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INTRODUÇÃO
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Um dos grandes problemas que os Ministros da Música enfrentam é que eles não tem muito tempo
disponível para aprender tudo que precisam antes de escolher as músicas e cantam como se quisessem
enfiar qualquer música religiosa goela abaixo dos fiéis que foram à Igreja rezar a Santa Missa.
É ou não é verdade?
Você quando não canta e participa da Santa Missa já deve ter sentido isso mais de uma vez.
Na maioria das vezes isso acontece porque quem está escolhendo as músicas faz do jeito errado ou não faz
tão bem quanto poderia.
E, por falar nisso, existe um erro muito comum que os cantores cometem quando vão escolher os cantos
para missa e eu vou te contar logo mais adiante qual é.
Mais, voltando ao assunto, tenho certeza que você, quando estiver cantando a Santa Missa, não vai querer
que todos os presentes passem pelo sofrimento de ouvir um grupo mal preparado e que canta músicas
que não condizem com a Liturgia da Igreja, certo?
E, além do mais, você também não quer se sentir inconveniente e dar motivos para que as pessoas saem
da Igreja falando mal de você e dizendo que você mais atrapalha a Celebração Eucarística do que ajuda. E
acredite: isso acontece mesmo.
E se eu te dissesse que existe uma forma de escolher os cantos para missa, que não só vai fazer você se
sentir realizado como Ministro da Música, vai te dar uma sensação de missão cumprida, como vai ajudar
os fiéis realmente elevarem seus corações a Deus?
Imagine que você vai participar da Santa Missa (sem ser nos dias que você vai cantar) e o grupo canta
aquela música
2
“Reunidos aqui só pra louvar o Senhor, novamente aqui em união. Algo bom há de acontecer, algo bom
Deus tem para nós. Reunidos aqui só pra louvar o Senhor.”
E aí todos começam a bater palmas e alguns arriscam até alguma “dancinha” nesse momento.
Muito provavelmente você já ouviu essa música e quem sabe até já cantou ela na Santa Missa.
Mas agora responda a seguinte pergunta: para que você vai a Santa Missa?
Só pra louvar ao Senhor? Pra que aconteça algo de bom durante a Celebração? Pra ver o que de bom Deus
tem pra você?
Será mesmo que é só isso que esperamos da Santa Missa? Pois é isso que esse canto nos diz.
Eu também já ouvi músicas de comunhão sendo cantadas durante o ofertório, por exemplo.
Quando escuto isso eu tento me desvincular da música que está sendo cantada e procuro com todas as
minhas forças me concentrar para fazer a “minha oferta” ali sozinha no meu banco.
Isso porque a música que deveria me ajudar a elevar o coração a Deus e me oferecer a Ele como sacrifício
vivo está na realidade me atrapalhando, e muito!
Eu poderia aqui citar inúmeros exemplos onde o canto me atrapalha e, por vezes, até me impede de rezar
durante os momentos da Celebração.
Eu volto pra casa muito frustrada pois não consigo “aproveitar” tudo que a Santa Missa me oferece.
Agora pense em uma situação em que você vai a Santa Missa (ainda sem participar do canto) e a música de
entrada no domingo de Ramos, por exemplo, é
“Hosana Hey! Hosana Há! Hosana Hey! Hosana Hey! Hosana Há!
3
Todos se unem com ramos nas mãos, alegria e entusiasmo, acolhem o sacerdote que é como Cristo vindo
até nós.
Mas preste atenção numa coisa: eu disse “alegria e entusiasmo”, não bagunça. Mas isso é assunto pra
outra hora ...
Bem, esse canto do Domingo de Ramos nos coloca no ambiente da celebração, já nos diz sobre o que é a
Liturgia do dia, o que vai ser celebrado. Nos faz lembrar de Jesus naquele jumento entrando em Jerusalém
para cumprir sua Missão em que ...
“8 Muitos estenderam seus mantos pelo caminho, outros espalharam ramos que haviam apanhado nos
campos. 9 Os que iam na frente e os que vinham atrás gritavam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do
Senhor! 10 Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!”” [Mc
11, 8-10]
Agora pense: qual das duas situações te leva à oração? Sim porque a missa é toda oração.
Quando os cantos são adequados e bem cantados, você consegue rezar a missa com o coração em Cristo,
no amor que Ele tem por você, em tudo que sofreu por amor a você.
Você consegue desde a primeira música penetrar no mistério celebrado naquele dia.
Logo, o grupo de canto, juntamente com todo equipe e o ambiente da Celebração, ajudou elevar o seu
coração a Deus simplesmente sendo fiel aos ensinamentos da Igreja. Isso também é cumprir com a
vocação de ser um Ministro da Música.
E neste e-Book, eu vou te explicar como cumprir com a sua missão de evangelizador durante a Santa Missa
e assim inspirar as pessoas a elevarem os seus corações em oração a Deus.
Vou te mostrar como escolher os cantos de forma apropriada e como executá-los durante a missa.
