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Manual do Utilizador — PHP

João Torres
March 2022

1 Introdução
1.1 O que é o PHP
PHP é uma das linguagens de programação mais populares para desenvolvi-
mento backend.
É uma linguagem de script server-side de uso geral que é especialmente
adequada para desenvolvimento backend.
PHP originalmente significava Personal Home Page. Agora, significa PHP
Hypertext Preprocessor.
O PHP foi criado por Rasmus Lerdorf em 1994. Atualmente é mantido pela
Equipa de Desenvolvimento do PHP. É um projeto de código aberto que conta
com mais de 850 colaboradores no GitHub.

1.2 Como instalar


Para começar a desenvolver em PHP, terá que instalar o seguinte software:

• PHP. O PHP é multiplataforma e pode ser executado em todos os prin-


cipais S.O.: Linux, Windows e macOS. Instale a versão estável atual do
PHP 8.1. O PHP 8.x adiciona muitos novos recursos sobre as versões
7.x e 5.x. Muita coisa foi amplamente reescrita, e o PHP agora é ainda
mais rápido que as versões mais antigas, contém muitos recursos novos e
otimizações. Atenção que a versão PHP 7.3 já está em “End of Life” por
isso deve atualizar o PHP caso esteja a usar esta ou uma versão anterior
do PHP.
• Um servidor web que seja suportado pelo PHP caso a tua intenção seja
fazer server-side scripting. Podes usar PHP com todos os principais servi-
dores web, como Apache, Nginx, OpenBSD httpd(fork do Apache).

• Um servidor de base de dados caso necessário. Uma caracterı́stica notável


do PHP é que ele suporta muitas bases de dados, incluindo MySQL, Post-
greSQL, MS SQL, db2, Oracle Database, MongoDB, MariaDB(fork do
MySQL).

1
• Editor de texto ou IDE à escolha do freguês. Vim, Emacs, PhpStorm são
exemplos.
Depois terás que configurar todo o software de modo a funcionem juntos.
Ou então, instalas algo como o XAMPP, um pacote de software completo
que incluı́ PHP, um servidor web e um servidor de base de dados. XAMPP é
um dos ambientes de desenvolvimento PHP mais populares. É fácil de instalar e
vem com o PHP, Apache e MariaDB já configurados. Tem suporte para Linux,
Windows e MacOS.

1.2.1 Servidor web integrado


Com PHP 5.4 ou mais recente, podes começar a aprender PHP sem instalar e
configurar um servidor web completo. Para iniciar o servidor, execute o seguinte
comando do seu terminal no diretório onde queres que seja a raiz do teu servidor
web:
1 $ cd / caminho / para / DocumentRoot
2 # php -S localhost :8000

Leia mais sobre o servidor web integrado em:


http://php.net/features.commandline.webserver

1.3 Hello World!


Para testar se o PHP foi bem instalado, crie um ficheiro com a extensão .php e
com o seguinte conteúdo:
1 <? php
2
3 echo " Hello World !\ n " ;

Agora, executa o script:


1 $ php hello . php

Deverá aparecer o output. Agora vamos fazer o mesmo mas num web
browser.

2
No seu DocumentRoot(se usas Apache está especificado no httpd.conf, se
usas nginx verifica o diretivo root no ficheiro do diretório sites-available/) cria
outro ficheiro PHP:
1 <! DOCTYPE html >
2 < html lang = " en " >
3
4 < title > teste PHP </ title >
5
6 <p > <? php echo ’ Hello , World ! ’; ? > </p >
7
8 <div >
9 <? php
10
11 phpinfo () ;
12
13 ?>
14 <\ div >

Antes de mais, sim, podes escrever HTML dentro de um ficheiro PHP, aliás,
podes escrever qualquer coisa num ficheiro PHP, o código PHP que será entreper-
tado tem que estar dentro das tags <?php(para abrir) e ?>(para fechar), o
resto é texto puro e que, no caso do HTML, o web browser vai analisa-lo de
modo a construir uma árvore DOM depois do código PHP ser processado.
Exprimenta ver o que fizeste, visita http://127.0.0.1/hello.php (troque o IP
se não estiver a usar o localhost). Lembra-te de especificar a porta se necessário.
Usas o echo para a saı́da de uma ou mais strings.
Outra forma comum de usar o echo é com “short open tag” (<?=).
1 // Estas 2 linhas resultam na mesma coisa
2
3 <? php echo " Hello , World !\ n " ;? >
4 <?= " Hello , World !\ n " ? >

Também existe o print que como o echo imprime um string no ecrã, mas
apenas uma, e retorna sempre 1.
1 <?
2
3 $printReturn = print " Hello , World !\ n " ;
4
5 # output : Hello , World !
6 // Tambem guardamos o retorno do print na variavel printReturn
7
8 echo $printReturn , " <- retorno do print \ n " ;
9
10 # output : 1 <- retorno do print
11
12 ?>

No exemplo acima usamos short open tag sem ser para o echo (<? e ?>).
Para isso é necessário defenir o diretivo “short open tag” no php.ini para “On”.
Isto não afeta a abreviação <?=. Não deves usar isto em conjunto com XML
para usar o prólogo <?xml ?>.
Também usamos no exemplo a função phpinfo() que imprime informação
sobre a configuração do PHP.

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2 PHP Básico
2.1 Sintaxe (Syntax)
Como já viste, para escrever PHP é necessário abir a tag PHP (<?php). Depois
se quiseres escrever algo que não PHP, deves usar a tag para fechar (?>)
A tag para fechar pode ser omitida caso o ficheiro seja exclusivamente só
PHP.
PHP é case sensitive em alguns casos, em outros não.

