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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distância de Cuamba

Tema: Ética nas relações pessoais no ambiente de trabalho

Estudante: Ivone Maria Jafete Naife


Código: 708153188

Curso: Licenciatura em Gestão Ambiental


Disciplina: Ética Profissional
Ano de Frequência: 4º Ano
Docente: Wilson Moçambique

Cuamba, Julho de 2022


Índice
1.Introdução...........................................................................................................................................3
1.1Objetivo Geral...................................................................................................................................3
1.2 Objetivo Especifico..........................................................................................................................3
2.A CONDUTA ÉTICA NO TRABALHO............................................................................................3
2.1 DEFINIÇÕES DE ÉTICA................................................................................................................5
2.2 A ÉTICA NAS RELAÇÕES DE TRABALHO...............................................................................6
2.3 ESTRATÉGIAS PARA MELHOR APLICAÇÃO DA ÉTICA NO AMBIENTE DE TRABALHO.
............................................................................................................................................................... 9
2.4 A RELEVÂNCIA DA ÉTICA NO AMBIENTE DE TRABALHO...............................................10
3.CONCLUSÃO..................................................................................................................................11
4.Referências Bibliográficas.................................................................................................................12

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1.Introdução
Esse estudo tem por objetivo analisar a relevância da ética no ambiente de trabalho. Para atingi-
lo, foram identificados os seguintes objetivos específicos: analisar conduta ética no trabalho,
seguindo padrões e valores tanto da sociedade, quanto da própria organização; apresentar
estratégias para a melhor aplicação da ética no ambiente de trabalho; demonstrar que não basta
apenas estar em constante aperfeiçoamento para conquistar credibilidade profissional é preciso
assumir uma postura ética dentro de uma organização.

Ao longo da história da humanidade, a ética foi entendida como sendo parte integrante do
pensamento filosófico, com os filósofos buscando estabelecer, cada um em sua época,
pressupostos e princípios voltados à compreensão da moral e da ética. Desse modo, é possível
asseverar que a ética é parte significativa em todas as relações evidenciadas entre as pessoas,
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quer na sociedade, quer no desempenho das profissões.

A evolução dos princípios éticos se deu acompanhando a evolução da humanidade, revelando


caráter único para a conduta humana. É, pois, através da ética que o ser humano define o que é
bom e correto e o que deve assumir, com vistas ao bem comum.

No ambiente de trabalho, contudo, não raras são as constatações de que existem muitos que
ainda não sabem diferenciar o que é certo do que é errado, revelando, assim, desrespeito à ética,
não se adotando a postura que se espera que todo profissional assuma. É fato, porém, que a falta
de ética nas relações no trabalho não é fenômeno novo, sendo possível afirmar que ele é tão
antigo quanto o trabalho ou as próprias definições da ética.

1.1Objetivo Geral
 Analisar a Ética nas relações pessoais no ambiente de trabalho
1.2 Objetivo Especifico
 Avaliar como a Ética nas relações pessoais no ambiente de trabalho

 Distinguir como ética ajuda nas relações pessoais no ambiente de trabalho

 Dar uma profunda reflexão o tema em destaque

2.A CONDUTA ÉTICA NO TRABALHO


De acordo com Vasques (1999), o ser humano é um animal racional, cuja distinção dos demais é
feita pela fala e pela inteligência, sendo, também, definido como um ente material capaz de
interagir o tempo todo com o meio ambiente no qual se encontra inserido, tendo, ainda,
habilidades para transformá-lo, sendo por ele também transformado.

Lisboaet al (1997, p. 16) faz uso da afirmação axiomática “O homem é um animal social por
natureza” ao se referir ao homem, definindo-o em poucas palavras como alguém que não pode
viver isoladamente. Por esta razão, em toda a sua existência, ele busca viver em sociedade, que
é definida por Lisboaet al (1997, p.16) como sendo a “integração verificada entre duas ou mais
pessoas, que somam esforços para que determinado objetivo seja alcançado”.

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Conforme Alencastro (2010), ocorrem diferentes relações entre variados tipos de pessoas, que
podem se dar por motivos igualmente diversos, tais como, por exemplo, os seguintes: por
escolha, como no caso da religião ou do time de futebol para o qual se vai torcer; por natureza,
no caso das famílias; por imposição, no caso das Forças Armadas, nas quais os homens devem
se alistar aos 18 anos.

Ressalta ainda o autor que existem muitos micro sociedades interligadas em um contexto de
uma sociedade muito maior, que abrange todos os habitantes da terra. Cada indivíduo, porém,
bem como cada microsociedade e a sociedade de um modo geral tem objetivos específicos que,
por vezes, podem sofrer oposição. Para que não se desenvolvam conflitos, é necessário
encontrar um ponto de entendimento para que se possa promover o desenvolvimento da
sociedade de um modo geral (ANDRADE; ALYRIO; BOAS, 2006).

