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CONCURSO PÚBLICO | EDITAL: 2022 | MANHÃ

PREFEITURA DO RECIFE/PE
PROCURADORIA-GERAL
DO MUNICÍPIO DO RECIFE/PE
CADERNO DE PROVA ESCRITA DISCURSIVA P2

LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO.

1 Ao receber este caderno de prova, confira inicialmente se os dados registrados acima estão corretos e
devidamente transcritos no seu Caderno de Textos Definitivos da Prova Escrita Discursiva P2. Confira
também os dados em cada página numerada deste caderno de prova (caso se trate de caderno de prova
reserva, confira apenas o nome do cargo). Em seguida, verifique se ele contém uma proposta para a
elaboração de uma peça judicial e duas questões discursivas, acompanhadas de espaços para rascunho. Caso o
caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito e(ou) apresente divergência quanto aos dados apresentados,
solicite, de imediato, ao(à) aplicador(a) de provas mais próximo(a) que tome as providências necessárias.
2 Quando autorizado(a) pelo(a) chefe de sala/aplicador(a) de provas, escreva, no espaço apropriado do Caderno de
Textos Definitivos da ProvaEscritaDiscursivaP2,comsuacaligrafiausual, afrase constante do topo destacapa.
3 Durante a realização da prova, não se comunique com outros(as) candidatos(as) nem se levante sem autorização
de um(a) dos(as) aplicadores(as) de provas.
4 Não serão fornecidas folhas suplementares para rascunho nem para a transcrição dos textos definitivos da prova
discursiva.
5 Na duração da prova, está incluído o tempo destinado à identificação — que será feita no decorrer da prova — e à
transcrição dos textos da provadiscursivaparao CadernodeTextosDefinitivosda Prova Escrita Discursiva P2.
6 Ao terminar a prova, chame o(a) aplicador(a) de provas mais próximo(a), devolva-lhe o seu Caderno de Textos
Definitivos da Prova Escrita Discursiva P2 e deixe o local de provas.
7 Durante a realização da prova, não destaque nenhuma folha deste caderno.
8 A desobediência a qualquer uma das determinações constantes em edital, no presente caderno ou no Caderno de
Textos Definitivos da Prova Escrita Discursiva P2 implicará a anulação da sua prova.

OBSERVAÇÕES
• Não serão conhecidos recursos em desacordo com o estabelecido em edital.
• É permitida a reprodução deste material apenas para fins didáticos, desde que citada a fonte.
Informações adicionais

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CEBRASPE – PGM/RECIFE – Edital: 2022

• Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, o espaço para rascunho indicado no presente caderno. Em seguida,
transcreva o texto para o CADERNO DE TEXTOS DEFINITIVOS DA PROVA ESCRITA DISCURSIVA P2, no local
apropriado, pois não será avaliado fragmento de texto escrito em local indevido.
• Qualquer fragmento de texto além da extensão máxima de linhas disponibilizadas será desconsiderado.
• No Caderno de Textos Definitivos da Prova Escrita Discursiva P2, a presença de qualquer marca identificadora no espaço
destinado à transcrição do texto definitivo acarretará a anulação da sua prova discursiva.
• Na peça judicial, ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 48,00 pontos, dos quais até 2,40 pontos serão atribuídos ao quesito
apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e estrutura textual (organização das ideias em texto
estruturado). Em cada questão discursiva, esses valores corresponderão a 16,00 pontos e 0,80 ponto, respectivamente.

PROVA ESCRITA DISCURSIVA P2


PEÇA JUDICIAL

A empresa Y ajuizou ação ordinária anulatória de lançamento tributário, tendo em vista a cobrança
de ISSQN pelo município de Recife. A empresa, sem efetuar qualquer tipo de depósito em juízo, alegou
no mérito que já havia pagado o montante do principal devido, esse, por sua vez, tinha sido declarado
pela própria empresa em 15 de abril de 2020, razão pela qual seria incabível o lançamento de ofício
efetuado pela fazenda pública municipal. A referida empresa alegou, ainda, que realizou denúncia
espontânea porque havia pagado a dívida antes de sua inscrição em dívida ativa, a qual ocorreu em 15
de novembro de 2020 e foi decorrente de procedimento fiscal instaurado formalmente em seu
estabelecimento no dia 15 de março do mesmo ano, do qual resultou o lançamento de ofício em 20 de
março de 2020. Por esse motivo, alegou serem incabíveis os juros de mora e a multa punitiva.
Em sentença, o juízo da Primeira Vara da Fazenda Pública do Recife refutou a alegação da procuradoria
municipal de que era necessário o depósito preparatório correspondente ao valor da dívida e entendeu
como improcedente a alegação de nulidade do lançamento pela declaração do crédito tributário pela
parte autora. O juízo acolheu totalmente o pedido autoral quanto ao pagamento do principal da dívida,
visto que tinha sido cabalmente demonstrado pela documentação acostada aos autos e que os juros de
mora e a multa punitiva eram descabidos pela configuração da denúncia espontânea, razão pela qual deu
provimento ao pedido, condenando a fazenda pública municipal a desconstituir o lançamento, ressarcir as
custas processuais e pagar os honorários advocatícios, arbitrados em 10 por cento sobre o valor atribuído
à causa. Intimada a procuradoria municipal, os autos foram encaminhados para a apreciação do
procurador do município oficiante.

Com base nessa situação hipotética e assumindo a condição de procurador do município oficiante — sem a necessidade de transcrição
dos fatos nem de identificação pessoal —, redija uma peça com os necessários fundamentos para resguardar os interesses da fazenda
pública municipal. Ao elaborar sua peça, aborde os seguintes aspectos:

1 requisitos formais; [valor: 5,50 pontos]


2 cabimento, ou não, da ação anulatória sem o correspondente depósito; [valor: 8,50 pontos]
3 cabimento, ou não, do lançamento de ofício pela fazenda municipal; [valor: 9,50 pontos]
4 configuração, ou não, da denúncia espontânea no caso concreto; [valor: 9,50 pontos]
5 correção, ou não, da sentença quanto à exoneração do pagamento dos juros de mora e da multa punitiva.
[valor: 12,60 pontos]
CEBRASPE – PGM/RECIFE – Edital: 2022

PEÇA JUDICIAL – RASCUNHO – 1/4


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CEBRASPE – PGM/RECIFE – Edital: 2022

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CEBRASPE – PGM/RECIFE – Edital: 2022

PEÇA JUDICIAL – RASCUNHO – 3/4


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CEBRASPE – PGM/RECIFE – Edital: 2022

PEÇA JUDICIAL – RASCUNHO – 4/4


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CEBRASPE – PGM/RECIFE – Edital: 2022

QUESTÃO 1

À luz da Constituição Federal de 1988 (CF) e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), responda, de modo justificado,
aos questionamentos a seguir.

1 É possível o controle abstrato de constitucionalidade de lei estadual que desmembra e cria determinado município?
[valor: 4,50 pontos]
2 A ausência de consulta prévia às populações interessadas no desmembramento e na criação de município, na forma exigida
pela redação originária da CF, é passível de convalidação por meio de emenda constitucional (EC)? [valor: 4,50 pontos]
3 A previsão, inserida no texto constitucional pelo constituinte derivado pela EC n.º 15/1996, no sentido de que a criação e o
desmembramento dos municípios devem ocorrer no intervalo de tempo definido em lei complementar federal, a teor do artigo
18, §4.º, CF, é compatível com o conteúdo do texto constitucional? [valor: 6,20 pontos]

QUESTÃO 1 – RASCUNHO
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QUESTÃO 2

O problema das enchentes na cidade do Recife é recorrente. Inúmeros são os fatores que
contribuem para isso, por exemplo, falta de planejamento urbano, o que resulta em ocupação
desordenada do solo, coleta insuficiente de lixo e entulho, além de sistemas ineficientes de escoamento
das águas pluviais e de saneamento básico. Por isso, as regras de parcelamento do solo urbano devem
ser observadas de forma rigorosa.

