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SÉRIE ELETROELETRÔNICA

QUALIDADE,
SAÚDE, MEIO
AMBIENTE E
SEGURANÇA
NO TRABALHO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora Associada de Educação Profissional
SÉRIE ELETROELETRÔNICA

QUALIDADE,
SAÚDE, MEIO
AMBIENTE E
SEGURANÇA
NO TRABALHO
© 2012. SENAI – Departamento Nacional

© 2012. SENAI – Departamento Regional de São Paulo

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Paulo, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os
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Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de São Paulo


Gerência de Educação – Núcleo de Educação a Distância

FICHA CATALOGRÁFICA

S491g

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança no Trabalho / Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de São Paulo. Brasília :
SENAI/DN, 2012.
126 p. il. (Série Eletroeletrônica).

ISBN 978-85-7519-594-9

1. QSMS 2. Qualidade 3. Saúde 4. Meio Ambiente 5. Segurança no


Trabalho 6. Eletroeletrônica I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Nacional II. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de São Paulo III. Título IV. Série

CDU: 005.95

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
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Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações e quadros
Figura 1 -  Estrutura curricular do curso Técnico de Eletroeletrônica..............................................................12
Figura 2 -  Uma questão de qualidade.......................................................................................................................19
Figura 3 -  Procedimento documentado...................................................................................................................20
Figura 4 -  Princípios de gestão da qualidade..........................................................................................................24
Figura 5 -  Representação de processo .....................................................................................................................26
Figura 6 -  Exemplo de processo seletivo..................................................................................................................27
Figura 7 -  Exemplo de lista de verificação................................................................................................................29
Figura 8 -  Dados da lista de verificação que permitem rastreabilidade.......................................................30
Figura 9 -  Gráficos de Pareto de ocorrências e custo ..........................................................................................31
Figura 10 -  Pareto de ocorrências e custos percentuais......................................................................................32
Figura 11 -  Exemplo de histograma de produção.................................................................................................33
Figura 12 -  Exemplo de gráfico de controle............................................................................................................34
Figura 13 -  Representação de diagrama de Ishikawa para preencher...........................................................35
Figura 14 -  Diagrama de dispersão.............................................................................................................................36
Figura 15 -  Planilha vazia................................................................................................................................................42
Figura 16 -  Planilha preenchida e formatada..........................................................................................................43
Figura 17 -  Preenchimento da coluna e das linhas...............................................................................................44
Figura 18 -  Preenchimento da linha com os dias da semana............................................................................45
Figura 19 -  Inserção dos dados....................................................................................................................................45
Figura 20 -  Planilha formatada.....................................................................................................................................46
Figura 21 -  Selecionando para formatação de alinhamento.............................................................................46
Figura 22 -  Formatação do alinhamento..................................................................................................................46
Figura 23 -  Dados alinhados..........................................................................................................................................47
Figura 24 -  Largura das colunas ajustadas...............................................................................................................47
Figura 25 -  Seleção para formatar as bordas...........................................................................................................48
Figura 26 -  Borda externa...............................................................................................................................................48
Figura 27 -  Borda interna................................................................................................................................................49
Figura 28 -  Bordas formatadas.....................................................................................................................................49
Figura 29 -  Formatação do preenchimento.............................................................................................................50
Figura 30 -  Opção de formatação do preenchimento.........................................................................................50
Figura 31 -  Tabela pronta................................................................................................................................................51
Figura 32 -  Múltiplas formas de seleção das células.............................................................................................53
Figura 33 -  Rotulação das colunas para inserção das fórmulas........................................................................54
Figura 34 -  Seleção do estilo de formatação das novas colunas......................................................................55
Figura 35 -  Formatação de novas colunas................................................................................................................55
Figura 36 -  Novas colunas formatadas......................................................................................................................55
Figura 37 -  Inserção de fórmulas.................................................................................................................................56
Figura 38 -  Cópia de fórmulas.......................................................................................................................................56
Figura 39 -  Fórmulas copiadas.....................................................................................................................................57
Figura 40 -  Formatação da borda................................................................................................................................57
Figura 41 -  Planilha com as fórmulas inseridas......................................................................................................58
Figura 42 -  Inserção dos limites de controle...........................................................................................................59
Figura 43 -  Menu de tipos de gráfico.........................................................................................................................59
Figura 44 -  Selecionando o tipo de gráfico..............................................................................................................60
Figura 45 -  Gráfico de controle pronto.....................................................................................................................60
Figura 46 -  Criando a base de dados..........................................................................................................................61
Figura 47 -  Ordenação dos dados de ocorrência...................................................................................................62
Figura 48 -  Menu de classificação dos dados..........................................................................................................62
Figura 49 -  Planilha com dados de ocorrência ordenados.................................................................................63
Figura 50 -  Inserção da coluna de representatividade (%).................................................................................63
Figura 51 -  Tabela concluída com a coluna de total.............................................................................................64
Figura 52 -  Paretos de defeitos por ocorrência e porcentagem.......................................................................65
Figura 53 -  Pareto de porcentagem de ocorrências.............................................................................................66
Figura 54 -  Paretos de custos por ocorrência e porcentagem..........................................................................67
Figura 55 -  Dados para construção do histograma..............................................................................................68
Figura 56 -  Histograma sem formatação..................................................................................................................69
Figura 57 -  Histograma expandido.............................................................................................................................69
Figura 58 -  Menu Formatar Legenda.........................................................................................................................70
Figura 59 -  Legenda superior........................................................................................................................................70
Figura 60 -  Legenda totalmente formatada............................................................................................................71
Figura 61 -  Histogramas de desempenho individual dos turnos....................................................................71
Figura 62 -  Uso incorreto da tomada.........................................................................................................................78
Figura 63 -  Imprudência a toda prova.......................................................................................................................79
Figura 64 -  Vida por um fio............................................................................................................................................79
Figura 65 -  Exemplo de EPC - Cinturão trava-quedas..........................................................................................84
Figura 66 -  Exemplos de EPIs: capacete, luva, óculos e botinas.......................................................................85
Figura 67 -  Símbolo da CIPA..........................................................................................................................................90
Figura 68 -  Legislação ambiental.............................................................................................................................. 100
Figura 69 -  Mapa do Japão – usina de Fukushima............................................................................................. 102
Figura 70 -  Precisamos proteger nosso planeta.................................................................................................. 104
Figura 71 -  Distribuição da água no planeta........................................................................................................ 105
Figura 72 -  Etiqueta de eficiência energética....................................................................................................... 106
Figura 73 -  Parque eólico – gerando energia limpa com o vento................................................................ 108
Figura 74 -  De bem com o meio ambiente........................................................................................................... 109
Figura 75 -  Descarte correto dos resíduos sólidos............................................................................................. 110
Figura 76 -  Reciclando vidas....................................................................................................................................... 110
Figura 77 -  Cuidado com o conteúdo..................................................................................................................... 111
Figura 78 -  Alumínio – resíduo inerte que gera renda...................................................................................... 112
Figura 79 -  Placa de circuito impresso – fonte de contaminantes para o meio ambiente.................. 115

Quadro 1 – Definições de alguns termos da qualidade.......................................................................................22


Quadro 2 – Funções mais utilizadas em planilhas eletrônicas...........................................................................54
Quadro 3 – Exemplos de causas de acidente de trabalho em eletroeletrônica.........................................80
Quadro 4 – Tipos de riscos.............................................................................................................................................81
Quadro 5 – Resíduos na área da eletroeletrônica............................................................................................... 114
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................11

2 Qualidade..........................................................................................................................................................................17

2.1 A importância da qualidade....................................................................................................................18


2.1.1 Procedimentos de trabalho e termos utilizados na qualidade.................................20
2.2 Princípios de Gestão da Qualidade.......................................................................................................22
2.3 Processo..........................................................................................................................................................25
2.4 Ferramentas da qualidade........................................................................................................................27
2.4.1 Lista de verificação....................................................................................................................28
2.4.2 Estratificação................................................................................................................................29
2.4.3 Gráfico de Pareto........................................................................................................................30
2.4.4 Histograma...................................................................................................................................32
2.4.5 Gráfico de controle....................................................................................................................33
2.4.6 Brainstorm.....................................................................................................................................34
2.4.7 Diagrama de Ishikawa..............................................................................................................35
2.4.8 Diagrama de dispersão............................................................................................................36

3 Planilhas e Gráficos........................................................................................................................................................41

3.1 Inserção de dados em uma planilha.....................................................................................................42


3.2 Formatação dos dados de uma planilha.............................................................................................46
3.3 Edição de fórmulas......................................................................................................................................51
3.3.1 Construção de gráficos a partir das planilhas de dados..............................................58
3.3.2 Imprimindo planilhas e gráficos...........................................................................................73

4 Saúde e segurança no trabalho na área de eletroeletrônica..........................................................................77

4.1 Riscos no dia a dia do trabalho...............................................................................................................77


4.1.1 Riscos..............................................................................................................................................81
4.1.2 Como identificar os riscos no local de trabalho..............................................................81
4.1.3 Como minimizar os riscos e as consequências dos acidentes...................................82
4.2 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva............................................................................83
4.2.1 Definições.....................................................................................................................................84
4.2.2 Uso e gestão dos epis e epcs no ambiente de trabalho..............................................86
4.3 Acidente de trabalho..................................................................................................................................87
4.4 CIPA...................................................................................................................................................................90
4.5 Saúde no trabalho.......................................................................................................................................91
4.5.1 Doenças decorrentes do exercício da profissão e doenças do trabalho...............91
4.5.2 Prevenção das doenças...........................................................................................................92
5 Meio ambiente e a área de eletroeletrônica.........................................................................................................97

5.1 Interações entre a atividade humana e o meio ambiente............................................................97


5.1.1 Aspectos e impactos ambientais.........................................................................................98
5.1.2 A legislação ambiental brasileira..........................................................................................99
5.1.3 Ecossistemas............................................................................................................................. 100
5.2 Globalização dos problemas ambientais......................................................................................... 101
5.3 Ecoeficiência, consciência prevencionista e sustentabilidade................................................. 104
5.3.1 Uso consciente dos recursos naturais e fontes de energia...................................... 104
5.3.2 Desenvolvimento com consciência................................................................................. 107
5.3.3 A reciclagem e o problema do lixo nos grandes centros urbanos........................ 109
5.4 Descarte correto dos resíduos da eletroeletrônica....................................................................... 112

Referências......................................................................................................................................................................... 119

Minicurrículo do autor................................................................................................................................................... 121

Índice................................................................................................................................................................................... 123
Introdução

A unidade curricular de Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança no Trabalho visa de-
senvolver fundamentos relativos a ações prevencionistas de conservação do meio ambiente, se-
gurança no trabalho e utilização de ferramentas da qualidade, bem como capacidades sociais,
organizativas e metodológicas, tendo em vista a atuação do técnico nas situações de trabalho.
Esta unidade compõe o módulo básico do curso Técnico de Eletroeletrônica, que subsidia o
desenvolvimento dos módulos específicos I, II e III, como mostra a figura a seguir:
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
12

Entrada

Módulo Básico (300 h)


• Comunicação Oral e Escrita (60 h)
• Eletricidade (180 h)
• Leitura e Interpretação de Desenho (30 h)
• Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança no Trabalho (30 h)
(30h)

Módulo Específico I (300 h)


Instalação de Sistemas Eletroeletrônicos
Instalador de
Sistemas
• Instalação de Sistemas Elétricos Prediais (90 h) Eletroeletrônicos
• Instalação de Sistemas Eletroeletrônicos Industriais (90 h) (600 h)
• Instalação de Sistemas Eletrônicos (90 h)
• Gestão da Instalação de Sistemas Eletroeletrônicos (30 h)

Módulo Específico II (300 h)


Manutenção de Sistemas Eletroeletrônicos
Mantenedor de
• Manutenção de Sistemas Elétricos Prediais (60 h) Sistemas
Eletroeletrônicos
• Manutenção de Sistemas Eletroeletrônicos Industriais (120 h)
(900 h)
• Manutenção de Sistemas Eletrônicos (60 h)
• Gestão da Manutenção de Sistemas Eletroeletrônicos (60 h)

Módulo Específico III (300 h)


Desenvolvimento de Sistemas Eletroeletrônicos

• Projeto de Sistemas Elétricos Prediais (60 h)


• Projeto de Sistemas Eletroeletrônicos Industriais (120 h)
• Projeto de Sistemas Eletrônicos (60 h)
• Projeto de Melhorias de Sistemas Eletroeletrônicos (60 h)

Técnico em Eletroeletrônica (1200 h)

Figura 1 -  Estrutura curricular do curso Técnico de Eletroeletrônica


Fonte: SENAI-SP (2012)
1 INTRODUÇÃO
13

Os fundamentos técnicos e científicos desenvolvidos nesta unidade são:


a) elaborar planilhas e gráficos, inclusive em meio eletrônico;
b) identificar os elementos de descarte de resíduos;
c) identificar os aspectos relacionados à saúde e à segurança do trabalho nos
serviços de eletroeletrônica;
d) identificar procedimentos e normas técnicas;
e) interpretar os processos de gestão da qualidade, meio ambiente e saúde e
segurança do trabalho.

As capacidades sociais, organizativas e metodológicas abordadas nesta uni-


dade são:

a) ter raciocínio lógico; h) estabelecer prioridade;


b) ter consciência prevencionista i) ter organização;
em relação à saúde, segurança
j) manter-se atualizado tecnicamente;
no trabalho e meio ambiente;
k) cumprir normas e procedimentos;
c) ter visão sistêmica;
l) trabalhar em equipe;
d) ter proatividade;
m) comunicar-se de forma clara e precisa;
e) ter capacidade de análise;
n) ter responsabilidade;
f ) tomar decisões;
o) ter senso crítico.
g) ter senso investigativo;

Para desenvolver esses fundamentos e capacidades, nosso material está divi-


dido em cinco capítulos, sendo este o primeiro.
No segundo capítulo, abordaremos os fundamentos de qualidade, seus con-
ceitos e processos. Também indicaremos como aplicar as sete ferramentas clássi-
cas da qualidade para análise de tendências dos processos, identificação de pro-
blemas e possíveis soluções.
No terceiro capítulo, que trata de planilhas e gráficos, apresentaremos como
você utilizará os principais comandos e recursos das planilhas eletrônicas para,
entre outras finalidades, subsidiar o estudo das ferramentas da qualidade. Mos-
traremos como os dados são apresentados em planilhas e como podemos gerar
vários tipos de gráficos a partir delas.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
14

No quarto capítulo, sobre saúde e segurança no trabalho, abordaremos as


condições e os riscos ambientais, os acidentes, a necessidade e a gestão do uso
de EPIs e EPCs e as doenças decorrentes da atividade profissional. O foco estará
na prevenção de riscos e na redução de danos, no caso de acidentes. Apresenta-
remos também questões legais inerentes à segurança e saúde dos trabalhadores
da área, mais especificamente daqueles que atuam na área de eletroeletrônica.
Finalmente, no quinto capítulo, referente ao meio ambiente, vamos expor
conceitos ligados aos aspectos e impactos ambientais e à otimização do uso dos
recursos naturais, incluindo o uso de tecnologias mais limpas. O foco estará nas
ações e decisões que podem impactar na qualidade do meio ambiente e, conse-
quentemente, na vida da sociedade.
1 INTRODUÇÃO
15

Anotações:
Qualidade

Quando você adquire um produto ou um serviço, tem uma expectativa de que ele atenda
aos seus desejos e às suas necessidades.
Para entender melhor do que estamos falando, imagine que a situação a seguir tenha ocor-
rido de fato.
Entusiasmado com um produto adquirido por um colega e avaliado por ele como sendo
muito bom, você resolve adquirir outro igual. Porém, quando compra o seu, fica insatisfeito
porque constata que o produto apresenta defeitos que você considera importantes.
Saiba que o problema provavelmente é com a gestão dos processos produtivos que gera-
ram um equipamento defeituoso.
Pois bem, a qualidade de produtos e serviços de uma organização afeta diretamente nossas
vidas e deve ser preocupação de todas as organizações.
Há mais um fator que faz a diferença entre a sua avaliação e a de seu colega sobre o mesmo
produto: a qualidade é um conceito amplo, que compreende dimensões próprias do objeto e
particulares a cada pessoa.
Sabendo disso, as empresas têm buscado aprimorar sua visão sobre elementos e aspectos
que contribuem para a qualidade dos seus produtos, tendo em vista melhor atender às neces-
sidades de seus clientes.
Esse é exatamente o tema deste capítulo no qual tratamos dos conceitos e das práticas que
têm sido desenvolvidas pelas organizações visando agregar qualidade aos seus produtos, aos
seus processos de produção e aos serviços de modo geral, inclusive aqueles relacionados com
a área da eletroeletrônica.
Iniciaremos destacando a importância da qualidade no dia a dia das empresas e como a sua
gestão pode alterar os resultados das organizações.
Em seguida, abordaremos os principais conceitos e ferramentas que auxiliam na gestão da
qualidade, verificando como eles contribuem para que você possa enfrentar os desafios do
trabalho na função de técnico.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
18

1 RETRABALHO Assim, ao final deste capítulo, você terá subsídios para:

Situação na qual, após a a) reconhecer a importância da qualidade nas organizações;


conclusão do processo
produtivo, um componente b) interpretar os processos de gestão da qualidade;
ou equipamento precisa
sofrer intervenções para c) identificar as principais ferramentas da qualidade.
atender às funções para que
foi projetado.

2.1 A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE

Dois dos maiores desafios das organizações atualmente são garantir a prefe-
rência dos clientes por seus produtos e serviços e a eficiência dos seus processos.
Para que isto ocorra, os sistemas de gestão de qualidade são aliados importantes,
já que apresentam um conjunto de metodologias e ferramentas para serem im-
plantadas, visando cooperação para proporcionar o alcance e a manutenção dos
seus objetivos.
Os sistemas de gestão da qualidade se destinam a impulsionar e estruturar
mudanças para a melhoria contínua das empresas e, desse modo, contribuir para
a permanência delas nos mercados onde já atuam e, algumas vezes, para con-
quista de outros nos quais possam vir a atuar.
Para tanto, devemos pensar em qualidade sobre três aspectos:
a) a qualidade dos produtos: que se refere à busca de um desempenho com
ausência de falhas, à manutenção de bom preço, à disponibilidade para
atendimento e à boa qualidade de serviços associados (assistência técnica,
suporte, treinamento);
b) a qualidade dos processos: que trata da produtividade e redução de cus-
tos alcançada pela diminuição de perdas e desperdícios, pela definição de
padrões que evitem grandes variações nos resultados e, ao mesmo tempo,
pela manutenção da flexibilidade necessária para que as empresas possam
se adaptar às mudanças do mercado;
c) a qualidade da organização: que compreende a busca contínua de inte-
gração e sinergia entre os processos.
Dentre os aspectos anteriormente mencionados, destacamos a qualidade nos
processos, pois a baixa eficiência desta, causada pelo desperdício de material, de
recursos e pelas atividades de retrabalho¹, tem sido preocupação das empresas
que produzem bens e serviços.
2 QUALIDADE
19

Não posso acreditar!


Esperei tanto para comprar
esse notebook, mal usei e ele
já deu defeito de fábrica...

