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Livro de Formação

FORMAÇÃO PARA CERIMONIÁRIOS

Santuário Diocesano de São Miguel Arcanjo


Piquete-SP
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

PARTE 01 Introdução

PARTE 02 Estrutura da Santa Missa

PARTE 03 Vestes Litúrgicos

PARTE 04 Livros Litúrgicos

PARTE 05 Extras
1. Introdução
. O que é um Cerimoniário?
Cerimoniário é o ministro responsável pela organização das celebrações litúrgicas, entre elas a
Santa Missa. Para tal pode haver um, dois ou mesmo uma equipe de Cerimoniários, sendo um
deles o cerimoniário principal e os demais cuidam de partes específicas da celebração.

. Diferenças de Coroinhas, Acólitos e Cerimoniários


O Cerimoniário não difere apenas na divisão de funções, como pode, enganosamente,
aparentar. O cerimoniário, além da execução do rito, deve prepará-lo, contatando ministros
ordinários e extraordinários, equipe de música, liturgia e todos os que auxiliarão na Missa.
Deve saber previamente de tudo o que irá acontecer na celebração, para poder conduzi-la e
manter a ordem. Em primeiro lugar acompanha e serve o presidente da celebração da missa,
que tanto pode ser o bispo como o padre; em segundo lugar acompanha e serve o Diácono. Já
os coroinhas e acólitos, possuem funções determinadas, auxiliando no altar, e não possuem
tais responsabilidades.
Por essa citação dita é fácil notar a importância e responsabilidade que um cerimoniário
carrega. Isso porque é ele que deve manter a ordem e prezar pelo decoro da celebração
litúrgica. Tudo deve ser feito para tornar a cerimônia bela e harmoniosa.

. Importância
“Se a cerimônia é bela e tudo dá certo, parabéns ao Cerimoniário Principal. Se algo dá errado,
seja em qualquer aspecto, o Cerimoniário Principal é o responsável”
Padre Lorival
Por essa citação dita pelo nosso Pároco inúmeras vezes, é fácil notar a importância e
responsabilidade que um cerimoniário carrega. Isso porque é ele que deve manter a ordem e
prezar pelo decoro da celebração litúrgica. Tudo deve ser feito para tornar a cerimônia bela e
harmoniosa.
NÃO INTERPRETEM LITERALMENTE
. Divisão de Função
Em cada celebração litúrgica, cada cerimoniário assume uma função, devendo realizar os atos
próprios dela.
1. Principal: Também chamado de Mestre de Cerimônias ou Cerimoniário-mor, é responsável
pelo rito como um todo. Ele deve conhecer profundamente a liturgia e ter em mente como
será a celebração litúrgica, estudando antecipadamente o rito. Deve recepcionar os
sacerdotes, ajudá-los com suas vestimentas, conferir todos os objetos a ser utilizado, assim
como os livros litúrgicos, se comunicar com o ministério de música, equipe de liturgia,
diáconos, ministros, coroinhas e acólitos. Deve estar atento, durante o rito, ao celebrante.
Verificar se não está faltando nada para a missa, ter o conhecimento do que vai ser celebrado
juntamente com os demais, se tiver muita gente na missa verificar se não há a necessidade de
mais ambulas, se o microfone falhar buscar outro, ...
2. Auxiliar: É o cerimoniário responsável por organizar e conduzir as procissões, seja ela de
entrada, saída, internas ou externas à igreja, sempre ao lado direito. Organizá-los nos lugares,
acender e apagar as tochas, avisar os horários, manter o silencio deles. Auxiliar os coroinhas
na hora da credencia. Distribuir funções.
3. Librífero: É o responsável pelo Missal Romano e outros livros litúrgicos, se houver. Deve
arrumá-los antes da celebração de acordo com a Liturgia. Normalmente, segura o Missal
Romano para o presidente durante a Oração do Dia, Rito Eucarístico, Rito de Comunhão,
Oração após Comunhão e Benção Solene. O Missal também pode ser usado em outros
momentos se o Sacerdote necessitar.
4. Turiferário: É responsável pelo uso do turíbulo. Deve acender o carvão (entre 3 e 4 pedras
para cada momento). Utilizar-se-á o turíbulo durante a procissão de entrada, Evangelho,
ofertório, Consagração e procissão de saída. Deve ser utilizado na Benção do Santíssimo
Sacramento e pode ser utilizado em outras procissões. Deve sempre se posicionar ou ajoelhar
no meio (corredores, frente do padre, altar...) e não em laterais.

