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Book - Qualidade - BAIXA - 03-04-2014
Book - Qualidade - BAIXA - 03-04-2014
QUALIDADE,
SAÚDE, MEIO
AMBIENTE E
SEGURANÇA
NO TRABALHO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
QUALIDADE,
SAÚDE, MEIO
AMBIENTE E
SEGURANÇA
NO TRABALHO
© 2012. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI - São
Paulo, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os
Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491g
ISBN 978-85-7519-594-9
CDU: 005.95
SENAI Sede
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Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações e quadros
Figura 1 - Estrutura curricular do curso Técnico de Eletroeletrônica..............................................................12
Figura 2 - Uma questão de qualidade.......................................................................................................................19
Figura 3 - Procedimento documentado...................................................................................................................20
Figura 4 - Princípios de gestão da qualidade..........................................................................................................24
Figura 5 - Representação de processo .....................................................................................................................26
Figura 6 - Exemplo de processo seletivo..................................................................................................................27
Figura 7 - Exemplo de lista de verificação................................................................................................................29
Figura 8 - Dados da lista de verificação que permitem rastreabilidade.......................................................30
Figura 9 - Gráficos de Pareto de ocorrências e custo ..........................................................................................31
Figura 10 - Pareto de ocorrências e custos percentuais......................................................................................32
Figura 11 - Exemplo de histograma de produção.................................................................................................33
Figura 12 - Exemplo de gráfico de controle............................................................................................................34
Figura 13 - Representação de diagrama de Ishikawa para preencher...........................................................35
Figura 14 - Diagrama de dispersão.............................................................................................................................36
Figura 15 - Planilha vazia................................................................................................................................................42
Figura 16 - Planilha preenchida e formatada..........................................................................................................43
Figura 17 - Preenchimento da coluna e das linhas...............................................................................................44
Figura 18 - Preenchimento da linha com os dias da semana............................................................................45
Figura 19 - Inserção dos dados....................................................................................................................................45
Figura 20 - Planilha formatada.....................................................................................................................................46
Figura 21 - Selecionando para formatação de alinhamento.............................................................................46
Figura 22 - Formatação do alinhamento..................................................................................................................46
Figura 23 - Dados alinhados..........................................................................................................................................47
Figura 24 - Largura das colunas ajustadas...............................................................................................................47
Figura 25 - Seleção para formatar as bordas...........................................................................................................48
Figura 26 - Borda externa...............................................................................................................................................48
Figura 27 - Borda interna................................................................................................................................................49
Figura 28 - Bordas formatadas.....................................................................................................................................49
Figura 29 - Formatação do preenchimento.............................................................................................................50
Figura 30 - Opção de formatação do preenchimento.........................................................................................50
Figura 31 - Tabela pronta................................................................................................................................................51
Figura 32 - Múltiplas formas de seleção das células.............................................................................................53
Figura 33 - Rotulação das colunas para inserção das fórmulas........................................................................54
Figura 34 - Seleção do estilo de formatação das novas colunas......................................................................55
Figura 35 - Formatação de novas colunas................................................................................................................55
Figura 36 - Novas colunas formatadas......................................................................................................................55
Figura 37 - Inserção de fórmulas.................................................................................................................................56
Figura 38 - Cópia de fórmulas.......................................................................................................................................56
Figura 39 - Fórmulas copiadas.....................................................................................................................................57
Figura 40 - Formatação da borda................................................................................................................................57
Figura 41 - Planilha com as fórmulas inseridas......................................................................................................58
Figura 42 - Inserção dos limites de controle...........................................................................................................59
Figura 43 - Menu de tipos de gráfico.........................................................................................................................59
Figura 44 - Selecionando o tipo de gráfico..............................................................................................................60
Figura 45 - Gráfico de controle pronto.....................................................................................................................60
Figura 46 - Criando a base de dados..........................................................................................................................61
Figura 47 - Ordenação dos dados de ocorrência...................................................................................................62
Figura 48 - Menu de classificação dos dados..........................................................................................................62
Figura 49 - Planilha com dados de ocorrência ordenados.................................................................................63
Figura 50 - Inserção da coluna de representatividade (%).................................................................................63
Figura 51 - Tabela concluída com a coluna de total.............................................................................................64
Figura 52 - Paretos de defeitos por ocorrência e porcentagem.......................................................................65
Figura 53 - Pareto de porcentagem de ocorrências.............................................................................................66
Figura 54 - Paretos de custos por ocorrência e porcentagem..........................................................................67
Figura 55 - Dados para construção do histograma..............................................................................................68
Figura 56 - Histograma sem formatação..................................................................................................................69
Figura 57 - Histograma expandido.............................................................................................................................69
Figura 58 - Menu Formatar Legenda.........................................................................................................................70
Figura 59 - Legenda superior........................................................................................................................................70
Figura 60 - Legenda totalmente formatada............................................................................................................71
Figura 61 - Histogramas de desempenho individual dos turnos....................................................................71
Figura 62 - Uso incorreto da tomada.........................................................................................................................78
Figura 63 - Imprudência a toda prova.......................................................................................................................79
Figura 64 - Vida por um fio............................................................................................................................................79
Figura 65 - Exemplo de EPC - Cinturão trava-quedas..........................................................................................84
Figura 66 - Exemplos de EPIs: capacete, luva, óculos e botinas.......................................................................85
Figura 67 - Símbolo da CIPA..........................................................................................................................................90
Figura 68 - Legislação ambiental.............................................................................................................................. 100
Figura 69 - Mapa do Japão – usina de Fukushima............................................................................................. 102
Figura 70 - Precisamos proteger nosso planeta.................................................................................................. 104
Figura 71 - Distribuição da água no planeta........................................................................................................ 105
Figura 72 - Etiqueta de eficiência energética....................................................................................................... 106
Figura 73 - Parque eólico – gerando energia limpa com o vento................................................................ 108
Figura 74 - De bem com o meio ambiente........................................................................................................... 109
Figura 75 - Descarte correto dos resíduos sólidos............................................................................................. 110
Figura 76 - Reciclando vidas....................................................................................................................................... 110
Figura 77 - Cuidado com o conteúdo..................................................................................................................... 111
Figura 78 - Alumínio – resíduo inerte que gera renda...................................................................................... 112
Figura 79 - Placa de circuito impresso – fonte de contaminantes para o meio ambiente.................. 115
2 Qualidade..........................................................................................................................................................................17
3 Planilhas e Gráficos........................................................................................................................................................41
Referências......................................................................................................................................................................... 119
Índice................................................................................................................................................................................... 123
Introdução
A unidade curricular de Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança no Trabalho visa de-
senvolver fundamentos relativos a ações prevencionistas de conservação do meio ambiente, se-
gurança no trabalho e utilização de ferramentas da qualidade, bem como capacidades sociais,
organizativas e metodológicas, tendo em vista a atuação do técnico nas situações de trabalho.