Ou seja, vou te ensinar a ser fiel à sua vocação, ao chamado de Deus feito para que você sirva à Ele
cantando a Santa Missa. E, principalmente, vou te ensinar como ser fiel à Igreja. Afinal, de que adianta
querer servir a Cristo na Igreja sem ser fiel à ela?
4
E sabe o que é legal em tudo isso? É que aqui você vai ter uma receita. Eu vou te passar o passo a passo pra
você seguir.
Ah, e antes que eu me esqueça, vou te falar agora qual é um dos maiores erros que os Ministros da Música
cometem ao escolherem os cantos para missa: pegar música na internet para cada parte da Celebração
Eucarística confiando que elas estão corretas e sem ao menos saber conferir se são litúrgicas.
O fato de você procurar alternativas na internet não é ruim, é até muito bom, facilita muito a vida do
ministro da música.
O problema é não saber avaliar se a música que tem nos sites estão de acordo com as orientações da
Igreja. E te digo uma coisa: geralmente elas não estão.
É preciso ter certeza que são litúrgicas e que estão em sintonia com o Tempo Litúrgico e com cada
momento da Celebração Eucarística.
E isso faz deste e-Book ainda mais importante, já que depois de estuda-lo você vai saber fazer isso muito
bem.
Agora chegou a hora então de começarmos a falar sobre os cantos para missa, certo?
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PASSO #1: TEMPO LITÚRGICO
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Escolher os cantos para Missa conforme o Tempo Litúrgico que se está vivendo é uma dúvida bem comum
e que muitas pessoas insistem em não levar em conta.
Os Tempos Litúrgicos fazem parte do Calendário Litúrgico da Igreja católica Apostólica Romana que, por
sua vez, cobre todo o Ano Litúrgico Cristão.
O nosso Calendário Litúrgico, que pertence ao Rito Romano, não coincide com o calendário civil que vai de
1° de janeiro até 31 de dezembro. Ele começa no 1° domingo do Advento (4 semanas antes do Natal) e
termina na última semana do 2° período do Tempo Comum (sábado antes do 1° Domingo do Advento).
Vou colocar abaixo pra você a divisão que está no Missal Romano1:
Tempo do Advento
Tempo do Natal
Tempo Comum: primeira parte
Tempo da Quaresma
Tríduo Pascal
Tempo Pascal
Tempo comum: segunda parte
Todo esse Calendário foi idealizado de forma que durante todo o ano, a Santa Igreja possa comemorar a
Obra Salvífica de Cristo “desde sua encarnação e nascimento até a ascensão, pentecostes e a expectativa,
cheia de esperança, da vinda do Senhor”. (Sacrosanctum Concilium)2
Mas a Obra Salvífica de Jesus não é lembrada e comemorada somente dentro da Igreja, ela deve ser vivida
por você e por todos nós o tempo todo.
1
Referência [5]. Normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, Capítulo I – O ano litúrgico, Título II – O ciclo anual,
página 103.
2
Referência [3]. Capítulo V – O ano litúrgico, página 55, n° 102.
6
É como se estivéssemos seguindo os passos de Jesus durante todo o ano.
Por isso você deve estudá-lo antes de escolher os cantos para Missa, para que haja sintonia das músicas
com o período do Ano Litúrgico que estamos vivendo.
No início isso pode parecer meio complicado, mas com o tempo e a prática tudo vai ficando muito mais
claro e fácil pra você.
A seguir você terá um resumo do que ensina a Santa Igreja a respeito de cada um dos Tempos Litúrgicos e
sobre o que você deve levar em conta para escolher os cantos para missa em todos os Tempos.
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TEMPO DO ADVENTO
“O Tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do
Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em
que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no
fim dos tempos. Por este duplo motivo, o Tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e
alegre expectativa." (Missal Romano)3
Segundo a CNBB, este é um canto de “[...] espera da vinda do Senhor, o Príncipe da Paz, o Emanuel, Deus-
conosco. Este canto, antes entoado pelos profetas, João Batista e Maria, continua ressoando no seio da
Igreja que clama: Vem, Senhor, nos salvar. Vem, sem demora, nos dar a paz.” (CNBB)4
É um tempo de piedosa e alegre expectativa, então você não deve cantar o Hino de louvor (Glória), porque
ele vai ser cantado no Natal.
Por outro lado, é permitido o uso de instrumentos musicais, porém com muita moderação.
3
Referência [5]. Normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, Capítulo I – O ano litúrgico, Título II – O ciclo anual, V. O
tempo do advento, página 106, n° 39.
4
Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página 9, item 3.1.
8
TEMPO DO NATAL
“A Igreja nada considera mais venerável, após a celebração anual do mistério da Páscoa, do que
comemorar o Natal do Senhor e suas primeiras manifestações, o que se realiza no tempo do Natal." (Missal
Romano)5
As músicas aqui precisam passar uma sensação de acolhimento do Filho de Deus, de muita alegria pelo
seu nascimento.