. Regras dos Cerimoniários

Atenção, Calma, Paciência, Educação, Humildade, Esperteza, Rapidez (agilidade), Postura,


Compromisso, Pensar no possível e impossível, Pensar no necessário, Pensar no que vem a
seguir, Saber se comunicar com o olhar, Jamais fechar os olhos, Não entrar na unção da Missa,
Se preocupar com o rito e beleza, Manter a sacralidade, Estar em comunhão com o ritual
romano.

1.1 Conceitos básicos

. Ano litúrgico (ou Calendário litúrgico)

O ano litúrgico é o período de doze meses, divididos em tempos litúrgicos, onde se celebram
como memorial os mistérios de Cristo, assim como a memória dos Santos. O ano litúrgico
começa no 1º Domingo do Advento (cerca de quatro semanas antes do Natal).

Tempo do Advento – possui duas finalidades: preparação para as solenidades do Natal e a


expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Inicia-se quatro domingos antes do
Natal e termina no dia 24 de dezembro. É um tempo de festa, mas de alegria moderada.

Tempo do Natal – é um tempo de fé, alegria e acolhimento do Filho de Deus que se fez
Homem. É a segunda festa mais venerável para a Igreja, após a Páscoa. O tempo do Natal vai
da véspera do Natal até o domingo depois da festa da aparição divina, em que se comemora o
Batismo de Jesus. No ciclo do 9 Natal são celebradas as festas da Sagrada Família, de Maria,
mãe de Jesus e do Batismo de Jesus.

Tempo da Quaresma – tempo de conversão, penitência, jejum, esmola e oração. Tempo de


preparação para a Páscoa do Senhor e dura quarenta dias. Nesse tempo não se diz o Aleluia
nem se colocam flores na igreja. Não deve ser usado muitos instrumentos musicais e não se
canta o Glória, para que a alegria seja expressada mais intensamente somente na Páscoa.
Inicia-se na Quarta-feira de Cinzas e termina na Missa na Ceia do Senhor (Quinta-feira Santa, à
tarde).

Tríduo Pascal – começa com a Missa da Santa Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, em que é
celebrada a Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio e comemora-se o gesto de humildade de
Jesus de lavar os pés dos discípulos. Na Sexta-feira Santa celebra-se a Paixão e Morte de Jesus
Cristo. É o único dia do ano que não tem Missa, acontecendo apenas uma Celebração da
Palavra chamada de “Ação ou Ato Litúrgico”. Durante o Sábado Santo, a Igreja não exerce
qualquer ato litúrgico, permanecendo em contemplação de Jesus morto e sepultado. Na noite
de Sábado Santo, já pertencente ao Domingo de Páscoa, acontece a solene Vigília Pascal.
Conclui-se então o Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa e
Sábado Santo, que prepara o ponto máximo da Páscoa: o Domingo da Ressurreição.

Tempo Pascal – a Festa da Páscoa ou Ressurreição do Senhor se estende por cinquenta dias
entre o Domingo de Páscoa e o domingo de Pentecostes, comemorando a volta de Cristo ao
Pai na Ascensão e o envio do Espírito Santo. Estas sete semanas devem ser celebradas com
alegria e exultação no Cristo Ressuscitado e crendo firmemente na vida eterna.

Tempo Comum – período sem grandes acontecimentos, que nos mostra que Deus se faz
presente nas coisas mais simples.. É o tempo da Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e
no trabalho pelo Reino. Esse tempo é dividido em duas partes: a primeira fica entre os tempos
do Natal e da Quaresma e é um momento de esperança e de escuta da Palavra onde devemos
anunciar o Reino de Deus; a segunda fica entre os tempos da Páscoa e do Advento e é o
momento do cristão colocar em prática a vivência do reino e ser sinal de Cristo no mundo (ser
sal na terra e luz no mundo). É um tempo privilegiado para celebrar as memórias da Virgem
Maria e dos Santos.

