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PREFEITURA DO RECIFE/PE
PROCURADORIA-GERAL
DO MUNICÍPIO DO RECIFE/PE
CADERNO DE PROVA ESCRITA DISCURSIVA P2
1 Ao receber este caderno de prova, confira inicialmente se os dados registrados acima estão corretos e
devidamente transcritos no seu Caderno de Textos Definitivos da Prova Escrita Discursiva P2. Confira
também os dados em cada página numerada deste caderno de prova (caso se trate de caderno de prova
reserva, confira apenas o nome do cargo). Em seguida, verifique se ele contém uma proposta para a
elaboração de uma peça judicial e duas questões discursivas, acompanhadas de espaços para rascunho. Caso o
caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito e(ou) apresente divergência quanto aos dados apresentados,
solicite, de imediato, ao(à) aplicador(a) de provas mais próximo(a) que tome as providências necessárias.
2 Quando autorizado(a) pelo(a) chefe de sala/aplicador(a) de provas, escreva, no espaço apropriado do Caderno de
Textos Definitivos da ProvaEscritaDiscursivaP2,comsuacaligrafiausual, afrase constante do topo destacapa.
3 Durante a realização da prova, não se comunique com outros(as) candidatos(as) nem se levante sem autorização
de um(a) dos(as) aplicadores(as) de provas.
4 Não serão fornecidas folhas suplementares para rascunho nem para a transcrição dos textos definitivos da prova
discursiva.
5 Na duração da prova, está incluído o tempo destinado à identificação — que será feita no decorrer da prova — e à
transcrição dos textos da provadiscursivaparao CadernodeTextosDefinitivosda Prova Escrita Discursiva P2.
6 Ao terminar a prova, chame o(a) aplicador(a) de provas mais próximo(a), devolva-lhe o seu Caderno de Textos
Definitivos da Prova Escrita Discursiva P2 e deixe o local de provas.
7 Durante a realização da prova, não destaque nenhuma folha deste caderno.
8 A desobediência a qualquer uma das determinações constantes em edital, no presente caderno ou no Caderno de
Textos Definitivos da Prova Escrita Discursiva P2 implicará a anulação da sua prova.
OBSERVAÇÕES
• Não serão conhecidos recursos em desacordo com o estabelecido em edital.
• É permitida a reprodução deste material apenas para fins didáticos, desde que citada a fonte.
Informações adicionais
• Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, o espaço para rascunho indicado no presente caderno. Em seguida,
transcreva o texto para o CADERNO DE TEXTOS DEFINITIVOS DA PROVA ESCRITA DISCURSIVA P2, no local
apropriado, pois não será avaliado fragmento de texto escrito em local indevido.
• Qualquer fragmento de texto além da extensão máxima de linhas disponibilizadas será desconsiderado.
• No Caderno de Textos Definitivos da Prova Escrita Discursiva P2, a presença de qualquer marca identificadora no espaço
destinado à transcrição do texto definitivo acarretará a anulação da sua prova discursiva.
• Na peça judicial, ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 48,00 pontos, dos quais até 2,40 pontos serão atribuídos ao quesito
apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e estrutura textual (organização das ideias em texto
estruturado). Em cada questão discursiva, esses valores corresponderão a 16,00 pontos e 0,80 ponto, respectivamente.
A empresa Y ajuizou ação ordinária anulatória de lançamento tributário, tendo em vista a cobrança
de ISSQN pelo município de Recife. A empresa, sem efetuar qualquer tipo de depósito em juízo, alegou
no mérito que já havia pagado o montante do principal devido, esse, por sua vez, tinha sido declarado
pela própria empresa em 15 de abril de 2020, razão pela qual seria incabível o lançamento de ofício
efetuado pela fazenda pública municipal. A referida empresa alegou, ainda, que realizou denúncia
espontânea porque havia pagado a dívida antes de sua inscrição em dívida ativa, a qual ocorreu em 15
de novembro de 2020 e foi decorrente de procedimento fiscal instaurado formalmente em seu
estabelecimento no dia 15 de março do mesmo ano, do qual resultou o lançamento de ofício em 20 de
março de 2020. Por esse motivo, alegou serem incabíveis os juros de mora e a multa punitiva.
