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Índice

FOLHA DE ROSTO

ÍNDICE

O SANTO ROSÁ RIO ATRAVÉ S DAS VISÕ ES DA BATIDA ANNE


CATHERINE EMMERICH

Introduçã o

Os Mistérios Gozosos

O primeiro mistério gozoso

A Anunciaçã o

O Segundo Mistério Gozoso

A Visitaçã o

O terceiro mistério gozoso

A Natividade de Jesus Cristo

O quarto mistério gozoso

A Purificaçã o de Maria e a Apresentaçã o do Menino Jesus no


Templo

O Quinto Mistério Gozoso

O Encontro do Menino Jesus no Templo


Os Mistérios Dolorosos

O primeiro mistério doloroso

A agonia no jardim

O Segundo Mistério Doloroso

A flagelaçã o no pilar

O terceiro mistério doloroso

A Coroaçã o de Espinhos

O quarto mistério doloroso

O Carregamento da Cruz

O Quinto Mistério Doloroso

A Crucificaçã o de Nosso Senhor

Os Mistérios Gloriosos

O Primeiro Mistério Glorioso

A ressurreiçã o

O Segundo Mistério Glorioso

A Ascensã o

O terceiro mistério glorioso

A Descida do Espírito Santo


O Quarto Mistério Glorioso

A Assunçã o da Santíssima Virgem

O Quinto Mistério Glorioso

A Coroaçã o da Bem-Aventurada Virgem Maria e a Gló ria de


todos os Anjos e Santos

Os Mistérios da Luz

O primeiro mistério da luz

O Batismo de Nosso Senhor no Rio Jordã o

O Segundo Mistério da Luz

O Milagre nas Bodas de Caná

O terceiro mistério da luz

O Anú ncio do Reino e o Chamado à Conversã o

O quarto mistério da luz

A Transfiguraçã o do Senhor no Monte Tabor

O Quinto Mistério da Luz

A Instituiçã o da Santa Eucaristia

Os mistérios esperançosos

O primeiro mistério esperançoso


A Criaçã o de Todas as Coisas em vista de Cristo e Sua Santa
Encarnaçã o

O segundo mistério esperançoso

A Promessa do Redentor e Co-redentora

O terceiro mistério esperançoso

O Nascimento da Imaculada Virgem Maria aos Santos.


Joaquim e Ana

O quarto mistério esperançoso

A Apresentaçã o de Maria no Templo como uma Menina

O Quinto Mistério Esperançoso

Os castos esponsais de Maria e José

Oraçõ es

EDITOR

CONTEÚ DO
O
SANTO ROSÁ RIO
ATRAVÉ S DAS VISÕ ES DA

ABENÇOADA ANNE CATHERINE EMMERICH

ABENÇOADA

ANNECATHERINEEMMERICH

DA TRADUÇÃ O DE

MUITO REV. KE SCHMOGER, C.SS.R

COMPILADO E EDITADO POR

FR. MARK HIGGINS


 

© 2019 por Pe. Marcos Higgins.

Todos os direitos reservados.

Publicado em 2019 pela Catholic Way Publishing.

Design da capa pela Catholic Way Publishing.

O texto utilizado é a tradução do original alemão pelo Reverendíssimo KE Schmoger, C.SS.R.


Pequenas alteraçõ es foram feitas para maior clareza, principalmente no que diz respeito a palavras
que há muito se tornaram arcaicas desde sua tradução de 1870. Rezemos pela alma deste padre,
que realizou tão maravilhosa e longa tarefa, e que agora ficou esquecido na histó ria, destino que se
abaterá sobre cada um de nó s, no seu devido tempo.

Esta obra é publicada para maior gló ria de Jesus Cristo por meio de sua santíssima mãe Maria e
para a santificação da Igreja militante.

A tipografia deste livro é propriedade da Catholic Way Publishing e não pode ser reproduzida, no
todo ou em parte, sem permissão por escrito do editor.

Catholic Way Publishing ™ e o logotipo associado sã o marcas registradas da empresa Catholic


Way Publishing.

E-book EPUB:

eISBN-13: 978-1-78379-512-3

www.catholicwaypublishing.com

Londres, Inglaterra, Reino Unido


2019
 

ÍNDICE

Conteú do

Introduçã o

Os Misté rios Gozosos

Os Misté rios Dolorosos

Os Misté rios Gloriosos

Os Misté rios da Luz

Os misté rios esperançosos

Oraçõ es
 

O SANTO ROSÁ RIO ATRAVÉ S

DAS VISÕ ES DA BATIDA

ANNE CATHERINE EMMERICH


 

Introdução

A bem-aventurada Ana Catarina Emmerich (8 de setembro de 1774 — 9


defevereiro de 1824), a grande mística alemã , passou a vida escondida
em devota contemplaçã o. Esta pobre mulher foi desprezada pelo
mundo e passou seus dias em reclusã o moná stica, inicialmente em um
convento agostiniano, e depois, depois que seu convento foi dissolvido,
em simples aposentos na casa de uma devota viú va. Anne sofria no
corpo e no espírito de vá rias doenças sobrenaturais, culminando na
experiê ncia dos estigmas.
Desde seus primeiros anos, Anne foi agraciada com uma alma
extraordinariamente sensível e uma intimidade quase nativa com as
coisas de Deus Todo-Poderoso, de modo que ela fez amizade com seu
anjo da guarda e até experimentou, enquanto orava, visõ es sensoriais
da vida de Nosso Senhor, Seu Senhor. santa mã e, e tantos outros
personagens da histó ria da salvaçã o.
Os registros de suas visõ es foram publicados e estã o disponíveis nos
formatos de papel e e-book através da imprensa do The Catholic Way.
Essas revelaçõ es sã o uma lente para as verdades da Sagrada Tradiçã o e
nos fornecem muitos detalhes que nã o foram registrados nas Sagradas
Escrituras. Muitas obras de arte, literatura e obras de devoçã o popular
extraíram detalhes importantes das revelaçõ es dadas a esta humilde
religiosa alemã , enquanto, ao mesmo tempo, algumas das joias
reveladas à Beata Ana Catarina permaneceram ocultas, pouco
conhecidas e raramente falado até mesmo entre círculos piedosos.
Alguns leitores podem inicialmente achar algumas das revelaçõ es
reveladas nesses mistérios do rosá rio aparentemente 'fantá sticas', isto
é, muito além do comum. Sempre que tal pensamento surgir, eu
imploro, permita-se refletir sobre o mistério, e lembre-se sempre de
que nã o estamos tratando de eventos de conteú do puramente humano,
nã o, de fato, estamos lidando com eventos que se infiltram no
sobrenatural. Se a vida dos grandes santos, como Sã o Padre Pio, Santa
Teresa de Á vila, Santa Gemma Galgani e muitos outros, está repleta de
fenô menos místicos, nã o seria natural presumir que o Santo dos Santos,
o Deus -o homem, e Sua santa mã e, teriam vidas em um plano espiritual
muito acima do nosso, e habitando um ambiente repleto de angélicos, a
oposiçã o do demoníaco e a excitaçã o da natureza criada reconhecendo
seus donos e seus senhores.
O compilador deste pequeno livro nã o faz reivindicaçõ es de
originalidade, nem de especializaçã o, nem de invençã o, ele apenas
afirma ter revisado cuidadosamente os escritos desta mulher devota e
piedosa e tê-los organizado de maneira a facilitar o entendimento.
recitaçã o do Santo Rosá rio. Para alguns dos mistérios, nosso santo nos
ofereceu muitos detalhes bonitos, e é a esperança do editor que a
meditaçã o sobre esses pequenos segmentos o inspire a entrar mais
profundamente em seus escritos e, de fato, talvez a preparar uma
compilaçã o semelhante, muito maior é de se esperar, do que o
fornecido aqui.
Se você estiver rezando o terço sozinho, sugere-se que você leia o texto
inicial antes de iniciar o Pai Nosso, depois os dez pará grafos de
meditaçã o adicional podem ser lidos antes ou durante cada Ave Maria.
Em um grupo, o líder deve ler em voz alta cada pará grafo e começar
cada Ave-Maria. A experiência do editor é que, em uso privado, com
uma leitura silenciosa e orante de cada passagem, rezar cinco mistérios
levará pelo menos 30 minutos e para algumas pessoas mais perto de
45. Se você sentir os movimentos da graça puxando você para um
contemplaçã o mais simples de um mistério ao ler um pará grafo, nã o
resista ao Espírito Santo e permita-se descansar no afeto (a resposta do
coraçã o) que Deus Todo-Poderoso está despertando de dentro de sua
alma.
Rezemos pelas intençõ es de Nossa Senhora, pela conversã o do mundo
inteiro à ú nica e verdadeira Fé Cató lica, pela santificaçã o do clero e pelo
alívio das almas sofredoras do Purgató rio.
Além dos Quinze Mistérios do Santo Rosá rio, também estã o incluídas
meditaçõ es para aqueles que desejam considerar os mistérios
propostos pelo Papa Joã o Paulo II, os Mistérios da Luz e,
adicionalmente, um conjunto adicional de mistérios preparados pelo
autor, o Esperançoso Mistérios. Esses outros mistérios permitem ao
leitor contemplar material adicional oferecido a nó s por nosso
visioná rio e cobrir eventos anteriores aos Mistérios Gozosos, estes sã o
dados como: A Criaçã o, a Promessa do Redentor e Co-redentora aos
nossos Primeiros Pais, o Nascimento de a Imaculada Virgem Maria, a
Apresentaçã o de Maria no Templo e os Castos Esponsais de Maria e
José.
Costuma-se começar o Santo Rosá rio com o Sinal da Cruz, o Credo dos
Apó stolos e depois, pelas intençõ es do Santo Padre, um Pai Nosso, uma
Ave Maria e um Gló ria. Depois de completar cinco mistérios, dizemos
algumas oraçõ es conclusivas centradas na Salve Rainha, que estã o
contidas no final deste pequeno trabalho.
 

Os Mistérios Gozosos
 

O PRIMEIRO MISTÉ RIO GOZOSO

A Anunciação

O Fruto deste Mistério: O Dom da Piedade

Aqui em Nazaré é diferente do que em Jerusalé m, onde as mulheres


devem permanecer no á trio exterior e nã o podem entrar no Templo,
onde apenas os sacerdotes podem entrar no Lugar Santo. Aqui em
Nazaré , aqui nesta igreja, uma virgem é ela mesma o Templo, e o
Santíssimo está dentro dela, e o sumo sacerdote está dentro dela, e ela
sozinha está com Ele. Oh, quã o amável e maravilhoso isso é , e ainda
assim tã o simples e natural! Cumpriram-se as palavras de Davi no
Salmo 45 : 'O Altíssimo santificou o seu taberná culo; Deus está no meio
dela, nã o será abalado'.

NOSSO PAI
Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Logo apó s o casamento da Santíssima Virgem, eu a vi na casa de José


em Nazaré, onde fui levado por meu guia. Joseph tinha ido embora com
dois burros - acho que para buscar suas ferramentas ou algo que ele
havia herdado. Ele me pareceu estar a caminho de casa. A Santíssima
Virgem entrou e foi para trá s do biombo diante de sua cama, onde
vestiu um longo manto de oraçã o de lã branca com um cinto largo e
cobriu a cabeça com um véu branco amarelado.

2) Maria deixou o véu cair sobre o rosto e cruzou as mã os (mas nã o os


dedos) diante do peito. Eu a vi orando fervorosamente por muito
tempo, com o rosto elevado ao céu. Ela estava implorando a Deus pela
redençã o, pelo Rei prometido, e implorando a Ele que sua oraçã o
pudesse ter alguma participaçã o em enviá -Lo. Ela ficou muito tempo
ajoelhada em êxtase de oraçã o; entã o ela inclinou a cabeça sobre o
peito.

3) Mas agora à sua direita derramou tal massa de luz em uma linha
oblíqua do teto da sala que eu me senti pressionado por ela contra a
parede perto da porta.

4) Eu vi nesta luz um jovem branco brilhante, com cabelos amarelos


esvoaçantes, flutuando diante dela. Era o Anjo Gabriel. Ele gentilmente
afastou os braços de seu corpo enquanto falava com ela. Eu vi as
palavras saindo de sua boca como letras brilhantes; Eu os li e os ouvi.

5) Maria virou a cabeça velada ligeiramente para a direita, mas ela era
tímida e nã o olhou para cima. Mas o anjo continuou falando e, como se
obedecesse a uma ordem sua, Maria virou um pouco o rosto para ele,
ergueu um pouco o véu e respondeu. O anjo falou novamente, e Maria
ergueu o véu, olhou para ele e respondeu com as palavras sagradas:
“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”.

6) A Santíssima Virgem estava envolta em êxtase. A sala estava cheia de


luz; Nã o via mais o brilho da lâ mpada acesa, nã o via mais o teto da sala.
O céu parecia se abrir, um caminho de luz me fez olhar acima do anjo, e
na fonte desse fluxo de luz eu vi uma figura da Santíssima Trindade na
forma de um esplendor triangular fluindo sobre si mesmo. Nisso eu
reconheci - o que só pode ser adorado e nunca expresso - Deus Todo-
Poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo, e ainda um só , Deus Todo-
Poderoso.

7) Assim que a Santíssima Virgem disse as palavras: “Faça-se em mim


segundo a tua palavra”, vi o Espírito Santo na aparência de uma figura
alada, mas nã o na forma de uma pomba como geralmente
representado. A cabeça era como o rosto de um homem, e a luz se
espalhava como asas ao lado da figura, de cujo peito e mã os eu vi três
raios de luz derramando-se para o lado direito da Santíssima Virgem e
encontrando-se ao alcançá -la. Esta luz fluindo em seu lado direito fez
com que a Santíssima Virgem se tornasse completamente transfundida
com esplendor e como se fosse transparente; tudo o que era opaco
parecia desaparecer como a escuridã o diante desta luz. Nesse momento
ela foi tã o penetrada pela luz que nada escuro ou oculto permaneceu
nela; toda a sua forma estava brilhando e transfundida com luz.

8) Enquanto via tudo isso no quarto de Maria, tive uma estranha


sensaçã o pessoal. Eu estava em um estado de medo constante, como se
estivesse sendo perseguido, e de repente vi uma serpente horrível
rastejando pela casa e subindo os degraus até a porta onde eu estava. A
horrível criatura havia chegado ao terceiro degrau quando a luz caiu
sobre a Santíssima Virgem. A serpente tinha três ou quatro pés de
comprimento, tinha uma cabeça larga e chata e sob o peito havia duas
patas curtas e magras, com garras como asas de morcego, nas quais ela
se impulsionava para a frente. Estava manchado com todos os tipos de
cores horríveis e me lembrou a serpente no Jardim do É den, só que
terrivelmente deformada. Quando o anjo desapareceu do quarto da
Santíssima Virgem, ele pisou na cabeça desse monstro que jazia diante
da porta, e ele gritou de uma maneira tã o medonha que estremeci.
Entã o vi aparecerem três espíritos que expulsaram o monstro da frente
da casa com socos e pontapés.

9) Depois que o anjo desapareceu, vi a Santíssima Virgem envolta no


mais profundo êxtase. Eu vi que ela reconheceu a Encarnaçã o do
Redentor prometido dentro de si na forma de uma pequena figura
humana de luz, perfeitamente formada em todas as suas partes até seus
dedos minú sculos.

10) Foi à meia-noite que vi este mistério acontecer. Depois de algum


tempo, Anna e as outras mulheres entraram no quarto de Mary. Eles
foram acordados por uma estranha comoçã o na natureza. Uma nuvem
de luz apareceu acima da casa. Quando viram a Santíssima Virgem
ajoelhada sob a lâ mpada em êxtase de oraçã o, retiraram-se
respeitosamente.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O SEGUNDO MISTÉ RIO GOZOSO

A Visitação

O Fruto deste Mistério: A devoção a Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiramente presente no
Santíssimo Sacramento do Altar.

Com a saudaçã o do Anjo, a Santíssima Virgem foi consagrada como a


Igreja. Com as palavras “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim
segundo a tua palavra”, o Verbo entrou nela, saudado pela Igreja, pela
sua serva. Deus estava agora em Seu Templo, Maria agora era o Templo
e a Arca da Nova Aliança. A saudaçã o de Isabel e o movimento de Joã o
sob o coraçã o de sua mã e foi o primeiro ato de adoraçã o da
comunidade na presença desta Coisa Sagrada. Quando a Santíssima
Virgem pronunciou o Magnificat, a Igreja da Nova Aliança, dos novos
Esponsais, celebrou pela primeira vez o cumprimento das promessas
divinas da Antiga Aliança, dos antigos Esponsais, e derramou graças
com um Te Deum laudamus . Ah, quem pode expressar a maravilha de
ver a devoçã o da Igreja para com o Salvador antes mesmo de Seu
nascimento!

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Alguns dias depois da Anunciaçã o, Sã o José voltou a Nazaré e fez


novos arranjos para trabalhar em seu ofício na casa. Ele nunca havia
morado em Nazaré antes e nã o havia passado mais do que alguns dias
lá . José nada sabia sobre a Encarnaçã o; Maria era a Mã e do Senhor, mas
também a serva do Senhor, e guardava o Seu segredo com toda a
humildade.

2) Quando a Santíssima Virgem sentiu que o Verbo se fez carne nela, ela
teve um grande desejo de visitar imediatamente sua prima Isabel em
Juttah, perto de Hebron, a quem o anjo lhe disse que agora estava
grávida de seis meses.

3) A casa de Zacarias ficava isolada no topo de uma colina. Outras casas


ficavam em grupos ao redor. Nã o muito longe, um grande riacho descia
da montanha. Pareceu-me ser o momento em que Zacarias voltava para
casa depois da Pá scoa em Jerusalém. Vi Isabel, movida de grande
saudade, saindo de sua casa por uma distâ ncia considerável a caminho
de Jerusalém; e vi como Zacarias ficou alarmado, ao voltar para casa, ao
encontrar Isabel na estrada tã o longe de casa em sua condiçã o. Ela
disse a ele que estava tã o agitada em seu coraçã o porque nã o conseguia
deixar de pensar o tempo todo que sua prima Maria de Nazaré estava
vindo para ela.

4) Zacarias tentou remover essa impressã o de sua mente e explicou-lhe,


por meio de sinais e escrevendo em uma placa, quã o improvável era
que uma mulher recém-casada fizesse uma viagem tã o longa naquele
momento. Eles voltaram para casa juntos. Isabel, porém, nã o conseguiu
abandonar sua expectativa, pois soube em sonho que uma de sua
família havia se tornado a mã e do Messias prometido. Ela
imediatamente pensou em Mary, desejou vê-la e, em espírito, a
percebeu à distâ ncia em seu caminho para ela.

5) No dia seguinte, ela ficou sentada lá por um longo tempo esperando


e olhando para fora da casa, esperando o visitante que chegava. Entã o
ela se levantou e percorreu um longo caminho na estrada para
encontrá -la. Sua cabeça estava envolta em um véu. Ela só conhecia a
Santíssima Virgem por ouvir dizer. Maria a viu de longe e a reconheceu
imediatamente. Ela correu ao seu encontro, enquanto José
discretamente ficou para trá s.

6) Eles se cumprimentaram calorosamente com as mã os estendidas e,


naquele momento, vi um brilho brilhante na Santíssima Virgem e como
um raio de luz passando dela para Isabel, enchendo esta de uma alegria
maravilhosa. Eles nã o ficaram perto das pessoas nas casas, mas foram,
segurando-se pelo braço, pelo pá tio externo em direçã o à casa. À porta,
Isabel mais uma vez deu as boas-vindas a Maria e elas entraram.

7) Novamente vi um fluxo de esplendor de Maria para Isabel, pelo qual


esta foi transfundida com luz. Seu coraçã o estava cheio de santa alegria.
Ela recuou, com a mã o levantada, e exclamou cheia de humildade,
alegria e exaltaçã o: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto
do teu ventre. E de onde é isso para mim que a mã e do meu Senhor
deve vir a mim? Pois eis que quando a voz da tua saudaçã o soou em
meus ouvidos, a criança em meu ventre saltou de alegria. E bem-
aventurados vó s que crestes, porque se cumprirã o as coisas que vos
foram ditas da parte do Senhor”.

8) Ao dizer as ú ltimas palavras, ela conduziu Maria para o quartinho


que ela havia preparado, para que ela pudesse se sentar e descansar
depois de sua viagem. Estava a apenas alguns passos de distâ ncia.
Maria soltou o braço de Isabel, que ela apertava, cruzou as mã os sobre
o peito e pronunciou o Magnificat com exaltaçã o. Vi que Isabel seguia
em oraçã o todo o Magnificat em semelhante estado de exaltaçã o. Oh, eu
estava tã o feliz, orei com eles o tempo todo, e entã o sentei-me perto: oh,
eu estava tã o feliz!

9) Esta noite, enquanto observava as duas santas mulheres em suas


oraçõ es, tive muitas visõ es e explicaçõ es do Magnificat e da vinda do
Santíssimo Sacramento na condiçã o atual da Santíssima Virgem. Da
passagem do Magnificat “Ele mostrou poder em seu braço” em diante,
apareceram para mim todos os tipos de imagens do Antigo Testamento,
simbó licas do Santíssimo Sacramento do Altar. Muitas coisas vi, de
Abraã o a Isaías e de Isaías à Santíssima Virgem, e em tudo vi sempre a
vinda do Santíssimo Sacramento à Igreja de Jesus Cristo, que ainda
repousava sob o coraçã o de sua Mã e.
10) Durante a oraçã o de Maria, vi uma sucessã o contínua de todos os
seus antepassados. No decorrer do tempo, sucederam-se três vezes
catorze casamentos, em cada um dos quais o filho sucedia diretamente
ao pai: e de cada um desses casamentos vi um raio de luz projetado
para Maria enquanto ela estava ali em oraçã o. Toda a visã o cresceu
diante de meus olhos como uma á rvore genealó gica feita de ramos de
luz tornando-se cada vez mais nobre, até que finalmente, em um lugar
mais claramente definido nesta á rvore de luz, eu vi brilhar mais
intensamente a carne santa e imaculada e sangue de Maria, do qual
Deus se tornaria homem. Orei a ela com desejo e esperança, tã o cheio
de alegria quanto uma criança que vê a á rvore de Natal se elevando
acima de si. Era tudo uma imagem da vinda de Jesus Cristo na carne e
de seu santíssimo sacramento.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O TERCEIRO MISTÉ RIO GOZOSO

A Natividade de Jesus Cristo

O Fruto deste Mistério: Perfeita Conformidade com a Santa Vontade de Deus.

Nestas imagens do nascimento de Cristo, que vejo como um evento


histó rico e nã o apenas como uma festa da Igreja, nã o vejo na natureza
uma alegria tã o radiante e extá tica como na noite de Natal, quando a
visã o que vejo expressa uma interioridade significado. Eu vi nesta visã o
uma alegria inusitada e um movimento extraordiná rio à meia-noite em
muitos lugares até os confins da terra. Vi os coraçõ es de muitos homens
bons cheios de alegre anseio, enquanto todos os ímpios foram
dominados por um grande medo. Vi muitos animais cheios de alegria;
em alguns lugares vi flores, ervas e arbustos brotando, e á rvores
bebendo em refresco e espalhando aromas doces. Vi muitas fontes de
á gua brotarem e crescerem.
NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Eu vi a Santíssima Virgem em casa. Ela estava muito avançada na


gravidez e estava sentada em uma sala trabalhando com vá rias outras
mulheres. Anna pensou que Mary estaria em sua casa para o
nascimento de seu filho, e que todos os seus parentes viriam visitá -la lá ,
ela fez todos os preparativos de maneira muito pró diga, com colchas e
tapetes especialmente bonitos.

2) Hoje vi a Santíssima Virgem e sua mã e Ana na casa de Nazaré, onde


José lhes revelou o que lhe haviam dito na noite anterior. Entã o eles
voltaram para a casa de Anna, e eu os vi se preparando para partir
imediatamente. Ana estava aflita. A Santíssima Virgem devia saber que
teria seu filho em Belém, mas se calou por humildade. Ela sabia disso
pelos escritos dos Profetas sobre o nascimento do Messias, tudo o que
ela entesourou em seu pequeno armá rio em Nazaré.

3) Esta manhã vi os santos viajantes chegarem a um campo aberto


chamado Ginim, seis horas de viagem de Nazaré, onde o anjo havia
aparecido a José dois dias antes. Anna tinha um pasto aqui e os servos
foram instruídos a buscar a jovem jumenta que Joseph deveria levar
com ele. Ela à s vezes corria na frente deles e à s vezes ao lado deles.
Anna e Mary Cleophas aqui se despediram com ternura dos viajantes e
voltaram para casa com os criados.

4) Vi a Sagrada Família algumas horas de viagem além deste ú ltimo


lugar, indo à noite em direçã o a uma montanha por um vale muito frio.
Parecia que havia geada no chã o. José falou com Maria sobre o bom
alojamento que esperava encontrar para ela em Belém. Ele disse que
sabia de uma casa com pessoas muito boas onde encontrariam uma
hospedagem confortável por um custo muito baixo. Era, disse ele,
melhor pagar alguma coisa do que ser pego de graça. Ele falou muito
bem de Belém em geral e confortou a Santíssima Virgem de todas as
maneiras possíveis. (Isso me perturbou, porque eu sabia muito bem
que as coisas iriam ser bem diferentes. Mesmo este homem santo, você
vê, cedeu à s esperanças humanas).

5) José voltou para ela em grande angú stia; ele nã o encontrou abrigo.
Seus amigos, de quem ele havia falado com a Santíssima Virgem,
dificilmente o reconheceriam. Ele estava em prantos e Maria o
confortou. Ele disse que nã o teve sucesso, mas sabia de um lugar fora
da cidade, pertencente aos pastores, que costumavam ir lá quando
vinham com seus rebanhos para a cidade. Lá eles encontrariam, de
qualquer maneira, um abrigo. Ele disse que conhecia o lugar desde a
infâ ncia; quando seus irmã os o atormentavam, muitas vezes ele fugia
para se esconder deles e fazer suas oraçõ es. Foi-me dito muito do que
aconteceu na Caverna da Natividade de significado simbó lico e
profético nos tempos do Antigo Testamento.
6) Maria havia dito a Sã o José que esta noite à meia-noite seria a hora
do nascimento da criança, pois entã o os nove meses desde a
Anunciaçã o teriam se completado. Ela implorou que ele fizesse tudo o
que fosse possível de sua parte para que eles pudessem honrar tanto
quanto pudessem a criança prometida por Deus e concebida
sobrenaturalmente. Ela pediu a ele também que se juntasse a ela em
oraçã o pelas pessoas de coraçã o duro que se recusaram a dar-lhes
abrigo.

7) José ficou na entrada da caverna onde havia preparado seu lugar


para dormir. Olhando para a Santíssima Virgem, ele a viu com o rosto
voltado para o leste, ajoelhada na cama de costas para ele. Ele a viu
como se estivesse cercada por chamas, toda a caverna estava como se
estivesse cheia de luz sobrenatural. Ele olhou para ela como Moisés
quando viu a sarça ardente; entã o ele entrou em sua pequena cela em
santo temor e se prostrou em oraçã o.

8) Eu vi o esplendor em torno da Santíssima Virgem crescendo cada vez


mais. A luz das lâ mpadas que Joseph havia acendido nã o era mais
visível. A Santíssima Virgem ajoelhou-se em seu tapete com um amplo
manto aberto ao seu redor, com o rosto voltado para o leste. À meia-
noite ela estava extasiada em êxtase de oraçã o. Eu a vi levantada da
terra, de modo que vi o chã o abaixo dela. Suas mã os estavam cruzadas
sobre o peito. O brilho sobre ela aumentou; tudo, mesmo as coisas sem
vida, estavam em alegre movimento interior, as pedras do telhado, das
paredes e do chã o da caverna tornaram-se como que vivas na luz. Entã o
nã o vi mais o teto da caverna; um caminho de luz se abriu sobre Maria,
elevando-se com gló ria cada vez maior até o alto do céu. Nesse caminho
de luz havia um maravilhoso movimento de gló rias que se
interpenetravam e, à medida que se aproximavam, apareciam mais
claramente na forma de coros de espíritos celestiais.
9) A Santíssima Virgem, levantada em êxtase, estava agora olhando
para baixo, adorando seu Deus, cuja Mã e ela havia se tornado e que
jazia na terra diante dela na forma de uma criança recém-nascida
indefesa. Eu vi nosso Redentor como uma criança pequena, brilhando
com uma luz que superava todo o esplendor circundante e deitado no
tapete aos joelhos da Santíssima Virgem. A Santíssima Virgem
permaneceu algum tempo em êxtase. Eu a vi colocando um pano sobre
o Menino, mas a princípio ela nã o tocou nele nem o pegou. Depois de
algum tempo, vi o Menino Jesus mexer-se e ouvi-O chorar. Entã o Maria
pareceu voltar a si e tirou o Menino do tapete, envolvendo-o no pano
que o cobria e o segurou em seus braços junto ao peito. Ela sentou-se lá
envolvendo-se e a criança completamente em seu véu, e acho que Maria
amamentou o Redentor. Vi anjos ao seu redor em formas humanas,
deitados de bruços e adorando a Criança.

10) Pode ter sido uma hora depois de Seu nascimento quando Maria
chamou Sã o José, que ainda estava deitado em oraçã o. Quando ele se
aproximou, ele se prostrou com o rosto em devota alegria e humildade.
Foi somente quando Maria lhe suplicou que levasse ao coraçã o, com
alegria e gratidã o, o santo presente do Deus Altíssimo, que ele se
levantou, tomou o Menino Jesus nos braços e louvou a Deus com
lá grimas de alegria. Entã o vi Maria e José sentados lado a lado na terra
nua com os pés debaixo deles. Eles nã o falavam e pareciam ambos
imersos em meditaçã o. Sobre o tapete, diante de Maria, jazia o recém-
nascido Jesus em panos, uma criança pequena, bela e radiante como um
raio. Ah, pensei, este lugar é o santuá rio da salvaçã o do mundo inteiro, e
ninguém adivinha.

GLÓ RIA AO PAI


Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é
agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O QUARTO MISTÉ RIO GOZOSO

A Purificação de Maria e a Apresentação do


Menino Jesus no Templo

O Fruto deste Mistério: a Santa Preparação para o encontro com o Senhor.

Estando quase cumpridos os dias em que a Santíssima Virgem deve,


segundo a Lei, apresentar e redimir o seu primogênito no Templo, tudo
foi preparado para a viagem da Sagrada Família primeiro ao Templo e
depois à sua casa em Nazaré. Maria estava orando o tempo todo e
parecia estar se preparando para a pró xima cerimô nia. Foi-me revelado
ao mesmo tempo como se deve preparar para receber a Sagrada
Comunhã o.

NOSSO PAI
Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Tive uma visã o do idoso Simeã o. Era um homem magro, muito velho,
de barba curta. Ele era um padre comum, era casado e tinha três filhos
adultos. Vi Simeã o, que vivia perto do Templo, passando por uma
estreita passagem escura nas paredes do Templo para uma pequena
cela abobadada, construída na espessura da parede. O idoso Simeã o
ajoelhou-se nesta pequena cela, extasiado em oraçã o. Entã o a aparência
de um anjo apareceu diante dele. e advertiu-o a tomar cuidado com a
criança que deveria ser apresentada pela primeira vez na manhã
seguinte, pois este era o Messias por quem ele tanto ansiava. Depois de
tê-lo visto, ele logo morreria. Eu vi isso tã o claramente; a sala estava
iluminada e o velho santo estava radiante de alegria. Entã o eu o vi indo
para sua casa e contando para sua esposa com grande alegria o que
havia sido anunciado a ele. Depois que sua esposa foi para a cama, vi
Simeã o voltar a orar.

2) Esta manhã , enquanto ainda estava escuro, vi a Sagrada Família,


acompanhada pelo povo da hospedaria, saindo da hospedaria e indo
para Jerusalém ao Templo com os cestos das ofertas e com o jumento
carregado para a viagem. Eles entraram em um pá tio murado no
Templo. Enquanto José e o estalajadeiro guardavam o burro em um
galpã o, a Santíssima Virgem e seu Menino foram gentilmente recebidos
por uma senhora idosa e conduzidos ao Templo por uma passagem
coberta. Uma luz foi carregada, pois ainda estava escuro. Assim que eles
entraram nesta passagem, o velho padre Simeã o veio, cheio de
expectativa, para a Santíssima Virgem.

3) A Santíssima Virgem foi conduzida por seu guia aos pá tios externos
do Templo onde a cerimô nia aconteceu, e ela foi recebida por Noemi,
sua ex-professora, e Anna, que viviam neste lado do Templo. Ana, a
quem José deu o cesto com as ofertas, seguiu-a com Noemi. As pombas
estavam na parte inferior do cesto; acima deles havia um
compartimento com frutas. Joseph entrou por outra porta no lugar
reservado para os homens. Muitas lâ mpadas queimavam em suas
paredes, formando pirâ mides de luz.