. Cores Litúrgicas

Branco – usado durante o Tempo Pascal e Natal do Senhor, bem como em suas festas e
memórias, exceto as da Paixão, nas festas e memórias da Bem-Aventurada Virgem Maria, dos
Santos Anjos, dos Santos não Mártires, na Festa de Todos os Santos (1º de novembro), na
Natividade de São João Baptista (24 de junho), na Festa de São João Evangelista (27 de
dezembro), da Cátedra de São Pedro (22 de fevereiro) e da Conversão de São Paulo (25 de
janeiro). O branco é o símbolo da luz, tipificando a inocência, pureza, alegria e glória.

Vermelho – usado no Domingo de Ramos e na Sexta-feira Santa; no Domingo de Pentecostes,


nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas dos Apóstolos e Evangelistas (com exceção de
São João) e nas celebrações dos Santos Mártires. Simboliza as línguas de fogo em Pentecostes
e o sangue derramado por Cristo e pelos Mártires, além de indicar a caridade inflamante.

Verde – usado durante o Tempo Comum. Simboliza a cor das plantas e das árvores,
prenunciando a esperança da vida eternas.

Roxo – usado no Tempo do Advento e da Quaresma. Também pode ser usado nas Missas
pelos mortos. Significa penitência, aflição e melancolia.

Preto – usado na celebração do Dia dos Fiéis Defuntos nas Missas dos Fiéis Defuntos. Símbolo
de luto, significando a tristeza da morte e a escuridão do sepulcro.

Rosa – usado no 3º Domingo do Advento (Gaudete) e no 4º Domingo da Quaresma (Lætare).


Representa uma quebra na austeridade do Advento e da Quaresma, simbolizando uma alegria
contida. Opcionalmente, pode-se utilizar o roxo nestes dias.

Azul – cor litúrgica não é prevista na Introdução Geral do Missal Romano (IGMR). É uma cor
opcional para as Festas e Solenidades da Santíssima Virgem. Dourado e prateado – cores
também não previstas na IGMR, mas que podem ser utilizadas no lugar do branco, vermelho
ou verde.

2. Estrutura da Santa Missa

. Ritos Iniciais
 Procissão de entrada
 Saudação trinitária ou inicial
 Ato Penitencial (Kyrie)
 Hino de Louvor
 Oração do dia (Coleta)

. Liturgia da palavra
 Leituras
 Salmo responsorial
 Canto de aclamação
 Evangelho
 Homilia
 Profissão de fé (Credo)
 Oração universal
. Liturgia Eucarística
 Ofertório
 Preparação das Oferendas.
 Oração sobre as oferendas
 Oração Eucarística
 Prefácio
 Santo
 Consagração
 Comunhão

. Ritos finais:
 Avisos à comunidade
 Outros – sorteio aniversário...
 Bênção
 Procissão de saída

Nas procissões de entrada e saída, obedece-se a ordem:

 Auxiliar do lado direito alguns passos à frente


 Turiferário ao centro e naveteiro à esquerda
 Cruciferário e tocheiros
 Coroinhas e acólitos
 Leitores
 Ministros
 Seminaristas
 Diáconos
 Concelebrantes
 Presidente
 Principal à esquerda e auxiliar à direita
Mitrífero e baculífero (se presidida pelo Bispo)

