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Anselmo José de Oliveira

GESTÃO FINANCEIRA
APLICADA

A MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS

Abordagem Básica
Como produzir seus próprios
indicadores de desempenho, tomar
decisões com segurança e transformar
sua pequena empresa em um enorme
caso de sucesso.

1ª Edição

Belo Horizonte - 2015


Copyright © 2015 por Anselmo
José de Oliveira

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livro poderá ser utilizada ou
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visual sem a expressa autorização
por escrito do autor sob as penas
civis e criminais.
Capa: Marina Ávila

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www.ajogerencial.com.br
Dedico este livro aos meus filhos
Thiago, Matheus e Rafaela,
agradecendo a Deus pela
maravilhosa experiência de ser pai.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO

CAPÍTULO I
CONCEITUANDO
MICROEMPREENDEDOR
INDIVIDUAL, MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS:
O CAPITAL E O RISCO.
A ERA DA
TRANSFORMAÇÃO
PROPÓSITO DE VIDA E
TRANSFORMAÇÃO

FUNDAMENTOS BÁSICOS
DAS TOMADAS DE DECISÕES
NAS EMPRESAS DE MICRO E
PEQUENO PORTE

DEFINIÇÕES DE DADOS,
INFORMAÇÃO E
CONHECIMENTO.
CAPÍTULO II
ELABORAÇÃO DE
DEMONSTRATIVOS
FINANCEIROS PARA MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS
POR ONDE COMEÇAR?

A DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS DO EXERCÍCIO
ESTRUTURA DA DRE -
DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS DO EXERCÍCIO:
ANÁLISE DOS GRUPOS DE
CONTAS DA
DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS DE EXERCÍCIO:
DIFERENÇAS ENTRE
CUSTOS E DESPESAS
BALANÇO PATRIMONIAL -
VISÃO GERENCIAL

CAPÍTULO III

SIG - SISTEMA DE
INFORMAÇÕES GERENCIAIS
SISTEMATIZANDO A
DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS
SISTEMATIZANDO O
BALANÇO PATRIMONIAL:
CAPÍTULO IV
PADRONIZAÇÃO DE
DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
TÉCNICA DE
PADRONIZAÇÃO DA DRE –
DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS DO EXERCÍCIO
TÉCNICA DE
PADRONIZAÇÃO DO
BALANÇO PATRIMONIAL
CAPÍTULO V
INDICADORES DE
DESEMPENHO
A ESCOLHA DOS ÍNDICES
ECONÔMICOS E
FINANCEIROS
ANÁLISE VERTICAL - AV

ANÁLISE HORIZONTAL -
AH
CORRELAÇÕES ENTRE
AS ANÁLISES VERTICAL E
HORIZONTAL:
ANÁLISE DA ESTRUTURA
DE CAPITAIS:
ANÁLISE DA LIQUIDEZ
ANÁLISE DO CICLO
OPERACIONAL E
FINANCEIRO:
ANÁLISE DA
RENTABILIDADE

ANÁLISE DOS CAPITAIS


DE GIRO:
CAPÍTULO VI
ESTUDO DE CASO DA
EMPRESA THIMARA LTDA –
EPP.
BALANÇO
INVENTARIADO EM:
31/12/20X4
DRE INVENTARIADA EM
31/12/20X4
MODELO DA DRE
PADRONIZADA:

CÁLCULOS UTILIZADOS
PARA PADRONIZAR A DRE:
MODELO DO BALANÇO
PATRIMONIAL

CÁLCULOS UTILIZADOS
PARA PADRONIZAR O
BALANÇO:
FINALIZAÇÃO DOS
LANÇAMENTOS NOS
MODELOS PADRONIZADOS

PLANILHA DE ÍNDICES
FINANCEIROS:
RELATÓRIO DE ANÁLISE:

RELATÓRIO FINAL DE
ANÁLISE DA EMPRESA
THIMARA LTDA
SUGESTÕES PARA AS
TOMADAS DE DECISÕES:
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
APRESENTAÇÃO
As médias e as grandes empresas
possuem excelente estrutura física,
excelente estrutura de pessoal e
muita segurança para tomar
decisões baseadas em estratégias
sólidas de construção do
conhecimento. Possuem
normalmente departamentos
inteiros, com vários funcionários
investindo tempo e esforço no
sentido de produzir informações
diárias para assessorar nos
processos decisórios. Elas
cresceram aprendendo.
O termo em inglês “Learning
Organizations”, que significa
“Organizações que aprendem”, é
muito apropriado quando se faz
uma ligação da atividade
empresarial com a atividade
humana. A empresa é mesmo uma
“entidade”, ela é viva. Ela é um
“ser” que “pensa”, que “adoece”,
que “engorda”, que “emagrece” e
que “aprende”. Aprender é a base
do sucesso de qualquer atividade,
seja ela humana, seja ela
empresarial.
As organizações que aprendem e
continuam aprendendo podem
enfrentar as situações de risco com
muito mais desenvoltura do que
qualquer outra, independente do seu
porte. Aprender é, portanto, uma
questão de sobrevivência.
Se, por um lado, as médias e as
grandes empresas possuem recursos
disponíveis para empregar no
levantamento de dados, na
produção de informações, em
estudos e em aprendizagens, o
mesmo não se pode dizer, de uma
maneira geral, dos empreendedores
individuais, das micro e das
pequenas empresas no Brasil.
Nos micro e pequenos negócios
existe uma concentração de
trabalho e de funções muito grande
sobre o proprietário. Ele é,
normalmente, uma figura
assoberbada com muitos afazeres e
com muitas responsabilidades. Em
virtude disto, o aprendizado ocorre
“à força”, no dia a dia, na medida
em que os problemas vão
acontecendo.
Neste passo, uma grande parte
dos micros empreendedores acaba
ficando impossibilitada de se
dedicar ao planejamento futuro de
suas empresas. Eles são impedidos
de vislumbrarem um caminho mais
distante.

Mas, como tudo na vida, neste


caso também, existe o lado bom.
Felizmente a situação já mudou
muito. Qualquer pessoa hoje pode
encontrar muita informação
disponível na Internet e uma
infinidade delas absolutamente de
graça. Existem muitos softwares,
muitas planilhas eletrônicas, muitos
e-books, milhares de documentos
publicados nas mais diversas
formas de arquivos, abrangendo
temas e assuntos de toda ordem, a
baixíssimos custos e até mesmo
sem custos nenhum.

Para investir em educação, até há


algum tempo atrás não havia
alternativa a não ser sair de casa ou
da empresa e matricular-se em
alguma instituição de ensino.
Evidentemente que isto ainda
ocorre, mas a facilidade do
aprendizado “on-line” deixa
qualquer um com pouquíssimas
justificativas para não querer
aprender.
Atualmente é muito mais fácil
publicar ideias em ambiente digital
do que em ambiente físico. E é
exatamente neste contexto que o
presente estudo se insere. Está
condensada aqui, sob a forma de
um “e-book”, boa parte da
experiência profissional,
acadêmica e de consultoria em mais
de 35 anos de atividade de seu
autor.
São sugeridas ferramentas de
trabalho amplamente testadas, com
enorme aplicação prática, voltadas
para a assessoria nos processos
decisórios dos mais variados
portes de empresas, mas que aqui
foram refinadas para a utilização
preferencial pelos
microempreendedores individuais e
pelos empresários de micro e
pequenas empresas.

A proposta central deste estudo é


demonstrar para os
microempreendedores que é
possível a implantação de um
Sistema de Informações Gerenciais,
usando recursos disponíveis na
própria empresa e adaptado,
especialmente, para os seus portes
de negócios, com pouco
investimento.

Este trabalho vai defender a


necessidade de as pequenas
empresas adotarem controles
internos que, mesmo com
procedimentos simples serão
essenciais para darem suporte aos
processos decisórios.
As principais funções dos
empreendedores, tanto em nível de
alto comando, quanto em nível
gerencial, são principalmente:
planejamento, organização,
liderança e controle e são tarefas
fundamentais para assegurar o
sucesso da atividade empresarial.

É importante destacar que, das


quatro funções administrativas
descritas acima, a função
“controle” é a que dá sustentação
para as demais. Sem controle não
há planejamento, não há
organização e não há liderança. Por
este motivo, ela é tão importante e
não pode ser menosprezada.

É a partir da implantação de
controles internos de qualidade,
gerando informações confiáveis,
que se estabelece a base das
melhores decisões para o
crescimento e para o
desenvolvimento empresarial.
Para tornar acessível às
pequenas empresas a implantação
de um sistema de informações
gerenciais, será adotada a técnica
de elaboração do “Balanço
Perguntado”, também chamado de
Balanço Inventariado ou Balanço
Estimado.

É uma técnica amplamente


utilizada pelo sistema financeiro
para concessão de empréstimos aos
pequenos negócios, mas que
também possui o objetivo de
produzir informações e contribuir
com as tomadas de decisões dos
pequenos empreendedores.
A aplicação desta técnica tem a
finalidade de simplificar o
processo de coleta de dados e
permitir que o sistema de
informações gerenciais possa
transformar esses dados em
informações, a partir das quais, se
elabora o planejamento da empresa.
Esta prática de preparação do
Balanço Estimado é feita a partir de
respostas do proprietário a um
questionário padrão sobre a
atividade da empresa em
determinado período. São
inventariados e apurados por este
método, por exemplo, os saldos do
caixa, os saldos das contas
correntes bancárias mantidas pela
empresa, assim como o
faturamento, seus bens que são
avaliados a valor de mercado e
suas dívidas.

De posse das respostas ao


questionário é que os
demonstrativos financeiros são
montados e, com base neles, é que
o empreendedor cria o sistema de
informações, constrói índices
financeiros e toma suas decisões. E
não serão mais decisões aleatórias,
mas decisões consistentes
orientadas por um modelo
amplamente divulgado e utilizado
pelo mercado.
CAPÍTULO I

CONCEITUANDO
MICROEMPREENDED
INDIVIDUAL, MICRO
E PEQUENAS
EMPRESAS:

A Constituição Federal do Brasil


de 1988 assegurou, em seus Artigos
146, 170 e 179, tratamento
diferenciado e favorecido às MPEs
– Micro e Pequenas Empresas.
Esses artigos trazem orientações
expressas às administrações
públicas para que dispensem
tratamento jurídico e diferenciado
ao segmento, visando incentivá-lo
pela simplificação e redução das
obrigações administrativas,
tributárias, previdenciárias e
creditícias por meio de leis.
A partir daí, algumas iniciativas
legais foram sendo instituídas para
o benefício das micro e pequenas
empresas, na medida em que a
sociedade como um todo se
movimentava para abrir espaço
para esse nicho de
empreendedores.

Mas foi mesmo com a Lei Geral


que é o novo Estatuto Nacional das
Microempresas (ME) e das
Empresas de Pequeno Porte (EPP)
que as melhores conquistas vieram.
Instituído pela Lei Complementar
nº. 123, de 14 de dezembro de
2006, esse diploma legal
estabeleceu normas gerais relativas
ao tratamento diferenciado e
favorecido a ser dispensado às
MEs e EPPs. Esta lei sofreu
importantes ajustes pela Lei
Complementar nº. 127, de 14 de
agosto de 2007 e também pela Lei
Complementar nº. 128, de 19 de
dezembro de 2008, e ficou
conhecida como a “Lei Geral das
Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte”.