Figura 2 -  Uma questão de qualidade


Fonte: SENAI-SP (2012)

Se entendermos que o cliente é a razão de existir de uma organização, po-


demos dizer que quanto mais clientes satisfeitos uma organização tem, mais pro-
paganda favorável terá, gerando um “círculo virtuoso” que contribui para o seu
crescimento. E quanto mais clientes insatisfeitos, mais propaganda desfavorável
será feita, gerando um “círculo vicioso” que pode prejudicar sua imagem.
Mas você pode estar se perguntando: de que maneira o meu trabalho, como
técnico em eletroeletrônica, pode contribuir para a conquista e manutenção dos
clientes da organização onde atuo ou atuarei?
Para responder a essa questão, imagine-se como técnico em uma indústria,
responsável pela manutenção das máquinas e dos equipamentos lá existentes.
Como profissional responsável que você é, sabe que o seu trabalho tem influência
direta sobre os serviços prestados, pois, caso a manutenção realizada não atenda
a padrões de qualidade, poderá gerar problemas na fabricação dos produtos e
comprometer sua imagem profissional e a da empresa com os clientes.
Colocá-lo no lugar desse técnico foi uma estratégia para ajudá-lo a perceber
como é importante adotar procedimentos que garantam a qualidade do trabalho
que você realiza. O que implica aprender sobre as metodologias e os instrumen-
tos desenvolvidos pelos estudos de gestão da qualidade.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
20

2 BITOLA 2.1.1 PROCEDIMENTOS DE TRABALHO E TERMOS UTILIZADOS NA


Área de passagem da
QUALIDADE
corrente no condutor,
normalmente especificada Procedimentos de trabalho são documentos ou práticas adotadas por uma
em milímetros quadrados.
organização para orientar sobre os requisitos e as especificações a serem observa-
das quando da realização de uma atividade ou um conjunto delas.
Também descrevem como a atividade deve ser realizada para garantir que re-
quisitos e especificações sejam satisfeitos.

Figura 3 -  Procedimento documentado


Fonte: SENAI-SP (2012)

Mas o que são requisitos e especificações? São parâmetros mínimos que de-
vem ser atendidos para garantir a qualidade de um item ou produto. Para que
fique mais claro, vamos abordar cada um deles.

Requisitos

São parâmetros definidos por:


a) normas técnicas;
b) órgãos reguladores;
c) um grupo de pessoas voltadas a atender às necessidades particulares.
Os requisitos de natureza legal ou estatutária (decorrentes de legislação) são
os definidos por pareceres ou regulamentos ditados pelo governo ou por agên-
cias reguladoras como, por exemplo, aqueles definidos pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) ou pelo Ministério do Trabalho.
2 QUALIDADE
21

Para os produtos da área de eletroeletrônica, quando aplicável, há certificados


de conformidade que são emitidos por laboratórios credenciados junto ao Insti-
tuto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro)

SAIBA Para saber mais sobre as atividades do Inmetro, você pode


consultar o endereço <http://www.inmetro.gov.br/>, na in-
MAIS ternet.

Atender aos requisitos e às especificações legais pode ser fator decisivo para
a comercialização de produtos ou serviços de uma organização. Exemplos mui-
to conhecidos são os produtos das indústrias alimentícias e farmacêuticas, que
devem atender às normas ou regulamentações da Anvisa para que possam ser
comercializados.

Se os produtos ou serviços da empresa em que você


VOCÊ atua ou atuará estiverem sujeitos a normas ou regula-
mentos ditados por outras organizações, cabe a ela aten-
SABIA? dê-los. O não atendimento pode resultar em risco para
os clientes e pesadas sanções legais para a empresa.

Especificações

São parâmetros definidos pelo projetista. Permitem verificar se um dado ele-


mento atende à finalidade para qual ele está sendo utilizado, seja na fabricação
de produtos ou na prestação de serviços. Por exemplo, indica se uma determina-
da bitola² de condutor atende à necessidade decorrente de uma dada aplicação.

Ao seguir os requisitos e as especificações relativas a um


produto ou serviço, a empresa confirma sua qualidade,
VOCÊ ou seja, garante que seu produto ou serviço esteja em
conformidade com o previsto. Quando isso não acon-
SABIA? tece, na linguagem da qualidade, costuma-se dizer que
foram detectadas não conformidades e, nesse caso,
devem ser adotadas medidas de correção.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
22

Até aqui vimos que os requisitos e as especificações são parâmetros importan-


tes quando tratamos de qualidade. Aliás, são tão importantes que um produto
tem sua qualidade atestada quando atende aos requisitos ou às especificações
estabelecidas.
Além desses, existem outros conceitos que merecem nossa atenção, pois nos
ajudam a entender melhor como a qualidade está diretamente relacionada com o
nosso trabalho. Veja no quadro a seguir quais são esses conceitos, suas definições
e como afetam nosso dia a dia, como técnico, na empresa onde atuamos:

Quadro 1 – Definições de alguns termos da qualidade

CONCEITO DEFINIÇÃO COMO AFETA NOSSO DIA A DIA

São pessoas ou empre-


São a razão de ser da empresa. Se não exis-
sas que compram ou
tirem, eliminam a necessidade de a empresa
Clientes dependem dos produtos
existir e, consequentemente, a razão de existir-
e serviços da nossa
mos dentro dela.
empresa.

São considerados nossos parceiros, pois


fornecem insumos e serviços que compõem
São pessoas ou empre-
nosso produto. Como é economicamente
sas que fornecem os
Fornecedores inviável a execução de todos os processos em
produtos e serviços para
uma mesma empresa, precisamos de fornece-
nossa empresa.
dores que, como nós, se preocupem com a
qualidade.

A eficácia é medida pela


Os processos com baixa eficácia geram altas
capacidade de um pro-
Eficácia quantidades de retrabalho, agregando custos e
cesso atingir os objetivos
diminuindo a produtividade.
propostos.

A eficiência compara a Processos com baixa eficiência até podem ser


Eficiência eficácia obtida com os eficazes, porém comparativamente têm altos
recursos utilizados. custos.

2.2 PRINCÍPIOS DE GESTÃO DA QUALIDADE

Para discutirmos gestão da qualidade, vamos nos basear na família de normas


que é reconhecida internacionalmente como referência para essa tarefa. Estamos
falando da família ISO 9000 ou, aqui para o Brasil, na NBR ISO 9000.
2 QUALIDADE
23

A ISO 9000, no Brasil conhecida por NBR ISO 9000, é uma famí-
SAIBA lia de normas que nos permite implementar, implantar, manter
e melhorar continuamente os Sistemas de Gestão da Qualida-
MAIS de de uma organização. Para saber mais sobre esse tema, con-
sulte o site da ABNT no endereço <http://abnt.org.br>.

a) Foco no cliente: se os clientes são a razão de existir da organização, convém


que esta busque determinar e atender as suas necessidades atuais e futu-
ras e sempre que possível exceder as expectativas. Este princípio destaca a
importância das relações entre os clientes e a organização. Se a qualidade
é julgada pelo cliente, todas as características específicas dos produtos e
serviços devem adicionar valor ao produto e contribuir para determinar sua
preferência. Essa questão se constitui, portanto, no principal foco do siste-
ma de gestão da organização.
b) Liderança: o ponto de partida para a implantação de um programa de me-
lhoria da qualidade de uma empresa é a intervenção da liderança e da alta
direção, estabelecendo rumos e se empenhando pessoalmente por meio
da sua participação efetiva, dando o exemplo aos colaboradores na busca
por atender aos objetivos da organização.
c) Envolvimento das pessoas: o êxito das organizações depende cada vez
mais da utilização competente das habilidades, da motivação e da criati-
vidade de seus funcionários cooperando para atender às necessidades do
cliente externo e interno. Ou seja, um bom ambiente e boas relações de
trabalho são fatores que potencializam a utilização das competências dos
seus membros para benefício da organização.
d) Abordagem de processo: a realização de metas de melhoria da qualidade
e do desempenho de uma organização requer a gestão de atividades e re-
cursos baseada em elementos que dão suporte ao processo (entradas), nas
atividades do processo e nos seus desdobramentos (saídas).
e) Abordagem sistêmica para gestão: um produto deve ser entendido
como parte de um sistema maior, já que ele resulta de uma intenção da
direção traduzida em planos. Identificar os processos de uma organização e
determinar seus inter-relacionamentos permite avaliar globalmente, e não
pontualmente, as ações e os resultados que ela apresenta.
f) Melhoria contínua: convém que a organização sempre busque a melhoria
de seu desempenho global (pessoas, produtos e processos) com o objeti-
vo de torná-la mais eficaz e eficiente. Isso implica na busca constante da
qualidade para promover a excelência dos produtos, serviços e resultados
que só é alcançada quando essa intenção está impregnada nos modos de
funcionamento da empresa.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
24

3 SISTEMA DE GESTÃO DA g) Abordagem factual para tomada de decisão: esse é um dos princípios
QUALIDADE
fundamentais de gestão para qualquer área e põe em destaque a impor-
É um conjunto de elementos tância de decisões de gerenciamento apoiadas em análises de dados e em
interligados que trabalham informações relevantes e precisas. As impressões, a intuição ou as decisões
coordenados para atender
à política e aos objetivos da tomadas sem estudo prévio são desconsideradas, pois, em geral, condu-
qualidade, com os objetivos
de dar consistência aos zem ao desperdício de recursos e ao retrabalho.
seus produtos e serviços e
satisfazer as necessidades h) Benefícios mútuos na relação com fornecedores: uma empresa não
e expectativas dos seus compra apenas produtos e serviços de seus fornecedores, mas também en-
clientes.
genharia e capacidade produtiva, estabelecendo com eles uma relação de
interdependência. Um relacionamento de benefícios mútuos aumentará a
capacidade de ambos em atingir seus objetivos.
Observe na figura a seguir como esses princípios podem ser agrupados de
acordo com sua natureza.

Foco no
cliente
Melhoria Envolvimento
contínua das pessoas

Benefícios Sistema de
mútuos na
relação com Gestão da Liderança
fornecedores Qualidade

Abordagem Abordagem
factual para de
tomada de processo
decisões Abordagem
sistêmica
para gestão

Figura 4 -  Princípios de gestão da qualidade


Fonte: SENAI-SP (2012)
2 QUALIDADE
25

Na cor azul, estão os princípios do envolvimento das pessoas e de lideran-


ça. Eles se relacionam com as atitudes dos colaboradores, líderes e subordinados.
Exaltam a importância dos membros da organização nas atividades da empresa,
sobretudo nas de gestão. Muitas empresas têm relações entre os chefes e subor-
dinados tão desgastantes que comprometem a parceria necessária para que os
resultados sejam alcançados.
Em laranja, estão os princípios de abordagem, que nos remetem a uma forma
eficiente de se fazer a gestão da empresa, na medida em que permitem identificar
os processos, suas entradas e saídas e a forma como se inter-relacionam, facili-
tando a aplicação dos recursos necessários e a visualização dos pontos onde o
desempenho da empresa precisa de melhorias. No próximo tópico definiremos o
que são esses processos e quais são suas inter-relações.
Na cor amarela, o princípio dos benefícios mútuos representa uma ótima prá-
tica, uma vez que a relação sadia entre a empresa e seus fornecedores torna mui-
tas das atividades mais eficientes para ambos.
Em verde, estão os princípios foco no cliente e melhoria contínua. Eles repre-
sentam os fundamentos que regem o Sistema de Gestão da Qualidade³ (SGQ) e es-
tão apoiados sobre um tripé que define como devem ser desenvolvidas todas as ati-
vidades de gestão da qualidade. Esse tripé é constituído pelos seguintes elementos:
a) satisfação dos clientes;
b) resultados dos processos;
c) resultados do próprio SGQ.
Os oito princípios comentados são de grande importância para o sucesso das
organizações em qualquer área, pois a competitividade entre elas é cada vez
maior, e há cada vez menos espaço para aquelas que não prezam pela qualidade
de seus produtos e não se preocupam com a satisfação de seus clientes.

2.3 PROCESSO

A abordagem de processo, como vimos no tópico anterior, é um dos princípios


dos sistemas de gestão da qualidade.
Segundo a NBR ISO 9000, um processo pode ser definido como “o conjunto de ati-
vidades inter-relacionadas ou interativas que transforma insumos (entradas) em pro-
dutos (saídas)”. Observe na figura a seguir a representação gráfica dessa definição.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
26

Atividades
Entradas do
Saídas
processo

Figura 5 -  Representação de processo


Fonte: SENAI-SP (2012)

Sabendo quais são as entradas necessárias, quais as atividades envolvidas e


as saídas esperadas, podemos realizar ações e tomar decisões que garantam a
eficácia de um processo.
Para melhor compreensão, recorremos à análise de uma situação na qual você
ou alguma pessoa próxima sua já deve ter passado: trata-se do processo seletivo
de uma organização.
As competências profissionais e pessoais e as experiências requeridas para o
cargo formam o perfil profissional determinado pelo departamento que requisita
o funcionário em conjunto com os especialistas em Recursos Humanos da empre-
sa (entradas).
Ocorre em seguida a divulgação da vaga nos meios de comunicação mais ade-
quados, requisitando, normalmente, o envio de currículos para a equipe respon-
sável pela seleção.
O passo seguinte é a seleção dos candidatos que mais se adéquem à vaga para
uma entrevista que avalie o grau de atendimento às competências requeridas
para o cargo.
Muitas empresas também realizam uma entrevista com os profissionais da área
de atuação do candidato para avaliar os pontos mais específicos referentes à atuação.
Finalmente, é elaborado um parecer com as necessidades de treinamento para
adequar o candidato contratado à vaga que ele ocupará (saídas).
2 QUALIDADE
27

Demanda por
profissional
(entrada)

Perfil Profissional

Divulgação
das vagas

Currículos

Seleção dos
candidatos

Candidatos

Entrevistas

Contratados
(saída)

Figura 6 -  Exemplo de processo seletivo


Fonte: SENAI-SP (2012)

2.4 FERRAMENTAS DA QUALIDADE

Imagine que você está trabalhando há alguns meses em uma empresa, como
técnico, e seu supervisor o chama e apresenta a seguinte situação: “Temos alguns
problemas com relação aos nossos produtos. Você poderia nos ajudar a resolvê-
-los? Forneceremos para você todos os dados da linha de produção e o histórico
dos problemas apontados pelos clientes”.
Frente a esse desafio, você logo pensa: “Vou precisar aplicar ferramentas de qua-
lidade para tentar identificar os problemas e suas causas. Assim poderei propor
ações de melhoria!” Então, você responde: “Claro que sim, vamos analisar os dados!”
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
28

4 RASTREABILIDADE Essa é uma situação que pode ocorrer no dia a dia de um técnico, pois muitas
organizações têm por prática envolver seus funcionários na busca de soluções
A rastreabilidade de um
conjunto de dados é para os problemas e, algumas delas, até oferecem bônus para as ideias que levam
obtida somente quando à economia de seus recursos, sejam físicos ou de tempo.
conseguimos retornar até
os eventos que geraram
esses dados. Por exemplo, Porém, para alcançar esse objetivo, é preciso recorrer a ferramentas que permi-
os produtos da área de tam o diagnóstico da situação e a identificação da causa-raiz do problema.
eletroeletrônica podem ser
rastreados por meio de seus A causa-raiz de um problema é a ação ou o fato que, se corrigido, elimina o
modelos, números de lote
e série. problema definitivamente.
Historicamente há muitas ferramentas com essa finalidade, sendo as mais con-
sagradas:
a) lista de verificação;
b) estratificação;
c) gráfico de Pareto;
d) histograma;
e) gráfico de controle;
f ) brainstorm;
g) diagrama de Ishikawa;
h) diagrama de dispersão.
Porém, cabe ressaltar que a utilização dessas ferramentas só será possível se con-
tarmos com dados do processo para análise. A coleta desses dados é feita por meio
de formulários que permitam a identificação e rastreabilidade4 dos problemas.
Acompanhe a seguir a explicação de cada uma dessas ferramentas.

2.4.1 LISTA DE VERIFICAÇÃO

Também conhecida como Folha de Verificação, ou Check List, consiste em um


formulário que contém itens a serem verificados para avaliar conformidades de
um processo ou produto. Esses formulários são úteis desde que os itens sejam
abrangentes e criteriosos para atestar as conformidades.
Frequentemente as listas de verificação dispõem de um sistema de critérios, pe-
sos e avaliações que permitem ao avaliador liberar ou não o processo ou produto.
A seguir, veja um exemplo de uma lista de verificação que apresenta a quan-
tidade de defeitos de uma placa de controle de iluminação. Observe como os da-
dos são registrados:
2 QUALIDADE
29

Produto: Placa de controle da iluminação Turno: Manhã


Processo: Montagem Operador: 156483
Lote: 155464
Máquina: 123558
Linha: Alfa
Defeitos Quantidade Total
Solda fria no conector J1 IIIII IIIII IIIII 15
Curto-circuito no chip U3 IIIII IIIII IIIII IIIII IIII 24
Falha de preenchimento em J8 IIIII II 7
Falha de posicionamento em Q5 IIIII IIIII IIIII IIIII 20
Outros (citar quais)
0

Total de defeitos no lote: 66


Total de peças defeituosas: IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII III 28

IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII


Total de peças produzidas: IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII 120
IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII

Figura 7 -  Exemplo de lista de verificação


Fonte: SENAI-SP (2012)

A partir dos dados coletados e indicados nessa lista de verificação, outras fer-
ramentas da qualidade podem ser aplicadas para determinar possíveis desvios
de processo e ações necessárias para sua correção. Passaremos a descrevê-las a
partir do próximo tópico.

2.4.2 ESTRATIFICAÇÃO

Estratificar consiste em separar e agrupar dados coletados de acordo com uma


ou mais características comuns, de modo a possibilitar a identificação de relações
ou tendências entre eles, que possam influenciar no comportamento dos demais,
permitindo prever resultados futuros.
Para estratificarmos os dados, precisamos ordená-los de acordo com as várias
categorias definidas, analisar os resultados seguindo critérios estabelecidos e em
seguida propor ações de correção ou melhoria.
Os agrupamentos para dados monitorados podem ser construídos por lote de
matéria-prima, por turno de produção, por linha de fabricação ou por operador.
Se o problema for de matéria-prima, podemos chegar aos produtos por meio
dos lotes. Esse é o método utilizado pelas montadoras para identificar, por exem-
plo, quais os veículos que precisam passar por um processo de recall.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
30

Se utilizarmos outros agrupamentos de dados, podemos chegar até o opera-


dor que precisa de orientação ou treinamento para produzir dentro das especifi-
cações. Podemos também localizar problemas com as linhas ou influências am-
bientais, no caso do problema ser por turno.
Para efeito de rastreabilidade, só podemos estratificar os dados por lote de
matéria-prima, turno de produção, linha de fabricação e operador se o formulário
de coleta de dados tiver esses campos disponíveis, como no exemplo de lista de
verificação da placa de controle de iluminação apresentado anteriormente. No
exemplo, você pode constatar as seguintes informações no cabeçalho:

Produto: Placa de controle da iluminação Turno: Manhã


Processo: Montagem Operador: 156483
Lote: 155464 Máquina: 123558
Linha: Alfa

Figura 8 -  Dados da lista de verificação que permitem rastreabilidade


Fonte: SENAI-SP (2012)

Daí a importância da definição dos itens e critérios aplicáveis ao formulário,


pois, se ele não permitir a rastreabilidade do processo, não poderemos utilizá-lo
na análise dos dados.
No exemplo anterior, se não houvesse as informações de linha, turno, opera-
dor e máquina, não seria possível estratificar os dados seguindo esses critérios.