Esta unidade compõe o módulo básico do curso Técnico de Eletroeletrônica, que subsidia o
desenvolvimento dos módulos específicos I, II e III, como mostra a figura a seguir:
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
12
Entrada
Anotações:
Qualidade
Quando você adquire um produto ou um serviço, tem uma expectativa de que ele atenda
aos seus desejos e às suas necessidades.
Para entender melhor do que estamos falando, imagine que a situação a seguir tenha ocor-
rido de fato.
Entusiasmado com um produto adquirido por um colega e avaliado por ele como sendo
muito bom, você resolve adquirir outro igual. Porém, quando compra o seu, fica insatisfeito
porque constata que o produto apresenta defeitos que você considera importantes.
Saiba que o problema provavelmente é com a gestão dos processos produtivos que gera-
ram um equipamento defeituoso.
Pois bem, a qualidade de produtos e serviços de uma organização afeta diretamente nossas
vidas e deve ser preocupação de todas as organizações.
Há mais um fator que faz a diferença entre a sua avaliação e a de seu colega sobre o mesmo
produto: a qualidade é um conceito amplo, que compreende dimensões próprias do objeto e
particulares a cada pessoa.
Sabendo disso, as empresas têm buscado aprimorar sua visão sobre elementos e aspectos
que contribuem para a qualidade dos seus produtos, tendo em vista melhor atender às neces-
sidades de seus clientes.
Esse é exatamente o tema deste capítulo no qual tratamos dos conceitos e das práticas que
têm sido desenvolvidas pelas organizações visando agregar qualidade aos seus produtos, aos
seus processos de produção e aos serviços de modo geral, inclusive aqueles relacionados com
a área da eletroeletrônica.
Iniciaremos destacando a importância da qualidade no dia a dia das empresas e como a sua
gestão pode alterar os resultados das organizações.
Em seguida, abordaremos os principais conceitos e ferramentas que auxiliam na gestão da
qualidade, verificando como eles contribuem para que você possa enfrentar os desafios do
trabalho na função de técnico.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
18
Dois dos maiores desafios das organizações atualmente são garantir a prefe-
rência dos clientes por seus produtos e serviços e a eficiência dos seus processos.
Para que isto ocorra, os sistemas de gestão de qualidade são aliados importantes,
já que apresentam um conjunto de metodologias e ferramentas para serem im-
plantadas, visando cooperação para proporcionar o alcance e a manutenção dos
seus objetivos.
Os sistemas de gestão da qualidade se destinam a impulsionar e estruturar
mudanças para a melhoria contínua das empresas e, desse modo, contribuir para
a permanência delas nos mercados onde já atuam e, algumas vezes, para con-
quista de outros nos quais possam vir a atuar.
Para tanto, devemos pensar em qualidade sobre três aspectos:
a) a qualidade dos produtos: que se refere à busca de um desempenho com
ausência de falhas, à manutenção de bom preço, à disponibilidade para
atendimento e à boa qualidade de serviços associados (assistência técnica,
suporte, treinamento);
b) a qualidade dos processos: que trata da produtividade e redução de cus-
tos alcançada pela diminuição de perdas e desperdícios, pela definição de
padrões que evitem grandes variações nos resultados e, ao mesmo tempo,
pela manutenção da flexibilidade necessária para que as empresas possam
se adaptar às mudanças do mercado;
c) a qualidade da organização: que compreende a busca contínua de inte-
gração e sinergia entre os processos.
Dentre os aspectos anteriormente mencionados, destacamos a qualidade nos
processos, pois a baixa eficiência desta, causada pelo desperdício de material, de
recursos e pelas atividades de retrabalho¹, tem sido preocupação das empresas
que produzem bens e serviços.
2 QUALIDADE
19
Mas o que são requisitos e especificações? São parâmetros mínimos que de-
vem ser atendidos para garantir a qualidade de um item ou produto. Para que
fique mais claro, vamos abordar cada um deles.
Requisitos
Atender aos requisitos e às especificações legais pode ser fator decisivo para
a comercialização de produtos ou serviços de uma organização. Exemplos mui-
to conhecidos são os produtos das indústrias alimentícias e farmacêuticas, que
devem atender às normas ou regulamentações da Anvisa para que possam ser
comercializados.
Especificações
A ISO 9000, no Brasil conhecida por NBR ISO 9000, é uma famí-
SAIBA lia de normas que nos permite implementar, implantar, manter
e melhorar continuamente os Sistemas de Gestão da Qualida-
MAIS de de uma organização. Para saber mais sobre esse tema, con-
sulte o site da ABNT no endereço <http://abnt.org.br>.
