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Estudante: 7ºAno/Turma:________

Educadora: Suzana Borges C.Curricular: Português Data: _____/_____/_____

Crônica de humor

O homem trocado - Luis Fernando Veríssimo


O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do
seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.
- Tudo perfeito - diz a enfermeira, sorrindo.
- Eu estava com medo desta operação...
- Por quê? Não havia risco nenhum.
- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos...
E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário e ele
foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com
olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, pois o
pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê chinês.
- E o meu nome? Outro engano.
- Seu nome não é Lírio?
- Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e...Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo
castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O
computador se enganara, seu nome não apareceu na lista.
- Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês passado tive que pagar mais
de R$ 3 mil.
- O senhor não faz chamadas interurbanas?
- Eu não tenho telefone!
Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes.
- Por quê?
- Ela me enganava.
Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não fazia. Até tivera uma
breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:
- O senhor está desenganado.
Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite.
- Se você diz que a operação foi bem...
A enfermeira parou de sorrir.
- Apendicite? - perguntou hesitante.
- É. A operação era para tirar o apêndice.
- Não era para trocar de sexo?

AGORA É A SUA VEZ


A seguir, você vai ler o início de três histórias diferentes. Em todos eles existe uma situação geradora de
humor. Escolha um deles e dê continuidade à narração, criando uma crônica de humor.

Um homem foi procurar uma vidente. Ela leu a sua mão, em silêncio. Depois espalhou as cartas na sua
frente e as examinou longamente. Finalmente olhou a bola de cristal. E concluiu:
_ Você vai morrer num lugar com água.
(Luiz Fernando Verissimo)

A jovem senhora estava colocando as suas meias fumê, vestindo-se para ir a um jantar, quando ouviu
um barulho na sala. Distraída, assim mesmo como se encontrava, no trajes mais íntimos, foi até lá ver o que era.
Foi aí que deu com o homem sentado no sofá. Ela arregalou os olhos de espanto, ficou embatucada, olhando
para o homem, mas este nem ao menos se preocupou com o seu susto. Continuou sentado no sofá. Ela ,logo que
teve forças, correu para o quarto, trancou a porta e telefonou para a amigo.
(Stanislaw Ponte Preta)

Morando sozinha e indo à cidade em um dia de festa, uma senhora de Ipanema teve a sua bolsa roubada,
com todas as suas joias dentro. No dia seguinte, desesperada de qualquer eficiência policial, recebeu um
telefonema:
_ É a senhora de quem roubaram a bolsa ontem?
_Sim.
_ Aqui é o ladrão, minha senhora.
(Paulo Mendes Campos)

Ao escrever sua crônica de humor, siga estas instruções:


As personagens principais já estão definidas nos inícios dados, mas você pode criar outras, se quiser.
Veja se há indicação do lugar onde ocorrem os fatos. Se não houver, imagine-o. Procure ir além dos fatos,
narrando-os com sensibilidade e humor. Para dar mais dinamismo à narrativa, utilize o discurso direto. Conduza
a narração de maneira a envolver o leitor, despertando nele o interesse pela leitura e a vontade de chegar ao
final dela. Guarde para o fim uma surpresa que faça o leitor achar graça. Escreva de forma simples e direta,
procurando proximidade com o leitor, e empregue em seu texto a variedade padrão informal ou outra, de acordo
com as personagens envolvidas.
Faça um rascunho e só passe seu texto a limpo depois de realizar uma revisão cuidadosa. Refaça o texto
quantas vezes forem necessárias.

OBS. Observe se a crônica relata um episódio engraçado e se apresenta um final surpreendente, capaz de
provocar humor; se há nela os elementos narrativos básicos; se o texto ficou curto e leve e se diverte e/ou
promove uma reflexão crítica sobre o assunto; se a linguagem empregada está adequada ao gênero e ao
contexto.
Mínimo 20 e máximo 30 linhas.
O rascunho deve esta grampeado junto à folha definitiva.

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