Em sentença, o juízo da Primeira Vara da Fazenda Pública do Recife refutou a alegação da procuradoria
municipal de que era necessário o depósito preparatório correspondente ao valor da dívida e entendeu
como improcedente a alegação de nulidade do lançamento pela declaração do crédito tributário pela
parte autora. O juízo acolheu totalmente o pedido autoral quanto ao pagamento do principal da dívida,
visto que tinha sido cabalmente demonstrado pela documentação acostada aos autos e que os juros de
mora e a multa punitiva eram descabidos pela configuração da denúncia espontânea, razão pela qual deu
provimento ao pedido, condenando a fazenda pública municipal a desconstituir o lançamento, ressarcir as
custas processuais e pagar os honorários advocatícios, arbitrados em 10 por cento sobre o valor atribuído
à causa. Intimada a procuradoria municipal, os autos foram encaminhados para a apreciação do
procurador do município oficiante.
Com base nessa situação hipotética e assumindo a condição de procurador do município oficiante — sem a necessidade de transcrição
dos fatos nem de identificação pessoal —, redija uma peça com os necessários fundamentos para resguardar os interesses da fazenda
pública municipal. Ao elaborar sua peça, aborde os seguintes aspectos:
QUESTÃO 1
À luz da Constituição Federal de 1988 (CF) e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), responda, de modo justificado,
aos questionamentos a seguir.
1 É possível o controle abstrato de constitucionalidade de lei estadual que desmembra e cria determinado município?
[valor: 4,50 pontos]
2 A ausência de consulta prévia às populações interessadas no desmembramento e na criação de município, na forma exigida
pela redação originária da CF, é passível de convalidação por meio de emenda constitucional (EC)? [valor: 4,50 pontos]
3 A previsão, inserida no texto constitucional pelo constituinte derivado pela EC n.º 15/1996, no sentido de que a criação e o
desmembramento dos municípios devem ocorrer no intervalo de tempo definido em lei complementar federal, a teor do artigo
18, §4.º, CF, é compatível com o conteúdo do texto constitucional? [valor: 6,20 pontos]
QUESTÃO 1 – RASCUNHO
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CEBRASPE – PGM/RECIFE – Edital: 2022
QUESTÃO 2
O problema das enchentes na cidade do Recife é recorrente. Inúmeros são os fatores que
contribuem para isso, por exemplo, falta de planejamento urbano, o que resulta em ocupação
desordenada do solo, coleta insuficiente de lixo e entulho, além de sistemas ineficientes de escoamento
das águas pluviais e de saneamento básico. Por isso, as regras de parcelamento do solo urbano devem
ser observadas de forma rigorosa.
Considerando que o texto apresentado tem caráter unicamente motivador, discorra sobre o parcelamento do solo urbano como medida
preventiva a enchentes e deslizamentos na cidade do Recife. Ao elaborar seu texto, faça o que se pede a seguir.
QUESTÃO 2 – RASCUNHO
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PREFEITURA DO RECIFE/PE
PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO DO RECIFE/PE
CARGO: PROCURADOR DO MUNICÍPIO DO RECIFE
Prova Discursiva P2 – Peça Judicial
Aplicação: 15/01/2023
4 Denúncia espontânea
O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente
declarados, mas pagos a destempo (Súmula n.º 360, Primeira Seção, julgado em 27.8.2008, DJe de 8.9.2008). Ademais, nos
termos do art. 196 do CTN, com o início da ação fiscal – 15 de março de 2020, no caso narrado –, findou a possibilidade de
configuração da denúncia espontânea.