Conforme Alencastro (2010, p. 29), as coletividades humanas originam ao que é comumente


denominado cultura, assim compreendido “tudo aquilo que caracteriza a existência social de um
povo ou nação, ou então de grupos no interior de uma sociedade”. Para Chaui (2001), toda
cultura na qual o indivíduo se encontra inserido influencia de certa forma a sua personalidade, já
que ele vai agregando os valores essenciais que nela estão contidos, instituindo, também, uma
moral, assim concebidos os valores relativos ao bem e ao mal, ao que é permitido e ao que se
tem como proibido, e à conduta correta, que possui validade para todos os seus membros,
indistintamente. No entanto, é que certo que, nem sempre, conforme Sá (2005), as pessoas
seguem as regras vigentes no seio social, suplantando muitas vezes os interesses individuais
para sobressair o interesse da coletividade, criando conflitos entre a sociedade e o indivíduo,
ocasionando consequências para este ou para ambas as partes.

Segundo Alencastro (2010), um indivíduo estabelece os valores a seu próprio respeito e sobre os
outros por meio da convivência social, criando, assim uma dimensão ética, que abrange os
princípios por ele formulados sobre o que é certo e o que é errado, contemplando as ações dele
mesmo e de cada indivíduo a seu redor. Habitualmente, tem-se as ações do indivíduo como
reflexos de suas crenças, embora estas também possam divergir do que se crê e, até mesmo,
daquilo que se deve fazer.

Nesse capítulo, o propósito é tecer considerações gerais sobre a conduta ética no trabalho. Para
tanto, serão, inicialmente, apresentadas definições dadas na literatura para o termo “ética”,

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2.1 DEFINIÇÕES DE ÉTICA
Segundo Aranha (2009), as pessoas valoram constantemente as coisas e outras pessoas. Tais
valores, de acordo com a autora, podem ser unitários, lógicos, afetivos, estéticos, religiosos,
económicos éticos.

Para Sá (2005, p. 17), uma definição para o termo ética seria de “ciência da conduta humana
perante o ser e seus semelhantes”. Arruda, Whitaker e Ramos (2003), por sua vez, defendem
que a ética consiste no estudo do comportamento humano no âmbito de uma dada sociedade,
tendo como objetivo o estabelecimento de normas que possam garantir a convivência pacífica
em sociedade e entre elas. Nesse contexto, segundo os autores, a ética seria o ramo da ciência
que busca investigar os valores e códigos morais que subjugam os indivíduos, abrangendo,
também, os comportamentos individuais conforme a moral que é inserida em determinada
sociedade, durante o decurso de um período histórico. É sob esta perspectiva, ainda segundo os
autores, que ética e moral se correlacionam, mas não se confundem.

Para Vásquez (1999), os problemas éticos tem a generalidade como característica. Desse modo,
conforme o autor, é possível dizer aos indivíduos em que consiste um comportamento ético a
partir das normas, revelando-se o comportamento bom como aquele que faz parte do
procedimento moral concreto vigente em sociedade, do qual o indivíduo é adepto. Para esse
autor, diante de um caso concreto, o problema que surge sobre o que fazer é um problema de
ordem prático moral e não se refere a um problema teórico-ético. O caráter ético, conforme
Arruda (2002), somente se mostra quando é estipulado para o indivíduo o que é tido como bom,
destacando o que seria considerada essência do comportamento moral, não importando outras
formas de comportamento humano, tais como de religião, política, artístico, trato social, dentre
outros.

Diante desse quadro, é possível contemplar a ética como um aspecto científico da moral, já que
tanto esta como aquela abrangem a história, a filosofia, a psicologia, a política, a religião, o
direito, e toda estrutura existente em volta do ser humano. Tal situação, de acordo com Andrade,
Alyrio e Boas (2006), faria com que o termo “ética” passasse a necessitar de uma forma correta
para se fazer o seu emprego, que fosse imparcial, de tal modo que se constituiria em um
conjunto de princípios voltados para o direcionamento de uma maneira de bem viver, tanto
consigo mesmo, como em sociedade. Nesse contexto, na visão de Arruda (2002), se
vislumbraria outra característica da ética, que seria a universalidade, opondo-se, assim, à moral,
que está na esfera do indivíduo, de sociedades ou comunidades, não apresentando nivelamento

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entre as pessoas, mas, antes, variando de sujeito para sujeito.