3 SISTEMA DE GESTÃO DA g) Abordagem factual para tomada de decisão: esse é um dos princípios
QUALIDADE
fundamentais de gestão para qualquer área e põe em destaque a impor-
É um conjunto de elementos tância de decisões de gerenciamento apoiadas em análises de dados e em
interligados que trabalham informações relevantes e precisas. As impressões, a intuição ou as decisões
coordenados para atender
à política e aos objetivos da tomadas sem estudo prévio são desconsideradas, pois, em geral, condu-
qualidade, com os objetivos
de dar consistência aos zem ao desperdício de recursos e ao retrabalho.
seus produtos e serviços e
satisfazer as necessidades h) Benefícios mútuos na relação com fornecedores: uma empresa não
e expectativas dos seus compra apenas produtos e serviços de seus fornecedores, mas também en-
clientes.
genharia e capacidade produtiva, estabelecendo com eles uma relação de
interdependência. Um relacionamento de benefícios mútuos aumentará a
capacidade de ambos em atingir seus objetivos.
Observe na figura a seguir como esses princípios podem ser agrupados de
acordo com sua natureza.
Foco no
cliente
Melhoria Envolvimento
contínua das pessoas
Benefícios Sistema de
mútuos na
relação com Gestão da Liderança
fornecedores Qualidade
Abordagem Abordagem
factual para de
tomada de processo
decisões Abordagem
sistêmica
para gestão
2.3 PROCESSO
Atividades
Entradas do
Saídas
processo
Demanda por
profissional
(entrada)
Perfil Profissional
Divulgação
das vagas
Currículos
Seleção dos
candidatos
Candidatos
Entrevistas
Contratados
(saída)
Imagine que você está trabalhando há alguns meses em uma empresa, como
técnico, e seu supervisor o chama e apresenta a seguinte situação: “Temos alguns
problemas com relação aos nossos produtos. Você poderia nos ajudar a resolvê-
-los? Forneceremos para você todos os dados da linha de produção e o histórico
dos problemas apontados pelos clientes”.
Frente a esse desafio, você logo pensa: “Vou precisar aplicar ferramentas de qua-
lidade para tentar identificar os problemas e suas causas. Assim poderei propor
ações de melhoria!” Então, você responde: “Claro que sim, vamos analisar os dados!”
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
28
4 RASTREABILIDADE Essa é uma situação que pode ocorrer no dia a dia de um técnico, pois muitas
organizações têm por prática envolver seus funcionários na busca de soluções
A rastreabilidade de um
conjunto de dados é para os problemas e, algumas delas, até oferecem bônus para as ideias que levam
obtida somente quando à economia de seus recursos, sejam físicos ou de tempo.
conseguimos retornar até
os eventos que geraram
esses dados. Por exemplo, Porém, para alcançar esse objetivo, é preciso recorrer a ferramentas que permi-
os produtos da área de tam o diagnóstico da situação e a identificação da causa-raiz do problema.
eletroeletrônica podem ser
rastreados por meio de seus A causa-raiz de um problema é a ação ou o fato que, se corrigido, elimina o
modelos, números de lote
e série. problema definitivamente.
Historicamente há muitas ferramentas com essa finalidade, sendo as mais con-
sagradas:
a) lista de verificação;
b) estratificação;
c) gráfico de Pareto;
d) histograma;
e) gráfico de controle;
f ) brainstorm;
g) diagrama de Ishikawa;
h) diagrama de dispersão.
Porém, cabe ressaltar que a utilização dessas ferramentas só será possível se con-
tarmos com dados do processo para análise. A coleta desses dados é feita por meio
de formulários que permitam a identificação e rastreabilidade4 dos problemas.
Acompanhe a seguir a explicação de cada uma dessas ferramentas.
A partir dos dados coletados e indicados nessa lista de verificação, outras fer-
ramentas da qualidade podem ser aplicadas para determinar possíveis desvios
de processo e ações necessárias para sua correção. Passaremos a descrevê-las a
partir do próximo tópico.
2.4.2 ESTRATIFICAÇÃO
Porém, o gráfico de Pareto é mais utilizado para evidenciar os custos dos im-
pactos do que a frequência de ocorrência.
A seguir, apresentamos um exemplo para os Paretos de ocorrências e custo.
Ocorrências
9
8 8
7
6
5
4
4 3 3
3 2
2
1
0
Ajuste Acabamento Não Solda dos Padrão da
funciona componentes fiação
Custo
R$ 16,00
R$ 14,00
R$ 12,00
R$ 10,00
R$ 8,00
R$ 6,00
R$ 4,00
R$ 2,00
R$ -
Não Acabamento Padrão da Solda dos Ajuste
funciona fiação componentes
Ocorrências %
100%
100% 90%
80% 75%
60%
60%
40% 40%
Custo %
97% 100%
100% 88%
80% 75%
60% 49%
40%
26%
20% 13% 10%
3%
0%
Não Acabamento Padrão da Solda dos Ajuste
funciona fiação componentes
2.4.4 HISTOGRAMA
16
12
0
nov/07
jan/07
fev/07
mar/07
abr/07
mai/07
jun/07
jul/07
ago/07
set/07
out/07
dez/07
jan/08
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
110
105
Linha 1
100
Linha 2
Linha 3
95
LCS
LCI
90
85
Seg Ter Qua Qui Sex
Figura 12 - Exemplo de gráfico de controle
Fonte: SENAI-SP (2012)
LCI e LCS referem-se aos limites de controle inferior e superior que são calcu-
lados em função das especificações do processo e com o uso das ferramentas de
Controle Estatístico de Processos (CEP) que você aprenderá mais adiante, na uni-
dade curricular Gestão da Manutenção de Sistemas Eletroeletrônicos.