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for
o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada
pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
A despeito de a configuração da denúncia espontânea afastar a aplicação da multa punitiva, não se configurou, no caso
concreto, a denúncia espontânea, tendo em vista o fato de a declaração e o posterior pagamento terem ocorrido após a
formalização da ação fiscal, nos termos do art. 196 do CTN.
QUESITOS AVALIADOS
2 Não. Conforme a jurisprudência do STF, o vício de inconstitucionalidade das normas legais é originário, não sendo
possível convalidá-lo, ainda que mediante o exercício do Poder Constituinte Derivado (Precedentes – Ação Direta de
Inconstitucionalidade n.º 2.158/PR, relator Ministro Dias Toffoli, Diário da Justiça, de 16 de dezembro de 2010). Ademais,
conforme decidido pela Corte no julgamento do Tema n.º 559, de repercussão geral, “A EC n.º 57/08 não convalidou
desmembramento municipal realizado sem consulta plebiscitária [...]”, de modo que a exigência de consulta prévia não foi
relevada em momento algum pelo constituinte derivado.
3 Sim. Conforme decidido pelo STF, no julgamento da ADI 2395, que teve como relator o Ministro Gilmar Mendes, a
modificação promovida pela EC n.º 15/1996 não desnatura o núcleo essencial de identificação da CF — cláusulas pétreas. Ao
contrário, a fixação em lei complementar federal do período no qual os municípios poderão ser criados ou desmembrados busca
evitar a proliferação desmedida dos municípios sem autossustentabilidade, reforçando a própria estrutura da federação, ou seja,
não há ofensa à autonomia dos entes federados.
QUESITOS / CONCEITOS
Quesito 2.1 - Possibilidade de controle abstrato de constitucionalidade de lei estadual que desmembra e cria município
Quesito 2.2 - Impossibilidade de convalidação do vício da lei que cria ou desmembra município sem consulta prévia à
população interessada
0 – Não respondeu ou respondeu equivocadamente que a EC n.º 15/1996 não é compatível com o texto constitucional.
1 – Respondeu que a EC n.º 15/1996 é compatível com o texto constitucional, mas não justificou adequadamente.
2 – Respondeu que a EC n.º 15/1996 é compatível com o texto constitucional e justificou parcialmente (i) dizendo que a
modificação promovida pela EC n.º 15/1996 não desnatura o núcleo essencial de identificação da Constituição Federal de 1988
– cláusulas pétreas –; (ii) ou afirmando que a fixação em lei complementar federal do período no qual os municípios poderão ser
criados ou desmembrados busca evitar a proliferação desmedida dos municípios sem autossustentabilidade, reforçando a própria
estrutura da federação, ou seja, não há ofensa à autonomia dos entes federados.
3 – Respondeu que a EC n.º 15/1996 é compatível com o texto constitucional e justificou adequadamente, afirmando (i) que a
modificação promovida pela EC n.º 15/1996 não desnatura o núcleo essencial de identificação da Constituição Federal de 1988
– cláusulas pétreas – (ii) e que a fixação em lei complementar federal do período no qual os municípios poderão ser criados ou
desmembrados busca evitar a proliferação desmedida dos municípios sem autossustentabilidade, reforçando a própria estrutura
da federação, ou seja, não há ofensa à autonomia dos entes federados.
PREFEITURA DO RECIFE/PE
PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO DO RECIFE/PE
CARGO: PROCURADOR DO MUNICÍPIO DO RECIFE
Prova Discursiva P2 – Questão 2
Aplicação: 15/01/2023
É necessário que o(a) candidato(a) aponte os documentos que devem instruir o registro, em especial:
QUESITOS AVALIADOS
Quesito 2.1 Escoamento das águas pluviais no Recife e Parcelamento do solo urbano como medida preventiva a enchentes
e deslizamentos na cidade do Recife e a conceituação de desmembramento e loteamento
0 – Não demonstrou conhecimento acerca dos problemas da cidade do Recife quanto ao escoamento das águas pluviais e Não
apresentou as diferenças entre desmembramento e loteamento, tampouco seus conceitos.