“Neste tempo, cantamos, com a euforia dos profetas e evangelistas de todos os tempos, o mistério da
encarnação (Natal) e da manifestação (Epifania) do Verbo de Deus [...]. Os pobres, ao nos ouvirem,
acorrerão pressurosos até o presépio. A boa notícia é sobretudo para eles, embora seja de alegria para
todos os povos: “A luz resplandeceu em plena escuridão...”; “Vimos sua estrela no Oriente e viemos adorar
o Senhor””. (CNBB)6
5
Referência [5]. Normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, Capítulo I – O ano litúrgico, Título II – O ciclo anual, IV. O
tempo do natal, página 105, n° 32.
6
Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página 9, item 3.2.
9
TEMPO COMUM (1ª E 2ª PARTE)
Nestas 33 ou 34 semanas do ciclo anual e que incluem a primeira e a segunda parte do Tempo comum,
“[...] não se celebra nenhum aspecto especial do mistério do Cristo; comemora-se nelas o próprio mistério
de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos” (Missal Romano)7.
É o Tempo em que “podemos desfrutar de outros aspectos da vida e da missão de Jesus e seus discípulos,
que não são contemplados nos Tempos do Natal e da Páscoa” (CNBB)8.
Primeira Parte:
Início: segunda-feira que segue ao domingo depois do dia 6/janeiro
Fim: terça-feira antes da quaresma, inclusive
Segunda Parte:
Início: segunda-feira após o domingo de Pentecostes
Fim: antes das Primeiras Véspera do 1º domingo do Advento
Cantamos músicas que nos trazem esperança, que nos estimulam a fé e a conversão.
7
Referência [5]. Normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, Capítulo I – O ano litúrgico, Título II – O ciclo anual, VI. O
tempo comum, página 106, n° 43.
8
Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página 11, item 3.6.
10
TEMPO DA QUARESMA
“Cantar a Quaresma é, antes de tudo, cantar a dor que se sente pelo pecado do mundo, que, em todos os
tempos e de tantas maneiras, crucifica os filhos de Deus e prolonga, assim, a Paixão de Cristo. É um canto
de penitência e conversão, um canto sem “glória” e sem “aleluia”, um canto sem flores e sem as vestes
da alegria, um canto “das profundezas do abismo” em que colocaram nossos pecados (Sl 130); um grito
penitente de quem implora e suplica: “Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade, e
conforme a vossa misericórdia, apagai a minha iniquidade (Sl 50)”” (CNBB)10.
Os cantos devem ser introspectivos. A música deve ser calma e moderada, bem como o comportamento
do ministério durante a Santa Missa. O uso de instrumentos musicais aqui é bem mais moderado do que
o de costume.
“Do início da Quaresma até a Vigília Pascal não se diz o Aleluia” (Missal Romano)11. E, além do Aleluia,
neste Tampo também não se canta o Glória pois, essas músicas serão cantadas com muita alegria e louvor
na Páscoa.
9
Referência [3]. Capítulo V – O ano litúrgico, página 58, n° 109.
10
Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página. 9, n° 3.3.
11
Referência [5]. Normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, Capítulo I – O ano litúrgico, Título II – O ciclo anual, III.
O tempo da quaresma, página 105, n° 28.
11
Neste período temos a Campanha da Fraternidade e seu hino “explicita o compromisso dos fiéis na vivência
concreta da quaresma. Ele pode ser entoado em algum momento da homilia [...] ou nos ritos finais, no
momento do “envio” (CNBB)12.
No caso de se cantar o hino em algum momento da homilia, isso deve ser autorizado pelo sacerdote
celebrante. O motivo é que esse canto, neste momento da Santa Missa, só seria conveniente se o
sacerdote quisesse reforçar a homilia sintonizando a mensagem litúrgica da Liturgia da Palavra com o tema
da Campanha da Fraternidade.
Se o sacerdote não ver essa necessidade, o tema da Campanha pode ser cantada no momento do “envio”
como coloca a CNBB logo acima.
12
Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página. 9, n° 3.3.
12
TRÍDUO PASCAL
"O sagrado Tríduo pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor resplandece como o ápice de todo o ano litúr
gico". (Missal Romano)13
A Missa na Ceia do Senhor tem um canto de entrada que nos mostra, nos faz entender o que se celebrará:
“é na glória dessa cruz que brilha o mandamento do amor (lava-pés); é no brilho dessa cruz que
resplandece o sacramento do amor (eucaristia); é no resplendor dessa cruz que podemos cumprir o pedido
do Mestre: “fazei isto em memória de mim”. (CNBB)14
“Na celebração da Paixão do Senhor, cantamos a confiança do Servo Sofredor que se entregou, sem
reservas, nas mãos d’Aquele que o pode livrar “do poder do inimigo e do opressor” (Sl 30, 16) e aguarda
com ânimo forte e resistente a sua salvação. Abandonando-nos com Cristo nas mãos do Pai, cantamos a
esperança da vitória de seus fiéis seguidores, os “crucificados” de nossos dias”. (CNBB)15
“Na noite do Sábado Santo cantamos o esplendor de uma luz que jamais se apagará. Proclamamos as
maravilhas de Deus que nos libertou das trevas da morte e nos devolveu a vida. Revigoramos nosso
compromisso batismal. E, enquanto nos alimentamos da ceia eucarística, cantamos: “Celebremos nossa
páscoa, na pureza, na verdade, Aleluia!”.” (CNBB)16
13
Referência [5]. Normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, Capítulo I – O ano litúrgico, Título II – O ciclo anual, I. O
tríduo pascal, página 103, n° 18.