Porém, observando esse gráfico de controle verificamos que há pelo menos
dois pontos fora desses limites, caracterizando problemas no processo.
Notamos também que há oscilações de grande amplitude e com tendência de
aumento e diminuição. Esse comportamento indica uma baixa estabilidade do
processo, o que afeta a qualidade do produto.
2.4.6 BRAINSTORM
As ideias devem ser anotadas, sem que seja feito juízo prévio de seu valor ou
relevância.
A análise será feita posteriormente, utilizando o diagrama de Ishikawa ou ou-
tra ferramenta mais adequada para a finalidade proposta.
Efeito
Essa ferramenta utiliza gráficos nos quais cada eixo representa uma das va-
riáveis. Verificamos a existência da correlação entre elas quando notamos uma
tendência de acúmulo dos pontos em uma das direções do gráfico. Quanto maior
o acúmulo, maior será a correlação entre as variáveis.
Por outro lado, se os pontos estiverem muito dispersos ou se comportarem
aleatoriamente, não haverá correlação entre as variáveis.
120
Peso em quilogramas
100
80
60
40
20
0
1,4 1,6 1,8 2
Altura em metros
Nesse exemplo, podemos verificar uma forte correlação positiva entre as vari-
áveis altura e peso, o que já era de se esperar, pois tratam dos dados de um grupo
de pessoas.
As correlações, quando existirem, podem ser de quatro tipos:
a) positiva forte, quando o aumento de uma variável reflete no aumento da outra;
b) positiva fraca, quando o aumento de uma variável aparentemente reflete
no aumento da outra;
2 QUALIDADE
37
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Anotações:
Planilhas e Gráficos
Uma planilha nada mais é do que uma tabela composta por linhas e colunas,
nas quais são inseridos dados e fórmulas. No cruzamento dessas linhas e colunas,
temos as chamadas células, como mostra a figura a seguir.
Explicando de outro modo, saiba que como não se destinam a ser objeto de
operações matemáticas:
a) os dados das linhas 3, 4 e 5 da coluna B são do tipo texto porque servem apenas
para identificar as diferentes linhas de produção existentes na empresa; e
b) os dados da linha 2, colunas C, D, E, F e G também são do tipo texto e são
utilizados para indicar o nome de cada dia da semana.
Continuando:
a) selecione a célula C2 e digite a palavra Seg (abreviatura de segunda-feira);
b) pressione a seta direcional para a direita, e na célula D2 tecle Enter para
selecioná-las e digite a palavra Ter (abreviatura de terça-feira); e
c) continue da mesma forma até inserir todos os dados de texto da planilha,
como na figura a seguir.
Na seção Linha – Estilo, você pode selecionar o tipo e a espessura da linha a ser
aplicada. Selecione a quinta linha do lado direito e, em Predefinições, clique no
botão Contorno, conforme mostra a figura a seguir.
Continue ainda na aba Linha – Estilo e selecione a última linha do lado esquerdo.
Em Predefinições, clique no botão Interna e, em seguida, pressione o botão OK.
Vamos agora formatar a linha dos dias da semana, para isso, selecione as célu-
las de B2 a G2. Use o comando Cor de preenchimento, ativado no campo Fonte,
para mudar a cor do preenchimento da célula. Selecione a primeira tonalidade de
cinza, como mostra a figura a seguir:
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
50
Aproveite para ir até a aba Borda e clique em Contorno para aumentar a espes-
sura da borda da linha, como você fez no contorno da tabela.
Para formatar a identificação das linhas, é só selecionar as células de B2 a B5
e aumentar a espessura do contorno da coluna, como no passo anterior. Pronto!
Agora é só conferir se sua tabela está como a apresentada a seguir.
Caso não tenha obtido o resultado anterior, retome as explicações e tente no-
vamente. Assim, logo você estará “craque” na formatação de tabelas.
Para inserir fórmulas em uma planilha, selecione a célula que deverá apresen-
tar o resultado, digite sobre ela o sinal de igual (=) e indique a operação a ser rea-
lizada. Essa operação instrui a planilha a realizar a operação indicada e apresentar
o resultado na célula selecionada inicialmente.
Observe o exemplo a seguir e a explicação sobre cada um dos elementos de
uma fórmula que será inserida em uma célula, da planilha eletrônica.
Função
(nome da operação
que será realizada)
=SOMA (A1:A5)
Argumentos
(relação dos elementos
que serão utilizados
no cálculo)
Acompanhe os procedimentos:
Na célula onde deverá aparecer o resultado, digite o sinal de = seguido da fun-
ção (ou nome da operação que deverá ser realizada), e em seguida, entre parên-
teses, os argumentos (indicação das células onde estão digitados os números a
serem utilizados no cálculo).
Ao pressionar o botão de Enter, você instrui o programa a finalizar o cálculo e atri-
buir o valor calculado à célula que foi selecionada inicialmente para conter a fórmula.
Veja a seguir exemplos de como a fórmula se apresenta na célula.
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
53
Verifique agora, no quadro seguinte, algumas das funções que utilizamos com
mais frequência nas planilhas.
Mas, você pode estar se perguntando, em quais situações usamos essas fun-
ções? Para facilitar a sua compreensão, vamos aplicar cada uma delas. Acompa-
nhe os passos!
a) Abra a planilha criada no início do tópico 3.2 (figura 20).
b) Na célula H2, digite a palavra Média.
c) Ajuste a largura das colunas clicando duas vezes sobre as linhas que se-
param as letras que identificam as colunas, e o resultado obtido será o da
próxima figura.