Além das considerações já feitas, que contrapõem ética e moral, é possível, ainda, identificar a
seguinte: a moral possui caráter prático imediato, já que se revela como parte integrante da vida
cotidiana dos indivíduos em sociedade, sendo considerada não somente por se tratar de um
conjunto de normas e regras regentes da existência humana, que dá os direcionamentos sobre o
que fazer e o que deixar de fazer. Tal constatação se dá, também, porque ela se faz presente no
discurso diário, influenciando as opiniões e juízos das pessoas. Desse modo, a noção do que
seria o imediato surge em razão da utilização contínua (ARRUDA; WHITAKER; RAMOS,
2003).

Outro aspecto a se considerar é que a ética abrange, também, o sujeito consciente, sendo, nesse
contexto, o campo ético constituído pelas obrigações e valores formadores do conteúdo das
condutas morais, que são realizadas pelo sujeito moral, que é, a seu turno, principal constituinte
da existência ética. Desse modo, para que exista uma conduta ética “é preciso que exista o
agente consciente, isto é, aquele que conhece a diferença entre bem e mal, certo e errado,
permitido e proibido, virtude e vício” (KANT, 1985, p. 66).

De um modo geral, então, pode-se apontar que a ética procura compreender a formação dos
hábitos, regras, costumesque norteiam uma sociedade. Sendo assim, proporciona compreensão
não apenas sobre o passado, mas, também, como estabelecer parâmetros de comportamento
capazes de reduzir os conflitos dentro da sociedade (VÁQUEZ, 1999).

2.2 A ÉTICA NAS RELAÇÕES DE TRABALHO


Em meados da década de 1970, experimentou-se grande impulso do ensino de ética nas
faculdades de Administração e Negócios dos Estados Unidos da América (EUA). Em pouco
tempo, reunindo vivência profissional e formação acadêmica, passou-se a aplicar os conceitos
de ética à realidade dos negócios, focando na conduta ética profissional e pessoal. Também
nessa época, experimentou-se expansão das empresas multinacionais, em especial, das europeias
e americanas, ao redor do mundo, instalando suas subsidiárias em todos os continentes. Nesse
contexto, choques culturais foram suscitados em função das diferentes formas de se entabular
negócios, que conflituavam com as matrizes das companhias. Todo esse cenário foi propício à
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criação dos códigos de éticos corporativos (ARRUDA; WHITAKER; RAMOS, 2003).

Dentre as ramificações existentes do conceito de ética e sua aplicação nas relações de trabalho,
surge a noção de ética empresarial, que, de acordo com Moreira (2002, p.28), consiste no
“comportamento da empresa entidade lucrativa – quando ela age de conformidade com os
princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade”.

Segundo Arruda, Whitaker e Ramos (2003), a ética empresarial tem as suas bases fincadas na
conduta humana, mais precisamente nos valores e normas norteadores do ambiente empresarial.
Nesse sentido, dispõem Leisinger e Schmitt (2001, p.22) que “a ética empresarial reflete sobre
as normas e valores efetivamente dominantes em uma empresa, interroga-se pelos fatores
qualitativos que fazem com que determinado agir seja uma agir bom”. Srour (2008), por sua
vez, contempla tal definição por uma perspectiva mais atual e de cunho didático, por meio da
qual a ética empresarial, também denominada ética dos negócios, está atrelada ao estudo e a
tornar inteligível a moral que vige no âmbito das empresas capitalistas contemporâneas, e, em
especial, da moral que predomina em empresas de determinada nacionalidade.

Além da ética empresarial, existe, ainda, a ética profissional, que é apresentada por Camargo
(1999, p. 31) como “a aplicação da ética geral no campo das atividades profissionais: a pessoa
tem que estar imbuída de certos princípios ou valores próprios do ser humano para vivê-los nas
suas atividades de trabalho”. A ética individual, que vige no âmbito da ética profissional,
apresente um interesse tríplice, composto pelo interesse pelos outros, interesse por si próprio e
interesse pela instituição (ARRUDA, 2010).