Com a Lei Geral de dezembro de


2006, ainda, foi definida a figura do
“pequeno empresário” e, com as
alterações promovidas pela Lei
Complementar nº. 128, de 19 de
dezembro de 2008, o “pequeno
empresário” foi rebatizado como
“MICROEMPREENDEDOR
INDIVIDUAL – MEI” e teve seu
tratamento também diferenciado e
favorecido. De um modo geral,
enquadram-se como MEI os
empreendedores individuais com
receita bruta anual de até 60 mil
reais.
(http://leigeral.sp.sebrae.com.br/publ
Acessado em 11/05/2015.
Os primeiros incentivos
concedidos aos pequenos
empresários (microempreendedores
individuais) aparecem no Código
Civil ao dispensá-los, no § 2º do
art. 1.179: a) de seguir sistema de
contabilidade com base na
escrituração dos livros; b) a
levantar anualmente balanço
patrimonial e de resultado
econômico.

A Lei Geral estabeleceu, como


limites de receita bruta anual da
microempresa e da empresa de
pequeno porte as mesmas diretrizes
adotadas pelo antigo Simples
Federal: Microempresa (ME):
pessoa jurídica que aufere em cada
ano-calendário, receita bruta igual
ou inferior a R$ 360.000,00
(trezentos e sessenta mil reais);
Empresa de Pequeno Porte (EPP):
pessoa jurídica que aufere em cada
ano-calendário, receita bruta
superior a R$ 360.000,00 (trezentos
e sessenta mil reais) e igual ou
inferior a R$ 3.600.000,00 (três
milhões e seiscentos mil reais).
Assim, desde 1988, o
funcionamento dos micro e
pequenos negócios vêm se
beneficiando de várias alterações
com forte intenção do poder
público na diminuição da
burocracia, redução da carga
tributária e simplificação com
conquistas muito importantes para
esses portes de empresas.
Entre as principais conquistas
estão:

a) Regime unificado de apuração


e recolhimento dos impostos e
contribuições da União, dos
Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, inclusive com
simplificação das obrigações
fiscais acessórias;
b) Desoneração tributária das
receitas de exportação,
substituição tributária, tributação
monofásica e ICMS antecipado
com encerramento de tributação;
c) Dispensa no cumprimento de
certas obrigações trabalhistas e
previdenciárias;
d) Simplificação no processo de
abertura, alteração e
encerramento das MPEs – Micro
e Pequenas Empresas;
e) Possibilidade de abertura da
empresa na residência e em
áreas irregulares;
f) Facilitação no acesso ao
crédito e ao mercado;
g) Preferência nas compras
públicas;
h) Estímulo à inovação
tecnológica;
i) Incentivo ao associativismo na
formação de Sociedades de
Propósito Específico (SPEs)
para fomentação de negócios
(compra ou venda);
j) Incentivo à formação de
consórcios para acesso a
serviços de segurança e
medicina do trabalho;
k) Regulamentação da figura do
“Microempreendedor
Individual”, também conhecido
por “Pequeno Empresário”,
criando condições favoráveis
para sua formalização com
benefícios previdenciários.
Além de, como já mencionado
acima, para este porte de
empresa a dispensa de seguir
sistema de contabilidade com
base na escrituração dos livros
fiscais e de levantar anualmente
balanço patrimonial e de
resultado econômico.
(http://leigeral.sp.sebrae.com.br/p
pág. 7-8). Acessado em
11/05/2015.
O CAPITAL E O
RISCO.

Todo empreendimento traz


consigo um risco envolvido em
menor ou em maior escala; sempre
há um risco em empreender. Esses
riscos são classificados em dois
tipos: os riscos provocados por
fatores externos e os riscos
provocados por fatores internos.
Entre os fatores externos, os
principais riscos são: intervenção
na economia por parte dos
governos (da união, dos estados e
municípios), excessiva carga
tributária, fatores climáticos
desfavoráveis, concorrência,
tecnologia que favorece o
aparecimento de novos produtos
(mais baratos e mais modernos),
taxa de juros, câmbio, inflação,
níveis de emprego de mão de obra,
desempenho da balança comercial.
Entre os fatores internos estão: a
má qualidade do produto, a falta de
capacidade técnica na produção,
atendimento mal feito, atrasos nas
entregas, equipamentos obsoletos,
falta de embalagem adequada,
desrespeito às normas
socioambientais, falta de
envolvimento dos sócios,
pagamentos de salários abaixo do
mercado, saques excessivos no
caixa da empresa por parte dos
sócios ou familiares, falta de
conhecimento dos anseios do
mercado comprador, localização
inadequada, publicidade
insuficiente.

Além destes, há que se destacar


um fator interno capaz de aumentar
exponencialmente o risco do
negócio: a falta de controles
internos que auxiliem nos processos
de tomadas de decisões. Tomar
decisões sem nenhum embasamento
técnico, apenas com sentimentos,
com suposições, independentemente
do tamanho da empresa, certamente
provocará erros administrativos
fatais para o empreendimento.
O SEBRAE (2013) apresenta
estudo revelando que a taxa de
sobrevivência das empresas no
Brasil é de 75,6% até os dois anos
de funcionamento. Como o
complemento à taxa de
sobrevivência é a taxa de
mortalidade, até os dois anos de
idade, segundo o SEBRAE 24,4%,
ou seja, praticamente um quarto das
empresas encerram suas atividades
considerando somente os dois
primeiros anos de atividade. Acima
dos dois anos uma enorme
quantidade de empresas também
fecham suas portas por motivos
vários.
Evidentemente, que não é só a
falta de controles internos que leva
a tomadas de decisões equivocadas
e que incrementam essa
mortalidade, mas certamente é um
dos fatores mais importantes.
Então, se os riscos existem e são
incontáveis, o que leva uma pessoa
a dispor de capital e empregá-lo na
abertura de uma nova empresa? As
respostas mais prováveis seriam: o
amor pelo que faz, o conhecimento
do negócio, abraçar o seu propósito
de vida, amor pela família,
liberdade, flexibilidade de
horários, acreditar que o seu
produto ou serviço seja capaz de
transformar pessoas, possibilidade
de crescimento e pequena “aversão
pelo risco”.
Depois de abrir seu negócio, o
empreendedor vai perceber que
“liberdade e flexibilidade de
horários” não é bem o que acontece
na prática. O proprietário acaba se
envolvendo muito mais do que
imaginava.
De certa forma, é muito comum
as pessoas terem algum grau de
aversão pelo risco, terem medo do
fracasso. Esta é uma característica
individual e cada pessoa carrega
consigo o seu próprio grau de
aversão. Aquelas pessoas que
possuem muita aversão ao risco
são, normalmente, as que procuram
os empregos públicos uma vez que
anseiam pela estabilidade. Outras
com graus mais moderados de
aversão se transformam, muitas
vezes, em funcionários de empresas
privadas.
Entretanto, uma das
características mais acentuadas dos
empreendedores é, certamente, a
pequena aversão ao fracasso, ao
risco de o negócio não prosperar.
Eles sabem que os riscos existem,
mas farão de tudo para minimizar
as possibilidades de insucesso,
adotando ferramentas de controle,
buscando informações e
conhecimentos capazes de
alavancar seus empreendimentos.
Assim, eles transformam o risco
puro e simples em “risco
calculado”.
A ERA DA
TRANSFORMAÇÃO

A tecnologia da informação muda


as bases da produção social, pois
incide sobre os processos de
produção, desenvolvimento e
aplicação do conhecimento,
permitindo acelerar outras
inovações; incide pois, no centro
nervoso dos processos sociais
(MACHADO, 1994, p. 14). Isto foi
escrito há mais de vinte anos.
Há quem defenda que a
sociedade moderna esteja inserida
na ERA DA INFORMAÇÃO.
Outros definem o momento atual
como sendo o da ERA DO
CONHECIMENTO. Começam a
aparecer, contudo, opiniões
reconhecendo que já foram
ultrapassadas essas duas eras.
Informação é importante,
conhecimento também é importante,
mas de nada valem se não
provocarem mudanças e
transformações nos ambientes, nas
empresas, nas relações, nos
produtos e serviços e nas pessoas.
Por isto, essas novas mentalidades
sustentam que a era atual é a ERA
DA TRANSFORMAÇÃO.

É espetacular a forma como as


informações e o conhecimento
circulam hoje mundo afora. Um
acontecimento do outro lado do
planeta fica disponível para todo o
resto dele em questão de segundos.
Assistimos a Internet se tornar a
grande “biblioteca” mundial de
pensamentos, condutas, ações,
atitudes, valores, comunicações,
informações e conhecimentos em
todos os sentidos. É a tecnologia
acelerando os processos em caráter
irreversível e, a cada dia, com mais
e mais pessoas acessando. O Brasil
já conta com mais de cem milhões
de internautas.

Nesse passo, o empreendedor


deve se perguntar, em relação ao
seu negócio: Quem eu quero
transformar? De que forma o meu
produto ou serviço pode
transformar as pessoas? Qual é o
impacto positivo que a minha
empresa está disposta a realizar na
sociedade?
INFORMAÇÃO gera è
CONHECIMENTO que gera è
TRANSFORMAÇÃO
Nem cabe discutir aqui sobre a
qualidade do produto ou serviço,
porque para gerar verdadeira
transformação, ele tem que ser
Perfeito (com “P” maiúsculo). Não
é só o empreendedor que tem que
achar seu produto perfeito, mas o
mercado precisa fazer a mesma
leitura dessa qualidade e ficar
muito feliz com a transformação
que poderá acontecer em cada vida.
PROPÓSITO DE
VIDA E
TRANSFORMAÇÃO

Esses dois assuntos foram


apresentados acima, mas vale aqui
discorrer um pouco mais sobre
cada um porque, quando ocorrem,
caracterizam-se em dois dos
maiores pilares de sustentação do
negócio, especialmente, dos
pequenos.
“Propósito de vida”, “razão de
viver”, “qual o meu papel aqui na
terra, no mundo” são questões que
afligem muita gente. Quem
consegue respostas para esse
questionamento vive muito melhor
porque já levanta pela manhã
sabendo as tarefas que precisa
desempenhar durante o dia. A vida
se torna mais leve, mais tranquila; o
sorriso aparece com mais
frequência.
O empreendedor que descobre
qual é o seu propósito de vida e
monta o seu negócio, escolhe o seu
produto em função dele, tem muito
mais chances de sucesso do que
aquele que ainda não tem as
respostas. Saber a utilidade da
empresa, saber a utilidade do
produto ou serviço para a
sociedade é um bom caminho
percorrido rumo ao sucesso
empresarial. A motivação está
presente a todo instante e isto
contamina a todos: funcionários,
fornecedores e clientes. O negócio
só tende a prosperar num ambiente
desses.

Na outra ponta está a


“transformação”. No fundo, não
importa muito se a era atual é a da
informação, do conhecimento ou
mesmo da transformação. O que
importa é o conceito que se extrai
disto. A informação precisa levar
ao conhecimento, mas não pode
parar por aí. Conhecimento sem
“ação” é inócuo. Conhecimento sem
transformação é infértil.
Cabe aqui refletir: qual será esse
agente de mudança? Que tipo de
transformação acontecerá? Quem
será transformado? Essa
transformação será benéfica a
todos?
Resgatando, neste momento, a
ideia do propósito de vida já
descoberto, com as respostas
certas, e de um produto ou serviço
oferecido por um empreendedor à
sociedade em função desse mesmo
propósito, as respostas aparecerão
com muita facilidade. O agente de
mudanças é o produto ou o serviço.
O cliente, o usuário será a pessoa
transformada e agora transformada
numa pessoa muito melhor, mais
saudável, mais feliz, mais completa
que antes, beneficiando a todos,
inclusive a quem gerou essa
transformação.