1 – Demonstrou conhecimento acerca das especificidades do Recife quanto ao escoamento das águas pluviais ou Apresentou os
conceitos de desmembramento e loteamento, mas não os diferenciou.
2 – Demonstrou conhecimento acerca das especificidades do Recife quanto ao escoamento das águas pluviais ou Apresentou os
conceitos de desmembramento e loteamento, diferenciando-os.
3 – Conceituou desmembramento e loteamento, diferenciando-os, e correlacionou o parcelamento do solo ao problema do
escoamento das águas pluviais à prevenção de enchentes e deslizamentos na cidade do Recife.
0 – Não apresentou o prazo para a submissão ao registro imobiliário ou o fez de forma equivocada.
1 – Apresentou corretamente o prazo de 180 dias (seis meses) do art. 18 da Lei de Parcelamento do Solo Urbano ou mencionou
corretamente a consequência da não observância desse prazo (caducidade da aprovação e/ou mencionou que, caso o projeto de
loteamento seja executado sem o registro, o mesmo será considerado irregular).
2 – Apresentou corretamente o prazo de 180 dias (alternativamente: seis meses) do art. 18 da Lei de Parcelamento do Solo
Urbano, mencionando corretamente a consequência da não observância desse prazo (caducidade da aprovação e/ou mencionou
que, caso o projeto de loteamento seja executado sem o registro, o mesmo será considerado irregular).
CONCURSO PÚBLICO | EDITAL: 2022 | TARDE
PREFEITURA DO RECIFE/PE
PROCURADORIA-GERAL
DO MUNICÍPIO DO RECIFE/PE
CADERNO DE PROVA ESCRITA DISCURSIVA P3
1 Ao receber este caderno de prova, confira inicialmente se os dados registrados acima estão corretos e
devidamente transcritos no seu Caderno de Textos Definitivos da Prova Escrita Discursiva P3. Confira
também os dados em cada página numerada deste caderno de prova (caso se trate de caderno de prova
reserva, confira apenas o nome do cargo). Em seguida, verifique se ele contém uma proposta para a
elaboração de um parecer e duas questões discursivas, acompanhadas de espaços para rascunho. Caso o
caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito e(ou) apresente divergência quanto aos dados apresentados,
solicite, de imediato, ao(à) aplicador(a) de provas mais próximo(a) que tome as providências necessárias.
2 Quando autorizado(a) pelo(a) chefe de sala/aplicador(a) de provas, escreva, no espaço apropriado do Caderno de
Textos Definitivos da ProvaEscritaDiscursivaP3,comsuacaligrafiausual, afrase constante do topo destacapa.
3 Durante a realização da prova, não se comunique com outros(as) candidatos(as) nem se levante sem autorização
de um(a) dos(as) aplicadores(as) de provas.
4 Não serão fornecidas folhas suplementares para rascunho nem para a transcrição dos textos definitivos da prova
discursiva.
5 Na duração da prova, está incluído o tempo destinado à identificação — que será feita no decorrer da prova — e à
transcrição dos textos da provadiscursivaparao CadernodeTextosDefinitivosda Prova Escrita Discursiva P3.
6 Ao terminar a prova, chame o(a) aplicador(a) de provas mais próximo(a), devolva-lhe o seu Caderno de Textos
Definitivos da Prova Escrita Discursiva P3 e deixe o local de provas.
7 Durante a realização da prova, não destaque nenhuma folha deste caderno.
8 A desobediência a qualquer uma das determinações constantes em edital, no presente caderno ou no Caderno de
Textos Definitivos da Prova Escrita Discursiva P3 implicará a anulação da sua prova.
OBSERVAÇÕES
• Não serão conhecidos recursos em desacordo com o estabelecido em edital.