Matos (2008) ainda faz mençãoà ética da competência, tratando-se, de acordo com o autor, de
leis não escritas, mas que se apresentam, talvez até por isso, catastroficamente eficientes. São as
seguintes:

• Lei da não criatividade: “Para matar uma sugestão e liquidar de vez com os criativos,
transforme sempre o autor da sugestão em execução da ideia.” (MATOS, 2008, p. 52). Para o
autor, tem-se um resultado infalível, já que quem é pago para inovar e ter as ideias é o chefe,
sugerindo uma gestão com más atitudes e comportamentos;

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 Lei da saturação: “Solicite sempre ao autor de uma idéia tantas informações, pareceres e
pesquisas, até que ele “estoure” e se atenha, exclusivamente, às ordens transmitidas” (MATOS,
2008, p. 52). Muitos talentos jovenssão embotados em razão deste expediente burocrático,
representando frustrações de caráter irrecuperável, em função de traumas que são decorrentes de
tentativas malsucedidas;

• Lei dos pequenos grandes problemas: as coisas importantes, para os funcionários considerados
medíocres, não são as relevantes, já que envolvem responsabilidade e comprometimentos
(MATOS, 2008, p. 53). “Para não se envolver em dificuldade, as pessoas tendem a tornar
grandes os pequenos problemas”;

Lei da proteção às avessas: “Excesso de proteção gera efeitos contrários”, e negativos. De


acordo com Matos (2008), tem-se que a ação exagerada de proteção de vantagens e direitos
resulta em boicote e repressão. Um exemplo que é citado pelo autor é referente às leis de
proteção ao trabalho da mulher, que deram causa a um maior índice de desemprego feminino;

• Lei da acumulação de papéis: “Acumule papel para dar a impressão de muito trabalho,
justificar atrasos e fundamentar solicitações de mais subordinados” (MATOS, 2008, p. 53).
Uma mesa que se mostra entulhada de relatórios, documentos, expedientes e correspondência só
pode significar ineficiência, demonstrando improdutividade e desperdício, bem como
incapacidade de delegação, direção, disciplina e hierarquização de responsabilidades, de ação
com presteza e método;

• Lei da queixa permanente: para o autor, tem-se na queixa excelente recurso para a justificativa
da omissão. “Reclame, reclame, para não ter de realizar. Afinal, não há meios, não há pessoal
suficiente, não há tempo disponível, não há…” (MATOS, 2008, p. 54);

2.3 ESTRATÉGIAS PARA MELHOR APLICAÇÃO DA ÉTICA NO AMBIENTE DE


TRABALHO.
Primeiramente, há que se destacar que, conforme disposto por Sá (2005), o indivíduo obtém
realização plena e reconhecimento por meio do desempenho de sua profissão. Isso porque, como
destaca o autor, é pelo seu exercício que ele prova o seu valor, demonstrando habilidade,
capacidade, inteligência e sabedoria, comprovando sua personalidade para vencer obstáculos. É,
pois, através de sua profissão que o homem demonstra utilidade para a comunidade.

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Atualmente, contudo, há que se notar, como bem exposto por Srour (2008), a existência de
disputa acirrada por fatia do mercado consumidor, tornando-se esse ritmo de mudança cada dia
mais frenético, fazendo com que a empresa tenha que se adaptar. Em razão disso, deve o
trabalhador seguir o mesmo passo, já que, se não houver essa adaptação, o próprio mercado de
trabalho o manda para fora.

Segundo Sennett (2005), as consequências dessa mudança, bem como o impacto por ela causado
no caráter dos trabalhadores das organizações contemporâneas, traz a possibilidade de
considerar intrínseca relação de questões éticas ao cotidiano. Nesse contexto, o autor aborda
questões pertinentes ao trabalho, à família e aos indivíduos por si mesmos enquanto seres
dotados de poder de decisão e de personalidade e a forma como os valores éticos podem ser
afetados pelos riscos incessantes do capitalismo contemporâneo e pelas mudanças
experimentadas nesse contexto.

Ainda segundo o autor, o mundo do trabalhador atual pode ser contemplado como sendo um
mundo de incertezas, o que contribuiria para que fosse corrompido, assumindo postura de
engano ao acreditar que pode determinar o rumo de sua carreira, quando, verdadeiramente, o
controle de tal situação lhe escapa. É possível, também, considerar tal posicionamento como
tentativa mal/bem-sucedida de adaptação ao meio em que vive (SENNETT, 2005).

O fato é que, como sustenta Medeiros (2003), o capitalismo contemporâneo torna as pessoas
cada vez mais consumistas, adeptas do imediatismo, querendo sempre mais e mais. Desse modo,
o comportamento do trabalhador terá consigo sempre um quê de insatisfação – seja com o
salário, seja com a função que ocupa, seja com o próprio emprego. Nesse contexto, desposta a
relevância da ética nas relações de trabalho, na medida em que, conforme o autor, o
comportamento ético deve ser considerado como princípio de vida das organizações
contemporâneas, já que a ética estaria atrelada ao relacionamento interpessoal, à preocupação do
sujeito com a felicidade coletiva e pessoal. A esse respeito, comenta Lisboa et al (1997) que,
diante de tal quadro, é possível dizer que a definição de ética, de um modo geral, estaria, pois,
atrelada a noções afetas à conduta humana nas relações com o outro, tais como justiça,
honestidade, ser correto, moralidade, ser bom. Todos, conforme o autor, seriam sinônimos de
ética e orientativos da conduta no âmbito laboral.