2.4.3 GRÁFICO DE PARETO

Trata-se de um gráfico de barras no qual as ocorrências são ordenadas da maior


quantidade para a menor. Tem por objetivo demonstrar onde estão os maiores
impactos em um dado processo, para guiar a definição de prioridades das ações
e dos investimentos de correção.
Assim como na estratificação, os dados que subsidiam a construção e análise
dos gráficos são coletados por formulários ou sistemas que contemplem o tipo de
defeito e o custo unitário do retrabalho.
Para que você construa os gráficos de Pareto, estratifique os dados de acordo
com o total das ocorrências e ordene-os do maior valor para o menor.
2 QUALIDADE
31

Porém, o gráfico de Pareto é mais utilizado para evidenciar os custos dos im-
pactos do que a frequência de ocorrência.
A seguir, apresentamos um exemplo para os Paretos de ocorrências e custo.

Ocorrências
9
8 8
7
6
5
4
4 3 3
3 2
2
1
0
Ajuste Acabamento Não Solda dos Padrão da
funciona componentes fiação

Custo
R$ 16,00
R$ 14,00
R$ 12,00
R$ 10,00
R$ 8,00
R$ 6,00
R$ 4,00
R$ 2,00
R$ -
Não Acabamento Padrão da Solda dos Ajuste
funciona fiação componentes

Figura 9 -  Gráficos de Pareto de ocorrências e custo


Fonte: SENAI-SP (2012)

Note que, se considerarmos as ocorrências, as ações prioritárias serão volta-


das para a eliminação dos defeitos de ajuste e acabamento dos componentes.
Caso os dados considerados sejam os custos, as ações prioritárias serão volta-
das para a eliminação dos defeitos de funcionamento e acabamento.
Podemos também construir esses gráficos com barras ou linhas que represen-
tem a porcentagem de ocorrências de um dado tipo de defeito ou seu custo
comparado ao valor total do retrabalho.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
32

Ocorrências %
100%
100% 90%
80% 75%
60%
60%

40% 40%

20% 20% 15% 15% 10%


0%
Ajuste Acabamento Não Solda dos Padrão da
funciona componentes fiação

Custo %
97% 100%
100% 88%
80% 75%

60% 49%
40%
26%
20% 13% 10%
3%
0%
Não Acabamento Padrão da Solda dos Ajuste
funciona fiação componentes

Figura 10 -  Pareto de ocorrências e custos percentuais


Fonte: SENAI-SP (2012)

Observando o gráfico de ocorrências, constatamos que resolvendo os defeitos


de ajuste, acabamento e não funcionamento solucionaremos 75% dos problemas
de produção.
Com relação aos custos, essa mesma porcentagem é alcançada tratando-se
somente os problemas de não funcionamento e acabamento.

2.4.4 HISTOGRAMA

O histograma é um gráfico que demonstra a quantidade de ocorrências de even-


tos ao longo de um período, permitindo, inclusive, identificar sua sazonalidade.
A sazonalidade é a relação entre uma ocorrência e o período de tempo onde
ela ocorre. Por exemplo, a produção de sorvete no Brasil é sazonal, pois sua venda
aumenta no verão.
2 QUALIDADE
33

Enquanto o gráfico de Pareto permite priorizar ações, o histograma permite iden-


tificar em que momentos os desvios ou eventos ocorrem com maior frequência.
Para construir um histograma, vamos coletar os dados identificando os perí-
odos onde eles foram medidos, em seguida agrupamos os dados por períodos
afins e construímos o gráfico.
Analisando os resultados, seguindo os critérios estabelecidos, vamos então
propor as ações.

Produção em mil unidades

16

12

0
nov/07
jan/07
fev/07
mar/07
abr/07
mai/07
jun/07
jul/07
ago/07
set/07
out/07

dez/07
jan/08
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08

Figura 11 -  Exemplo de histograma de produção


Fonte: SENAI-SP (2012)

2.4.5 GRÁFICO DE CONTROLE

Trata-se de gráfico que permite identificar a capacidade de um dado processo


atender às especificações propostas. Nele são representados os limites superior
e inferior para a variável de controle. Analisando o comportamento dos dados,
podemos avaliar a estabilidade do processo e o número de itens que estão fora
da especificação.
Para construí-lo, você deve seguir os seguintes passos:
a) escolha os dados para coleta;
b) agrupe os dados;
c) construa o gráfico;
d) analise os resultados, seguindo os critérios estabelecidos;
e) proponha as ações.
No exemplo a seguir, são apresentados os dados das três linhas de produção
de uma empresa em função do dia da semana.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
34

110

105

Linha 1
100
Linha 2
Linha 3
95
LCS
LCI
90

85
Seg Ter Qua Qui Sex
Figura 12 -  Exemplo de gráfico de controle
Fonte: SENAI-SP (2012)

LCI e LCS referem-se aos limites de controle inferior e superior que são calcu-
lados em função das especificações do processo e com o uso das ferramentas de
Controle Estatístico de Processos (CEP) que você aprenderá mais adiante, na uni-
dade curricular Gestão da Manutenção de Sistemas Eletroeletrônicos.
Porém, observando esse gráfico de controle verificamos que há pelo menos
dois pontos fora desses limites, caracterizando problemas no processo.
Notamos também que há oscilações de grande amplitude e com tendência de
aumento e diminuição. Esse comportamento indica uma baixa estabilidade do
processo, o que afeta a qualidade do produto.

2.4.6 BRAINSTORM

Consiste em uma técnica de coleta de informações, realizada em uma reunião


de um grupo de pessoas que expõe suas ideias com o objetivo de determinar as
possíveis causas de um problema (ou efeito) ou para propor sugestões de melhoria.
Há duas formas diferentes de aplicar o brainstorm: o estruturado, em que cada
membro do grupo contribui com uma ideia em sistema de rodízio, e o não estru-
turado, em que os membros do grupo expõem suas ideias livremente, à medida
que elas forem surgindo.
Cada forma tem as vantagens e desvantagens. A escolha mais adequada de-
pende da composição e maturidade do grupo que participará da tarefa.
2 QUALIDADE
35

As ideias devem ser anotadas, sem que seja feito juízo prévio de seu valor ou
relevância.
A análise será feita posteriormente, utilizando o diagrama de Ishikawa ou ou-
tra ferramenta mais adequada para a finalidade proposta.

2.4.7 DIAGRAMA DE ISHIKAWA

Também conhecido como Espinha de peixe, ou Diagrama causa e efeito, é


um gráfico que liga os principais grupos de causas ou tipos de causas específicas
a um dado efeito.

Meio ambiente Metodologia Máq. e equip.

Efeito

Mão de obra Matérias-primas Medição

Figura 13 -  Representação de diagrama de Ishikawa para preencher


Fonte: SENAI-SP (2012)

Os diagramas de Ishikawa são úteis como ferramentas sistemáticas para en-


contrar, classificar e documentar as causas da variação da qualidade na produção
e organizar a relação mútua entre elas.
Nos processos industriais, as principais fontes de causas são meio ambiente,
metodologia, máquinas e equipamentos, mão de obra, matérias-primas e insu-
mos, medição e análise de dados.
Quase sempre o brainstorm será utilizado em conjunto com as listas de veri-
ficação e os dados gerados no processo, de modo a elencar as principais causas
para o dado efeito.
As fontes de causas também podem ser específicas em cada um dos proces-
sos, fazendo com que algumas das elencadas na figura 13 não se apliquem. Cabe
aos especialistas sobre o processo fazer as adequações devidas nas fontes de cau-
sa para que a ferramenta se torne eficaz.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
36

Kaoru Ishikawa (1915-1989) é considerado um dos pais


da gestão da qualidade. Foi o criador dos conceitos de
círculos da qualidade e do diagrama causa x efeito.
Aprendeu os princípios do controle estatístico da qua-
lidade desenvolvido pelos americanos, integrando-os,
VOCÊ expandindo-os e adaptando-os para criar a filosofia ja-
SABIA? ponesa da qualidade.
Para ele, “a qualidade é uma revolução da própria filoso-
fia administrativa, exigindo uma mudança de mentali-
dade de todos os integrantes da organização, principal-
mente da alta cúpula”.
Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Kaoru_Ishikawa>

2.4.8 DIAGRAMA DE DISPERSÃO

Essa ferramenta utiliza gráficos nos quais cada eixo representa uma das va-
riáveis. Verificamos a existência da correlação entre elas quando notamos uma
tendência de acúmulo dos pontos em uma das direções do gráfico. Quanto maior
o acúmulo, maior será a correlação entre as variáveis.
Por outro lado, se os pontos estiverem muito dispersos ou se comportarem
aleatoriamente, não haverá correlação entre as variáveis.

120
Peso em quilogramas

100
80
60
40
20
0
1,4 1,6 1,8 2
Altura em metros

Figura 14 -  Diagrama de dispersão


Fonte: SENAI-SP (2012)

Nesse exemplo, podemos verificar uma forte correlação positiva entre as vari-
áveis altura e peso, o que já era de se esperar, pois tratam dos dados de um grupo
de pessoas.
As correlações, quando existirem, podem ser de quatro tipos:
a) positiva forte, quando o aumento de uma variável reflete no aumento da outra;
b) positiva fraca, quando o aumento de uma variável aparentemente reflete
no aumento da outra;
2 QUALIDADE
37

c) negativa forte, quando o aumento de uma variável reflete na diminuição


da outra;
d) negativa fraca, quando o aumento de uma variável aparentemente reflete
na diminuição da outra.

CASOS E RELATOS

Certo dia, o chefe da qualidade de uma importante montadora de veícu-


los se deparou com um problema intrigante: alguns dos veículos apre-
sentavam bolhas nas superfícies que acabavam de ser pintadas. Para
solucionar o problema, utilizou a seguinte estratégia: primeiro verificou a
qualidade do ar comprimido utilizado na linha de pintura, pois a umidade
no ar poderia ter provocado as bolhas. Porém, constatou que o ar estava
dentro dos padrões esperados. O segundo passo foi verificar a matéria-
prima e o processo de preparo da tinta, mas essa hipótese também foi
prontamente descartada, pois a ocorrência das bolhas era intermitente e
ocorria de forma aleatória.
Após várias outras hipóteses serem estudadas, percebeu que havia al-
guns funcionários que limpavam as superfícies com flanelas antes de
serem pintadas, para retirar resíduos de sujeira e evitar retrabalho. Tro-
caram, então, as flanelas, mas não surtiu efeito.
Em seguida, o especialista revezou a posição dos funcionários que executa-
vam a tarefa para verificar se eles estavam influenciando o processo, em-
bora estivessem executando a atividade corretamente.
Após mais algumas bolhas ele descobriu a causa do problema: um dos co-
laboradores estava usando uma faixa no punho, pois havia se contundido
em um jogo de futebol na noite anterior. A faixa estava impregnada com
um produto que continha cânfora. Ao evaporar, a cânfora se depositava
sobre a superfície a ser pintada, provocando as bolhas. O funcionário foi
então realocado para outro posto temporariamente até que o problema
com o punho fosse resolvido.
A essa altura, com os conteúdos sobre ferramentas da qualidade que es-
tudamos neste capítulo, você deve ter identificado que esse caso ilustra
uma aplicação prática de duas dessas ferramentas. Pois bem, é isso mes-
mo, o chefe da qualidade aplicou o brainstorm e o diagrama de Ishikawa
para identificar tanto as causas como as soluções para o problema.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
38

RECAPITULANDO

Neste capítulo estudamos a importância da qualidade no dia a dia das


empresas e vimos como ela influencia na relação com os clientes.
Constatamos a importância de seguir os procedimentos para atingir as
metas e atender aos requisitos e às especificações para os produtos.
Estudamos também quais são os oito princípios de gestão da qualidade,
segundo a ISO 9000, e quais as ferramentas mais consagradas para nos
apoiar na análise dos dados e tomada de decisão.
Você deve ter observado que são muitas as informações necessárias para
análise e apoio às decisões importantes!
Mas não se preocupe se os termos e exemplos utilizados aqui ainda não
fazem parte de seu dia a dia, pois, mais adiante, esses conteúdos serão
aplicados no curso de forma prática, e você poderá entendê-los melhor!
2 QUALIDADE
39

Anotações:
Planilhas e Gráficos

No capítulo anterior, discutimos sobre gestão da qualidade nas empresas e começamos a


aprender sobre o desafio de identificar, nos processos instalados nessas organizações, pontos
a serem ajustados, visando atender melhor as necessidades dos clientes, com economia, pro-
dutividade e eliminação de desperdício.
Verificamos que para isso as empresas precisam contar com dados e informações confiáveis
sobre os seus clientes, o desempenho de seus produtos e serviços, operações e mercado, com-
parações de competitividade, fornecedores e aspectos financeiros e de custo, entre outros. O
que coloca como prioridade para as organizações o armazenamento e a disponibilização de
dados com versatilidade de formatos, rapidez e confiabilidade. Tarefas essas inerentes a dife-
rentes ferramentas de planilhas eletrônicas existentes no mercado.
Assim, neste capítulo, exploramos recursos básicos para a operação de planilhas eletrônicas,
demonstrando como podemos construir indicadores que apoiem as atividades de gestão da
qualidade nas empresas. Para tanto, propomos atividades estruturadas de criação e leitura de
planilhas e gráficos, exploramos diferentes modos de visualização, descrição e classificação dos
processos desenvolvidos nas empresas e as formas de elaboração de diagnósticos apoiados na
análise, discussão e comparação dessas informações.
Para atingirmos o objetivo proposto, faremos uso dos recursos do software Microsoft Office
Excel, por ser esse um dos programas mais utilizados para esse fim. Mas é importante ressaltar
que os recursos aqui utilizados, ou seja, inserção e formatação de dados, inserção e uso de
fórmulas e construção de gráficos, são comuns a todos os programas de planilhas eletrônicas.
Mas fique atento, pois se você utilizar outra planilha eletrônica que não a Microsoft Office
Excel, é possível que haja variação ou diferenças nos comandos para a execução das operações
que você precisa realizar. Nesse caso, consulte o menu Ajuda (Help) do programa que estiver
usando.
A elaboração e o uso de planilhas de custo não serão abordados nesta unidade de estudo,
mas serão aprofundados mais adiante, quando abordarmos os processos de gestão da instala-
ção, da manutenção e do projeto.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
42

Assim como há vários programas, também há vários tipos de arquivos de pla-


nilhas que podem ser gerados. Nem sempre existe compatibilidade entre arqui-
vos gerados em programas diferentes. Porém, a maioria dos programas permite
que os dados sejam salvos em diversos formatos. Para evitar incompatibilidades,
busque sempre um formato compatível com os programas instalados na empresa
em que você trabalha ou com o programa de seu cliente.

As planilhas elaboradas em papel existem há muito tempo,


SAIBA porém foi Dan Bricklin o idealizador do Visicalc, a primeira
MAIS planilha eletrônica, criada no final dos anos de 1970. Bricklin
também criou outros programas e fundou várias empresas.

3.1 INSERÇÃO DE DADOS EM UMA PLANILHA

Uma planilha nada mais é do que uma tabela composta por linhas e colunas,
nas quais são inseridos dados e fórmulas. No cruzamento dessas linhas e colunas,
temos as chamadas células, como mostra a figura a seguir.

Figura 15 -  Planilha vazia


Fonte: SENAI-SP (2012)

Na figura 15 vemos duas áreas destacadas em amarelo e marcadas com letra


A e o número 1. As setas, que ajudam na leitura da imagem, apontam a coluna A,
a linha 1 e a célula A1, onde será inserido o conteúdo ou valor a ser processado.
Os dados (conteúdos ou valores) de uma planilha podem ser de natureza dis-
tinta, porém os mais comuns são os números, utilizados para representar quan-
tidades, datas, valores monetários, frações, unidades de tempo etc., e os textos.
Os dados em formato texto são palavras utilizadas para indicar referências so-
bre o assunto da planilha, tais como o nome do operador, da linha de produção,
da máquina etc., ou mesmo os dias da semana, o mês ou o ano que, conforme a
necessidade, podem ou não ser tratados como números.
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
43

Para inserir um dado (numérico ou texto) na célula de uma planilha, basta


levar o cursor até a célula, selecioná-la clicando sobre ela com o botão esquerdo
do mouse, digitar o dado e, em seguida, pressionar o botão Enter do teclado. Para
que você possa acompanhar como se dá a construção de uma planilha, vamos
usar o exemplo de uma fábrica de componentes eletroeletrônicos, que possui
três linhas de produção.
A planilha que apresentamos a seguir contém dados dos tipos descritos ante-
riormente, ou seja, dados numéricos que informam sobre a quantidade de equi-
pamentos produzidos e dados texto em cada linha de produção e dia da semana.
Note também o aspecto estético da planilha, porque, ainda neste capítulo, vamos
explorar alguns recursos que possibilitam melhorar o aspecto visual das planilhas.

Figura 16 -  Planilha preenchida e formatada


Fonte: SENAI-SP (2012)

Explicando de outro modo, saiba que como não se destinam a ser objeto de
operações matemáticas:
a) os dados das linhas 3, 4 e 5 da coluna B são do tipo texto porque servem apenas
para identificar as diferentes linhas de produção existentes na empresa; e
b) os dados da linha 2, colunas C, D, E, F e G também são do tipo texto e são
utilizados para indicar o nome de cada dia da semana.

E, se cada uma das células da planilha informa sobre a quantidade de equipa-


mentos produzidos em cada linha de produção e em cada dia da semana, pode-
mos dizer que, na Linha 2, na terça-feira, foram produzidos 101 equipamentos.
Já na sexta-feira, na Linha 3, você consegue verificar quantos equipamentos
foram produzidos?
Se você disse 93, acertou!
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
44

Observe ainda, na mesma planilha, que:


a) foram produzidos entre 98 e 105 equipamentos durante a semana, na Linha 1;
b) a Linha 3, no mesmo período, fabricou entre 93 a 106 produtos; e
c) a Linha 2, entre 100 e 102 equipamentos.

Comparando os resultados das três linhas de produção, podemos concluir que


na Linha 2 a produção apresenta um resultado mais constante.
Essa análise é facilitada porque os dados de produção das linhas são apresen-
tados simultaneamente por meio da planilha, o que favorece as várias compara-
ções entre eles.
Mais adiante veremos como aprofundar análises, utilizando os recursos ofere-
cidos pelas ferramentas disponíveis nas planilhas eletrônicas.
Pois bem, agora que você já sabe como encontrar os dados em uma planilha,
chegou a hora de criar uma. Está preparado? Então, para montar a planilha, siga
os seguintes passos:
a) inicie o programa;
b) abra uma nova planilha (normalmente a célula A1 já vem automaticamente
selecionada);
c) selecione a célula B2 utilizando as setas direcionais do teclado ou o mouse
e escreva nela a palavra Dia e tecle Enter para gravar o valor na célula B2 e
passar, automaticamente, para a célula B3;
d) digite Linha 1 na célula B3 e tecle Enter para gravar.

Proceda da mesma forma até completar a primeira coluna, conforme apresen-


tado na próxima figura. Note que a célula selecionada no final do processo é a B6.

Figura 17 -  Preenchimento da coluna e das linhas


Fonte: SENAI-SP (2012)
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
45

Continuando:
a) selecione a célula C2 e digite a palavra Seg (abreviatura de segunda-feira);
b) pressione a seta direcional para a direita, e na célula D2 tecle Enter para
selecioná-las e digite a palavra Ter (abreviatura de terça-feira); e
c) continue da mesma forma até inserir todos os dados de texto da planilha,
como na figura a seguir.