Certamente, esse benefício


retornará para a empresa, retornará
para o empreendedor, para os
funcionários envolvidos, porque
esta é uma via de mão dupla.
FUNDAMENTOS
BÁSICOS DAS
TOMADAS DE
DECISÕES NAS
EMPRESAS DE
MICRO E PEQUENO
PORTE

De uma maneira geral, nos micro


e pequenos empreendimentos, o
proprietário dedica muito do seu
tempo à elaboração do produto ou
serviço e sua oferta para o
mercado. Existem milhares de
casos em que o envolvimento do
sócio é total. Ele é o responsável
direto pela produção e pela entrega
de produtos. Nesse passo, sobra
muito pouco do seu tempo para
orientar a elaboração de controles
internos que são as anotações, são
os registros de todas as operações
realizadas pela empresa e que são
fundamentais para a tomada de
decisões.
Em virtude disto, ficam sem
registros informações importantes
para administrar e revelar o
desempenho empresarial, tais
como: controle do volume e da
movimentação de estoques de
mercadorias, registros de contas a
pagar e de contas a receber,
faturamento, quantidade de
produtos vendidos, cadastro de
clientes, quais os custos e despesas
estão envolvidos no negócio,
agenda de pagamentos mensais,
fluxo de caixa, volume de lucro e
dezenas de outros registros que
deixam de ser feitos por absoluta
falta de tempo e, algumas vezes até,
por falta de visão do
empreendedor.
Vale ressaltar também que alguns
empresários desprezam esses
controles internos considerando que
eles mesmos são capazes de
dominar todo o negócio apenas com
o seu conhecimento e com a sua
presença. Além disto, é muito
comum, nos micro e pequenos
negócios, faltar estrutura de pessoal
para desempenhar o trabalho de
lançar, de anotar e sistematizar os
registros dos fatos administrativos
e contábeis que acabam sendo
relegados a segundo plano. Assim,
os registros não são feitos ou são
registrados de maneira parcial, o
que ajuda muito pouco a orientar as
melhores decisões empresariais.

Entre os benefícios concedidos


aos pequenos negócios, inclusive já
relatados aqui no começo deste
capítulo, está a dispensa total ou
parcial de manterem contabilidade
regular e a de levantar anualmente
balanço patrimonial e de resultado
econômico. É incontestável a
merecida simplificação de trabalho
e diminuição de custos concedidos
aos pequenos negócios, em todos os
aspectos e inclusive neste.

Entretanto, a dispensa de
registrar pela contabilidade o que
ocorre diariamente na empresa,
deixa um vazio muito grande em
termos de apoio às tomadas de
decisões, uma vez que, não
registrando, não se cria histórico de
dados que poderiam ser analisados
com vistas a estimar o futuro do
negócio. O resultado disto, na
maioria das vezes, é que esses
dados são perdidos e a
improvisação entra em cena,
levando a empresa e o
empreendedor a situações bastante
indesejáveis.
A falta de registrar os fatos
contábeis, de criar históricos de
dados relativos às medidas
administrativas que são tomadas,
acaba sendo uma das grandes
responsáveis pelas estatísticas de
mortalidade precoce das empresas
no Brasil, medidas pelo SEBRAE e
por outros órgãos como o IBGE.

O que se está discutindo aqui é,


apenas, o registro sistemático
(mínimo) de entradas e saídas de
caixa, mas que já permitiriam a
elaboração de algum planejamento.
Piora muito a situação da empresa,
quando se verifica a falta também
de outros demonstrativos muito
importantes, tais como, o Balanço
Patrimonial, e a DRE -
Demonstração de Resultados de
Exercício, que são fundamentais
para se elaborar um planejamento
mais profissional.
Esta situação é a mesma de um
motorista muito experiente que
recebe um carro moderno, zero
quilômetro, tanque cheio, IPVA
pago, com todos os equipamentos e
instrumentos em perfeito estado de
funcionamento, para dirigir por uma
estrada coberta por uma neblina
muito densa. Essa neblina corta a
visão do motorista completamente,
ele não enxerga mais que alguns
metros à sua frente. Qual é a
possibilidade de sucesso dessa
viagem? Nenhuma. Qual decisão a
ser tomada pelo motorista? A
melhor decisão seria a de
estacionar o veículo em local
bastante seguro e aguardar pela
“sorte” de a neblina passar.
Assim também é o caso do
empreendedor que não possui
nenhum dado, informação ou
conhecimento sobre o seu negócio.
Ele é muito experiente em relação
ao produto em si. Consegue
fabricar o melhor produto que
existe, porém, isto não garante o
sucesso do seu empreendimento.
Uma empresa, independente do
produto ou do serviço que ela
ofereça, independente do seu porte,
exige muito mais que isto. A
concorrência é muito forte, o
cliente está muito exigente. As
informações circulam atualmente à
velocidade da luz.
Planejar é absolutamente
fundamental para o sucesso de
qualquer negócio. Porém, o
planejamento tem que estar baseado
em dados concretos, objetivos,
consistentes e verdadeiros sobre a
vida da empresa para que as
decisões sejam tomadas com muita
segurança.

Mas, isto tem solução? Tem


como as micro e pequenas
empresas investirem recursos
compatíveis com seus portes e
capacidades, do ponto de vista
financeiro e de pessoal e
construírem os demonstrativos
elencados acima, mesmo sem
conhecimento de contabilidade? É
possível, a partir das análises dos
dados desses relatórios, os
administradores das pequenas
empresas tomarem as decisões mais
convenientes e planejarem um
futuro melhor e mais próspero?
Felizmente sim! Este assunto será
tratado mais à frente neste estudo.

É necessário lembrar, ainda, que


a maioria das grandes empresas que
existem no mercado hoje nem
sempre foram grandes. Porém,
nenhuma delas chegou aonde
chegou sem planejamento, sem ficar
atentas aos mínimos detalhes, sem
procurar pelas decisões mais
corretas, a partir de relatórios
internos que elas mesmas
produziram e analisaram quando
estavam em crescimento.
Se, mesmo com planejamento,
existe alguma possibilidade de
erro, sem planejamento o erro é
apenas uma questão de tempo.
DEFINIÇÕES DE
DADOS,
INFORMAÇÃO E
CONHECIMENTO.

DADOS:
- São registros estruturados de
transações organizacionais
- Criam a ilusão de exatidão
científica
- Isoladamente, não fornecem
julgamento, nem interpretações para
a tomada de decisões.

INFORMAÇÃO:
- Mensagem na forma de
documento ou comunicação
- Tem significado, relevância e
propósito.
- Depende de interpretação (foco
do receptor)
CONHECIMENTO:
- Embutido em documentos,
relatórios, rotinas e normas
organizacionais.
- Criado somente por pessoas
- De difícil transmissão
- É ação concreta, é aplicável.
- É fruto da experiência, da
intuição, de valores e de crenças.
CAPÍTULO II

ELABORAÇÃO DE
DEMONSTRATIVOS
FINANCEIROS PARA
MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS

Como já mencionado neste


trabalho, os microempreendedores
individuais, as micro e as pequenas
empresas não possuem obrigação
fiscal nenhuma de manter
contabilidade regular e nem de
elaborar Balanço Patrimonial e
Demonstração de Resultados nos
finais de cada exercício social.

Entretanto, se do ponto de vista


fiscal esses demonstrativos são
dispensados, o mesmo não pode
ocorrer sob o ponto de vista
gerencial, uma vez que são eles que
contribuirão para que as tomadas
de decisões sejam coerentes e
assertivas.
É possível sim, para qualquer
porte de empresa, mesmo com
poucos recursos financeiros,
poucos conhecimentos técnicos e
com falta de pessoal qualificado, a
construção de excelentes
demonstrativos financeiros, cujo
entendimento, com um pouco de
esforço, se tornarão instrumentos
indispensáveis para o sucesso do
negócio.
Quando se fala em
Contabilidade, em Balanço
Patrimonial, Demonstração de
Resultados de Exercícios muita
gente se assusta considerando que
são temas muito difíceis de serem
entendidos e de serem assimilados.
O tema central deste trabalho não é
discorrer sobre lançamentos de
débitos e créditos em livros e mais
livros contábeis. O caminho aqui é
exatamente o contrário deste.

A tese defendida neste estudo é a


da simplificação e transformação
de um assunto árduo em conceitos
plenamente assimiláveis. É preciso
entender que esses demonstrativos
são ferramentas muito eficazes para
fundamentar os processos
decisórios.
O alvo aqui, portanto, é o de
orientar a construção de um Sistema
de Informações Gerenciais e tampar
uma lacuna existente para a maioria
das micro e pequenas empresas,
que é o de não possuírem
instrumentos capazes de permitir
que as tomadas de decisões sejam
feitas com o maior profissionalismo
possível.
POR ONDE
COMEÇAR?

Em primeiro lugar, tem que haver


total conscientização dos
empreendedores nos pequenos
negócios de que lhe faltam
ferramentas para o processo de
tomada de decisão. Em segundo
lugar ele precisa gostar ou se
familiarizar com os números. Sem
esses dois pressupostos básicos, a
empreitada não obterá sucesso e as
decisões continuarão a serem
tomadas à custa dos improvisos,
mesmo que isto cause muita
incerteza quanto ao futuro.
Depois disto, é necessário
entender o que são os “Dados” e a
importância deles para a evolução
e crescimento empresarial.
Praticamente toda decisão
tomada em um negócio tem um
reflexo no CAIXA da empresa e
pode gerar dois ou mais
lançamentos, por isto é tão
importante o seu registro, a sua
anotação.
Exemplo: uma decisão de
compra à vista de uma mercadoria
para revenda por R$ 1.000,00. O
que ocorre, em função dessa
decisão administrativa, é uma saída
em dinheiro do total dos recursos
disponíveis no caixa da empresa,
no valor de R$ 1.000,00 a favor do
fornecedor e a entrada em estoque
de mercadorias no mesmo valor, R$
1.000,00.
Neste exemplo, dois registros
(dois lançamentos) precisarão
ocorrer para contabilizar com
fidedignidade a decisão. O
primeiro registro é o da diminuição
do CAIXA em R$ 1.000,00 e o
segundo, do aumento do ESTOQUE
também em R$ 1.000,00. Dessa
forma, esses dois registros, esses
dois lançamentos, representam os
dados gerados com a transação de
aquisição de mercadoria à vista e
alguém precisará anotá-los para
que não se percam com o tempo.
As funções desses “dados”
registrados é a de produzir dois
tipos de informações, ou seja, de
que o administrador já não pode
contar mais com R$1.000,00 no
caixa e de que seu almoxarifado
deverá possuir espaço suficiente
para comportar a quantidade de
mercadoria adquirida.

Uma característica muito


importante desses dados (desses
registros) é que são especialmente
voláteis, ou seja, se não forem
anotados com muita regularidade e
com muita precisão eles se
perderão com o tempo e vai ficar
praticamente impossível recuperá-
los novamente no futuro. O
resultado disto é que uma
informação importante para os
propósitos da empresa terá se
perdido definitivamente e as
decisões erradas serão as suas
piores consequências.