14
Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página. 10, n° 3.4.
15
Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página. 10, n° 3.4.
16
Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página. 10, n° 3.4.
13
TEMPO PASCAL
“Os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo de Pentecostes sejam celebrados com
alegria e exultação, como se fossem um só dia de festa, ou melhor, “como um grande domingo”.” (Missal
Romano)17
“O canto da Igreja no Tempo Pascal é de exultação e de alegria. Ressuscitados com Cristo, cantamos sua
glória, sua vitória sobre a morte. O “aleluia” volta a ressoar em nossos lábios, invadindo todo o nosso ser
com ardor sempre crescente, pois “as coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo!”. (CNBB)18
17
Referência [5]. Normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, Capítulo I – O ano litúrgico, Título II – O ciclo anual, II. O
tempo pascal, página 104, n° 22.
18
Referência [2]. Capítulo 3 – O canto e a música nos tempos do ano litúrgico, página 11, n° 3.5.
14
PASSO #2: LITURGIA DO DIA
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Bem, com o Tempo Litúrgico já entendido no seu aspecto global, agora é hora de estudar sobre o que a
Liturgia vai falar no dia que você vai cantar.
Claro que tem algumas partes da Santa Missa que não dependem da Liturgia pois são fixas e em hipótese
alguma podem ter suas letras alteradas. Os cantos mais comuns que fazem parte desse grupo são o Santo,
Hino de Louvor, Cordeiro de Deus e Senhor, tende piedade. Mais pra frente falaremos deles.
A Liturgia do dia deve ser estudada para escolher os outros cantos, como o canto de entrada, ofertório,
comunhão, ação de graças (se for conveniente) e “envio”.
Esses cantos devem ser selecionados levando-se em conta o Tempo Litúrgico e também a mensagem da
Litúrgica da Palavra e das antífonas do dia que você vai cantar.
1ª e 2ª Leituras
Salmo Responsorial
Evangelho
Antífonas do dia
Para ver as leituras, salmo e Evangelho, recomendo que você visite um dos dois sites:
Se você preferir, pode adquirir o livro Liturgia Diária ou Deus Conosco. Neles têm toda a liturgia do dia que
você precisa ver, inclusive as antífonas.
15
Aconselho também que você veja a homilia do dia. Dá pra encontrar homilias na internet. A minha
recomendação é que seja do Padre Paulo Ricardo (www.padrepauloricardo.org) e do Papa Francisco, claro.
Acredite, elas ajudam muito!
Outra informação que você pode procurar também é sobre o santo do dia. A Canção Nova tem um site que
fala um pouco sobre eles (http://santo.cancaonova.com/)
Talvez dê pra acrescentar alguma música que fale dos valores principais que lembram aquele santo, em
especial, no momento de “envio”. Mas muito cuidado com isso. É raro encontrar músicas desse tipo que
sejam litúrgicas.
Um erro muito comum é quando a celebração é sobre Nossa Senhora. Daí o grupo de canto escolhe todas
as músicas da Santa Missa que falam de Nossa Senhora. Mas esses cantos não se encaixam nas partes da
Santa Missa e por vezes nem são litúrgicas.
Nossa Mãe do Céu é muito amada e queremos sempre lembra-la em todos os momentos, mas a Santa
Missa é em Memória de Cristo e são os Mistérios de Cristo que devem ser celebrados e lembrados! Por
isso, avalie muito bem as músicas!
Cantos que falam de santos, em especial de Nossa Senhora, podem ser colocados na Celebração
Eucarística desde que sejam litúrgicos e se encaixem em cada momento da Santa Missa.
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PASSO #3: PARTES DA MISSA
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Vou começar este capítulo com uma pergunta: não é no mínimo curioso que alguém queira cantar a
Santa Missa sem ao menos conhecer as partes da Celebração Eucarística?
Como uma pessoa vai escolher uma música de comunhão, por exemplo, se ela não sabe o que deve
cantar no momento da comunhão? Se ela nem sequer entende o que é o momento da comunhão?
Conhecer cada parta da Santa Missa é de uma importância enorme. E não é só pra você que canta mas pra
todos nós católicos.
E você, Ministro da Música do Senhor, não pode deixar que a falta de conhecimento atrapalhe o
cumprimento da sua missão de evangelizador dentro da Santa Missa.