Figura 18 -  Preenchimento da linha com os dias da semana


Fonte: SENAI-SP (2012)

Para inserir os dados de produção dos componentes, selecione agora a célula


C3 e digite o número 100, e em seguida tecle Enter. Proceda da mesma forma para
inserir todos os dados conforme a figura 18, obtendo o seguinte resultado:

Figura 19 -  Inserção dos dados


Fonte: SENAI-SP (2012)

Se o aspecto estético de sua planilha não for exatamente igual ao apresenta-


do, não se preocupe, vamos tratar dessa questão logo a seguir!
Como você já inseriu todos os dados na planilha, pode tratar agora da sua for-
matação, ou seja, melhorar a sua apresentação.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
46

3.2 FORMATAÇÃO DOS DADOS DE UMA PLANILHA

A planilha acabada deve ficar com o seguinte aspecto:

Figura 20 -  Planilha formatada


Fonte: SENAI-SP (2012)

Para obtermos esse resultado, é necessário aplicar os comandos de formata-


ção de células da planilha. O primeiro passo é selecionar as células que serão for-
matadas. Para isso, pressione o botão esquerdo do mouse, segure e arraste desde
a célula B2 até a célula G5 para selecionar todas as células desse intervalo.

Figura 21 -  Selecionando para formatação de alinhamento


Fonte: SENAI-SP (2012)

Bem, agora vamos formatar os dados da nossa planilha. Mantenha as células


selecionadas e centralize-as no sentido horizontal, utilizando o recurso para ali-
nhamento centralizado da Barra de Menus:

Figura 22 -  Formatação do alinhamento


Fonte: SENAI-SP (2012)
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
47

O efeito será o seguinte:

Figura 23 -  Dados alinhados


Fonte: SENAI-SP (2012)

Vamos agora ajustar a largura das colunas:


a) posicione o mouse na linha entre as letras das colunas B e C (note que o
formato do apontador do mouse muda);
b) efetue um duplo clique (clicar duas vezes com o botão esquerdo do mouse
rapidamente);
c) repita esse procedimento entre todas as colunas até a G.

O resultado obtido será:

Figura 24 -  Largura das colunas ajustadas


Fonte: SENAI-SP (2012)

O passo seguinte é formatar as bordas das células. Acompanhe os passos:


a) selecione as células;
b) clique sobre as células selecionadas com o botão do lado direito do mouse;
c) selecione a opção formatar células na Barra de Menus;
d) busque a opção (ou aba) bordas, que aparece na caixa de diálogo aberta.

Lembramos que as opções da caixa de diálogo podem variar, dependendo do


programa utilizado, e para ilustrar este estudo, reproduzimos as caixas de diálogo
do programa Microsoft Excel 2010.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
48

Figura 25 -  Seleção para formatar as bordas


Fonte: SENAI-SP (2012)

Na seção Linha – Estilo, você pode selecionar o tipo e a espessura da linha a ser
aplicada. Selecione a quinta linha do lado direito e, em Predefinições, clique no
botão Contorno, conforme mostra a figura a seguir.

Figura 26 -  Borda externa


Fonte: SENAI-SP (2012)
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
49

Continue ainda na aba Linha – Estilo e selecione a última linha do lado esquerdo.
Em Predefinições, clique no botão Interna e, em seguida, pressione o botão OK.

Figura 27 -  Borda interna


Fonte: SENAI-SP (2012)

O efeito dessa sequência de comandos deve ser:

Figura 28 -  Bordas formatadas


Fonte: SENAI-SP (2012)

Vamos agora formatar a linha dos dias da semana, para isso, selecione as célu-
las de B2 a G2. Use o comando Cor de preenchimento, ativado no campo Fonte,
para mudar a cor do preenchimento da célula. Selecione a primeira tonalidade de
cinza, como mostra a figura a seguir:
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
50

Figura 29 -  Formatação do preenchimento


Fonte: SENAI-SP (2012)

Outra opção para realizar a mesma operação consiste em utilizar o recurso da


caixa de diálogo Formatar célula. Clique com o botão direito do mouse e em segui-
da na opção Formatar células. Na aba Preenchimento, selecione a cor desejada.

Figura 30 -  Opção de formatação do preenchimento


Fonte: SENAI-SP (2012)
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
51

Aproveite para ir até a aba Borda e clique em Contorno para aumentar a espes-
sura da borda da linha, como você fez no contorno da tabela.
Para formatar a identificação das linhas, é só selecionar as células de B2 a B5
e aumentar a espessura do contorno da coluna, como no passo anterior. Pronto!
Agora é só conferir se sua tabela está como a apresentada a seguir.

Figura 31 -  Tabela pronta


Fonte: SENAI-SP (2012)

Caso não tenha obtido o resultado anterior, retome as explicações e tente no-
vamente. Assim, logo você estará “craque” na formatação de tabelas.

3.3 EDIÇÃO DE FÓRMULAS

Durante muito tempo, os profissionais elaboravam planilhas com o auxílio de


uma calculadora. Dependendo da quantidade de dados, realizavam uma série de
cálculos repetidos, o que, além de tomar muito tempo, por vezes, resultava em
imprecisões e em considerável quantidade de retrabalho.
As planilhas eletrônicas simplificaram e trouxeram maior precisão a esse traba-
lho, pois permitiram a edição de fórmulas e a reprodução automática de cálcu-
los, envolvendo um ou mais valores relacionados com os dados de outras células.
As fórmulas são elementos que caracterizam a utilidade das planilhas e as di-
ferenciam de simples tabelas. Elas devem ser inseridas em células e operam para
calcular um ou mais valores relacionados com os dados das outras células, nor-
malmente as que são próximas a elas.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
52

Para inserir fórmulas em uma planilha, selecione a célula que deverá apresen-
tar o resultado, digite sobre ela o sinal de igual (=) e indique a operação a ser rea-
lizada. Essa operação instrui a planilha a realizar a operação indicada e apresentar
o resultado na célula selecionada inicialmente.
Observe o exemplo a seguir e a explicação sobre cada um dos elementos de
uma fórmula que será inserida em uma célula, da planilha eletrônica.

Função
(nome da operação
que será realizada)

=SOMA (A1:A5)

Argumentos
(relação dos elementos
que serão utilizados
no cálculo)

Acompanhe os procedimentos:
Na célula onde deverá aparecer o resultado, digite o sinal de = seguido da fun-
ção (ou nome da operação que deverá ser realizada), e em seguida, entre parên-
teses, os argumentos (indicação das células onde estão digitados os números a
serem utilizados no cálculo).
Ao pressionar o botão de Enter, você instrui o programa a finalizar o cálculo e atri-
buir o valor calculado à célula que foi selecionada inicialmente para conter a fórmula.
Veja a seguir exemplos de como a fórmula se apresenta na célula.
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
53

Figura 32 -  Múltiplas formas de seleção das células


Fonte: SENAI-SP (2012)

Na seleção dos argumentos, podemos indicar:


a) conjuntos de células consecutivas (A1:A5);
b) células individuais separadas por ponto e vírgula (A2; A3; A5); ou
c) faixas de valores de várias linhas e colunas consecutivas (A2:C8).

No primeiro exemplo, os argumentos utilizados para a soma são os cinco ele-


mentos de A1 a A5. No segundo exemplo, o cálculo engloba os valores contidos
nas células A2, A3 e A5. Já no terceiro exemplo, os argumentos a serem utilizados
são os 21 elementos de A2 a C8.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
54

Verifique agora, no quadro seguinte, algumas das funções que utilizamos com
mais frequência nas planilhas.

Quadro 2 – Funções mais utilizadas em planilhas eletrônicas


FUNÇÃO SINTAXE EXEMPLOS RESULTADO

Soma =SOMA(num1;num2...) =SOMA(A2;A3;A5) Soma dos conteúdos das células A2,


A3 e A5.

=SOMA(C3:C8) Soma dos conteúdos das células C3,


C4, C5, C6, C7 e C8.

Média =MÉDIA(num1;num2...) =MÉDIA(C2;D3;A5) Média dos valores das células C2,


=MÉDIA(B3:C4) D3 e A5.
Média dos valores B3, B4, C3 e C4.

Maior =MÁXIMO(num1;num2...) = MÁXIMO(A2:C5) Seleciona o maior valor dentro do


intervalo A2 a C5.

Menor =MÍNIMO(num1;num2...) = MÍNIMO(A1:A6) Seleciona o menor valor dentro do


intervalo A1 a A6.

Mas, você pode estar se perguntando, em quais situações usamos essas fun-
ções? Para facilitar a sua compreensão, vamos aplicar cada uma delas. Acompa-
nhe os passos!
a) Abra a planilha criada no início do tópico 3.2 (figura 20).
b) Na célula H2, digite a palavra Média.

Siga preenchendo as outras células conforme a figura a seguir, identificando as


colunas onde serão inseridas as fórmulas.

Figura 33 -  Rotulação das colunas para inserção das fórmulas


Fonte: SENAI-SP (2012)
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
55

a) Selecione as células de G2 a G5 e clique no Pincel de Formatação.

Figura 34 -  Seleção do estilo de formatação das novas colunas


Fonte: SENAI-SP (2012)

b) Para aplicar a formatação, clique, segure e arraste o mouse, selecionando as


células de H2 a K5.

Figura 35 -  Formatação de novas colunas


Fonte: SENAI-SP (2012)

c) Ajuste a largura das colunas clicando duas vezes sobre as linhas que se-
param as letras que identificam as colunas, e o resultado obtido será o da
próxima figura.

Figura 36 -  Novas colunas formatadas


Fonte: SENAI-SP (2012)
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
56

Continuando, digite as fórmulas nas células, como indicado:


a) em H3 digite a fórmula =MÉDIA(C3:G3);
b) em I3 digite a fórmula =MÁXIMO(C3:G3);
c) em J3 digite a fórmula =MÍNIMO(C3:G3);
d) em K3 digite a fórmula =I3-J3.

O resultado será igual ao mostrado na figura a seguir.

Figura 37 -  Inserção de fórmulas


Fonte: SENAI-SP (2012)

a) Selecione agora as células de H3 a K3.


b) Clique no botão do lado direito do mouse e selecione a opção Copiar.

Nesse caso, você usou o menu suspenso (ativado pelo botão direito), mas po-
deria utilizar o atalho Ctrl + C (teclas pressionadas simultaneamente), para obter
o mesmo resultado.

Figura 38 -  Cópia de fórmulas


Fonte: SENAI-SP (2012)

c) Em seguida, selecione as células de H4 a K5 e pressione, simultaneamente,


as teclas Ctrl + V do teclado para instruir o computador a colar na área sele-
cionada o conteúdo copiado anteriormente.
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
57

Outro modo de realizar a mesma operação seria usar no menu suspenso (clican-
do no botão direito do mouse) a opção Colar. O resultado você pode ver a seguir.

Figura 39 -  Fórmulas copiadas


Fonte: SENAI-SP (2012)

Você notou que a linha de borda inferior das células de H5 a K5 ficou mais
estreita?
Pois bem, para criar um padrão, formate novamente o contorno das células en-
tre H3 e K5 com a linha mais grossa, clicando no ícone Bordas e em Borda Superior
Espessa, conforme mostra a figura a seguir.

Figura 40 -  Formatação da borda


Fonte: SENAI-SP (2012)
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
58

Figura 41 -  Planilha com as fórmulas inseridas


Fonte: SENAI-SP (2012)

Explorando um pouco mais a planilha construída para exemplificar a função


Média, podemos observar que:
a) a coluna Média apresenta a média aritmética dos valores da produção de
cada uma das linhas;
b) as colunas Maior e Menor contêm o resultado dos picos máximo e mínimo
de produção, obtidos a partir da média aritmética;
c) a coluna Amplitude expressa a diferença entre os picos de produção.

Pronto, agora já temos a planilha com dados e os resultados das fórmulas pre-
enchidos, o que nos permite tirar algumas conclusões. Embora os dados sejam
diferentes, a média dos valores das três linhas de produção é a mesma, indicando
certa consistência do processo produtivo.
A Linha 2 é a mais estável, apresentando uma variação máxima dos resultados
(Amplitude) inferior a 2% da média dos valores produzidos.
As outras linhas de produção são pouco estáveis, e a análise de sua qualidade
ainda necessita de mais um recurso que será mostrado no próximo tópico.

3.3.1 CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS A PARTIR DAS PLANILHAS DE DADOS

Como no caso das planilhas, encontramos no mercado um grande número


de aplicativos informatizados para elaboração de gráficos construídos a partir de
planilhas de dados. Neste tópico, vamos aprender a construir gráficos que já fo-
ram apresentados no capítulo 2, quando tratamos das ferramentas de qualidade.

Gráfico de controle

O gráfico de controle mostra os resultados obtidos do processo, em função de pe-


ríodos de tempo definidos, comparando-os com os limites de controle superior (LCS)
e inferior (LCI). Permite visualizar como os dados estão se comportando em função
do tempo e avaliar se ele se mantém dentro dos limites de controle do processo.
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
59

Para compor este gráfico, vamos utilizar a tabela de dados da produção de


componentes eletroeletrônicos, construída no tópico anterior. Siga os passos:
a) digite LCS na célula B6;
b) digite LCI na célula B7;
c) preencha as células C6 a G6 com o valor 105;
d) preencha também as células de C7 a G7 com o valor 97.

Veja na figura a seguir o resultado obtido:

Figura 42 -  Inserção dos limites de controle


Fonte: SENAI-SP (2012)

Continuando:
a) selecione as células de B2 a G7;
b) execute o comando Inserir – Gráfico (e uma caixa de diálogo do tipo ilustra-
do a seguir deve surgir);

Figura 43 -  Menu de tipos de gráfico


Fonte: SENAI-SP (2012)
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
60

c) Selecione a opção Linha e com marcadores e OK.

Figura 44 -  Selecionando o tipo de gráfico


Fonte: SENAI-SP (2012)

Ao clicar em OK, o resultado será o apresentado a seguir:

110

105

Linha 1
100
Linha 2
Linha 3
95
LCS
LCI
90

85
Seg Ter Qua Qui Sex

Figura 45 -  Gráfico de controle pronto


Fonte: SENAI-SP (2012)

Observe que, nesse gráfico, a Linha 1 (azul) é um pouco mais estável do que a
Linha 3 (verde), já que não apresenta pontos além dos limites de controle superior
e inferior (LCS e LCI). Imagine como seria obter essa análise sem a apresentação
dos dados em forma gráfica. Seria bem mais difícil, não é?
Continuando a análise, observe que a Linha 3 apresenta dois pontos (na quar-
ta e sexta-feira) fora dos limites de controle.
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
61

Gráfico de Pareto

Esse é um gráfico de barras ordenadas do maior para o menor valor, que nos
ajuda a redirecionar as ações e os recursos, e a buscar soluções para os proble-
mas com maior impacto sobre a atividade da empresa. Esse gráfico também pode
apresentar a somatória dos valores ou a porcentagem no valor total dos proble-
mas encontrados.
Para aprender como construir um gráfico de Pareto, utilizamos a planilha a se-
guir, que contém dados sobre tipos de defeitos, ocorrências e custos envolvidos
no processo de produção de componentes eletroeletrônicos.
Observe:

Figura 46 -  Criando a base de dados


Fonte: SENAI-SP (2012)

Veja agora como construir essa planilha:


a) na célula B2 digite a palavra Problemas;
b) na célula D2 digite a palavra Custo;
c) selecione as células B2 e C2 e clique na opção Mesclar e Centralizar do
menu superior;
d) proceda da mesma forma para mesclar as células D2 e E2.
Observação: em algumas versões do Excel, você pode obter esse efeito com
a opção Mesclar células, dos menus superior ou suspenso. Consulte o menu de
Ajuda do programa para maiores informações.
Agora, siga os seguintes passos:
a) digite todos os dados contidos nas células de B3 a D8;
b) selecione agora as células de D4 a E8 e aplique a formatação como valor
monetário (procure um ícone que parece com uma nota de dinheiro);
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
62

c) digite, na célula E4, a fórmula =(C4*D4);


d) em seguida, copie a fórmula para as células de E5 a E8.
Vamos agora criar uma cópia dos dados de ocorrências usando os comandos
Copiar e Colar:
a) selecione a faixa de dados de B3 a C8 e pressione simultaneamente as
teclas Ctrl + C;
b) selecione a célula B10 e pressione as teclas Ctrl + V ao mesmo tempo
(comando Colar já abordado);
c) selecione agora as células de B10 a C15, clique no botão direito do mouse;
d) vá à opção Classificar – Personalizar Classificação.

Figura 47 -  Ordenação dos dados de ocorrência


Fonte: SENAI-SP (2012)

Na janela que se abre, ajuste as opções classifique a Coluna por Ocorrências e


a Ordem para Do Maior para o Menor.

Figura 48 -  Menu de classificação dos dados


Fonte: SENAI-SP (2012)
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
63

O efeito resultante é mostrado na figura a seguir, na qual podemos observar


a ordem dos defeitos alterada, evidenciando o maior valor seguido pelos menos
significatitvos.
Acrescente agora à planilha a linha Total de defeitos e as colunas % e Total.

Figura 49 -  Planilha com dados de ocorrência ordenados


Fonte: SENAI-SP (2012)

Continue, seguindo os passos:


a) digite na célula C16 a fórmula =SOMA(C11:C15);
b) copie e cole essa célula na D16;
c) digite na célula D11 a fórmula =C11/$C$16;
d) copie e cole essa fórmula nas células de D12 a D15.

Os símbolos “$”, que você vê na fórmula, indicam que as referências de linha e


coluna devem ser mantidas, ou seja, que a divisão deve ser feita sempre por C16.
Ao final dessa sequência, o resultado será:

Figura 50 -  Inserção da coluna de representatividade (%)


Fonte: SENAI-SP (2012)
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
64

Observe que os dados da coluna D mostram a porcentagem decimal do defei-


to no total de ocorrências.
Veja agora como fazemos para inserir a coluna com os totais:
a) digite na célula E11 a fórmula E11=D11;
b) digite agora na célula E12 a fórmula =E11+D12;
c) copie e cole a célula E12 para as células E13, E14 e E15;
d) selecione as células de D11 a E16 e mude o formato para Porcentagem, cli-
cando no botão direito do mouse e em seguida na aba Número.

Figura 51 -  Tabela concluída com a coluna de total


Fonte: SENAI-SP (2012)

Note que ao lado da coluna %, que representa a porcentagem de cada defeito


no número total de ocorrências, aparece a coluna Total, informando sobre a soma
dos defeitos até o tipo que está sendo considerado.
Veja, a seguir, como obter gráficos de Defeito x Ocorrência e Defeito por % e Total.
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
65

9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Ajuste Acabamento Não Solda dos Padrão da
funciona componentes fiação

100%
100% 90%

80% 75%

60%
60%
40%
40%

20% 20%
15% 15% 10%
0%
Ajuste Acabamento Não Solda dos Padrão da
funciona componentes fiação

Figura 52 -  Paretos de defeitos por ocorrência e porcentagem


Fonte: SENAI-SP (2012)

Os dois gráficos apresentados são do tipo Barra. Para construí-los, proceda


como indicamos a seguir.
a) selecione as células de B10 a E15;
b) insira um único gráfico de barras (vá ao menu Inserir e use as opções Coluna
e Coluna 2D);
c) copie o gráfico e cole-o em outra área da planilha, para obter dois gráficos;
d) volte ao primeiro gráfico e clique com o botão direito sobre ele;
e) vá à opção Selecionar dados, marque e remova as séries % e Total;
f ) retorne agora ao segundo gráfico e, procedendo do mesmo modo, remova
a série Ocorrências.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
66

Pronto! Se seu programa permitir a apresentação simultânea de dois tipos de


gráficos, os gráficos de % e Totais ficam mais bem apresentados, como vemos na
ilustração que se segue.