Neste ponto é que entra a


tecnologia para auxiliar no
processo de anotações e
compilações desses registros. Basta
um computador e um software de
gestão financeira para que todo o
processo de registrar as decisões,
produzir e acumular os dados sejam
feitos e com bastante qualidade.
Computador não é problema
porque praticamente todo mundo
tem um. A boa notícia, contudo, é
que procurando na Internet se
encontra dezenas, talvez até
centenas de softwares em português
disponíveis para serem baixados.
Notícia melhor ainda é que as
empresas que desenvolvem os
melhores softwares oferecem
normalmente duas versões dos seus
produtos, sendo uma versão paga e
uma versão gratuita, ambas de
excelente qualidade.
Com isto, a empresa já estaria
pronta para iniciar os registros de
todos os atos e fatos
administrativos do seu dia a dia.
Quem não tem nada anotado,
começa assim mesmo, do zero. Não
há necessidade de esperar o início
do ano que vem ou o início do mês
que vem para começar. É muito
importante que comece
imediatamente a fazer os registros,
que comece a produzir histórias,
assim que a estrutura descrita acima
estiver concluída; quanto mais
cedo, mais dados produzirá e
melhores decisões passarão a ser
tomadas.
Deve se levar em conta, também,
a curva de aprendizado em relação
ao software e o tempo que se levará
até adquirir familiaridade com o
programa, para quem ainda não tem
e vai instalar um completamente
novo. Isto vai demandar esforço
por parte de quem vai trabalhar
com ele, normalmente de uma
semana ou talvez um pouco mais
que isto. É bastante comum as
empresas que desenvolvem esses
softwares oferecerem tutoriais,
suportes e “chats” para esclarecer e
facilitar o aprendizado,
especialmente, no início do
processo quando as maiores
dificuldades aparecem.
Depois do aprendizado é
necessário preparar o software
para receber os lançamentos. As
principais tarefas desta fase são:
registrar no programa um plano de
contas contendo todas as contas de
receitas e de despesas da empresa,
definir os centros de custos,
cadastrar contas bancárias, cartões
de crédito, cadastrar clientes,
fornecedores e funcionários e
lançar os saldos iniciais de caixa e
de cada conta bancária, assim como
as contas a receber e as contas a
pagar.
A partir desse momento, os
administradores deverão
estabelecer critérios internos sobre
quais papéis de trabalho serão
utilizados ou implantados para
indicar que um lançamento deve ser
feito.

Todo tipo de documento que


pressuponha uma movimentação de
recursos dentro da empresa é
adequado para efetuar os
lançamentos: dinheiro em espécie,
cheques ou recibos de cartões de
crédito relativos a vendas
efetuadas, notas fiscais de saídas de
mercadorias, notas fiscais de todas
as compras, boletos bancários,
contas de energia elétrica, contas
de água e de telefone.
Além disto, serão utilizados os
canhotos de talões de cheques,
recibos de depósitos bancários,
recibos de transferências bancárias,
extratos de contas correntes ou de
poupanças e até mesmo recibos
emitidos à mão para comprovar
saídas de dinheiro do caixa, se a
empresa mantiver um caixa para as
pequenas despesas do dia a dia.
E mãos à obra.
Em pouco tempo depois do início
dos lançamentos, os programas
financeiros já permitirão emitir e
imprimir relatórios com o plano de
contas escolhido contendo o saldo
de cada conta. Desta forma, em
breve espaço de tempo, a empresa
já poderá contar com balancetes e
apuração de resultados por período
com todas as entradas e saídas de
caixa.
A DEMONSTRAÇÃO
DE RESULTADOS DO
EXERCÍCIO

É o demonstrativo contábil onde


as receitas são confrontadas com as
despesas, com a finalidade de se
apurar o resultado do exercício.
Essa confrontação ressalta um dos
valores mais importantes da
empresa: o resultado de suas
operações em um determinado
período de tempo. Através desta
informação pode-se mensurar a
rentabilidade dos recursos
investidos na empresa.

Conceito de Receitas: Receitas


são os valores que a empresa
recebe ou tem direito de receber
pela comercialização dos bens e/ou
serviços produzidos. Podem
também ocorrer outras receitas, tais
como, as de transações financeiras,
receitas de aluguéis sobre imóveis,
etc.
Conceito de Despesas: Despesas
são gastos efetuados pela empresa
no desenvolvimento de suas
atividades. Tais gastos tem o
objetivo de produzir bens e/ou
serviços que, comercializados,
geram as receitas da empresa.
Assim, a principal função das
despesas é produzir receitas.

Nesse contexto, o legislador,


para facilitar a compreensão,
definiu que as receitas e as
despesas sejam divididas em:
Principais: quando estão
diretamente ligadas ao objetivo
principal da empresa.

Acessórias de caráter
permanente: mesmo não estando
ligadas diretamente ao objetivo
social da empresa, ocorrem de
forma permanente. São elas:
receitas com aluguéis, receitas com
vendas de sucatas, receitas com
vendas de materiais recicláveis,
etc..

Acessórias de caráter eventual:


são aquelas que não estão
relacionadas ao objetivo social da
empresa e ocorrem de maneira
eventual. Ex.: ganhos ou perdas
com venda de veículos, ganhos ou
perdas com a venda de maquinário,
ganhos ou perdas com a venda de
imóveis, etc..
As principais características
da demonstração de resultados do
exercício são:

- Seu resultado provoca aumento


ou redução no Patrimônio da
empresa.
- Mostra a rentabilidade da
empresa em determinado período.
Veja o modelo da DRE a seguir.
ESTRUTURA DA DRE -
DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS DO
EXERCÍCIO:

RECEITA OPERACIONAL
BRUTA
(-) Impostos Incidentes sobre
Vendas
(-) Vendas Canceladas
(-) Abatimentos sobre vendas
(=) RECEITA OPERACIONAL
LÍQUIDA
(-) Custos dos Produtos,
Mercadorias ou Serviços Vendidos
(*).
(=) LUCRO BRUTO
(-) Despesas Administrativas
(-) Despesas com Vendas
(-) Despesas Gerais
(-) Resultado Financeiro Líquido
(-) Outras Receitas e Despesas
Operacionais
(=) LUCRO OPERACIONAL
(+/-) Resultado Extra
Operacional
(-) Distribuição de Lucros
(=) LUCRO/PREJUÍZO
LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
(*) Custos dos Produtos,
Mercadorias ou Serviços Vendidos:
a nomenclatura deste grupo de
contas deverá ser ajustada
considerando o setor de atividades
da empresa. Se ela for uma
Indústria a conta terá a
denominação de “Custos dos
Produtos Vendidos”, se for do
Comércio deverá ser ajustada para
“Custos das Mercadorias
Vendidas” e se for uma Prestadora
de Serviços, o nome do grupo de
contas será “Custos dos Serviços
Prestados”.

Observa-se neste modelo,


adaptado para micro e pequenas
empresas, as três fases de Lucro: o
Lucro Bruto, o Lucro Operacional e
o Lucro Líquido do Exercício. Esta
disposição da DRE reconhece as
várias fases em que o
produto/mercadoria/serviço se
encontra, se está em fase de
produção ou já é produto acabado.
O primeiro lucro que aparece na
DRE é o Lucro Bruto que leva em
conta todo o esforço da empresa
para produzir e deixar produto,
mercadoria ou serviço no ponto de
ser vendido e entregue. Já o Lucro
Operacional considera todo o
esforço da empresa em vender,
receber e manter pessoal no seu
setor administrativo. No final, o
Lucro do Exercício reflete a
diferença entre os totais das
receitas com todos esses esforços
(custos e despesas). Uma
explicação mais detalhada será
feita a seguir.
ANÁLISE DOS
GRUPOS DE CONTAS
DA DEMONSTRAÇÃO
DE RESULTADOS DE
EXERCÍCIO:

A explanação que se deseja fazer


aqui, na verdade, não se refere a
uma única conta, mas a GRUPOS
de contas, uma vez que eles
congregam várias contas com a
mesma característica. É o que se
chama de Centros de Custos,
Centros de Receitas ou, mais
genericamente, Centros de
Responsabilidades.
Na hora da implantação do
software financeiro escolhido pelo
empreendedor para registrar os
fatos administrativos, que são os
registros dos dados já mencionados
anteriormente, esses grandes grupos
devem ser registrados no software
como CENTROS DE CUSTOS.
Isto é muito importante uma vez
que, feito isto, no final do mês ou
do trimestre a demonstração de
resultados já estará
automaticamente concluída. Este
assunto será tratado com bastante
clareza mais à frente.

Neste passo, os GRUPOS DE


CONTAS (ou CENTROS DE
CUSTOS) da DRE são os
seguintes:
Receita Operacional Bruta: este
grupo de contas representa o
somatório de todo o faturamento da
empresa no período. É a soma de
todas as vendas efetuadas pela
empresa.

Impostos Incidentes sobre Vendas:


este centro de custos congrega
todos os impostos que incidem
sobre o faturamento. Exemplo:
Simples Nacional, ISS, ICMS, IPI,
etc.. É necessário reconhecer aqui
os impostos e tributos pagos
levando-se em conta a opção
tributária feita pela empresa em
função do seu porte, como
microempreendedor individual,
como micro e como pequena
empresa, ou seja, o Simples
Nacional.
Vendas Canceladas: São as
devoluções de produtos,
mercadorias ou serviços efetuadas
pelos clientes, caso a empresa não
cumpra algum aspecto combinado
na hora da compra, por exemplo,
em relação à qualidade, quantidade,
preço, prazo de entrega, etc..
Abatimentos sobre vendas: são
abatimentos nos preços concedidos
incondicionalmente pela empresa
fornecedora ao seu cliente,
relativos a problemas que possam
ocorrer com o produto no ato da
entrega, por exemplo, pequenos
defeitos no transporte, quantidade
menor que o combinado, atraso na
entrega, etc. Esses abatimentos não
devem ser confundidos com os
descontos comerciais, relativos a
negociações de preços antes do
fechamento da compra. Os
abatimentos ocorrem depois da
compra e são descobertos,
normalmente, no momento da
entrega dos produtos. Para evitar
que a venda seja totalmente
cancelada e os produtos sejam
devolvidos ajusta-se um
abatimento.
Receita Operacional Líquida: é o
faturamento líquido, ou seja, é o
resultado da diferença entre a
Receita Operacional Bruta
(faturamento bruto) e os impostos,
as vendas canceladas e os
abatimentos.

Custos dos Produtos, Mercadorias


ou Serviços Vendidos: representam
todos os recursos investidos pela
empresa na função de produzir. São
computados aqui os custos com:
matérias primas, insumos,
embalagens, energia elétrica, água,
telefone, aluguel da fábrica,
alimentação, transporte, salários e
encargos sociais do pessoal da
produção, etc..
Lucro Bruto: é a primeira fase de
lucro da empresa, onde são
computados apenas os
investimentos feitos para produzir.
É igual à Receita Operacional
Líquida deduzida dos custos de
produção.
Despesas Administrativas: neste
grupo de contas são apropriadas as
despesas com salários e encargos
do pessoal administrativo, energia
elétrica, água, correio, telefone do
setor administrativo, alimentação,
transporte de pessoal de escritório,
aluguel, condomínio, IPTU,
retiradas pró-labore (dos sócios),
material de escritório, material de
informática, etc.
Despesas com Vendas: aqui são
registradas as despesas com
vendedores: salários, encargos
sociais e comissões de vendas e
ainda despesas com propagandas,
publicidades, panfletos, folders,
amostras, cartões de visitas, etc..