O despreparo não pode impedir você de exercer o seu Ministério com eficiência, responsabilidade e
fidelidade à Igreja de Cristo.
Pensando nisso, fiz um resumo bem legal do que você precisa saber para escolher os principais cantos para
cada parte da Missa, ok?
E, além disso, nesse resumo tem também várias outras informações importantes!
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CANTO DE ENTRADA
“A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembleia, introduzir no mistério do
tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros." (Missal Romano)19
Você tem 2 opções para compor o seu canto de entrada. Escolha 1 delas.
55
Cf. João Paulo II. Carta apostólica Dies Domini, n° 50, 31 de maio de 1998. AAS 90 (1998),
página 745.
Aqui você pode ver a importância em se conhecer a antífona de entrada, que é diferente para cada missa
celebrada.
Ela vai te ajudar a entender o tema litúrgico da missa que você vai cantar, além de ser uma peça chave na
composição do canto de entrada.
19
Referência [5]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, A) Ritos iniciais, página 37, n° 25.
18
E se você preferir escolher um canto conhecido pra não precisar compor, é a segunda opção da tabela
acima que te autoriza a fazer isso. E como a antífona de entrada te dá uma introdução do tema litúrgico,
ela vai também te auxiliar na escolha desse canto.
Mas veja bem, não é qualquer canto que pode ser levado para dentro da Celebração Eucarística e, até
mesmo, para dentro da Igreja.
E além de serem escolhidos de forma adequada para cada Celebração Eucarística, uma coisa super
importante é que os cantos de entrada, bem como todos os outros cantos para missa, devem ser litúrgicos
e aprovados pela CNBB.
ESTE CANTO PODE SER EXECUTADO POR 1 DAS TRÊS FORMAS SEGUINTES
(Instrução Geral do Missal Romano. Referência [e], página 70, n° 48)
19
SENHOR, TENDE PIEDADE
Trata-se de um “canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia." (Missal
Romano)20
Saiba que o canto Senhor, tende piedade jamais pode ser substituído por músicas de conteúdo
sentimentalista ou qualquer outra.
ESTE CANTO PODE SER EXECUTADO POR 1 DAS DUAS FORMAS SEGUINTES
(Instrução Geral do Missal Romano, página 73, n° 52)
20
Referência [5]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, A) Ritos iniciais, página 38, n° 30.
20
COMO O SENHOR, TENDE PIEDADE DEVE SER CANTADO?
(Instrução Geral do Missal Romano, página 73, n° 52)
Se repete 2 vezes cada aclamação. Mas ela pode ser repetida mais vezes “por
causa da índole das diversas línguas, da música ou das circunstâncias”.
Quando não for cantado, o Senhor, tende piedade deve ser recitado.
A primeira coisa muito importante que você deve se lembrar aqui é que o Ato Penitencial e o Senhor, tende
piedade são momento distintos. Eles correspondem a realidades diferentes durante a Santa Missa.
E um erro muito comum é substituir o Ato Penitencial pelo Senhor, tende piedade. De forma alguma isso
pode ocorrer.
O que a Igreja admite é a união desses dois momentos e não a substituição e um pelo outro.
Segundo o Sr. J. Aldazábal, que faz os comentários da Instrução Geral do Missal Romano21, o Senhor, tende
piedade “não é, primordialmente, penitencial, porém tem um tom de súplica, além do de aclamação”.
É por esse motivo que ele pode ser cantado ou rezado como parte do Ato Penitencial. E para que fique
tudo mais claro a seguir, vamos recordar como fazemos esse momento conforme a Instrução Geral do
Missal Romano22:
21
Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, A) Ritos iniciais, página 73,
comentário sobre o n° 52.
22
Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, A) Ritos iniciais, página 72, n° 51.
21
Agora, o que se faz quando se une o Ato Penitencial como o Senhor, tende piedade, é que no lugar da
realização da fórmula de confissão geral, canta-se uma música onde cada aclamação deve ser antecedida
por um “tropo”23, que, segundo o Sr. Aldazábal, é uma espécie de “intenção”.
E o momento integrado do Ato Penitencial com o Senhor, tende piedade, fica então com uma nova
sequência:
Eu já participei de inúmeras Missas em que, depois que o sacerdote nos convida ao Ato Penitencial, o
Ministério de Música canta: “Senhor, tende piedade de nós. Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende
piedade de nós”.
Terminando o canto, o sacerdote, depois da absolvição, passa para o próximo momento da Santa Missa,
como de costume.
A fórmula “Senhor, tende piedade de nós. Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós.”
deve ser usada só quando se faz os momentos do Ato Penitencial e Senhor, tende piedade separadamente.
Ao integrar o Ato Penitencial com o Senhor, tende piedade, você deve fazê-lo conforme previsto nos
documentos da Igreja, como foi mostrado acima, está bem? Então, muito cuidado com isso!