Nesse caso, você usou o menu suspenso (ativado pelo botão direito), mas po-
deria utilizar o atalho Ctrl + C (teclas pressionadas simultaneamente), para obter
o mesmo resultado.
Outro modo de realizar a mesma operação seria usar no menu suspenso (clican-
do no botão direito do mouse) a opção Colar. O resultado você pode ver a seguir.
Você notou que a linha de borda inferior das células de H5 a K5 ficou mais
estreita?
Pois bem, para criar um padrão, formate novamente o contorno das células en-
tre H3 e K5 com a linha mais grossa, clicando no ícone Bordas e em Borda Superior
Espessa, conforme mostra a figura a seguir.
Pronto, agora já temos a planilha com dados e os resultados das fórmulas pre-
enchidos, o que nos permite tirar algumas conclusões. Embora os dados sejam
diferentes, a média dos valores das três linhas de produção é a mesma, indicando
certa consistência do processo produtivo.
A Linha 2 é a mais estável, apresentando uma variação máxima dos resultados
(Amplitude) inferior a 2% da média dos valores produzidos.
As outras linhas de produção são pouco estáveis, e a análise de sua qualidade
ainda necessita de mais um recurso que será mostrado no próximo tópico.
Gráfico de controle
Continuando:
a) selecione as células de B2 a G7;
b) execute o comando Inserir – Gráfico (e uma caixa de diálogo do tipo ilustra-
do a seguir deve surgir);
110
105
Linha 1
100
Linha 2
Linha 3
95
LCS
LCI
90
85
Seg Ter Qua Qui Sex
Observe que, nesse gráfico, a Linha 1 (azul) é um pouco mais estável do que a
Linha 3 (verde), já que não apresenta pontos além dos limites de controle superior
e inferior (LCS e LCI). Imagine como seria obter essa análise sem a apresentação
dos dados em forma gráfica. Seria bem mais difícil, não é?
Continuando a análise, observe que a Linha 3 apresenta dois pontos (na quar-
ta e sexta-feira) fora dos limites de controle.
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
61
Gráfico de Pareto
Esse é um gráfico de barras ordenadas do maior para o menor valor, que nos
ajuda a redirecionar as ações e os recursos, e a buscar soluções para os proble-
mas com maior impacto sobre a atividade da empresa. Esse gráfico também pode
apresentar a somatória dos valores ou a porcentagem no valor total dos proble-
mas encontrados.
Para aprender como construir um gráfico de Pareto, utilizamos a planilha a se-
guir, que contém dados sobre tipos de defeitos, ocorrências e custos envolvidos
no processo de produção de componentes eletroeletrônicos.
Observe:
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Ajuste Acabamento Não Solda dos Padrão da
funciona componentes fiação
100%
100% 90%
80% 75%
60%
60%
40%
40%
20% 20%
15% 15% 10%
0%
Ajuste Acabamento Não Solda dos Padrão da
funciona componentes fiação
100%
90%
100%
75%
80%
60%
60%
40%
40%
Verifique que nesse gráfico aparecem os rótulos de dados (exibição dos va-
lores dos dados nos pontos considerados), que foram inseridos usando a opção
Inserir rótulos de dados (disponível quando selecionamos uma das séries e clica-
mos no botão direito do mouse).
Experimente fazer essa sequência de comandos para obter o mesmo efeito!
A leitura do gráfico mostra que a somatória das ocorrências dos três primei-
ros defeitos representa 75% do total de defeitos encontrados. Porém, não é só
essa informação que podemos obter a partir desses gráficos. Se em lugar do
número de ocorrências, pensarmos no custo total dos defeitos, o gráfico muda,
veja como na figura a seguir.
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
67
R$ 16,00
R$ 14,00
R$ 12,00
R$ 10,00
R$ 8,00
R$ 6,00
R$ 4,00
R$ 2,00
R$ -
Não Acabamento Padrão da Solda dos Ajuste
funciona fiação componentes
97% 100%
100%
88%
75%
80%
60%
49%
40%
26%
20% 13% 10%
3%
0%
Não Acabamento Padrão da Solda dos Ajuste
funciona fiação componentes
O novo gráfico mostra que o tipo de defeito “mais caro” não é o mesmo que
o de maior ocorrência. Pelo contrário, felizmente ele apresenta um número de
ocorrências baixo.
Outro ponto interessante a ser observado diz respeito aos três defeitos com
maior número de ocorrências, gerando 88% do custo de retrabalho nessa situa-
ção. Mas cuidado com as conclusões apressadas: as correspondências nem sem-
pre são verdadeiras, pois tudo depende do número de ocorrências e do custo de
retrabalho de cada uma.
Outra possibilidade é obter os gráficos de custos seguindo o mesmo procedi-
mento anterior, só que selecionando o custo total (e não o número de ocorrências
no início do processo).
Experimente e veja se você consegue construí-los.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
68
Histograma
b) Selecione agora a legenda que indica cores diferentes para Manhã, Tarde e
Totais e clique com o botão direito do mouse.
c) Use a opção Formatar Legenda, como mostra a figura a seguir.
Manhã
45%
39% 37% 34%
26% 25%
17% 18% 20% 21% 18% 20% 22% 22% 22%
14%
1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o
2008 2009 2010 2011
Tarde
46%
34% 37%
27% 23% 22% 27% 25% 26% 23% 26%
21% 19% 17% 19%
8%
1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o
2008 2009 2010 2011
CASOS E RELATOS
Ulisses, Clara e Sofia são sócios em uma empresa que produz uma grande
variedade de produtos eletrônicos de baixo custo. Entre seus produtos,
com maiores vendas, destacam-se jogos de luz para enfeitar árvores de
Natal e fachadas de residências e diversos tipos de brinquedos ilumina-
dos por lâmpadas em geral.