Despesas Gerais: aqui são lançadas


despesas com viagens e
representações, despesas com copa
e cozinha, material de limpeza,
jornais e revistas, despesas
cartorárias, despesas legais e
judiciais, honorários de serviços
profissionais contratados etc..
Resultado Financeiro Líquido: este
grupo de contas é utilizado para
contabilizar o resultado das
diferenças entre as Despesas
Financeiras, tais como: juros pagos
a bancos, tarifas bancárias,
descontos concedidos, despesas
bancárias e as Receitas
Financeiras, entre elas: receitas de
aplicações financeiras, descontos
obtidos, juros recebidos, etc.
Outras Receitas e Despesas
Operacionais: aqui são registradas
as receitas e despesas que não
estão diretamente ligadas ao
objetivo social da empresa, mas
ocorrem em caráter permanente,
tais como: receitas com alugueis,
receitas com vendas de sucatas e
materiais recicláveis. Também
podem ser registradas aqui todas as
pequenas receitas e despesas
quando suas relações diretas com
os grupos acima não forem
encontradas.
Lucro Operacional: Este lucro
representa a diferença entre todas
as receitas e despesas operacionais
na empresa. A função dele é
mostrar a efetividade dos negócios
em termos operacionais, ou seja, se
a empresa está auferindo lucro ou
prejuízo considerando somente as
suas atividades principais.

Resultado Extra Operacional: aqui


são registradas as diferenças de
todas as receitas e despesas
acessórias e eventuais, isto é,
aquelas que não apresentam relação
nenhuma com a atividade principal
da empresa e, ainda assim,
aparecem apenas eventualmente.
São elas: ganho ou perda com a
venda de imóveis, de móveis, de
veículos, de maquinários, de
equipamentos, etc.. Apesar desse
resultado não fazer parte da rotina
operacional da empresa, ele pode
alterar o lucro ou o prejuízo no
final do exercício.

Distribuição de Lucros: Aqui são


lançadas as participações dos
sócios nos lucros da empresa.
Ocorrem apenas quando da
apuração dos resultados e diferem
das “retiradas pró-labore”
(retiradas de sócios) que acontecem
frequentemente e são registradas
como despesas administrativas. A
distribuição dos lucros é uma
decisão que cada empresa deve
tomar individualmente no final de
cada exercício social.
LUCRO/PREJUÍZO LÍQUIDO DO
EXERCÍCIO: este é o resultado
final do exercício e demonstra se o
negócio como um todo foi lucrativo
no período analisado ou não.
Baseando-se nesse resultado é que
a administração da empresa
verifica se deve tomar suas
decisões de cortar gastos, quais
gastos precisam ser reduzidos e em
qual montante ou se novos projetos
podem ser adotados.
DIFERENÇAS ENTRE
CUSTOS E DESPESAS

Como se viu no tópico anterior


existe uma diferença muito grande
entre Custos e Despesas. Os custos
são os recursos empregados na
produção, ou seja, são os custos de
fábrica. Já as despesas são os
recursos empregados nos setores
administrativos que não possuem
nenhuma relação com o ato de
produzir, mesmo que esses dois
setores (produção e administração)
estejam locados no mesmo
ambiente, no mesmo espaço. O que
se separa são as funções de cada
um: a função de produzir da função
de administrar.

Talvez para algumas empresas


fique impossível diferenciar custos
e despesas, especialmente nas de
menor porte. Um exemplo é o caso
de empresa que utiliza o mesmo
funcionário com responsabilidade
pela produção e também pelo setor
administrativo. Outro exemplo:
pode ser que o medidor de energia
elétrica seja único na empresa e
fique impossível ratear a despesa
total entre o que foi gasto na
produção e o que foi utilizado na
administração.
É importante destacar que,
quanto melhor for o trabalho de
separação e rateio entre CUSTOS e
DESPESAS e os seus lançamentos
nos grupos de contas corretos,
melhor será a qualidade da
informação e, portanto, das
decisões. Entretanto, se for
absolutamente complicado ou caro
fazer o rateio é mais simples e mais
prático alocar aquela despesa no
setor onde se observa um gasto
maior.

Se a despesa com energia


elétrica, por exemplo, é cobrada em
uma única conta de consumo e no
setor produtivo existem várias
máquinas que consomem mais
energia que o setor administrativo é
mais coerente, então, que toda a
despesa seja carregada para Custos
e seja lançada no grupo de “Custos
de Produtos, Mercadorias ou
Serviços Vendidos”.
BALANÇO
PATRIMONIAL -
VISÃO GERENCIAL

Longe de se prender aos aspectos


contábeis do Balanço Patrimonial,
assim como fez com a DRE –
Demonstração de Resultados de
Exercício em tópico anterior, este
estudo pretende mostrá-lo do ponto
de vista gerencial, do pondo de
vista do administrador de pequenos
e micro negócios para que ele tome
as decisões corretas. A intensão
aqui é entender o demonstrativo
patrimonial em seus conceitos mais
genéricos, centrando seu foco nos
aspectos conceituais e gerenciais.
Em momento algum os conceitos
contábeis de débito e crédito serão
tratados aqui. É muito importante,
porém, entender o que é um Ativo,
um Passivo, um Patrimônio Líquido
e quais decisões afetam cada um
deles.
Entendendo esses conceitos, o
administrador saberá que uma
decisão que leve ao aumento do
passivo, por exemplo, a princípio,
poderá prejudicar a empresa. Em
contrapartida, uma decisão que leve
a aumento de Ativo, a princípio,
beneficiará a empresa.
O Balanço nada mais é do que
uma lista, uma relação de todos os
bens, de todos os direitos e de
todas as obrigações assumidas pela
empresa em determinada data. Aqui
está uma diferença entre o Balanço
e a Demonstração de Resultados.
Enquanto esta se refere a um
período de tempo, por exemplo,
“Demonstração de Resultados do
Exercício encerrado em
31/12/2014” e demostra todas as
receitas e despesas ocorridas entre
01/01/2014 e 31/12/2014, o
Balanço se refere a um dia, a uma
data específica.
Por analogia, pode-se entender
que a DRE é um “filme” da
empresa em determinado período e
o Balanço é uma “foto” dela tirada
em um dia em particular. Essa foto
vai registrar os bens, os direitos e
as obrigações naquela data.
Apesar de ser uma simples lista,
uma simples relação, existem
critérios para que esta lista seja
apresentada. E são exatamente
esses critérios que facilitam o
entendimento de quem está
promovendo a leitura do Balanço
Patrimonial.
Entre os principais critérios e
definições que serão importantes
para o âmbito deste estudo, estão:
ATIVO = PASSIVO +
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O ATIVO representa todos os
Bens e Direitos da empresa e é
exposto na coluna à esquerda do
Balanço Patrimonial. É também
definido como sendo o local para
registrar as APLICAÇÕES DE
RECURSOS, ou seja, os
investimentos feitos pela empresa
em bens e direitos.

O lado direito do Balanço


representa as ORIGENS DOS
RECURSOS também chamados de
FONTES de recursos e mostram de
onde vieram os capitais que foram
aplicados no Ativo. São dois os
tipos de Origens de Capitais:
O PASSIVO que representa
todas as obrigações, todas as
dívidas da empresa e está
localizado na coluna da direita,
junto com o Patrimônio Líquido. O
Passivo é, portanto, ORIGEM DE
CAPITAIS COM TERCEIROS. Um
grande volume de recursos
registrados aqui significa que existe
um valor correspondente em Ativos
comprometidos com terceiros.

O PATRIMÔNIO LÍQUIDO
engloba o Capital Social e todos os
lucros acumulados pela empresa
com o tempo. Representa os
recursos próprios, ou seja, é a
ORIGEM DE CAPITAIS
PRÓPRIOS da empresa e
correspondem aos lucros
acumulados e retidos assim como
os recursos aplicados pelos sócios
na empresa sob a forma de Capital
Social.
O seguinte esquema demonstra
isto:
ATIVO PASSIVO
OBRIGAÇÕES
(Capitais de
BENS Terceiros)
E
DIREITOS PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
(Capitais Próprios)
APLICAÇÕES ORIGENS

O ATIVO é o conjunto de bens e


direitos e é dividido em dois
grandes grupos. São eles: ATIVO
CIRCULANTE e ATIVO NÃO
CIRCULANTE. A classificação
das contas dentro do Ativo obedece
à ordem decrescente de liquidez, ou
seja, as contas que possuem alta
liquidez aparecem primeiro, como
a conta CAIXA e assim
sucessivamente até aquelas contas
com baixíssima liquidez, como no
caso das registradas no Ativo Não
Circulante - Imobilizado.
O PASSIVO é o conjunto de
todas as dívidas e é dividido em
PASSIVO CIRCULANTE e
PASSIVO NÃO CIRCULANTE. No
Passivo, a ordem de classificação é
a ordem cronológica crescente por
data de vencimento, ou seja, as
contas que vencem primeiro
aparecem nos primeiros lugares, até
que sejam expostas as contas com
prazos de vencimentos maiores
registradas no Passivo Não
Circulante.
Assim, um novo esquema do
Balanço pode ser apresentado:
ATIVO PASSIVO
PASSIVO
CIRCULANTE

ATIVO
CIRCULANTE PASSIVO
NÃO
CIRCULANTE

ATIVO
NÃO PATRIMÔNIO
CIRCULANTE LÍQUIDO

O ATIVO CIRCULANTE
congrega todos os bens e direitos
cujo prazo para realização seja
inferior a 360 dias. Classificam-se
aí as contas: Caixa, Bancos,
Aplicações Financeiras, Contas a
Receber de Clientes, Estoques, etc.
O ATIVO NÃO CIRCULANTE
compõe-se de:
Ativo Realizável a Longo Prazo
onde são registradas contas com as
mesmas características das contas
registradas no ATIVO
CIRCULANTE com diferença
apenas no prazo de realização
destas que é superior a 360 dias.
Investimentos: são participações
da empresa em outras empresas.
Imobilizado: são bens e direitos
utilizados para o desenvolvimento
das atividades da empresa, tais
como: imóveis, máquinas,
equipamentos, veículos, etc.
Intangível: são direitos não
corpóreos, mas necessários à
atividade da empresa, como,
marcas, patentes, fundos de
comércio, etc.

No PASSIVO CIRCULANTE são


registradas as dívidas e obrigações
da empresa cujos prazos de
vencimentos não ultrapassem 360
dias. Entre elas estão: Salários e
Encargos sociais a pagar,
Fornecedores, Empréstimos e
Financiamentos Bancários,
impostos a recolher, aluguel a
pagar, energia elétrica, telefone,
contas de água a pagar etc.