4) Simeã o aproximou-se entã o da Santíssima Virgem, em cujos braços


jazia o Menino Jesus envolto em um manto azul-celeste, e conduziu-a
pela grade até a mesa, onde ela colocou o Menino no berço. A partir
deste momento eu vi uma luz indescritível enchendo o Templo. Eu vi
que o pró prio Deus estava nele, e acima da Criança eu vi os céus se
abrindo para revelar o Trono da Santíssima Trindade.

5) Simeã o permaneceu de pé com Maria diante da mesa de oferendas, e


o sacerdote que estava atrá s dela ergueu o Menino Jesus do berço e o
ergueu para os diferentes lados do Templo, fazendo uma longa oraçã o
no momento. Ele entã o deu o Menino a Simeã o, que O colocou mais
uma vez nos braços de Maria e orou por ela e pelo Menino em um
pergaminho pendurado em um suporte ao lado dele.
6) No final desta cerimô nia, Simeã o aproximou-se de onde Maria
estava, tomou dela o Menino Jesus em seus braços, falando longamente
e alto sobre Ele em êxtase de alegria e agradecendo a Deus por ter
cumprido Sua promessa. Ele terminou com seu Nunc Dimittis. Depois
da Apresentaçã o, José apareceu, e ele e Maria ouviram com grande
reverência as palavras inspiradas de Simeã o à Santíssima Virgem.

7) Quando Simeã o acabou de falar, a profetisa Ana também se encheu


de inspiraçã o, e falou longamente e em alta voz sobre o Menino Jesus,
saudando Sua Mã e como bem-aventurada. Eu vi que os presentes
ficaram muito comovidos com tudo isso, e os sacerdotes também
pareciam ouvir algo do que estava acontecendo; os coraçõ es de todos
os espectadores ficaram muito comovidos e todos mostraram grande
reverência ao Menino e Sua Mã e. Maria era como uma rosa celestial em
esplendor.

8) A Sagrada Família tinha, aparentemente, feito a oferta mais humilde;


mas José deu a Ana e ao velho Simeã o muitas das moedas triangulares
de ouro em segredo, para serem usadas especialmente para meninas
pobres que estavam sendo criadas no Templo e nã o podiam arcar com
as despesas.

9) Eu vi que Simeã o adoeceu ontem logo ao voltar para casa apó s sua
profecia na Apresentaçã o de Jesus, mas ele falou muito alegremente
com sua esposa e filhos. Hoje à noite eu vi que hoje seria o dia de sua
morte. Das muitas coisas que vi, só me lembro disso. Simeã o, do leito
onde estava deitado, falava seriamente com sua esposa e filhos,
contando-lhes sobre a salvaçã o que havia chegado a Israel e tudo o que
o anjo lhe anunciara. Sua alegria era comovente de se ver.

10) Eu vi um altar aparecer no centro de uma igreja - nã o um altar


como os de nossas igrejas hoje, mas apenas um altar. Nesse altar havia
uma pequena á rvore do mesmo tipo que a Á rvore do Conhecimento no
Jardim do É den, com folhas largas penduradas. Entã o vi a Santíssima
Virgem subir diante do altar com o Menino Jesus nos braços como se
tivesse saído da terra; e vi a á rvore no altar curvar-se diante dela e
depois murchar. Acho que a extinçã o da Á rvore do Conhecimento na
apariçã o de Maria e a passagem da Criança no altar para a Santíssima
Trindade significaram a reuniã o da humanidade com Deus.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O QUINTO MISTÉ RIO GOZOSO

O Encontro do Menino Jesus no Templo

O Fruto deste Mistério: Submissão do Intelecto e da Vontade aos Ensinamentos de Jesus Cristo.

Jesus estava ensinando por duas horas, quando José e Maria entraram
no Templo. Eles perguntaram sobre o Filho dos levitas que eles
conheciam e receberam como resposta que Ele estava com os médicos
no auditó rio. Mas como nã o podiam entrar naquele salã o, enviaram um
dos levitas para chamar Jesus. Jesus mandou dizer-lhes que primeiro
precisava terminar o que estava fazendo. Maria ficou muito perturbada
por Ele nã o ter obedecido imediatamente, pois esta foi a primeira vez
que Ele deu a entender a Seus pais que Ele tinha outros mandamentos
além dos deles para cumprir. Joseph ficou bastante impressionado e
surpreso, mas manteve um humilde silêncio.

NOSSO PAI
Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Vi Jesus auxiliando Seus pais de todas as maneiras possíveis, e


também na rua e onde quer que surgisse a oportunidade, ajudando a
todos com alegria, entusiasmo e gentileza. Ele ajudava seu pai adotivo
em seu ofício ou se dedicava à oraçã o e à contemplaçã o. Ele foi um
modelo para todas as crianças de Nazaré. Desde o décimo segundo ano,
Jesus sempre foi como um mestre entre Seus companheiros. Ele
frequentemente se sentava entre eles, instruindo-os ou caminhava com
eles pelo país.

2) Jesus era alto e esguio, com rosto delicado e semblante radiante e,


embora pá lido, tinha uma aparência saudável. Seu cabelo perfeitamente
liso e dourado estava repartido sobre a testa alta e aberta e caía sobre
os ombros. Ele usava uma tú nica longa, cinza-acastanhada, que chegava
até os pés, as mangas bastante largas ao redor da mã o. Aos oito anos de
idade, Jesus foi pela primeira vez com seus pais a Jerusalém para a
Pá scoa, e a cada ano seguinte Ele fazia o mesmo.
3) Nessas primeiras visitas, Jesus já havia despertado atençã o em
Jerusalém entre os amigos com quem Ele e Seus pais se hospedavam,
também entre os sacerdotes e médicos. Falavam do Menino piedoso e
inteligente, do Filho extraordiná rio de José, assim como entre nó s se
poderia, nas peregrinaçõ es anuais, notar em particular esta ou aquela
pessoa modesta e de aparência santa, este ou aquele menino inteligente
do camponês, e reconhecê-lo novamente no pró ximo ano. Assim, Jesus
já tinha alguns conhecidos na cidade quando, aos doze anos, com seus
amigos e filhos, acompanhou seus pais a Jerusalém. Seus pais estavam
acostumados a caminhar com as pessoas de sua pró pria parte do país e
sabiam que Jesus, que agora fazia a quinta viagem, sempre ia com os
outros jovens de Nazaré.

4) Mas desta vez Jesus havia, na viagem de volta nã o muito longe do


Monte das Oliveiras, separado de Seus companheiros, que pensavam
que Ele havia se juntado a Seus pais que o seguiam. Jesus tinha, porém,
ido para aquele lado de Jerusalém mais pró ximo de Belém, para a
hospedaria em que a Sagrada Família se hospedou antes da Purificaçã o
de Maria. Maria e José pensavam que Ele estava à frente com os outros
nazarenos, enquanto estes ú ltimos pensavam que Ele seguia com Seus
pais.

5) Quando finalmente as duas partes se reuniram, a ansiedade de Maria


e José em Sua ausência foi muito grande. Eles voltaram imediatamente
para Jerusalém, fazendo perguntas sobre Ele no caminho e em toda a
cidade. Mas eles nã o puderam encontrá -lo, pois Ele nã o estava onde
eles costumavam ficar. Jesus havia dormido na hospedaria diante da
porta de Belém, onde o povo o conhecia e a seus pais.

6) O menino Jesus havia se juntado a outros jovens em Jerusalém, tinha


ido com eles a duas escolas da cidade, no primeiro dia a uma, no
segundo a outra. Na manhã do terceiro dia, Ele foi para uma terceira
escola no Templo e à tarde para o pró prio Templo, onde Seus pais O
encontraram. Essas escolas eram todas diferentes, e nem todas
exatamente escolas da Lei. Outros ramos foram ensinados neles. O
ú ltimo mencionado ficava nas proximidades do Templo e dele eram
escolhidos os levitas e os sacerdotes.

7) Jesus com Suas perguntas e respostas surpreendeu e embaraçou


tanto os doutores e rabinos de todas essas escolas que eles resolveram,
na tarde do terceiro dia, no auditó rio pú blico do Templo e na presença
dos rabinos mais profundamente versados em as vá rias ciências “para
humilhar o Menino Jesus”. Os escribas e médicos haviam combinado o
plano; pois, embora a princípio satisfeitos, no final ficaram aborrecidos
com Ele

8) Eles se reuniam no auditó rio pú blico no meio do pó rtico do Templo


em frente ao Santuá rio, no local redondo onde mais tarde Jesus
também ensinou. Lá eu vi Jesus sentado em uma grande cadeira que Ele
nã o ocupava muito. Ao seu redor havia uma multidã o de judeus idosos
em vestes sacerdotais. Eles estavam ouvindo atentamente e pareciam
estar perfeitamente furiosos. Eu temia que eles impusessem as mã os
sobre Ele. Discorreu com a mesma facilidade sobre astronomia,
arquitetura, agricultura, geometria, aritmética, jurisprudência e, enfim,
sobre todos os assuntos que lhe foram propostos. Ele aplicou tudo tã o
habilmente à Lei e à Promessa, à s Profecias, ao Templo, aos mistérios
da adoraçã o e do sacrifício que Seus ouvintes, surpresos e confusos,
passaram sucessivamente do espanto e admiraçã o à fú ria e vergonha.
Eles ficaram furiosos ao ouvir algumas coisas que nunca antes
souberam e ao ouvir outras que nunca antes entenderam.
9) O menino Jesus continuou a ensinar por mais uma hora, e entã o Ele
saiu do salã o, aqui Ele encontrou Seus pais no pó rtico de Israel, o
pó rtico das mulheres. Seus ouvintes ficaram confusos, confusos e
enfurecidos. Maria, porém, aproximando-se de Jesus, disse: “Filho, por
que nos fizeste isso? Eis que Teu pai e eu Te buscamos com tristeza!”

10) Mas Jesus respondeu gravemente: “Por que você me procurou?


Você nã o sabe que devo tratar dos negó cios de meu pai?” Mas eles nã o
entenderam. Eles imediatamente começaram com Ele sua jornada para
casa. Os espectadores olharam para eles com espanto, e eu estava com
medo de que eles colocassem as mã os no menino, pois vi que alguns
deles estavam cheios de raiva. Eu me perguntei por eles terem
permitido que a Sagrada Família partisse tã o pacificamente. Embora a
multidã o fosse densa, um caminho largo foi feito para permitir a
passagem da Sagrada Família. Vi todos os detalhes e ouvi quase todos
os ensinamentos de Jesus, mas nã o consigo me lembrar de tudo. Isso
causou uma grande impressã o nos escribas. Alguns registraram o caso
como um evento notável, enquanto aqui e ali ele foi sussurrado, dando
origem a todos os tipos de comentá rios e relató rios falsos. Mas a
afirmaçã o verdadeira, os escribas guardaram para si mesmos.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
ORAÇÕ ES FINAIS

Ao concluir a recitação do Santo Rosário, as seguintes orações são


costumeiras, mas outras também podem ser adicionadas de acordo com a
devoção e preferência de cada um.

SALVEM, SANTA RAINHA

Salve Rainha, Mã e de Misericó rdia, Salve nossa vida, nossa doçura e


nossa esperança. A ti choramos, pobres filhos degredados de Eva, a ti
lançamos nossos suspiros, lamentando e chorando neste vale de
lá grimas. Volta, entã o, clemente advogado, os teus olhos de
misericó rdia para nó s e depois deste nosso exílio, mostra-nos o bendito
fruto do teu ventre, Jesus. Ó clemente, ó amorosa, ó doce Virgem Maria.
Rogai por nó s, Santa Mã e de Deus, para que sejamos dignos das
promessas de Cristo.

Rezemos

Ó Deus, cujo Filho Unigênito, por Sua vida, morte e ressurreiçã o, nos
comprou as recompensas da vida eterna, concedei-nos que, meditando
nestes mistérios do Santíssimo Rosá rio da Bem-Aventurada Virgem
Maria, possamos imitar o que eles contêm e obter o que eles prometem,
por meio do mesmo Cristo, nosso Senhor. Amém.

ORAÇÃ O A SÃ O MIGUEL ARCANJO

Santo Miguel, o Arcanjo, defendei-nos no dia da batalha. Seja nossa


salvaguarda contra as maldades e ciladas do diabo. Que Deus o
repreenda, oramos humildemente; e tu, ó Príncipe das hostes celestiais,
pelo poder de Deus lança no inferno Sataná s e todos os espíritos
malignos que vagam pelo mundo buscando a ruína das almas. Amém.
MEMORARE

Lembra-te, ó graciosa Virgem Maria, que nunca se soube que alguém


que tenha fugido para a tua proteçã o, implorado a tua ajuda ou pedido a
tua intercessã o tenha sido deixado sem ajuda. Inspirado por esta
confiança, eu voo para ti, ó Virgem das virgens, minha mã e; a ti venho,
diante de ti estou, pecador e triste. Ó Mã e do Verbo Encarnado, nã o
desprezeis minhas sú plicas, mas em vossa misericó rdia ouvi-me e
respondei-me. Amém.

Que a Divina Assistência permaneça sempre conosco, e que as almas


dos fiéis defuntos, pela misericó rdia de Deus descansem em paz.
Amém.
 

Os Mistérios Dolorosos
 

O PRIMEIRO MISTÉ RIO DOLOROSO

A agonia no jardim

O Fruto deste Mistério: Horror do Pecado.

O Getsêmani no Monte das Oliveiras, para onde eles estavam indo,


ficava a meia hora do Cená culo. Jesus à s vezes passava a noite com Seus
apó stolos ali, instruindo-os. O jardim continha alguns arbustos
magníficos e muitas á rvores frutíferas. O Horto das Oliveiras era
separado por uma estrada daquele do Getsêmani e ficava no alto da
montanha. Era aberto, sendo cercado apenas por uma muralha de terra.
Era menor que o jardim de recreio do Getsêmani, um canto isolado da
montanha cheio de grutas, terraços e oliveiras. Um lado dele foi
mantido em melhor ordem. O local escolhido por Jesus era o mais
selvagem. A princípio, Jesus ajoelhou-se calmamente em oraçã o, mas
depois de algum tempo Sua alma se encolheu de medo da multidã o e
hediondez dos pecados do homem e da ingratidã o contra Deus. Tã o
avassaladora era a tristeza, a agonia de coraçã o que se abateu sobre Ele
que, trêmulo e trêmulo, Ele rezou suplicante: “Aba, Pai, se for possível,
afasta de Mim este cá lice! Meu Pai, todas as coisas sã o possíveis para Ti.
Toma este cá lice de Mim!” Entã o, recobrando-se, acrescentou: “Mas nã o
seja o que eu quero, mas a tua vontade seja feita”. Sua vontade e a do Pai
eram uma. Mas agora que por amor se entregou à fraqueza de sua
natureza humana, estremeceu ao pensar na morte. Torcendo as mã os,
Ele balançou de um lado para o outro, e o suor da agonia O cobriu.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Saindo do Cená culo, Jesus encontrou Sua Mã e, Maria Cléofas e


Madalena, que Lhe suplicaram que nã o fosse ao Monte das Oliveiras,
pois foi relatado que Ele seria preso lá . Jesus os confortou com poucas
palavras e passou rapidamente por eles. Eram entã o cerca de nove
horas. Eles seguiram apressadamente pela estrada pela qual Pedro e
Joã o haviam subido naquela manhã para o Cená culo e dirigiram seus
passos para o Monte das Oliveiras. Ele conduziu os Onze ao Monte das
Oliveiras por um caminho pouco frequentado pelo Vale de Josafá . Ao
saírem de casa, vi a lua, que ainda nã o estava cheia, erguendo-se sobre
a montanha. Enquanto caminhava pelo vale de Josafá com os apó stolos,
o Senhor disse que um dia voltaria para cá , embora nã o fosse pobre e
impotente como era entã o, para julgar o mundo. Entã o os homens
tremeriam de medo e gritariam: “Ó montanhas, cubram-nos!” Mas os
discípulos nã o O entenderam. Eles pensaram, como vá rias vezes antes
durante a noite, que por fraqueza e exaustã o Ele estava divagando na
fala.

2) Os Apó stolos ainda estavam cheios de entusiasmo e devoçã o


inspirados pela recepçã o do Santíssimo Sacramento, e depois pelo
discurso amoroso e solene de Jesus. Eles se aglomeraram ansiosamente
ao redor dele e expressaram seu amor de maneiras diferentes,
protestando que nunca poderiam, nunca iriam abandoná -lo. Mas como
Jesus continuou a falar no mesmo tom, Pedro exclamou: “Ainda que
todos se escandalizem de ti, eu nunca me escandalizarei de ti!” O
Senhor respondeu: “Amém, eu te digo que nesta noite, antes que o galo
cante, você me negará três vezes”. Eles caminharam e pararam
alternadamente, e a tristeza de Jesus continuou a aumentar. Os
apó stolos tentaram dissipá -lo com argumentos humanos, assegurando-
lhe que aconteceria exatamente o oposto do que ele temia. Mas,
achando seus esforços vã os e infrutíferos, eles se cansaram e
começaram a duvidar e a cair em tentaçã o.

3) Eram cerca de nove horas quando Jesus chegou ao Getsêmani com os


discípulos. A escuridã o havia caído sobre a terra, mas a lua iluminava o
céu. Jesus ficou muito triste. Ele anunciou aos apó stolos a aproximaçã o
do perigo, e eles ficaram inquietos. Jesus ordenou que oito deles
permanecessem no Jardim do Getsêmani, onde havia uma espécie de
casa de veraneio construída com galhos e folhagens. “Fiquem aqui”,
disse Ele, “enquanto eu vou para o meu lugar para rezar”. Ele levou
consigo Pedro, Joã o e Tiago Maior, atravessou a estrada e caminhou por
alguns minutos, até chegar ao Horto das Oliveiras, mais acima na
montanha. Ele estava inexprimivelmente triste, pois sentia Sua agonia e
tentaçã o que se aproximavam. John perguntou como Ele, que sempre os
consolou, podia agora estar tã o abatido. Ele respondeu: “Minha alma
está triste até a morte”. Ele olhou ao redor e por todos os lados viu a
angú stia e a tentaçã o reunindo-se sobre Ele como nuvens densas cheias
de imagens assustadoras. Foi nesse momento que Ele disse aos três
Apó stolos: “Fiquem aqui e vigiem Comigo. Rezai para nã o cairdes em
tentaçã o!”.

4) Quando Jesus deixou os Apó stolos, vi um grande nú mero de figuras


assustadoras cercando-O em um círculo cada vez mais estreito. Sua
tristeza e angú stia aumentaram. Ele retirou-se trêmulo para o fundo da
caverna, como alguém que procura abrigo contra uma violenta
tempestade, e ali orou. Eu vi as terríveis visõ es seguindo-o até a gruta, e
tornando-se cada vez mais nítidas. Ah! Era como se aquela caverna
estreita abarcasse a horrível e agonizante visã o de todos os pecados,
com suas delícias e seus castigos, cometidos desde a Queda de nossos
primeiros pais até o fim do mundo; pois foi aqui no Monte das Oliveiras
que Adã o e Eva, expulsos do Paraíso, desceram pela primeira vez à terra
inó spita, e naquela mesma gruta eles, com medo e alarme, lamentaram
sua miséria.

5) Para dar satisfaçã o pela origem e desenvolvimento de todos os tipos


de pecado e prazeres culpados, o misericordioso Jesus, por amor a nó s
pecadores, recebeu em Seu pró prio Coraçã o a raiz de toda reconciliaçã o
expiató ria e dores salvíficas. Ele permitiu que aqueles sofrimentos
infinitos em satisfaçã o por pecados sem fim, como uma á rvore de dor
de mil ramos, perfurassem, estendessem por todos os membros de Seu
Corpo Sagrado, todas as faculdades de Sua Alma santa. Assim
inteiramente entregue à Sua Humanidade, Ele caiu de cara no chã o,
invocando a Deus em indizível tristeza e angú stia. Ele viu em inú meras
formas todos os pecados do mundo com sua hediondez inata. Ele
tomou tudo sobre Si e se ofereceu em Sua oraçã o para satisfazer a
justiça de Seu Pai Celestial por toda aquela culpa por Seus pró prios
sofrimentos.

6) Sataná s que, sob uma forma assustadora e com zombaria furiosa, se


movia entre toda essa abominaçã o, tornava-se a cada momento mais
violentamente enfurecido contra Ele. Ele evocava diante dos olhos de
Sua alma visõ es dos pecados dos homens, um mais terrível do que o
outro, e constantemente dirigia à Sagrada Humanidade de Jesus
palavras como: “O quê! Você também assumirá tudo isso? Você está
pronto para suportar sua penalidade? Como você pode satisfazer isso?”

7) Sataná s agiu como o fariseu mais astuto e sutil. Ele censurou Jesus
por causar o massacre dos Santos Inocentes por Herodes, por expor
Seus pais à miséria e ao perigo no Egito, por nã o ter resgatado Joã o
Batista da morte, por causar desuniã o em muitas famílias, por ter
protegido pessoas degradadas, recusando-se a curar certas pessoas
doentes, ferindo os gergeseanos ao permitir que os possuídos virassem
seus tonéis e seus porcos se precipitassem no mar. Ele o acusou da
culpa de Maria Madalena, já que nã o havia impedido sua recaída no
pecado; de negligenciar Sua pró pria família; de esbanjar os bens dos
outros; e, em uma palavra, tudo o que o tentador teria na hora da morte
aplicado a um mortal comum que, sem uma intençã o elevada e santa,
havia se envolvido em tais assuntos, Sataná s agora sugeriu à alma
trêmula de Jesus com o objetivo de fazê-lo vacilar. Estava oculto para ele
que Jesus era o Filho de Deus, e ele O tentou meramente como o mais
justo dos homens.

8) Enquanto a adorável Humanidade de Cristo assim agonizava e se


contorcia sob este excesso de sofrimento, vi entre os anjos um
sentimento de compaixã o por Ele. Pareceu haver uma pausa, na qual
eles pareciam desejosos de dar-lhe consolo, e eu os vi orando nesse
sentido diante do trono de Deus. Daquele ponto no céu em que o sol
aparece entre as dez e as onze da manhã , um estreito caminho de luz
fluiu em direçã o a Jesus, e nele vi uma fila de anjos descendo até Ele.
Eles transmitiram a Ele nova força e vigor. O resto da gruta estava cheio
de visõ es assustadoras e horríveis do pecado, e com os espíritos
malignos zombando e tentando. Jesus tomou tudo sobre Si. No meio
desta confusã o de abominaçã o, o Seu Coraçã o, o ú nico que amava
perfeitamente a Deus e ao homem, encolheu-se de terror e angú stia do
horror, do peso de todos aqueles pecados. Ah, eu vi lá tantas coisas! Um
ano inteiro nã o seria suficiente para relatá -los!

9) Jesus se levantou, mas seus joelhos trêmulos mal podiam sustentá -lo.
Seu semblante estava bastante desfigurado e quase irreconhecível. Seus
lá bios eram brancos e Seu cabelo estava em pé. Ele subiu à esquerda da
gruta e subiu a um terraço onde repousavam um ao lado do outro,
apoiados no braço, as costas de um voltadas para o peito do vizinho.
Exaustos de fadiga, tristeza e ansiedade sob a tentaçã o, eles
adormeceram. Jesus foi até eles como um homem tomado de tristeza
que o terror leva à companhia de seus amigos, e também como um
pastor fiel que, embora tremendo ao má ximo, cuida de seu rebanho que
ele sabe estar em perigo, pois Ele sabia que eles também estavam em
angú stia e tentaçã o. Ao longo desta curta distâ ncia, vi que as formas
assustadoras nunca O deixaram. Quando Ele encontrou os Apó stolos
dormindo, Ele juntou Suas mã os e, afundando ao lado deles de dor e
exaustã o, Ele disse: “Simã o, você está dormindo?” Com essas palavras,
eles acordaram e O levantaram. Em Seu abandono espiritual, Ele disse:
“O que! Você nã o pô de vigiar uma hora Comigo?”

10) Para exercer este amor imensurável pelos pecadores, o Senhor se


fez homem e irmã o dos pecadores, para que assim pudesse tomar sobre
Si o castigo de todas as suas culpas. Ele realmente havia contemplado
com angú stia a imensidã o daquela culpa e a grandeza dos sofrimentos
expiató rios devidos a eles, mas ao mesmo tempo se ofereceu com
alegria como vítima de expiaçã o à vontade de seu Pai Celestial. Agora,
porém, contemplava os sofrimentos, as tentaçõ es e as chagas da futura
Igreja, sua Esposa, que comprara por tã o caro preço, o de seu pró prio
sangue, e via a ingratidã o do homem. Diante da alma do Senhor
passaram em revista todos os sofrimentos futuros de Seus apó stolos,
discípulos e amigos, e o pequeno nú mero da Igreja primitiva. À medida
que seu nú mero aumentava, Ele via heresias e cismas entrando em seu
rebanho, os crimes sacrílegos de todos os padres perversos contra o
santíssimo sacramento, os escâ ndalos dos tempos até nossos dias e até
o fim do mundo. O terror que senti ao contemplar tudo isso foi tã o
grande, tã o terrível, que meu Noivo Celestial apareceu para mim e,
misericordiosamente, colocando Sua mã o em meu peito, Ele disse:
“Ninguém jamais viu essas coisas, e seu coraçã o rompi com o susto, nã o
o sustentei”.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O SEGUNDO MISTÉ RIO DOLOROSO

A flagelação no pilar

O Fruto deste Mistério: Penitência pelos nossos Pecados.

Pilatos gritou novamente: “Qual dos dois te devo soltar?” Entã o surgiu
de todo o fó rum e de todos os lados um grito unâ nime: “Fora com este
homem! Dá -nos Barrabá s!” Pilatos gritou novamente: “Mas o que devo
fazer com Jesus, o Cristo, o Rei dos Judeus?” Com violência tumultuada,
todos gritavam: “Crucifica-o! Crucifica-O!” Pilatos perguntou pela
terceira vez: “Ora, que mal ele fez? Nã o encontro nele a menor causa de
morte. Vou açoitá -lo e depois deixá -lo ir”. Mas o grito: “Crucifica-o!
Crucifica-O!” explodiu da multidã o como um rugido do inferno,
enquanto os sumos sacerdotes e fariseus, frenéticos de raiva,
vociferavam violentamente. Entã o o pobre e irresoluto Pilatos libertou
o miserável Barrabá s e condenou Jesus ao açoite! Pilatos, o juiz vil e
pusilâ nime, repetiu vá rias vezes as palavras covardes: “Nã o encontro
nele culpa alguma, portanto, castigá -lo-ei e soltá -lo-ei!” Ao que os
judeus nã o gritaram outra resposta senã o: “Crucifica-o! Crucifica-O!”
Mas Pilatos, ainda esperando cumprir sua primeira resoluçã o de nã o
condenar Jesus à morte, ordenou que Ele fosse açoitado à maneira dos
romanos.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Os carrascos, golpeando e empurrando Jesus com seus bastõ es


curtos, conduziram-no através da multidã o enfurecida no fó rum até a
coluna de açoitamento, que ficava em frente a um dos salõ es que
circundavam a grande praça ao norte do palá cio de Pilatos e nã o longe
da guarita.

2) E entã o os servos dos carrascos avançaram ao encontro de Jesus,


carregando seus chicotes, varas e cordas, que eles jogaram perto do
pilar. Eram seis, homens morenos, todos um pouco mais baixos que
Jesus, com cabelos á speros e crespos, aos quais a natureza havia negado
uma barba que nã o fosse uma barba rala e curta como a barba por fazer.
Seus lombos estavam cingidos e o resto de suas roupas consistia em
uma jaqueta de couro, ou alguma outra coisa miserável, aberta nas
laterais e cobrindo a parte superior do corpo como um escapulá rio.
Seus braços estavam nus e seus pés envoltos em sandá lias
esfarrapadas. Eles eram malfeitores vis das fronteiras do Egito que,
como escravos e culpados, estavam aqui empregados em edifícios e
canais. Os mais perversos, os mais abjetos entre eles eram sempre
escolhidos para punir os criminosos no pretó rio.

3) Esses homens bá rbaros frequentemente açoitavam os pobres


infratores até a morte neste mesmo pilar. Havia algo de bestial, até
diabó lico, em sua aparência, e eles estavam meio embriagados. Embora
o Senhor nã o estivesse oferecendo qualquer resistência, eles O
golpearam com seus punhos e cordas e com fú ria frenética O
arrastaram até o pilar, que ficava sozinho e nã o servia de apoio a
nenhuma parte do edifício. Nã o era muito alto, pois um homem alto
com os braços estendidos poderia alcançar o topo, que era provido de
uma argola de ferro. Mais para o meio, de um lado, havia outros anéis
ou ganchos. É impossível expressar a barbaridade com que aqueles cã es
furiosos ultrajaram Jesus naquela curta caminhada até o pilar. Eles
arrancaram dEle o manto de escá rnio de Herodes e quase jogaram o
pobre Salvador no chã o.

4) Jesus tremeu e estremeceu diante da coluna. Com Suas pró prias


mã os, inchadas e ensanguentadas pelas cordas apertadas, e em trêmula
pressa, Ele deixou de lado Suas vestes, enquanto os carrascos O
golpeavam e insultavam. Ele rezou e implorou de maneira tã o
comovente e, por um instante, voltou a cabeça para sua Mã e aflita, que
estava com as santas mulheres em um canto de um dos pó rticos da
praça, nã o muito longe do local da flagelaçã o. Voltando-se para a
coluna, como para se cobrir por ela, Jesus disse: “Desvia de mim os teus
olhos!” Nã o sei se Ele disse essas palavras verbalmente ou
mentalmente, mas vi como Maria as interpretou, pois no mesmo
momento a vi se afastando e afundando nos braços das santas mulheres
que a cercavam, fortemente veladas.

5) E agora Jesus apertou o pilar em Seus braços. Os carrascos, com


horríveis imprecaçõ es e puxõ es bá rbaros, prenderam Suas mã os
sagradas erguidas, por meio de uma estaca de madeira, atrá s do anel de
ferro no topo. Ao fazer isso, eles esticaram todo o Seu corpo, de modo
que Seus pés, fortemente amarrados na base, mal tocavam o chã o. Lá
estava o Santo dos Santos, despojado de roupas, carregado de angú stia
e ignomínia indizíveis, estendido sobre o pilar dos criminosos,
enquanto dois dos sabujos, com raiva sanguiná ria, começaram a rasgar
com seus chicotes as costas sagradas da cabeça aos pés. As primeiras
varas, ou flagelos, que eles usaram pareciam feitas de madeira branca
flexível, ou poderiam ser feixes de tendõ es de boi, ou tiras de couro
duro e branco.

6) Nosso Senhor e Salvador, o Filho de Deus, verdadeiro Deus e


verdadeiro Homem, estremeceu e se contorceu como um pobre verme
sob os golpes das varas dos criminosos. Ele chorou com uma voz
reprimida, e um lamento claro e doce, como uma oraçã o amorosa sob
tortura excruciante, formou um acompanhamento tocante para os
golpes sibilantes de Seus algozes. De vez em quando, os gritos da
populaçã o e dos fariseus se misturavam com aqueles tons lamentáveis,
santos, abençoados e melancó licos, como os trovõ es assustadores de
uma nuvem de tempestade furiosa.

7) O alvoroço foi tã o grande que, quando ele quis proferir algumas


palavras, o silêncio teve que ser feito com o floreio de uma trombeta.
Nesses momentos podiam ser ouvidos os golpes das varas, os gemidos
de Jesus, a blasfêmia dos carrascos e o balido dos cordeiros pascais, que
estavam sendo lavados na piscina perto do portã o das ovelhas para o
leste. Apó s esta primeira purificaçã o, para que nã o se sujassem
novamente, suas mandíbulas foram amordaçadas e eles foram
carregados por seus donos ao longo da estrada limpa para o Templo.
Eles foram entã o conduzidos em direçã o ao lado oeste, onde foram
submetidos a outra lavagem cerimonial. O balido indefeso dos
cordeiros tinha algo indescritivelmente comovente. Eram os ú nicos
sons em uníssono com os suspiros do Salvador.

8) A turba judaica manteve-se a certa distâ ncia, da largura de uma rua,


do local da flagelaçã o. Soldados romanos estavam parados aqui e ali,
mas principalmente ao redor da guarita. Todos os tipos de vagabundos
perambulavam perto do pró prio pilar, alguns em silêncio, outros com
expressõ es de desprezo. Vi muitos deles repentinamente atraídos pela
simpatia e, nesses momentos, parecia que um sú bito raio de luz vinha
de Jesus para eles. Nesse exato momento, um grande bando de
estranhos em camelos passava pelo fó rum. Eles olharam com medo e
horror enquanto alguns dos espectadores explicavam a eles o que
estava acontecendo.

