também é por
acidente em quedas de alturas ou por doenças de pele e órgão digestivo.O tempo de vida (se não tratado) oscila entre
4 e 8 anos.
Abikú Fefé - do vento - Esse tipo difere um pouco dos outros demais, por ser de especial origem no meio do convívio
das pessoas. Ele destaca-se em todo o ambiente desde seu nascimento que em geral, foi inspirado ou não planejado.
Tem características próprias e pode ser facilmente induzido á manter-se na vida em face de sua instabilidade
emocional inicial. Deve como os demais, ter um nome contrário ao fato constante instado ás delícias da vida. Por ter
mais do que "amiguinhos" do outro lado, poderá ser salvo por Exú e Oyá na hora H
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