• É permitida a reprodução deste material apenas para fins didáticos, desde que citada a fonte.
Informações adicionais
• Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, o espaço para rascunho indicado no presente caderno. Em seguida,
transcreva o texto para o CADERNO DE TEXTOS DEFINITIVOS DA PROVA ESCRITA DISCURSIVA P3, no local
apropriado, pois não será avaliado fragmento de texto escrito em local indevido.
• Qualquer fragmento de texto além da extensão máxima de linhas disponibilizadas será desconsiderado.
• No Caderno de Textos Definitivos da Prova Escrita Discursiva P3, a presença de qualquer marca identificadora no espaço
destinado à transcrição do texto definitivo acarretará a anulação da sua prova discursiva.
• No parecer, ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 48,00 pontos, dos quais até 2,40 pontos serão atribuídos ao quesito
apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e estrutura textual (organização das ideias em texto
estruturado). Em cada questão discursiva, esses valores corresponderão a 16,00 pontos e 0,80 ponto, respectivamente.
Com base nessa situação hipotética, elabore um parecer, orientando a administração pública a respeito da possibilidade de conclusão
direta da referida parceria. Em seu texto, aborde, de forma fundamentada, os seguintes aspectos:
QUESTÃO 1
Com base na situação hipotética apresentada, analise, na condição de procurador jurídico municipal, a legalidade do mencionado
projeto de lei e eventuais medidas para sanar ilegalidades, à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), abordando os seguintes
aspectos:
1 (im)possibilidade da concessão de reajuste salarial de forma parcelada, conforme proposto pelo prefeito;
[valor: 7,60 pontos] e
2 (im)possibilidade de concessão do reajuste, tendo em vista os limites de despesa com pessoal. [valor: 7,60 pontos]
QUESTÃO 1 – RASCUNHO
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CEBRASPE – PGM/RECIFE – Edital: 2022
QUESTÃO 2
A seguridade social deve ser financiada por fontes de custeio. Algumas dessas fontes estão
expressamente previstas na Constituição Federal de 1988 (CF), como a contribuição incidente sobre a
folha de salários (art. 195, I, a, CF), e outras que, embora não estejam expressamente previstas no
corpo do texto constitucional, poderão ser instituídas.
Considerando a dicotomia existente entre fontes de custeio para a seguridade social previstas e não previstas na CF, responda, de
forma fundamentada, aos questionamentos a seguir.
1 O que é fonte de custeio para o direito da seguridade social e de qual princípio da seguridade social deriva a necessidade de
sua previsão? [valor: 4,00 pontos]
2 Quais são os requisitos para a válida instituição de uma contribuição para a seguridade social cuja fonte de custeio esteja
expressamente prevista na CF? [valor: 5,60 pontos]
3 Quais são os requisitos para a válida instituição de uma contribuição para a seguridade social cuja fonte de custeio não esteja
expressamente prevista na CF? [valor: 5,60 pontos]
QUESTÃO 2 – RASCUNHO
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PREFEITURA DO RECIFE/PE
PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO DO RECIFE/PE
CARGO: PROCURADOR DO MUNICÍPIO DO RECIFE
Prova Discursiva P3 – Parecer
Aplicação: 15/01/2023
Trata-se de consulta, encaminhada pela Secretaria de Educação, acerca da possibilidade de firmar, diretamente, termo de
colaboração com a organização da sociedade civil de interesse público denominada “Educação para todos”, para implantar
projeto educacional inclusivo em suas creches e pré-escolas.
Passamos à fundamentação.
A Lei n.º 13.019/2014 (ou o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade
civil) estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, para a
consecução de finalidades de interesse público e recíproco. Trata-se de um regime normativo que disciplina determinadas
modalidades de parceria entre o Poder Público e as entidades do terceiro setor, hoje chamadas de organizações da sociedade civil
(OSC). No presente caso, a administração demonstrou interesse em trabalhar em parceria com organização vinculada a serviço
de educação. Destacou-se a prévia existência de um plano de trabalho e a necessidade de se remunerarem pessoas vinculadas à
organização.