100%
90%
100%
75%
80%
60%
60%
40%
40%

20% 20% 15% 15%


10%
0%
Ajuste Acabamento Não Solda dos Padrão da
funciona componentes fiação

Figura 53 -  Pareto de porcentagem de ocorrências


Fonte: SENAI-SP (2012)

Verifique que nesse gráfico aparecem os rótulos de dados (exibição dos va-
lores dos dados nos pontos considerados), que foram inseridos usando a opção
Inserir rótulos de dados (disponível quando selecionamos uma das séries e clica-
mos no botão direito do mouse).
Experimente fazer essa sequência de comandos para obter o mesmo efeito!
A leitura do gráfico mostra que a somatória das ocorrências dos três primei-
ros defeitos representa 75% do total de defeitos encontrados. Porém, não é só
essa informação que podemos obter a partir desses gráficos. Se em lugar do
número de ocorrências, pensarmos no custo total dos defeitos, o gráfico muda,
veja como na figura a seguir.
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
67

R$ 16,00
R$ 14,00
R$ 12,00
R$ 10,00
R$ 8,00
R$ 6,00
R$ 4,00
R$ 2,00
R$ -
Não Acabamento Padrão da Solda dos Ajuste
funciona fiação componentes

97% 100%
100%
88%
75%
80%

60%
49%
40%
26%
20% 13% 10%
3%
0%
Não Acabamento Padrão da Solda dos Ajuste
funciona fiação componentes

Figura 54 -  Paretos de custos por ocorrência e porcentagem


Fonte: SENAI-SP (2012)

O novo gráfico mostra que o tipo de defeito “mais caro” não é o mesmo que
o de maior ocorrência. Pelo contrário, felizmente ele apresenta um número de
ocorrências baixo.
Outro ponto interessante a ser observado diz respeito aos três defeitos com
maior número de ocorrências, gerando 88% do custo de retrabalho nessa situa-
ção. Mas cuidado com as conclusões apressadas: as correspondências nem sem-
pre são verdadeiras, pois tudo depende do número de ocorrências e do custo de
retrabalho de cada uma.
Outra possibilidade é obter os gráficos de custos seguindo o mesmo procedi-
mento anterior, só que selecionando o custo total (e não o número de ocorrências
no início do processo).
Experimente e veja se você consegue construí-los.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
68

Histograma

O histograma é um gráfico que representa o comportamento histórico de uma


dada variável.
Permite avaliar o comportamento dos dados em função do tempo.
Para construir um histograma, crie uma nova planilha de dados que contenha
as seguintes informações:

Figura 55 -  Dados para construção do histograma


Fonte: SENAI-SP (2012)

Se quiser, digite somente os números. Não há necessidade de digitar o símbolo


de porcentagem. Os dados inseridos na planilha representam a produtividade
média dos dois turnos de trabalho de uma empresa que instala equipamentos e
sistemas eletroeletrônicos. Note que a referência dos dados é trimestral e anual.
Os anos são colocados em células mescladas, como vimos anteriormente na cons-
trução do gráfico de Pareto.
A linha 6 mostra o total de dados dos dois turnos de trabalho, o que permite
analisar o desempenho da empresa como um todo.
Para sabermos qual o turno que mais contribuiu para a produtividade da em-
presa, basta comparar o dado do turno com o resultado geral. Se ele foi maior,
significa que esse turno teve produtividade maior que a média da empresa. Po-
rém, visualizar esse desempenho tendo como referência apenas a observação de
dados na tabela é uma tarefa difícil, já que podemos nos valer do histograma para
nos ajudar! Vamos então construir os gráficos.
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
69

a) Primeiro, selecione toda a tabela de dados e escolha o gráfico do tipo colunas.

Figura 56 -  Histograma sem formatação


Fonte: SENAI-SP (2012)

A primeira linha do eixo horizontal representa o trimestre do ano que está


identificado na segunda linha. Bem, já temos um gráfico. Mas você observou
como as colunas apresentadas estão tão próximas que dificultam a visualização?
Vamos melhorar essa apresentação? Acompanhe a explicação e veja como é fácil.
Selecione o gráfico e expanda-o (basta posicionar o cursor do mouse no gráfi-
co, sobre os pequenos quadrados que aparecem e, em seguida, clique, segure e
arraste) na direção horizontal, até que você consiga visualizar melhor as colunas.

Figura 57 -  Histograma expandido


Fonte: SENAI-SP (2012)
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
70

b) Selecione agora a legenda que indica cores diferentes para Manhã, Tarde e
Totais e clique com o botão direito do mouse.
c) Use a opção Formatar Legenda, como mostra a figura a seguir.

Figura 58 -  Menu Formatar Legenda


Fonte: SENAI-SP (2012)

Figura 59 -  Legenda superior


Fonte: SENAI-SP (2012)

d) Em seguida, ajuste o tamanho da legenda para separar um pouco as pala-


vras.
e) Clique na caixa de seleção, ao lado do nome da fonte, no menu superior,
para aumentar o tamanho e o tipo de fonte utilizada na legenda.
Observe que, no exemplo em estudo, estamos utilizando a fonte Berlin Sans
FB, tamanho 14 e que a legenda foi expandida até os dois extremos da área do
gráfico (direita e esquerda). Veja o resultado obtido.
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
71

Figura 60 -  Legenda totalmente formatada


Fonte: SENAI-SP (2012)

O gráfico permite ainda observar os desempenhos individuais de cada turno.


Para isso, basta criar mais duas cópias desse gráfico (Ctrl + C e Ctrl + V), retirando
os dados dos totais das linhas de cada gráfico.
Na figura a seguir, foram acrescentados rótulos de dados às colunas, usando
a opção Adicionar Rótulos de Dados que aparece quando clicamos com o botão
direito do mouse sobre uma das barras.

Manhã

45%
39% 37% 34%
26% 25%
17% 18% 20% 21% 18% 20% 22% 22% 22%
14%

1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o
2008 2009 2010 2011

Tarde
46%
34% 37%
27% 23% 22% 27% 25% 26% 23% 26%
21% 19% 17% 19%
8%

1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o
2008 2009 2010 2011

Figura 61 -  Histogramas de desempenho individual dos turnos


Fonte: SENAI-SP (2012)
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
72

Observe agora os gráficos.


Você acha que ficou mais fácil notar qual foi a Linha que mais contribuiu para
a produtividade da empresa em cada período e como esse resultado evoluiu nos
últimos trimestres?
Perceba também que a produtividade passa por picos, porém esse comporta-
mento vem apresentando uma tendência de diminuição nos últimos trimestres.
Isso pode ser resultado de duas possibilidades:
a) houve redução de vendas e a empresa deve se adaptar a essa nova realida-
de, diminuindo a sua produção;
b) houve redução na eficiência dos processos produtivos, e esses precisam ser
revistos o mais breve possível.
Em ambos os casos, ações diferentes, porém igualmente necessárias e urgen-
tes, precisam ser tomadas para corrigir os desvios. No caso da diminuição de de-
manda, será necessário descobrir o motivo e, se for preciso, alterar os processos ou
o próprio produto, tendo em vista reconquistar os antigos patamares de vendas.
A diminuição da eficiência aponta a necessidade de verificar o estado das má-
quinas e das ferramentas, treinar funcionários, alterar os métodos de trabalho ou
investir em novas soluções para aumentar a eficácia do processo produtivo.

CASOS E RELATOS

Ulisses, Clara e Sofia são sócios em uma empresa que produz uma grande
variedade de produtos eletrônicos de baixo custo. Entre seus produtos,
com maiores vendas, destacam-se jogos de luz para enfeitar árvores de
Natal e fachadas de residências e diversos tipos de brinquedos ilumina-
dos por lâmpadas em geral.
Eles compram componentes de diversos fornecedores, para montar seus
produtos. Porém, com o passar dos anos os sócios perceberam que sua
margem de lucro estava diminuindo e que alguns dos fornecedores não
conseguiam cumprir os prazos e entregar quantidades necessárias para
atender às necessidades de produção, justamente nos momentos de “pi-
cos de venda” de alguns dos produtos.
Em outros períodos do ano, havia uma baixa tão grande na demanda que
os preços dos componentes ficavam mais baratos.
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
73

Foi então que eles resolveram realizar um estudo de sazonalidade, envol-


vendo as vendas e o custo dos componentes.
Para tanto, aplicaram a ferramenta histograma para analisar os períodos
em que havia baixa no custo dos componentes e aqueles que demonstra-
vam alta na demanda de produção.
A partir disso, foi possível efetuar um novo planejamento de compras e
de produção, considerando a melhor época para se adquirir os compo-
nentes ao menor custo e produzir antecipadamente, evitando os picos de
demanda e aumentando seu lucro.

3.3.2 IMPRIMINDO PLANILHAS E GRÁFICOS

Para imprimir as planilhas e os gráficos, devemos selecionar a área do gráfico a


ser impressa. Clique com o botão esquerdo do mouse sobre a área selecionada e, em
seguida, acione o comando Visualizar Impressão que, dependendo do programa e
da sua versão, estará disponível no menu Arquivo – Imprimir ou no menu Exibição.
Outro recurso interessante é a opção Exibição de Quebra de Página, que per-
mite observar em quantas páginas nossas planilhas ou gráficos serão impressos.
Vale ressaltar que impressões em mais de uma página podem ser incômo-
das, pois implicarão em trabalho extra de recorte e colagem, para que os dados
possam ser apresentados de forma contínua. Por outro lado, a impressão de um
grande volume de dados em uma folha pode implicar em obter um documento
com letras muito pequenas, difíceis e que causam desconforto para serem lidas.

O detalhamento de como executar a impressão das planilhas


e dos gráficos é característico de cada programa, devendo
ser abordado como tal. Na página do Microsoft Office, você
SAIBA pode achar mais detalhes dos comandos e opções de im-
MAIS pressão de planilhas e gráficos.
O endereço da página na internet é <http://office.microsoft.
com/pt-br/>.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
74

RECAPITULANDO

Neste capítulo, estudamos como elaborar planilhas e gráficos, inclusive


em meio eletrônico.
Desenvolvemos esse conhecimento visando a utilizá-lo em conjunto com
algumas das ferramentas da qualidade, para facilitar a visualização e análise
de problemas nos processos das empresas e apoiar a tomada de decisões.
3 PLANILHAS E GRÁFICOS
75

Anotações:
Saúde e segurança no trabalho
na área de eletroeletrônica

Existe uma antiga superstição que nos ensina a não passar por debaixo de uma escada, pois,
ao fazer isso, algo ruim nos acontecerá. Pois bem, se no alto da escada estiver uma pessoa, é cla-
ro que haverá uma grande chance de que aconteça realmente acidente, porque essas pessoas
estão expostas a riscos. Uma delas está exposta ao risco de cair do alto da escada e se lesionar
enquanto trabalha, e a outra, de que algo ou alguém caia sobre ela.
Podemos afirmar que, no exercício de qualquer profissão, sempre há riscos envolvidos em
maior ou menor grau, tanto para quem desempenha a função como para quem compartilha
espaços comuns com o trabalhador.
Por isso, neste capítulo abordaremos a Saúde e Segurança no Trabalho, entendida como um
conjunto de indicações e medidas a serem observadas, visando minimizar os acidentes de traba-
lho e as doenças ocupacionais dos profissionais, especialmente daqueles que atuam na área de
eletroeletrônica, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho desses. Vamos lá?

4.1 RISCOS NO DIA A DIA DO TRABALHO

O investimento em prevenção e em regularização da segurança vale a pena para as empre-


sas porque aumenta o grau de conscientização e confiança dos empregados, o que se reflete
na economia e imagem da empresa. Além disso, minimizando os custos com acidentes, a em-
presa deixa de ter outros gastos com atrasos na produção, além de encargos de advogados e
indenizações.

As empresas com mais casos de acidentes de trabalho,


a partir de 1o de janeiro de 2010, passaram a pagar um
valor maior de Seguro Acidente de Trabalho (SAT). A
mudança na forma de cálculo do seguro introduziu um
VOCÊ efeito multiplicador chamado Fator Acidentário de Pre-
SABIA? venção (FAT), que varia de 0,5 a 2. Na prática, as empre-
sas mais seguras pagarão metade do valor previsto en-
quanto as que registrarem um maior índice de acidentes
irão pagar o dobro.
Fonte: <http://www2.dataprev.gov.br/fap/fap.htm>
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
78

Para efeito de cadastro de acidentes do trabalho pela empresa, uma das princi-
pais referências é a norma NBR 14280:2001 - Cadastro de acidente do trabalho
- Procedimento e classificação que, nos subtópicos do item 2.8 define as possí-
veis causas do acidente como sendo:
• 2.8.1 fator pessoal de insegurança (fator pessoal): Causa relativa ao com-
portamento humano, que pode levar à ocorrência do acidente ou à prática
do ato inseguro.
• 2.8.2 ato inseguro: Ação ou omissão que, contrariando preceito de segu-
rança, pode causar ou favorecer a ocorrência de acidente.
• 2.8.3 condição ambiente de insegurança (condição ambiente): Condição
do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência.
Cabe ressaltar que o item 2.8.3 condição ambiente de insegurança equivale
à condição insegura, denominação ainda presente na maior parte da literatura
sobre segurança do trabalho.
Veja, a seguir, exemplos de situações que ilustram algumas condições e atos
inseguros.
Você deve conhecer pessoas que têm o hábito de ligar vários equipamentos
em uma única tomada, como ilustra a figura a seguir. Pois bem, isso pode causar
aquecimento e pode até iniciar um incêndio. Imagine ainda que, bem próxima
dessa ligação inadequada, pode haver uma cortina, o que facilitaria a propagação
de chamas. Nesse caso, temos: o ato inseguro da pessoa que fez essas ligações, e
a condição insegura de conexão elétrica e proximidade da cortina.

Figura 62 -  Uso incorreto da tomada


Fonte: SENAI-SP (2012)
4 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO NA ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
79

Observe agora, na figura a seguir, uma imprudência que pode transformar um


divertido fim de semana em uma tragédia. Em destaque, extensões com tomadas
ligando aparelhos elétricos. Os fios e as ligações molhadas ou imersas na água
revelam atos e condições inseguras que podem provocar desde choques até a
morte das pessoas.

Figura 63 -  Imprudência a toda prova


Fonte: SENAI-SP (2012)

Na próxima figura, você pode observar um trabalhador realizando a pintura da


fachada do prédio preso precariamente por uma corda, sem os equipamentos de
segurança exigidos para a atividade. Essa é uma prática comum, embora extre-
mamente insegura, pois, se a corda se partir, o vento bater com força ou a pessoa
sentir-se mal, certamente, a consequência será fatal!

Figura 64 -  Vida por um fio


Fonte: SENAI-SP (2012)
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
80

1 ERGONOMIA No quadro a seguir, você encontra exemplos de causas de acidente de traba-


lho na área de eletroeletrônica.
Segundo o dicionário
Houaiss, é o estudo
científico das relações entre
homem e máquina, visando Quadro 3 – Exemplos de causas de acidente de trabalho em eletroeletrônica
a uma segurança e eficiência
ideais no modo como um e CAUSAS EXEMPLOS OBSERVAÇÃO
outra interagem. Fator pessoal de • Executar tarefas para qual não foi capaci- A diferença entre essa causa e as
insegurança tado. seguintes está no fato de que o
• Utilizar máquinas e ferramentas em situ- trabalhador não está consciente

2 SAÚDE PSICOFISIOLÓGICA ações ou de forma inadequada. do risco ao qual está se expondo,


• Trabalhar sem dar a devida atenção à quer seja por falta de treinamento,
Inerente ao bem-estar tarefa que está executando. que seja por influência de fatores
do corpo e da mente. “A
psicofisiologia é o ramo psicossociais externos.
biológico da psicologia Ato inseguro • Subir em escadas ou andaimes sem cin- Esses atos são praticados de forma
que estuda as relações
mentais e as funções físicas, turão de segurança e trava-quedas. consciente pelo trabalhador que
procurando o entendimento
da relação corpo-mente e • Ligar tomadas de aparelhos elétricos com conhece os riscos envolvidos,
dos processos psíquicos as mãos molhadas. mas não desenvolveu consciência
com os fisiológicos.” (Fonte:
<http://www.euniverso. • Dirigir em alta velocidade. prevencionista.
com.br/Psyche/Psicologia/ • Correr empunhando ferramentas.
neuropsi/psicofisiologia.
htm>). Condição • Presença ou o excesso de objetos ou Essas condições normalmente são
ambiente de materiais mal dispostos no ambiente. resultado direto ou indireto das
insegurança • Falta ou deficiência na iluminação. ações dos trabalhadores sobre o
• Máquinas ou ferramentas sem a devida local onde trabalham.
proteção
• Piso molhado ou escorregadio.
• Instalação elétrica com fios desencapados.
• Máquinas em estado precário de ma-
nutenção.
• Andaime de obras de construção civil
feitos com materiais inadequados.

FIQUE Atos inseguros geram, muitas vezes, condições insegu-


ALERTA ras que conduzem à ocorrência de um acidente.
4 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO NA ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
81

4.1.1 RISCOS

Os riscos são o resultado de circunstâncias ou comportamentos que, quando


não controlados, geram algum tipo de doença ou acidente. Portanto, os riscos são
possíveis geradores de lesão ou morte.
A Norma Regulamentadora 9 (NR 9) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
define os riscos existentes nos ambientes de trabalho como agentes físicos, quí-
micos e biológicos, que por causa de sua natureza, concentração ou intensidade
e tempo de exposição são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
Recentemente foram acrescentados os agentes ergonômicos¹, que compre-
endem os fatores que interferem na saúde psicofisiológica² do trabalhador cau-
sando desconforto ou lesão.
Observe, a seguir, um quadro que apresenta e exemplifica alguns tipos de riscos.

Quadro 4 – Tipos de riscos


TIPO DE RISCO EXEMPLOS
Ruído, vibrações, temperaturas extremas (calor e frio), pressões anormais, radi-
Físicos ações ionizantes (raios x, raios alfa, raios beta, raios gama) ou não ionizantes (in-
fravermelho, ultravioleta), umidade e quantidade de luz presente no ambiente.
Químicos Produtos químicos, poeiras, névoas, fumaças, gases e vapores.
Biológicos Vírus, bactérias, parasitas, fungos e bacilos.
Movimentos repetitivos, levantamento e transporte manual de pesos, esforço
Ergonômicos físico intenso, postura inadequada, desconforto acústico ou térmico, mobiliário
ou ferramental inadequados.

4.1.2 COMO IDENTIFICAR OS RISCOS NO LOCAL DE TRABALHO

No início deste capítulo vimos que é preciso prever e minimizar a possibilidade


de que riscos se tornem acidentes nas empresas.
Para tanto, é necessário identificar esses riscos. Essa identificação é feita por
meio da observação de elementos e circunstâncias propícias à ocorrência de al-
gum tipo de acidente ou condição que afete a segurança e a saúde do trabalhador,
no próprio ambiente e nas condições normais de trabalho. Esse procedimento é
chamado de Análise Preliminar de Riscos, mais conhecida por sua sigla APR.
As APRs são obrigatórias e têm função essencial, por exemplo, na montagem e
manutenção de linhas de transmissão de energia elétrica, seja para a identificação
de todos os possíveis riscos do local onde as atividades serão realizadas, seja para
destacar aqueles que são inerentes à própria realização das atividades.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
82

3 PATRIMÔNIO Quando fazemos uma APR, devemos atuar prioritariamente na prevenção e


nas ações de orientação, visando identificar as condições que poderiam vir a ser
Relativo ao conjunto de
bens de uma empresa, causas de acidentes e tomar medidas que as eliminem, ou pelo menos minimizem
como máquinas e as consequências no caso da ocorrência do acidente. Para isso, devemos estudar
equipamentos.
os procedimentos e medidas de segurança a serem adotados para eliminar ou
minimizar a ocorrência de acidentes com as pessoas ou danos ao patrimônio³,
e indicar quais os Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva são aplicá-
veis à situação.
Quando a APR é finalizada, suas indicações são registradas em um documento
formal e são divulgadas para que as pessoas que trabalham no local tomem co-
nhecimento e passem a atender às indicações e procedimentos, de modo a evitar
os acidentes.