Considerando que o texto apresentado tem caráter unicamente motivador, discorra sobre o parcelamento do solo urbano como medida
preventiva a enchentes e deslizamentos na cidade do Recife. Ao elaborar seu texto, faça o que se pede a seguir.

1 Conceitue loteamento e desmembramento. [valor: 4,70 pontos]


2 Informe quais são os documentos que devem acompanhar o registro do loteamento ou do desmembramento. [valor: 7,00 pontos]
3 Explique qual prazo deve ser observado para a submissão da documentação necessária ao registro imobiliário e a consequência
de sua não observância. [valor: 3,50 pontos]

QUESTÃO 2 – RASCUNHO
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PREFEITURA DO RECIFE/PE
PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO DO RECIFE/PE
CARGO: PROCURADOR DO MUNICÍPIO DO RECIFE
Prova Discursiva P2 – Peça Judicial
Aplicação: 15/01/2023

PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO


1 Requisitos formais
Endereçamento, petição de interposição ao juízo a quo e respectivos pedidos (intimar a parte recorrida para
contrarrazões, remessa dos autos independentemente de juízo de admissibilidade, retratação), petição de razões juízo ad quem e
respectivos pedidos (recebimento, conhecimento, provimento) e mencionar a sucumbência total/parcial, o prazo de 30 dias e a
isenção de preparo, por se tratar da fazenda pública.

2 Depósito judicial em ação anulatória


A despeito do art. 38 da Lei de Execução Fiscal, o depósito preparatório de ação ordinária (anulatória ou declaratória)
não é requisito para o exercício do direito de ação, mas apenas uma faculdade da parte de suspender a exigibilidade do crédito
tributário (art. 151, II, do CTN) e impedir a propositura de ação cautelar ou de execução fiscal pela fazenda pública. A matéria
encontra-se inclusive sumulada pelo STF (Súmula Vinculante n.º 28: “É inconstitucional a exigência de depósito prévio como
requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.”).

3 Possibilidade de lançamento de ofício


A atividade ou o procedimento de lançamento tributário é dever da fazenda pública quando esta não concordar com a
declaração apresentada pelo contribuinte. Nesse sentido, é pacífico o entendimento do STJ. No caso específico, a atividade de
fiscalização que constatou o crédito tributário é anterior à declaração do contribuinte, de modo que o fisco deve lançar o crédito
para promover a cobrança. Para evitar o lançamento tributário, o contribuinte deveria ter declarado a tempo e de modo próprio,
nos termos do art. 150 do CTN e conforme a Súmula n.º 436 do STJ: “A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo
débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco” (Súmula n.º 436, Primeira
Seção, julgado em 14.4.2010, DJe de 13.5.2010).

4 Denúncia espontânea
O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente
declarados, mas pagos a destempo (Súmula n.º 360, Primeira Seção, julgado em 27.8.2008, DJe de 8.9.2008). Ademais, nos
termos do art. 196 do CTN, com o início da ação fiscal – 15 de março de 2020, no caso narrado –, findou a possibilidade de
configuração da denúncia espontânea.

Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de


fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma
da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas.
Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre que possível, em um
dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará, à pessoa sujeita à
fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que se refere este artigo.

5 Cabimento dos juros de mora e da multa punitiva


Ainda que o contribuinte que paga o tributo antes da formalização da dívida pela fazenda pública o faça de forma
espontânea, é condição para a configuração da denúncia espontânea o recolhimento do tributo acompanhado dos juros de mora,
nos termos do art. 138 do CTN.

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for
o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada
pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
A despeito de a configuração da denúncia espontânea afastar a aplicação da multa punitiva, não se configurou, no caso
concreto, a denúncia espontânea, tendo em vista o fato de a declaração e o posterior pagamento terem ocorrido após a
formalização da ação fiscal, nos termos do art. 196 do CTN.

TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DENÚNCIA


ESPONTÂNEA. DECLARAÇÃO RETIFICADORA ACOMPANHADA DO VALOR DO
TRIBUTO, ACRESCIDO DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA DO
BENEFÍCIO DO ART. 138 DO CTN. ORIENTAÇÃO CONSOLIDADA NO STJ. AGRAVO
INTERNO DA FAZENDA NACIONAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
1. A Primeira Seção desta Corte, ao julgar o REsp 886.462/RS, de relatoria do Ministro TEORI
ALBINO ZAVASCKI, mediante o rito dos recursos repetitivos, entendeu que, nos termos da Súmula
360/STJ, para fins de reconhecimento da denúncia espontânea nos casos de tributos sujeitos a
lançamento por homologação regularmente declarados, é necessário o pagamento integral do débito.
2. Também se encontra consolidado o entendimento de que, para a caracterização da denúncia
espontânea, a fim de afastar a multa punitiva na forma prevista no art. 138 do CTN, a confissão pelo
contribuinte precisa estar acompanhada do pagamento do tributo, acrescido de juros e correção
monetária, não sendo impositivo o recolhimento da multa moratória para fins de obtenção do
benefício.
Precedentes: EDcl no AgRg no REsp 1.571.332/SP, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 2.6.2016, DJe 8.6.2016; EDcl no AgRg no REsp 1.375.380/SP, Rel. Ministro
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 20.8.2015, DJe 11.9.2015.
3. Registra-se, ainda, que a Primeira Seção do STJ, no julgamento do REsp 1.149.022/SP, da
relatoria do Ministro LUIZ FUX, sob o rito dos repetitivos, consolidou o entendimento de que a
sanção premial contida no instituto da denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou
seja, as multas de caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias,
decorrentes da impontualidade do contribuinte.
4. Na hipótese dos autos, por ocasião da apresentação da declaração retificadora pelo contribuinte,
houve o pagamento do tributo, acrescido de atualização monetária e juros. Logo, constatado pelo
contribuinte que houve erro de apuração e providenciado o recolhimento das diferenças, acrescido
de juros de mora e atualização monetária, antes da apresentação da declaração retificadora ou de
iniciado qualquer procedimento fiscal, é cabível o afastamento da multa, uma vez que o valor
omitido era desconhecido pelo Fisco, o que caracteriza a denúncia espontânea.
5. Agravo interno da Fazenda Nacional a que se nega provimento.
(AgInt no AREsp n. 1.140.990/PE, relator Ministro Manoel Erhardt (Desembargador Convocado do
Trf5), Primeira Turma, julgado em 2.5.2022, DJe de 4.5.2022.)