Eles compram componentes de diversos fornecedores, para montar seus
produtos. Porém, com o passar dos anos os sócios perceberam que sua
margem de lucro estava diminuindo e que alguns dos fornecedores não
conseguiam cumprir os prazos e entregar quantidades necessárias para
atender às necessidades de produção, justamente nos momentos de “pi-
cos de venda” de alguns dos produtos.
Em outros períodos do ano, havia uma baixa tão grande na demanda que
os preços dos componentes ficavam mais baratos.
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
73
RECAPITULANDO
Anotações:
Saúde e segurança no trabalho
na área de eletroeletrônica
Existe uma antiga superstição que nos ensina a não passar por debaixo de uma escada, pois,
ao fazer isso, algo ruim nos acontecerá. Pois bem, se no alto da escada estiver uma pessoa, é cla-
ro que haverá uma grande chance de que aconteça realmente acidente, porque essas pessoas
estão expostas a riscos. Uma delas está exposta ao risco de cair do alto da escada e se lesionar
enquanto trabalha, e a outra, de que algo ou alguém caia sobre ela.
Podemos afirmar que, no exercício de qualquer profissão, sempre há riscos envolvidos em
maior ou menor grau, tanto para quem desempenha a função como para quem compartilha
espaços comuns com o trabalhador.
Por isso, neste capítulo abordaremos a Saúde e Segurança no Trabalho, entendida como um
conjunto de indicações e medidas a serem observadas, visando minimizar os acidentes de traba-
lho e as doenças ocupacionais dos profissionais, especialmente daqueles que atuam na área de
eletroeletrônica, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho desses. Vamos lá?
Para efeito de cadastro de acidentes do trabalho pela empresa, uma das princi-
pais referências é a norma NBR 14280:2001 - Cadastro de acidente do trabalho
- Procedimento e classificação que, nos subtópicos do item 2.8 define as possí-
veis causas do acidente como sendo:
• 2.8.1 fator pessoal de insegurança (fator pessoal): Causa relativa ao com-
portamento humano, que pode levar à ocorrência do acidente ou à prática
do ato inseguro.
• 2.8.2 ato inseguro: Ação ou omissão que, contrariando preceito de segu-
rança, pode causar ou favorecer a ocorrência de acidente.
• 2.8.3 condição ambiente de insegurança (condição ambiente): Condição
do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência.
Cabe ressaltar que o item 2.8.3 condição ambiente de insegurança equivale
à condição insegura, denominação ainda presente na maior parte da literatura
sobre segurança do trabalho.
Veja, a seguir, exemplos de situações que ilustram algumas condições e atos
inseguros.
Você deve conhecer pessoas que têm o hábito de ligar vários equipamentos
em uma única tomada, como ilustra a figura a seguir. Pois bem, isso pode causar
aquecimento e pode até iniciar um incêndio. Imagine ainda que, bem próxima
dessa ligação inadequada, pode haver uma cortina, o que facilitaria a propagação
de chamas. Nesse caso, temos: o ato inseguro da pessoa que fez essas ligações, e
a condição insegura de conexão elétrica e proximidade da cortina.
4.1.1 RISCOS
De acordo com o Decreto Lei nº 3.048, de 06 de Maio de 1999, artigo 30, Pa-
rágrafo único, entende-se como acidente de qualquer natureza aquele causado
pela exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, que acarrete lesão corpo-
ral ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou a redução permanen-
te ou temporária da capacidade de trabalho (texto adaptado).
Segundo o Manual de Registro das Comunicações de Acidentes de Trabalho
(CAT) do Ministério da Previdência Social, um acidente do trabalho é aquele que
ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, no exercício de suas ati-
vidades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte,
a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho.
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única,
haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para a perda ou
redução da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija
atenção médica para a sua recuperação;
A Lei no 8.213/91, no seu artigo 22, determina que todo acidente do trabalho
ou doenças profissionais deverão ser comunicados pela empresa ao INSS, sob a
pena de multa em caso de omissão.
4.4 CIPA
Desde o início deste capítulo, estamos tratando das ações que podem minimi-
zar/eliminar os riscos de acidentes nas empresas e destacando a importância da
prevenção quando o assunto é saúde ou segurança.
Porém, diante de tantas informações, você pode estar se perguntando:
- Como zelar pelas condições de saúde e segurança na empresa e ainda ter
tempo para trabalhar?
- Quem deve capacitar os funcionários nos procedimentos de segurança da
empresa?
A resposta é: essas tarefas ficam a cargo das pessoas que, na empresa, com-
põem a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
Os cipeiros, como são chamados os membros da CIPA, são funcionários que
trabalham na empresa e que, além de suas funções, devem observar as condições
de saúde e segurança e orientar os colegas sobre os procedimentos da empresa.
Eles são reconhecidos, normalmente, por usar um bóton verde, semelhante ao
apresentado na figura a seguir.
C I PA
SE
G UR A N Ç A
A escolha dos integrantes da CIPA é feita por meio de processo eleitoral próprio,
entre os funcionários interessados em cooperar para a prevenção de acidentes e
doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemen-
te o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
4 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO NA ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
91
d) ao asseio e aos cuidados com a higiene pessoal, que contribuem para a melho-
ria da imagem pessoal dos funcionários e atuam de modo a evitar o contágio;
e) à manutenção de peso adequado, evitando os prejuízos de desempenho
no trabalho e as inúmeras doenças associadas ao sobrepeso.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Anotações:
Meio ambiente e a área de
eletroeletrônica
Nos tempos atuais, a humanidade vem aprendendo que não basta apenas viver e desenvol-
ver atividades na empresa, em casa, na escola ou em qualquer outro lugar. É preciso aprender a
fazer tudo isso num planeta onde a vida acontece e, mais do que isso, é preciso viver de forma
a tornar este planeta sustentável. Isso quer dizer que precisamos cuidar dele hoje para garan-
tirmos a vida das gerações futuras.