9) O sangue sagrado de Cristo estava escorrendo no chã o. Ele tremeu e


estremeceu. O escá rnio e a zombaria O atacaram por todos os lados. Os
dois ú ltimos algozes atingiram Jesus com chicotes que consistiam em
pequenas correntes, ou tiras, presas a um cabo de ferro, cujas pontas
eram providas de pontas de ferro, ou ganchos. Eles arrancaram pedaços
inteiros de pele e carne de Suas costelas. Oh, quem pode descrever a
terrível barbá rie daquele espetá culo! Nã o havia mais um ponto só lido
no Corpo do Senhor. Ele olhou, com os olhos nadando em sangue, para
Seus torturadores, pedindo misericó rdia; mas eles ficaram apenas mais
enfurecidos. Vi a Santíssima Virgem, durante a flagelaçã o do nosso
Redentor, em estado de êxtase ininterrupto. Ela viu e sofreu de maneira
indescritível tudo o que seu Filho estava suportando. Seu castigo, seu
martírio, foi tã o inconcebivelmente grande quanto seu santíssimo amor.
Baixos gemidos frequentemente saíam de seus lá bios, e seus olhos
estavam inflamados de tanto chorar.

10) Jesus estremeceu em agonia enquanto, com feridas sangrentas,


jazia ao pé da coluna. Eu vi entã o algumas garotas ousadas passando.
Eles pararam em silêncio diante dEle, segurando-se pela mã o, e O
olharam com desgosto feminino, que renovou a dor de todas as Suas
feridas. Ele ergueu Sua cabeça ensanguentada e virou Seu rosto triste
em piedade para com eles. Eles passaram, enquanto os carrascos e
soldados riam e gritavam algumas expressõ es escandalosas atrá s deles.
Vá rias vezes, durante a flagelaçã o, vi anjos chorando ao redor de Jesus
e, durante todo aquele castigo amargo e ignominioso que caiu sobre Ele
como uma chuva de granizo, ouvi-O oferecer Sua oraçã o a Seu Pai pelos
pecados da humanidade. Mas agora, enquanto Ele jazia em Seu pró prio
sangue ao pé da coluna, vi um anjo fortalecendo-O. Parecia que o anjo
havia dado a Ele um pedaço luminoso para comer.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O TERCEIRO MISTÉ RIO DOLOROSO

A Coroação de Espinhos

O Fruto deste Mistério: Submissão à Realeza de Cristo.

Eles colocaram sobre Ele a coroa de espinhos. Tinha dois palmos de


altura, grosso e habilmente trançado, com uma borda saliente no topo.
Eles o colocaram como um fichá rio em volta de Sua testa e o prenderam
firmemente nas costas, formando assim uma coroa. Foi habilmente
tecido com galhos de espinhos com três dedos de espessura, cujos
espinhos cresciam retos. Ao trançar a coroa, o maior nú mero possível
deles foi intencionalmente pressionado para dentro.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10


Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as
mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Os carrascos aproximaram-se novamente e, empurrando Jesus com


os pés, ordenaram-lhe que se levantasse, pois ainda nã o haviam
terminado com o rei. Eles O atacaram enquanto Ele rastejava atrá s de
Sua faixa de linho, que os infames desgraçados chutavam com gritos de
escá rnio de um lado para o outro, de modo que Jesus, em Sua extrema
necessidade, teve que rastejar dolorosamente pelo chã o em Seu pró prio
sangue como um verme pisado sob os pés, para alcançar Seu cinto e
com ele cobrir Seus lombos dilacerados. Entã o, com golpes e pontapés,
eles O forçaram a ficar de pé, mas nã o Lhe deram tempo para colocar
Seu manto, que eles colocaram sobre Ele com as mangas sobre os
ombros. Eles O levaram à s pressas para a guarita por um caminho
indireto, ao longo do qual Ele enxugou o sangue de Seu rosto com Seu
manto.

2) A coroaçã o e escá rnio de Jesus aconteceram no pá tio interno da


guarita, que ficava no fó rum sobre as prisõ es. Era cercada por pilares e
a entrada era aberta. Havia cerca de cinquenta miseráveis miseráveis
pertencentes ao exército, servos de carcereiros, carrascos, rapazes,
escravos e servos chicoteadores, que tomaram parte ativa nos maus-
tratos a Jesus. A multidã o a princípio se aglomerava ansiosamente, mas
logo foi deslocada pelos mil soldados romanos que cercavam o prédio.
Eles se colocaram em fila e ordem, zombando e rindo, dando assim aos
algozes de Jesus um novo incentivo para multiplicar Seus sofrimentos.
Suas piadas e risadas os encorajavam, assim como o aplauso faz o ator.
3) Havia um buraco no meio do pá tio, e para ele rolaram a base de uma
velha coluna, que pode ter estado ali. Sobre essa base colocaram um
banquinho baixo e redondo com uma coluna na parte de trá s para
erguê-lo e o cobriram maliciosamente com pedras pontiagudas e cacos
de cerâ mica.

4) Mais uma vez rasgaram as vestes de Jesus de Seu corpo ferido, e


jogaram sobre Ele um velho manto militar vermelho esfarrapado e tã o
curto que nã o chegava aos joelhos. Pedaços de borlas amarelas
pendiam aqui e ali. Era guardado em um canto da sala dos carrascos e
usado para arremessar os criminosos apó s a flagelaçã o, seja para secar
o sangue ou para escá rnio. Agora eles arrastaram Jesus para o
banquinho coberto com pedras e cacos de cerâ mica, e violentamente
forçaram Seu corpo nu e ferido sobre eles.

5) Entã o eles colocaram sobre Ele a coroa de espinhos e colocaram na


mã o de Jesus uma cana grossa com um topete tufado. Tudo isso foi feito
com fingida solenidade, como se estivessem realmente coroando-O rei.
Entã o eles arrancaram a cana de Sua mã o e com ela golpearam a coroa
violentamente, até que Seus olhos se encheram de sangue. Eles se
ajoelharam diante dele, estenderam a língua para ele, bateram e
cuspiram em seu rosto e gritaram: “Salve, rei dos judeus!” Com gritos de
riso zombeteiro, eles o derrubaram junto com o banquinho, a fim de
forçá -lo violentamente a descer sobre ele novamente.

6) Nã o sou capaz de repetir todas as invençõ es baixas empregadas por


aqueles miseráveis para insultar o pobre Salvador. Ah! Sua sede era
horrível, pois foi consumido pela febre de Suas feridas, a laceraçã o
causada pela flagelaçã o desumana. Ele estremeceu. A carne em Seus
lados estava em muitos lugares rasgada até as costelas. Sua língua se
contraiu convulsivamente. Apenas o Sangue sagrado escorrendo de Sua
cabeça lavou, como se fosse por pena, Seus lá bios ressecados que
pendiam languidamente abertos. Aqueles monstros horríveis, vendo
isso, transformaram Sua boca em um receptá culo para sua pró pria
imundície repugnante. Jesus sofreu esses maus-tratos por cerca de
meia hora, tempo durante o qual a coorte que cercava o pretó rio em
ordem manteve uma ininterrupta zombaria e risadas.

7) E agora eles novamente conduziram Jesus, a coroa de espinhos em


Sua cabeça, o falso cetro em Suas mã os agrilhoadas, o manto pú rpura
jogado em torno Dele, ao palá cio de Pilatos. Ele estava irreconhecível.
por causa do sangue que encheu seus olhos e escorreu para sua boca e
barba. Seu corpo, coberto de vergõ es e feridas inchadas, parecia um
pano embebido em sangue, e Seu andar era curvado e cambaleante. O
manto era tã o curto que Ele teve que se abaixar para se cobrir com ele,
pois na coroaçã o eles haviam novamente arrancado todas as Suas
vestes. Quando Ele alcançou o degrau mais baixo do lance que conduzia
a Pilatos, até aquele ser de coraçã o duro foi tomado por um
estremecimento de compaixã o e desgosto.

8) Entã o Jesus foi conduzido pelos carrascos até a frente da varanda


onde Pilatos estava, para que pudesse ser visto por todas as pessoas no
fó rum. Oh, que espetá culo terrível e de partir o coraçã o! O silêncio,
terrível e sombrio, caiu sobre a multidã o quando Jesus tratado
desumanamente, a figura sagrada e martirizada do Filho de Deus,
coberto de sangue e feridas, usando a terrível coroa de espinhos,
apareceu e, de Seus olhos nadando em sangue, lançar um olhar sobre a
multidã o crescente! Ali perto estava Pilatos, apontando para Ele com o
dedo e clamando aos judeus: “Eis o Homem!”

9) Enquanto Jesus, o manto escarlate do escá rnio jogado em Seu corpo


dilacerado, Sua cabeça perfurada afundando sob o peso da coroa de
espinhos, Suas mã os agrilhoadas segurando o falso cetro, estava assim
diante do palá cio de Pilatos, em infinita tristeza e benignidade, dor e o
amor, como um fantasma sangrento, exposto aos gritos furiosos dos
padres e do povo. Os cordeiros pascais, cujo balido suave ainda se
misturava com os gritos sanguiná rios da multidã o, como se quisessem
testemunhar a Verdade Silenciosa. Agora foi que o verdadeiro Cordeiro
Pascal de Deus, o mistério revelado, embora nã o reconhecido, deste
santo dia, cumpriu as profecias e se estendeu em silêncio no banco do
abate.

10) Pilatos ordenou que fossem feitos preparativos para pronunciar a


sentença. Suas vestes de cerimô nia foram trazidas a ele. Uma coroa, na
qual brilhava uma pedra preciosa, foi colocada na cabeça de Pilatos,
outro manto foi colocado em volta dele e um cajado foi levado diante
dele. Pilatos, aquele juiz iníquo, que nestas ú ltimas horas tã o frequente
e publicamente afirmou a inocência de Jesus, agora proclamou que
achou justa a sentença dos Sumos Sacerdotes, e concluiu com as
palavras: “Eu também condeno Jesus de Nazaré, Rei dos judeus, para
ser pregado na cruz”. Entã o ele ordenou que os carrascos trouxessem a
cruz. A aflita Mã e de Jesus, o Filho de Deus, ao ouvir as palavras de
Pilatos, tornou-se como se estivesse morrendo, pois agora era certa a
morte cruel, terrível e ignominiosa de seu santo e amado Filho e
Salvador. Joã o e as santas mulheres a tiraram de cena, para que a
multidã o cega nã o se tornasse ainda mais culpada por zombar da
tristeza da Mã e de seu Salvador. Mas Maria nã o conseguia descansar.
Ela ansiava por visitar todos os lugares marcados pelos sofrimentos de
Jesus.

GLÓ RIA AO PAI


Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é
agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O QUARTO MISTÉ RIO DOLOROSO

O Carregamento da Cruz

O Fruto deste Mistério: Mortificação dos Sentidos.

A procissã o seguiu em frente. Com golpes e puxõ es violentos nas cordas


que O prendiam, Jesus foi levado pelo caminho acidentado e irregular
entre a muralha da cidade e o Monte Calvá rio em direçã o ao norte. Num
ponto onde o caminho sinuoso em sua subida virava para o sul, o pobre
Jesus caiu de novo. Seus algozes o espancaram e o conduziram mais
rudemente do que nunca até que ele alcançou o topo da rocha, o local
da execuçã o, quando com a cruz caiu pesadamente por terra.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10


Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as
mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Aqui os Sumos Sacerdotes se separaram do verdadeiro Cordeiro


Pascal. Eles correram para o Templo de pedra, para abater e comer o
tipo, enquanto permitiam que sua Realizaçã o, o verdadeiro Cordeiro de
Deus, fosse conduzido ao altar da Cruz por carrascos infames. Aqui o
caminho se dividiu - uma estrada levando ao velado, a outra ao
Sacrifício consumado. Eles entregaram o puro e expiató rio Cordeiro
Pascal de Deus, de quem eles externamente zombaram com sua atroz
barbaridade, a quem eles tentaram profanar, a algozes impuros e
desumanos, enquanto eles mesmos se apressaram ao Templo de pedra,
para ali sacrificar os cordeiros que haviam foram lavados, purificados e
abençoados. Eles tinham, com tímido cuidado, cuidado contra a
contrataçã o de impureza legal externa, enquanto manchavam sua alma
com maldade interior, que fervia em raiva, inveja e desprezo. “Que o
sangue dele caia sobre nó s e sobre nossos filhos!” Com estas palavras
eles cumpriram a cerimô nia, colocaram a mã o do sacrifício sobre a
cabeça da vítima. Aqui, novamente, a estrada se bifurca em duas: uma
para o Altar da Lei, a outra para o Altar da Graça. A sentença injusta foi
pronunciada por volta das dez horas da manhã , de acordo com nosso
horá rio.

2) Um pequeno bando permaneceu perto dos condenados. Vinte e oito


fariseus armados, entre eles aqueles seis inimigos furiosos de Jesus que
haviam ajudado em Sua prisã o no Monte das Oliveiras, vieram a cavalo
ao fó rum para acompanhar a procissã o. Os carrascos levaram Jesus
para o centro. Vá rios escravos, arrastando a madeira da cruz, entraram
pelo portã o do lado oeste e a jogaram ruidosamente a Seus pés. Assim
que a cruz foi jogada no chã o diante Dele, Jesus caiu de joelhos, colocou
os braços em volta dela e a beijou três vezes enquanto proferia
suavemente uma oraçã o de agradecimento a Seu Pai Celestial pela
redençã o da humanidade agora iniciada.

3) Os carrascos arrastaram Jesus para uma postura ajoelhada; e com


dificuldade e pouca ajuda (e do tipo mais bá rbaro) Ele foi forçado a
pegar as pesadas vigas em Seu ombro direito e segurá -las firmemente
com Seu braço direito. Vi anjos invisíveis ajudando-O, caso contrá rio Ele
nã o teria sido capaz de levantar a cruz do chã o. Eles O colocaram de pé
e entã o caíram sobre Seus ombros todo o peso da cruz, daquela cruz
que, de acordo com Suas pró prias palavras sagradas de Verdade Eterna,
devemos carregar atrá s Dele.

4) E agora aquela abençoada procissã o triunfal do Rei dos Reis, tã o


ignominiosa na terra, tã o gloriosa à vista do Céu, começou. Duas cordas
foram amarradas à ponta da cruz, e por elas dois dos carrascos a
seguraram, para que nã o pudesse ser arrastada pelo chã o. Ao redor de
Jesus, embora a certa distâ ncia, caminhavam os quatro carrascos
segurando as cordas amarradas ao cinto que prendia Sua cintura. Seu
manto estava amarrado sob Seus braços. Jesus, com a lenha da cruz
amarrada em Seu ombro, me lembrou de uma maneira impressionante
de Isaque carregando a lenha para seu pró prio sacrifício na montanha.

5) A procissã o da Crucificaçã o foi encabeçada por um trompetista, que


tocou sua trombeta em cada esquina e proclamou a execuçã o. Alguns
passos atrá s dele vinha uma multidã o de meninos e outros sujeitos
rudes, carregando bebida, cordas, pregos, cunhas e cestas de
ferramentas de todos os tipos, enquanto robustos criados carregavam
varas, escadas e baú s pertencentes à s cruzes dos ladrõ es. . As escadas
consistiam em meros postes, por onde passavam longas estacas de
madeira. Entã o seguiram alguns dos fariseus montados, apó s os quais
veio um rapaz trazendo no peito a inscriçã o que Pilatos havia feito para
a cruz. A coroa de espinhos, que era impossível deixar durante o
transporte da cruz, foi tirada da cabeça de Cristo e colocada na ponta de
uma vara, que este menino agora carregava sobre o ombro.

6) Desde a Ú ltima Ceia da noite anterior, sem comer, beber e dormir,


sob maus-tratos contínuos que por si só poderiam ter terminado em
morte, consumido por perda de sangue, feridas, febre, sede e dores
interiores indescritíveis e horror, Jesus caminhava com passos
vacilantes, com as costas curvadas, os pés nus e sangrando. Com a mã o
direita Ele segurou a pesada carga em Seu ombro direito, e com a
esquerda Ele tentou erguer a roupa esvoaçante que constantemente
impedia Seus passos incertos. Os quatro carrascos seguraram a certa
distâ ncia as cordas presas ao cinto de Seus grilhõ es. Os dois da frente o
puxaram para a frente, enquanto os dois de trá s o incitaram. Dessa
forma, Ele nã o tinha certeza de um passo, e as cordas que o puxavam
constantemente o impediam de levantar o manto. Suas mã os estavam
machucadas e inchadas pelas cordas que as amarravam com força, Seu
rosto estava coberto de sangue e inchaços, Seu cabelo e barba estavam
rasgados e emaranhados com sangue, o fardo que Ele carregava e os
grilhõ es pressionavam a grosseira roupa de lã nas feridas. de Seu corpo
e a lã grudou nas que haviam sido reabertas pelo rasgo de Suas vestes.
Zombarias e palavras maliciosas ressoaram por todos os lados. Seus
lá bios moviam-se em oraçã o, Seu olhar era suplicante, perdoador e
sofredor.

7) Um dos homens disse aos presentes: “Quem é aquela mulher com


tanta angú stia?” E alguém respondeu: “Ela é a Mã e do Galileu”. Quando
os malfeitores ouviram isso, eles zombaram da triste Mã e com palavras
de escá rnio, apontando para ela com os dedos; e um dos miseráveis,
agarrando os pregos destinados à crucificaçã o, ergueu-os
zombeteiramente diante de seu rosto. Torcendo as mã os, ela olhou para
Jesus e, em sua angú stia, apoiou-se em uma das colunas do portã o. Ela
estava pá lida como um cadáver, seus lá bios lívidos. Os fariseus vieram
cavalgando, entã o veio o menino com a inscriçã o - e oh! alguns passos
atrá s dele, o Filho de Deus, seu pró prio Filho, o Santo, o Redentor!

8) Os carrascos puxaram Jesus para a frente com as cordas. Seu rosto


estava pá lido, ferido e manchado de sangue, Sua barba pontiaguda e
emaranhada de sangue. De Seus olhos fundos e cheios de sangue Ele
lançou, sob os espinhos emaranhados e torcidos de Sua coroa,
assustador de se ver, um olhar cheio de ternura sincera sobre Sua aflita
Mã e, e pela segunda vez cambaleou sob o peso da cruz e caiu em Suas
mã os e joelhos no chã o. A Mã e dolorosa, na veemência de seu amor e
angú stia, nã o viu nem soldados nem algozes - viu apenas seu amado,
sofrido e maltratado Filho. Torcendo as mã os, ela saltou os dois degraus
entre o portã o e os algozes, e correndo para Jesus, caiu de joelhos com
os braços em volta dele. Eu ouvi, mas nã o sei se ditas com os lá bios ou
em espírito, as palavras: “Meu Filho!” — “Minha Mã e!”

9) Depois de percorrer um pouco a rua larga, a procissã o passou por


um portã o em uma antiga muralha interna da cidade. Em frente a esse
portã o havia um amplo espaço aberto no qual três ruas se
encontravam. Havia um grande trampolim aqui, sobre o qual Jesus
cambaleou e caiu, a cruz ao Seu lado. Ele estava deitado no chã o,
encostado na pedra, incapaz de se levantar. Nesse exato momento, uma
multidã o de pessoas bem vestidas se aproximou a caminho do Templo.
Eles gritaram em compaixã o: “Ai! A pobre criatura está morrendo!” A
confusã o surgiu entre a turba, pois eles nã o conseguiram fazer Jesus
ressuscitar. Os fariseus que lideravam a procissã o gritaram aos
soldados: “Nã o o levaremos vivo ao Calvá rio. Você deve chamar alguém
para ajudá -lo a carregar a cruz”. Nesse momento apareceu, vindo direto
pelo meio da rua, Simã o de Cirene, um pagã o, seguido de seus três
filhos. A multidã o era tã o grande que ele nã o podia escapar, e assim que
os soldados viram pelo seu vestido que ele era um pobre trabalhador
pagã o, eles o agarraram e o arrastaram para ajudar a carregar a cruz do
galileu. Ele resistiu e mostrou grande relutâ ncia, mas eles o
constrangeram à força.

10) Jesus novamente afundou desmaiando. Ele nã o caiu no chã o,


porque Simã o, apoiando a ponta da cruz sobre a terra, aproximou-se e
apoiou sua forma curvada. O Senhor se apoiou nele. Ao ver Seu
semblante tã o completamente miserável, as mulheres levantaram um
alto grito de tristeza e piedade e, à maneira judaica de mostrar
compaixã o, estenderam-lhe lenços para enxugar o suor. Jesus disse
algumas belas palavras à s mulheres, entre elas, porém, lembro-me
destas: “As tuas lá grimas serã o recompensadas, De agora em diante
trilhará s outro caminho”,

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O QUINTO MISTÉ RIO DOLOROSO

A Crucificação de Nosso Senhor

O Fruto deste Mistério: A Graça da Perseverança Final.

Medo e consternaçã o encheram Jerusalém. Névoa e escuridã o sombria


pairavam sobre suas ruas. Muitos deitam com as cabeças cobertas nos
cantos, batendo no peito. Outros, de pé nos telhados das casas, olhavam
para o céu e lamentavam-se. Animais berravam e se escondiam,
pá ssaros voavam baixo e caíam no chã o. O fó rum estava deserto. As
pessoas correram para suas casas. A ansiedade e o terror atingiram seu
auge no Templo. A matança do cordeiro pascal havia apenas começado
quando a escuridã o da noite caiu repentinamente sobre Jerusalém.
Todos estavam cheios de consternaçã o, enquanto aqui e ali irrompiam
altos gritos de afliçã o. Os sumos sacerdotes faziam tudo o que podiam
para manter a paz e a ordem. Aná s, terrivelmente atormentado, corria
de canto a canto em seu desejo de se esconder. Jesus, em indizível
tortura, suportou na cruz extremo abandono e desolaçã o de alma. Ele
orou a Seu Pai Celestial naquelas passagens dos Salmos que agora
estavam sendo cumpridas Nele. Eu vi ao redor Dele figuras angelicais.
Suportou em tormento infinito tudo o que sofre uma pobre criatura
esmagada, torturada, no maior abandono, sem consolaçã o humana nem
divina, quando a fé, a esperança e o amor se encontram sozinhos no
deserto da tribulaçã o, sem perspectiva de retorno, sem gosto ou
sentimento, sem um raio de luz, deixado lá para viver sozinho.
Nenhuma palavra pode expressar essa dor. Por este sofrimento Jesus
ganhou para nó s a força, unindo nosso abandono aos méritos pró prios
na cruz, para vencer vitoriosamente em nossa ú ltima hora, quando
todos os laços e relaçõ es com esta vida e modo de existência, com este
mundo e sua leis, cessem; e quando, portanto, as idéias que formamos
nesta vida do outro mundo também cessam. Ele ganhou para nó s o
mérito de permanecermos firmes em nossa ú ltima luta, quando
também nó s nos sentirmos totalmente abandonados.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Eram cerca de quinze para o meio-dia quando Jesus, carregado com a


cruz, foi arrastado para o local da execuçã o, jogado no chã o e Simã o
expulso. Os carrascos entã o puxaram Jesus pelas cordas, separaram as
seçõ es da cruz e as juntaram novamente na forma adequada. Ah! Quã o
triste e miserável, que figura terrivelmente dilacerada, pá lida e
ensanguentada era a do pobre Jesus quando Ele estava naquele lugar de
martírio! Os algozes O jogaram no chã o novamente com palavras de
escá rnio como estas: “Devemos medir o seu trono para você, ó Rei!”
Mas Jesus se colocou voluntariamente na cruz. Se fosse possível para
Ele, em Seu estado de exaustã o, fazê-lo mais rapidamente, eles nã o
teriam necessidade de arrastá -Lo para baixo.

2) Jesus estava agora estendido na cruz pelos carrascos, Ele se deitou


sobre ela; mas eles O empurraram para baixo, para os lugares ocos,
rudemente puxaram Sua mã o direita para o buraco para o prego no
braço direito da cruz e amarraram Seu pulso firmemente. Um ajoelhou-
se em Seu peito sagrado e estendeu a mã o que se fechava; outro
colocou o prego comprido e grosso, que havia sido limado em ponta
afiada, sobre a palma de Sua mã o sagrada e desferiu golpes furiosos
com o martelo de ferro. Um doce, claro e espasmó dico grito de angú stia
irrompeu dos lá bios do Senhor, e Seu sangue jorrou nos braços dos
carrascos. Os mú sculos e ligamentos da mã o foram dilacerados e, pelo
prego de três pontas, cravados no buraco estreito.

3) Todo o corpo de nosso Santíssimo Redentor foi contraído pelo


violento estiramento dos braços para os buracos dos pregos, e Seus
joelhos foram dobrados à força. Eles amarraram cordas ao redor da
perna direita e, com terrível violência e terrível tortura para Jesus,
puxaram o pé até o bloco e amarraram a perna com cordas. O corpo de
Jesus estava assim horrivelmente distendido. Seu peito cedeu com um
estalo, e Ele gemeu alto: “Ó Deus! Ó Deus!" Eles amarraram Seus braços
e Seu peito também para que Suas mã os nã o fossem arrancadas dos
pregos. O abdô men estava totalmente deslocado e parecia que as
costelas se separaram do esterno. O sofrimento foi horrível.
4) Os gemidos de Jesus eram puramente gritos de dor. Misturadas com
elas estavam oraçõ es ininterruptas, passagens dos Salmos e Profecias,
cujas prediçõ es Ele agora estava cumprindo. Durante todo o tempo de
Sua amarga Paixã o e até o momento da morte, Ele esteve envolvido
neste tipo de oraçã o e no cumprimento ininterrupto das Profecias. Eu
ouvia todas as passagens que Ele usava e as repetia com Ele, e quando
eu rezo os Salmos, sempre me lembro dos versículos que Jesus usou.
Mas agora estou tã o arrasado pelas torturas de meu Noivo Celestial que
nã o consigo me lembrar delas. Vi anjos chorando pairando sobre Jesus
durante essa terrível tortura.

5) A posiçã o do sol no momento da crucificaçã o de Jesus mostrava que


eram cerca de meio-dia e quinze, e no momento em que a cruz foi
levantada, o toque de trombetas e trombones soou no Templo.
Anunciou que a matança dos cordeiros pascais havia começado; e ao
mesmo tempo, com pressentimento solene, interrompeu os gritos de
zombaria e os altos gritos de lamentaçã o em torno do verdadeiro e
morto Cordeiro de Deus. Muitos coraçõ es endurecidos estremeceram e
pensaram nas palavras do Batista: “Eis o Cordeiro de Deus, que tomou
sobre Si os pecados do mundo!”

6) Junto com aqueles gritos de escá rnio, surgiram outros sons naquele
momento terrível – sons de amor e compaixã o de Seus devotos
seguidores. Em tocantes expressõ es de piedade, as vozes mais santas da
terra, a de Sua Mã e aflita, das santas mulheres, do discípulo amado e de
todos os puros de coraçã o, saudaram o “Verbo Eterno feito Carne”
elevado na cruz. Mã os amorosas foram estendidas ansiosamente como
se para ajudar o Santo dos Santos, o Noivo das almas, pregado vivo na
cruz, tremendo nas mã os de pecadores furiosos. Mas quando a cruz
erguida caiu com um estrondo no buraco preparado para ela, um
momento de profundo silêncio se seguiu. Parecia que um novo
sentimento, nunca antes experimentado, caiu sobre cada coraçã o. O
pró prio inferno sentiu com terror o choque da cruz caindo e, com gritos
de raiva e blasfêmia, levantou-se novamente contra o Senhor em seus
instrumentos, os cruéis carrascos e fariseus.

7) Entre as pobres almas e no Limbo, surgiu a alegria da ansiosa


expectativa prestes a se realizar. Eles ouviram aquele estrondo com
grande esperança. Soou para eles como a batida do Vitorioso vindouro
na porta da Redençã o. Pela primeira vez, a Santa Cruz ficou ereta sobre
a terra, como outra á rvore da vida no Paraíso, e das Chagas de Jesus,
ampliadas pelo choque, gotejaram quatro correntes sagradas sobre a
terra, para lavar a maldiçã o que repousava sobre ela. e fazê-la produzir
para si, o novo Adã o, frutos de salvaçã o

8) Enquanto Jesus estava sendo pregado na cruz, os ladrõ es ainda


jaziam no lado oriental do monte, com as mã os amarradas à cruz presa
aos ombros e guardas vigiando-os. Ambos eram suspeitos do
assassinato de uma judia que, com seus filhos, viajava de Jerusalém
para Jope. Os ladrõ es olharam para Jesus, um orando, o outro
zombando. Ambos pertenciam à quele bando de salteadores nas
fronteiras egípcias de quem a Sagrada Família, na fuga para o Egito com
o Menino Jesus, recebeu abrigo para passar a noite. Dimas era aquele
menino leproso que, a conselho de Maria, foi lavado por sua mã e na
á gua usada para banhar o Menino Jesus e instantaneamente curado por
ela. A caridade e a proteçã o que sua mã e, apesar de seus companheiros,
entã o concedia à Sagrada Família, foi recompensada por aquela
purificaçã o externa e simbó lica, que recebeu sua realizaçã o no
momento da Crucificaçã o quando, pelo Sangue de Jesus, seu filho foi
interiormente purificado do pecado. Dimas estava arruinado e nã o
conhecia Jesus; ainda assim ele nã o era totalmente mau, e a paciência
do Senhor o havia tocado. Dimas, na mais profunda contriçã o e humilde
esperança, levantou a cabeça para Jesus e disse: “Senhor, deixe-me ir
para algum lugar de onde você possa me resgatar! Lembre-se de mim
quando entrar em seu Reino!” Jesus respondeu-lhe: “Amém, em verdade
te digo, hoje estará s comigo no Paraíso!”

9) A Santíssima Virgem, vencida pelo amor maternal, implorava


fervorosamente em seu coraçã o a Jesus que a deixasse morrer com Ele.
Naquele momento, o Senhor lançou um olhar sincero e compassivo
para Sua Mã e e, voltando os olhos para Joã o, disse-lhe: “Mulher, eis que
este é o teu filho! Ele será seu filho mais verdadeiramente do que se
você o tivesse dado à luz”. Depois elogiou Joã o e disse: “Ele sempre foi
inocente e cheio de fé simples”. A Joã o, Ele disse: “Eis aqui a tua Mã e!” e
Joã o reverentemente e como um filho filial abraçado sob a cruz do
moribundo Redentor, a Mã e de Jesus, que agora se tornou sua Mã e
também. Maria permaneceu em sua dignidade como a Mulher que
esmagaria a cabeça da serpente. Senti que a mais pura, a mais humilde,
a mais obediente das criaturas, aquela que disse ao anjo: “Eis aqui a
serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra!” — ela que
havia se tornado a Mã e do Verbo Eterno Encarnado, agora que
compreendia de seu Filho moribundo que seria a Mã e espiritual de
outro filho, em meio à sua dor ao despedir-se e ainda humildemente
obediente, novamente pronunciou, embora em seu coraçã o, as palavras:
“Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra!”
Senti que naquele momento ela tomava por filhos todos os filhos de
Deus, todos os irmã os de Jesus.

10) A hora do Senhor havia chegado. Jesus ofereceu a sua miséria, a sua
pobreza, as suas dores, a sua desolaçã o por nó s, miseráveis pecadores,
para que quem se une a Jesus no corpo da Igreja nã o se desespere na
ú ltima hora, mesmo que, retirada a luz e a consolaçã o, seja deixado na
escuridã o. Neste deserto de noite interior nã o somos mais obrigados a
mergulhar sozinhos e expostos ao perigo. Jesus fez descer ao abismo do
mar amargo da desolaçã o o seu pró prio abandono interior e exterior na
cruz, deixando assim o cristã o nã o só no abandono da morte, quando a
luz da consolaçã o celeste arde fraca. Para o cristã o nessa ú ltima hora de
perigo, nã o há mais nenhuma regiã o escura e desconhecida, nenhuma
solidã o, nenhum abandono, nenhum desespero; pois Jesus, a Luz, a
Verdade e o Caminho, abençoou o caminho escuro ao atravessá -lo Ele
mesmo e ao plantar Sua cruz sobre ele, expulsou tudo o que é
assustador. A Santíssima Virgem, apoiada nos braços de Maria Cléofas e
Salomé, estava entre Jesus e a cruz do bom ladrã o, com o olhar fixo em
seu Filho moribundo. Jesus falou: “Está consumado!” e erguendo a
cabeça, clamou em alta voz: “Pai, nas tuas mã os entrego o meu
Espírito!” O doce e alto clamor ressoou pelo Céu e pela terra. Entã o Ele
inclinou a cabeça e entregou o espírito. Eu vi Sua alma como um
fantasma luminoso descendo pela terra perto da cruz até a esfera do
Limbo. Joã o e as santas mulheres caíram, com o rosto para baixo,
prostrados na terra.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.