No PASSIVO NÃO
CIRCULANTE são registradas as
contas com as mesmas
características das registradas no
Passivo Circulante, porém com
prazos de vencimentos superiores a
360 dias.
O PATRIMÔNIO LÍQUIDO
registra o Capital Social da
empresa bem como as Reservas e
os Lucros ou Prejuízos acumulados.
Veja a seguir o esquema do
Balanço Patrimonial ainda mais
detalhado conforme as definições
acima:
ATIVO PASSIVO

PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE
CIRCULANTE
Salários/Encargos
Caixa Sociais a pagar
Bancos Fornecedores
Aplicações Financiamentos
Financeiras Bancários
Contas a Impostos a
Receber de Recolher
Clientes
Estoques de PASSIVO NÃO
Mercadorias CIRCULANTE

Financiamento
Bancários
ATIVO NÃO
CIRCULANTE
PATRIMÔNIO
Realizável a LÍQUIDO
Longo Prazo
Investimentos Capital Social
Imobilizado Lucros ou
Intangível Prejuízos
Acumulados
Para efeito didático foi
apresentado acima um modelo de
Balanço Patrimonial que, apesar da
sua simplicidade, evidencia os
grandes grupos de contas com
destaque também para os grupos
classificados como NÃO
CIRCULANTES (no ATIVO e no
PASSIVO) que são utilizados
notadamente pelas médias e
grandes empresas. Contudo, as
empresas de micro e pequeno porte,
devido à sua simplicidade contábil
e porque concentram, normalmente,
todas as suas atividades em prazos
inferiores a 360 dias, nos chamados
CIRCULANTES, tanto ATIVO
quanto PASSIVO, apresentam com
frequência modelos bem mais
reduzidos. Dentro dos ATIVOS
NÃO CIRCULANTES as micro e
pequenas contabilizam apenas o
Imobilizado.
Considerando isto, um modelo de
Balanço Patrimonial mais adequado
aos menores portes de empresas
seria este:
ATIVO PASSIVO

PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE
CIRCULANTE
Fornecedores
Caixa Financiamentos
Bancos Bancários
Aplicações Salários e
Financeiras Encargos Sociais
Contas a a pagar
Receber de Impostos a
Clientes Recolher
Estoques de
Mercadorias
PATRIMÔNIO
ATIVO NÃO LÍQUIDO
CIRCULANTE
Capital Social
Imobilizado Lucros ou
Prejuízos
Acumulados

Observa-se no novo modelo


simplificado uma redução
importante do ATIVO NÃO
CIRCULANTE e eliminação por
completo do PASSIVO NÃO
CIRCULANTE. Ficaram intactos,
porém, o ATIVO CIRCULANTE e
o PASSIVO CIRCULANTE e o
PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
Este é o modelo mais aplicado às
pequenas empresas, porém, se ela
adquiriu um veículo com prazo
longo, por exemplo, em 36 meses,
nada impede que ela lance as
primeiras doze parcelas com
vencimentos até um ano no
PASSIVO CIRCULANTE e as
demais parcelas, com vencimentos
acima de um ano, no PASSIVO
NÃO CIRCULANTE. Este é o
procedimento correto.
CAPÍTULO III

SIG - SISTEMA DE
INFORMAÇÕES
GERENCIAIS

Independentemente do tamanho e
do setor em que está inserida, uma
empresa é o reflexo das decisões
do seu gestor. A base de
sustentação de um sistema de
decisão é a informação, que deve
ser bem preparada e difundida para
conhecimento de todos os
interessados. Um sistema de
informação construído por
indicadores fidedignos certamente
contribui para um gerenciamento
eficaz e impulsiona a empresa a ser
uma boa competidora, com
estrutura para ofertar produtos e/ou
serviços, satisfazendo às
necessidades do mercado enquanto
remunera o capital. (FERNANDES,
2004, p.1).

Não há como gerenciar uma


empresa e obter sucesso sem as
informações corretas. Toda decisão
emana de algum tipo de
conhecimento, de algum tipo de
informação. Porém, se a informação
for inadequada certamente a
decisão vai provocar estragos.
Para determinar o preço de
venda de seu produto, por exemplo,
o empreendedor precisa ter
informações sobre o custo dele e
também precisa saber o preço
praticado pela concorrência. Aí
sim, a decisão de estabelecer
determinado preço será acertada. A
informação sobre o custo e o
conhecimento do preço dos
concorrentes funciona como
“parâmetros de comparação” e a
decisão tem tudo para ser bem
sucedida.

A palavra SISTEMA segundo o


Dicionário do AURÉLIO é “a
combinação de partes reunidas
para concorrerem para um
resultado, ou de modo a formarem
um conjunto. Modo de
organização. Conjunto de meios e
processos empregados para
alcançar determinado fim.
Conjunto de métodos ou processos
didáticos. Método, modo, forma”.
As funções dos empreendedores
são, principalmente, planejamento,
organização, liderança e controle, e
são tarefas que, se bem
desempenhadas, são responsáveis
pelo sucesso da atividade
empresarial. Mas, para auxiliar
nestas suas atribuições, os
administradores precisam contar
com um efetivo sistema de apoio às
suas decisões. São os chamados,
Sistemas de Decisões Gerenciais
ou Sistemas de Informações
Gerenciais, designado pela
abreviatura “SIG”.
Os SIG – Sistemas de
Informações Gerenciais
caracterizam-se pela reunião de um
conjunto de informações, que
transformadas em conhecimento,
auxiliam nos processos decisórios.
São esses sistemas que geram
informações em níveis gerenciais.

A grande dificuldade das


empresas é interpretar as atividades
operacionais e administrativas sob
a forma de indicadores para a
direção tomar as melhores
decisões.
Segundo DEMING (1990) “Não
se gerencia o que não se mede, não
se mede o que não se define, não
se define o que não se entende,
não há sucesso no que não se
gerencia”. O que não possui
controle é afeito ao descontrole.
Para gerenciar com qualidade é
preciso que o empreendimento seja
medido, seja mensurado e a função
do SIG é exatamente esta.
São as seguintes as principais
vantagens de implantação de um
sistema de informações de apoio às
decisões nas empresas:
a) - Melhora na
produtividade
b) - Melhor integração
funcional
c) - Maior envolvimento das
pessoas com o negócio
d) - Uniformidade nas
comunicações internas
e) - Redução de custos e
despesas
f) - Decisões mais
assertivas
g) - Planejamento mais
eficaz
h) - Crescimento do negócio
i) - Melhoria nos resultados
j) - Visão de futuro
k) - Permite a elaboração de
melhores estratégias
l) - Diminuição do risco
empresarial
m) - Maior tranquilidade para
enfrentar os desafios, etc.
SISTEMATIZANDO A
DEMONSTRAÇÃO
DE RESULTADOS

A informação, para ser eficaz


precisa ser sistematizada e
traduzida em linguagem acessível a
todos os envolvidos na condução
do negócio. Um bom sistema
gerencial é capaz de conseguir isto
com o auxílio da tecnologia da
informação, através da qual, é
possível produzir relatórios e
cálculos com rapidez e precisão
absolutas.

Neste contexto, todos os


processos do sistema de gestão
deverão ser informatizados e
expostos sob a forma de planilhas
eletrônicas, que facilitam os
cálculos e a produção de
informações que, se bem
interpretadas, indicam as
tendências para as melhores
decisões.
Em capítulo anterior neste
trabalho, foi ressaltada a
importância da empresa adquirir
um software de gestão, se já não
possuir um, para registrar todas as
movimentações de dinheiro e de
recursos efetuados por ela no dia a
dia. Sem um programa desses fica
muito difícil produzir os dados e
informações necessárias ao
processo decisório.
Ao instalar o software, as
primeiras providências para efetuar
os lançamentos de Receitas e
Despesas e elaborar a
Demonstração de Resultados do
Exercício serão as seguintes:
1) Cadastrar os Centros de
Custos, seguindo o mesmo
modelo de DRE já descrito
no Capítulo anterior deste
trabalho:

CENTROS DE CUSTOS:
Receita Operacional Bruta
Impostos Incidentes sobre Vendas
Vendas Canceladas
Abatimentos sobre vendas
Custos dos Produtos,
Mercadorias ou Serviços Vendidos
(*).
Despesas Administrativas
Despesas com Vendas
Despesas Gerais
Resultado Financeiro Líquido
Outras Receitas e Despesas
Operacionais
Resultado Extra Operacional
Distribuição de Lucros.

Obs.: Os Lucros e Resultados


que aparecem na DRE não serão
convertidos em Centros de Custos,
uma vez que eles se referem a
cálculos matemáticos e se
justificam apenas naquele
demonstrativo.
2) Cadastrar o PLANO DE
CONTAS:
Neste tópico, a empresa deve
fazer uma relação minuciosa de
todas as suas Receitas e Despesas e
cadastrá-las uma a uma no software
de gestão. É imprescindível que
estas contas, ao serem cadastradas,
mantenham relação direta com o
seu respectivo Centro de Custo.
Exemplos: despesa com "Comissão
de Vendedores” – esta conta
precisa ser incluída no Centro de
Custos DESPESAS COM
VENDAS. Despesa com aquisição
de material de escritório deve ser
registrada no Centro de Custos:
DESPESAS ADMINISTRATIVAS.
E assim, por diante.

A maioria dos softwares já


oferece uma sugestão de plano de
contas genérico. Neste caso, a
empresa deverá fazer as adaptações
para o seu negócio em particular.
3) Efetuar os seguintes
cadastros no sistema:
Ø Cadastro de contas
bancárias e do caixa
com seus
respectivos saldos
iniciais
Ø Cadastro de Clientes
Ø Cadastro de
Fornecedores
Ø Cadastro de
Funcionários
Ø Cadastro de
Produtos,
Mercadorias ou
Serviços.
Ø Planos e formas de
pagamentos
utilizados pela
empresa.
Ø Outros cadastros
requeridos pelo
software que a
empresa escolheu.
A partir deste momento a
empresa já está preparada para
iniciar os lançamentos. É
necessário iniciar imediatamente.
Desde que o software seja
compatível com a emissão de
relatórios, dentro pouco tempo a
empresa poderá imprimir o seu
primeiro relatório de caixa. Esse
relatório de caixa nada mais é do
que a DRE – Demonstração de
Resultados convenientemente
encerrada contendo todas as
receitas menos todas as despesas e,
no final, demonstrando Lucro ou
Prejuízo no período.
O ideal é imprimir a DRE no
último dia de cada mês, até se
completarem os primeiros seis
meses. Nesse tempo a empresa já
terá reunido uma quantidade de
dados bastante interessante para se
familiarizar com eles e tomar as
primeiras decisões com muito mais
embasamento do que antes. A partir
desses seis meses iniciais, a DRE
já poderá ser levantada a cada final
de trimestre.
Este assunto será retomado mais
adiante, quando este trabalho for
tratar da construção e interpretação
de índices financeiros nos pequenos
negócios.
SISTEMATIZANDO O
BALANÇO
PATRIMONIAL:

Como as micro e pequenas


empresas não levantam balanço
patrimonial ao encerrar um
período, este estudo vai resgatar
uma técnica muito utilizada pelo
sistema financeiro quando recebe
pedidos de empréstimos a serem
concedidos a esses portes de
empresas. Este assunto é bastante
discutido na literatura brasileira.

É a técnica do “Balanço
Perguntado”, também chamado de
“Balanço Inventariado” ou
“Balanço Estimado”, já definido
anteriormente, que será a
ferramenta a ser utilizada por este
estudo para proceder ao
levantamento dos bens, direitos e
obrigações da micro e pequena
empresa, com vistas à elaboração
do Balanço Patrimonial.
Não é necessário ser um
especialista em contabilidade para
reunir as informações certas para
elaborar um balanço aqui chamado
de Inventariado ou Perguntado.

“O termo balanço perguntado tem


sido citado nesses últimos anos,
com certa frequência, para
expressar uma técnica que
possibilita elaborar relatórios
contábeis de pequenas empresas.
Trata-se de uma prática antiga e que
consiste, basicamente, no
interrogatório direto ao dono ou
pessoa responsável pelo
empreendimento e, com base em
suas respostas, na experiência do
perguntador e em alguns ajustes de
consistência, obtêm-se as
informações no formato básico das
demonstrações contábeis”.
KASSAI (2004).

Na sequência, KASSAI (2004)


afirma que “Existem diversos tipos
de questionários que orientam a
elaboração de um balanço
perguntado, a exemplo do modelo
adotado pela Caixa Econômica
Federal que alimenta o Sistema de
Análises de Risco de Crédito
(SIRIC), responsável pela análise
das propostas de empréstimos”.