4.1.3 COMO MINIMIZAR OS RISCOS E AS CONSEQUÊNCIAS DOS


ACIDENTES

Como vimos, para minimizar os riscos e as consequências de acidentes nas


empresas, é preciso atender às indicações das medidas preventivas indicadas
pela APR. Porém, essas indicações se completam com a adoção, pela empresa,
de políticas e procedimentos que contribuam para esse objetivo. Dentre essas, o
treinamento e a conscientização constante dos funcionários são estratégias am-
plamente utilizadas.
As ações de segurança e proteção da saúde dos trabalhadores se fundamen-
tam e devem atender às Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Tra-
balho e Emprego.
Veja, a seguir, algumas das NRs que se aplicam à área da eletroeletrônica:
a) NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade: é referência
para detecção e adoção de medidas de controle dos riscos das atividades
que envolvem eletricidade.
b) NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Constru-
ção: atua de forma complementar no que se refere a trabalhos em altura,
sobre escadas e andaimes.
c) NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI): traz as indicações sobre o
uso e a gestão desses elementos.
Como destaque, observe agora alguns tópicos da NR 10, para a área de eletro-
eletrônica:
4 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO NA ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
83

O item 10.2.1 diz que “em todas as intervenções em instalações


elétricas devem ser adotadas medidas preventivas de controle
do risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante téc-
nicas de análise de risco, de forma a garantir a segurança e a
saúde no trabalho”.

O item 10.2.8.1 indica que “em todos os serviços executados


em instalações elétricas devem ser previstas e adotadas, pri-
oritariamente, medidas de proteção coletivas aplicáveis, medi-
ante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores”.

Em complemento, no item 10.2.9.1 lemos “nos trabalhos em


instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva
forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar
os riscos, devem ser adotados equipamentos de proteção in-
dividual, específicos e adequados às atividades desenvolvidas,
em atendimento ao disposto na NR 6”.

Para saber mais sobre as NRs relacionadas com a área de ele-


SAIBA troeletrônica, você pode consultá-las no portal do Ministério
do Trabalho e Emprego <http://portal.mte.gov.br/>. Nesse
MAIS portal, clique em Legislação e em seguida em Normas Regu-
lamentadoras.

4.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA

O uso de equipamentos de proteção também é essencial para prevenir ou mini-


mizar riscos. E, como vimos, eles são indicados na APR de acordo com a atividade.
Esses equipamentos são classificados como:
a) Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs);
b) Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
84

4 HIDRATADO 4.2.1 DEFINIÇÕES


Tratado com água ou outro Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs), como o nome já indica, são
produto hidratante como
soro, produtos isotônicos de uso coletivo, ou seja, são compartilhados por vários trabalhadores.
ou alimentos que possuam
líquido, como frutas. Nosso São exemplos de EPCs:
organismo necessita de uma
quantidade grande de água a) vara de manobra isolada;
para funcionar bem.
b) sistema de aterramento temporário;
c) escadas com isolamento;
d) cinturão trava-quedas.

Figura 65 -  Exemplo de EPC - Cinturão trava-quedas


Fonte: Dreamstime (2012)

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são de uso pessoal e, junto


com as recomendações legais e específicas da área, cooperam para a proteção,
segurança e saúde individual do trabalhador.
São exemplos de EPIs:
a) botinas de segurança;
b) luvas isolantes;
c) óculos de segurança;
d) máscaras.
4 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO NA ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
85

Figura 66 -  Exemplos de EPIs: capacete, luva, óculos e botinas


Fonte: Dreamstime (2012)

É imprescindível que você use os Equipamentos de


FIQUE Proteção Individual (EPIs) para realizar as atividades no
seu trabalho, pois, além de garantirem a sua saúde e
ALERTA segurança, podem impedir que você sofra lesões muito
sérias no caso de um acidente.

Tudo que vimos até aqui indica a necessidade da adoção e do cumprimento


das regras e políticas de segurança das empresas, já que muitos acidentes de-
correm de atitudes inseguras que, quase sempre, colocam em risco a saúde e a
segurança das pessoas.
Para complementar, vamos destacar algumas das regras básicas para manu-
tenção da segurança no ambiente de trabalho.
a) Mantenha-se sempre atento na atividade que está realizando. As distrações
são a causa de uma grande parte dos acidentes.
b) Muitos dos acidentes ocorrem por displicência dos funcionários, que se
acham “muito experientes”. Respeite os riscos, pois, se ocorrer um acidente,
pode ser o último da sua vida.
c) Utilize sempre roupas, ferramentas e equipamentos adequados para a ati-
vidade que está realizando. O improviso pode expor você a um risco des-
necessário.
d) Sempre que possível, desfrute de uma boa noite de sono. O cansaço gera a
distração, que pode causar acidentes.
e) Mantenha-se sempre hidratado4. Afinal, cerca de 2/3 de nosso corpo é com-
posto por água, que é essencial para nossa saúde.
f ) Caso esteja doente, avise seu supervisor e procure um médico. Você pode
não estar apto a realizar suas tarefas com segurança.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
86

4.2.2 USO E GESTÃO DOS EPIs E EPCs NO AMBIENTE DE TRABALHO

Quando os EPIs e EPCs são recomendados pelos profissionais de segurança


do trabalho, o seu uso é compulsório, ou seja, obrigatório. Cabe ao empregador
fornecer os EPIs e EPCs gratuitamente e em bom estado de conservação. Caso isso
não ocorra, o trabalhador pode se recusar a executar a tarefa, como indica o item
10.14.1 da NR 10, que determina:

Os trabalhadores devem interromper suas tarefas exercendo


o direito de recusa, sempre que constatarem evidências de
riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de
outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu su-
perior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis.

Já o item 6.7.1 da NR 6 trata das obrigações dos empregados em relação ao uso


dos EPIs, informando que cabe ao funcionário:
a) utilizá-lo apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
A essa altura você já deve ter concluído que o trabalhador precisa estar sempre
atento ao uso adequado dos EPIs. É isso mesmo! Segundo o artigo 158 da Conso-
lidação das Leis do Trabalho (CLT), quando o funcionário estiver realizando uma
atividade sem o uso do EPI, descumprindo as determinações relacionadas à saú-
de e segurança da empresa, ele pode sofrer as penalidades legais estabelecidas,
que vão desde a simples advertência verbal até a demissão por justa causa.
Destaca-se ainda que é do funcionário a responsabilidade pela guarda e con-
servação do EPI e que ele só pode ser utilizado quando dispõe de um Certificado
de Aprovação (CA), emitido pelo órgão competente, dentro do prazo de validade
e com número visível.
Cabe à empresa validar e manter atualizado os CAs de seus EPIs. Caso você seja
encarregado dessa tarefa, ou simplesmente deseje conferir a validade dos seus
EPIs, esse dado pode ser obtido no portal do Ministério do Trabalho e Emprego, e
é uma providência oportuna já que, em caso de acidente, se o EPI utilizado estiver
com o CA vencido, haverá graves consequências legais para a empresa.
4 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO NA ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
87

Para verificar a validade dos Certificados de Aprovação


dos EPIs que estão sob sua responsabilidade, proceda
como segue:
• entre no portal do Ministério do Trabalho;
FIQUE • abra o menu Inspeção do Trabalho;
ALERTA • clique no link Segurança e Saúde no Trabalho;
• clique nos links Equipamentos de Proteção Individual
(EPI) e em seguida, Certificado de Aprovação (CA);
• digite o número do CA e selecione o tipo de EPI nos
campos da janela que se abriu.

4.3 ACIDENTE DE TRABALHO

De acordo com o Decreto Lei nº 3.048, de 06 de Maio de 1999, artigo 30, Pa-
rágrafo único, entende-se como acidente de qualquer natureza aquele causado
pela exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, que acarrete lesão corpo-
ral ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou a redução permanen-
te ou temporária da capacidade de trabalho (texto adaptado).
Segundo o Manual de Registro das Comunicações de Acidentes de Trabalho
(CAT) do Ministério da Previdência Social, um acidente do trabalho é aquele que
ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, no exercício de suas ati-
vidades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte,
a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho.

Para ter acesso ao Decreto no 3.048, acesse o portal do Data-


prev pelo endereço: <http://www81.dataprev.gov.br/sislex/
paginas/23/1999/3048.htm>.
SAIBA Para ter acesso ao Manual de Registro das Comunicações
MAIS de Acidentes de Trabalho, acesse o portal do Ministério
da Previdência Social pelo endereço: <http://www1.pre-
videncia.gov.br/pg_secundarias/paginas_perfis/perfil_
Empregador_10_04-A5.asp>.

Também são consideradas, segundo esse documento, como acidente do trabalho:


a) a doença profissional, entendida como a produzida ou desencadeada
pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade;
b) a doença do trabalho, entendida como a adquirida ou desencadeada em
função de condições especiais em que o trabalho é realizado, e com ele se
relacione diretamente, desde que constante da relação de que trata o Ane-
xo II do Decreto nº 2.172/97.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
88

Citando o Artigo 133, do mesmo documento, equiparam-se também ao aci-


dente de trabalho:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única,
haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para a perda ou
redução da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija
atenção médica para a sua recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em


consequência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro


ou companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de dis-


puta relacionada com o trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou


de companheiro de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decor-


rentes de força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no


exercício de sua atividade;

IV - o acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviços sob a autori-


dade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe


evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando fi-


nanciada por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação da
mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para


aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de
propriedade do segurado, desde que não haja alteração ou interrup-
ção por motivo alheio ao trabalho.
4 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO NA ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
89

“Entende-se como percurso o trajeto da residência ou do


local de refeição para o trabalho ou deste para aqueles, in-
dependentemente do meio de locomoção, sem alteração ou
interrupção por motivo pessoal, do percurso do empregado.
SAIBA Não havendo limite de prazo estipulado para que o empre-
MAIS gado atinja o local de residência, refeição ou de trabalho,
deve ser observado o tempo necessário compatível com a
distância percorrida e o meio de locomoção utilizado.”
Fonte: NBR 14280:2001

Os acidentes de trabalho mais comuns na área da eletroeletrônica são os cho-


ques elétricos, as queimaduras decorrentes desses e de explosões e as quedas,
quando a atividade é realizada em altura (sobre escadas ou andaimes).

Obedecer às políticas e regras de segurança da empresa


FIQUE e não colocar a nossa saúde ou segurança, assim como
ALERTA a de colegas, em risco é uma importante atitude a ser
tomada por qualquer trabalhador.

A Lei no 8.213/91, no seu artigo 22, determina que todo acidente do trabalho
ou doenças profissionais deverão ser comunicados pela empresa ao INSS, sob a
pena de multa em caso de omissão.

SAIBA Para saber mais sobre a comunicação de acidentes de traba-


lho ao INSS, consulte o site: <http://www.previdencia.gov.br/
MAIS conteudoDinamico.php?id=297>.

Quando ocorrer um acidente no local de trabalho, deve ser composta uma


equipe de investigação que verifique as condições em que esse evento ocorreu
e quais as medidas necessárias para que elas não voltem a ocorrer. Os membros
dessa comissão, normalmente, são indicados pelos gestores da empresa. A pre-
ferência é por aqueles que foram testemunhas do fato ou têm conhecimentos ou
formação em segurança do trabalho.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
90

4.4 CIPA

Desde o início deste capítulo, estamos tratando das ações que podem minimi-
zar/eliminar os riscos de acidentes nas empresas e destacando a importância da
prevenção quando o assunto é saúde ou segurança.
Porém, diante de tantas informações, você pode estar se perguntando:
- Como zelar pelas condições de saúde e segurança na empresa e ainda ter
tempo para trabalhar?
- Quem deve capacitar os funcionários nos procedimentos de segurança da
empresa?
A resposta é: essas tarefas ficam a cargo das pessoas que, na empresa, com-
põem a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
Os cipeiros, como são chamados os membros da CIPA, são funcionários que
trabalham na empresa e que, além de suas funções, devem observar as condições
de saúde e segurança e orientar os colegas sobre os procedimentos da empresa.
Eles são reconhecidos, normalmente, por usar um bóton verde, semelhante ao
apresentado na figura a seguir.

C I PA

SE
G UR A N Ç A

Figura 67 -  Símbolo da CIPA


Fonte: SENAI-SP (2012)

A escolha dos integrantes da CIPA é feita por meio de processo eleitoral próprio,
entre os funcionários interessados em cooperar para a prevenção de acidentes e
doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemen-
te o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
4 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO NA ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
91

Para compor a comissão, considera-se a proporção de cada tipo de atividade


da empresa em função do número de trabalhadores, pois é dessa relação que de-
corre um número correspondente de membros da CIPA. Todavia, se o número de
trabalhadores não atingir o mínimo para a constituição formal da CIPA, a empresa
deve indicar um de seus membros para ser o responsável pelo cumprimento da
NR 5 na empresa.

A CIPA é regulamentada pela NR 5. Para saber mais sobre


SAIBA seu objetivo, sua constituição, suas atribuições, seu funcio-
namento etc., você pode acessar o site: <http://www.cpafrr.
MAIS embrapa.br/embrapa/attachments/310_nr-05_atualizada.
pdf>, ou usar um site de busca, digitando NR 5.

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) foi


VOCÊ criada em 1944, durante o governo de Getúlio Vargas.
Ela foi regulamentada pela Portaria nº 8, editada pelo
SABIA? Ministério do Trabalho e Emprego – MTE em 23 de feve-
reiro de 1999.

4.5 SAÚDE NO TRABALHO

Para concluir, apresentaremos as questões ligadas aos prejuízos à saúde dos


trabalhadores decorrentes do desempenho das atividades da sua profissão e dos
modos de prevenir esses problemas.

4.5.1 DOENÇAS DECORRENTES DO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO E DOENÇAS


DO TRABALHO

Duas situações precisam ser identificadas quando falamos da relação doença


e trabalho:
a) a doença profissional: produzida ou desencadeada no exercício do traba-
lho, considerada peculiar a determinada atividade e apontada na relação
elaborada pelos Ministérios do Trabalho e Emprego e da Previdência So-
cial. Como exemplo, podemos citar as doenças decorrentes do contato com
derivados halogenados de hidrocarbonetos alifáticos utilizados como sol-
ventes em vernizes, tintas e adesivos na indústria eletroeletrônica ou como
desengraxantes em limpeza a seco de roupas e similares;
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
92

b) a doença do trabalho: adquirida ou desencadeada em função de condi-


ções especiais em que o trabalho é realizado, e com elas se relaciona dire-
tamente. Como exemplo, podemos citar a perda parcial ou total da audição
em função do trabalho realizado em local extremamente ruidoso.

É comprovado que o contato contínuo com vernizes,


tintas, adesivos utilizados na indústria eletroeletrônica
causa transtornos no nervo olfatório e, em alguns casos,
conduz à perda do olfato. Uma ação para minimizar esse
FIQUE problema é a inserção de exaustores no ambiente de
ALERTA trabalho.
Fonte: Manual de Procedimentos para os Serviços de
Saúde – Série A. Normas e Manuais Técnicos; n. 114 –
Brasília/DF – Brasil – 2001 p.211.

4.5.2 PREVENÇÃO DAS DOENÇAS

É consenso entre todos os profissionais da área de saúde que as doenças,


exceto as hereditárias, se manifestam por causa de dois fatores principais:
a) a exposição ao agente causador da doença, quer seja ambiental ou ergo-
nômico; e
b) a incapacidade do organismo em evitar o contágio.
Na maior parte dos casos, uma boa saúde já é um fator que ajuda na preven-
ção das doenças, mas, mesmo nesses casos, é possível que agentes causadores –
como as radiações e os ruídos elevados – afetem as pessoas, independentemente
do estado imunológico delas.
A prevenção, em se tratando de agentes causadores como os já citados será
feita por meio de medidas administrativas, tais como mudanças de processo e
procedimentos de segurança, incluindo o uso dos equipamentos de proteção in-
dividual e coletiva.
Outros cuidados que ajudam a melhorar a saúde dos trabalhadores e que de-
vem ser observados nas empresas dizem respeito:
a) à alimentação equilibrada e saudável, já que uma boa nutrição ajuda na
manutenção da saúde e no aumento da imunidade;
b) à postura correta ao trabalhar, o que evita os problemas ergonômicos;
c) à realização de exercícios, que cooperam para a manutenção da forma físi-
ca e mental;
4 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO NA ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
93

d) ao asseio e aos cuidados com a higiene pessoal, que contribuem para a melho-
ria da imagem pessoal dos funcionários e atuam de modo a evitar o contágio;
e) à manutenção de peso adequado, evitando os prejuízos de desempenho
no trabalho e as inúmeras doenças associadas ao sobrepeso.

CASOS E RELATOS

Acidente de trabalho ou não?


Certo dia, Adilson, um colega da empresa, resolveu passar em um forne-
cedor antes da entrada para o trabalho para pegar algumas amostras de
componentes eletroeletrônicos. Seu objetivo era criar um pequeno esto-
que para não precisar consultar o catálogo toda vez que precisasse utilizar
aquelas peças. Saiu mais cedo de casa e passou pelo fornecedor que ficava
em um bairro vizinho, desviando um pouco de seu caminho habitual.
Chegando à loja, o fornecedor já havia separado as amostras solicitadas
por ele pelo telefone. Adilson agradeceu e logo se pôs a caminho da em-
presa, pois não queria chegar atrasado, afinal havia resolvido pegar essas
amostras sem consultar o seu superior sobre o assunto. Já a caminho da
empresa, meu colega se envolveu em um acidente com seu veículo. Per-
gunto: essa situação caracteriza ou não um acidente de trabalho?
Vamos pensar juntos: para ser considerado acidente de trabalho, o aci-
dente deve ocorrer durante o percurso de trabalho tradicional do funcio-
nário ou quando o funcionário está em local diferente daquele regular,
porém a mando ou benefício da empresa.
E, então, será que podemos considerar esse caso como acidente de trabalho?
Se considerarmos o exposto no início deste tópico, a resposta será não,
uma vez que o trajeto do funcionário foi alterado (quando ele passou no
fornecedor), sem que houvesse solicitação ou conhecimento da empresa.
Moral da história: embora Adilson estivesse cheio de boas intenções e
tenha saído do seu trajeto com a finalidade de adquirir amostras que se-
riam utilizadas para melhorar a execução de seu trabalho, não pode ter
seu acidente registrado como acidente de trabalho e, portanto, não po-
derá contar com o amparo previsto na lei.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
94

RECAPITULANDO

Neste capítulo, abordamos os principais conceitos ligados à saúde e se-


gurança no trabalho, visando contribuir para:
• desenvolver consciência prevencionista em relação à saúde e segu-
rança no trabalho;
• destacar a importância do cumprimento de normas e procedimen-
tos;
• identificar os aspectos relacionados à saúde e segurança no trabalho
nos serviços de eletroeletrônica;
• interpretar os processos de gestão da saúde e segurança no trabalho.
Esperamos que, após estudar os temas abordados neste capítulo, você
esteja ciente do quanto é importante estar atento às questões relativas
à saúde e segurança, pois elas estão ligadas à sua integridade e de seus
colegas.
Cabe ressaltar também que a consciência prevencionista é o ponto mais
importante quando o assunto é saúde e segurança no trabalho!
4 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO NA ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
95

Anotações:
Meio ambiente e a área de
eletroeletrônica

Nos tempos atuais, a humanidade vem aprendendo que não basta apenas viver e desenvol-
ver atividades na empresa, em casa, na escola ou em qualquer outro lugar. É preciso aprender a
fazer tudo isso num planeta onde a vida acontece e, mais do que isso, é preciso viver de forma
a tornar este planeta sustentável. Isso quer dizer que precisamos cuidar dele hoje para garan-
tirmos a vida das gerações futuras.
Esse é o tema deste capítulo, no qual pretendemos refletir com você sobre questões ligadas
ao uso consciente dos recursos naturais do planeta e a interação entre atividades humanas,
mais especificamente, daquelas desenvolvidas pelo técnico na área de eletroeletrônica e o
meio ambiente.
Ao final deste capítulo, esperamos que você tenha subsídios para:
• desenvolver a consciência prevencionista em relação ao meio ambiente;
• interpretar os processos de gestão ambiental;
• identificar os elementos de descarte de resíduos.