Nesse sentido, faz-se necessário, como regra, a instauração de um chamamento público, com o objetivo de dar publicidade
ao projeto, bem como de franquear a outros interessados, dotados de mesma capacidade, a oportunidade de colaborar com o
poder público. Nos termos da lei, o chamamento público é procedimento no qual se garante a observância dos princípios da
isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade e da probidade administrativa.
A única exceção à regra que exige a instauração desse procedimento, e que se relaciona ao caso concreto, está prevista
no art. 30, VI, da Lei n.º 13.019/2014, que excepciona a necessidade do chamamento público, com a assinatura direta do termo
de colaboração, nos casos em que as entidades, vinculadas a serviços de educação, estejam previamente credenciadas pelo órgão
gestor da respectiva política. Conclui-se, assim, que a realização de prévio chamamento público poderá ser excepcionada apenas
se a entidade estiver previamente credenciada.
Quanto aos requisitos exigidos da parceira privada, é de se ressaltar que a entidade deve observar fielmente os requisitos
estabelecidos na legislação de regência, em especial os previstos nos artigos 33 e 34 da Lei n.º 13.019/2014 (por exemplo,
objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de relevância pública e social, experiência prévia na realização do
objeto da parceria), destacando-se o cumprimento dos requisitos imprescindíveis ao recebimento de recursos públicos (a
celebração do acordo de cooperação dispensa alguns requisitos relacionados à transparência na gestão e vinculação do patrimônio
à finalidade pública, como regras de dissolução da entidade e escrituração de acordo com os princípios fundamentais de
contabilidade).
No que se refere à possibilidade de remunerar o parceiro privado, destaque-se que a Lei n.º 13.019/2014 (o regime jurídico
das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil) regulamenta a possibilidade de o poder público,
assinando termo de cooperação ou fomento, repassar recursos para o(a) seu (sua) parceiro(a) privado(a). Qualquer despesa de
custeio da parceria previamente prevista no plano de trabalho do termo de colaboração ou termo de fomento poderá ser executada
com recursos da parceria, incluindo despesas de pessoal, diárias, custos indiretos ligados à execução do objeto, obedecidas as
vedações do art. 45 (como, por exemplo, utilizar recursos para finalidade alheia ao objeto da parceria) e as prescrições do art. 46
da norma (por exemplo, remuneração da equipe encarregada da execução do plano de trabalho).
e) Possibilidade, ou não, de organização em rede
Finalmente, anota-se que é possível a organização da parceira privada em rede, pois a Lei n.º 13.019/2014 prevê a
possibilidade de a organização atuar em conjunto com outras organizações voltadas para a mesma finalidade, desde que essa
colaboração esteja expressamente prevista no termo de cooperação. Nesse caso, será necessário que a organização celebrante
tenha experiência de cinco anos e apresente capacidade técnica para a supervisão das entidades atuantes em rede.
(Conclusão)
Conclui-se, portanto, pela possibilidade de celebração do termo de colaboração com a OSC, dispensado o chamamento
público apenas se a entidade estiver previamente credenciada pelo órgão gestor. Em qualquer caso, a OSC celebrante deverá
preencher os requisitos legais, em especial aqueles exigidos para parceiras que recebem recursos públicos. Há a possibilidade de
repasse de recursos previstos no plano de trabalho que acompanha, necessariamente, o termo de colaboração ajustado.
Finalmente, será possível a atuação em rede, desde que prevista no ajuste e demonstradas a experiência e a capacidade técnica
de supervisão da parceira privada.
QUESITOS AVALIADOS
Obs.: os aspectos formais do parecer, como introdução e conclusão, serão avaliados no campo 1 “Apresentação e estrutura
textual”.