CORRÊA, MATIAS, VICENTE


(2006) afirmam que “A importância
da realização desta pesquisa se
encontra no fato de desenvolver
uma metodologia de análise
financeira aplicável a micro e
pequenas empresas (técnica do
Balanço Perguntado), de forma a
contribuir para uma melhor gestão
destas, em busca de uma queda nas
atuais altas taxas de mortalidade
deste tipo de empreendimento”. E
completam: “Além disso, este tipo
de análise pode ser utilizado para a
concessão de crédito por parte de
instituições financeiras”.
Esta técnica está baseada, pois,
em um questionário a ser
preenchido pelo proprietário da
empresa ou por alguém indicado
por ele. Como se poderá observar,
o trabalho de levantamento de
dados e preenchimento do
questionário é muito simples e
apresenta pouca dificuldade.

Existem vários modelos de


questionários que dependem do
objetivo para o qual o Balanço
Inventariado está sendo elaborado:
se o propósito dele é atender a
demanda externa à empresa, pedido
de empréstimo, cadastro em
fornecedores ou se a demanda é
interna, com o fim de orientar os
processos decisórios.

O modelo de questionário a ser


utilizado aqui atenderá a uma
demanda interna com o objetivo de
produzir informações que auxiliem
o processo decisório. Segue o
modelo:
BALANÇO INVENTARIADO
EM: ___/___/____.
RESPONSÁVEL PELO
LEVANTAMENTO:______________
CONTAS DO ATIVO
DISCRIMINAÇÃO VALORES
CAIXA: valor em
espécie disponível
BANCOS: Saldos
bancários (da
empresa). Se houver
conta em mais de um
banco, especificar.
APLICAÇÕES
FINANCEIRAS:
Saldos de aplicações
financeiras, inclusive
poupança (da
empresa). Se houver
aplicações em mais de
um banco, especificar.
CONTAS A
RECEBER DE
CLIENTES: A vencer
CONTAS A
RECEBER DE
CLIENTES: Vencidas
e não recebidas
CHEQUES PRÉ-
DATADOS DE
CLIENTES: A vencer
CHEQUES PRÉ-
DATADOS DE
CLIENTES: Vencidos
e não recebidos
OUTRAS CONTAS A
RECEBER: Com
menos de um ano.
ESTOQUE DE
PRODUTOS
ACABADOS OU DE
MERCADORIAS
PARA REVENDA: em
reais.
ESTOQUE DE
PRODUTOS EM
PROCESSAMENTO:
em reais.
ESTOQUE DE
MATÉRIAS PRIMAS:
em reais.
ESTOQUE DE
PEÇAS PARA
REPOSIÇÃO: em
reais.
ESTOQUE DE
EMBALAGENS E
MATERIAL
SECUNDÁRIO: em
reais.
EMPRÉSTIMOS
FEITOS AOS
SÓCIOS (SE
HOUVER): em reais.
TERRENOS: Em
nome da empresa, a
valor atual de mercado.
EDIFICAÇÕES: Em
nome da empresa, a
valor atual de mercado.
VEÍCULOS: Em nome
da empresa, a valor
atual de mercado.

MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS:
Em nome da empresa,
a valor atual de
mercado.
EQUIPAMENTOS DE
INFORMÁTICA:
Valor atual de mercado
MÓVEIS E
UTENSÍLIOS: Valor
atual de mercado
OUTROS BENS
IMÓVEIS: Em nome
da empresa, a valor
atual de mercado.
PARTICIPAÇÕES EM
OUTRAS
EMPRESAS: Em
nome da empresa, a
valor atual de mercado.
OUTROS
INVESTIMENTOS:
Em nome da empresa,
a valor atual de
mercado.
BENS DE
PROPRIEDADE DOS
SÓCIOS E
UTILIZADOS PELA
EMPRESA:
CONTAS DO PASSIVO E DO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
DISCRIMINAÇÃO VALORES
FORNECEDORES: A
vencer
FORNECEDORES:
Vencidos e não pagos
SALÁRIOS DO MÊS
A PAGAR NO MÊS
SEGUINTE:
SALÁRIOS
VENCIDOS E NÃO
PAGOS.
ENCARGOS SOCIAIS
DO MÊS A PAGAR
NO MÊS SEGUINTE:
ENCARGOS SOCIAIS
VENCIDOS E NÃO
PAGOS
CONTAS DE ÁGUA,
ENERGIA ELÉTRICA
E TELEFONE A
PAGAR.
SEGUROS A PAGAR
ALUGUÉIS A PAGAR
RETIRADAS DOS
SÓCIOS A PAGAR
IMPOSTOS A
PAGAR:
IMPOSTOS
VENCIDOS E NÃO
PAGOS
PARCELAMENTOS
DE IMPOSTOS A
PAGAR
EMPRÈSTIMOS A
PAGAR
EMPRÈSTIMOS
NÃO PAGOS
CHEQUES PRÉ-
DATADOS
EMITIDOS: pela
empresa e pelos sócios
DUPLICATAS
DESCONTADAS:
DUPLICATAS
VENCIDAS E NÃO
PAGAS:
DÍVIDA COM
CHEQUE ESPECIAL:
Da empresa e dos
sócios
FINANCIAMENTOS
A PAGAR:
FINANCIAMENTOS
VENCIDOS E NÃO
PAGOS:
OUTRAS CONTAS A
PAGAR:
EMPRÉSTIMOS E
FINANCIAMENTOS
A PAGAR: Acima 12
meses
CAPITAL SOCIAL:
Último valor do Capital
Social (Vide contrato
social)
CONTAS DA
DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS

Obs.: Se a empresa possuir


sistema de controle de receitas e
despesas informatizado, deve
buscar os saldos das contas nesse
controle. Se a empresa não possuir
sistema informatizado poderá
inventariar as contas, assim como
fez para levantar o Balanço
Patrimonial.
CONTAS DA DEMONSTRAÇÃO
DE RESULTADOS
INVENTARIADA
DISCRIMINAÇÃO VALORES
Receita Operacional
Bruta (Faturamento
Bruto)
Impostos incidentes
sobre vendas
Vendas canceladas
Abatimentos
concedidos
Estoque Inicial (=
Estoque Final do
período anterior)
Estoque Final do
período atual
Compras de
mercadorias, matérias
primas e embalagens.
Custo de energia
elétrica na fábrica
Custo de água na
fábrica
Salários e encargos
sociais do pessoal da
fábrica
Outros gastos gerais de
fabricação
Despesas
Administrativas
Despesas com Vendas
Despesas Tributárias
Despesas Gerais
Outras Receitas
Operacionais
Receitas Financeiras
Despesas Financeiras
Receitas com vendas
de imobilizado
Receitas com vendas
de sucatas e material
reciclável
INFORMAÇÕES
COMPLEMENTARES
DISCRIMINAÇÃO VALORES
DISTRIBUIÇÃO DO
CAPITAL SOCIAL:
(em % por sócio)
PRINCIPAIS
PRODUTOS OU
SERVIÇOS
VENDIDOS:
Discriminar quais
produtos e o percentual
de participação de cada
um no faturamento.
PRINCIPAIS
CLIENTES:
NÚMERO DE
FUNCIONÁRIOS:
ÁREA GEOGRÁFICA
ATENDIDA PELA
EMPRESA: Relacionar
cidades ou regiões
atendidas.
VALOR DAS
RETIRADAS
MENSAIS: Discriminar
Sócio 1, Sócio 2, etc.
EXISTEM
DESPESAS DOS
SÓCIOS PAGAS
PELA EMPRESA?
Discriminar quais
despesas e valores por
sócio.
O NEGÓCIO EXIGE
INJEÇÃO DE
CAPITAIS DOS
SÓCIOS COM
FRENQUENCIA?
Qual valor e quantas
vezes por ano/mês?
VALOR DA FOLHA
DE PAGAMENTO
MENSAL: Salários
mais encargos sociais.

A partir das informações obtidas


nas respostas aos questionários
acima serão levantados o Balanço
Inventariado e a Demonstração de
Resultados Inventariada. Esses
demonstrativos não possuem
nenhum vínculo com a
contabilidade formal porque foram
obtidos a partir de levantamentos
feitos nas anotações mantidas pela
empresa, nas pesquisas de valores
de mercado de bens patrimoniais e
pelo conhecimento dos envolvidos.
Apesar disto, as respostas ao
questionário serão organizadas e
transcritas para os modelos de
Balanço e DRE Padronizados com
vistas a simplificar ainda mais o
processo, sem prejudicar o
entendimento e análise dos dados.
CAPÍTULO IV

PADRONIZAÇÃO DE
DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

Padronização, também chamada


de Reclassificação ou Estruturação,
é a técnica de traduzir os
demonstrativos financeiros
apresentados originalmente em
linguagem contábil para uma
linguagem que propicia a
construção do Sistema de
Informações Gerenciais. Os
modelos de Demonstrações de
Resultados e de Balanços
Patrimoniais são adaptados a novas
formas de apresentação com a
utilização de planilhas financeiras.
Este procedimento será adotado no
presente estudo.
São as seguintes as vantagens da
padronização:
1) Diminuir a quantidade de
contas dos demonstrativos
financeiros.
2) Adequar-se ao modelo de
análise adotado pelo Sistema
de Informações Gerenciais,
considerando o ponto de vista
do público interno à empresa.
3) Tornar as demonstrações
mais acessíveis
4) Permitir a comparabilidade
das demonstrações
financeiras.
5) Simplificar os modelos de
demonstrativos financeiros.
6) Conseguir maior precisão na
classificação das contas.
TÉCNICA DE
PADRONIZAÇÃO DA
DRE –
DEMONSTRAÇÃO
DE RESULTADOS DO
EXERCÍCIO

A Demonstração de Resultados
Padronizada mostrará apenas os
valores fundamentais para a
análise. Em seguida à sua
apresentação, serão evidenciados
os Dados Adicionais que são
relativos às Receitas Operacionais
Brutas e às Compras de
Mercadorias.
a) A Receita Operacional
Líquida é a primeira conta
que aparece na DRE
padronizada. O seu valor é
calculado a partir da
Receita Operacional Bruta
deduzida das “Devoluções,
Abatimentos e Impostos
Incidentes sobre Vendas”.
O valor da Receita
Operacional Bruta é
transferido para a tabela de
dados adicionais.
b) As Despesas
Operacionais devem
englobar as Despesas com
Vendas, Despesas
Administrativas, Despesas
Gerais e outras.
c) Outras Receitas
Operacionais: são todas as
outras receitas
operacionais não
relacionadas na letra “b”
acima, tais como receita
com aluguel de imóveis,
receitas com vendas de
sucatas e materiais
recicláveis.
d) Resultado Financeiro
Líquido é calculado pela
diferença entre as
Despesas Financeiras e as
Receitas Financeiras.
e) O Lucro Operacional é
apresentado depois do
Resultado Financeiro
Líquido.
f) O Resultado Não
Operacional deve
comportar os resultados de
todas as receitas eventuais,
deduzido das despesas
também eventuais.
g) Lucro ou Prejuízo Líquido
é o resultado final da
confrontação de todas as
Receitas com todas as
Despesas.
Como se pode ver, o modelo de
DRE Padronizada depois das
simplificações fica bastante enxuto.
DRE PADRONIZADA Valores
RECEITA OPERACIONAL
LÍQUIDA
Custo dos Produtos Vendidos
LUCRO BRUTO
Despesas Operacionais
Outras Receitas Operacionais
Resultado Financeiro Líquido
LUCRO OPERACIONAL
Resultado Não Operacional
LUCRO DO EXERCÍCIO
TÉCNICA DE
PADRONIZAÇÃO DO
BALANÇO
PATRIMONIAL

