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João Vitor Farias Martins.

Professor (a): Paulo Lima.

Licenciatura em Música.

“FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática


educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2004.”

Limoeiro do Norte – Ceará

2022
Paulo Freire foi o mais conceituado educador brasileiro, com atuação e
reconhecimento internacionais. Conhecido principalmente pelo método de alfabetização
de adultos que leva seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico
assumidamente político. Em seu livro “Pedagogia do Oprimido”, lançado em 1968,
propõe uma revisão da relação entre educadores e educandos, onde o diálogo deve
servir como base do processo de ensino e aprendizagem, além disso ele reconhece que a
educação dialógica é a chave para levar uma educação libertadora às massas, sem
excluir a própria massa do processo educativo. Em seu livro “Pedagogia da
Autonomia”, de 1996. Logo no capítulo 1, Freire cita uma frase que achei de extrema
importância, que diz, “[...] ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua produção ou a sua construção.”. Ao decorrer de suas
declarações, ele comenta e critica o ensino bancário, onde o educando nada oferece e
apenas recebe o conhecimento e o armazena, indo contra os ideais de autor, de que,
quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Além disso, ele
traz uma série de importantes exigências para os que desejam educar, como,
rigorosidade metódica, pesquisa, criticidade, ética, entre outros.

No capítulo 2 – Ensinar não é transferir conhecimento, Paulo Freire fala sobre o


“pensar certo”, que seria a capacidade de materializar o “fazer certo”, permitindo estar
no mundo e com o mundo como seres históricos; conhecer esse mundo e nele poder
intervir com ética, ou seja, não existe pensar certo longe de princípios éticos. É muito
real a forma de como Freire fala sobre agir certo, mesmo as vezes estando errado, é aí
que temos plena condições de ensinar a pensar certo, a fazer o que é certo. Freire volta a
citar também, outras exigências na arte de ensinar, que ensinar exige o reconhecimento
de ser condicionado, ou seja, é ter consciência de que somos seres inacabados, do
mundo e de um ser de permanente busca, que fundamenta a educação.

É importante destacar que a conscientização de que ensinar é um ato que exige


risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação. Para Freire, tanto
o saber antigo preserva sua validade como contribui para abertura de novos saberes.
Esta prática combate todo tipo de discriminação, seja ela étnica, de gênero, religiosa que
ofende em suas próprias palavras a substantividade do ser humano, mesmo acreditando
que a natureza humana possua uma contradição grosseira de não aceitar o “diferente”.
Freire aborda a prática do ensinar, e propõe, além do combate ao preconceito e
julgamentos do saber individual, a valorização da identidade cultural. Para ele, é
proporcionar entre educador e educando, junto aos demais educandos, a aceitação de
uma experiência profunda em se aceitar. Na verdade, Freire propõe o reconhecimento
do ser social e histórico como ser pensante, comunicante, transformador, criador,
realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque é capaz de amar. Assumindo-se como
sujeito porque é capaz de reconhecer-se como objeto radical pertencente a uma
identidade cultural que se complementa e enriquece com todos envolvidos na prática
educativa e na busca pelo conhecimento. Na concepção do autor, o conhecimento está
atrelado a uma experiência de vida, isto é, a um testemunho real daquilo que se expõe
como conhecimento adquirido. Não se pode apenas falar de forma erudita, mas encarnar
a construção do conhecimento. Não basta argumentar sobre o racismo se a vivência do
educador ou do aluno não condiz com o discurso proferido. Há nesse conceito a
preocupação com o discurso e sua aplicação cotidiana, sendo assim, só podemos
comentar e discutir sobre algo, quando temos vivência e conhecimento sobre
determinado assunto. Educar, para Freire, está inserido nos campos do bom senso, da
humildade, da tolerância e da luta dos direitos dos educadores, que exige a apreensão e
reflexão da realidade que se vive. O entendimento do processo de educar gera esperança
e alegria quando estes percebem o trabalho mútuo entre educador e educando, mas com
a responsabilidade maior do educador. Pois o educador é aquele que possui a formação
crítica para sempre se fazer menor em direção ao educando.

Conclui-se que este livro permite a reflexão sobre a segurança, a competência


profissional e a generosidade, que, comprometidos, percebem a educação como forma
de intervenção do mundo, “Educação não transforma o mundo. Educação muda as
pessoas. Pessoas transformam o mundo.” Paulo Freire. Sabendo escutar, dialogar e
querer bem os educandos, objeto principal do educador. Para realizar tais práticas, é
preciso inicialmente tomar decisões conscientes em vistas de uma educação de
qualidade e ética.
REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São


Paulo: Paz e Terra, 2004.

https://novaescola.org.br/conteudo/460/mentor-educacao-consciencia

https://brasilescola.uol.com.br/biografia/paulo-freire.htm

https://www.ebiografia.com/paulo_freire/#:~:text=Paulo%20Freire
%20(1921%2D1997),19%20de%20setembro%20de%201921.

64-250-1-PB.pdf (uniesi.edu.br)

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