ORAÇÕ ES FINAIS
Ao concluir a recitação do Santo Rosário, as seguintes orações são
costumeiras, mas outras também podem ser adicionadas de acordo com a
devoção e preferência de cada um.

SALVEM, SANTA RAINHA

Salve Rainha, Mã e de Misericó rdia, Salve nossa vida, nossa doçura e


nossa esperança. A ti choramos, pobres filhos degredados de Eva, a ti
lançamos nossos suspiros, lamentando e chorando neste vale de
lá grimas. Volta, entã o, clemente advogado, os teus olhos de
misericó rdia para nó s e depois deste nosso exílio, mostra-nos o bendito
fruto do teu ventre, Jesus. Ó clemente, ó amorosa, ó doce Virgem Maria.
Rogai por nó s, Santa Mã e de Deus, para que sejamos dignos das
promessas de Cristo.

Rezemos

Ó Deus, cujo Filho Unigênito, por Sua vida, morte e ressurreiçã o, nos
comprou as recompensas da vida eterna, concedei-nos que, meditando
nestes mistérios do Santíssimo Rosá rio da Bem-Aventurada Virgem
Maria, possamos imitar o que eles contêm e obter o que eles prometem,
por meio do mesmo Cristo, nosso Senhor. Amém.

ORAÇÃ O A SÃ O MIGUEL ARCANJO

Santo Miguel, o Arcanjo, defendei-nos no dia da batalha. Seja nossa


salvaguarda contra as maldades e ciladas do diabo. Que Deus o
repreenda, oramos humildemente; e tu, ó Príncipe das hostes celestiais,
pelo poder de Deus lança no inferno Sataná s e todos os espíritos
malignos que vagam pelo mundo buscando a ruína das almas. Amém.

MEMORARE
Lembra-te, ó graciosa Virgem Maria, que nunca se soube que alguém
que tenha fugido para a tua proteçã o, implorado a tua ajuda ou pedido a
tua intercessã o tenha sido deixado sem ajuda. Inspirado por esta
confiança, eu voo para ti, ó Virgem das virgens, minha mã e; a ti venho,
diante de ti estou, pecador e triste. Ó Mã e do Verbo Encarnado, nã o
desprezeis minhas sú plicas, mas em vossa misericó rdia ouvi-me e
respondei-me. Amém.

Que a Divina Assistência permaneça sempre conosco, e que as almas


dos fiéis defuntos, pela misericó rdia de Deus descansem em paz.
Amém.
 

Os Mistérios Gloriosos
 

O PRIMEIRO MISTÉ RIO GLORIOSO

A ressurreição

O Fruto deste Mistério: Santa Alegria.

John se aproximou, seguido por Peter. Joã o ficou do lado de fora da


entrada da caverna e abaixou-se para olhar, pelas portas externas do
sepulcro, as portas entreabertas da tumba, onde viu os lençó is caídos.
Entã o veio Pedro. Ele desceu ao sepulcro e foi até a tumba, no centro da
qual viu o lençol enrolado. Foi enrolado de ambos os lados para o meio,
e as especiarias foram envolvidas nele. As bandagens foram dobradas
em torno dele, pois as mulheres costumam enrolar esses lençó is ao
guardá -los. O linho que cobria a sagrada face jazia à direita junto à
parede. Também estava dobrado. Joã o agora seguiu Pedro até a tumba,
viu as mesmas coisas e acreditou na ressurreiçã o. Tudo o que o Senhor
havia dito, tudo o que estava escrito nas Escrituras, agora estava claro
para eles. Eles tinham apenas uma compreensã o imperfeita disso antes.

NOSSO PAI
Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Tudo estava quieto e silencioso ao redor do santo sepulcro. Cerca de


sete guardas estavam na frente e ao redor, alguns sentados, outros em
pé. Durante todo o dia Cá ssio manteve sua posiçã o dentro do sepulcro
na entrada do tú mulo propriamente dito, deixando-o apenas por alguns
momentos. Ele ainda estava absorto em lembranças. Ele esperava algo
que sabia que iria acontecer, pois graça e luz extraordiná rias lhe haviam
sido concedidas. Era noite; as lanternas diante da tumba lançavam uma
luz ofuscante. Eu vi o Corpo Sagrado envolto em seu lençol exatamente
como havia sido colocado no leito de pedra. Estava cercada por uma luz
brilhante e, desde o enterro, dois anjos em adoraçã o extasiada
guardavam os restos sagrados, um à cabeceira, outro aos pés. Pareciam
sacerdotes. Toda a sua atitude, os braços cruzados sobre o peito,
lembravam-me os querubins da Arca da Aliança, só que nã o tinham
asas. Todo o tú mulo, e especialmente o lugar de descanso do Senhor, me
lembrou de maneira marcante a Arca da Aliança em diferentes períodos
de sua histó ria. A luz e a presença dos anjos podem ter sido em algum
grau visíveis para Cá ssio, e pode ter sido por isso que ele ficou olhando
tã o fixamente para as portas fechadas do tú mulo, como alguém que
adora o Santíssimo Sacramento.

2) A bendita alma de Jesus em esplendor deslumbrante, entre dois


anjos guerreiros e cercada por uma multidã o de figuras
resplandecentes, desceu flutuando pelo telhado rochoso da tumba
sobre o corpo sagrado. Parecia inclinar-se sobre ele e fundir-se, por
assim dizer, em um com ele. Eu vi os membros sagrados movendo-se
sob as faixas e o deslumbrante corpo vivo do Senhor com Sua alma e
Sua Divindade saindo do lado do lençol como se do Lado ferido. A visã o
me lembrou de Eva saindo do lado de Adã o. Todo o lugar resplandecia
com luz e gló ria.

3) Quatro dos guardas foram à cidade buscar alguma coisa; os outros


três caíram inconscientes no chã o. Eles atribuíram o choque a um
terremoto, mas nada sabiam sobre a causa. Cá ssio, porém, estava muito
agitado e amedrontado, pois tinha uma visã o clara do que havia
acontecido sem entender totalmente. Ele manteve seu posto e com
grande devoçã o esperou o que aconteceria a seguir. Enquanto isso, os
soldados ausentes voltaram. A terra tremeu, e um anjo em traje de
guerreiro disparou como um raio do céu até a tumba, rolou a pedra
para o lado e sentou-se sobre ela. O tremor da terra foi tã o grande que
as lanternas balançaram de um lado para o outro e as chamas
brilharam. Os guardas caíram atordoados no chã o e ficaram rígidos e
contorcidos, como se estivessem mortos. Cá ssio viu de fato a gló ria que
circundava o santo sepulcro, o rolamento da pedra pelo anjo e seu
assento sobre ela, mas ele nã o viu o pró prio Salvador ressurreto.
Recuperou-se rapidamente, pisou no leito de pedra, tateou entre os
lençó is vazios e saiu do sepulcro, fora do qual, cheio de desejo ardente,
esperou um pouco, esperando tornar-se testemunha de uma nova e
maravilhosa apariçã o.
4) Eu vi o Senhor ressuscitado aparecendo à Sua Santíssima Mã e no
Monte Calvá rio. Ele era transcendentalmente belo e glorioso, Sua
maneira cheia de seriedade. Sua vestimenta, que era como um manto
branco jogado sobre Seus membros, flutuava na brisa atrá s Dele
enquanto Ele caminhava. Ele brilhava azul e branco, como fumaça
ondulando ao sol. Suas feridas eram muito grandes e brilhantes; nas de
Suas mã os, pode-se facilmente inserir um dedo. As bordas das feridas
formavam os lados de um triâ ngulo equilá tero que se encontravam, por
assim dizer, no centro. de um círculo, e da palma da mã o disparavam
raios de luz em direçã o aos dedos. As almas dos primeiros patriarcas se
curvaram diante da Santíssima Mã e, a quem Jesus disse algo sobre vê-la
novamente. Ele mostrou-lhe Suas feridas e, quando ela caiu de joelhos
para beijar Seus pés, Ele agarrou sua mã o, levantou-a e desapareceu.

5) Quando, ao se aproximarem, as santas mulheres notaram as


lanternas da guarda e os soldados caídos ao redor, ficaram com medo e
passaram um pouco além do jardim em direçã o ao Gó lgota. Madalena,
porém, esquecida do perigo, correu para o jardim. Salomé a seguiu a
certa distâ ncia e as outras duas esperaram do lado de fora. Todo o lugar
resplandecia de luz, e um anjo estava sentado à direita do sepulcro.
Madalena estava extremamente perturbada. Quando, com o coraçã o
palpitante, as mulheres entraram no sepulcro e se aproximaram do
tú mulo sagrado, elas viram diante delas os dois anjos do tú mulo em
vestes sacerdotais, brancas e brilhantes. As mulheres se apertaram
umas à s outras com terror e, cobrindo o rosto com as mã os, curvaram-
se trêmulas quase até o chã o. Um dos anjos se dirigiu a eles. Eles nã o
devem temer, disse ele, nem devem procurar o Crucificado aqui. Ele
estava vivo, ressuscitou, nã o estava mais entre os mortos. Entã o o anjo
mostrou-lhes o tú mulo vazio e ordenou-lhes que contassem aos
discípulos o que tinham visto e ouvido, e que Jesus iria adiante deles
para a Galiléia.
6) Madalena chegou ao Cená culo como se estivesse fora de si e bateu
violentamente na porta. Alguns dos discípulos ainda dormiam em seus
sofá s junto à s paredes, enquanto vá rios outros haviam se levantado e
conversavam entre si. Pedro e Joã o abriram a porta. Madalena, sem
entrar, apenas pronunciou as palavras: “Tiraram o Senhor do sepulcro!
Nã o sabemos para onde” — e voltou correndo com grande pressa para
o jardim do sepulcro. Pedro e Joã o a seguiram, mas Joã o ultrapassou
Pedro.

7) Madalena estava bastante molhada de orvalho quando ela chegou


novamente ao jardim e correu para o tú mulo, seu manto havia
escorregado de sua cabeça até os ombros e seus longos cabelos caídos
soltos. Como ela estava sozinha, ela teve medo de entrar no sepulcro
imediatamente, entã o esperou no degrau da entrada. Ela se abaixou,
tentando ver através das portas baixas a caverna e até o sofá de pedra.
Seus longos cabelos caíram para a frente quando ela se abaixou, e ela
estava tentando mantê-los para trá s com as mã os, quando viu os dois
anjos em vestes sacerdotais brancas sentados à cabeceira e aos pés da
tumba e ouviu as palavras: “Mulher, porque voce esta chorando?" Ela
respondeu em voz alta em sua dor: “Eles levaram meu Senhor embora!
Nã o sei onde O colocaram!” Dizendo isso e nã o vendo nada além dos
lençó is, ela voltou a chorar, como quem procura alguma coisa, e como
se devesse encontrá -lo. Ela teve um vago pressentimento de que Jesus
estava pró ximo, e nem mesmo a apariçã o dos anjos conseguiu desviá -la
de sua ú nica ideia. Ela nã o parecia consciente do fato de que era um
anjo que falava com ela. Ela pensava apenas em Jesus; seu ú nico
pensamento era: “Jesus nã o está aqui! Onde está Jesus?”

8) A cerca de dez passos do sepulcro e em direçã o ao leste, onde o


jardim se elevava na direçã o da cidade, ela espiou na luz cinzenta da
madrugada, de pé entre os arbustos atrá s de uma palmeira, uma figura
vestida com um longo vestido branco vestuá rio. Correndo para lá , ela
ouviu mais uma vez as palavras: “Mulher, por que você está chorando?
Quem é que voce esta procurando?" Ela pensou que era o jardineiro. A
apariçã o nã o era resplandecente. Parecia uma pessoa vestida com
longas roupas brancas e vista no crepú sculo. Nas palavras: "Quem você
está procurando?" Madalena respondeu imediatamente: “Senhor, se
você o tirou daqui, mostre-me onde você o colocou e eu o levarei
embora! “Ela olhou ao redor, como se para ver se ele nã o O havia
colocado em algum lugar pró ximo. Entã o Jesus, com sua voz bem
conhecida, disse: “Maria!” Reconhecendo a voz e esquecendo a
crucificaçã o, morte e sepultamento agora que Ele estava vivo, ela se
virou rapidamente e, como antes, exclamou: “Raboni!” ("Mestre'). Ela
caiu de joelhos diante dele e estendeu os braços em direçã o aos pés
dele. Mas Jesus levantou a mã o para mantê-la afastada, dizendo: “Nã o
me toques, porque ainda nã o subi para meu Pai. Mas vai a meus irmã os
e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”.
Madalena parecia possuída pela ideia de que Jesus estava vivo
exatamente como antes, e que tudo estava como costumava ser.
Compreendi por essas palavras que as primícias da alegria pertencem a
Deus. Era como se Jesus tivesse dito que Madalena deveria se recompor
e agradecer a Deus pelo mistério da Redençã o recém-cumprida e pela
sua vitó ria sobre a morte.

9) Quatro dos soldados voltaram do tú mulo e foram diretamente a


Pilatos com o relató rio, Pilatos ouviu cada detalhe com terror secreto
mas, nã o deixando nada aparecer, os enviou a Aná s e Caifá s. Aná s ficou
como um possuído. Ele foi obrigado a ficar confinado e nunca mais
apareceu em pú blico. Caifá s tornou-se como um louco devorado por
uma raiva secreta. Os quatro soldados foram capturados e presos. Os
inimigos de Jesus espalharam a notícia de que Seu corpo havia sido
roubado pelos discípulos; e os fariseus, saduceus e herodianos fizeram
com que a mentira fosse propagada em todos os lugares, publicada em
todas as sinagogas do mundo inteiro, acompanhando-a com insultos
caluniosos a Jesus. Suas mentiras lhes serviram de pouco, pois depois
da Ressurreiçã o de Jesus, muitas almas de santos judeus falecidos
apareceram aqui e ali para aqueles de seus descendentes ainda
suscetíveis à graça e impressõ es sagradas, e amedrontaram seus
coraçõ es à conversã o. Também a muitos dos discípulos que, abalados
na fé e desanimados, estavam dispersos por todo o país, semelhantes
apariçõ es apareceram para os consolar e fortalecer na fé.

10) Na noite do mesmo dia, muitos dos discípulos e todos os apó stolos
reunidos no salã o da Ú ltima Ceia, exceto Tomé que estava em retiro
absoluto, as portas estavam fechadas. A refeiçã o foi realizada com
cerimô nia. Os convidados oravam em pé e comiam deitados, enquanto
Pedro e Joã o ensinavam. Esta foi como a primeira instruçã o catequética
apó s a morte de Jesus. Vi todos os presentes radiantes de alegre
emoçã o e olhando na mesma direçã o. Jesus entrou pelas portas
fechadas. Ele estava vestido com uma longa tú nica branca
simplesmente cingida. Eles nã o pareciam estar realmente conscientes
de Sua aproximaçã o até que Ele passou pelos círculos e ficou no meio
deles sob a lâ mpada. Entã o eles ficaram muito surpresos e agitados. Ele
mostrou-lhes Suas mã os e pés e, abrindo Suas vestes, revelou a Chaga
em Seu lado. Ele falou com eles e, vendo que estavam muito
apavorados, pediu algo para comer. Vi raios de luz saindo de Sua boca.
Os apó stolos e discípulos estavam como que completamente
arrebatados.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.
A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O SEGUNDO MISTÉ RIO GLORIOSO

A Ascensão

O Fruto deste Mistério: Confiar nas Promessas do Senhor.

Depois de alguns momentos, quando o esplendor começou a diminuir,


toda a assembléia em profundo silêncio - suas almas dominadas por
emoçõ es variadas - olhando fixamente para o brilho, que continuou
visível por um longo tempo, vi duas figuras aparecerem nesta luz. Eles
estavam vestidos com longas roupas brancas e cada um segurava um
cajado em uma das mã os. Eles pareciam profetas. Eles se dirigiram à
multidã o, suas vozes como trombetas ressoando alto e claro. Pareceu-
me que certamente poderiam ser ouvidos em Jerusalém. Eles nã o
fizeram nenhum movimento, pararam perfeitamente e disseram:
“Homens da Galiléia, por que vocês estã o parados, olhando para o céu?
Este Jesus que dentre vó s foi elevado ao céu voltará como o vistes
partir”. Depois dessas palavras, as figuras desapareceram. O brilho
permaneceu por mais algum tempo e depois desapareceu como a luz do
dia se aposentando antes da escuridã o da noite. Os discípulos estavam
completamente fora de si, pois agora compreendiam o que lhes havia
acontecido. Muitos, atordoados pela dor e espanto, caíram por terra.
Quando o brilho se extinguiu completamente, eles se levantaram
novamente e os outros se reuniram em torno deles. Eles formaram
grupos, a Santíssima Virgem deu um passo à frente e assim eles ficaram
por mais algum tempo se recuperando, conversando e olhando para o
alto. Por fim, os Apó stolos e os discípulos voltaram para a casa da
Ú ltima Ceia, e a Santíssima Virgem os seguiu. Alguns choravam como
crianças que se recusam a ser consolados, outros estavam perdidos em
pensamentos. A Santíssima Virgem, Pedro e Joã o estavam muito calmos
e cheios de consolaçã o. Eu vi, no entanto, alguns entre os diferentes
grupos que permaneceram impassíveis, incrédulos e cheios de dú vidas.
Eles se retiraram do resto.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.
MEDITAÇÕ ES

1) Ao amanhecer, Jesus saiu da casa da Ú ltima Ceia com os Onze. A


Santíssima Virgem os seguiu de perto; os discípulos, a uma pequena
distâ ncia. Eles passaram pelas ruas de Jerusalém onde tudo estava
quieto, os habitantes ainda sepultados no sono. A cada momento o
Senhor tornava-se mais sincero, mais rá pido em palavras e açõ es. Na
noite anterior, Ele me pareceu muito mais compreensivo em Suas
palavras aos Seus seguidores. Reconheci o percurso que fizeram como o
da procissã o do Domingo de Ramos. Vi que Jesus percorria com eles
todos os caminhos percorridos por Ele durante a Sua Paixã o, a fim de
inspirá -los com os Seus ensinamentos e admoestaçõ es com uma viva
apreciaçã o do cumprimento da Promessa. Em todos os lugares em que
alguma cena de Sua Paixã o foi encenada, Ele parou um momento para
instruí-los sobre o cumprimento das palavras dos Profetas, sobre as
Promessas, e para explicar a relaçã o simbó lica do lugar com as mesmas.

2) Jesus fez uma pausa para ensinar e confortar o pequeno rebanho.


Enquanto isso, o dia amanheceu brilhante; seus coraçõ es ficaram mais
leves e eles até começaram a pensar que Jesus ainda permaneceria com
eles.

3) Novas multidõ es de crentes chegaram, mas nã o vi mulheres entre


elas. Jesus tomou novamente o caminho que levava ao Monte Calvá rio e
ao Santo Sepulcro, mas nã o o seguiu até esses pontos; Desligou e
contornou a cidade até o Monte das Oliveiras. Alguns dos lugares nessas
estradas consagrados à oraçã o e santificados pelos ensinamentos de
Jesus, e que haviam sido devastados ou cercados pelos judeus, foram
agora restaurados pelos discípulos.

4) Jesus parou um pouco com a multidã o em um local extremamente


fresco e adorável, coberto com uma bela grama alta, fiquei surpreso ao
ver que nã o havia nenhum lugar pisado. A multidã o que aqui rodeava
Jesus era tã o grande que já nã o os podia contar. Jesus falou com eles por
muito tempo, como quem está prestes a encerrar seu discurso e chegar
a uma conclusã o. Seus ouvintes adivinharam que a hora da partida
estava pró xima e, no entanto, nã o tinham ideia de que o tempo ainda
seria tã o curto.

5) O sol já estava alto, já estava bem acima do horizonte. Nã o sei se o


expressei corretamente, pois naquele país parece-me que o sol nã o está
tã o alto quanto aqui. Sempre me parece que está mais pró ximo de um.
Nã o o vejo como aqui, erguendo-se como um pequeno globo. Ele brilha
lá com muito mais brilho. Seus raios nã o sã o, em geral, tã o finos. Muitas
vezes parecem um caminho largo de luz, Jesus e Seus seguidores
ficaram aqui por uma hora. A essa altura, as pessoas em Jerusalém
estavam alertas, maravilhadas com a multidã o de pessoas que
avistaram ao redor do Monte das Oliveiras. Fora da cidade, também,
multidõ es se reuniam em bandas. Eles consistiam em todos os que
haviam saído para encontrar Jesus no Domingo de Ramos. As estradas
estreitas logo ficaram lotadas.

6) O Senhor foi somente ao Getsêmani e do Horto das Oliveiras até o


cume do monte. Ele nã o pô s os pés no caminho em que havia sido
preso. A multidã o seguia como em procissã o, subindo pelas diversas
veredas que circundavam o monte. Muitos até passaram pelas cercas e
sebes do jardim. Jesus a cada instante brilhava mais intensamente e
Seus movimentos se tornavam mais rá pidos. Os discípulos correram
atrá s dele, mas era impossível alcançá -lo. Quando Ele alcançou o topo
da montanha, Ele estava resplandecente como um raio de sol branco.
Um círculo brilhante, brilhando em todas as cores do arco-íris, caiu do
céu ao seu redor.
7) A multidã o apertada formava um amplo círculo do lado de fora,
como se se misturasse a ela. O pró prio Jesus brilhou ainda mais
intensamente do que a gló ria sobre Ele. Ele colocou a mã o esquerda
sobre o peito e, levantando a direita, girou lentamente, abençoando o
mundo inteiro. A multidã o ficou imó vel. Eu vi todos receberem a
bênçã o. Jesus nã o o transmitiu com a mã o espalmada e aberta, como os
rabinos, mas como os bispos cristã os. Com grande alegria senti Sua
bênçã o sobre o mundo inteiro.

8) E agora os raios de luz do alto se uniram à gló ria que emanava de


Jesus, e eu o vi desaparecer, dissolvendo-se como se estivesse na luz do
céu, desaparecendo quando ele ressuscitou. Eu perdi de vista Sua
cabeça primeiro. Parecia que um sol estava perdido em outro, como se
uma chama entrasse em outra, como se uma faísca flutuasse em uma
chama. Era como se alguém estivesse olhando para o esplendor do sol
do meio-dia, embora essa luz fosse mais branca e clara. Comparado com
isso, o dia inteiro seria escuro. Primeiro, perdi de vista a cabeça de
Jesus, depois toda a sua pessoa e, finalmente, seus pés, radiantes de luz,
desapareceram na gló ria celestial. Eu vi inú meras almas de todos os
lados entrando naquela luz e desaparecendo no alto com o Senhor. Nã o
posso dizer que O vi tornando-se aparentemente cada vez menor como
algo voando no ar, pois Ele desapareceu como se estivesse em uma
nuvem de luz.

9) Daquela nuvem, algo como orvalho, como uma chuva de luz caiu
sobre todos abaixo, e quando eles nã o podiam mais suportar o
esplendor, foram tomados de espanto e terror. Os apó stolos e
discípulos, que estavam mais pró ximos de Jesus, foram cegados pelo
brilho ofuscante. Eles foram forçados a baixar os olhos, enquanto
muitos se prostraram com o rosto no chã o. A Santíssima Virgem estava
logo atrá s deles e olhando calmamente para a frente.
10) No cume do Monte das Oliveiras, de onde Jesus subiu, havia uma
rocha plana. Nele Ele se dirigiu à multidã o antes de abençoá -los e a
nuvem de luz O recebeu. Suas pegadas ficaram impressas na pedra, e
em outra a marca de uma das mã os da Santíssima Virgem. Já passava do
meio-dia quando a multidã o se dispersou completamente. Os Apó stolos
e os discípulos sentiam-se agora sozinhos. Eles estavam a princípio
inquietos e como pessoas abandonadas. Mas eles foram confortados
pela presença reconfortante da Santíssima Virgem, e confiando
inteiramente nas palavras de Jesus de que ela seria para eles uma
Medianeira, uma mã e e uma advogada, eles recuperaram a paz de
espírito.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O TERCEIRO MISTÉ RIO GLORIOSO

A Descida do Espírito Santo

O Fruto deste Mistério: O Dom da Sabedoria Divina.

No dia de Pentecostes, o fogo sagrado foi derramado nã o apenas sobre


os Apó stolos e a Santíssima Virgem, mas também sobre os discípulos e
as mulheres presentes na antecâ mara, e assim a nuvem resplandecente
gradualmente se dissolveu como se fosse uma chuva de luz. As chamas
desceram sobre cada um em cores diferentes e em diferentes graus de
intensidade. Apó s aquela efusã o de luz celestial, uma alegre coragem
invadiu a assembléia. Todos estavam cheios de emoçã o e como se
estivessem embriagados de alegria e confiança.

NOSSO PAI
Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Nos dias seguintes vi os Apó stolos sempre juntos e a Santíssima


Virgem com eles na casa da Ú ltima Ceia. Na ú ltima refeiçã o de Jesus, e
sempre depois, vi Maria quando orava e partia o pã o sempre em frente
a Pedro, que agora tomava o lugar do Senhor no círculo de oraçã o e nas
refeiçõ es. Na época, tive a impressã o de que Maria agora ocupava uma
posiçã o de grande importâ ncia entre os apó stolos e que ela foi colocada
sobre a Igreja. Os apó stolos mantiveram-se muito distantes. Nã o vi
ninguém da grande multidã o de seguidores de Jesus indo até eles na
casa da Ú ltima Ceia. Eles se protegeram mais contra a perseguiçã o dos
judeus e se entregaram a oraçõ es mais fervorosas e bem reguladas do
que os discípulos dispersos em bandos pelos outros aposentos da
mesma casa. Este ú ltimo entrou e saiu mais livremente. Eu vi muitos
deles também percorrendo com muita devoçã o o caminho do Senhor
durante a noite.

2) Todo o interior da sala da Ú ltima Ceia foi, na véspera da festa de


Pentecostes, enfeitado com arbustos verdes em cujos ramos foram
colocados vasos de flores. Guirlandas de verde estavam enroladas de
um lado para o outro. Os apó stolos ficaram em duas fileiras voltadas
para Pedro ao longo de cada lado do salã o, e dos corredores laterais, os
discípulos alinhados atrá s dos apó stolos participaram dos hinos e
oraçõ es. Quando Pedro partiu e distribuiu o pã o que havia abençoado,
primeiro à Santíssima Virgem, depois aos Apó stolos e discípulos que se
adiantaram para recebê-lo, eles beijaram sua mã o, inclusive a
Santíssima Virgem. Além das santas mulheres, havia na casa da Ú ltima
Ceia e suas dependências cento e vinte seguidores de Jesus.

3) Depois da meia-noite, surgiu um movimento maravilhoso em toda a


natureza. Ele se comunicou a todos os presentes enquanto eles
permaneciam em profunda lembrança, com os braços cruzados sobre o
peito, perto dos pilares da Sala de Ceia e nos salõ es laterais, orando
silenciosamente. A quietude invadiu a casa e o silêncio reinou em todo
o recinto.

4) Pela manhã , vi sobre o Monte das Oliveiras uma brilhante nuvem


branca de luz descendo do céu e se aproximando da casa. À distâ ncia,
parecia-me uma bola redonda carregada por uma brisa suave e quente.
Mas chegando mais perto, parecia maior e flutuou sobre a cidade como
uma massa luminosa de neblina até ficar acima de Sion e da casa da
Ú ltima Ceia. Parecia contrair-se e brilhar com um brilho cada vez maior,
até que finalmente, com um ruído impetuoso e estrondoso como o do
vento, afundou como uma nuvem de trovã o flutuando baixo na
atmosfera. Vi muitos judeus, que espiaram a nuvem, correndo
aterrorizados para o Templo. Eu mesmo experimentei uma ansiedade
infantil sobre onde deveria me esconder se o golpe viesse a seguir, pois
a coisa toda era como uma tempestade que se formou de repente, que
em vez de subir da terra veio do céu, que era luz em vez de escuridã o. ,
que em vez de trovejar desceu com um vento impetuoso. Eu senti
aquele movimento rá pido. Era como uma brisa quente cheia de poder
para refrescar e revigorar.

5) A nuvem luminosa desceu baixo sobre a casa e, com o aumento do


som, a luz tornou-se mais brilhante. Eu via a casa e seus arredores com
mais clareza, enquanto os apó stolos, os discípulos e as mulheres
ficavam cada vez mais silenciosos, mais profundamente recolhidos.

6) Em seguida, dispararam da nuvem impetuosa correntes de luz


branca sobre a casa e seus arredores. As correntes se cruzavam em
raios sétuplos, e abaixo de cada interseçã o se resolviam em finos fios de
luz e gotas de fogo. O ponto em que as sete correntes se cruzavam era
circundado por uma luz de arco-íris, na qual flutuava uma figura
luminosa com asas estendidas, ou raios de luz que pareciam asas,
presos aos ombros. Nesse mesmo instante, toda a casa e seus arredores
foram completamente penetrados pela luz. A lâ mpada de cinco braços
nã o brilhava mais.

7) Os fiéis reunidos foram arrebatados em êxtase. Cada um jogou


involuntariamente a cabeça para trá s e ergueu os olhos ansiosamente
para o alto, enquanto da boca de cada um fluía um fluxo de luz como
uma língua de fogo ardente. Parecia que eles estavam respirando, como
se estivessem bebendo avidamente do fogo, e como se seu desejo
ardente saísse de suas bocas para encontrar a chama que entrava.

8) Eles se reuniram em torno da Santíssima Virgem que era, eu vi, a


ú nica perfeitamente calma, a ú nica que reteve um tranquilo e santo
autodomínio. Os Apó stolos abraçaram-se e, movidos por uma alegre
confiança, exclamaram: “O que éramos nó s? O que somos agora? As
santas mulheres também abraçaram. Os discípulos nos corredores
laterais foram afetados de maneira semelhante, e os apó stolos correram
para eles. Uma nova vida cheia de alegria, confiança e coragem foi
infundida em todos. Sua alegria encontrou vazã o em açã o de graças.
Eles começaram a orar, agradeceram e louvaram a Deus com muita
emoçã o. A luz entretanto desapareceu. Pedro deu uma instruçã o aos
discípulos e enviou vá rios deles à s hospedarias dos convidados do
Pentecostes.

9) Um movimento extraordiná rio permeou toda a natureza. As pessoas


boas foram despertadas interiormente, enquanto os maus se tornaram
tímidos, inquietos e ainda mais teimosos. A maioria desses estrangeiros
estava acampada aqui desde a Pá scoa, porque a distâ ncia de suas casas
tornava totalmente impraticável uma viagem de ida e volta entre aquela
festa e o Pentecostes. Eles se tornaram, por tudo o que viram e ouviram,
bastante íntimos e bondosamente dispostos para com os discípulos, de
modo que estes, embriagados de alegria, anunciaram a eles a promessa
do Espírito Santo como cumprida. Entã o eles também se tornaram
conscientes de uma mudança dentro de suas pró prias almas e, a pedido
dos discípulos, eles se reuniram ao redor da Piscina de Betsaida. Na
casa da Ú ltima Ceia, Pedro impô s as mã os a cinco dos Apó stolos que
deveriam ajudar a ensinar e a batizar no tanque de Betsaida. Eles eram
Tiago Menor, Bartolomeu, Mathias, Tomé e Judas Tadeu. O ú ltimo teve
uma visã o durante sua ordenaçã o. Parecia-lhe que apertava contra o
peito o Corpo do Senhor.

10) No oitavo dia depois de Pentecostes, Pedro, vestido com seu manto
episcopal, celebrou a Santa Missa. Joã o e Tiago Menor o serviam. Vi
todas as cerimô nias realizadas exatamente como Jesus as havia
realizado na instituiçã o da Santa Eucaristia: o Ofertó rio, o
derramamento de vinho no cá lice, a lavagem dos dedos e a
Consagraçã o. Os comungantes estavam ajoelhados, diante deles um
pano de linho estreito, que dois seguravam de cada lado. Nã o vi os fiéis
partilharem do cá lice.
GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O QUARTO MISTÉ RIO GLORIOSO

A Assunção da Santíssima Virgem

O Fruto deste Mistério: Uma Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem.