23
Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, A) Ritos iniciais, página 73,
comentário sobre o n° 52.
22
HINO DE LOUVOR
“O Glória, hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e
suplica a Deus Pai e ao Cordeiro." (Missal Romano)24
“O TEXTO DESTE HINO NÃO PODE SER SUBSTITUÍDO POR OUTRO” (Instrução Geral do Missal Romano)25
Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados.
nós vos louvamos, nós vos bendizemos, nós vos adoramos, nós vos glorificamos, nós vos
damos graças por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai.
Só vós sois o Santo, só vós, o Senhor, só vós, o Altíssimo, Jesus Cristo, com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
24
Referência [5]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, A) Ritos iniciais, página 38, n° 31.
25
Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, A) Ritos iniciais, página 73, n° 53.
23
ESTE HINO PODE SER ENTOADO (INICIADO) POR 1 DAS TRÊS FORMAS SEGUINTES
(Instrução Geral do Missal Romano, página 73, n° 53)
Pelo sacerdote
Pelo cantor
Pelo grupo de cantores
ESTE HINO PODE SER CANTADO POR 1 DAS TRÊS FORMAS SEGUINTES
(Instrução Geral do Missal Romano, página 73, n° 53)
Pela assembleia
Pelo grupo de cantores e o povo, de forma alternada
Pelo grupo de cantores
QUANDO ESTE HINO NÃO FOR CANTADO, ELE DEVE SER RECITADO POR 1 DAS DUAS
OPÇÕES A SEGUIR
(Instrução Geral do Missal Romano, página 73, n° 53)
24
ESTE HINO É CANTADO OU RECITADO NOS SEGUINTES DIAS
(Instrução Geral do Missal Romano, página 73, n° 53)
25
SALMO RESPONSORIAL OU
GRADUAL
O salmo responsorial é uma resposta à leitura, está diretamente ligado a ela. É normalmente retirado do
Lecionário e, de preferência, deve ser cantado.
Porém, “se o salmo não puder ser cantado, seja recitado do modo mais apto para favorecer a meditação
da Palavra de Deus”27.A CNBB, de forma mais clara e prática nos diz que “o salmo responsorial é o canto
mais importante da liturgia da Palavra, por isso, além do pré-requisito de uma boa voz, o(a) salmista
deverá executá-lo com o máximo de expressividade e clareza, numa atitude orante, como convém a todos
que exercem o ministério de proclamar a Palavra de Deus” (CNBB)28.
Além disso, “Evite-se quaisquer artifícios que venham dificultar a assembleia na compreensão do texto, por
exemplo, o uso de uma segunda voz ou contracanto” (CNBB) 29.
26
Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, B) Liturgia da palavra, página 79,
27
Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, B) Liturgia da palavra, página 79,
n° 61.
28
Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.3 Ministérios e serviços do canto, 3.3.6 O(a) salmista, página 49, n° 249.
29
Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.3 Ministérios e serviços do canto, 3.3.6 O(a) salmista, página 49, n° 250.
26
O SALMO É CANTADO/RECITADO POR UMA DAS DUAS FÓRMULAS A SEGUIR?
(Instrução Geral do Missal Romano, página 79, n° 61)
OBS.: Essa segunda forma, segundo o Sr. Aldazábal por meio da Instrução Geral do Missal
Romano, vale especialmente para o caso do salmo não ser cantado. Nesse caso, o salmista
pode recitar “de modo direto, sem intercalar a resposta quando não se canta, porque o
intercalar essa resposta sem canto não favorece o clima de meditação que aqui se pede”30.
A CNBB lembra também que em hipótese alguma a Igreja deve contratar cantores profissionais para dar
“show” na Celebração Eucarística porque isso “desmerece totalmente o trabalho das equipes de
celebração, além de transformar a própria celebração em mera formalidade “social”, sem significado
litúrgico verdadeiro, mais “comércio” que liturgia” (CNBB)31.
30
Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, B) Liturgia da palavra, página 79,
comentário sobre o n° 61.
31
Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.3 Ministérios e serviços do canto, 3.3.6 O(a) salmista, página 49, n° 251.
27
ACLAMAÇÃO ANTES DA
PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
“Tal aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, através do qual a assembleia dos fiéis acolhe o
Senhor que lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto.” (Instrução Geral do Missal
Romano)32.
E só pra te lembrar: não pode cantar aqui qualquer música só porque tem a palavra Aleluia. Siga as regras
exigidas pela Igreja, tá bem?
O Missal Romano nos dá 2 opções para que este canto seja executado. Uma quando na Santa Missa se
proclama apenas a primeira leitura e outra quando se proclamam as duas leituras da Liturgia da Palavra.
32
Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, B) Liturgia da palavra, página 80,
n° 62.
28
INÍCIO DO ALELUIA: APÓS A PRIMEIRA LEITURA
(Instrução Geral do Missal Romano, página 81, n° 63)
Obs.: O aleluia ou o versículo antes do Evangelho podem ser omitidos quando não são cantados.