Esse é o tema deste capítulo, no qual pretendemos refletir com você sobre questões ligadas
ao uso consciente dos recursos naturais do planeta e a interação entre atividades humanas,
mais especificamente, daquelas desenvolvidas pelo técnico na área de eletroeletrônica e o
meio ambiente.
Ao final deste capítulo, esperamos que você tenha subsídios para:
• desenvolver a consciência prevencionista em relação ao meio ambiente;
• interpretar os processos de gestão ambiental;
• identificar os elementos de descarte de resíduos.
Para iniciar nossa conversa, cabe lembrar que praticamente todos temos uma história para
contar sobre problemas vividos por nós ou outras pessoas, aqui ou em outro lugar do mundo,
relacionados com fenômenos da natureza, tais como enchentes, secas extremas, contamina-
ção do solo, deslizamentos etc.
Cada vez mais esses acontecimentos fazem parte das manchetes da imprensa que têm se
apoiado em estudos de pesquisadores sobre o meio ambiente.
Aí está o primeiro conceito importante: os espaços onde a vida e suas relações com o pla-
neta acontecem é chamado de meio ambiente. É nesse lugar que nós vivemos e deixamos
algumas marcas das ações que praticamos. Modos de viver e marcas que só recentemente vêm
sendo estudadas, à medida que os desastres ambientais foram nos informando que as ações
humanas podem afetar a vida em todas as suas formas.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
98
1 PEGADAS ECOLÓGICAS
Para que você possa avaliar o quanto as ações do dia a dia,
Nome dado às marcas que inclusive as suas, podem, de alguma forma, afetar o meio
suas atividades e modo ambiente, acesse o site <http://www.cpafrr.embrapa.br/
de vida deixam no nosso SAIBA embrapa/attachments/310_nr-05_atualizada.pdf> e calcule
planeta. MAIS suas pegadas ecológicas1. Nesse site você também pode
encontrar informações importantes sobre a preservação do
meio ambiente e dicas para adotar atitudes ecologicamente
corretas.
2 SISTEMAS DE GESTÃO
AMBIENTAL (SGA)
É um processo Se meio ambiente é tudo o que nos cerca e interage direta ou indiretamente co-
organizacional que tem nosco, todos os elementos naturais existentes no planeta – a vegetação, os animais,
por objetivo resolver,
mitigar (diminuir) e/ou os microrganismos, o solo, as rochas, a atmosfera – fazem parte dele, assim como
prevenir os problemas de
caráter ambiental, visando
as condições e as influências que ocorrem nesse espaço interferem nas formas de
ao desenvolvimento vida. Assim, tudo o que fazemos afeta, em maior ou menor intensidade, o meio
sustentável.
ambiente. Portanto, se quisermos preservá-lo, basta que façamos a escolha certa!
No âmbito das empresas, segundo a NBR ISO 14001, meio ambiente é defini-
do como “circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo-se ar, água,
3 SIGNIFICÂNCIA DOS
IMPACTOS AMBIENTAIS solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações”. Entende-
-se por circunvizinhança a área que abrange desde o interior da organização até
É uma avaliação quantitativa
e ponderada de um impacto
onde os seus aspectos ambientais possam causar impactos ambientais. Aspec-
ambiental, utilizada para tos e impactos ambientais são conceitos importantes que estudaremos a seguir.
medir a prioridade das
ações de gestão ambiental.
Se um aspecto for
considerado significante,
deve haver medidas formais 5.1.1 ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
de gestão ambiental sobre
esse aspecto de modo
a evitar ou minimizar os
Para definirmos aspectos e impactos ambientais, recorremos à NBR ISO
impactos ambientais que 14001, que é a norma internacional que trata sobre Sistemas de Gestão Am-
podem ser gerados.
biental (SGA)2, que define:
• aspecto ambiental: “elemento das atividades, produtos ou serviços de uma
organização, que podem interagir com o meio ambiente”. Pode ser uma má-
quina, um equipamento ou uma atividade realizada na organização que re-
sulte em algum efeito sobre o meio ambiente, como os componentes e pro-
dutos químicos utilizados na fabricação de placas de circuitos eletrônicos;
• impacto ambiental: “qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou
benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou ser-
viços de uma organização”. Pode ser qualquer alteração causada no meio
ambiente pelas atividades da empresa, como a contaminação do solo ou da
água devido ao descarte incorreto de resíduos da produção de placas de
circuitos eletrônicos.
5 MEIO AMBIENTE E A ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
99
O SGA nas organizações tem como função prever e promover ações que evi-
tem impactos negativos no meio ambiente ou, quando isso for inevitável, definir
modos de reduzir, o máximo possível, suas consequências.
A implantação do SGA nas empresas é uma decisão importante que reverte
para a sua manutenção e sobrevivência, porque os impactos gerados por elas
acabam por atingir, direta ou indiretamente, possíveis clientes, uma vez que em
geral não ficam restritos à área interna da empresa.
A significância dos impactos ambientais3 é definida a partir de respostas dadas
a, no mínimo, quatro questões:
a) De quanto em quanto tempo o impacto pode ocorrer? Possibilidade de
ocorrência.
b) Qual a área sobre a qual o impacto se fará sentir? Abrangência.
c) Qual o grau de periculosidade do impacto? Severidade.
d) Há legislação aplicável ao aspecto ou impacto e que consequências legais
gerará para a empresa? Legislação.