Dois discípulos seguraram os arbustos da entrada do tú mulo de Maria,


todos eles entraram e se ajoelharam em reverência diante do local de
descanso da Santíssima Virgem. John aproximou-se do leve caixã o de
vime, que se projetava um pouco além da saliência da rocha, desfez as
três faixas cinzentas que o rodeavam e as colocou de lado. Quando a luz
das tochas brilhou no caixã o, eles viram com admiraçã o e espanto as
mortalhas diante deles ainda enroladas como antes, mas vazias. Sobre o
rosto e peito eles foram desfeitos; as bandagens dos braços estavam
ligeiramente soltas, mas nã o desenroladas. Todos entraram dois a dois
na caverna estreita e viram com espanto as mortalhas vazias diante
deles. Eles olharam para o Céu com os braços erguidos, chorando e
orando, louvando o Senhor e Sua amada Mã e transfigurada (sua
verdadeira e querida Mã e também) como filhos devotos, proferindo
todo tipo de carinho carinhoso conforme o espírito os movia. Eles
devem ter se lembrado em seus pensamentos daquela nuvem de luz
que viram de longe a caminho de casa imediatamente apó s o enterro,
como ela desceu sobre a tumba e depois subiu novamente.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Ontem à noite tive uma grande visã o da morte da Santíssima Virgem,


mas quase esqueci completamente. A Santíssima Virgem atingiu a idade
de sessenta e quatro anos. Depois da Ascensã o de Nosso Senhor, Maria
viveu por três anos no Monte Siã o, por três anos em Betâ nia e por nove
anos em É feso, onde Sã o Joã o a levou logo depois que os judeus
deixaram Lá zaro e suas irmã s à deriva no mar.

2) Joã o mandou construir uma casa para a Santíssima Virgem antes de


trazê-la para cá . Já aqui se instalaram vá rias famílias cristã s e santas
mulheres, algumas em grutas na terra ou nas rochas, dotadas de
ligeiras marcenarias para fazer moradas, outras em frá geis cabanas ou
tendas. Eles vieram aqui para escapar da perseguiçã o violenta. Suas
habitaçõ es eram como celas de eremitas, pois usavam como refú gio o
que a natureza lhes oferecia. Via de regra, viviam a um quarto de hora
de distâ ncia um do outro. Todo o assentamento era como uma aldeia
dispersa. A casa de Maria era a ú nica construída em pedra.

3) Vi Maria ficar cada vez mais quieta e meditativa: quase nã o se


alimentava. Era como se ela estivesse aqui apenas na aparência, como
se seu espírito já tivesse passado além e todo o seu ser estivesse longe.
Nas ú ltimas semanas antes de sua morte, algumas vezes a vi, fraca e
idosa, sendo conduzida pela casa por sua criada. Uma vez vi John entrar
em casa, parecendo muito mais velho também, e muito magro e
abatido. Maria tinha um grande desejo de ver Jerusalém novamente e
foi levada para lá pelo apó stolo Joã o. Ao chegarem a Jerusalém ao
anoitecer, antes de entrarem na cidade, eu os vi visitando o Monte das
Oliveiras, o Calvá rio, o Santo Sepulcro e todos os lugares sagrados fora
de Jerusalém. Ela estava inexprimivelmente triste, suspirando
constantemente: “Oh, meu filho, meu filho”. Quando ela chegou à quela
porta atrá s do palá cio onde havia encontrado Jesus afundando sob o
peso da Cruz, ela também caiu no chã o desmaiada, tomada por
lembranças agonizantes, e seus companheiros pensaram que ela estava
morrendo.

4) Antes da Ascensã o de seu Filho, a Santa Virgem implorou a Ele que


ela nã o pudesse viver por muito tempo neste vale de lá grimas, e em
resposta Jesus disse a ela em geral quais obras espirituais ela deveria
realizar antes de seu fim na terra. Ele também disse a ela que, em
resposta à s suas oraçõ es, os apó stolos e vá rios discípulos estariam
presentes em sua morte, e o que ela deveria dizer a eles e como ela
deveria abençoá -los. Ora, a Santíssima Virgem rezou para que os
Apó stolos viessem até ela. Eu vi o chamado sendo feito para eles em
muitas partes diferentes do mundo. Eu vi todos, tanto os mais distantes
quanto os mais pró ximos, sendo convocados por visõ es para virem à
Santíssima Virgem. As viagens indescritivelmente longas feitas pelos
Apó stolos nã o foram realizadas sem a assistência milagrosa do Senhor.
Acho que muitas vezes eles viajavam de maneira sobrenatural sem
saber, pois muitas vezes os vi passando por multidõ es de homens
aparentemente sem que ninguém os visse.

5) Eu vi a Santíssima Virgem deitada em um leito baixo e muito estreito


em sua pequena alcova toda forrada de branco, no quarto atrá s e à
direita da lareira. Sua cabeça repousava sobre uma almofada redonda.
Ela estava muito fraca e pá lida, e parecia completamente consumida
pelo desejo. Sua cabeça e toda a figura estavam envoltas em um longo
pano; ela estava coberta por um cobertor de lã marrom. Eu vi vá rias
mulheres (cinco, eu acho) entrando em seu quarto uma apó s a outra, e
saindo de novo como se estivessem se despedindo dela. Agora eu vi seis
dos apó stolos já reunidos aqui — Pedro, André, Joã o, Tadeu,
Bartolomeu e Matias — e também um dos sete diá conos, Nicanor, que
sempre foi tã o prestativo e ansioso para servir. Mais dois apó stolos
entraram com roupas cingidas como viajantes. Os recém-chegados
abraçaram com ternura os que já estavam lá , e vi muitos deles
chorando de alegria e também de tristeza - felizes por se verem
novamente e tristes por a ocasiã o de seu encontro ser tã o triste.

6) Ao anoitecer, a Santíssima Virgem percebeu que seu fim se


aproximava e, portanto, manifestou seu desejo, de acordo com a
Vontade de Jesus, de abençoar e despedir-se dos Apó stolos, discípulos e
mulheres presentes. Sua cela de dormir foi aberta por todos os lados, e
ela sentou-se ereta em seu sofá , brilhando de branco como se inundada
de luz. A Santíssima Virgem, depois de rezar, abençoou a cada um
impondo-lhes as mã os cruzadas na fronte. Ela entã o falou mais uma vez
a todos, fazendo tudo o que Jesus lhe havia ordenado em Betâ nia. Nesse
ínterim, o altar foi montado e os Apó stolos se vestiram para o Santo
Sacrifício da Missa. Durante o Santo Sacrifício, a Santíssima Virgem
sentou-se ereta em seu leito em profunda devoçã o. Pedro, depois que
ele e os outros Apó stolos receberam a Comunhã o, trouxe Nossa
Senhora do Santíssimo Sacramento e administrou-lhe a Extrema Unçã o.
Os Apó stolos acompanharam-no numa solene procissã o. A Santíssima
Virgem recostou-se em seus travesseiros, pá lida e imó vel. Seu olhar foi
direcionado intensamente para cima; ela nã o disse palavra a ninguém e
parecia em estado de êxtase perpétuo. Ela estava radiante de desejo; Eu
podia sentir esse desejo, que a levava para cima - ah, meu coraçã o
desejava ascender com o dela a Deus! Quando ela recebeu o Santíssimo
Sacramento, vi um brilho passar por Maria, que caiu como se estivesse
em êxtase e nã o falou mais. O rosto de Mary estava radiante de sorrisos
como em sua juventude. Seus olhos se ergueram para o céu em santa
alegria.

7) Para minha grande alegria, vi que a alma de Maria, ao entrar no Céu,


foi seguida por um grande nú mero de almas libertadas do Purgató rio; e
ainda hoje, no aniversá rio, vi muitas pobres almas entrando no Céu,
entre elas algumas que eu conhecia. Foi-me dada a reconfortante
certeza de que todos os anos, no dia da morte de Nossa Senhora, muitas
almas daqueles que a veneraram recebem esta recompensa. Quando
mais uma vez olhei para a terra, vi o corpo da Santíssima Virgem
deitado no sofá . Estava brilhando, seu rosto estava radiante, seus olhos
estavam fechados e seus braços cruzados sobre o peito. Os apó stolos, os
discípulos e as mulheres ajoelharam-se em oraçã o. Ao ver tudo isso,
houve um belo zumbido no ar e um movimento em toda a natureza,
como o que eu havia percebido na noite de Natal. A Santíssima Virgem
morreu na hora nona, ao mesmo tempo que Nosso Senhor.

8) Hoje vi vá rias mulheres vindo preparar o corpo para o enterro. Eu vi


o caixã o colocado em um caixã o e carregado para fora da casa, seis dos
Apó stolos atuaram como carregadores enquanto os outros se
ajoelharam silenciosamente, derramando muitas lá grimas. Já estava
anoitecendo e quatro luzes foram colocadas em postes em volta do
caixã o. Quando os apó stolos terminaram o trabalho de colocar o corpo
sagrado na tumba escavada na rocha e fecharam sua porta, a noite caiu.
Todos os presentes entraram um a um e colocaram especiarias e flores
ao lado do corpo, ajoelhando-se e oferecendo suas oraçõ es e suas
lá grimas. Vá rios dos Apó stolos e santas mulheres permaneceram toda a
noite em vigília, rezando e cantando no pequeno jardim em frente ao
tú mulo de pedra.

9) Durante esta noite santa, vi um largo feixe de luz descer do céu para
a rocha, e vi descer nele uma gló ria de três anéis de anjos e espíritos
envolvendo a apariçã o de Nosso Senhor e a alma brilhante de Maria. A
apariçã o de Nosso Senhor, cujas marcas de feridas estavam fluindo com
luz, desceu na frente de sua alma. À medida que essa visã o, tornando-se
cada vez mais clara, fluía sobre a rocha, vi um caminho brilhante aberto
que conduzia à Jerusalém celestial. Eu vi a alma de Maria, unida ao seu
corpo transfigurado, saindo do tú mulo muito mais brilhante e mais
clara, e ascendendo à Jerusalém celestial com Nosso Senhor e com toda
a gló ria. Entã o todo o esplendor desapareceu novamente, e o céu
estrelado quieto cobriu a terra. Nã o sei se os Apó stolos e as santas
mulheres que rezam diante do tú mulo viram tudo isso da mesma
maneira, mas eu os vi olhando para cima em adoraçã o e espanto, ou se
jogando no chã o cheios de admiraçã o. Eu vi, também, como vá rios
daqueles que estavam rezando e cantando na Via Sacra enquanto
carregavam para casa o caixã o vazio voltaram com grande reverência e
devoçã o para a luz acima do tú mulo de pedra.

10) Na noite seguinte, vi o apó stolo Tomé e dois companheiros, todos


cingidos, chegarem à casa de Joã o e Maria e batendo à porta para que
entrassem. Thomas chorou como uma criança quando soube da morte
de Mary. Tomé implorou para que mostrassem o tú mulo da Santíssima
Virgem, entã o os Apó stolos acenderam luzes presas a varas, e todos
eles saíram, passando pela Via Sacra de Maria, até o local de seu
tú mulo. Quando chegaram ao tú mulo de pedra, todos se ajoelharam. O
corpo transfigurado de Maria nã o estava mais na terra. Joã o gritou para
os que estavam fora da caverna: “Venham, vejam e maravilhem-se, ela
nã o está mais aqui”.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O QUINTO MISTÉ RIO GLORIOSO

A Coroação da Bem-Aventurada Virgem


Maria e a Glória de todos os Anjos e Santos

O Fruto deste Mistério: Desejo do Paraíso.

Eu vi através do céu a Jerusalém celestial. Duas nuvens radiantes de luz


desceram, das quais apareceram os rostos de muitos anjos. Entre essas
nuvens, um caminho de luz desceu sobre Maria, e vi uma montanha
brilhante subindo dela para a Jerusalém celestial. Ela estendeu os
braços para ele com uma saudade infinita, e eu vi seu corpo, todo
embrulhado, erguer-se tã o alto sobre o leito que dava para ver bem
embaixo dele. Eu vi sua alma deixar seu corpo como uma pequena
figura de luz infinitamente pura, subindo com os braços estendidos pela
montanha brilhante até o céu. Os dois coros de anjos nas nuvens se
encontraram sob sua alma e a separaram de seu corpo sagrado, que no
momento da separaçã o afundou no sofá com os braços cruzados sobre
o peito. O meu olhar seguia a sua alma e via-a entrar na Jerusalém
celeste por aquele caminho resplandecente e subir ao trono da
Santíssima Trindade. Vi muitas almas vindo ao seu encontro com
alegria e reverência; entre eles reconheci muitos patriarcas, bem como
Joaquim, Ana, José, Isabel, Zacarias e Joã o Batista. A Santíssima Virgem
elevou-se através de todos eles ao Trono de Deus e de seu Filho, cujas
chagas brilharam com uma luz que transcende até a luz que irradia toda
a Sua Presença. Ele a recebeu com Seu Divino Amor e colocou em suas
mã os um cetro com um gesto para a terra como se indicasse o poder
que Ele lhe deu.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Os discípulos deixaram o tú mulo da Virgem e voltaram para casa


pela Via Sacra, rezando e cantando hinos. Na volta, todos foram para o
quarto de Nossa Senhora. Joã o colocou as mortalhas com reverência na
mesinha diante do lugar onde Nossa Senhora costumava rezar. Thomas
e os outros oraram novamente no local onde ela morreu. Peter se
afastou como se estivesse em meditaçã o espiritual; talvez ele estivesse
fazendo sua preparaçã o, pois depois vi o altar sendo montado diante do
lugar de oraçã o de Nossa Senhora, onde estava sua cruz, e vi Pedro
realizando um serviço solene ali, os outros de pé atrá s dele em fileiras,
orando e cantando alternadamente. Eles transformaram o quarto de
Mary na casa em uma igreja. A serva de Maria e algumas mulheres
continuaram morando na casa; e dois dos discípulos, um dos quais veio
dos pastores além do Jordã o, foram deixados aqui para prover conforto
espiritual aos fiéis que viviam na vizinhança.

2) Logo depois os Apó stolos se separaram para seguir caminhos


diferentes. Bartolomeu, Simã o, Judas, Filipe e Mateus foram os
primeiros a partir para os países de suas missõ es, depois de se
despedirem comoventes dos demais. Os outros, exceto John, que ficou
por um tempo, foram todos juntos para a Palestina antes de se
separarem. Tudo o que descrevi aconteceu em quietude e quietude.
Havia segredo, mas (ao contrá rio de hoje) sem medo. A perseguiçã o
ainda nã o havia chegado ao está gio de espiõ es e delatores, e nada havia
para perturbar a serenidade e a paz.

3) Fiz uma grande viagem com meu guia, como nã o sei. Passamos pela
cidade dos Má rtires (Roma), depois atravessamos o mar e
atravessamos um deserto até um lugar onde outrora ficava a casa de
Ana e Maria, e aqui deixei a terra. Eu vi inú meras coortes de santos de
infinita variedade, mas em minha alma, em meu interior, eles eram
todos um só , todos vivendo e se divertindo em uma vida de alegria,
todos se interpenetrando e refletindo uns aos outros.
4) O lugar era como uma cú pula sem limites cheia de tronos, jardins,
palá cios, arcos, jardins de flores e á rvores, com caminhos brilhando
como ouro e pedras preciosas. No alto, no centro, em infinito esplendor,
estava o trono da Divindade. Os Santos foram agrupados segundo a sua
relaçã o espiritual: os religiosos nas suas Ordens superiores ou
inferiores, segundo os seus méritos individuais; os má rtires, segundo
suas vitó rias; e leigos de todas as classes, segundo seu progresso na
vida espiritual, os esforços que fizeram para se santificar. Todos
estavam dispostos em ordem admirável nos palá cios e jardins que eram
inexprimivelmente brilhantes e encantadores. Vi á rvores com pequenos
frutos amarelos luminosos.

5) Aqueles que estavam associados por esforços semelhantes para se


santificar tinham auréolas da mesma forma, como um há bito espiritual
sobrenatural, e eram distinguidos por emblemas de vitó ria, coroas,
guirlandas e palmas, e eram de todas as classes e naçõ es. Entre eles, vi
um padre conhecido que me disse: “Sua tarefa ainda nã o terminou!” Vi
também legiõ es de soldados em trajes romanos e muitas pessoas que
eu conhecia, todos cantando juntos. Eu me juntei a eles em uma doce
cançã o. Olhei para a terra que se estendia como um grã o de terra em
meio à s á guas; mas, onde eu estava, tudo era imenso. Ah! a vida é tã o
curta, o fim logo chega! Pode-se ganhar tanto - nã o devo ficar triste! De
bom grado e com alegria aceitarei todos os sofrimentos de meu Deus!

6) Todos os Santos apareceram com as suas vá rias características


distintivas: muitos Bispos tinham nas mã os igrejinhas, porque tinham
construído igrejas; e outros, bá culos, por terem apenas cumprido suas
funçõ es de pastores. Junto a eles havia á rvores carregadas de frutas. Eu
vi os santos em coros de acordo com sua natureza e força, trazendo
materiais para erguer um trono, trazendo todo tipo de guirlandas,
flores e enfeites para ele. Tudo foi feito com ordem indescritível, como é
pró prio de uma natureza isenta de defeito, pecado e morte; tudo
parecia brotar espontaneamente.

7) Vi uma igreja na terra e nela muitos que eu conhecia. Acima havia


vá rias outras igrejas, cada vez mais altas, como andares diferentes,
cheias de coros angelicais; e mais alto ainda estava a Santíssima Virgem
rodeada pela mais alta ordem, diante do trono da Santíssima Trindade.
A graça de Jesus flui através de Maria para os três Arcanjos, cada um
dos quais irradia três tipos de dons sobre três dos nove coros
inferiores. Estes, por sua vez, os derramam sobre toda a natureza e toda
a raça humana. Aqui reinavam ordem e atividade indescritíveis; mas
abaixo na igreja terrena, tudo estava sonolento e negligente até certo
ponto.

8) Eu vi a Mã e de Deus levantada da baixa Igreja terrena por inú meros


anjos, carregada, por assim dizer, em uma coroa de cinco arcos, na qual
ela pairava sobre o altar. A Santíssima Trindade desceu dos céus mais
altos e colocou uma coroa na cabeça de Maria. Os coros de anjos e
santos cercaram o altar em que os Apó stolos celebraram o Serviço
Divino. Esses coros foram dispostos como as capelas laterais de uma
igreja.

9) A cada passo do Santíssimo Redentor durante a sua paixã o, Maria


recolheu os méritos infinitos que Ele adquiriu para nó s, e os depositou
em seu santíssimo e compassivo coraçã o, ú nico e venerável tesouro de
todos os dons da salvaçã o, fora do qual e pelo qual, segundo o grau
eterno do Deus trino, todo fruto e efeito do mistério da Redençã o
aperfeiçoado na plenitude dos tempos deve ser concedido ao homem
caído.

10) Do sangue puríssimo deste santíssimo coraçã o foi formado pelo


Espírito Santo aquele Corpo que hoje, de mil chagas, derramava Seu
precioso Sangue como preço de nossa Redençã o. Por nove meses Jesus
habitou sob aquele coraçã o cheio de graça. Como virgem inviolada,
Maria o gerou, cuidou dele, cuidou dele e o alimentou em seu seio, para
entregá -lo hoje por nó s à morte mais cruel no madeiro da cruz. Assim
como o Pai Eterno nã o poupou Seu Filho Unigênito, mas O entregou por
nó s, assim também a Santíssima Mã e, a Mã e de Deus, nã o poupou o
Bendito Fruto de seu ventre, mas consentiu que Ele, como o verdadeiro
Cordeiro Pascal, deveria ser sacrificado por nó s na Cruz. E assim Maria
é, em seu Filho e junto a Ele, a causa concorrente de nossa salvaçã o,
nossa Redentora, nossa Medianeira e poderosa Advogada junto a Deus,
a Mã e da graça e da misericó rdia.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.

ORAÇÕ ES FINAIS

Ao concluir a recitação do Santo Rosário, as seguintes orações são


costumeiras, mas outras também podem ser adicionadas de acordo com a
devoção e preferência de cada um.

SALVEM, SANTA RAINHA

Salve Rainha, Mã e de Misericó rdia, Salve nossa vida, nossa doçura e


nossa esperança. A ti choramos, pobres filhos degredados de Eva, a ti
lançamos nossos suspiros, lamentando e chorando neste vale de
lá grimas. Volta, entã o, clemente advogado, os teus olhos de
misericó rdia para nó s e depois deste nosso exílio, mostra-nos o bendito
fruto do teu ventre, Jesus. Ó clemente, ó amorosa, ó doce Virgem Maria.
Rogai por nó s, Santa Mã e de Deus, para que sejamos dignos das
promessas de Cristo.

Rezemos

Ó Deus, cujo Filho Unigênito, por Sua vida, morte e ressurreiçã o, nos
comprou as recompensas da vida eterna, concedei-nos que, meditando
nestes mistérios do Santíssimo Rosá rio da Bem-Aventurada Virgem
Maria, possamos imitar o que eles contêm e obter o que eles prometem,
por meio do mesmo Cristo, nosso Senhor. Amém.

ORAÇÃ O A SÃ O MIGUEL ARCANJO

Santo Miguel, o Arcanjo, defendei-nos no dia da batalha. Seja nossa


salvaguarda contra as maldades e ciladas do diabo. Que Deus o
repreenda, oramos humildemente; e tu, ó Príncipe das hostes celestiais,
pelo poder de Deus lança no inferno Sataná s e todos os espíritos
malignos que vagam pelo mundo buscando a ruína das almas. Amém.

MEMORARE

Lembra-te, ó graciosa Virgem Maria, que nunca se soube que alguém


que tenha fugido para a tua proteçã o, implorado a tua ajuda ou pedido a
tua intercessã o tenha sido deixado sem ajuda. Inspirado por esta
confiança, eu voo para ti, ó Virgem das virgens, minha mã e; a ti venho,
diante de ti estou, pecador e triste. Ó Mã e do Verbo Encarnado, nã o
desprezeis minhas sú plicas, mas em vossa misericó rdia ouvi-me e
respondei-me. Amém.
Que a Divina Assistência permaneça sempre conosco, e que as almas
dos fiéis defuntos, pela misericó rdia de Deus descansem em paz.
Amém.
 

Os Mistérios da Luz
 

O PRIMEIRO MISTÉ RIO DA LUZ

O Batismo de Nosso Senhor no Rio Jordão

O Fruto deste Mistério: Gratidão pelo Dom da Graça.

Eu vi que os aspirantes ao batismo ficavam na á gua até a cintura. John


pegou á gua em uma concha e derramou na cabeça do neó fito, enquanto
um dos batizados colocou a mã o sobre o ombro do convertido. A parte
superior do corpo dos neó fitos nã o estava totalmente nua; uma espécie
de lenço branco foi jogado em torno deles, deixando apenas os ombros
nus. Perto da piscina havia uma cabana onde eles se retiravam para
despir e se vestir. Nunca vi mulheres batizadas aqui. O Batista usava
uma longa tú nica branca durante a cerimô nia. E agora Jesus desceu e
ficou com á gua até o peito. Seu braço esquerdo envolveu a á rvore, Sua
mã o direita foi colocada em Seu peito e as pontas soltas do fichá rio de
linho branco flutuaram na á gua. No lado sul estava John, segurando na
mã o uma concha com uma borda perfurada por onde a á gua corria em
três riachos. Ele se abaixou, encheu a concha e entã o derramou a á gua
em três correntes sobre a cabeça do Senhor, uma na parte de trá s da
cabeça, uma no meio e a terceira na parte da frente da cabeça e no
rosto. Agora nã o me lembro claramente das palavras de Joã o ao batizar
Jesus, mas eram algo como o seguinte: “Que Deus Todo-Poderoso, por
meio do ministério de Seus querubins e serafins, derrame Suas bênçã os
sobre Você, com sabedoria, entendimento e força!” Nã o posso dizer com
certeza se essas três ú ltimas palavras foram realmente as que ouvi; mas
sei que eles expressavam três dons, para a mente, a alma e o corpo,
respectivamente. Neles estava contido tudo o que era necessá rio para
converter toda criatura, renovada em mente, alma e corpo, ao Senhor.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES
1) Durante os três meses imediatamente anteriores ao batismo do
Senhor, Joã o deu duas voltas pelo país anunciando Aquele que havia de
vir. Seu progresso foi feito com extraordiná ria veemência. Ele marchou
vigorosamente, seus movimentos rá pidos, embora desacompanhados
de pressa. A dele nã o era uma viagem de lazer como a do Salvador.
Onde ele nã o tinha nada para fazer, eu o via literalmente correndo de
campo em campo. Ele entrou em casas e escolas para ensinar e reuniu
as pessoas ao seu redor nas ruas e lugares pú blicos. Eu vi os sacerdotes
e anciã os aqui e ali parando-o e questionando seu direito de ensinar,
mas logo, surpresos e cheios de admiraçã o, eles permitiram que ele
prosseguisse em seu caminho.

2) A expressã o “para preparar o caminho para o Senhor” nã o era


totalmente figurativa, pois vi Joã o começar sua missã o preparando o
caminho e percorrendo as estradas e diferentes lugares pelos quais
Jesus e seus discípulos viajaram depois. Ele limpou pedras e sarças, fez
caminhos, colocou tá buas em riachos, limpou os canais, cavou poços e
reservató rios, colocou assentos, locais de descanso e abrigos para
fornecer sombra nos vá rios lugares onde mais tarde o Senhor
descansou, ensinou, e agiu. Em todos os lugares ele logo foi cercado por
uma multidã o que ele exortou com ousadia e sinceridade à penitência e
a seguir o Messias de quem ele se anunciou o precursor. Muitas vezes o
vi apontando na direçã o em que Jesus estava passando naquele
momento, mas nunca o vi com Jesus.

3) Mas Joã o via o Senhor sempre em espírito, pois geralmente estava no


estado profético. Ele via Jesus como a realizaçã o de sua pró pria missã o,
como a realizaçã o de sua pró pria vocaçã o profética. Jesus nã o era para
Joã o um contemporâ neo, nem um homem como ele. Ele era para ele o
Redentor do mundo, o Filho de Deus feito homem, o Eterno aparecendo
no tempo, portanto ele nã o poderia de forma alguma sonhar em
associar-se a Ele. John sentiu também que ele pró prio nã o era como
seus semelhantes, existindo no tempo, vivendo no mundo e conectado
com ele; pois mesmo no ventre de sua mã e a Mã o do Eterno o tocou e,
pelo Espírito Santo, de uma maneira superior à s relaçõ es do tempo, foi
colocado em comunicaçã o com seu Redentor. Quando menino, ele foi
arrancado do mundo e, sabendo apenas o que pertencia ao seu
Redentor, permaneceu na mais profunda solidã o do deserto até que,
como alguém nascido de novo, sincero, inspirado, ardente, saiu para
começar sua vida. missã o maravilhosa, despreocupada com qualquer
outra coisa. A Judéia é agora para ele o deserto; e como antigamente ele
tinha como companheiros as fontes, rochas, á rvores e animais, como
com eles ele vivia e comungava, agora ele tratava com os homens, com
os pecadores, nenhum pensamento pró prio surgindo em sua mente. Ele
vê, ele sabe, ele fala só Jesus. Sua palavra é: “Ele vem! Prepare o
caminho! Faça penitência! Receba o batismo! Eis o Cordeiro de Deus
que tira os pecados do mundo!” No deserto, inocente e puro como um
bebê no ventre da mã e, ele sai de sua solidã o inocente e imaculado
como uma criança no seio da mã e. “Ele é puro como um anjo”, ouvi o
Senhor dizer aos Apó stolos. “Nunca entrou impureza em sua boca,
muito menos uma inverdade ou qualquer outro pecado saiu dela”.

4) Joã o entregou a seus discípulos no Jordã o um discurso sobre a


proximidade do batismo do Messias. Ele lhes disse que nunca o tinha
visto, “Mas”, disse ele, “vou, como prova do que digo, mostrar-lhes o
lugar em que Ele receberá o batismo. Eis que as á guas do Jordã o se
dividirã o e do meio delas surgirá uma ilha”. No mesmo instante, vi as
á guas do rio se dividindo e, ao nível de sua superfície, apareceu uma
pequena ilha branca de forma circular. Isso aconteceu no local sobre o
qual os filhos de Israel cruzaram o Jordã o com a Arca da Aliança e no
qual também Elias dividiu as á guas com seu manto. Maravilha
apoderou-se dos observadores. Eles oraram e cantaram louvores. O
local onde a Arca da Aliança repousava no Jordã o era o local exato onde
seria cavado o poço batismal de Jesus.

5) Quando Joã o foi informado da aproximaçã o de Jesus, levantou-se e


com nova coragem começou a batizar, apesar das ameaças dos fariseus
e dos herodianos. Multidõ es vinham a Joã o, principalmente aqueles a
quem Jesus havia exortado a receber o batismo, entre eles muitos
publicanos, mas também Pá rmenas e seus pais de Nazaré. Quando Joã o
falou do Messias, dizendo que para Ele ele pró prio em breve abriria
espaço, suas palavras exalavam tanta humildade que causavam
verdadeiros problemas a seus discípulos. Os discípulos que Jesus havia
deixado em Nazaré também vieram a Joã o. Eu os vi com ele em sua
tenda conversando sobre Jesus. Joã o estava tã o inflamado de amor
ardente por Jesus que ficou quase impaciente por Ele nã o se proclamar
o Messias abertamente e em termos inconfundíveis. Quando Joã o
batizou esses discípulos, ele recebeu a certeza da proximidade do
Messias. Ele viu uma nuvem de luz pairando sobre eles e teve uma visã o
de Jesus cercado por todos os Seus discípulos. A partir desse momento,
John tornou-se indescritivelmente alegre e expectante, constantemente
olhando para longe, para ver se o Senhor ainda estava à vista ou nã o.

6) Ele já havia batizado muitos e já eram quase dez horas, quando Jesus
por sua vez desceu entre os aspirantes à piscina do batismo. Joã o
curvou-se diante dele, dizendo: “Devo ser batizado por ti, e tu vens a
mim?” Jesus respondeu: “Deixa por agora, porque assim exige a justiça,
que me batizes e eu seja batizado por ti”. Disse também: “Recebereis o
batismo do Espírito Santo e do sangue”. Entã o Joã o implorou a Ele que o
seguisse até a ilha. Jesus respondeu que faria isso.

7) Enquanto Jesus subia das profundezas do poço batismal, André e


Saturnino, que estavam à direita do Batista, jogaram sobre Ele um
grande pano de linho com o qual Ele secou Sua Pessoa. Eles entã o
colocaram nele uma longa tú nica batismal branca. Depois disso, Jesus
pisou em uma pedra triangular vermelha que ficava à direita da descida
para o poço. André e Saturnino colocaram cada um uma mã o sobre Seu
ombro, enquanto Joã o descansou a dele sobre Sua cabeça. Terminada
esta parte da cerimô nia, eles estavam prestes a subir os degraus
quando a Voz de Deus veio sobre Jesus, que ainda estava sozinho e em
oraçã o sobre a pedra. Veio do céu um vento forte e impetuoso como um
trovã o. Todos tremeram e olharam para cima. Uma nuvem de luz branca
desceu e vi sobre Jesus uma figura alada de luz como se fluísse sobre
Ele como um riacho. Os céus se abriram, vi uma apariçã o do Pai
Celestial na figura em que geralmente é representado e, com voz de
trovã o, ouvi as palavras: “Este é o meu Filho amado em quem me
comprazo”.

8) Jesus era perfeitamente transparente, inteiramente penetrado pela


luz; mal se podia olhar para Ele. Eu vi anjos ao Seu redor. Mas a alguma
distâ ncia nas á guas do Jordã o, vi Sataná s, uma figura escura e negra,
como se estivesse em uma nuvem, e miríades de horríveis répteis
negros e vermes enxameando ao seu redor. Era como se toda a
maldade, todos os pecados, todo o veneno de toda a regiã o tomassem
uma forma visível no derramamento do Espírito Santo e fugissem para
aquela figura escura como para sua fonte original. A visã o era
abominável, mas serviu para aumentar o efeito do indescritível
esplendor, alegria e brilho espalhados pelo Senhor e por toda a ilha.

9) O sagrado poço batismal brilhava e parecia uma poça de luz viva.


Podia-se ver as quatro pedras que outrora sustentaram a Arca da
Aliança brilhando sob as á guas como se estivessem em exultaçã o; e nos
doze ao redor do poço, aqueles sobre os quais os levitas estavam,
apareceram anjos curvados em adoraçã o, pois o Espírito de Deus tinha
diante de toda a humanidade prestado testemunho da Fundaçã o viva,
da preciosa e escolhida Pedra Angular da Igreja em torno da qual nó s
como tantas pedras vivas, devemos construir um edifício espiritual, um
sacerdó cio santo, para que assim possamos oferecer um sacrifício
espiritual aceitável a Deus por meio de Seu Filho amado, em quem Ele
se agrada.