3. Vestes e Objetos litúrgicos


Túnica: é um manto geralmente branco, longo, que cobre todo do corpo. Lembra a
túnica de Jesus.
Alva: Veste litúrgica comum dos ministros ordenados parecida com a túnica (aberta na
gola)
Estola: é uma faixa vertical para sacerdotes e transversal para diáconos, separada da
túnica. Sua cor varia de acordo com a liturgia do dia. Representa o poder sacerdotal.
Casula: vai sobre todas as vestes. É uma veste solene, que deve ser usada nas missas
dominicais e dias festivos. A cor também varia conforme a liturgia do dia.
Amito: é um pano branco que envolve o pescoço do celebrante.
Cíngulo: é um cordão que prende a túnica à altura da cintura.
Capa: Usada pelo sacerdote sobre os ombros durante as procissões, no casamento, no
batismo e bênção do Santíssimo. Também conhecida como CAPA PLUVIAL ou CAPA DE
ASPERGE.
Véu umeral: manto utilizado sobre os ombros durante a Bênção do Santíssimo
Sacramento
Batina
Sobrepeliz
Faixa
Dalmática: aberta dos lados, tem as mangas largas e curtas. A cor varia de acordo com a
liturgia. É semelhante a uma casula. Comumente utilizada por diáconos.
Solidéu: pequena calota utilizada na cabeça. Significa “somente para Deus” o Preto para
padres, pretos com frisos violáceos para monsenhores, inteiro violáceo para os bispos,
vermelho-carmesim para os cardeais e branco para o papa.
Barrete: veste quadrangular que geralmente contém um pompom utilizada por cima do
solidéu.
Vimpas: manto utilizado para segurar as insígnias episcopais
Mitra: símbolo da autoridade e dignidade do Bispo. Formada por duas partes,
denominadas cúspides, em formato aproximado de pentágono, e por duas faixas
suspensas na parte traseira inferior, denominadas ínfulas.
Báculo: simboliza o papel do pastor do rebanho divino. O Bispo pode usá-lo em território
sob sua jurisdição ou com o consentimento do Bispo local. Ele o segura com a parte
recurvada voltada para o povo.

4. Livros Litúrgicos
Missal Romano: apresenta o rito da Santa Missa, com grande variedade de introduções
para cada parte da celebração e para diversos tempos litúrgicos. Lecionários:
o I – Dominical: é o livro onde ficam a 1ª leitura, Salmo responsorial, 2ª leitura e
Evangelho dos domingos. É dividido em ano A, B e C. No ano A leem-se as leituras do
Evangelho de São Mateus; no ano B o de São Marcos e no ano C o de São Lucas. O
Evangelho de São João é reservado para ocasiões especiais, principalmente as grandes
festas e solenidades.
o II – Semanal: é o livro onde ficam a 1ª leitura, Salmo responsorial e Evangelho dos dias
da semana.
o III – Santoral: é o livro formado pelas leituras, salmo e Evangelho específicas para os
dias dos Santos, para diversas necessidades e votivas. São leituras diferentes do normal.
o IV – Pontifical: Possui leituras, salmo e Evangelho para celebrações como Confirmação,
Ordenação de Bispos, Presbíteros e Diáconos, instituição de leitores e de acólitos e de
admissão entre os candidatos à Ordem Sacra, bênção de abade e abadessa, Consagração
das Virgens, profissão religiosa, dedicação de Igreja e de Altar.
Evangeliário ou Livro dos Evangelhos: contém apenas o texto dos Evangelhos dos
domingos e de solenidades.
Livro de Altar: é o livro que contém os Prefácios e Orações Eucarísticas. É utilizado para
auxiliar quando existe a presença de concelebrantes.
Cerimonial dos Bispos: contém a liturgia episcopal em geral.
Ritual de bênçãos
Ritual de Matrimônio
5. Extra
Em geral os deveres dos cerimoniários são:
- Preparar e conferir antes da celebração se tudo está bem-disposto em seus lugares
(sacristia, credência, altar,...).
- Nas funções sagradas cuidará de todos, mas especialmente do Celebrante e ministros
sagrados, a fim de que todos cumpram as rubricas com fidelidade e exatidão.
- Deve indicar com modéstia (com um sinal ou com a voz) quando e como um ministro
deve executar uma função.

Por isso, apesar de assinalarmos algum lugar mais indicado, na verdade não tem lugar
fixo, pois deve estar onde sua presença é necessária para a perfeita execução das
cerimônias.

São funções de o cerimoniário:


- Organizar as procissões sejam elas de entrada de saída, ou ainda procissões externas à
Igreja.
- Também pôr e depor as insígnias episcopais (báculo e mitra), bem como o solidéu.
- Também acompanhar o sacerdote celebrante nas incensações do altar, das oblatas, da
cruz, círio pascal e imagens, caso não haja diáconos na celebração.
- É ainda função do cerimoniário saber marcar o Missal Romano.

. Regras Gerais:

Nunca deixar o padre esperando.


Nunca olhar para o povo, rir, conversar sem necessidade ou se deixar distrair durante o
serviço.
Não se abane, não balance as mãos ou os pés, não dê as mãos aos demais, em nenhum
momento.
Não saia do presbitério sem motivo.
Manter as posturas durante toda a Missa.

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