Embora o prefeito municipal possa propor reajustes salariais no segundo ano de seu mandato, em obediência ao art. 21,
inciso II, da LRF, o reajuste salarial, na forma como foi proposto pelo prefeito municipal, contraria os ditames da LRF, no art.
21, inciso III e inciso IV, alínea “b”, ao propor aumento de despesa com pessoal que preveja parcelas a serem implementadas
em períodos posteriores ao final do seu mandato:
“Art. 21. É nulo de pleno direito: (Redação dada pela Lei Complementar n.º 173, de 2020)
I - o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:
a) às exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar e o disposto no inciso XIII do caput do
art. 37 e no § 1.º do art. 169 da Constituição Federal; e (Incluído pela Lei Complementar n.º 173, de
2020)
b) ao limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo; (Incluído pela Lei
Complementar n.º 173, de 2020)
II - o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao
final do mandato do titular de Poder ou órgão referido no art. 20; (Redação dada pela Lei
Complementar n.º 173, de 2020)
III - o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem
implementadas em períodos posteriores ao final do mandato do titular de Poder ou órgão
referido no art. 20; (Incluído pela Lei Complementar n.º 173, de 2020)
IV - a aprovação, a edição ou a sanção, por Chefe do Poder Executivo, por Presidente e demais
membros da Mesa ou órgão decisório equivalente do Poder Legislativo, por Presidente de Tribunal
do Poder Judiciário e pelo Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados, de norma legal
contendo plano de alteração, reajuste e reestruturação de carreiras do setor público, ou a edição de
ato, por esses agentes, para nomeação de aprovados em concurso público, quando: (Incluído pela
Lei Complementar n.º 173, de 2020)
a) resultar em aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final do
mandato do titular do Poder Executivo; ou (Incluído pela Lei Complementar n.º 173, de 2020)
b) resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem implementadas em
períodos posteriores ao final do mandato do titular do Poder Executivo. (Incluído pela Lei
Complementar n.º 173, de 2020)”
Nesse sentido, o prefeito deverá fazer os ajustes necessários das parcelas para que todas elas sejam implementadas
dentro do seu mandato, observada a compatibilidade e a disponibilidade orçamentária e financeira, de modo que o reajuste fique
de acordo com a LRF.
Os reajustes a serem concedidos não resultam em violação aos limites de despesa com pessoal do Poder Executivo
municipal, haja vista que eles estão em patamar inferior ao de 54% da receita corrente líquida municipal, nos termos do art. 20,
inciso III, alínea “b”, da LRF:
“Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais:
[...].
III - na esfera municipal:
a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando
houver;
b) 54% (cinquenta e quatro por cento) para o Executivo.”
Adicionalmente, não há óbice à concessão desse reajuste, haja vista que os limites o montante de despesa com pessoal
do município Poder Executivo municipal, no momento de sua concessão, estão em montante está inferior a 95% desse limite
(51,3%) em obediência ao disposto no parágrafo único do art. 22 da LRF.
QUESITOS AVALIADOS
2.1 (Im)Possibilidade da concessão de reajuste salarial de forma parcelada, conforme proposto pelo prefeito
0 – Não abordou o aspecto ou afirmou erroneamente que a concessão do reajuste da forma como o prefeito propôs era totalmente
possível, sem indicar qualquer óbice.
1 – Respondeu corretamente que a concessão do reajuste da forma como o prefeito propôs encontrava óbices não era possível,
mas não indicou os dispositivos violados na LRF nem informou como sanar a situação.
2 – Respondeu corretamente que a concessão do reajuste da forma como o prefeito propôs encontrava óbices não era possível,
mas indicou apenas os dispositivos violados na LRF ou como sanar a situação.
3 – Respondeu corretamente que a concessão do reajuste da forma como o prefeito propôs encontrava óbices não era possível,
indicando os dispositivos violados na LRF e como sanar a situação.
QUESITOS AVALIADOS