QUESITOS AVALIADOS

2.1 Requisitos formais


0 – Não abordou nenhum dos requisitos.
1 – Apresentou corretamente apenas um dos requisitos a seguir: (i) os corretos endereçamentos aos juízos a quo e ad quem; (ii)
os pedidos da petição de interposição junto ao juízo a quo (intimação da parte recorrida para contrarrazões, remessa dos autos
independentemente de juízo de admissibilidade, juízo de retratação); (iii) os pedidos da petição de razões junto ao juízo ad quem
(recebimento, conhecimento, provimento); mencionou o prazo de 30 dias e a isenção de preparo, por se tratar da fazenda pública.
2 – Apresentou corretamente dois dos requisitos a seguir: (i) os corretos endereçamentos aos juízos a quo e ad quem; (ii) os
pedidos da petição de interposição junto ao juízo a quo (intimação da parte recorrida para contrarrazões, remessa dos autos
independentemente de juízo de admissibilidade, juízo de retratação); (iii) os pedidos da petição de razões junto ao juízo ad quem
(recebimento, conhecimento, provimento); mencionou o prazo de 30 dias e a isenção de preparo, por se tratar da fazenda pública.
3 – Apresentou corretamente três dos requisitos a seguir: (i) os corretos endereçamentos aos juízos a quo e ad quem; (ii) os
pedidos da petição de interposição junto ao juízo a quo (intimação da parte recorrida para contrarrazões, remessa dos autos
independentemente de juízo de admissibilidade, juízo de retratação); (iii) os pedidos da petição de razões junto ao juízo ad quem
(recebimento, conhecimento, provimento); mencionou o prazo de 30 dias e a isenção de preparo, por se tratar da fazenda pública.
4 – Apresentou corretamente todos os requisitos a seguir: (i) os corretos endereçamentos aos juízos a quo e ad quem; (ii) os
pedidos da petição de interposição junto ao juízo a quo (intimação da parte recorrida para contrarrazões, remessa dos autos
independentemente de juízo de admissibilidade, juízo de retratação); (iii) os pedidos da petição de razões junto ao juízo ad quem
(recebimento, conhecimento, provimento); mencionou o prazo de 30 dias e a isenção de preparo, por se tratar da fazenda pública.

2.2 Depósito judicial em ação anulatória


0 – Não abordou o tema ou considerou necessário o depósito preparatório.
1 – Indicou a (des)necessidade do depósito, mas não indicou qualquer fundamento.
2 – Indicou a (des)necessidade do depósito, citou o posicionamento jurisprudencial, mas não aduziu ser o depósito uma faculdade
do litigante para suspender a exigibilidade do crédito tributário, tampouco mencionou que essa faculdade é apta a impedir a
execução fiscal.
3 – Indicou a (des)necessidade do depósito, citou o posicionamento jurisprudencial, aduziu ser o depósito uma faculdade do
litigante para suspender a exigibilidade do crédito tributário, mas não mencionou que essa faculdade é apta a impedir a execução
fiscal.
4 – Indicou a (des)necessidade do depósito, citou o posicionamento jurisprudencial, aduziu ser o depósito uma faculdade do
litigante para suspender a exigibilidade do crédito tributário e que essa faculdade é apta a impedir a execução fiscal.
2.3 Possibilidade de lançamento de ofício
0 – Não abordou o tema ou considerou ser incabível o lançamento de ofício.
1 – Considerou corretamente ser cabível o lançamento de ofício, mas não mencionou que essa é uma atividade necessária e
vinculada quando constatado o crédito tributário, tampouco mencionou o fato de ser cabível porque ocorrido anteriormente à
ação fiscal prévia à declaração do contribuinte.
2 – Considerou corretamente ser cabível o lançamento de ofício, mencionando que é uma atividade necessária e vinculada quando
constatado o crédito tributário, mas não mencionou o fato de ser cabível porque ocorrido anteriormente à ação fiscal prévia à
declaração do contribuinte.
3 – Considerou corretamente ser cabível o lançamento de ofício, mencionando que é uma atividade necessária e vinculada quando
constatado o crédito tributário, mencionando também o fato de ser cabível porque ocorrido anteriormente à ação fiscal prévia à
declaração do contribuinte.

2.4 Denúncia espontânea


0 – Não abordou o tema ou considerou ter ocorrido denúncia espontânea no caso.
1 – Considerou corretamente não ter havido denúncia espontânea porque já iniciado o procedimento formal de lançamento, mas
não citou o entendimento jurisprudencial de que a declaração do crédito tributário pelo contribuinte não configura denúncia
espontânea por si só.
2 – Considerou corretamente não ter havido denúncia espontânea porque já iniciado o procedimento formal de lançamento e
citou o entendimento jurisprudencial de que a declaração do crédito tributário pelo contribuinte não configura denúncia
espontânea por si só.

2.5 Cabimento dos juros de mora e da multa punitiva


0 – Não abordou o tema ou considerou incabíveis os juros de mora e a multa punitiva.
1 – Considerou cabíveis, corretamente, os juros de mora, mas não a multa punitiva, mas não justificou adequadamente.
2 – Considerou cabíveis, corretamente, os juros de mora e a multa punitiva, mas não justificou adequadamente.
3 – Considerou cabíveis, corretamente, os juros de mora e a multa punitiva, justificando apenas que os juros são sempre cabíveis,
ainda que seja espontânea a manifestação do devedor, ou que a multa é cabível porque não restou configurada a denúncia
espontânea.
4 – Considerou cabíveis, corretamente, os juros de mora e a multa punitiva, justificando que os juros são sempre cabíveis, ainda
que seja espontânea a manifestação do devedor, e que a multa é cabível porque não restou configurada a denúncia espontânea.
PREFEITURA DO RECIFE/PE
PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO DO RECIFE/PE
CARGO: PROCURADOR DO MUNICÍPIO DO RECIFE
Prova Discursiva P2 – Questão 1
Aplicação: 15/01/2023

PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO


1 Sim. Conforme decidido pelo Plenário do Supremo na MC, na ADI 2381, que teve como relator o Ministro Sepúlveda
Pertence, “a criação de município, pela generalidade dos efeitos que irradia, é um dado inovador, com força prospectiva, do
complexo normativo em que se insere a nova entidade política; por isso, a validade da lei criadora, em face da Lei Fundamental,
pode ser questionada em ação direta de inconstitucionalidade”.

2 Não. Conforme a jurisprudência do STF, o vício de inconstitucionalidade das normas legais é originário, não sendo
possível convalidá-lo, ainda que mediante o exercício do Poder Constituinte Derivado (Precedentes – Ação Direta de
Inconstitucionalidade n.º 2.158/PR, relator Ministro Dias Toffoli, Diário da Justiça, de 16 de dezembro de 2010). Ademais,
conforme decidido pela Corte no julgamento do Tema n.º 559, de repercussão geral, “A EC n.º 57/08 não convalidou
desmembramento municipal realizado sem consulta plebiscitária [...]”, de modo que a exigência de consulta prévia não foi
relevada em momento algum pelo constituinte derivado.

3 Sim. Conforme decidido pelo STF, no julgamento da ADI 2395, que teve como relator o Ministro Gilmar Mendes, a
modificação promovida pela EC n.º 15/1996 não desnatura o núcleo essencial de identificação da CF — cláusulas pétreas. Ao
contrário, a fixação em lei complementar federal do período no qual os municípios poderão ser criados ou desmembrados busca
evitar a proliferação desmedida dos municípios sem autossustentabilidade, reforçando a própria estrutura da federação, ou seja,
não há ofensa à autonomia dos entes federados.

QUESITOS / CONCEITOS

Quesito 2.1 - Possibilidade de controle abstrato de constitucionalidade de lei estadual que desmembra e cria município

0 – Não respondeu ou respondeu equivocadamente que não é possível.


1 – Respondeu corretamente que sim, mas não justificou adequadamente.
2 – Respondeu corretamente que sim e justificou adequadamente, mencionando a jurisprudência do STF no sentido de que a lei
estadual que cria município revela dado inovador com generalidade de efeitos, motivo por que é apta ao controle concentrado de
constitucionalidade.

Quesito 2.2 - Impossibilidade de convalidação do vício da lei que cria ou desmembra município sem consulta prévia à
população interessada

0 – Não respondeu ou respondeu equivocadamente que é possível convalidar o vício.