5.1.3 ECOSSISTEMAS
Para que você entenda melhor a amplitude dos impactos ambientais e o modo
como atingem o planeta de forma global, provocando desequilíbrio, basta fazer
uma revisão das notícias publicadas pela imprensa mundial nos últimos tempos
sobre ocorrências de desastres ambientais.
Você deve se lembrar do recente acidente nuclear ocorrido em 2011 na Usi-
na de Fukushima, no Japão, certo? Nele se constatou que as correntes marítimas
se encarregaram de levar a locais distantes as partículas tóxicas que caíram, ini-
cialmente, no Oceano Pacífico. Há informação de que os materiais radioativos,
incluindo o césio-137, um isótopo com meia-vida de mais de 30 anos, foram am-
plamente dispersados quando entraram nos oceanos e que cada partícula teria
menos de um micrômetro – um sétimo do tamanho de um glóbulo vermelho do
sangue humano. Você pode imaginar quantos ecossistemas podem ter sito afeta-
dos pelas partículas geradas em Fukushima?
Vamos estender um pouco mais o raciocínio. No mapa da figura a seguir, ob-
servamos a localização das usinas nucleares do Japão, com destaque para a de
Fukushima. Como você pode imaginar, se o tsunami tivesse afetado outras usinas,
o impacto seria ainda maior!
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
102
4 CHUVAS ÁCIDAS
É um fenômeno
caracterizado pela acidez
acentuada na água da
chuva decorrente da Sapporo
poluição atmosférica.
5 EFEITO ESTUFA
6 COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
Resultado de um processo
de decomposição da
matéria orgânica, como
plantas e animais.
Figura 69 - Mapa do Japão – usina de Fukushima
Fonte: Wikibooks.org
Agora reflita sobre outros exemplos clássicos de danos causados ao meio am-
biente que afetam a vida no planeta:
a) os buracos na camada de ozônio, gerados pelo uso e descarte inadequado
dos gases CFC (clorofluorcarbono) em aparelhos de refrigeração e aerossóis;
b) as chuvas ácidas4 e o efeito estufa5 resultantes da ação dos gases gerados
pela queima de combustíveis fósseis6.
c) a diminuição sensível na quantidade de gelo nas regiões próximas às calo-
tas polares por causa do aquecimento global.
5 MEIO AMBIENTE E A ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
103
Oceanos (salgada)
Geleiras (congelada)
Energia (Elétrica)
REFRIGERADOR
Indica a marca
comercial ou
Fabricante ABCDEF
Marca XYZ(Logo)
logomarca
Tipo de degelo ABC/Automático
Modelo/tensão(V) IPQR/220
Indica o modelo/
Mais eficiente
tensão
A
B
A A letra indica a
C eficiência energética
D do equipamento
E Veja a tabela
F correspondente
G na coluna ao lado
Menos eficiente
PROGRAMA NACIONAL DE
CONSERVAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
Ao final deste tópico, você já deve ter concluído que precisamos utilizar os recur-
sos naturais de forma mais eficiente e que atitudes simples, como fechar a torneira
ou desligar máquinas e equipamentos quando não estão sendo utilizados, ajudam
a evitar o desperdício e causar prejuízos para a empresa e o meio ambiente.
5 MEIO AMBIENTE E A ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
107
CASOS E RELATOS
Parceria ecológica
Uma renomada empresa do ramo de alumínio e uma entidade paulista
que incentiva práticas ecológicas em centros urbanos criaram, em 2006,
um projeto de coleta de óleo de cozinha, pilhas e baterias usadas para
incentivar os funcionários e a comunidade do entorno a doarem esses
resíduos. Essa ação visa a evitar o descarte em lugares que possam con-
taminar o meio ambiente.
O óleo coletado é utilizado na produção de sabão, gerando renda para
a comunidade. No período de 18 meses, até junho de 2008, a empresa
destinou 783,19 litros de óleo, evitando a contaminação de quase 800
milhões de litros de água.
A maioria das Unidades do SENAI – SP também têm projetos semelhan-
tes, que incentivam os alunos a trazer o óleo comestível utilizado em
suas residências para postos de coleta instalados nas escolas. O óleo
coletado é enviado para instituições parceiras que tratam o resíduo e
revertem a renda gerada em benefícios para a comunidade.
Esses programas têm o objetivo de contribuir para o desenvolvimento
sustentável e mobilizar a comunidade para a mudança de hábito, auxi-
liando na construção de uma sociedade mais participativa e disposta a
contribuir para a conservação do meio ambiente.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
114
Como você pode perceber, o desafio ambiental é grande, pois envolve mudanças
de mentalidade e de comportamentos profundamente enraizados em nossa cultu-
ra e, em alguns casos, envolvem até questões de ordem social e de saúde pública.
Mas lembre-se: saber mais sobre essas questões possibilita que cada um de
nós possa fazer a parte que nos cabe para vivermos em um mundo melhor e mais
saudável, e contribuirmos para a sustentabilidade do nosso planeta.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
116
RECAPITULANDO
Anotações:
REFERÊNCIAS
B
Bitola 20
C
Chuvas ácidas 102
Combustíveis fósseis 102
E
Efeito estufa 102
Ergonomia 80
H
Hidratado 84
P
Patrimônio 82
Pegadas ecológicas 98
R
Rastreabilidade 28
Resíduos patogênicos 112
Resíduos reativos 112
Retrabalho 18
S
Saúde psicofisiológica 80
significância dos impactos ambientais 98
Sistema de Gestão da Qualidade 24
Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) 98
T
Tecnologias limpas 106
U
Usinas eólicas 106
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP
Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros
Cleber de Paula
Elaboração
Karina Silveira
Laura Martins Rodrigues
Diagramação
i-Comunicação
Projeto Gráfico