29
CANTO DE OFERTÓRIO
“O canto de ofertório acompanha a procissão das oferendas e se prolonga pelo menos até que os dons
tenham sido colocados sobre o altar." (Missal Romano)33
Saiba que as normas de execução do canto de ofertório são as mesmas colocadas para o canto de entrada
e mesmo que não se tenha a procissão dos dons, ele pode ser cantado.
Você tem 2 opções para compor o seu canto de ofertório. Escolha 1 delas.
55
Cf. João Paulo II. Carta apostólica Dies Domini, n° 50, 31 de maio de 1998. AAS 90 (1998),
página 745.
33
Referência [5]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III – As partes da missa, C) Liturgia eucarística, página 43,
n° 50.
30
ESTE CANTO PODE SER EXECUTADO POR 1 DAS TRÊS FORMAS SEGUINTES
(Instrução Geral do Missal Romano. Referência [e], página 70, n° 48)
31
SANTO
“Para concluir o Prefácio da Oração Eucarística ou então para cantar o louvor de Deus na Celebração da
Palavra, o povo todo aclama o Senhor com as palavras que Isaías ouviu os Serafins cantarem no Templo, na
sua visão (Is 6, 3 e Mt 21, 9)" (CNBB)34
FÓRMULA DO SANTO
(Missal Romano, página 405, n° 5)
O Céu e a terra proclamam a vossa glória. Pleni sunt coeli et terra gloria tua.
Bendito o que vem em nome do Senhor! Benedictus qui venit in nomine Domini.
A CNBB35 nos dá orientações importantes para a execução desse canto. Veja só:
O ideal seria se o “Santo” estivesse no mesmo tom em que o Prefácio foi cantado.
Por este canto pertencer à comunidade toda, eventuais arranjos de vozes para o coro nunca
impeçam a participação do povo, mas antes a favoreçam e a reforcem.
34
Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.7 As aclamações, página 57, n° 303.
35
Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.7 As aclamações, página 57, n° 303.
32
Recomenda-se que o canto se atenha à própria Aclamação, sem se introduzir alterações no texto,
mediante paráfrases.
33
CORDEIRO DE DEUS
O Cordeiro de Deus “acompanha o partir do pão, antes de se proceder à sua distribuição. Não deve ser
usado como se fosse uma maneira de encerrar o movimento criado na assembleia durante o abraço da
paz." (CNBB)36
Início/fim: deve ser cantado durante a fração do pão e sua mistura no cálice
36
Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.8 Cantos do ordinário, página 59, n° 310.
37
Referência [4]. Capítulo VII – A escolha da missa e de suas partes, II. A escolha das partes da missa, página 211, n° 366.
34
ESTA SÚPLICA PODE SER CANTADA OU DITA EM VOZ ALTA POR 1 DAS DUAS FORMAS
(Instrução Geral do Missal Romano, página 95, n° 83)
Pelo cantor
Pelo grupo de cantores
Como já dito anteriormente, o Cordeiro de Deus é cantado durante a fração do pão e sua mistura no cálice.
Neste tempo, a invocação pode ser repetida quantas vezes for necessário. Mais o canto tem que terminar
com as palavras dai-nos a paz.
Além do mais, “o ritmo e o modo de execução sejam condizentes com o sentido de invocação e súplica,
próprio do canto do Cordeiro de Deus" (CNBB)38.
38
Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.8 Cantos do ordinário, página 59, n° 310.
35
CANTO DE COMUNHÃO
O canto de comunhão “exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra
a alegria dos corações e realça mais a índole “comunitária” da procissão para receber a Eucaristia”
(Instrução Geral do Missal Romano)39.
Você tem 4 opções para compor o seu canto de comunhão. Escolha 1 delas:
39
Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III. As partes da missa, C) Liturgia eucarística, página 99, n°
86.
36
QUANDO NÃO HOUVER CANTO DE COMUNHÃO, A ANTÍFONA QUE ESTÁ NO MISSAL
ROMANO DEVE SER RECITADA POR 1 DAS TRÊS OPÇÕES
(Instrução Geral do Missal Romano, página 99, n° 87)
Agora, veja algumas orientações muito importantes da CNBB a respeito desse canto de comunhão:
“O Canto de Comunhão visa, muito especialmente, a fomentar o sentido de unidade. É canto que
expressa o gozo pela unidade do Corpo de Cristo e pela realização do Mistério que está sendo celebrado.
Por isso, a maior parte dos hinos eucarísticos utilizados tradicionalmente na Adoração ao Santíssimo
Sacramento não é adequada para este momento, pois ressaltam apenas a fé na Presença Real, carecendo
das demais dimensões essenciais do Mistério da Fé. (CNBB)40
“O fato de a Antífona da Comunhão, em geral, retomar um texto do Evangelho do dia, revela a profunda
unidade entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística e evidencia que a participação na Ceia do
Senhor, mediante a Comunhão, implica um compromisso de realizar, no dia-a-dia da vida, aquela mesma
entrega do Corpo e do Sangue de Cristo, oferecidos uma vez por todas (Hb 7,27).” (CNBB)42
40
Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.9 Os cantos processionais, página 61, n° 314.