1 – Respondeu que não, mas não justificou adequadamente.
2 – Respondeu que não e justificou parcialmente (i) dizendo do entendimento adotado pelo STF no sentido que o vício de
inconstitucionalidade é originário e não pode ser convalidado por Emenda Constitucional, inadmitida a constitucionalidade
superveniente; (ii) ou mencionando a óptica adotada pelo STF no julgamento do Tema n.º 599, de repercussão geral, no sentido
de que a exigência de consulta prévia não foi dispensada em momento algum pelo constituinte derivado.
3 – Respondeu que não e justificou adequadamente (i) mencionando o entendimento adotado pelo STF no sentido que o vício de
inconstitucionalidade é originário e não pode ser convalidado por Emenda Constitucional, inadmitida a constitucionalidade
superveniente; (ii) e ou mencionando a óptica adotada pelo STF no julgamento do Tema n.º 559, de repercussão geral, no sentido
de que a exigência de consulta prévia não foi dispensada em momento algum pelo constituinte derivado.

Quesito 2.3 - Constitucionalidade da EC n.º 15/1996

0 – Não respondeu ou respondeu equivocadamente que a EC n.º 15/1996 não é compatível com o texto constitucional.
1 – Respondeu que a EC n.º 15/1996 é compatível com o texto constitucional, mas não justificou adequadamente.
2 – Respondeu que a EC n.º 15/1996 é compatível com o texto constitucional e justificou parcialmente (i) dizendo que a
modificação promovida pela EC n.º 15/1996 não desnatura o núcleo essencial de identificação da Constituição Federal de 1988
– cláusulas pétreas –; (ii) ou afirmando que a fixação em lei complementar federal do período no qual os municípios poderão ser
criados ou desmembrados busca evitar a proliferação desmedida dos municípios sem autossustentabilidade, reforçando a própria
estrutura da federação, ou seja, não há ofensa à autonomia dos entes federados.
3 – Respondeu que a EC n.º 15/1996 é compatível com o texto constitucional e justificou adequadamente, afirmando (i) que a
modificação promovida pela EC n.º 15/1996 não desnatura o núcleo essencial de identificação da Constituição Federal de 1988
– cláusulas pétreas – (ii) e que a fixação em lei complementar federal do período no qual os municípios poderão ser criados ou
desmembrados busca evitar a proliferação desmedida dos municípios sem autossustentabilidade, reforçando a própria estrutura
da federação, ou seja, não há ofensa à autonomia dos entes federados.
PREFEITURA DO RECIFE/PE
PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO DO RECIFE/PE
CARGO: PROCURADOR DO MUNICÍPIO DO RECIFE
Prova Discursiva P2 – Questão 2
Aplicação: 15/01/2023

PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO


O(a) candidato(a) deverá considerar a necessidade da observância das regras de parcelamento do solo urbano para a cidade
do Recife, em especial no que concerne ao escoamento das águas pluviais.
O(a) candidato(a) deverá citar demonstrar conhecer a Lei n.º 6.766/1979 e suas alterações, explicando, com suas palavras,
que, conforme o art. 2o da lei, o “parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento”, sendo
o loteamento “a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros
públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes”, e o desmembramento “a subdivisão de gleba em
lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias
e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes”.
O(a) candidato(a) deverá apontar que parcelamento do solo urbano é a divisão da gleba em lotes, destinados a edificação,
podendo ser realizado na forma de loteamento e desmembramento, e que desmembramento e loteamento são espécies de
parcelamento, tendo como diferença principal o fato de o loteamento ter a incumbência de criar um sistema viário (ruas,
avenidas, rodovias) para a região, ao passo que o desmembramento aproveita o sistema viário preexistente.
O(a) candidato(a) deverá considerar demonstrar conhecer, também, o teor do art. 18 da lei em epígrafe, que, ao explanar
sobre o registro do loteamento e desmembramento, dispõe o seguinte: “aprovado o projeto de loteamento ou de
desmembramento, o loteador deverá submetê-lo ao registro imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de
caducidade da aprovação”. É necessário atentar para o prazo e para a consequência do não cumprimento desse prazo.

É necessário que o(a) candidato(a) aponte os documentos que devem instruir o registro, em especial:

Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador deverá submetê-lo


ao Registro Imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovação,
acompanhado dos seguintes documentos:
I - título de propriedade do imóvel ou certidão da matrícula, ressalvado o disposto nos §§ 4.º e 5.º;
II - histórico dos títulos de propriedade do imóvel, abrangendo os últimos 20 (vinte) anos,
acompanhado dos respectivos comprovantes;
III - certidões negativas:
a) de tributos federais, estaduais e municipais incidentes sobre o imóvel;
b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10 (dez) anos;
c) de ações penais com respeito ao crime contra o patrimônio e contra a Administração Pública;
IV - certidões:
a) dos Cartórios de Protestos de Títulos, em nome do loteador, pelo período de 10 (dez) anos;
b) de ações pessoais relativas ao loteador, pelo período de 10 (dez) anos;
c) de ônus reais relativos ao imóvel;
d) de ações penais contra o loteador, pelo período de 10 (dez) anos;
V - cópia do ato de aprovação do loteamento e comprovante do termo de verificação, pelo Município
ou pelo Distrito Federal, da execução das obras exigidas pela legislação municipal, que incluirão,
no mínimo, a execução das vias de circulação do loteamento, demarcação dos lotes, quadras e
logradouros e das obras de escoamento das águas pluviais ou da aprovação de um cronograma, com
a duração máxima de 4 (quatro) anos, prorrogáveis por mais 4 (quatro) anos, acompanhado de
competente instrumento de garantia para a execução das obras.
VI - exemplar do contrato padrão de promessa de venda, ou de cessão ou de promessa de cessão,
do qual constarão obrigatoriamente as indicações previstas no art. 26 desta Lei;
VII - declaração do cônjuge do requerente de que consente no registro do loteamento.
§ 1º - Os períodos referidos nos incisos III, alínea b, e IV, alíneas a e d, tomarão por base a data do
pedido de registro do loteamento, devendo todas elas serem extraídas em nome daqueles que, nos
mencionados períodos, tenham sido titulares de direitos reais sobre o imóvel.
§ 2º - A existência de protestos, de ações pessoais ou de ações penais, exceto as referentes a crime
contra o patrimônio e contra a administração, não impedirá o registro do loteamento se o requerente
comprovar que esses protestos ou ações não poderão prejudicar os adquirentes dos lotes. Se o Oficial
do Registro de Imóveis julgar insuficiente a comprovação feita, suscitará a dúvida perante o juiz
competente.
§ 3º - A declaração a que se refere o inciso VII deste artigo não dispensará o consentimento do
declarante para os atos de alienação ou promessa de alienação de lotes, ou de direitos a eles relativos,
que venham a ser praticados pelo seu cônjuge.
§ 4º - O título de propriedade será dispensado quando se tratar de parcelamento popular, destinado
às classes de menor renda, em imóvel declarado de utilidade pública, com processo de
desapropriação judicial em curso e imissão provisória na posse, desde que promovido pela União,
Estados, Distrito Federal, municípios ou suas entidades delegadas, autorizadas por lei a implantar
projetos de habitação. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)
§ 5º - No caso de que trata o § 4º, o pedido de registro do parcelamento, além dos documentos
mencionados nos incisos V e VI deste artigo, será instruído com cópias autênticas da decisão que
tenha concedido a imissão provisória na posse, do decreto de desapropriação, do comprovante de
sua publicação na imprensa oficial e, quando formulado por entidades delegadas, da lei de criação e
de seus atos constitutivos. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)
§ 6º - Na hipótese de o loteador ser companhia aberta, as certidões referidas na alínea c do inciso III
e nas alíneas a, b e d do inciso IV do caput deste artigo poderão ser substituídas por exibição das
informações trimestrais e demonstrações financeiras anuais constantes do sítio eletrônico da
Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022)
§ 7º - Quando demonstrar de modo suficiente o estado do processo e a repercussão econômica do
litígio, a certidão esclarecedora de ação cível ou penal poderá ser substituída por impressão do
andamento do processo digital. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022)