5.1 INTERAÇÕES ENTRE A ATIVIDADE HUMANA E O MEIO AMBIENTE

Para iniciar nossa conversa, cabe lembrar que praticamente todos temos uma história para
contar sobre problemas vividos por nós ou outras pessoas, aqui ou em outro lugar do mundo,
relacionados com fenômenos da natureza, tais como enchentes, secas extremas, contamina-
ção do solo, deslizamentos etc.
Cada vez mais esses acontecimentos fazem parte das manchetes da imprensa que têm se
apoiado em estudos de pesquisadores sobre o meio ambiente.
Aí está o primeiro conceito importante: os espaços onde a vida e suas relações com o pla-
neta acontecem é chamado de meio ambiente. É nesse lugar que nós vivemos e deixamos
algumas marcas das ações que praticamos. Modos de viver e marcas que só recentemente vêm
sendo estudadas, à medida que os desastres ambientais foram nos informando que as ações
humanas podem afetar a vida em todas as suas formas.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
98

1 PEGADAS ECOLÓGICAS
Para que você possa avaliar o quanto as ações do dia a dia,
Nome dado às marcas que inclusive as suas, podem, de alguma forma, afetar o meio
suas atividades e modo ambiente, acesse o site <http://www.cpafrr.embrapa.br/
de vida deixam no nosso SAIBA embrapa/attachments/310_nr-05_atualizada.pdf> e calcule
planeta. MAIS suas pegadas ecológicas1. Nesse site você também pode
encontrar informações importantes sobre a preservação do
meio ambiente e dicas para adotar atitudes ecologicamente
corretas.

2 SISTEMAS DE GESTÃO
AMBIENTAL (SGA)

É um processo Se meio ambiente é tudo o que nos cerca e interage direta ou indiretamente co-
organizacional que tem nosco, todos os elementos naturais existentes no planeta – a vegetação, os animais,
por objetivo resolver,
mitigar (diminuir) e/ou os microrganismos, o solo, as rochas, a atmosfera – fazem parte dele, assim como
prevenir os problemas de
caráter ambiental, visando
as condições e as influências que ocorrem nesse espaço interferem nas formas de
ao desenvolvimento vida. Assim, tudo o que fazemos afeta, em maior ou menor intensidade, o meio
sustentável.
ambiente. Portanto, se quisermos preservá-lo, basta que façamos a escolha certa!
No âmbito das empresas, segundo a NBR ISO 14001, meio ambiente é defini-
do como “circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo-se ar, água,
3 SIGNIFICÂNCIA DOS
IMPACTOS AMBIENTAIS solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações”. Entende-
-se por circunvizinhança a área que abrange desde o interior da organização até
É uma avaliação quantitativa
e ponderada de um impacto
onde os seus aspectos ambientais possam causar impactos ambientais. Aspec-
ambiental, utilizada para tos e impactos ambientais são conceitos importantes que estudaremos a seguir.
medir a prioridade das
ações de gestão ambiental.
Se um aspecto for
considerado significante,
deve haver medidas formais 5.1.1 ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
de gestão ambiental sobre
esse aspecto de modo
a evitar ou minimizar os
Para definirmos aspectos e impactos ambientais, recorremos à NBR ISO
impactos ambientais que 14001, que é a norma internacional que trata sobre Sistemas de Gestão Am-
podem ser gerados.
biental (SGA)2, que define:
• aspecto ambiental: “elemento das atividades, produtos ou serviços de uma
organização, que podem interagir com o meio ambiente”. Pode ser uma má-
quina, um equipamento ou uma atividade realizada na organização que re-
sulte em algum efeito sobre o meio ambiente, como os componentes e pro-
dutos químicos utilizados na fabricação de placas de circuitos eletrônicos;
• impacto ambiental: “qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou
benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou ser-
viços de uma organização”. Pode ser qualquer alteração causada no meio
ambiente pelas atividades da empresa, como a contaminação do solo ou da
água devido ao descarte incorreto de resíduos da produção de placas de
circuitos eletrônicos.
5 MEIO AMBIENTE E A ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
99

O SGA nas organizações tem como função prever e promover ações que evi-
tem impactos negativos no meio ambiente ou, quando isso for inevitável, definir
modos de reduzir, o máximo possível, suas consequências.
A implantação do SGA nas empresas é uma decisão importante que reverte
para a sua manutenção e sobrevivência, porque os impactos gerados por elas
acabam por atingir, direta ou indiretamente, possíveis clientes, uma vez que em
geral não ficam restritos à área interna da empresa.
A significância dos impactos ambientais3 é definida a partir de respostas dadas
a, no mínimo, quatro questões:
a) De quanto em quanto tempo o impacto pode ocorrer? Possibilidade de
ocorrência.
b) Qual a área sobre a qual o impacto se fará sentir? Abrangência.
c) Qual o grau de periculosidade do impacto? Severidade.
d) Há legislação aplicável ao aspecto ou impacto e que consequências legais
gerará para a empresa? Legislação.

5.1.2 A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA

Da Constituição Brasileira de 1988, em seu artigo 225, extraímos os seguintes


destaques relacionados com as questões ambientais:
a) afirma o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibra-
do, considerando-o bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualida-
de de vida, e indica ser dever do Poder Público e das pessoas a obrigação de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações;
b) determina a obrigatoriedade de um estudo prévio de impacto am-
biental ao qual se dará publicidade, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente
(inciso IV, parágrafo 1o);
c) imputa sanções penais e administrativas e a obrigação de reparar os
danos causados às pessoas físicas ou jurídicas que desenvolvam condutas
e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente (parágrafo 3o).
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
100

Figura 68 -  Legislação ambiental


Fonte: Dreamstime (2012)

Atente ainda para as seguintes indicações fundamentais extraídas da legisla-


ção sobre o tema ambiental:
a) a responsabilidade na preservação do meio ambiente é de toda sociedade;
b) quando os aspectos ambientais de uma empresa forem considerados sig-
nificativos, um estudo científico dos prováveis impactos será obrigatório,
bem como sua divulgação para a sociedade;
c) se uma empresa causar impactos ambientais negativos, será obrigada a
reparar ou compensar os danos, além de sofrer sanções jurídicas e admi-
nistrativas.
Diante desses destaques, constatamos que em nossa sociedade as preocupa-
ções com o meio ambiente são evidentes e as sanções são cada vez mais duras.
Isso é compreensível, pois os danos ao meio ambiente, mesmo quando possíveis
de serem reparados, implicam em ações de longo prazo e custo elevado.
É justamente no intuito de reduzir esses impactos que as empresas implantam
seus Sistemas de Gestão Ambiental.

5.1.3 ECOSSISTEMAS

Ecossistema pode ser definido como sendo um sistema composto pelos seres


vivos e o local onde eles vivem, incluindo componentes não vivos como os mi-
nerais, as pedras, o clima, a luz solar etc. e todas as relações desses com o meio e
entre si.
5 MEIO AMBIENTE E A ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
101

Os ecossistemas, em suas condições naturais, encontram-se em equilíbrio di-


nâmico, ou seja, com entradas e saídas equilibradas de matéria e energia. Porém,
quando ocorrem interferências – como a ação humana –, pode haver o aumento
ou a diminuição da matéria e energia provocando desequilíbrio.
A espécie humana é a única capaz de alterar de forma drástica as condições
ambientais, o que causa o desequilíbrio. Portanto, se quisermos conviver em har-
monia com outras espécies do nosso planeta, precisamos refletir sobre isso e pla-
nejar nossas ações, de forma a preservar o equilíbrio.

5.2 GLOBALIZAÇÃO DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS

Para que você entenda melhor a amplitude dos impactos ambientais e o modo
como atingem o planeta de forma global, provocando desequilíbrio, basta fazer
uma revisão das notícias publicadas pela imprensa mundial nos últimos tempos
sobre ocorrências de desastres ambientais.
Você deve se lembrar do recente acidente nuclear ocorrido em 2011 na Usi-
na de Fukushima, no Japão, certo? Nele se constatou que as correntes marítimas
se encarregaram de levar a locais distantes as partículas tóxicas que caíram, ini-
cialmente, no Oceano Pacífico. Há informação de que os materiais radioativos,
incluindo o césio-137, um isótopo com meia-vida de mais de 30 anos, foram am-
plamente dispersados quando entraram nos oceanos e que cada partícula teria
menos de um micrômetro – um sétimo do tamanho de um glóbulo vermelho do
sangue humano. Você pode imaginar quantos ecossistemas podem ter sito afeta-
dos pelas partículas geradas em Fukushima?
Vamos estender um pouco mais o raciocínio. No mapa da figura a seguir, ob-
servamos a localização das usinas nucleares do Japão, com destaque para a de
Fukushima. Como você pode imaginar, se o tsunami tivesse afetado outras usinas,
o impacto seria ainda maior!
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
102

4 CHUVAS ÁCIDAS

É um fenômeno
caracterizado pela acidez
acentuada na água da
chuva decorrente da Sapporo
poluição atmosférica.

5 EFEITO ESTUFA

É o efeito causado pela


concentração de gases
(dióxido de carbono, o
vapor de água, o metano,
entre outros) que evitam
que o calor do Sol
absorvido pela superfície
terrestre escape para Tokyo
o espaço provocando Kyoto
aquecimento global. Kobe Nagoya
Osaka

6 COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

Resultado de um processo
de decomposição da
matéria orgânica, como
plantas e animais.
Figura 69 -  Mapa do Japão – usina de Fukushima
Fonte: Wikibooks.org

Para saber mais sobre os impactos globais do acidente à Usi-


na de Fukushima, leia a reportagem da Revista Veja, de no-
SAIBA vembro de 2011, intitulada “Radiação liberada em Fukushi-
MAIS ma circulou por todo o planeta”, no endereço <http://veja.
abril.com.br/noticia/internacional/radiacao-liberada-em-
-fukushima-circulou-por-todo-o-planeta>.

Agora reflita sobre outros exemplos clássicos de danos causados ao meio am-
biente que afetam a vida no planeta:
a) os buracos na camada de ozônio, gerados pelo uso e descarte inadequado
dos gases CFC (clorofluorcarbono) em aparelhos de refrigeração e aerossóis;
b) as chuvas ácidas4 e o efeito estufa5 resultantes da ação dos gases gerados
pela queima de combustíveis fósseis6.
c) a diminuição sensível na quantidade de gelo nas regiões próximas às calo-
tas polares por causa do aquecimento global.
5 MEIO AMBIENTE E A ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
103

Em volta do nosso planeta há uma frágil camada de um


gás chamado ozônio (O3), que protege animais, plantas
e seres humanos dos raios ultravioleta emitidos pelo
Sol. Na superfície terrestre, o ozônio contribui para
VOCÊ agravar a poluição do ar das cidades. Mas, nas alturas da
SABIA? estratosfera (entre 25 e 30 km acima da superfície), é um
filtro dos raios ultravioleta que poderiam eliminar todas
as formas de vida no planeta.
Fonte: <http://www.wwf.org.br>

Ao mesmo tempo, pense em como algumas práticas bastante comuns em nosso


país e em outras regiões do mundo – como o desmatamento e ocupação de áreas
que antes eram matas e florestas – podem afetar o equilíbrio do ecossistema.
Na África há casos de ataques de grandes felinos às aldeias e assentamentos
construídos onde antes havia florestas. Devido à ocupação desordenada dessas
áreas, as presas que serviam de alimento para esses animais desapareceram, e os
felinos, obrigados a alterar sua dieta, passaram a atacar animais domésticos e até
seres humanos.
Muitas pessoas pensariam: por que não caçar esses grandes felinos para resol-
ver o problema?
Especialistas informam que a solução dessa questão não é tão fácil assim. Isso
porque a extinção dos felinos resolveria os ataques às aldeias, mas, por outro lado,
contribuiria para uma provável explosão populacional das presas, os herbívoros. Es-
ses, ao ocupar as mesmas áreas, também passariam a consumir recursos preciosos.
Essa afirmação nos mostra que a retirada de um elemento causará uma reação
que pode gerar mais danos ainda ao ecossistema.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
104

Refletir sobre essas questões nos leva à conclusão fundamental: os ecossiste-


mas precisam de equilíbrio!

Figura 70 -  Precisamos proteger nosso planeta


Fonte: Dreamstime (2012)

5.3 ECOEFICIÊNCIA, CONSCIÊNCIA PREVENCIONISTA E SUSTENTABILIDADE

A ecoeficiência é uma tendência mundial e decorre das preocupações geradas


pelos danos já causados ao meio ambiente. Ela trata das questões que envolvem
desde a escolha do tipo e da quantidade de energia a ser utilizada, passando pela
opção por dispositivos e equipamentos que consumam menos energia até o des-
carte final do produto.

5.3.1 USO CONSCIENTE DOS RECURSOS NATURAIS E FONTES DE ENERGIA

Se os recursos naturais compreendem o que retiramos da natureza – minérios,


plantas, animais, água, papel e a própria energia elétrica –, fazer uso consciente
desses recursos envolve mudanças nos nossos hábitos e costumes.
Se você ainda tem dúvidas sobre essas questões, reflita conosco a partir das
afirmações a seguir.
• As plantas nos oferecem alimentos, madeira, papel e uma série de outros
elementos indispensáveis para nossa vida atual. São recursos renováveis e
seu uso consciente nos obriga a pensar em formas de torná-los perenes (dis-
poníveis por longo tempo).
5 MEIO AMBIENTE E A ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
105

• A água cobre aproximadamente 75% da superfície do planeta Terra, mas


97,5% dessa água estão nos oceanos e, portanto, não disponíveis para o con-
sumo imediato. Dos 2,5% restantes, 2,24% estão congeladas nas geleiras dos
polos, restando apenas 0,26% da água do planeta para consumo imediato, e
grande parte dessa água doce está aqui em nosso país.

Oceanos (salgada)

Geleiras (congelada)

Pronta para consumo

Figura 71 -  Distribuição da água no planeta


Fonte: SENAI-SP (2012)

Pense ainda na parte da população do mundo que enfrenta dificuldades para


ter acesso à água potável e no desperdício e na poluição de fontes de água como
atos que geram perda de quantidade considerável desse recurso precioso.
A partir dessas reflexões, acreditamos que você apoiará as ações que incenti-
vam o uso consciente da água na sua empresa.
Em casa, você pode adotar simples atitudes consideradas ecologicamente cor-
retas, como diminuir o tempo do banho e eliminar vazamentos.
Se você ainda não está convencido e quiser usar o argumento da grande quan-
tidade de água doce que está localizada em nosso País, lembre-se que o uso ir-
responsável desse recurso gera sobrecarga no sistema de geração e transmissão
de energia, que, no caso do Brasil, já opera próximo ao limite. Prova disso, são os
problemas de sobrecarga que já têm gerado falhas na distribuição e cortes no
fornecimento em todo o País.
Ações de redução do consumo de água e energia nas empresas podem envol-
ver mudanças nos processos produtivos, como a compra/adoção de máquinas e
equipamentos mais eficientes, além da adoção de políticas que alertem os funcio-
nários sobre o problema.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
106

7 TECNOLOGIAS LIMPAS Em decorrência da preocupação com o consumo de energia dos equipamen-


tos, inúmeros produtos fabricados no Brasil já possuem a Etiqueta Nacional de
São aquelas que buscam
maior eficiência energética, Conservação de Energia, as quais classificam o consumo de energia em sete faixas
gerando, ao mesmo de eficiência energética, sendo a faixa A mais eficiente e a G a menos eficiente.
tempo, menores impactos
ambientais. Lendo essas etiquetas você saberá qual o nível de consumo de energia do equi-
pamento que você está utilizando. Essa informação tem se mostrado valiosa no
momento de aquisição de novos equipamentos, pois com ela é possível optar por
8 USINAS EÓLICAS
aqueles que consumam menos energia.

São as que usam a força dos Indica o tipo de equipamento


ventos para gerar energia
Indica o nome
elétrica. do fabricante

Energia (Elétrica)
REFRIGERADOR
Indica a marca
comercial ou
Fabricante ABCDEF
Marca XYZ(Logo)
logomarca
Tipo de degelo ABC/Automático
Modelo/tensão(V) IPQR/220
Indica o modelo/
Mais eficiente
tensão
A
B
A A letra indica a
C eficiência energética
D do equipamento
E Veja a tabela
F correspondente
G na coluna ao lado
Menos eficiente

CONSUMO DE ENERGIA (kWh/mes) XY,Z


(adotado no teste clima tropical)
Indica o consumo
Volume do compartimento refrigerado (/) 000 de energia, em
Volume do compartimento do congelador (/) 000 KWh/mês
Temperatura do congelador (ºC) -18
Regulamento Específico Para Uso da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia
Linha de Refrigeradores e Assemelhados - RESP/001-REF

Instruções de instalação e recomendações de uso, leia o Manual


do aparelho.