10) Joã o foi tomado pelo Espírito e, apontando para Jesus, exclamou:
“Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” Jesus passou,
precedido e seguido por seus discípulos em grupos. Era de manhã cedo.
As pessoas se aglomeraram diante das palavras de Joã o, mas Jesus já
havia desaparecido. Chamaram-nO com aclamaçõ es de louvor, mas Ele
nã o os ouviu. Quando voltaram de sua tentativa infrutífera de ver Jesus,
o povo queixou-se a Joã o que Jesus tinha tantos seguidores e que, como
haviam ouvido, Seus discípulos já haviam começado a batizar. Qual
seria, eles perguntaram, o resultado de tudo isso. Joã o respondeu
repetindo que logo entregaria seu lugar a Jesus, já que era apenas um
servo e precursor. Essas palavras nã o eram aceitáveis para os
seguidores de Joã o, que tinham um pouco de inveja dos discípulos de
Jesus.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O SEGUNDO MISTÉ RIO DA LUZ

O Milagre nas Bodas de Caná

O Fruto deste Mistério: Paciência perante a realização dos Santos Desígnios de Deus.

Jesus nesta festa de casamento estava, por assim dizer, no meio de Sua
comunidade pela primeira vez. Foi ali que Ele operou aquele primeiro
milagre em favor deles e para a confirmaçã o de sua fé. É por isso que
esse milagre, a transformaçã o da á gua em vinho, é registrado como o
primeiro em Sua histó ria; como a da Ú ltima Ceia, quando Seus
Apó stolos estavam firmes na Fé, foi a ú ltima. Seus discípulos, seus
parentes, enfim, todos os presentes estavam agora convencidos do
poder e da dignidade de Jesus, bem como de sua missã o. Todos creram
Nele. A fé imediatamente tomou posse de cada coraçã o. Todos ficaram
melhores, mais unidos, mais interiores. Este mesmo efeito foi
produzido em todos os que beberam do vinho. No final do banquete, o
noivo foi até Jesus e falou com Ele muito humildemente em particular.
Ele disse a Ele que agora se sentia morto para todos os desejos carnais
e que, se sua noiva consentisse, ele abraçaria uma vida de continência.
A noiva também, tendo procurado Jesus sozinho e expressado seu
desejo com o mesmo efeito, Jesus chamou os dois diante dEle. Falou-
lhes sobre o casamento, sobre a castidade tã o agradável aos olhos de
Deus e sobre o cêntuplo fruto do espírito. Ele se referiu a muitos dos
Profetas e outras pessoas santas que viveram em castidade, oferecendo
seus corpos em holocausto ao Pai Celestial. Assim, eles recuperaram
muitas almas errantes, ganharam-nas para si como filhos espirituais e
adquiriram uma posteridade numerosa e santa.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Quando Jesus com Seus discípulos chegou perto de Caná , Ele foi
recebido com muita deferência por Maria, os pais da noiva, o noivo e
outros que vieram ao seu encontro. Jesus com Seus discípulos
familiares, entre eles os futuros Apó stolos, passou a residir em uma
casa isolada pertencente à tia materna do esposo. Todos os parentes de
Santa Ana e Joaquim vieram da Galiléia para Caná , ao todo mais de cem
convidados. O pró prio Jesus trouxe cerca de vinte e cinco de Seus
discípulos com Ele.

2) Há muito tempo Jesus, em Seu décimo segundo ano, na festa das


crianças realizada na casa de Santa Ana, ao retornar do Templo, dirigiu
ao esposo palavras cheias de significado misterioso sobre o assunto do
pã o e do vinho. Ele havia dito a ele que em algum dia futuro Ele estaria
presente em seu casamento. A participaçã o de Jesus neste casamento,
como qualquer outra açã o de sua carreira terrena, teve, além de seu
significado elevado e misterioso, seus motivos exteriores, aparentes e
comuns.

3) Mais de uma vez Maria enviou mensageiros a Jesus implorando-lhe


que estivesse presente na festa de casamento. Os amigos e parentes da
Sagrada Família, a julgar do ponto de vista humano, faziam discursos
como estes: “Maria, a Mã e de Jesus, é uma viú va solitá ria. Jesus está
vagando pelo país, pouco se importando com ela ou com seus parentes”
Foi por isso, portanto, que Maria estava ansiosa para que seu Filho
honrasse Seus amigos com Sua presença no casamento. Jesus entrou
olhou para o presente como uma oportunidade adequada para
despistá -los de suas idéias errô neas. Ele também se comprometeu a
fornecer um prato para a festa, e assim Maria foi para Caná antes dos
outros convidados e ajudou nos vá rios preparativos. Jesus havia se
encarregado de fornecer todo o vinho para a festa, por isso foi que
Maria tã o ansiosamente O lembrou que o vinho havia acabado.

4) Entã o vi os convidados do casamento em um jardim, os homens e as


mulheres separados, divertindo-se com conversas e jogos. Os homens
reclinaram-se em círculos no chã o. No centro. eram todos os tipos de
frutas que, de acordo com certas regras, eles jogavam uns nos outros. O
arremessador visava fazê-lo cair em certos buracos ou círculos,
enquanto os demais procuravam impedir que isso acontecesse. Eu vi
Jesus com alegre gravidade participando do jogo. Freqü entemente Ele
proferia com um sorriso uma palavra de sabedoria que deixava Seus
ouvintes maravilhados. Profundamente impressionados, eles o
receberam em silêncio, menos rá pidos em perceber seu significado
pedindo uma explicaçã o ao pró ximo. Jesus tinha o círculo íntimo e
decidia os prêmios, que Ele premiava com comentá rios belos e à s vezes
bastante surpreendentes. Os convidados mais jovens se divertiam
correndo e saltando sobre festõ es de folhas e montes de frutas.

5) No terceiro dia apó s a chegada de Jesus, por volta das nove horas da
manhã , foi realizada a cerimô nia de casamento. A noiva foi enfeitada
por suas damas de honra. Seu vestido era algo parecido com o usado
pela Mã e de Deus em seus casamentos. A cerimô nia nupcial foi
realizada pelo padre em frente à sinagoga. As alianças trocadas pelo
jovem casal foram apresentadas ao noivo por Maria depois que Jesus as
abençoou por ela.

6) A cerimô nia de casamento foi seguida pelo banquete nupcial. Jesus


se comprometeu a fornecer o segundo prato do banquete, bem como o
vinho, e para tudo isso Sua Mã e e Marta providenciaram. Este segundo
prato consistia em pá ssaros, peixes, doces de mel, frutas e uma espécie
de massa que Verô nica trouxera consigo. Quando tudo foi levado e
colocado em uma mesa lateral, Jesus se levantou, deu o primeiro corte a
cada prato e entã o retomou Seu lugar à mesa. Os pratos foram servidos,
mas o vinho falhou. Enquanto isso, Jesus estava ocupado ensinando.
Agora, quando a Santíssima Virgem, que havia providenciado esta parte
do entretenimento, viu que o vinho havia acabado, ela foi até Jesus e
lembrou a Ele que Ele havia dito a ela que cuidaria do vinho. Jesus, que
estava ensinando de Seu Pai Celestial, respondeu: “Mulher, nã o se
preocupe, nã o se incomode nem a mim, minha hora ainda nã o é
chegada”.

7) Maria era a “Mulher” que deu à luz Aquele a quem agora, como seu
Criador, ela invoca por ocasiã o da falta de vinho. Como o Criador, Ele
agora dará uma prova de Sua alta dignidade. Ele mostrará aqui que é o
Filho de Deus e nã o apenas o Filho de Maria. Mais tarde, ao morrer na
cruz, Ele novamente se dirigiu à sua Mã e que chorava com a
denominaçã o de Mulher: “Mulher, eis aí o teu filho!” designando assim
Joã o. Jesus havia prometido à Sua Mã e que providenciaria o vinho. E
aqui vemos Maria começando o papel de Mediadora que ela continuou
desde entã o. Ela coloca diante dEle a falha do vinho. Mas o vinho que
Ele estava prestes a fornecer era mais do que vinho comum; era um
símbolo daquele mistério pelo qual Ele um dia transformaria o vinho
em Seu pró prio Sangue. A resposta: “Ainda nã o é chegada a minha hora”,
continha três significados: primeiro, a hora de fornecer o vinho
prometido; em segundo lugar, a hora de transformar a á gua em vinho,
em terceiro lugar, a hora de transformar o vinho em Seu pró prio
Sangue.

8) A ansiedade de Maria pelos convidados do casamento foi totalmente


aliviada. Ela havia mencionado o assunto a seu Filho, por isso diz com
confiança aos servos: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. Assim também a
Igreja, a Esposa de Jesus, lhe diz: “Senhor, os teus filhos nã o têm vinho”.
E Jesus responde: “Igreja” (nã o a Noiva), “nã o vos perturbeis, nã o vos
inquieteis! Ainda nã o é chegada a minha hora”. Entã o diz a Igreja aos
seus sacerdotes: “Ouçam as Suas palavras, obedeçam a todos os Seus
mandamentos, pois Ele sempre os ajudará !”

9) As palavras de Maria a Jesus foram proferidas em voz baixa, mas a


resposta de Jesus, bem como Sua ordem de tirar á gua, foi dada em voz
alta. Quando os jarros cheios de á gua foram colocados, em nú mero de
seis, na mesa lateral, Jesus foi e os abençoou. Ao retomar Seu lugar à
mesa, chamou um servo: “Tire agora e traga de beber ao copeiro!”
Quando este provou o vinho, aproximou-se do noivo e disse: “Todo
homem primeiro serve o bom vinho, e quando os homens já beberam,
entã o o pior. Mas tu guardaste o bom vinho até agora”.

10) Entã o o noivo e o pai da noiva beberam do vinho, e grande foi o seu
espanto. Os criados protestaram dizendo que só haviam tirado á gua e
que as vasilhas e os copos sobre a mesa estavam cheios da mesma. E
agora toda a empresa bebeu. O milagre nã o deu origem a nenhum
alarme ou excitaçã o; pelo contrá rio, um espírito de admiraçã o
silenciosa e reverência caiu sobre eles. Jesus ensinou muito sobre esse
milagre.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O TERCEIRO MISTÉ RIO DA LUZ

O Anúncio do Reino e o Chamado à


Conversão

O Fruto deste Mistério: Zelo pelas Almas.

Terminado o sá bado, Jesus foi com Seus discípulos a um pequeno vale


perto da sinagoga. Parecia destinado a um passeio ou um lugar de
reclusã o. Havia á rvores em frente à entrada, assim como no vale. Os
filhos de Maria Cleofas, de Zebedeu, e alguns outros dos discípulos
estavam com ele. Mas Philip, que era hesitante e humilde, ficou para
trá s, sem saber se deveria ou nã o seguir. Jesus, que ia adiante, virou a
cabeça e, dirigindo-se a Filipe, disse: “Segue-me!” ao que palavras Philip
continuou alegremente com os outros. Havia cerca de doze no pequeno
bando.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) No final da festa, Jesus deixou Ono com vinte e um discípulos e viajou


para a Galiléia. Seu caminho passou pela regiã o em que Jacó possuía um
campo e entre aquelas casas de pastores, de uma das quais José e Maria
haviam sido tã o severamente afastados em sua jornada para Belém. Ele
visitou os ocupantes da estalagem que havia oferecido hospitalidade
aos santos viajantes e os instruiu; com os do inó spito, pernoitava e os
admoestava a se converterem. A dona da casa ainda estava viva, embora
acamada. Jesus a curou.

2) Jairo já havia implorado algum tempo antes a Jesus para curar sua
filha doente, e Jesus havia prometido fazê-lo, embora nã o naquele
momento. Embora sua filha estivesse morta, Jairo despachou um
mensageiro para encontrá -lo e lembrá -lo de sua promessa. Jesus enviou
Seus discípulos na frente depois de apontar um certo lugar onde eles
deveriam encontrá -Lo novamente, e Ele mesmo acompanhou o
mensageiro de Jairo de volta a ele. Quando Ele entrou na casa de Jairo, a
filha jazia envolta no lençol, pronta para o enterro, com seus amigos
chorando ao seu redor. Jesus ordenou que os vizinhos fossem chamados
e que o lençol e os lençó is fossem soltos. Entã o, pegando a garota morta
pela mã o, Ele ordenou que ela se levantasse.
3) A menina levantou-se e pô s-se diante dele. Ela tinha cerca de
dezesseis anos e nã o era boa. Ela nã o tinha amor pelo pai, embora ele a
valorizasse acima de tudo. Ele era caridoso e piedoso, e nã o se
esquivava de se comunicar com os pobres e desprezados. Isso foi uma
fonte de irritaçã o para sua filha. Jesus a ressuscitou da morte, tanto de
alma como de corpo. Ela se reformou e, algum tempo depois, juntou-se
à s santas mulheres. Jesus advertiu os presentes a nã o falarem do
milagre que haviam presenciado. Foi pelo mesmo desejo de segredo
que Ele nã o permitiu que os discípulos O acompanhassem.

4) Jesus ensinou em Jezrael e realizou muitos milagres diante de uma


grande multidã o de pessoas. Todos os discípulos da Galiléia estavam
aqui reunidos para encontrá -lo. Johanna Chusa, que viera antes de
Jerusalém, visitara Madalena em seu castelo de Magdala para persuadi-
la a ir com eles a Jezrael a fim de ver, se nã o ouvir, os sá bios, os
admiráveis, os mais eloqü entes e os mais belos. Jesus, de quem toda a
terra estava cheia. Madalena cedeu à persuasã o das mulheres e, cercada
por muita exibiçã o vã , acompanhou-as até lá . Enquanto ela estava na
janela de uma hospedaria olhando para a rua, Jesus e Seus discípulos
passaram por ela. Ele olhou para ela gravemente enquanto passava com
um olhar que perfurou sua alma. Uma sensaçã o incomum de confusã o
tomou conta dela. Violentamente agitada, ela saiu correndo da
hospedaria e, impelida por um sentimento avassalador de sua pró pria
miséria, escondeu-se em uma casa onde leprosos e mulheres
acometidas de doenças encontravam refú gio. Madalena fugiu para a
casa do leproso por aquele sentimento de intensa humilhaçã o
despertado em sua alma pelo olhar de Jesus.

5) Numerosos enfermos e possessos foram trazidos a Ele do país ao


redor. Ele os curou abertamente diante de todos os Seus discípulos e
expulsou os demô nios na presença de uma multidã o cada vez maior.
Mensageiros vieram de Sidon implorando para que Ele voltasse com
eles, mas Ele gentilmente os dispensou até um dia futuro. A multidã o
tornou-se tã o grande que no final do sá bado Jesus deixou Cafarnaum
com alguns de Seus discípulos, e escapou para um distrito montanhoso
cerca de uma hora ao norte da cidade. Situava-se entre o lago e a foz do
Jordã o e estava cheio de ravinas. Em uma delas Ele se retirou sozinho
para orar.

6) Quando Jesus entrou em Betú lia, os endemoninhados começaram a


clamar por Ele nas ruas. Ao chegar ao mercado, Ele parou perto da
cadeira de um professor e enviou alguns de Seus discípulos com
instruçõ es ao superior da sinagoga para que as portas de todos os lados
da escola fossem abertas. Outros foram enviados de casa em casa para
chamar os ocupantes para a instruçã o. A sinagoga era cercada por
portas entre as colunas, e era costume abri-las quando a multidã o era
excepcionalmente grande. Jesus ensinou aqui sobre o minú sculo grã o
de trigo que deve ser lançado na terra. Os fariseus aqui, de fato, nã o
contradiziam abertamente, mas murmuravam, e Jesus sabia que o
faziam, porque temiam que Ele celebrasse o sá bado entre eles.

7) Naquela noite, vi Jesus novamente orando com os braços estendidos


e novamente aparecendo no mar da Galiléia para ajudar em uma
tempestade. Desta vez, o perigo foi muito maior e muitos outros navios
estavam em perigo. Eu vi Jesus colocando a mã o no leme sem que o
timoneiro o visse. Os três jovens ricos de Nazaré, que antes em vã o
haviam oferecido sua petiçã o a Ele para serem recebidos como
discípulos, vieram a Ele novamente, reiterando seu pedido. Eles quase
se ajoelharam diante Dele, mas Ele os dispensou depois de apontar
certas condiçõ es que deveriam ser cumpridas antes que Ele permitisse
que eles se juntassem a Seus discípulos. Jesus sabia muito bem que seus
pontos de vista eram totalmente mundanos e que eles nã o podiam
entendê-Lo. Eles queriam segui-lo porque viram nele um filó sofo, um
rabino erudito. Depois de um tempo passado em Sua escola, eles
poderiam, como pensavam, brilhar com uma reputaçã o mais brilhante e
honrar sua cidade de Nazaré. Além disso, ficaram um tanto aborrecidos
ao vê-lo dando preferência aos pobres filhos de Nazaré em vez de a eles
mesmos.

8) Até tarde da noite vi Jesus com o velho essênio Eliud de Nazaré. O


homem santo parecia que logo morreria de velhice. Ele nã o podia mais
muito, na verdade, ele estava quase acamado. Jesus se apoiou em Seu
braço ao lado da cama e conversou com ele. Eliud estava inteiramente
absorto em Deus.

9) No sá bado, Jesus ensinava na sinagoga. As passagens lidas da


Sagrada Escritura referem-se à jornada pelo Deserto, ao parcelamento
da Terra de Canaã e a algo em Jeremias. Jesus interpretou tudo como
referência à proximidade do Reino de Deus. Ele falou da murmuraçã o
dos filhos de Israel no deserto, dizendo que eles teriam tomado um
caminho muito mais curto para a Terra Prometida, se tivessem
guardado os Mandamentos que Deus lhes deu no Sinai, mas por causa
de seus pecados eles foram obrigados vagar, e os que murmuravam
morreram no deserto. E assim, também, eles entre Seus ouvintes
presentes vagariam no deserto e morreriam nele, se murmurassem
contra o Reino que agora estava pró ximo e com ele a misericó rdia final
de Deus. A vida deles tinha sido uma imagem daquela peregrinaçã o no
deserto, mas agora deveriam ir pelo caminho mais curto para o
prometido Reino de Deus, que lhes seria indicado.

10) Madalena, com os cabelos esvoaçantes e proferindo altas


lamentaçõ es, abriu caminho no meio da multidã o, lançou-se aos pés de
Jesus, chorando e gemendo, e perguntou se ainda podia esperar a
salvaçã o. Os fariseus e os discípulos, escandalizados com a visã o,
disseram a Jesus que Ele nã o deveria mais permitir que essa mulher
réproba criasse confusã o em todos os lugares, que Ele deveria mandá -la
embora de uma vez por todas. Mas Jesus respondeu: “Deixe-a chorar e
lamentar! Você nã o sabe o que se passa nela” — e voltou-se para ela
com palavras de consolo. Ele disse a ela para se arrepender de coraçã o,
acreditar e esperar, pois ela logo encontraria a paz. Ela clamou por
perdã o, confessou suas inú meras transgressõ es e perguntou
repetidamente: “Senhor, ainda há salvaçã o para mim?” Jesus perdoou
seus pecados e ela implorou a Ele para salvá -la de outra recaída. Ele
prometeu fazê-lo, deu-lhe sua bênçã o e falou-lhe da virtude da pureza,
também de sua mã e, que era pura e sem mancha. Jesus levou Madalena
para se juntar à s santas mulheres, disse-lhes: “Ela foi uma grande
pecadora, mas para todo o futuro será o modelo dos penitentes”.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O QUARTO MISTÉ RIO DA LUZ

A Transfiguração do Senhor no Monte


Tabor

O Fruto deste Mistério: Adoração diante de Deus Encarnado.

Jesus disse-lhes que lhes havia permitido ver a Transfiguraçã o do Filho


do Homem para fortalecer sua fé, para que nã o vacilassem quando O
vissem entregue pelos pecados do mundo nas mã os de malfeitores,
para que nã o escandalizar-se ao testemunhar Sua humilhaçã o, e para
que naquele momento fortalecessem seus irmã os mais fracos. Aludiu
novamente à fé de Pedro que, iluminado por Deus, fora o primeiro dos
Seus seguidores a penetrar no mistério da Sua Divindade, e falou da
rocha sobre a qual ia edificar a Sua Igreja. Entã o eles se uniram
novamente em oraçã o e, ao amanhecer, desceram o lado noroeste da
montanha.
NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Levando consigo Pedro, Joã o e Tiago Maior, subiu a montanha por


uma trilha. Eles passaram quase duas horas na subida, pois Jesus
parava frequentemente nas diferentes cavernas e lugares memoráveis
pela estada dos Profetas. Lá Ele explicou a eles mú ltiplos mistérios e se
uniu a eles em oraçã o.

2) Eles nã o tinham provisõ es, pois Jesus os havia proibido de trazer,


dizendo que eles ficariam fartos até transbordar. A vista do cume da
montanha se estendia por toda parte. Nela havia um grande espaço
aberto cercado por um muro e á rvores frondosas. O chã o estava
coberto de ervas aromá ticas e flores de cheiro doce.

3) Jesus aqui continuou Suas instruçõ es. Suas palavras eram


extraordinariamente amorosas, como as de alguém inspirado, e os
discípulos ficaram totalmente embriagados por elas. No início de Sua
instruçã o, Ele havia dito que lhes mostraria quem Ele era, que O
contemplariam glorificado, para que nã o vacilassem na fé quando Seus
inimigos O ridicularizassem e O maltratassem, quando O
contemplassem na morte, desprovido de toda gló ria.

4) O sol havia se posto e estava escuro, mas os apó stolos nã o haviam


notado o fato, tã o fascinantes eram as palavras e o comportamento de
Jesus. Ele se tornou cada vez mais brilhante, e apariçõ es de espíritos
angelicais pairavam ao seu redor. Pedro os viu, pois interrompeu Jesus
com a pergunta: “Mestre, o que isso significa?” Jesus respondeu: “Eles
me servem!” Pedro, totalmente fora de si, estendeu as mã os,
exclamando: “Mestre, nã o estamos aqui? Nó s Te serviremos em todas as
coisas!”

5) Os apó stolos jaziam, arrebatados em êxtase e nã o em sono,


prostrados em seus rostos. Entã o eu vi três figuras brilhantes se
aproximando de Jesus na luz. A chegada deles parecia perfeitamente
natural. Era como aquele que sai da escuridã o da noite para um lugar
brilhantemente iluminado. Dois deles apareceram em uma forma mais
definida, uma forma mais parecida com a corpó rea. Dirigiram-se a Jesus
e conversaram com Ele. Eles eram Moisés e Elias. A terceira apariçã o
nã o falou nada. Era mais etéreo, mais espiritual. Esse foi Malaquias.

6) Ouvi Moisés e Elias saudarem Jesus, e ouvi-O falar-lhes da Sua Paixã o


e da Redençã o. O fato de estarem juntos parecia perfeitamente simples
e natural. Moisés e Elias nã o pareciam envelhecidos nem decrépitos
como quando deixaram a terra. Eles estavam, ao contrá rio, na flor da
juventude. Moisés - mais alto, mais grave e mais majestoso que Elias -
tinha na testa algo como duas protuberâ ncias salientes. Ele estava
vestido com uma longa tú nica. simplicidade. Ele disse a Jesus como se
regozijou ao ver Aquele que havia conduzido a si mesmo e a seu povo
para fora do Egito, e que agora estava mais uma vez prestes a redimi-
los. Ele se referiu aos numerosos tipos do Salvador em seu pró prio
tempo e proferiu palavras profundamente significativas sobre o
cordeiro pascal e o Cordeiro de Deus.

7) Jesus falou com eles de todos os sofrimentos que suportou até o


presente, e de tudo o que ainda o esperava. Ele relatou a histó ria de Sua
paixã o em detalhes, ponto por ponto. Elias e Moisés frequentemente
expressavam sua emoçã o e alegria. Suas palavras eram cheias de
simpatia e consolo, de reverência pelo Salvador e de louvores
ininterruptos a Deus. Eles constantemente se referiam aos tipos dos
mistérios dos quais Jesus estava falando, e louvavam a Deus por ter
desde toda a eternidade tratado com misericó rdia para com o Seu povo.
Mas Malaquias manteve silêncio. Os discípulos ergueram a cabeça,
contemplaram longamente a gló ria de Jesus e contemplaram Moisés,
Elias e Malaquias. Ao descrever Sua paixã o, Jesus chegou à Sua
exaltaçã o na Cruz, Ele estendeu Seus braços nas palavras: “Assim será
levantado o Filho do Homem!” Seu rosto estava voltado para o sul, Ele
estava totalmente penetrado pela luz e Seu manto brilhava com um
brilho branco azulado. Ele, os Profetas e os três Apó stolos - todos foram
elevados acima da terra.

8) E agora os Profetas se separaram de Jesus, Elias e Moisés


desaparecendo em direçã o ao leste, Malaquias para o oeste na
escuridã o. Entã o Pedro, cheio de alegria, exclamou: “Mestre, é bom
estarmos aqui! Façamos aqui três taberná culos: um para Ti, um para
Moisés e um para Elias!” Pedro quis dizer que eles nã o precisavam de
nenhum outro Céu, pois onde eles estavam era tã o doce e abençoado.
Por taberná culos, ele quis dizer lugares de descanso e honra, as
moradas dos santos. Disse isso no delírio de sua alegria, em seu estado
de êxtase, sem saber o que dizia.
9) Quando voltaram ao seu estado normal de vigília, uma nuvem de luz
branca desceu sobre eles, como o orvalho da manhã flutuando sobre os
prados. Eu vi os céus abertos sobre Jesus e a visã o da Santíssima
Trindade, Deus Pai sentado em um trono. Ele parecia um sacerdote
idoso e a Seus pés havia uma multidã o de anjos e figuras celestiais. Uma
corrente de luz desceu sobre Jesus, e os Apó stolos ouviram acima deles,
como um suspiro doce e gentil, uma voz pronunciando as palavras:
“Este é o meu Filho amado em quem me comprazo. Ouça-O!” Medo e
tremor caíram sobre eles. Superados pelo senso de sua pró pria
fraqueza humana e pela gló ria que contemplavam, eles se lançaram
com o rosto para baixo na terra. Tremeram na presença de Jesus, a favor
de quem acabavam de ouvir o testemunho de Seu Pai Celestial.

10) Jesus foi até eles, tocou-os e disse: “Levantem-se, nã o tenham


medo!” Eles se levantaram e viram Jesus sozinho. Já eram quase três da
manhã . A aurora cinzenta brilhava no céu e os vapores ú midos
pairavam sobre a regiã o ao redor do sopé da montanha. Os Apó stolos
ficaram em silêncio com medo do que tinham visto.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O QUINTO MISTÉ RIO DA LUZ

A Instituição da Santa Eucaristia

O Fruto deste Mistério: Fé na Presença Real de Cristo no Santíssimo Sacramento.

Partir e distribuir o pã o e beber do mesmo cá lice era costume


antigamente nas festas de boas-vindas e despedidas. Eles foram usados
como sinais de amor fraterno e amizade. Acho que deve haver algo
sobre isso nas Escrituras. Hoje Jesus elevou esse costume à dignidade
do Santíssimo Sacramento, pois até agora era apenas uma cerimô nia
típica. O lugar de Jesus era entre Pedro e Joã o. As portas estavam
fechadas, pois tudo era conduzido com sigilo e solenidade. Quando a
tampa do cá lice foi removida e levada de volta ao recesso na parte de
trá s do Cená culo, Jesus rezou e pronunciou algumas palavras muito
solenes. Eu vi que Ele estava explicando a Ú ltima Ceia aos Apó stolos,
como também as cerimô nias que deveriam acompanhá -la. Isso me
lembrou um padre ensinando aos outros a Santa Missa. Durante todo
esse tempo, Jesus foi se recolhendo cada vez mais. Ele disse aos
Apó stolos que estava prestes a dar-lhes tudo o que possuía, até mesmo
o Seu pró prio Ser. Ele parecia estar derramando todo o seu ser em
amor, e eu o vi tornando-se perfeitamente transparente. Ele parecia
uma apariçã o luminosa.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Antes do raiar do dia, Jesus, chamando Pedro e Joã o, falou-lhes


longamente sobre o que deveriam pedir, que preparativos deveriam
fazer em Jerusalém para comer o cordeiro pascal. Os discípulos haviam
questionado Jesus no dia anterior sobre onde essa ceia seria realizada.
Jesus disse aos dois Apó stolos que eles iriam, ao subir o Monte Siã o,
encontrar um homem carregando um câ ntaro de á gua, aquele que eles
já conheciam por ser o mesmo que havia assistido à ceia pascal de Jesus
no ano anterior em Betâ nia. Eles deveriam segui-lo até a casa e dizer-
lhe: “O Mestre nos pede para dizer-lhe que Seu tempo está pró ximo. Ele
deseja celebrar a Pá scoa em sua casa”. Eles deveriam entã o pedir para
ver a sala de jantar, que encontrariam preparada, e ali deveriam
preparar tudo o que fosse necessá rio.
2) Judas passou o dia inteiro correndo entre os fariseus e planejando
seus planos com eles. Os soldados que deveriam prender Jesus foram
até mesmo mostrados a ele, e ele organizou sua viagem para lá e para
cá para poder explicar sua ausência. Pouco antes da hora da Ceia Pascal,
ele voltou para o Senhor. Eu vi todos os seus pensamentos e planos.
Quando Jesus falou sobre ele a Maria, vi muitas coisas relacionadas com
seu cará ter e comportamento. Ele era ativo e prestativo, mas cheio de
avareza, ambiçã o e inveja, cujas paixõ es ele lutava para nã o controlar.
Ele até fez milagres e, na ausência de Jesus, curou os enfermos. Quando
Jesus deu a conhecer à Santíssima Virgem o que estava prestes a
acontecer com Ele em Sua paixã o, ela implorou em termos comoventes
que a deixasse morrer com Ele. Mas Ele a exortou a suportar sua dor
com mais calma do que as outras mulheres, dizendo-lhe ao mesmo
tempo que ressuscitaria e indicou o local em que apareceria para ela.
Desta vez ela nã o derramou tantas lá grimas, embora estivesse
inexprimivelmente triste e houvesse algo de inspirador em sua
profunda gravidade. Como um Filho devotado, Jesus agradeceu-lhe todo
o seu amor. Ele a abraçou com o braço direito e a apertou contra o
peito. Ele disse a ela que celebraria Sua Ú ltima Ceia com ela em espírito
e indicou a hora em que ela deveria receber Seu Corpo e Sangue.

3) Jesus e Seus seguidores comeram o cordeiro pascal no Cená culo em


três grupos separados de doze, cada um presidido por um que atuou
como anfitriã o. Jesus e os Doze Apó stolos comiam no pró prio salã o; Em
um dos edifícios laterais perto da entrada do pá tio do Cená culo, as
santas mulheres faziam sua refeiçã o. Três cordeiros foram imolados e
aspergidos por eles no Templo. Mas o quarto foi morto e aspergido no
Cená culo, e foi este que Jesus comeu com os Doze. Judas nã o estava
ciente dessa circunstâ ncia. Ele estava envolvido em vá rios negó cios,
entre os quais a conspiraçã o para trair o Senhor e, consequentemente,
chegou apenas alguns momentos antes da refeiçã o e depois da
imolaçã o do cordeiro.