QUESITOS AVALIADOS

Quesito 2.1 Escoamento das águas pluviais no Recife e Parcelamento do solo urbano como medida preventiva a enchentes
e deslizamentos na cidade do Recife e a conceituação de desmembramento e loteamento

0 – Não demonstrou conhecimento acerca dos problemas da cidade do Recife quanto ao escoamento das águas pluviais e Não
apresentou as diferenças entre desmembramento e loteamento, tampouco seus conceitos.
1 – Demonstrou conhecimento acerca das especificidades do Recife quanto ao escoamento das águas pluviais ou Apresentou os
conceitos de desmembramento e loteamento, mas não os diferenciou.
2 – Demonstrou conhecimento acerca das especificidades do Recife quanto ao escoamento das águas pluviais ou Apresentou os
conceitos de desmembramento e loteamento, diferenciando-os.
3 – Conceituou desmembramento e loteamento, diferenciando-os, e correlacionou o parcelamento do solo ao problema do
escoamento das águas pluviais à prevenção de enchentes e deslizamentos na cidade do Recife.

Quesito 2.2 Documentos que devem instruir o registro do loteamento ou do desmembramento

0 – Não apresentou informações acerca da documentação exigida ou o fez de forma equivocada.


1 – Mencionou apenas um dos cinco sete incisos do art. 18 da Lei de Parcelamento do Solo Urbano relativos à documentação
que deve acompanhar o projeto de loteamento ou de desmembramento.
2 – Mencionou dois dos cinco sete incisos do art. 18 da Lei de Parcelamento do Solo Urbano relativos à documentação que deve
acompanhar o projeto de loteamento ou de desmembramento.
3 – Mencionou três dos cinco sete incisos do art. 18 da Lei de Parcelamento do Solo Urbano relativos à documentação que deve
acompanhar o projeto de loteamento ou de desmembramento.
4 – Mencionou quatro dos cinco sete incisos do art. 18 da Lei de Parcelamento do Solo Urbano relativos à documentação que
deve acompanhar o projeto de loteamento ou de desmembramento.
5 – Mencionou todos os incisos cinco ou mais dos sete incisos do art. 18 da Lei de Parcelamento do Solo Urbano relativos à
documentação que deve acompanhar o projeto de loteamento ou de desmembramento.
Quesito 2.3 Prazo especificado na Lei de Parcelamento do Solo Urbano e consequências

0 – Não apresentou o prazo para a submissão ao registro imobiliário ou o fez de forma equivocada.
1 – Apresentou corretamente o prazo de 180 dias (seis meses) do art. 18 da Lei de Parcelamento do Solo Urbano ou mencionou
corretamente a consequência da não observância desse prazo (caducidade da aprovação e/ou mencionou que, caso o projeto de
loteamento seja executado sem o registro, o mesmo será considerado irregular).
2 – Apresentou corretamente o prazo de 180 dias (alternativamente: seis meses) do art. 18 da Lei de Parcelamento do Solo
Urbano, mencionando corretamente a consequência da não observância desse prazo (caducidade da aprovação e/ou mencionou
que, caso o projeto de loteamento seja executado sem o registro, o mesmo será considerado irregular).
CONCURSO PÚBLICO | EDITAL: 2022 | TARDE

PREFEITURA DO RECIFE/PE
PROCURADORIA-GERAL
DO MUNICÍPIO DO RECIFE/PE
CADERNO DE PROVA ESCRITA DISCURSIVA P3

LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO.

1 Ao receber este caderno de prova, confira inicialmente se os dados registrados acima estão corretos e
devidamente transcritos no seu Caderno de Textos Definitivos da Prova Escrita Discursiva P3. Confira
também os dados em cada página numerada deste caderno de prova (caso se trate de caderno de prova
reserva, confira apenas o nome do cargo). Em seguida, verifique se ele contém uma proposta para a
elaboração de um parecer e duas questões discursivas, acompanhadas de espaços para rascunho. Caso o
caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito e(ou) apresente divergência quanto aos dados apresentados,
solicite, de imediato, ao(à) aplicador(a) de provas mais próximo(a) que tome as providências necessárias.
2 Quando autorizado(a) pelo(a) chefe de sala/aplicador(a) de provas, escreva, no espaço apropriado do Caderno de
Textos Definitivos da ProvaEscritaDiscursivaP3,comsuacaligrafiausual, afrase constante do topo destacapa.
3 Durante a realização da prova, não se comunique com outros(as) candidatos(as) nem se levante sem autorização
de um(a) dos(as) aplicadores(as) de provas.
4 Não serão fornecidas folhas suplementares para rascunho nem para a transcrição dos textos definitivos da prova
discursiva.
5 Na duração da prova, está incluído o tempo destinado à identificação — que será feita no decorrer da prova — e à
transcrição dos textos da provadiscursivaparao CadernodeTextosDefinitivosda Prova Escrita Discursiva P3.
6 Ao terminar a prova, chame o(a) aplicador(a) de provas mais próximo(a), devolva-lhe o seu Caderno de Textos
Definitivos da Prova Escrita Discursiva P3 e deixe o local de provas.
7 Durante a realização da prova, não destaque nenhuma folha deste caderno.
8 A desobediência a qualquer uma das determinações constantes em edital, no presente caderno ou no Caderno de
Textos Definitivos da Prova Escrita Discursiva P3 implicará a anulação da sua prova.

OBSERVAÇÕES
• Não serão conhecidos recursos em desacordo com o estabelecido em edital.
• É permitida a reprodução deste material apenas para fins didáticos, desde que citada a fonte.
Informações adicionais

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CEBRASPE – PGM/RECIFE – Edital: 2022

• Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, o espaço para rascunho indicado no presente caderno. Em seguida,
transcreva o texto para o CADERNO DE TEXTOS DEFINITIVOS DA PROVA ESCRITA DISCURSIVA P3, no local
apropriado, pois não será avaliado fragmento de texto escrito em local indevido.
• Qualquer fragmento de texto além da extensão máxima de linhas disponibilizadas será desconsiderado.
• No Caderno de Textos Definitivos da Prova Escrita Discursiva P3, a presença de qualquer marca identificadora no espaço
destinado à transcrição do texto definitivo acarretará a anulação da sua prova discursiva.
• No parecer, ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 48,00 pontos, dos quais até 2,40 pontos serão atribuídos ao quesito
apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e estrutura textual (organização das ideias em texto
estruturado). Em cada questão discursiva, esses valores corresponderão a 16,00 pontos e 0,80 ponto, respectivamente.

PROVA ESCRITA DISCURSIVA P3


PARECER

A Procuradoria-Geral do Município do Recife foi consultada a respeito da possibilidade de a


secretaria de educação do município firmar termo de colaboração com a organização da sociedade civil
(OSC) “Educação para todos”, a fim de implantar um novo projeto educacional inclusivo em suas creches
e pré-escolas. De acordo com a consulta encaminhada, já havia um plano de trabalho com a descrição
detalhada do objeto da parceria, além de previsão de remuneração de pessoal próprio da organização e
colaboração em rede com outras entidades parceiras da OSC celebrante.