• Chamadas de funções NÃO são case sensitive;


• Keywords(constructs) como if, elseif, else, switch, while, do, etc... NÃO
são case sensitive;

• true e false NÃO são case sensitive;


• Funcões e classes NÃO são case sensitive;
• Variáveis são case sensitive.

O código PHP é constituido por expressões(statements). São intrucões de


código, como defenir uma variável por exemplo. No PHP cada expressão termina
com “;” que vai dizer que a expressão acaba ali e que pode começar outra. O
“;” pode ser omitido se for a última expressão do bloco da tag PHP.
Também dá para criar um composto de expressões usando “” e “” criando
um bloco de comandos.
No PHP espaços e quebras de linhas não modificam de forma nenhuma o
código.

2.2 Variables
Servem para guardar qualquer valor, numbers, texto, arrays, objetos...
Uma variável tem um nome e um valor associado. Para defenir uma variável
use esta syntax:
1 $variableName = value ;

4
Tens que seguir estas regras:

• o nome da variavel tem que começar com “$”;

• o primeiro caracter depois do “$” tem que ser uma letra de a-z ou um
underscore ( );
• o resto dos caracteres podem ser letras de a-z, algarismos de 0-9 ou un-
derscore ( ).

Para veres o valor de uma variável podes usar o echo.


Ficheiro /index-view.php:
1 <! DOCTYPE html >
2 < html lang = " en " >
3 < head >
4 < meta charset = " UTF -8 " >
5 < meta name = " viewport " content = " width = device - width , initial -
scale =1.0 " >
6 < title > <?= $title ? > </ title >
7 </ head >
8 < body >
9 <h1 > <?= $title ? > </ h1 >
10 </ body >
11 </ html >

Ficheiro /index.php:
1 <? php
2
3 $title = ’ Titulo muito fixe ’;
4 require ’/ index - view . php ’;
5
6 /* *
7 * O require serve para incluir o c d i g o do de um ficheiro ( neste
caso o
8 * index - view . php ) no ficheiro atual ( index . php ) .
9 */

Misturar PHP com HTML tornará o código insustentável, especialmente


quando o projeto cresce. Para evitar isso, podes separar o código em arquivos
separados.
O ficheiro index.php vai ter a lógica e o ficheiro index-view.php o que é
visual.
Assim separas o código responsável pela lógica e o código responsável pela
exibição do ficheiro. Chama-se separation of concerns(separação de interesses)
(SoC).
Uma boa prática também é declarar novos sı́mbolos (classes, funções, con-
stantes, etc.) e executar lógica com efeitos colaterais como gerar output, conectar-
se a serviços externos, emitir erros ou exceções, etc... em ficheiros separados.

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2.3 Comentários
Os comentários são partes importantes do código, fornecem documentação útil
que ajudarão desenvolvedores a entender o significado do código e o porquê de
estar o lá.
Comentários são ignorados pelo intrepertador PHP.
Existem comentários de uma linha e multi-linha. Que já foram usados em
exemplos de código anteriormente.
Um comentário de uma linha começa com “” ou a barra dupla (//). O resto
do texto após o “//” ou “” é ignorado pelo interpretador PHP.
Um comentário de multi-linha começa com “/*” e termina com “*/”.
Não use comentários para tudo.
Exemplos de comentários maus:
1 <? php
2
3 $ncp = " Joao Torres " ; // Nome Completo da Pessoa
4 $ n o m e C o m p l e t o P e s s o a = " Joao Torres " ;
5
6 /* *
7 * na primeira criacao de variavel foi preciso um comentario para
dizer de que se trata a variavel .
8 * As linguagens de programacao foram feitas para os humanos
conseguirem
9 * ler " linguagem de computadores " sem ser perciso que outra pessoa
10 * traduza o seu codigo
11 *
12 * na segunda criacao de variavel o codigo auto explica - se . Nao foi
perciso comentario
13 */

1 <? php
2
3 // Aqui n s criamos um v a r i v e l
4 $ n o m e C o m p l e t o P e s s o a = " Joao Torres " ;
5
6 /* *
7 * O comentario e totalmente desnecessario . As pessoas que estao a
ler
8 * isto ja sabem que aquilo e a criacao de uma variavel
9 *
10 * O comentario nao deve explicar o que algo faz mas sim o porque
11 * de estar la
12 */

2.4 Constantes
É um nome que contém um único valor constante que não pode ser alterado
durante a execução do script PHP.
Para definir uma constante, usas a função define(). A função define() recebe
o nome da constante como primeiro argumento e o valor da constante como
segundo argumento.

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Por convenção, os nomes das constantes são TUDO em maiúsculas e palavras
divididas por underscore. Nomes de constantes são case-sensitive.
Estes não começam com “$”.
O valor pode ser um numero, uma string, um boolean ou um array.
Podem ser acessadas constantes de qualquer lugar no script como variáveis
superglobais.
Existe ainda outra maneira de definir uma constante através da keyword
const.
A difrença entre o define() e o const é que, define() é uma função enquanto o
const é uma keyword. Isso significa que a função define() define uma constante
em tempo de execução, enquanto const define uma constante em tempo de
compilação.
O define() permite criar o nome da constante a partir de uma função.
1 <? php
2
3 const CONST_TEST = " hello " ;
4 define ( strtoupper ( CONST_TEST ) , " Hello World ! " ) ;
5
6 echo HELLO ;
7
8 # s a d a : Hello World !

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