4) A matança do cordeiro para Jesus e os Apó stolos apresentou uma


cena comovente. Aconteceu na ante-sala do Cená culo, o filho de
Simeã o, o levita, ajudando nisso. Os Apó stolos e os discípulos estavam
presentes cantando o Salmo 118 . Jesus falou de um novo período entã o
começando, e disse que o sacrifício de Moisé s e o significado do
cordeiro pascal estavam prestes a se cumprir, que por isso o cordeiro
deveria ser imolado como anteriormente no Egito, e que agora na
realidade eram eles saiam da casa da servidã o. Todos os vasos e
instrumentos necessá rios estavam agora preparados. Em seguida, foi
trazido um lindo cordeirinho, com uma guirlanda em volta do pescoço,
que foi retirada e enviada à Santíssima Virgem, que estava a certa
distâ ncia com as outras mulheres. O cordeiro era entã o amarrado, de
costas a uma pequena tá bua, com uma corda passada ao redor do
corpo. Isso me lembrou de Jesus amarrado ao pilar. O filho de Simeã o
ergueu a cabeça do cordeiro, e Jesus cravou-a no pescoço com uma
faca, que entregou ao filho de Simeã o para que completasse a matança.
Jesus parecia tímido ao ferir o cordeiro, como se isso lhe custasse dor.
Seus movimentos eram rá pidos, seus modos graves. O sangue foi
recolhido em uma bacia, e os servos trouxeram um ramo de hissopo,
que Jesus mergulhou nele. Entã o indo até a porta do corredor, Ele
assinou os dois postes e a fechadura com o sangue, e enfiou o galho
ensanguentado acima do lintel. Ele entã o proferiu algumas palavras
solenes, dizendo entre outras coisas: “O anjo destruidor passará por
aqui. Sem medo nem ansiedade adorareis neste lugar quando eu, o
verdadeiro Cordeiro pascal, tiver sido imolado. Uma nova era e um
novo sacrifício estã o prestes a começar, e durarã o até o fim do mundo”.
5) Jesus em poucas palavras repreendeu os apó stolos pela contenda
que havia surgido entre eles. Ele disse entre outras coisas que Ele
mesmo era o servo deles, e que eles deveriam se sentar nos assentos
para que Ele lavasse os pés. Eles obedeceram, observando a mesma
ordem da mesa. Sentavam-se nas costas dos assentos, dispostos em
semicírculo, e apoiavam os pés descalços no pró prio assento. Jesus foi
de um para o outro e, da bacia mantida sob eles por Joã o, com Sua mã o
pegou á gua sobre os pés que Lhe foram apresentados. Em seguida,
pegando com as duas mã os a longa ponta da toalha com a qual estava
cingido, passou-a sobre os pés para secá -los e depois passou com Tiago
para o pró ximo. John esvaziou a á gua depois de cada um na grande
bacia no centro da sala e depois voltou para o Senhor com o vazio.
Entã o Jesus novamente derramou á gua da garrafa segurada por Tiago
sobre os pés do pró ximo, e assim por diante. Durante toda a Ceia Pascal,
o comportamento do Senhor foi muito comovente e gracioso, e nesta
humilde lavagem dos pés de Seus Apó stolos, Ele estava cheio de amor.
Ele nã o o executou como se fosse uma mera cerimô nia, mas como um
ato sagrado de amor brotando direto do coraçã o. Com isso Ele queria
dar expressã o ao amor que queimava dentro de si.

6) Jesus abençoou os pã es da Pá scoa e, creio, também o azeite que


estava perto, ergueu o prato de pã o com as duas mã os, ergueu os olhos
para o céu, orou, ofereceu, colocou-o sobre a mesa e novamente o
cobriu . Novamente Jesus orou e ensinou. Suas palavras, brilhando com
fogo e luz, saíram de Sua boca e entraram em todos os Apó stolos, exceto
Judas. Ele pegou o prato com os pedaços de pã o e disse: “Pegue e coma.
Este é o Meu Corpo que é dado por vó s”. Ao dizer essas palavras, Ele
estendeu Sua mã o direita sobre ela, como se estivesse dando uma
bênçã o, e ao fazê-lo, uma luz brilhante emanou Dele. As suas palavras
foram luminosas como também o Pã o, que como um corpo de luz
entrou na boca dos Apó stolos. Era como se o pró prio Jesus fluísse para
eles. Vi todos eles penetrados de luz, banhados de luz.

7) Somente Judas estava na escuridã o. Jesus apresentou o Pã o primeiro


a Pedro, depois a Joã o, e em seguida fez um sinal para que Judas, que
estava sentado diagonalmente a Ele, se aproximasse. Assim, Judas foi o
terceiro a quem Jesus apresentou o Santíssimo Sacramento, mas
parecia que a palavra do Senhor voltou atrá s da boca do traidor. Fiquei
tã o apavorado com a visã o que nã o consigo descrever meus
sentimentos. Jesus disse a Judas: “O que vais fazer, faze-o depressa”.

8) Em seguida, Jesus ergueu o cá lice por suas duas alças até o nível de
Seu rosto e pronunciou nele as palavras de consagraçã o. Ao fazê-lo, Ele
foi totalmente transfigurado e, por assim dizer, transparente. Ele era
como se estivesse passando para o que estava dando. Ele fez Pedro e
Joã o beberem do cá lice enquanto ainda estava em Suas mã os, e entã o o
colocou sobre a mesa. Judas também (embora nã o tenha certeza disso)
participou do cá lice, mas nã o voltou ao seu lugar, pois imediatamente
deixou o Cená culo. Os outros pensaram que Jesus havia lhe dado
alguma comissã o para executar. Ele saiu sem oraçã o ou açã o de graças.
E aqui podemos ver o mal que é deixar de dar graças pelo pã o nosso de
cada dia e pelo Pã o que dura para a vida eterna.

9) Os movimentos de Jesus durante a instituiçã o do Santíssimo


Sacramento foram medidos e solenes, precedidos e seguidos de
explicaçõ es e instruçõ es. Depois de cada um, vi os apó stolos anotando
algumas coisas nos pequenos rolos de pergaminho que carregavam
consigo. O giro de Jesus para a direita e para a esquerda foi cheio de
gravidade, como sempre acontecia quando estava em oraçã o. Cada açã o
indicava a instituiçã o da Santa Missa. Vi os Apó stolos, ao se
aproximarem uns dos outros e em outras partes dela, curvando-se
como costumam fazer os padres. Jesus deu agora aos Apó stolos uma
instruçã o cheia de mistério. Ele lhes disse como eles deveriam
preservar o Santíssimo Sacramento em memó ria dele até o fim do
mundo, ensinou-lhes as formas necessá rias para usá -lo e comunicá -lo, e
de que maneira eles deveriam gradualmente ensinar e divulgar o
Mistério. Ele também lhes disse quando deveriam receber o que restava
das Espécies consagradas, quando dar algumas à Santíssima Virgem e
como consagrá -las elas mesmas depois que Ele lhes enviou o
Consolador.

10) Do centro da mesa, onde estava, Jesus afastou-se um pouco para o


lado e impô s as mã os a Pedro e Joã o, primeiro nos ombros e depois na
cabeça. Durante esta açã o, eles juntaram as mã os e cruzaram os
polegares. Enquanto se curvavam perante Ele (e nã o tenho certeza de
que nã o se ajoelharam), o Senhor ungiu o polegar e o indicador de cada
uma de suas mã os com o Crisma e fez o Sinal da Cruz com ele na cabeça.
Ele lhes disse que essa unçã o permaneceria com eles até o fim do
mundo. Tudo o que Jesus fez na instituiçã o da Santíssima Eucaristia e
na ordenaçã o dos Apó stolos foi feito muito secretamente, e mais tarde
foi ensinado como um Mistério. Até hoje permaneceu essencialmente
na Igreja, embora ela, sob a inspiraçã o do Espírito Santo, o tenha
desenvolvido de acordo com suas necessidades.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.

ORAÇÕ ES FINAIS

Ao concluir a recitação do Santo Rosário, as seguintes orações são


costumeiras, mas outras também podem ser adicionadas de acordo com a
devoção e preferência de cada um.

SALVEM, SANTA RAINHA

Salve Rainha, Mã e de Misericó rdia, Salve nossa vida, nossa doçura e


nossa esperança. A ti choramos, pobres filhos degredados de Eva, a ti
lançamos nossos suspiros, lamentando e chorando neste vale de
lá grimas. Volta, entã o, clemente advogado, os teus olhos de
misericó rdia para nó s e depois deste nosso exílio, mostra-nos o bendito
fruto do teu ventre, Jesus. Ó clemente, ó amorosa, ó doce Virgem Maria.
Rogai por nó s, Santa Mã e de Deus, para que sejamos dignos das
promessas de Cristo.

Rezemos

Ó Deus, cujo Filho Unigênito, por Sua vida, morte e ressurreiçã o, nos
comprou as recompensas da vida eterna, concedei-nos que, meditando
nestes mistérios do Santíssimo Rosá rio da Bem-Aventurada Virgem
Maria, possamos imitar o que eles contêm e obter o que eles prometem,
por meio do mesmo Cristo, nosso Senhor. Amém.

ORAÇÃ O A SÃ O MIGUEL ARCANJO

Santo Miguel, o Arcanjo, defendei-nos no dia da batalha. Seja nossa


salvaguarda contra as maldades e ciladas do diabo. Que Deus o
repreenda, oramos humildemente; e tu, ó Príncipe das hostes celestiais,
pelo poder de Deus lança no inferno Sataná s e todos os espíritos
malignos que vagam pelo mundo buscando a ruína das almas. Amém.

MEMORARE

Lembra-te, ó graciosa Virgem Maria, que nunca se soube que alguém


que tenha fugido para a tua proteçã o, implorado a tua ajuda ou pedido a
tua intercessã o tenha sido deixado sem ajuda. Inspirado por esta
confiança, eu voo para ti, ó Virgem das virgens, minha mã e; a ti venho,
diante de ti estou, pecador e triste. Ó Mã e do Verbo Encarnado, nã o
desprezeis minhas sú plicas, mas em vossa misericó rdia ouvi-me e
respondei-me. Amém.

Que a Divina Assistência permaneça sempre conosco, e que as almas


dos fiéis defuntos, pela misericó rdia de Deus descansem em paz.
Amém.
 

Os mistérios esperançosos
 

O PRIMEIRO MISTÉ RIO ESPERANÇOSO

A Criação de Todas as Coisas em vista de


Cristo e Sua Santa Encarnação

Fruto deste Mistério: Admiração pelo Plano de Deus.

Tive uma grande visã o sobre o mistério da Santa Missa e vi que tudo de
bom que existe desde a criaçã o é devido a ela. Eu vi o A e o O, e como
tudo está contido no O. Eu entendi o significado do círculo na forma
esférica da terra e dos corpos celestes - a auréola das apariçõ es e a
Sagrada Hó stia. A conexã o entre os mistérios da Encarnaçã o, da
Redençã o e do Santo Sacrifício da Missa também me foi mostrada, e vi
como Maria abrangia o que os pró prios céus nã o podiam conter.

NOSSO PAI
Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Eu vi estendendo-se diante de mim um espaço ilimitado e


resplandecente, acima do qual flutuava um globo de luz brilhando como
um sol. Senti que era a Unidade da Trindade. Em minha pró pria mente,
dei-lhe o nome de Ú NICA VOZ e observei-a produzindo seus efeitos.
Abaixo do globo de luz surgiram círculos concêntricos de radiantes
coros de espíritos, maravilhosamente brilhantes, fortes e belos. A
princípio todos os espíritos se perdiam na contemplaçã o fora de si, mas
logo alguns deles repousaram em si mesmos. Naquele instante, vi esta
parte dos coros brilhantes ser derrubada, sua beleza mergulhada na
escuridã o, enquanto as outras, aglomerando-se rapidamente, ocupavam
seus lugares vagos. E agora os bons anjos ocupavam um espaço menor.
Nã o os vi deixando seus lugares para perseguir e combater os coros
caídos. Os anjos maus descansaram em si mesmos e caíram, enquanto
aqueles que nã o seguiram seu exemplo se aglomeraram em seus
lugares vagos. Tudo isso foi instantâ neo.

2) Imediatamente apó s a oraçã o dos fiéis coros e aquele movimento na


Divindade, vi abaixo de mim, nã o muito longe e à direita do mundo das
sombras, surgir outro globo escuro. Fixei meus olhos firmemente nele.
Eu o observei como se estivesse em movimento, crescendo cada vez
mais. Pontos brilhantes irrompiam sobre ela e a rodeavam como faixas
luminosas. Aqui e ali, eles se estendiam em planícies mais claras e
amplas, e naquele momento eu vi a forma da terra delimitando a á gua.
Nos lugares claros eu vi um movimento como o da vida, e na terra eu vi
a vegetaçã o brotando e miríades de coisas vivas surgindo. E agora todas
as outras partes da imagem desapareceram. O céu ficou azul, o sol
surgiu, mas eu vi apenas uma parte da terra iluminada e brilhante.
Aquele lugar era encantador, glorioso, e eu pensei: Ali está o Paraíso!

3) Era como se o sol nascesse mais alto no céu, como se uma manhã
brilhante estivesse despertando. Era a primeira manhã . Nenhum ser
criado tinha conhecimento disso, e parecia que todas aquelas coisas
criadas estavam lá para sempre em sua inocência imaculada. À medida
que o sol subia, eu via as plantas e á rvores crescendo cada vez mais. As
á guas ficaram mais claras e sagradas, as cores ficaram mais puras e
brilhantes - tudo era indescritivelmente encantador. A criaçã o nã o era
entã o como é agora. Plantas, flores e á rvores tinham outras formas. Eles
sã o selvagens e deformados agora em comparaçã o com o que eram,
pois todas as coisas agora estã o completamente degeneradas. Vi ali
rosas, brancas e vermelhas, e pensei nelas símbolos da Paixã o de Cristo
e da nossa Redençã o. Vi também palmeiras e outras, altas e largas, que
lançavam seus galhos para longe, como se formassem telhados.

4) Vi Adã o criado, nã o no Paraíso, mas na regiã o em que Jerusalém foi


posteriormente situada. Eu o vi sair brilhante e branco de um monte de
terra amarela, como se saísse de um molde. E agora eu vi Adã o elevado
a um jardim, ao Paraíso. Eu vi Adã o no Paraíso entre as plantas e flores,
e nã o muito longe da fonte que jorrava em seu centro. Ele estava
acordando, como se estivesse dormindo. Embora sua pessoa fosse mais
parecida com a carne do que com o espírito, ele era
deslumbrantemente branco. Ele nã o se surpreendeu com nada, nem
ficou surpreso com sua pró pria existência.

5) Perto da á rvore perto da á gua surgiu uma colina. Nela, vi Adam


reclinado sobre o lado esquerdo, a mã o esquerda sob a bochecha. Deus
enviou um sono profundo sobre ele e ele foi arrebatado em visã o.
Entã o, do seu lado direito, do mesmo lugar em que o lado de Jesus foi
aberto pela lança, Deus atraiu Eva. Eu a vi pequena e delicada. Mas ela
rapidamente aumentou de tamanho até a maturidade. Ela era
extraordinariamente bonita. Se nã o fosse a Queda, todos nasceriam da
mesma forma, em sono tranquilo. Adã o estendeu a mã o para Eva. Eles
deixaram o lugar encantador da criaçã o de Eva e passaram pelo Paraíso,
olhando para tudo, regozijando-se em tudo. Aquele lugar era o mais alto
do Paraíso. Tudo era mais radiante, mais resplandecente ali do que em
qualquer outro lugar.

6) Quando Eva foi formada, vi que Deus deu algo, ou permitiu que algo
fluísse sobre Adã o. Era como se fluíssem da Divindade, aparentemente
em forma humana, correntes de luz da testa, boca, peito e mã os. Eles se
uniram em um globo de luz que entrou no lado direito de Adã o de onde
Eva havia sido levada. Somente Adã o o recebeu. Foi o germe da Bênçã o
de Deus, que foi tríplice. A Bênçã o que Abraã o recebeu do anjo foi uma.
Era de forma semelhante, mas nã o tã o luminosa.

7) Eu vi o coraçã o de Adã o muito parecido com o dos homens de hoje,


mas seu peito estava cercado por raios de luz. No meio de seu coraçã o,
vi um halo brilhante de gló ria. Nele havia uma figura minú scula como
se estivesse segurando algo em sua mã o. Acho que simbolizava a
Terceira Pessoa da Divindade. Das mã os e pés de Adã o e Eva saíram
raios de luz. Seus cabelos caíam em cinco mechas brilhantes, duas nas
têmporas, duas atrá s das orelhas e uma na nuca. Sempre pensei que
pelas Chagas de Jesus se abriram de novo no corpo humano portais
fechados pelo pecado de Adã o. Foi-me dado a entender que Longinus
abriu no Lado de Jesus o portã o da regeneraçã o para a vida eterna,
portanto ninguém entrava no Céu enquanto aquele portã o estava
fechado.

8) Os raios brilhantes na cabeça de Adã o denotavam sua abundante


fecundidade, sua gló ria - uma beleza resplandecente que é restaurada
em almas e corpos glorificados. Nosso cabelo é a ruína, a gló ria extinta;
e assim como este nosso cabelo é para os raios de luz, assim é nossa
carne atual para a de Adã o antes da Queda. Os raios de sol ao redor da
boca de Adã o faziam referência a uma santa posteridade de Deus, que,
se nã o fosse pela Queda, teria sido efetuada pela palavra falada.

9) No centro do jardim brilhante, vi um lençol de á gua no qual havia


uma ilha conectada com a terra oposta por um píer. Tanto a ilha quanto
o cais estavam cobertos de belas á rvores, mas no meio da primeira
havia uma mais magnífica que as outras. Elevava-se alto sobre eles
como se os guardasse. Suas raízes se estendiam por toda a ilha, assim
como seus ramos, que eram largos abaixo e afunilavam em uma ponta
acima. Seus galhos eram horizontais e deles surgiam outros como
pequenas á rvores. As folhas eram finas, o fruto amarelo, descansando
em um cá lice frondoso como uma rosa em botã o. Era algo como um
cedro. Nã o me lembro de ter visto Adã o, Eva ou qualquer animal perto
daquela á rvore na ilha. Mas vi lindos pá ssaros brancos de aparência
nobre e os ouvi cantando em seus galhos. Essa Á rvore era a Á rvore da
Vida.

10) O primeiro homem era uma imagem de Deus, ele era como o Céu;
tudo era um nele, tudo era um com ele. Sua forma era uma reproduçã o
do Protó tipo Divino. Ele estava destinado a possuir e desfrutar a terra e
todas as coisas criadas, mas retendo-as de Deus e dando graças por
elas.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O SEGUNDO MISTÉ RIO ESPERANÇOSO

A Promessa do Redentor e Co-redentora

O Fruto deste Mistério: Gratidão a Deus.

Certa vez, quando o desastre da Queda me foi mostrado em imagens


simbó licas, vi Eva no ato de sair do lado de Adã o, e mesmo assim
esticando o pescoço atrá s do fruto proibido. Ela correu rapidamente
para a á rvore e a segurou em seus braços. Em um quadro oposto, vi
Jesus nascer da Virgem Imaculada. Ele correu direto para a cruz e a
abraçou. Vi a posteridade obscurecida e arruinada por Eva, mas
novamente purificada pela Paixã o de Jesus. Pelas dores da penitência, o
mau amor de si mesmo deve ser extirpado da carne.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.
AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Eu vi a queda dos anjos em minha infâ ncia e desde entã o, dia e noite,
temi sua influência. Achei que deviam fazer muito mal à terra, pois
estã o sempre ao seu redor. É bom que eles nã o tenham corpos, caso
contrá rio, obscureceriam a luz do sol. Devemos vê-los flutuando ao
nosso redor como sombras. Depois dessa açã o por parte dos coros
angelicais, senti-me seguro de que eles permaneceriam firmes, que
nunca cairiam. Foi-me dado a conhecer que Deus em Seu julgamento,
em Sua sentença eterna contra os anjos rebeldes, decretou o reino da
luta até que seus tronos vagos fossem preenchidos. Mas ocupar aqueles
tronos me parecia quase impossível, pois levaria muito tempo. A luta,
no entanto, será sobre a terra. Nã o haverá conflito acima, pois Deus
assim ordenou. Depois de receber essa certeza, nã o pude mais
simpatizar com Lú cifer, pois vi que ele havia se rebaixado por sua
pró pria e perversa vontade. Nem eu poderia sentir tanta raiva contra
Adam. Pelo contrá rio, senti grande simpatia por ele porque pensei:
assim foi ordenado. Vi Eva aproximar-se de Adã o e oferecer-lhe o fruto.
O interior da fruta era vermelho-sangue e cheio de veias. Vi Adã o e Eva
perdendo seu brilho e diminuindo de estatura. Foi como se o sol se
pusesse.

2) Pela recepçã o do fruto, Adã o e Eva ficaram, por assim dizer,


embriagados, e seu consentimento para pecar operou neles uma grande
mudança. Era a serpente neles. Sua natureza permeou a deles, e entã o
veio o joio no meio do trigo. Uma vez o homem foi dotado com a realeza
da natureza, mas agora tudo nele se tornou natureza. Ele agora é um de
seus escravos, um mestre conquistado e acorrentado. Ele agora deve
lutar e lutar com a natureza - mas nã o posso expressá -lo claramente.
Era como se o homem possuísse todas as coisas em Deus, seu Criador e
seu Centro; mas agora ele se tornou o centro deles e eles se tornaram
seu mestre.

3) Uma vez tive uma grande e conectada visã o do pecado e de todo o


plano da Redençã o. Eu vi todos os mistérios clara e distintamente, mas
é impossível para mim colocar tudo em palavras. Vi o pecado em suas
inú meras ramificaçõ es desde a Queda dos anjos e desde a Queda de
Adã o até os dias atuais, e vi todos os preparativos para a reparaçã o e
redençã o até a vinda e morte de Jesus. Jesus me mostrou a mistura
extraordiná ria, a impureza intrínseca de todas as criaturas, bem como
tudo o que Ele fez desde o início para sua purificaçã o e restauraçã o.

4) A humanidade a princípio contava dois, depois três, e por fim se


tornou inumerável. Eles eram imagens de Deus; mas depois da Queda,
eles se tornaram imagens de si mesmos, cujas imagens se originaram
no pecado. O pecado os colocou em comunicaçã o com os anjos caídos.
Eles buscaram todo o seu bem em si mesmos e nas criaturas ao seu
redor com todos os quais os anjos caídos tinham conexã o; e dessa
mistura interminável, desse afundamento de suas nobres faculdades no
eu e na natureza decaída, surgiram mú ltiplas maldades e misérias.

5) Minha esposa me mostrou isso claramente, distintamente,


inteligivelmente, mais claramente do que alguém vê as coisas da vida
diá ria. Na época, pensei que uma criança pudesse compreender, mas
agora nã o consigo repetir. Ele me mostrou todo o plano da redençã o
com a maneira pela qual deveria ser efetuado, como também tudo o que
Ele mesmo havia feito. Vi que nã o é correto dizer que Deus nã o
precisava ter se tornado homem, nã o precisava ter morrido por nó s na
cruz. Vi que Ele fez o que fez em conformidade com Sua pró pria
perfeiçã o infinita, Sua misericó rdia e Sua justiça; e, no entanto, nã o há
realmente nenhuma necessidade em Deus, Ele faz o que faz, Ele é o que
é!

6) Apó s a Queda do Homem, Deus deu a conhecer aos anjos Seu plano
para a restauraçã o da raça humana. Eu vi o trono de Deus. Vi a
Santíssima Trindade e um movimento nas Pessoas Divinas. Eu vi os
nove coros de anjos e Deus anunciando a eles o caminho pelo qual Ele
restauraria a raça caída. Eu vi a inexprimível alegria e jú bilo dos anjos
com o anú ncio. Acima dos anjos no Céu, vi a imagem da Virgem. Nã o era
Maria no tempo; foi Maria na eternidade, Maria em Deus.

7) Vi em imagens o mistério da Redençã o desde a Promessa até a


plenitude dos tempos, e nas imagens laterais vi influências contrá rias
em açã o. Por fim, sobre a rocha brilhante, vi uma grande e magnífica
igreja. Era a Igreja Una, Santa e Cató lica, que traz em si mesma a
salvaçã o do mundo inteiro. A conexã o dessas fotos umas com as outras
e sua transiçã o de uma para outra foi maravilhosa. Mesmo o que era
mau e contrá rio ao fim em vista, mesmo o que foi rejeitado pelos anjos
como impró prio, tornou-se subserviente ao desenvolvimento da
Redençã o.

8) Vi Melquisedeque como um anjo e um tipo de Jesus, como um


sacerdote na terra; na medida em que o sacerdó cio está em Deus, ele
era um anjo sacerdote da hierarquia eterna. Eu o vi preparando,
fundando, edificando e separando a família humana, agindo para com
ela como um guia. Eu vi também, Enoque e Noé, o que eles
representavam, o que eles efetuaram; por outro lado, vi o império
sempre ativo do Inferno e as manifestaçõ es e efeitos infinitamente
variados de uma idolatria terrena, carnal e diabó lica. E eu vi em todas
essas manifestaçõ es formas e figuras pestíferas semelhantes levando,
por assim dizer, por uma necessidade secreta e inata e um processo
ininterrupto de dissoluçã o do pecado e da corrupçã o. Assim, vi o
pecado e as figuras proféticas e precursoras da Redençã o que, a seu
modo, eram imagens do poder divino como o pró prio homem na
imagem de Deus. Todos me foram mostrados de Abraã o a Moisés, de
Moisés aos Profetas, também a maneira pela qual eles estavam
conectados e sua referência a tipos semelhantes em nossos dias.

9) Vi Adã o e Eva chegarem à terra, seu lugar de penitência. Oh, que


visã o comovente - aquelas duas criaturas expiando sua culpa sobre a
terra nua! Adã o tinha permissã o para trazer um ramo de oliveira com
ele do Paraíso, e agora ele o plantou. Mais tarde, a Cruz foi feita de sua
madeira. Adã o e Eva estavam indescritivelmente tristes. Onde eu os vi,
eles mal podiam ter um vislumbre do Paraíso e estavam
constantemente descendo cada vez mais. Parecia que algo girava e eles
finalmente chegaram, através da noite e da escuridã o, ao lugar
miserável e miserável onde deveriam fazer penitência.

10) Por fim, tive uma visã o na terra, tal como Deus havia mostrado a
Adã o; isto é, que uma Virgem surgiria e restauraria a ele a salvaçã o que
ele havia perdido. Adã o nã o sabia quando isso aconteceria, e eu vi sua
profunda tristeza porque Eva lhe deu apenas filhos. Mas finalmente ela
teve uma filha.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA
Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do
inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O TERCEIRO MISTÉ RIO ESPERANÇOSO

O Nascimento da Imaculada Virgem Maria


aos Santos. Joaquim e Ana

O Fruto deste Mistério: Amor à Santa Pureza.

Quando Maria nasceu, eu a vi ao mesmo tempo diante da Santíssima


Trindade no céu e na terra nos braços de Ana. Eu vi a alegria de toda a
corte celestial. Eu vi todos os seus dons e graças de uma forma
sobrenatural revelados a ela. Frequentemente tenho tais visõ es, mas
elas sã o inexprimíveis para mim, para outros ininteligíveis, por isso fico
calado em relaçã o a elas. Maria também foi instruída em inú meros
mistérios. Quando esta visã o terminou, a criança chorou na terra. Vi a
notícia do nascimento de Maria anunciada também no Limbo, e vi os
transportes de alegria com que foi recebida pelos Patriarcas,
especialmente por Adã o e Eva, que se alegraram porque a Promessa
feita a eles no Paraíso agora estava cumprida. Vi também que os
patriarcas cresceram em graça, sua morada tornou-se mais leve e
menos restrita e começaram a exercer uma influência maior na terra.
Era como se todas as suas boas obras, todas as suas penitências, todos
os esforços da sua vida, todos os seus desejos e aspiraçõ es tivessem
finalmente dado frutos. Toda a natureza, animada e inanimada, homens
e animais foram agitados à alegria, e eu ouvi doce canto. Mas os
pecadores estavam cheios de angú stia e remorso. Vi, especialmente ao
redor de Nazaré e em outras partes da Palestina, muitas almas
possuídas que na hora do nascimento de Maria ficaram furiosas. Eles
proferiram gritos horríveis e foram jogados e jogados de um lado para o
outro. Os demô nios gritavam deles: “Devemos sair! Nasceu uma virgem,
e há na terra tantos anjos que nos atormentam. Devemos partir e nunca
mais ousaremos possuir esses seres humanos!”.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Entre os anjos, notei uma espécie de custó dia em que todos


trabalhavam. Tinha a forma de uma torre e nela havia todos os tipos de
esculturas misteriosas. Perto dele, de cada lado, havia duas figuras, com
as mã os unidas abraçando-o. A cada instante ela se tornava maior e
mais magnífica. Eu vi algo de Deus passando pelos coros angelicais e
entrando no ostensó rio. Era uma Coisa Sagrada brilhante, e tornava-se
mais claramente definida à medida que se aproximava do ostensó rio.
Pareceu-me ser o germe da Bênçã o divina para uma descendência pura
que havia sido dada a Adã o, mas retirada quando ele estava a ponto de
responder a Eva e consentir em comer do fruto proibido. Foi a Bênçã o
que foi novamente concedida a Abraã o, retirada de Jacó , por Moisés
depositada na Arca da Aliança e finalmente recebida por Joaquim, o pai
de Maria, para que Maria pudesse ser tã o pura e imaculada em sua
concepçã o quanto era Eva ao sair do lado do Adã o adormecido.

2) Anne era especialmente querida por seus pais. Eu a vi como uma


criança. Ela nã o era muito bonita, embora mais bonita do que algumas
outras. Sua beleza nã o se comparava com a de Maria, mas ela era
extraordinariamente piedosa, infantil e inocente. Ela era a mesma em
todas as idades, como vi, como donzela, como mã e e como uma vovó .
Sempre que via uma velha camponesa muito infantil, sempre pensava:
“Ela é como Anne”. Quando estava em seu quinto ano, Anne foi levada
ao Templo, assim como Mary mais tarde. Lá ela permaneceu doze anos,
voltando para casa aos dezessete anos. Cerca de dezoito meses depois,
Ana, entã o com dezenove anos, casou-se com Heli, ou Joaquim. Isso ela
fez em obediência à direçã o espiritual de um Profeta. Por causa da
aproximaçã o do advento do Salvador, ela se casou com Joaquim da Casa
de Davi, pois Maria deveria pertencer à Casa de Davi; caso contrá rio, ela
teria que escolher seu esposo entre os levitas da tribo de Aarã o, como
fizeram todos os de sua raça. Ela teve muitos pretendentes e, na época
da decisã o do Profeta, ainda nã o conhecia Joachim. Ela o escolheu
apenas por direçã o sobrenatural.

3) E agora o santo casal começou a vida de casado. Seu ú nico objetivo


era uma vida agradável a Deus, atrair sobre si aquela bênçã o pela qual
eles suspiravam. Eu os vi indo e vindo entre seus rebanhos. Eles os
dividiram em três partes e levaram os melhores ao Templo. Os pobres
recebiam a segunda parte, e a pior ficava para eles. Eles agiram da
mesma maneira com tudo o que lhes pertencia.

4) Ana tinha a certeza, a firme crença de que a vinda do Messias estava


muito pró xima, e que ela mesma seria do nú mero de Seus parentes
segundo a carne. Sua oraçã o era contínua e ela visava constantemente
uma maior pureza. Foi-lhe revelado que ela daria à luz um filho
abençoado. Por dezenove anos e cinco meses apó s o nascimento deste
primeiro filho, Joachim e Anne nã o tiveram filhos. Viviam em contínua
oraçã o e sacrifício, em mortificaçã o e continência.

5) A ansiedade de ambos e seu desejo pela bênçã o prometida atingiram


o auge. Muitos de seus conhecidos os censuravam por causa de sua
esterilidade, que atribuíam a alguma maldade. Muitas vezes Joaquim
permanecia longe com seu rebanho, quando Ana há muito implorava a
Deus para nã o separá -la de Joaquim, seu piedoso marido, embora Ele
tivesse o prazer de privá -la de filhos, um anjo apareceu a ela. Ele pairou
acima dela no ar. Ele disse a ela para acalmar seu coraçã o, pois o Senhor
havia ouvido sua oraçã o; que ela deveria na manhã seguinte ir com
duas de suas servas ao Templo de Jerusalém; que lá sob o Portã o
Dourado, entrando pelo lado do vale de Josaphat, ela deveria encontrar
Joachim, que estava agora a caminho, que a oferta de Joachim seria
aceita, que sua oraçã o seria ouvida, e que ele, ( o anjo), tinha aparecido
também para ele. O anjo também instruiu Anne a levar algumas
pombas com ela como oferenda e prometeu que o nome da criança que
ela logo conceberia deveria ser informado a ela.

6) Ana agradeceu ao Senhor e voltou para casa. Quando, apó s sua longa
oraçã o, ela estava deitada em seu sofá dormindo, vi a luz descendo
sobre ela. Envolveu-a, sim, até a penetrou. Eu a vi, por uma percepçã o
interior, trêmula e acordada e sentada ereta. Perto dela, à direita, ela viu
uma figura luminosa escrevendo na parede em grandes e brilhantes
caracteres hebraicos. Eu li e entendi a escrita palavra por palavra. Foi
para este efeito: que ela deveria conceber, que o fruto de seu ventre
deveria ser totalmente especial e que a Bênçã o recebida por Abraã o
seria a fonte dessa concepçã o. Eu vi a ansiedade de Anne sobre como
ela deveria comunicar tudo isso a Joachim; mas o anjo a tranquilizou
contando-lhe a visã o de Joachim.