Com base nessa situação hipotética, elabore um parecer, orientando a administração pública a respeito da possibilidade de conclusão
direta da referida parceria. Em seu texto, aborde, de forma fundamentada, os seguintes aspectos:

1 regime jurídico aplicável; [valor: 8,00 pontos]


2 necessidade, ou não, de instauração de chamamento público; [valor: 11,60 pontos]
3 requisitos exigidos da organização em questão; [valor: 8,00 pontos]
4 possibilidade, ou não, de remunerar pessoal próprio da OSC; [valor: 10,00 pontos] e
5 possibilidade, ou não, de atuação da OSC em rede com outras entidades equiparadas. [valor: 8,00 pontos]
CEBRASPE – PGM/RECIFE – Edital: 2022

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CEBRASPE – PGM/RECIFE – Edital: 2022

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CEBRASPE – PGM/RECIFE – Edital: 2022

QUESTÃO 1

O prefeito do município X pretende apresentar à câmara municipal, no último semestre


do segundo ano de seu mandato, um projeto de lei que concede reajuste salarial aos profissionais da
área de saúde do respectivo município, de forma parcelada, nos seguintes percentuais: 5% a partir do
exercício financeiro seguinte; 5% a partir do segundo exercício financeiro seguinte; e 5% a partir do
terceiro exercício financeiro seguinte.
No relatório de gestão fiscal do município, os limites de despesa com pessoal do Poder Executivo
totalizam 47% da receita corrente líquida municipal. Após os reajustes, estima-se que as despesas com
pessoal do Poder Executivo municipal correspondam a cinquenta por cento da receita corrente líquida
municipal.

Com base na situação hipotética apresentada, analise, na condição de procurador jurídico municipal, a legalidade do mencionado
projeto de lei e eventuais medidas para sanar ilegalidades, à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), abordando os seguintes
aspectos:
1 (im)possibilidade da concessão de reajuste salarial de forma parcelada, conforme proposto pelo prefeito;
[valor: 7,60 pontos] e
2 (im)possibilidade de concessão do reajuste, tendo em vista os limites de despesa com pessoal. [valor: 7,60 pontos]

QUESTÃO 1 – RASCUNHO
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CEBRASPE – PGM/RECIFE – Edital: 2022

QUESTÃO 2

A seguridade social deve ser financiada por fontes de custeio. Algumas dessas fontes estão
expressamente previstas na Constituição Federal de 1988 (CF), como a contribuição incidente sobre a
folha de salários (art. 195, I, a, CF), e outras que, embora não estejam expressamente previstas no
corpo do texto constitucional, poderão ser instituídas.

Considerando a dicotomia existente entre fontes de custeio para a seguridade social previstas e não previstas na CF, responda, de
forma fundamentada, aos questionamentos a seguir.

1 O que é fonte de custeio para o direito da seguridade social e de qual princípio da seguridade social deriva a necessidade de
sua previsão? [valor: 4,00 pontos]
2 Quais são os requisitos para a válida instituição de uma contribuição para a seguridade social cuja fonte de custeio esteja
expressamente prevista na CF? [valor: 5,60 pontos]
3 Quais são os requisitos para a válida instituição de uma contribuição para a seguridade social cuja fonte de custeio não esteja
expressamente prevista na CF? [valor: 5,60 pontos]

QUESTÃO 2 – RASCUNHO
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PREFEITURA DO RECIFE/PE
PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO DO RECIFE/PE
CARGO: PROCURADOR DO MUNICÍPIO DO RECIFE
Prova Discursiva P3 – Parecer
Aplicação: 15/01/2023

PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO


(Introdução)

Trata-se de consulta, encaminhada pela Secretaria de Educação, acerca da possibilidade de firmar, diretamente, termo de
colaboração com a organização da sociedade civil de interesse público denominada “Educação para todos”, para implantar
projeto educacional inclusivo em suas creches e pré-escolas.
Passamos à fundamentação.

a) Regime Jurídico aplicável

A Lei n.º 13.019/2014 (ou o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade
civil) estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, para a
consecução de finalidades de interesse público e recíproco. Trata-se de um regime normativo que disciplina determinadas
modalidades de parceria entre o Poder Público e as entidades do terceiro setor, hoje chamadas de organizações da sociedade civil
(OSC). No presente caso, a administração demonstrou interesse em trabalhar em parceria com organização vinculada a serviço
de educação. Destacou-se a prévia existência de um plano de trabalho e a necessidade de se remunerarem pessoas vinculadas à
organização.

b) Necessidade, ou não, de chamamento público

Nesse sentido, faz-se necessário, como regra, a instauração de um chamamento público, com o objetivo de dar publicidade
ao projeto, bem como de franquear a outros interessados, dotados de mesma capacidade, a oportunidade de colaborar com o
poder público. Nos termos da lei, o chamamento público é procedimento no qual se garante a observância dos princípios da
isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade e da probidade administrativa.
A única exceção à regra que exige a instauração desse procedimento, e que se relaciona ao caso concreto, está prevista
no art. 30, VI, da Lei n.º 13.019/2014, que excepciona a necessidade do chamamento público, com a assinatura direta do termo
de colaboração, nos casos em que as entidades, vinculadas a serviços de educação, estejam previamente credenciadas pelo órgão
gestor da respectiva política. Conclui-se, assim, que a realização de prévio chamamento público poderá ser excepcionada apenas
se a entidade estiver previamente credenciada.

c) Requisitos da parceira privada

Quanto aos requisitos exigidos da parceira privada, é de se ressaltar que a entidade deve observar fielmente os requisitos
estabelecidos na legislação de regência, em especial os previstos nos artigos 33 e 34 da Lei n.º 13.019/2014 (por exemplo,
objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de relevância pública e social, experiência prévia na realização do
objeto da parceria), destacando-se o cumprimento dos requisitos imprescindíveis ao recebimento de recursos públicos (a
celebração do acordo de cooperação dispensa alguns requisitos relacionados à transparência na gestão e vinculação do patrimônio
à finalidade pública, como regras de dissolução da entidade e escrituração de acordo com os princípios fundamentais de
contabilidade).

d) Possibilidade, ou não, de remunerar o parceiro privado

No que se refere à possibilidade de remunerar o parceiro privado, destaque-se que a Lei n.º 13.019/2014 (o regime jurídico
das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil) regulamenta a possibilidade de o poder público,
assinando termo de cooperação ou fomento, repassar recursos para o(a) seu (sua) parceiro(a) privado(a). Qualquer despesa de
custeio da parceria previamente prevista no plano de trabalho do termo de colaboração ou termo de fomento poderá ser executada
com recursos da parceria, incluindo despesas de pessoal, diárias, custos indiretos ligados à execução do objeto, obedecidas as
vedações do art. 45 (como, por exemplo, utilizar recursos para finalidade alheia ao objeto da parceria) e as prescrições do art. 46
da norma (por exemplo, remuneração da equipe encarregada da execução do plano de trabalho).
e) Possibilidade, ou não, de organização em rede

Finalmente, anota-se que é possível a organização da parceira privada em rede, pois a Lei n.º 13.019/2014 prevê a
possibilidade de a organização atuar em conjunto com outras organizações voltadas para a mesma finalidade, desde que essa
colaboração esteja expressamente prevista no termo de cooperação. Nesse caso, será necessário que a organização celebrante
tenha experiência de cinco anos e apresente capacidade técnica para a supervisão das entidades atuantes em rede.