2.4 A RELEVÂNCIA DA ÉTICA NO AMBIENTE DE TRABALHO


De acordo com o que consta no inciso XXII do artigo 7º da Constituição Federal, todos os
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trabalhadores urbanos e rurais têm direito à redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio da
implantação de normas de higiene, saúde e segurança (BRASIL, 1988). Ressalte-se, porém, que,
de acordo com Silva (2015), o meio ambiente do trabalho não se resume ao local de trabalho em
si. Ao contrário, ele o engloba também, sendo, entretanto, muito mais abrangente do que o local
de trabalho que, para Nascimento (2013), consiste no espaço físico no qual o serviço será
habitualmente prestado, demonstrando sua importância em diversos aspectos. Assim, ele deve:

a)Observar as normas sobre meio ambiente do trabalho;

b) É elemento complementar e indiciário da relação de emprego, relativo e não absoluto, porque


a empresa poderá ter vários tipos de trabalhadores autônomos, eventuais, temporários etc.;

c) É determinado pelo empregador como decorrência do seu poder de direção e de organização,


salvo quando, por contrato, tratar-se de serviços externos ou de locais variados;

d) Pode ser modificado pelo empregador, desde que não acarrete necessariamente a mudança do
domicílio do empregado, a não ser quando se tratar de transferências definitivas, que dependem
da anuência do empregado (CLT, art. 469), ou de transferências provisórias, que têm como
pressuposto a necessidade de serviço.

e) Gera o direito do empregado a acréscimos salariais quando o local for insalubre ou com
periculosidade (CLT, arts. 192 e 193) (NASCIMENTO, 2013, p. 720).

3.CONCLUSÃO
Como dito ao início, o objetivo desse estudo era analisar a relevância da ética no ambiente de
trabalho. A situação-problema que se buscou responder foi a seguinte: qual é a relevância da
ética no ambiente de trabalho?

Os resultados obtidos demonstram que falar em ética nas relações de trabalho somente tem
sentido quando se segue em busca de novos caminhos no relacionamento humano, que primem
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o contrato e entendimento em sociedade. Ou seja, a ética nas relação de trabalho somente tem
sentido a se fazer menção ao relacionamento interpessoal e sua importância para o
desenvolvimento das organizações.

Diante de tal quadro, pode-se concluir que a ética é relevante no ambiente de trabalho na medida
em que apresenta a todos atitudes e comportamentos a serem adotados em prol de uma ótima
convivência social, sendo comum, nas organizações contemporâneas, a adoção de códigos de
ética, a serem seguidos por todos na empresa, que dão tal delineamento às relações interpessoais
firmadas no ambiente profissional.

Sendo assim, acredita-se que a hipótese inicialmente formulada para o estudo foi confirmada
com a pesquisa, já que se constatou que a ética é afeta ao bom senso, devendo ser aplicada e
incentivada na organização como um todo. Adicionalmente, identificou-se a sua estreita relação
com o relacionamento interpessoal, o que a faz surgir como fundamento para a excelência desse
no contexto organizacional.

4.Referências Bibliográficas
ABRAMIDES, M. B. C.; CABRAL, M. S. R. Regime de acumulação flexível e saúde do
trabalhador. São Paulo Perspec., v. 17, n. 1, p. 3-10, mar. 2003.

ALENCASTRO, M. S. C. Ética empresarial na prática: liderança, gestão e responsabilidade


corporativa. Curitiba: Ibpex, 2010.

ANDRADE, R. O. B. de; ALYRIO, R. D.; BOAS, A. A. V. Cultura e ética na negociação


Internacional. São Paulo: Atlas, 2006.
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ARANHA, M. L. de A. Introdução à Filosofia. Volume Único. São Paulo: Moderna, 2009.

ARRUDA, M. C. C. de. Código de ética: um instrumento que agrega valor. São Paulo: Negócio
Editora, 2002.

CAMARGO, M. Fundamentos de ética geral e profissional. Petrópolis: Vozes, 1999.

CHAUÍ, M. de S. Escritos sobre a universidade. São Paulo: Unesp, 2001.

CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas. 4. ed. Rio de Janeiro: Manole, 2014.

DEJOURS, C. Trabalho, trabalho e emancipação. Brasília: Paralelo 15, 2012.

FIORELLI, J. O. Psicologia para administradores: integrando teoria e prática. 5. ed. São


Paulo: Atlas, 2007.

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