41
Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.9 Os cantos processionais, página 61, n° 315.
42
Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.9 Os cantos processionais, página 61, n° 316.
37
ORIENTAÇÕES FINAIS
E o que a Instrução Geral do Missal Romano43 prevê sobre o canto após a comunhão é o seguinte:
“Terminada a distribuição da comunhão, se for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em
silêncio. Se desejar, toda a assembleia pode entoar ainda um salmo ou outro canto de louvor ou hino.”
Já a CNBB44 nos informa que “a “Didaqué” - documento da segunda metade do primeiro século do
cristianismo, que recolhe instruções e práticas das Igrejas de então, testemunha o uso de uma ação de
graças após a comunhão. Sobretudo se durante o repartir do Pão Eucarístico houve música instrumental ou
canto polifônico do coro, um canto da assembleia em seguida poderia ser expressão apropriada de unidade
no Senhor Jesus.”
E nos diz ainda que “Este canto não é necessário, e às vezes nem desejável, quando já houve um Canto de
Comunhão, com participação do povo, que se prolongou por algum tempo após a distribuição do
alimento eucarístico. Recomenda-se, então, o silêncio sagrado, um momento de interiorização após a
movimentação ou exultação que poderá ter caracterizado a procissão de comunhão.” (CNBB)45
O canto final da Santa Missa, chamado também de canto de despedida ou “envio” não é de forma alguma
previsto no Missal Romano e nem na Instrução Geral do Missal Romano.
“Deve haver canto final?... Normalmente, não tem sentido. A reforma conciliar pôs o “Ide em paz” como
última fórmula da celebração, e seria ilógico um canto neste momento, pois a assembleia está dispensada.
O ideal seria o próprio “Ide em paz”, ou fórmula que lhe corresponda, ser cantado pelo diácono ou cantor e
respondido pelo canto da assembleia que se vai. Durante a saída do povo, o mais conveniente seria um
43
Referência [4]. Capítulo II – Estrutura, elementos e partes da missa, III. As partes da missa, C) Liturgia eucarística, página 100,
n° 88.
44
Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.11 Cantos suplementares, página 63, n° 320.
45
Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.11 Cantos suplementares, página 63, n° 320.
38
acompanhamento de música instrumental. Se em alguma ocasião parecer oportuno um “canto final”, por
exemplo o hino do Padroeiro ou Padroeira na sua festa, ou um hino em honra da Mãe do Senhor em
alguma de suas comemorações, que ele seja cantado com a presença de todo o mundo, logo após a
bênção, antes do “Ide em paz”.” (CNBB)46
46
Referência [1]. Capítulo 3 – Orientações pastorais, 3.4 O canto na liturgia, 3.4.11 Cantos suplementares, página 64, n° 324.
39
CONCLUSÃO
_________________________________
Agora que você leu esse e-Book, tenho certeza que está convencido de que não basta querer cantar a
Santa Missa escolhendo “mais ou menos” qualquer música bonita para a Celebração Eucarística.
Assumir a sua vocação requer muito mais que isso. É preciso ser fiel aos ensinamentos da Igreja, afinal,
suas normas estão aí para serem obedecidas. Imagine se todos pudessem fazer tudo conforme a sua
própria vontade dentro da Igreja?
Mas com esse material você poderá escolher e executar as músicas durante a Santa Missa com fidelidade
às orientações da Santa Igreja e com isso cumprir com o seu papel de Ministro da Música.
Com tudo o que eu coloquei nesse e-Book pra você, escolher corretamente as músicas para missa torna-se
uma tarefa simples.
Mas nem tudo que é simples é também fácil, não é mesmo? Principalmente para quem está iniciando
como Ministro da Música.
Apesar disso, se seguir todas as orientações da Igreja colocadas acima, você verá que valerá muito a pena.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
_________________________________
[1] Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), 1999. A música Litúrgica no Brasil. Um subsídio para
quantos se ocupam da música litúrgica na Igreja de Deus que está no brasil. Estudos da CNBB n° 79. Acesso
em 30 de janeiro de 2017. Disponível no site CNBB.
[2] Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), 2007. Canto e música na liturgia. Acesso em 30 de
janeiro de 2017. Disponível no site CNBB.
[3] Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia – Concílio Ecumênico Vaticano II. 4ª
Reimpressão, 2014. Editora Paulinas.
[4] Instrução Geral do Missal Romano – comentários de J. Aldazábal, 2012. Terceira edição. Editora
Paulinas.
[5] Missal Romano. Tradução portuguesa da 2ª edição típica para o Brasil realizada e publicada pela
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil com acréscimos aprovados pela Sé Apostólica. 18ª reimpressão,
2014. Editora Paulus.
41