(Conclusão)

Conclui-se, portanto, pela possibilidade de celebração do termo de colaboração com a OSC, dispensado o chamamento
público apenas se a entidade estiver previamente credenciada pelo órgão gestor. Em qualquer caso, a OSC celebrante deverá
preencher os requisitos legais, em especial aqueles exigidos para parceiras que recebem recursos públicos. Há a possibilidade de
repasse de recursos previstos no plano de trabalho que acompanha, necessariamente, o termo de colaboração ajustado.
Finalmente, será possível a atuação em rede, desde que prevista no ajuste e demonstradas a experiência e a capacidade técnica
de supervisão da parceira privada.

Obs.: a introdução e a conclusão dizem respeito à avaliação da estrutura textual.


Obs. 2: em nenhum momento será atribuída pontuação diferente ao candidato que indica o número da legislação. A pontuação
se refere ao domínio do conteúdo, sendo dispensada a memorização do número de artigos ou leis.

QUESITOS AVALIADOS

Obs.: os aspectos formais do parecer, como introdução e conclusão, serão avaliados no campo 1 “Apresentação e estrutura
textual”.

2.1 Regime Jurídico aplicável


0 – Não indicou a aplicação da Lei n.º 13.019/2014 (o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as
organizações da sociedade civil) ou indicou equivocadamente outro diploma.
1 – Indicou a incidência de um regime jurídico híbrido, sem demonstrar conhecimento da existência de uma legislação específica
para aplicação ao caso narrado (importante registrar que o regime aplicável à parceria não é privado, muito embora a OSC seja
uma pessoa jurídica de direito privado).
1 2 - Indicou corretamente a aplicação da Lei n.º 13.019/2014 (do regime jurídico das parcerias entre a administração pública e
as organizações da sociedade civil), mas não fundamentou ou não a relacionou com o caso concreto.
2 3 – Indicou corretamente a aplicação da Lei n.º 13.019/2014 (ou do regime jurídico das parcerias entre a administração pública
e as organizações da sociedade civil), fundamentando e relacionando-a com o caso concreto.

2.2 Necessidade, ou não, de chamamento público


0 – Não abordou o tema ou o fez de forma equivocada.
1 – Indicou a necessidade de fazer o chamamento público como regra, mas não fundamentou a razão desse procedimento,
tampouco indicou a exceção legal de possível aplicação ao caso concreto.
2 – Indicou a necessidade de fazer o chamamento público como regra, fundamentando a razão desse procedimento ou indicando
a exceção legal de possível aplicação ao caso concreto.
3 – Indicou a necessidade de fazer o chamamento público como regra, fundamentando a razão desse procedimento, e indicou a
exceção legal de possível aplicação ao caso concreto.

2.3 Requisitos da parceira privada


0 – Não abordou o tema ou o fez de forma equivocada.
1 – Indicou a necessidade de a parceira privada preencher os requisitos legais, citando-os OU apenas indicando a legislação.
2 – Indicou a necessidade de a parceira privada preencher os requisitos legais, citando-os ou apenas indicando a legislação E
destacou a exigência específica daqueles que se aplicam aos parceiros que recebem recursos públicos, como o caso sugere.

2.4 Possibilidade, ou não, de remunerar o parceiro privado


0 – Não abordou o tema ou o fez de forma equivocada.
1 – Indicou a possibilidade de se remunerar a OSC, mas não fundamentou adequadamente.
2 – Indicou a possibilidade de a OSC ser remunerada, desde que previsto expressamente no plano de trabalho OU indicou as
hipóteses normativas (ainda que não exaustivamente).
3 – Indicou a possibilidade de a OSC ser remunerada, desde que previsto expressamente no plano de trabalho E indicou as
hipóteses normativas (ainda que não exaustivamente).

2.5 Possibilidade, ou não, de organização em rede


0 – Não abordou o tema ou o fez de forma equivocada.
1 – Indicou a possibilidade de organização em rede, mas não fundamentou adequadamente.
2 – Indicou a possibilidade de organização em rede, abordando a necessidade de previsão no termo de cooperação e/ou a
necessidade de apresentação da experiência e capacidade técnica de supervisão da OSC celebrante.
PREFEITURA DO RECIFE/PE
PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO DO RECIFE/PE
CARGO: PROCURADOR DO MUNICÍPIO DO RECIFE
Prova Discursiva P3 – Questão 1
Aplicação: 15/01/2023

PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO


2.1 (Im)Possibilidade da concessão do reajuste salarial de forma parcelada, conforme proposto pelo prefeito

Embora o prefeito municipal possa propor reajustes salariais no segundo ano de seu mandato, em obediência ao art. 21,
inciso II, da LRF, o reajuste salarial, na forma como foi proposto pelo prefeito municipal, contraria os ditames da LRF, no art.
21, inciso III e inciso IV, alínea “b”, ao propor aumento de despesa com pessoal que preveja parcelas a serem implementadas
em períodos posteriores ao final do seu mandato:

“Art. 21. É nulo de pleno direito: (Redação dada pela Lei Complementar n.º 173, de 2020)
I - o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:
a) às exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar e o disposto no inciso XIII do caput do
art. 37 e no § 1.º do art. 169 da Constituição Federal; e (Incluído pela Lei Complementar n.º 173, de
2020)
b) ao limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo; (Incluído pela Lei
Complementar n.º 173, de 2020)
II - o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao
final do mandato do titular de Poder ou órgão referido no art. 20; (Redação dada pela Lei
Complementar n.º 173, de 2020)
III - o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem
implementadas em períodos posteriores ao final do mandato do titular de Poder ou órgão
referido no art. 20; (Incluído pela Lei Complementar n.º 173, de 2020)
IV - a aprovação, a edição ou a sanção, por Chefe do Poder Executivo, por Presidente e demais
membros da Mesa ou órgão decisório equivalente do Poder Legislativo, por Presidente de Tribunal
do Poder Judiciário e pelo Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados, de norma legal
contendo plano de alteração, reajuste e reestruturação de carreiras do setor público, ou a edição de
ato, por esses agentes, para nomeação de aprovados em concurso público, quando: (Incluído pela
Lei Complementar n.º 173, de 2020)
a) resultar em aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final do
mandato do titular do Poder Executivo; ou (Incluído pela Lei Complementar n.º 173, de 2020)
b) resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem implementadas em
períodos posteriores ao final do mandato do titular do Poder Executivo. (Incluído pela Lei
Complementar n.º 173, de 2020)”

Nesse sentido, o prefeito deverá fazer os ajustes necessários das parcelas para que todas elas sejam implementadas
dentro do seu mandato, observada a compatibilidade e a disponibilidade orçamentária e financeira, de modo que o reajuste fique
de acordo com a LRF.

2.2 (Im)Possibilidade do reajuste em função dos limites de despesa com pessoal

Os reajustes a serem concedidos não resultam em violação aos limites de despesa com pessoal do Poder Executivo
municipal, haja vista que eles estão em patamar inferior ao de 54% da receita corrente líquida municipal, nos termos do art. 20,
inciso III, alínea “b”, da LRF:

“Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais:
[...].
III - na esfera municipal:
a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando
houver;
b) 54% (cinquenta e quatro por cento) para o Executivo.”
Adicionalmente, não há óbice à concessão desse reajuste, haja vista que os limites o montante de despesa com pessoal
do município Poder Executivo municipal, no momento de sua concessão, estão em montante está inferior a 95% desse limite
(51,3%) em obediência ao disposto no parágrafo único do art. 22 da LRF.

“Art. 22. [...]


Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do
limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:
I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo
os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão
prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;
II - criação de cargo, emprego ou função;
III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada
a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde
e segurança;
V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6º do art. 57 da Constituição
e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.”