PROGRAMA NACIONAL DE
CONSERVAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

IMPORTANTE: A REMOÇÃO DESTA ETIQUETA ANTES DA VENDA ESTÁ


EM DESACORDO COM O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Figura 72 -  Etiqueta de eficiência energética


Fonte: Eletrobras

Ao final deste tópico, você já deve ter concluído que precisamos utilizar os recur-
sos naturais de forma mais eficiente e que atitudes simples, como fechar a torneira
ou desligar máquinas e equipamentos quando não estão sendo utilizados, ajudam
a evitar o desperdício e causar prejuízos para a empresa e o meio ambiente.
5 MEIO AMBIENTE E A ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
107

5.3.2 DESENVOLVIMENTO COM CONSCIÊNCIA

Se consultarmos a história recente do nosso país, veremos que a atenção dos


brasileiros se concentrava em dois caminhos principais: retomar o processo de-
mocrático e investir no desenvolvimento tecnológico e econômico.
Nos processos de modernização do País, algumas questões ambientais sérias fo-
ram desconsideradas, pois a preocupação com resultados econômicos se impunha.
Foi assim, por exemplo, que em grandes centros urbanos o calçamento per-
meável em paralelepípedos foi substituído por concreto e asfalto e muitas áreas
verdes deram lugar a prédios e centros comerciais. Hoje os resultados dessas de-
cisões vêm se tornando claros: basta chover um pouco mais e acontecem pontos
de alagamento nas grandes cidades.
A mesma intenção está por trás das ações de destruição da cobertura vegetal
das encostas de morros para a construção de casas, inclusive de alto padrão, e de
estradas mal projetadas gerando grandes desastres como desmoronamentos de
áreas e morte de pessoas.
Do mesmo modo, a poluição no ar causada, entre outros motivos, pela emis-
são de gases por empresas, automóveis e queimadas tem causado inúmeros ma-
les respiratórios a adultos e crianças.
Você deve estar pensando: valeu a pena apostar no desenvolvimento a qualquer
preço, ainda mais quando se considera o reduzido progresso de algumas áreas do
país e que o conforto alcançou apenas uma pequena parte da população?
Observe bem! Rever, discutir e propor a redefinição de ações em direção ao
progresso não significa defender uma postura contra o desenvolvimento, mas
destacar a necessidade de se considerar os problemas ambientais quando se pro-
jeta o futuro do país.
Concluímos, então, que é preciso aliar desenvolvimento e preservação do
meio ambiente. Essa equação tem sido possível devido à adoção das chamadas
tecnologias limpas7.
Os esforços nesse sentido têm resultado em projetos como a construção de
usinas eólicas8 e solares que, embora ainda tenham um alto custo de implantação,
podem, com o tempo, substituir as termoelétricas e nucleares.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
108

Figura 73 -  Parque eólico – gerando energia limpa com o vento


Fonte: Dreamstime (2012)

Em relação aos veículos, já existem os carros híbridos, que utilizam motores


elétricos e a combustão, e os movidos a hidrogênio, que emitem vapor de água
pelo escapamento.
Observamos também a expansão do uso da energia solar para aquecimento e
para a geração de energia elétrica.
Do mesmo modo, na área da eletroeletrônica os sistemas poluidores têm sido
substituídos por novas tecnologias e materiais cada vez mais eficientes e menos
agressivos ao meio ambiente como, por exemplo, a substituição do fluido refrige-
rante chamado Ascarel por óleo mineral livre do elemento Alocloro 124 – que era
cancerígeno –, em transformadores de alta potência.
Vivemos, portanto, um tempo em que se instala a revolução das tecnologias
limpas e são valorizadas estratégias de desenvolvimento que preservam a natu-
reza e incentivem o desenvolvimento local e o modo de vida das comunidades.
Veja um exemplo de uma empresa multinacional situada no estado do Pará
que apresenta essa preocupação. Trata-se de uma empresa que explora madeira
em uma área de 22 hectares, divididos em 22 lotes de um hectare cada. A madei-
ra de cada uma dessas áreas é explorada por um ano e, depois disso, durante 21
anos ela se recupera, para garantir a continuidade do processo. Como a madeira
é de alta qualidade, extraída legalmente e certificada, os clientes estão dispostos
a pagar um preço um pouco maior do que o praticado no mercado. Outro dife-
rencial é que essa empresa retira árvores do local mas também replanta madeira
nativa, respeitando assim a biodiversidade regional.
5 MEIO AMBIENTE E A ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
109

Essa é uma diferença fundamental em relação a outras empresas que apenas


exploram suas áreas, retirando totalmente a mata nativa e plantando, quando
muito, árvores de uso comercial como o eucalipto.
Esse exemplo mostra que há empresas preocupadas com a sustentabilidade
como fator importante para a preservação do meio ambiente, e que conseguem man-
ter seu lucro devido à qualidade de seus produtos e ao reconhecimento dos clientes
quanto ao diferencial no modo de exploração e preservação do meio ambiente.

Figura 74 -  De bem com o meio ambiente


Fonte: Dreamstime (2012)

5.3.3 A RECICLAGEM E O PROBLEMA DO LIXO NOS GRANDES CENTROS


URBANOS

Um problema grave a ser enfrentado com relação à preservação do meio am-


biente é a produção e destinação do lixo.
Para que você possa ter uma ideia da dimensão desse problema, considere as
condições a seguir:
a) o volume de lixo gerado pela população urbana é bastante grande;
b) os centros urbanos não param de crescer, como mostra a intensa atividade
da construção civil;
c) há cidades que praticamente não possuem mais terrenos disponíveis para
construção de imóveis residenciais e menos ainda para depositar seu lixo e
dependem de aterros sanitários em outras localidades;
d) muitos dos aterros existentes têm sido fechados ou interditados por órgãos
ambientais, seja por estarem saturados, seja por apresentar problemas que
podem causar inúmeros prejuízos ao meio ambiente e à saúde pública.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
110

A solução está na reciclagem e na reutilização do lixo. A coleta seletiva do


lixo, com a finalidade de reciclagem, já vem sendo adotada por muitas empresas
e condomínios residenciais. Observa-se que onde a coleta seletiva foi implantada
houve redução significativa do volume de lixo. Além disso, o recurso obtido com
a venda do material reciclável reverte em benefícios para os moradores ou para as
entidades que recebem esse material.

Figura 75 -  Descarte correto dos resíduos sólidos


Fonte: Dreamstime (2012)

Na figura anterior você vê um posto de coleta seletiva. Os coletores costumam


seguir uma padronização com relação às cores, sendo o azul destinado ao descar-
te de papéis, o vermelho de plásticos, o verde de vidros e o amarelo para metais.

Fabricar uma garrafa PET a partir de outra, reciclando o


VOCÊ material, representa uma economia de energia de mais
SABIA? de 90% com relação à produção da mesma embalagem
a partir do petróleo.

Figura 76 -  Reciclando vidas


Fonte: Dreamstime (2012)
5 MEIO AMBIENTE E A ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
111

No Brasil, a reciclagem de produtos tem assumido característica mais social


do que ambiental, porque tem favorecido inúmeras pessoas que hoje retiram seu
sustento dessa atividade. Nosso país tem se tornado um dos campeões em reci-
clagem no planeta!
Embora os esforços para a reciclagem sejam louváveis, uma abordagem foca-
da na questão ambiental destaca como mais importante a adoção de práticas que
reduzam a geração de resíduos e, se possível, o eliminem. Ou seja, a reutilização
é mais valiosa porque atende um dos fundamentos ambientais e segue a ordem
de prioridade assumida pelos ambientalistas: com a redução de resíduos, há a re-
dução de custos e dos impactos para tratamento dos resíduos. Estamos adotando
essa prática, por exemplo, quando reutilizamos embalagens em nossas casas ou
na empresa.

Antes de reutilizar uma embalagem com outros produ-


tos, como água ou produtos de limpeza, verifique se
não há riscos, pois há produtos que deixam resíduos e
FIQUE podem reagir com o novo conteúdo de forma indeseja-
ALERTA da. Lembre-se também de identificar com uma etiqueta
o produto que será colocado na garrafa, cuidando para
que ela permaneça longe do alcance de crianças e ani-
mais domésticos!

Figura 77 -  Cuidado com o conteúdo


Fonte: Dreamstime (2012)
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
112

9 RESÍDUOS REATIVOS 5.4 DESCARTE CORRETO DOS RESÍDUOS DA ELETROELETRÔNICA


São aqueles instáveis ou Você que optou por trabalhar na área de eletroeletrônica precisa refletir um
capazes de gerar misturas
perigosas quando em pouco sobre os impactos das atividades que desenvolverá nas empresas e conhe-
contato com água ou outra
substância comum ao cer as formas adequadas de descarte dos resíduos do trabalho que realiza.
meio onde é empregado
(por exemplo, os derivados Lembre-se que, quando o descarte de resíduos é realizado de modo inade-
de enxofre, que são quado, mesmo que inconscientemente, a sua ação pode afetar o meio ambiente
combustíveis e contaminam
o solo e a água). e contribuir para somar danos para a vida no planeta.
Considera-se resíduo todo e qualquer material que sobra após uma ação ou
um processo produtivo.
10 RESÍDUOS PATOGÊNICOS
Os resíduos são classificados pela NBR 10001 em duas formas.
São aqueles capazes Segundo seu estado físico:
de contaminar pessoas
fazendo-as adoecer, como a) resíduos sólidos (como componentes danificados);
as agulhas e seringas
utilizadas em hospitais e b) efluentes líquidos (como ácidos de baterias);
centros de saúde.
c) emissões atmosféricas (gases e vapores).

Segundo sua periculosidade:


a) resíduos perigosos (como óleo e lâmpadas fluorescentes);
b) não perigosos (como os restos de plástico, papel e metais);

Os resíduos perigosos (classe I) são os inflamáveis, corrosivos, reativos9, tóxi-


cos ou patogênicos10.
Os resíduos não perigosos (classe II) se subdividem em inertes (classe II B) e
não inertes (classe II A).
Um exemplo de resíduo inerte é o entulho gerado nos processos de cons-
trução, reforma e demolição; outro exemplo é o alumínio. Eles somente ocupam
espaço, não reagindo com o meio ambiente.

Figura 78 -  Alumínio – resíduo inerte que gera renda


Fonte: Dreamstime (2012)
5 MEIO AMBIENTE E A ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
113

Os resíduos não inertes, apesar de classificados como não perigosos, podem


reagir com o meio ambiente, tornando-se combustíveis, biodegradáveis ou so-
lúveis em água. Por isso devemos tratá-los de forma especial, para não gerarem
impactos ambientais, como a contaminação de fontes ou cursos de água ou a
combustão no caso da ocorrência de um incêndio. Um exemplo de resíduo não
inerte é o enxofre, que contribui para a ocorrência de chuva ácida e contamina
cursos e fontes de água.

É preciso que você, no desempenho de sua função, co-


FIQUE nheça e assuma as formas corretas de manuseio, sepa-
ALERTA ração ou segregação dos resíduos para evitar possíveis
impactos ambientais.

CASOS E RELATOS

Parceria ecológica
Uma renomada empresa do ramo de alumínio e uma entidade paulista
que incentiva práticas ecológicas em centros urbanos criaram, em 2006,
um projeto de coleta de óleo de cozinha, pilhas e baterias usadas para
incentivar os funcionários e a comunidade do entorno a doarem esses
resíduos. Essa ação visa a evitar o descarte em lugares que possam con-
taminar o meio ambiente.
O óleo coletado é utilizado na produção de sabão, gerando renda para
a comunidade. No período de 18 meses, até junho de 2008, a empresa
destinou 783,19 litros de óleo, evitando a contaminação de quase 800
milhões de litros de água.
A maioria das Unidades do SENAI – SP também têm projetos semelhan-
tes, que incentivam os alunos a trazer o óleo comestível utilizado em
suas residências para postos de coleta instalados nas escolas. O óleo
coletado é enviado para instituições parceiras que tratam o resíduo e
revertem a renda gerada em benefícios para a comunidade.
Esses programas têm o objetivo de contribuir para o desenvolvimento
sustentável e mobilizar a comunidade para a mudança de hábito, auxi-
liando na construção de uma sociedade mais participativa e disposta a
contribuir para a conservação do meio ambiente.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
114

Se descartarmos uma colher de sopa de óleo no esgoto,


VOCÊ estaremos contaminando um volume de água equiva-
SABIA? lente a uma caixa de 1000 litros. Cuidado com o descar-
te de resíduos!

Veja no quadro a seguir os principais resíduos gerados pelos componentes e


equipamentos na área da eletroeletrônica, seus usos e malefícios:

Quadro 5 – Resíduos na área da eletroeletrônica


Resíduo Usos Malefícios
Chumbo Soldagem de placas de circuitos Afeta o sistema nervoso central e periférico,
impressos, vidro dos tubos de endocrinológico e circulatório e provoca efei-
raios catódicos, solda e vidro das tos negativos nos rins.
lâmpadas elétricas e fluores-
centes.
Mercúrio Termostatos, sensores, relês e O mercúrio inorgânico causa malefícios à
interruptores, placas de circuitos saúde. Quando disperso na água, é transfor-
impressos, equipamentos de mado em metil-mercúrio, que se acumula nos
medição e lâmpadas de descar- sedimentos depositados no fundo de rios,
ga, equipamentos médicos, de lagos e do mar.
transmissão de dados, telecomu- Esse subproduto é facilmente absorvido pelos
nicações e telefones celulares. organismos vivos, se propaga através da ca-
deia alimentar pelos peixes e provoca efeitos
crônicos causando danos ao cérebro.
Cádmio Placas de circuitos impres- Os compostos de cádmio são classificados
sos e em componentes como como tóxicos devido aos riscos de efeitos
resistências e chips SMD, irreversíveis à saúde humana. O cádmio e seus
semicondutores e detectores de compostos acumulam-se no corpo humano,
infravermelhos. Como estabiliza- especialmente nos rins, podendo vir a deteri-
dor no PVC e em tubos de raios orá-los com o tempo. É absorvido também por
catódicos mais antigos. meio da respiração e ingerido nos alimentos.
Em caso de exposição prolongada, o cloreto
de cádmio pode causar câncer.
Retardadores São regularmente incorporados Quando da degradação e reciclagem dos
de combustão aos produtos eletroeletrônicos, plásticos e demais componentes dos equi-
como forma de assegurar uma pamentos podem atingir a cadeia alimentar,
proteção contra o fogo. Estão se concentrando nos peixes, sendo a sua
presentes também nas placas de ingestão o principal meio de contaminação
circuitos impressos, coberturas dos mamíferos e aves. São desreguladores
de plástico dos televisores e endócrinos.
eletrodomésticos e nas capas de
fios e cabos elétricos.
5 MEIO AMBIENTE E A ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
115

Figura 79 -  Placa de circuito impresso – fonte de contaminantes para o meio ambiente


Fonte: SENAI-SP (2012)

Lembre-se sempre: os efeitos ambientais negativos gerados pelo chamado


lixo eletrônico ocorrem quando da decomposição de todos esses resíduos em
aterros públicos, onde são depositados junto com os resíduos urbanos.
A reciclagem de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos ou o seu de-
pósito em aterros com capacidade de tratá-los de forma ambientalmente correta,
minimizam os impactos ambientais.

Óleos de todos os tipos (inclusive comestíveis), os com-


VOCÊ ponentes eletrônicos, as mídias de CD, DVD e Blu-Ray e
as tintas e os vernizes utilizados nas placas de circuito
SABIA? impresso e transformadores são resíduos eletroeletrôni-
cos que podem contaminar o meio ambiente.

O descarte de resíduos perigosos junto com o lixo co-


mum pode provocar sérias consequências, tanto para o
FIQUE meio ambiente quanto para a empresa. Se você obser-
var essa prática na empresa em que você trabalha, aler-
ALERTA te os responsáveis e verifique junto ao órgão ambiental
de sua cidade como proceder para que o descarte des-
ses elementos seja feito da forma correta.

Como você pode perceber, o desafio ambiental é grande, pois envolve mudanças
de mentalidade e de comportamentos profundamente enraizados em nossa cultu-
ra e, em alguns casos, envolvem até questões de ordem social e de saúde pública.
Mas lembre-se: saber mais sobre essas questões possibilita que cada um de
nós possa fazer a parte que nos cabe para vivermos em um mundo melhor e mais
saudável, e contribuirmos para a sustentabilidade do nosso planeta.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO
116

RECAPITULANDO

Neste capítulo, abordamos os principais conceitos ligados ao meio am-


biente.
Definimos aspectos e impactos ambientais e a importância da gestão
ambiental na redução dos impactos causados pela organização. Refleti-
mos sobre o uso consciente dos recursos naturais do planeta. Apresen-
tamos os resíduos gerados pelas atividades desenvolvidas pelo técnico
na área de eletroeletrônica e seus impactos. Reforçamos a importância
desses temas na composição do seu perfil profissional e, especialmente,
na sua formação como cidadão preocupado com as questões de degra-
dação ambiental e suas consequências.
5 MEIO AMBIENTE E A ÁREA DE ELETROELETRÔNICA
117

Anotações:
REFERÊNCIAS

ABNT. NBR 10004 – Resíduos sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, 2004.


______. NBR ISO 14001 – Sistemas de gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso.
Rio de Janeiro, 2004.
______. NBR ISO 9000:2005. Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos e vocabulário.
Rio de Janeiro, 2005.
______. NBR ISO 9001:2008. Versão Corrigida 2009. Sistemas de gestão da qualidade –
Requisitos. Rio de janeiro, 2009.
BRASIL. Constituição Federal. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/
Constituicao.htm>. Acesso em: maio 2012.
______. Decreto Lei 5.452/43. Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Rio de Janeiro, 1943.
______. Lei Federal no 8.213/91. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e
dá outras providências. Brasília, 1991.
______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em
Eletricidade. Brasília, 2004.
______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
Brasília, 1999
______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 6 - Equipamento de Proteção Individual – EPI.
Brasília, 2011.
______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
Brasília, 1994.
CARPINETTI, Luiz Cesar Ribeiro. Gestão da qualidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MANUAL de Procedimentos para os Serviços de Saúde – Série A. Normas e Manuais Técnicos. n.
114. Brasília/DF, 2001.
REVISTA VEJA.COM. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/radiacao-
liberada-em-fukushima-circulou-por-todo-o-planeta>. Acesso em: maio 2012.
VERGARA, Sylvia Constant (org.). Gestão da qualidade. São Paulo: FGV, 2011. (Coleção Gestão
Empresarial).
WETZEL, Robert G. Limnology. 2. ed. Philadelphia: Saunders College, 1983. 767p.
MINICURRÍCULO DO AUTOR

Cleber de Paula é Engenheiro Eletricista e técnico em Eletrônica, especializado em educação


para o ensino técnico. Atua desde 1997 como Técnico de Ensino no SENAI – SP ministrando aulas
nos Cursos Técnicos de Eletrônica e Mecatrônica. É representante da Qualidade, responsável pela
manutenção do Sistema de Gestão da Qualidade e auxiliar na implementação e manutenção do
Sistema de Gestão Ambiental da Escola e Faculdade de Tecnologia SENAI Anchieta-SP. Desde 2003,
atua nos processos de auditoria interna do SENAI – SP. Em 2011, concluiu o curso de Auditor Líder
da norma ISO 9001:2008, pela Knower Consultoria em Gestão Empresarial. É também professor
da Escola Superior de Engenharia e Gestão. Atualmente integra a equipe de desenvolvimento
dos cursos do Programa Nacional de Oferta de Educação Profissional na modalidade a distância
(PN-EAD SENAI), na área de Eletroeletrônica.
ÍNDICE

B
Bitola 20

C
Chuvas ácidas 102
Combustíveis fósseis 102

E
Efeito estufa 102
Ergonomia 80

H
Hidratado 84

P
Patrimônio 82
Pegadas ecológicas 98

R
Rastreabilidade 28
Resíduos patogênicos 112
Resíduos reativos 112
Retrabalho 18

S
Saúde psicofisiológica 80
significância dos impactos ambientais 98
Sistema de Gestão da Qualidade 24
Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) 98

T
Tecnologias limpas 106

U
Usinas eólicas 106
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SÃO PAULO

Walter Vicioni Gonçalves


Diretor Regional

Ricardo Figueiredo Terra


Diretor Técnico

João Ricardo Santa Rosa


Gerente de Educação

Airton Almeida de Moraes


Supervisão de Educação a Distância

Cláudia Benages Alcântara


Henrique Tavares de Oliveira Filho
Márcia Sarraf Mercadante
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros

Cleber de Paula
Elaboração

Henrique Tavares de Oliveira Filho


Revisão Técnica

Sonia Maria Iazzeta


Design Educacional

Alexandre Suga Benites


Juliana Rumi Fujishima
Fernando Andrade
Ilustrações

Juliana Rumi Fujishima


Tratamento de imagens
Delinea Tecnologia Educacional
Editoração

Elaine Monteiro Seidler


Érica Martins Valduga
Humberto Pires Junior
Revisão Ortográfica e Gramatical

Karina Silveira
Laura Martins Rodrigues
Diagramação

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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