7) O anjo disse a Joaquim: “Ana conceberá um filho imaculado, do qual


nascerá o Redentor do mundo”. O anjo disse-lhe, além disso, para nã o
lamentar sua esterilidade, que nã o era uma desgraça para ele, mas uma
gló ria, pois o que sua esposa conceberia nã o deveria ser dele, mas por
meio dele, um fruto de Deus, o ponto culminante da Bênçã o. dado a
Abraã o. Vi que Joachim nã o conseguia compreender essas palavras.
Entã o o anjo o conduziu para trá s da cortina que escondia a grade
diante do Santo dos Santos. O espaço entre a cortina e a grade
proporcionava espaço para ficar em pé. Entã o o anjo ergueu diante do
rosto de Joaquim uma bola brilhante que refletia como um espelho.
Joachim respirou sobre ela e olhou para ela. Eu o vi pairando no ar e,
como se por uma abertura, inú meras e maravilhosas imagens entraram
nele. Eram como um mundo inteiro, uma imagem crescendo a partir da
outra. No ponto mais alto apareceu a Santíssima Trindade, e abaixo, de
um lado, estavam o Paraíso, Adã o e Eva, a Queda, a Promessa de um
Redentor, Noé, a Arca, cenas relacionadas com Abraã o e Moisés, a Arca
do Aliança e numerosos símbolos de Maria. Vi cidades, torres, portais,
flores, tudo maravilhosamente conectado entre si por feixes de luz
como pontes. Eles foram todos atacados e combatidos por bestas e
espíritos, os quais, no entanto, foram repelidos por toda parte pelos
raios de luz que irromperam sobre eles.
8) Vi Joachim e Anne se abraçarem em êxtase. Eles estavam cercados
por hostes de anjos, alguns flutuando sobre eles carregando uma torre
luminosa como a que vemos nas imagens da Ladainha de Loretto. A
torre desapareceu entre Joachim e Anne, ambos envolvidos por uma luz
brilhante e gló ria. No mesmo instante os céus acima deles se abriram, e
vi a alegria da Santíssima Trindade e dos anjos pela Conceiçã o de Maria.
Ambos Joachim e Anne estavam em um estado sobrenatural. Aprendi
que, no momento em que se abraçaram e a luz brilhou ao seu redor, se
realizou a Imaculada Conceiçã o de Maria. Também me foi dito que
Maria foi concebida exatamente como a concepçã o teria sido efetuada,
nã o fosse a queda do homem.

9) Ana sentiu que sua hora estava pró xima e desejou que os parentes
do sexo feminino rezassem com ela. Todos se retiraram para trá s de
uma cortina que escondia um orató rio. Anne abriu as portas de um
pequeno armá rio embutido na parede. Anne ajoelhou-se diante do
santuá rio, uma das mulheres de cada lado e a terceira atrá s dela. Mais
uma vez eu os ouvi recitando um Salmo. Acho que a sarça ardente no
Horeb foi mencionada nele. E agora uma luz sobrenatural começou a
encher a câ mara e pairar em torno de Anne. As três mulheres caíram
prostradas como se estivessem atordoadas. Ao redor de Anne, a luz
assumiu a forma exata do espinheiro em Horeb, de modo que nã o pude
mais vê-la. A chama fluiu para dentro e, de repente, vi Anne recebendo
em seus braços a brilhante criança Mary. Ela o envolveu em seu manto,
apertou-o contra o coraçã o, colocou-o no banquinho diante das
relíquias e continuou sua oraçã o.

10) Entã o ouvi o choro da criança e vi Ana tirando um pouco de linho


de sob o grande véu que a envolvia. Ela enfaixou a criança primeiro de
cinza e depois de vermelho, deixando o peito, os braços e a cabeça nus,
e entã o o espinheiro luminoso desapareceu. As santas mulheres
levantaram-se e com alegre surpresa receberam a criança recém-
nascida em seus braços. Eles choraram de alegria. Todos entoaram um
hino de louvor enquanto Anne segurava a criança no alto. Eu vi a
câ mara novamente cheia de luz e miríades de anjos. Anunciaram o
nome da criança, cantando: “No vigésimo dia, esta criança se chamará
Maria”. Depois cantaram Gló ria e Aleluia. Eu ouvi todas essas palavras.
Uma das mulheres foi e chamou Joaquim. Ele entrou, ajoelhou-se ao
lado do sofá de Anne e suas lá grimas caíram em torrentes sobre a
criança. Entã o ele o pegou, ergueu-o e entoou um câ ntico de louvor
como o de Zacarias. Ele falou palavras expressivas de seu desejo agora
de morrer, e aludiu à Bênçã o dada por Deus a Abraã o e aperfeiçoada em
si mesmo, também à raiz de Jessé.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O QUARTO MISTÉ RIO ESPERANÇOSO

A Apresentação de Maria no Templo como


uma Menina

O Fruto deste Mistério: O Dom da Piedade.

Quando Maria entrou no templo, vi acima do coraçã o de Maria a gló ria e


o mistério da Arca da Aliança. A princípio, parecia exatamente com a
Arca da Aliança; e, finalmente, como o pró prio Templo. Do Mistério e
diante do seio de Maria, surgiu um cá lice semelhante ao da Ú ltima Ceia;
acima dele e bem na frente de sua boca apareceu um pã o marcado com
uma cruz. Feixes de luz irradiavam ao seu redor, e neles brilhavam seus
vá rios tipos e símbolos. As misteriosas imagens da Ladainha de Loretto
e os outros nomes e títulos de Maria, eu vi enfileirados ao longo de todo
o lance de escadas e ao redor dela. De seus ombros, à direita e à
esquerda, estendiam-se um ramo de oliveira e um de cedro
transversalmente sobre uma elegante palmeira com um pequeno tufo
de folhas que ficava logo atrá s dela. Nos espaços intermediá rios desta
cruz verdejante, apareceram todos os instrumentos da Paixã o de Cristo.
Sobre a visã o pairava o Espírito Santo, uma figura alada com gló ria, em
aparência mais humana do que pomba. Os céus se abriram sobre Maria
e o ponto central da Jerusalém Celestial, a Cidade de Deus, flutuou
sobre ela com todos os jardins, palá cios e moradas dos futuros santos.
Miríades de anjos pairavam ao redor, e a gló ria que a cercava estava
cheia de rostos angelicais. Ah, quem pode expressá -lo! Variedade
infinita, mudança incessante, todas essas imagens se sucedendo
rapidamente e, por assim dizer, crescendo umas das outras. Inú meros
pontos dessa visã o, eu esqueci. Todo o esplendor e magnificência do
Templo, a parede ricamente ornamentada diante da qual Maria estava
de pé - tudo ficou escuro e sombrio. Todo o Templo desapareceu, pois
Maria e somente sua gló ria era visível.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) Maria tinha três anos e três meses quando fez o voto de se juntar à s
virgens no Templo. Ela era muito delicada e tinha cabelos dourados
com tendência a ondular nas pontas. Ela já tinha a altura de uma
criança de cinco ou seis anos aqui no nosso país. Vi na casa de Ana os
preparativos para a entrada de Maria no Templo. Foi feito a ocasiã o de
uma grande festa. Cinco sacerdotes se reuniram de Nazaré, Sephoris e
outros lugares, entre eles Zacarias e um filho do irmã o do pai de Ana.
Eles estavam prestes a realizar uma cerimô nia sagrada sobre a criança
Maria, uma espécie de exame para saber se ela era suficientemente
madura para ser admitida no Templo. Além dos padres, estavam
presentes a irmã de Anne de Sephoris e sua filha mais velha, Mary Heli
com seu filho, e vá rias outras meninas e parentes.

2) As vestes usadas pela criança nesta festa foram cortadas pelos


pró prios sacerdotes e as vá rias partes rapidamente costuradas pelas
mulheres presentes. A criança era vestida com eles em certos períodos
quando submetida a uma série de interrogató rios. A cerimô nia foi em si
muito grave e solene, embora os rostos dos padres idosos à s vezes se
iluminassem com sorrisos de admiraçã o pelas expressõ es e respostas
da pequena Maria, e era frequentemente interrompida pelas lá grimas
de Joaquim e Ana. Três ternos inteiros foram preparados para Mary e
colocados nela em momentos diferentes durante a cerimô nia, enquanto
as perguntas e respostas aconteciam. Tudo isso aconteceu em uma
grande sala ao lado do refeitó rio.

3) Os sacerdotes agora colocam à criança todo tipo de perguntas


relativas à disciplina aplicada no Templo. Maria agora repetia sua
resoluçã o de abster-se de carne, peixe e leite, para fazer uso apenas de
uma certa bebida preparada com o caroço de um junco embebido em
á gua. Maria expressou sua resoluçã o de abster-se também de
especiarias e frutas, com exceçã o de uma espécie de baga amarela que
cresce em cachos. Eu os conheço bem. As crianças e os pobres os
comem naquele país. Ela disse também que se deitava no chã o e se
levantava três vezes todas as noites para orar. Ao ouvir isso, Anne e
Joachim derramaram lá grimas, e o idoso Joachim apertou seu filho em
seus braços, dizendo: “Ah, meu filho, isso é muito difícil! Se você vive
uma vida tã o mortificada, eu, seu pobre velho pai, nunca mais o verei”.
Essa cena foi muito comovente. Os sacerdotes responderam à criança
que ela deveria, como os outros, levantar-se apenas uma vez durante a
noite e estabeleceram outras condiçõ es mais brandas para ela.

4) Por fim, Maria foi abençoada pelos sacerdotes. Eu a vi radiante de luz


enquanto ela estava no pequeno trono do altar, dois sacerdotes de cada
lado dela e um oposto. Eles seguravam rolos de escrita e oravam pela
criança, com as mã os estendidas sobre ela. Naquele momento, tive uma
visã o maravilhosa na criança Maria. Ela parecia, em virtude da bênçã o,
tornar-se transparente. Nela havia uma gló ria, um halo de esplendor
indescritível, e nesse halo apareceu o Mistério da Arca da Aliança, como
se estivesse em um vaso de cristal brilhante. Eu vi o coraçã o de Maria
aberto como as portas de um templo, e o Santo da Arca da Aliança, ao
redor do qual um taberná culo de pedras preciosas de significado
mú ltiplo havia sido formado como um trono celestial, entrando em seu
coraçã o por aquela abertura, como a Arca da Aliança no Santo dos
Santos, como o ostensó rio no taberná culo. Eu vi que por isso a criança
Maria foi glorificada; ela pairava sobre a terra. Com a entrada deste
Sacramento no coraçã o de Maria, que imediatamente se fechou sobre
Ele, a visã o se desvaneceu e vi a criança toda penetrada por um fervor
ardente. Durante esta maravilhosa visã o, vi que Zacarias recebeu uma
garantia interior, uma indicaçã o celestial de que Maria era o vaso
escolhido do Mistério. Dele ele recebeu um raio que apareceu
figurativamente em Maria.

5) Vi Joachim, Anne e sua filha mais velha ocupados durante a noite


fazendo as malas e preparando-se para a viagem ao templo. Vi também
dois meninos presentes. Eles nã o eram humanos. Eles apareceram lá de
forma sobrenatural e com um significado espiritual. Eles carregavam
longos estandartes enrolados em bastõ es equipados com maçanetas em
ambas as extremidades. O maior dos dois meninos veio até mim com
seu estandarte desfraldado, leu e me explicou. A escrita parecia
totalmente estranha para mim, as ú nicas letras douradas todas
invertidas. Uma letra representava uma palavra inteira. A linguagem
soava desconhecida, mas eu a compreendi mesmo assim. Ele me
mostrou em seu rolo a passagem referente ao espinheiro ardente de
Moisés. Ele me explicou como o espinheiro queimou, mas nã o foi
consumido; entã o agora a criança Maria foi inflamada com o fogo do
Espírito Santo, mas em sua humildade ela nada sabia disso. Significa
também a Divindade e a Humanidade em Jesus, e como o fogo de Deus
uniu-se à criança Maria. Tirando os sapatos, ele explicou assim: “A Lei
agora será cumprida. O véu é retirado e a essência aparece”. Pelo
pequeno estandarte em seu bastã o estava significado, como ele me
disse, que Maria agora começou seu curso, sua carreira, para se tornar a
Mã e do Redentor. O outro garoto parecia estar brincando com seu
estandarte. Ele pulou e correu com ele. Por isso foi significada a
inocência de Maria. A grande Promessa deve ser cumprida nela,
repousa sobre ela e, no entanto, ela brinca como uma criança neste
destino sagrado. Nã o consigo expressar a beleza desses meninos. Eles
eram diferentes de todos os outros presentes, e estes ú ltimos nã o
pareciam vê-los.

6) Havia além de Anne cerca de seis parentes do sexo feminino com


seus filhos e alguns homens que os acompanhavam. Joaquim guiava a
besta, sobre a qual a criança Maria à s vezes cavalgava. A pequena
procissã o foi acompanhada por apariçõ es dos Profetas. Enquanto Maria
se apressava para fora da casa, eles me apontaram um lugar em seus
pergaminhos, onde foi declarado que, embora o Templo fosse
realmente magnífico, Maria continha em si uma magnificência ainda
maior. Maria se alegrou por estar agora tã o perto do Templo. Joachim
abraçou-a, chorando e dizendo: “Nunca mais te verei!” Durante a
refeiçã o, Maria foi aqui e ali. Vá rias vezes ela se reclinou ao lado de
Anne na mesa, ou ficou atrá s dela com o braço em volta do pescoço.

7) Eu vi a chegada da procissã o em Jerusalém, Zacarias e os outros


homens já haviam ido ao Templo, e agora Maria foi conduzida para lá
pelas mulheres e pelas virgens. Anne e sua filha mais velha Mary Heli,
com a filhinha desta ú ltima, Mary Cleophas, caminharam primeiro;
entã o veio Mary em seu segundo traje, o vestido e o manto azul-celeste,
o pescoço e os braços adornados com guirlandas e o castiçal com flores
na mã o. De cada lado, caminhavam três pequenas donzelas com
castiçais com enfeites semelhantes. Eles estavam vestidos de branco
bordado com ouro e usavam mantos azulados. Eles estavam cobertos
de guirlandas, até seus braços estavam entrelaçados com flores. Em
seguida, seguiram as outras virgens e meninas, cerca de vinte em
nú mero, todas vestidas lindamente, mas um pouco diferente, embora
todas usassem mantos.

8) Depois que o sacrifício foi oferecido, para o qual Joaquim havia


fornecido, um altar portá til foi montado sob o portal em arco, e antes
dele foram colocados alguns degraus. Zacarias e Joaquim, com alguns
sacerdotes e dois levitas, entraram do pá tio do altar dos holocaustos,
carregando pergaminhos e materiais de escrita, enquanto Ana conduzia
Maria até os degraus diante do altar. Maria ajoelhou-se nos degraus,
enquanto Joaquim e Ana, impondo as mã os sobre a cabeça dela,
proferiram algumas palavras referentes à oferta de seu filho, palavras
essas que foram escritas pelos dois levitas. Entã o um dos sacerdotes
cortou uma mecha de cabelo da cabeça da criança e jogou-a sobre uma
panela com brasas vivas, apó s o que jogou em volta dela um véu
marrom. Durante esta cerimô nia, as meninas cantaram o Salmo 44,
Eructavit cor meum; os sacerdotes, Salmo 49, Deus deorum Dominus; e
os meninos tocavam seus instrumentos musicais.

9) E agora os sacerdotes conduziram a Santíssima Virgem por um longo


lance de escadas na parede que separava o santuá rio do resto do
Templo. Atrá s de Maria e do outro lado da parede, um sacerdote estava
de pé no altar do incenso, apenas metade de sua pessoa visível do
ponto em que Maria e seus servos estavam colocados. Através de uma
abertura projetada para esse fim, podia-se lançar incenso sobre o altar
sem entrar no pá tio. O sacerdote agora no altar do incenso era um velho
santo. Enquanto ele oferecia sacrifício e a nuvem de incenso subia ao
redor de Maria, tive uma visã o, que cresceu em magnitude até que
finalmente encheu todo o Templo e o obscureceu.

10) Terminada a celebraçã o entre as meninas do templo, Maria foi


conduzida à sua cela, a mais pró xima do Santo dos Santos. Muitas vezes
eu tinha visto a criança Maria tomada por um santo desejo pelo Messias
e dizendo: “Oh, a criança prometida nascerá em breve? Oh, se eu
pudesse ver aquela Criança! Oh, se eu estivesse viva quando Ele
nascer!”, e ela derramaria lá grimas de saudade do Salvador prometido.
Maria foi criada no Templo sob os cuidados das matronas e ocupou-se
com bordados, com todos os trabalhos ornamentais e com a limpeza
das vestes sacerdotais e dos vasos pertencentes ao Templo. De suas
celas, as virgens podiam ver o Templo e rezar e meditar. Eles eram, pelo
fato de seus pais os terem colocado lá , inteiramente dedicados ao
Senhor. Ao atingir certa idade, davam-se em casamento, pois havia
entre os israelitas mais esclarecidos a piedosa, embora secreta
esperança de que de tal virgem dedicada a Deus nasceria o Messias.

GLÓ RIA AO PAI


Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é
agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.
 

O QUINTO MISTÉ RIO ESPERANÇOSO

Os castos esponsais de Maria e José

O Fruto deste Mistério: Honra da Santa Castidade de São José.

Os esponsais de Nossa Senhora e Sã o José aconteceram, creio eu, no


dia 23 de janeiro. Eles eram celebrados em Jerusalé m, no Monte Siã o, em
uma casa frequentemente usada para tais festas. As sete virgens que
deveriam deixar o Templo com Maria já haviam partido. Eles foram
chamados para acompanhar Maria em sua viagem festiva a Nazaré ,
onde Ana já havia preparado sua pequena casa. A festa de casamento
durou sete ou oito dias. Estavam presentes as mulheres e as virgens,
companheiras de Maria no Templo, muitos parentes de Joaquim e Ana,
e duas filhas de Gofna. Muitos cordeiros foram abatidos e oferecidos
em sacrifício.

NOSSO PAI
Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.

AVE MARIA X10

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

MEDITAÇÕ ES

1) José era o terceiro de seis irmã os, seus pais moravam em uma grande
mansã o fora de Belém. Era o antigo local de nascimento de David, mas
no tempo de Joseph apenas as paredes principais existiam. O nome de
seu pai era Jacob. Na época em que Joseph tinha cerca de oito anos, ele
era muito diferente de seus irmã os, muito talentoso e aprendia
rapidamente; mas ele era simples em seus gostos, gentil, piedoso e
pouco ambicioso. Os outros meninos costumavam pregar-lhe todos os
tipos de truques e bater nele à vontade, mas ele suportou tudo com
paciência.

2) Os pais de Joseph nã o estavam muito satisfeitos com ele. Eles teriam


desejado que ele, por causa de seus talentos, se preparasse para uma
posiçã o no mundo. Mas ele era muito mundano para tais objetivos, ele
nã o tinha nenhum desejo de brilhar. Ele devia ter cerca de doze anos de
idade quando o vi frequentemente além de Belém, em frente à Caverna
do Presépio, orando com algumas mulheres judias muito piedosas.
Joseph era profundamente piedoso; ele orou muito pela vinda do
Messias.
3) Pouco antes de sua chamada a Jerusalém para seu casamento com
Maria, José teve a idéia de instalar um orató rio mais isolado em sua
residência. Mas um anjo apareceu a ele em oraçã o e disse-lhe que nã o o
fizesse; que, como nos tempos antigos, o patriarca José tornou-se, por
indicaçã o de Deus, o administrador dos celeiros egípcios, agora, para
ele, o celeiro da Redençã o deveria ser casado. Em sua humildade,
Joseph nã o conseguiu compreender o significado disso e, portanto,
começou a orar.

4) Havia outras sete virgens que estavam com Maria para serem
dispensadas do Templo e dadas em casamento. Por causa disso, Santa
Ana foi a Jerusalém para estar com Maria, que se entristeceu ao pensar
em deixar o Templo. Mas ela foi informada de que ela deveria ser
casada.

5) O sacerdote orava sentado diante de um rolo de escritos, e em visã o


sua mã o foi colocada sobre aquele versículo do Profeta Isaías (Is. 11: 1)
no qual está escrito que sairá uma vara da raiz da Jesse e uma flor
brotarã o de sua raiz.

6) Ali, vi que todos os homens solteiros no país da Casa de Davi foram


convocados ao Templo. Muitos deles apareceram em trajes festivos, e
Maria foi conduzida à presença deles. Eu vi um entre eles, um jovem
muito piedoso da regiã o de Belém, que sempre orou fervorosamente
para ser autorizado a ministrar o advento do Messias. Grande era seu
desejo de se casar com Maria. Mas Maria chorou; ela nã o queria ter um
marido. Entã o o sumo sacerdote deu a cada um dos pretendentes um
ramo que deveria ser segurado na mã o durante a oferta de oraçã o e
sacrifício. Depois disso, todos os ramos foram colocados no Santo dos
Santos com o entendimento de que aquele cujo ramo florescesse seria o
esposo de Maria.
7) Ora, quando aquele jovem piedoso, que tanto desejava casar-se com
Maria, descobriu que este ramo, junto com todos os outros, nã o havia
florescido, retirou-se para um salã o fora do Templo e, com os braços
erguidos para Deus, chorou amargamente. Os outros pretendentes
deixaram o Templo, e aquele jovem correu para o Monte Carmelo, onde,
desde os dias de Elias, os eremitas moravam. Ele passou a residir no
monte e ali passou seus dias em oraçã o pela vinda do Messias.

8) Vi os sacerdotes, depois disso, vasculhando diferentes rolos de


escrita em busca de outro descendente da Casa de Davi, que nã o se
apresentasse entre os pretendentes da mã o de Maria. E ali descobriram
que, entre os seis irmã os de Belém, um era desconhecido e ignorado.
Eles o procuraram e assim descobriram o retiro de José, seis milhas de
Jerusalém, perto de Samaria. Era um lugar pequeno em um pequeno
rio. Lá , Joseph morava sozinho em uma casa humilde perto da á gua e
exercia o ofício de carpinteiro sob o comando de outro mestre. Foi-lhe
dito para subir ao Templo. Ele foi, portanto, vestido com suas melhores
roupas. Um ramo foi dado a ele. Quando ele estava prestes a colocá -la
sobre o altar, ela floresceu no topo em uma flor branca como um lírio.
Ao mesmo tempo, vi uma luz como a do Espírito Santo pairando sobre
ele. Ele foi entã o conduzido a Maria, que estava em seu quarto, e ela o
aceitou como seu esposo.

9) Tive uma visã o clara de Maria em seu vestido de noiva. Anne


trouxera todas as roupas bonitas, mas Mary era tã o modesta que só
com relutâ ncia se permitiu vestir com elas. A Santíssima Virgem tinha
cabelos ruivos, sobrancelhas escuras, finas e arqueadas, testa muito
alta, olhos grandes e baixos com cílios longos e escuros, nariz reto e
uma boca adorável em torno da qual exibia uma expressã o nobre. Ela
era de estatura mediana e se movia com muita delicadeza e gravidade,
parecendo muito tímida em seu rico traje.
10) Depois vi José e Maria na casa de Nazaré. Joseph tinha um
apartamento separado na frente da casa, um aposento de três cantos
deste lado da cozinha. Tanto Maria quanto José eram tímidos e
reservados na presença um do outro. Eles estavam muito quietos e em
oraçã o.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.

ORAÇÕ ES FINAIS

Ao concluir a recitação do Santo Rosário, as seguintes orações são


costumeiras, mas outras também podem ser adicionadas de acordo com a
devoção e preferência de cada um.

SALVEM, SANTA RAINHA

Salve Rainha, Mã e de Misericó rdia, Salve nossa vida, nossa doçura e


nossa esperança. A ti choramos, pobres filhos degredados de Eva, a ti
lançamos nossos suspiros, lamentando e chorando neste vale de
lá grimas. Volta, entã o, clemente advogado, os teus olhos de
misericó rdia para nó s e depois deste nosso exílio, mostra-nos o bendito
fruto do teu ventre, Jesus. Ó clemente, ó amorosa, ó doce Virgem Maria.
Rogai por nó s, Santa Mã e de Deus, para que sejamos dignos das
promessas de Cristo.
Rezemos

Ó Deus, cujo Filho Unigênito, por Sua vida, morte e ressurreiçã o, nos
comprou as recompensas da vida eterna, concedei-nos que, meditando
nestes mistérios do Santíssimo Rosá rio da Bem-Aventurada Virgem
Maria, possamos imitar o que eles contêm e obter o que eles prometem,
por meio do mesmo Cristo, nosso Senhor. Amém.

ORAÇÃ O A SÃ O MIGUEL ARCANJO

Santo Miguel, o Arcanjo, defendei-nos no dia da batalha. Seja nossa


salvaguarda contra as maldades e ciladas do diabo. Que Deus o
repreenda, oramos humildemente; e tu, ó Príncipe das hostes celestiais,
pelo poder de Deus lança no inferno Sataná s e todos os espíritos
malignos que vagam pelo mundo buscando a ruína das almas. Amém.

MEMORARE

Lembra-te, ó graciosa Virgem Maria, que nunca se soube que alguém


que tenha fugido para a tua proteçã o, implorado a tua ajuda ou pedido a
tua intercessã o tenha sido deixado sem ajuda. Inspirado por esta
confiança, eu voo para ti, ó Virgem das virgens, minha mã e; a ti venho,
diante de ti estou, pecador e triste. Ó Mã e do Verbo Encarnado, nã o
desprezeis minhas sú plicas, mas em vossa misericó rdia ouvi-me e
respondei-me. Amém.

Que a Divina Assistência permaneça sempre conosco, e que as almas


dos fiéis defuntos, pela misericó rdia de Deus descansem em paz.
Amém.
 

Orações

SINAL DA CRUZ

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

O CREDO DOS APÓ STOLOS

Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra; e em Jesus


Cristo, Seu ú nico Filho, nosso Senhor; Que foi concebido pelo poder do
Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria Padeceu sob Pô ncio Pilatos, foi
crucificado, morto e sepultado. Ele desceu ao inferno. No terceiro dia
Ele ressuscitou; Ele subiu ao céu e está sentado à direita de Deus, o Pai
Todo-Poderoso; de lá virá para julgar os vivos e os mortos. Creio no
Espírito Santo, na Santa Igreja Cató lica, na comunhã o dos santos, na
remissã o dos pecados, na ressurreiçã o da carne e na vida eterna.
Amém.

NOSSO PAI

Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o
teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pã o
nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nó s perdoamos a quem nos tem ofendido; e nã o nos deixes cair
em tentaçã o, mas livra-nos do mal.
AVEL MARIA

Ave Maria cheia de graça, o senhor é convosco. Bendita sois vó s entre as


mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria Mã e de
Deus rogai por nó s pecadores agora e na hora de nossa morte Amém.

GLÓ RIA AO PAI

Gló ria ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio é


agora, e sempre será , mundo sem fim. Amém.

A ORAÇÃ O DE FÁTIMA

Ó meu Jesus, perdoai-nos os nossos pecados, salvai-nos do fogo do


inferno e conduzi todas as almas ao Céu, especialmente as mais
necessitadas da Vossa Misericó rdia.

ORAÇÕ ES FINAIS

Ao concluir a recitação do Santo Rosário, as seguintes orações são


costumeiras, mas outras também podem ser adicionadas de acordo com a
devoção e preferência de cada um.

SALVEM, SANTA RAINHA

Salve Rainha, Mã e de Misericó rdia, Salve nossa vida, nossa doçura e


nossa esperança. A ti choramos, pobres filhos degredados de Eva, a ti
lançamos nossos suspiros, lamentando e chorando neste vale de
lá grimas. Volta, entã o, clemente advogado, os teus olhos de
misericó rdia para nó s e depois deste nosso exílio, mostra-nos o bendito
fruto do teu ventre, Jesus. Ó clemente, ó amorosa, ó doce Virgem Maria.
Rogai por nó s, Santa Mã e de Deus, para que sejamos dignos das
promessas de Cristo.
Rezemos

Ó Deus, cujo Filho Unigênito, por Sua vida, morte e ressurreiçã o, nos
comprou as recompensas da vida eterna, concedei-nos que, meditando
nestes mistérios do Santíssimo Rosá rio da Bem-Aventurada Virgem
Maria, possamos imitar o que eles contêm e obter o que eles prometem,
por meio do mesmo Cristo, nosso Senhor. Amém.

ORAÇÃ O A SÃ O MIGUEL ARCANJO

Santo Miguel, o Arcanjo, defendei-nos no dia da batalha. Seja nossa


salvaguarda contra as maldades e ciladas do diabo. Que Deus o
repreenda, oramos humildemente; e tu, ó Príncipe das hostes celestiais,
pelo poder de Deus lança no inferno Sataná s e todos os espíritos
malignos que vagam pelo mundo buscando a ruína das almas. Amém.

MEMORARE

Lembra-te, ó graciosa Virgem Maria, que nunca se soube que alguém


que tenha fugido para a tua proteçã o, implorado a tua ajuda ou pedido a
tua intercessã o tenha sido deixado sem ajuda. Inspirado por esta
confiança, eu voo para ti, ó Virgem das virgens, minha mã e; a ti venho,
diante de ti estou, pecador e triste. Ó Mã e do Verbo Encarnado, nã o
desprezeis minhas sú plicas, mas em vossa misericó rdia ouvi-me e
respondei-me. Amém.

Que a Divina Assistência permaneça sempre conosco, e que as almas


dos fiéis defuntos, pela misericó rdia de Deus descansem em paz.
Amém.

ORAÇÃ O À BEATA ANNE CATHERINE EMMERICH


Ó grande e santa seguidora de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Bem-
aventurada Ana Catarina Emmerich, que foi dotada de dons
extraordiná rios de Deus, inclusive vendo a Histó ria Passada, Presente e
Futura da Igreja Cató lica, lendo os coraçõ es atribulados das almas,
profetizando eventos futuros da Igreja Cató lica e suportando grandes
sofrimentos, incluindo os Santos Estigmas, para que muitas almas
possam ser atraídas para a Santa Presença de Deus e entrar no Céu por
toda a eternidade. Nó s, pecadores, imploramos que você ouça nossos
pedidos de oraçã o hoje (faça seu pedido de oração) . Bem-aventurada
Ana Catarina Emmerich, interceda junto a Deus Todo-Poderoso em
Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, e pela intercessã o de Sua Bem-
aventurada Mã e Maria, traga os milagres que estamos pedindo, para a
maior Gló ria de Deus, em reconhecimento à sua pró pria santidade, e
para a Salvaçã o das Almas, Amém.
 

EDITOR

[Local na rede Internet]

EDIÇÃ O EM BOLSA:

ISBN-13: 978-1-78379-510-9

Ú
CONTEÚ DO

FOLHA DE ROSTO

ÍNDICE

O SANTO ROSÁ RIO ATRAVÉ S DAS VISÕ ES DA BATIDA ANNE CATHERINE EMMERICH

Introdução

Os Mistérios Gozosos

O primeiro mistério gozoso

A Anunciação

O Segundo Mistério Gozoso

A Visitação

O terceiro mistério gozoso

A Natividade de Jesus Cristo

O quarto mistério gozoso

A Purificação de Maria e a Apresentação do Menino Jesus no Templo

O Quinto Mistério Gozoso

O Encontro do Menino Jesus no Templo

Os Mistérios Dolorosos

O primeiro mistério doloroso

A agonia no jardim

O Segundo Mistério Doloroso

A flagelação no pilar

O terceiro mistério doloroso


A Coroação de Espinhos

O quarto mistério doloroso

O Carregamento da Cruz

O Quinto Mistério Doloroso

A Crucificação de Nosso Senhor

Os Mistérios Gloriosos

O Primeiro Mistério Glorioso

A ressurreição

O Segundo Mistério Glorioso

A Ascensão

O terceiro mistério glorioso

A Descida do Espírito Santo

O Quarto Mistério Glorioso

A Assunção da Santíssima Virgem

O Quinto Mistério Glorioso

A Coroação da Bem-Aventurada Virgem Maria e a Gló ria de todos os Anjos e Santos

Os Mistérios da Luz

O primeiro mistério da luz

O Batismo de Nosso Senhor no Rio Jordão

O Segundo Mistério da Luz

O Milagre nas Bodas de Caná

O terceiro mistério da luz

O Anú ncio do Reino e o Chamado à Conversão

O quarto mistério da luz


A Transfiguração do Senhor no Monte Tabor

O Quinto Mistério da Luz

A Instituição da Santa Eucaristia

Os mistérios esperançosos

O primeiro mistério esperançoso

A Criação de Todas as Coisas em vista de Cristo e Sua Santa Encarnação

O segundo mistério esperançoso

A Promessa do Redentor e Co-redentora

O terceiro mistério esperançoso

O Nascimento da Imaculada Virgem Maria aos Santos. Joaquim e Ana

O quarto mistério esperançoso

A Apresentação de Maria no Templo como uma Menina

O Quinto Mistério Esperançoso

Os castos esponsais de Maria e José

Oraçõ es

EDITOR

CONTEÚ DO

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