QUESITOS AVALIADOS

2.1 (Im)Possibilidade da concessão de reajuste salarial de forma parcelada, conforme proposto pelo prefeito
0 – Não abordou o aspecto ou afirmou erroneamente que a concessão do reajuste da forma como o prefeito propôs era totalmente
possível, sem indicar qualquer óbice.
1 – Respondeu corretamente que a concessão do reajuste da forma como o prefeito propôs encontrava óbices não era possível,
mas não indicou os dispositivos violados na LRF nem informou como sanar a situação.
2 – Respondeu corretamente que a concessão do reajuste da forma como o prefeito propôs encontrava óbices não era possível,
mas indicou apenas os dispositivos violados na LRF ou como sanar a situação.
3 – Respondeu corretamente que a concessão do reajuste da forma como o prefeito propôs encontrava óbices não era possível,
indicando os dispositivos violados na LRF e como sanar a situação.

2.2 (Im)Possibilidade do reajuste em função dos limites de despesa com pessoal


0 – Não abordou o aspecto ou afirmou erroneamente que os reajustes concedidos da forma proposta resultariam em violação aos
limites de despesa com pessoal do Poder Executivo municipal.
1 – Afirmou corretamente que os reajustes concedidos da forma proposta não resultariam em violação aos limites de despesa
com pessoal do Poder Executivo municipal, mas indicou erroneamente haver óbice à concessão do reajuste em função do
montante de despesa com pessoal no momento de sua concessão, de acordo com a LRF.
2 – Afirmou corretamente que os reajustes concedidos da forma proposta não resultariam em violação aos limites de despesa
com pessoal do Poder Executivo municipal, e indicou não haver óbice à concessão do reajuste em função do montante de despesa
com pessoal no momento de sua concessão, de acordo com a LRF, mas não indicou os percentuais relativos aos limites de
despesa com pessoal, tampouco os dispositivos que vedam a concessão do reajuste em função desses limites.
3 – Afirmou corretamente que os reajustes concedidos da forma proposta não resultariam em violação aos limites de despesa
com pessoal do Poder Executivo municipal, e indicou não haver óbice à concessão do reajuste em função do montante de despesa
com pessoal no momento de sua concessão, de acordo com a LRF, mas indicou apenas (i) os percentuais relativos aos limites de
despesa com pessoal, ou (ii) os dispositivos que vedam a concessão do reajuste em função desses limites.
4 – Afirmou corretamente que os reajustes concedidos da forma proposta não resultariam em violação aos limites de despesa
com pessoal do Poder Executivo municipal, e indicou não haver óbice à concessão do reajuste em função do montante de despesa
com pessoal no momento de sua concessão, de acordo com a LRF, indicando tanto (i) os percentuais relativos aos limites de
despesa com pessoal, quanto (ii) os dispositivos que vedam a concessão do reajuste em função desses limites.
PREFEITURA DO RECIFE/PE
PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO DO RECIFE/PE
CARGO: PROCURADOR DO MUNICÍPIO DO RECIFE
Prova Discursiva P3 – Questão 2
Aplicação: 15/01/2023

PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO


1 É entendimento pacificado pelo Supremo Tribunal Federal que a instituição de qualquer benefício da previdência social
deve ser precedida da necessária previsão de fonte de custeio. Trata-se de decorrência do princípio do equilíbrio atuarial da
seguridade social (art. 195, § 5.º, da CF: “Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total.”). A fonte de custeio é uma nomenclatura utilizada no direito da seguridade
social para um fato gerador ou para a base imponível do direito tributário. É o evento econômico suficiente e necessário para
fazer nascer a obrigação tributária de recolher o tributo incidente.
2 Uma vez prevista expressamente a fonte de custeio na CF, conforme a doutrina e a jurisprudência, para a sua válida
instituição, torna-se necessária apenas a instituição por lei ordinária ou medida provisória, devidamente convertida em lei, e o
respeito ao princípio da anterioridade nonagesimal. Tal entendimento se dessume do disposto nos arts. 62, III; 149 e 195, §§ 4.º
e 6.º, da CF.
3 Caso a fonte de custeio não possua previsão expressa no texto constitucional, será necessário institui-la por intermédio
de lei complementar da União (art. 195, §4.º, da CF), sendo vedada sua instituição por meio de medida provisória, tendo em
vista o comando peremptório do art. 62, III, da CF. Nessa hipótese, ressalte-se que continua necessário o respeito ao princípio
da anterioridade nonagesimal.

QUESITOS AVALIADOS

2.1 Definição de fonte de custeio e princípio do equilíbrio atuarial


0 – Não discorreu sobre a definição de fonte de custeio nem sobre o princípio do qual ela deriva (equilíbrio atuarial).
1 – Definiu fonte de custeio corretamente, mas não discorreu sobre o princípio do qual ela deriva (equilíbrio atuarial) ou discorreu
sobre o princípio, mas não discorreu sobre a definição de fonte de custeio.
2 – Discorreu corretamente sobre a definição de fonte de custeio e sobre o princípio do qual ela deriva (equilíbrio atuarial).

2.2 Requisitos para a instituição de contribuição expressamente prevista na CF


0 – Não elencou nenhum requisito para a válida instituição de contribuição para a seguridade social com fonte de custeio expressa
na CF ou o fez de forma equivocada.
1 – Elencou corretamente o requisito da necessidade de lei ordinária para a válida instituição de contribuição para a seguridade
social com fonte de custeio expressa na CF, mas não elencou a possibilidade de previsão em medida provisória a ser convertida
em lei nem a necessidade de respeito ao princípio da anterioridade nonagesimal.
2 – Elencou corretamente os requisitos da necessidade de lei ordinária e possibilidade de medida provisória (MP) para a válida
instituição de contribuição para a seguridade social com fonte de custeio expressa na CF, mas não destacou a necessidade de
conversão da MP em lei nem a necessidade de respeito ao princípio da anterioridade nonagesimal.
3 – Elencou corretamente os requisitos da necessidade de lei ordinária e possibilidade de medida provisória a ser convertida em
lei para a válida instituição de contribuição para a seguridade social com fonte de custeio expressa na CF, mas não destacou a
necessidade de respeito ao princípio da anterioridade nonagesimal.
4 – Elencou corretamente os requisitos da necessidade de lei ordinária e possibilidade de medida provisória a ser convertida em
lei para a válida instituição de contribuição para a seguridade social com fonte de custeio expressa na CF, destacando, também,
a necessidade de se respeitar o princípio da anterioridade nonagesimal.

2.3 Requisitos para instituição de contribuição não prevista expressamente na CF


0 – Não elencou nenhum requisito para a válida instituição de contribuição para a seguridade social sem fonte de custeio expressa
na CF ou o fez de forma equivocada.
1 – Elencou corretamente o requisito da necessidade de lei complementar federal para a válida instituição de contribuição para
a seguridade social sem fonte de custeio expressa na CF, mas não elencou a impossibilidade de previsão em medida provisória
convertida em lei nem a necessidade de respeito ao princípio da anterioridade nonagesimal.
2 – Elencou corretamente os requisitos da necessidade de lei complementar federal e ressaltou a impossibilidade de utilização
de medida provisória para a válida instituição de contribuição para a seguridade social sem fonte de custeio expressa na CF, ante
a vedação constitucional expressa, mas não destacou a necessidade de respeito ao princípio da anterioridade nonagesimal.
3 – Elencou corretamente os requisitos da necessidade de lei complementar federal, ressaltou a impossibilidade de utilização de
medida provisória para a válida instituição de contribuição para a seguridade social sem fonte de custeio expressa na CF,
destacando a necessidade de respeito ao princípio da anterioridade nonagesimal.

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