1) É criado dentro do Ativo


Circulante um subgrupo
denominado
Disponibilidades englobando
as contas Caixa, Bancos e
Aplicações Financeiras,
porque possuem a mesma
característica, isto é,
representam a quantidade de
dinheiro efetivo que a
empresa possuía na data do
encerramento do exercício
social.
2) Dentro do Ativo Circulante
são discriminadas as contas a
receber de clientes, os
estoques de mercadorias
(contendo a soma dos valores
de matérias primas, produtos
em processo, produtos
acabados, embalagens, peças
de reposição), os
adiantamentos a
fornecedores, adiantamentos
a funcionários que
representam os direitos
operacionais a receber.
3) O Ativo Realizável a Longo
Prazo (RLP), que é um sub
grupo do Ativo Não
Circulante, é mostrado
apenas pelo seu valor total,
desprezando-se as suas
contas internas. Esse
procedimento é feito porque
o RLP representa direitos que
vão beneficiar a empresa
apenas no futuro (acima de 12
meses).
4) O mesmo acontece com os
Investimentos, com o
Imobilizado e com o
Intangível todos
inventariados pelo seu valor
de mercado.
5) No Passivo Circulante são
registrados os Empréstimos
Bancários, as Duplicatas
Descontadas, os
Fornecedores, os salários,
encargos e contribuições
sociais a pagar e as outras
obrigações operacionais, tais
como, adiantamento de
clientes, impostos, tributos a
pagar, contas de telefone,
energia elétrica, água,
aluguéis a pagar, etc.
6) As Duplicatas Descontadas,
originalmente lançadas como
redutoras do Ativo
Circulante, são transportadas
para o Passivo Circulante,
por se constituírem em
obrigação da empresa até o
seu efetivo recebimento. Por
esta operação, o banco
antecipou recursos relativos
ao desconto e a empresa se
torna coobrigada na operação
até que seus clientes efetivem
os pagamentos.
7) Outras obrigações que
devem ser lançadas no
Passivo Circulante são os
valores relativos a cheques
pré-datados emitidos pela
empresa a favor dos seus
fornecedores. Esse
lançamento pode ocorrer
junto com as demais
obrigações com
fornecedores.
8) O Passivo Não Circulante é
apresentado apenas pela sua
soma total.
9) Logo após o Passivo Não
Circulante, aparece um
subtotal representando os
Capitais de Terceiros, que
correspondem à soma do
Passivo Circulante (de curto
prazo) mais o Passivo Não
Circulante (de longo prazo).
10) No Patrimônio Líquido, que
representa os Capitais
Próprios da empresa, é
evidenciado o Capital Social
juntamente com os Lucros
Retidos pela empresa.
Eis o modelo do Balanço
Patrimonial Padronizado:
BALANÇO PATRIMON
PADRONIZADO
Disponibilidades
Clientes
Estoques
Outros Direitos Operacionais
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE
Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
TOTAL ATIVO NÃO CIRCULANTE
TOTAL DO ATIVO

Empréstimos Bancários
Duplicatas Descontadas
Fornecedores
Salários e Encargos sociais a pagar
Outras Obrigações
TOTAL DO PASSIVO CIRCULNTE
TOTAL DO PASSIVO N
CIRCULANTE
CAPITAIS DE TERCEIROS (PC + PN
Capital Social
Lucros Retidos
TOTAL DO PATRIM. LÍQUI
(CAPITAIS PRÓPRIOS)
TOTAL DO PASSIVO
CAPÍTULO V

INDICADORES DE
DESEMPENHO

De uma forma genérica,


indicadores são guias, valores,
parâmetros e medidas para
diagnosticar um determinado
caminho já percorrido, para agir
com segurança no presente e
apontar quais as melhores
alternativas no futuro.

Na ótica empresarial esses


indicadores de desempenho são
números usados para demonstrar
uma variação de magnitude como
custo, preço, volume ou lucro, etc.,
em certo período de tempo.
Uma empresa que trabalha sem
indicadores está na mesma situação
de um barco que navega
“orientado” por uma bússola sem
ponteiros. Sabe que tem que ir, mas
não sabe qual o melhor caminho,
nem aquele que apresenta os
menores riscos.
O sucesso de uma empresa, isto
é, a sua capacidade de sobreviver e
prosperar está intimamente ligada à
sua capacidade de aprender e de se
transformar. Neste aspecto, as
pequenas empresas são,
normalmente, muito mais eficientes
que as grandes. Elas possuem muita
facilidade para a transformação
porque, com uma estrutura menor,
com poder de decisão muito
concentrado, a sua adaptação ao
meio acontece de forma muito mais
rápida. Mas é necessário que o
aprendizado organizacional
congregue as experiências em nível
administrativo e gerencial e as
decisões sejam tomadas
rapidamente e com a maior
qualidade possível.

É necessário, sobretudo, definir


o que medir e avaliar, o que nem
sempre é uma tarefa fácil.
Estabelecer quais medidas devem
ser utilizadas, quais indicadores de
desempenho devem ser
selecionados e atuar diariamente
para que sejam elaborados e
acompanhados, exige
conhecimento, vontade de
prosperar, compromisso com
resultados, liderança e muita
responsabilidade.
A definição dos indicadores de
desempenho a serem adotados pela
empresa deve considerar as metas
já estabelecidas pela
administração, tanto em nível
pessoal quanto em nível
organizacional.

Existem vários indicadores de


desempenho, mas recorrer a um
excesso de medidas pode resultar
em perda de foco no que é
realmente importante mensurar. A
eficácia é fundamental nessa hora.
É preciso medir o que é
extremamente necessário.
Os principais indicadores de
desempenho podem ser divididos,
para efeito deste trabalho, em
quatro grandes grupos:
Análise Vertical
Análise Horizontal
Endividamento
Composição do End
Imobilização do
Líquido
Liquidez Geral
Liquidez Corrente
Liquidez Seca ou Im
Ciclo Operacional
I- Ciclo Financeiro
INDICADORES Prazo Médio de R
ECONÔMICOS Estoques
E Prazo Médio de Re
FINANCEIROS Vendas
Prazo Médio de P
Compras
Giro do Ativo
Rentabilidade de Ve
Rentabilidade do At
Rentabilidade do
Líquido
Capital Circulante L
Capital de Giro Próp
Necessidade de Cap
Localização
Geográfica -
Clientes
Localização
Geográfica -
Fornecedores
Estratégias de
Comercialização
Análise do
Mercado
Comprador
Participação no
Mercado
Identificação dos
II - Concorrentes
INDICADORES Nível de
DE MERCADO Satisfação dos
Clientes
Índice de
Recompra por
Cliente
Lucratividade do
Cliente
Preços dos
Concorrentes
Pontos Fortes dos
Concorrentes
Qualidade
Percebida pelo
Mercado
Publicidade e
Promoção
Análise de
Logística e
Distribuição
Localização
Geográfica da
empresa
Obsoletismo dos
Equipamentos
Capacidade
Operacional
III - Índices de
INDICADORES Desperdícios
OPERACIONAIS Nível de Poluição
do Meio Ambiente
Economia de
Água e Energia
Elétrica
Acondicionamento
dos Produtos
Diversificação de
Produtos
Inovação
Tecnológica
Qualidade do
Produto
Treinamentos
para os Sócios
Treinamentos
para os
Funcionários
Salários
Compatíveis
com o
Mercado
Benefícios
Concedidos
Assistência
Médica e
Odontológica
Nível de
Satisfação dos
Funcionários
Índices de
“Turn Over”
Ambiente de
Trabalho
Nível de
IV – INDICADORES Ruídos
ADMINISTRATIVOS Transporte do
Pessoal
Política e
Oportunidades
de
Crescimento
Participação
da Empresa
na Sociedade
Participação
no Mercado
Digital
Contribuição
Social da
empresa
Produtividade
dos
Funcionários

Como se pode perceber é


interminável a quantidade de
provas a que o empresário é
submetido para bem desempenhar
suas funções. Empreender é
realmente uma vocação e um
desafio.
Mas há um norte! Dada a sua
capacidade de observar e medir,
com muito maior abrangência que
os demais aspectos, os Índices
Econômicos e Financeiros são os
instrumentos de avaliação de
desempenho que o presente estudo
se utilizará para assessorar e
profissionalizar as decisões nas
micro e pequenas empresas.
Desta forma, a sugestão de
implantação de um Sistema de
Informações Gerenciais pelas
micro e pequenas empresas, que
está sendo feita aqui, se tornará
possível pela mensuração, análise,
aplicação, acumulação e
interpretação baseadas em Índices
Econômicos e Financeiros.

Vale ressaltar, contudo, que


mesmo que a empresa seja muito
bem sucedida quanto aos aspectos
econômicos e financeiros, se ela
provocar alguma contaminação ao
meio ambiente, por exemplo, todo o
conjunto estará comprometido. É
preciso, pois atenção ao mercado,
atenção aos aspectos operacionais
e atenção aos acontecimentos
administrativos.
A ESCOLHA DOS
ÍNDICES
ECONÔMICOS E
FINANCEIROS

Os índices econômico-
financeiros são os resultados das
relações estabelecidas entre grupos
e/ou contas do Balanço e da D.R.E.
Esses índices permitem, pela
comparação de mais de um
período, que seja efetuada uma
avaliação do comportamento
econômico-financeiro da empresa
no período analisado, bem como o
levantamento de tendências sobre o
seu comportamento futuro.
Existem quatro funções
financeiras dentro das empresas,
independente do porte, que são
verdadeiros diamantes e se bem
administradas aumentam muito as
chances de sucesso e crescimento
do negócio. Há uma interligação
enorme entre essas quatro funções e
não adianta o empreendedor
abraçar uma delas e abandonar as
demais. Não tem como separá-las.
São estas as funções e tarefas que
o empreendedor precisa dedicar a
maior parte do seu tempo e atenção:

1. ADMINISTRAÇÃO DO
CAIXA
2. ADMINISTRAÇÃO DO
CAPITAL DE GIRO
3. ADMINISTRAÇÃO DOS
CUSTOS
4. ADMINISTRAÇÃO DO
LUCRO.
Sendo estas funções de extrema
importância para determinar o êxito
do empreendimento. Um bom
Sistema de Informações Gerenciais
deve selecionar índices econômico-
financeiros capazes de medir e
orientar ações positivas no caixa,
no capital de giro, nos custos e no
lucro.
O modelo de SIG proposto por
este estudo prevê sete técnicas de
análise para averiguação da
situação econômica e financeira das
empresas em vários âmbitos, mas
especialmente, quanto às funções
citadas acima. São elas:
1- Análise Vertical - AV
2- Análise Horizontal - AH
3- Análise da Estrutura de
Capitais
4- Análise da Liquidez
5- Análise do Ciclo
Operacional e Financeiro
6- Análise da Rentabilidade
7- Análise dos Capitais de
Giro.

É muito importante destacar que


em qualquer tipo de análise que se
faça, inclusive na análise com
utilização de índices financeiros,
que:
a. É preciso analisar todo o
conjunto de índices e nunca
um índice isoladamente.
b. Nunca encarar o
comportamento dos índices
de forma rígida, em função
das características
específicas de cada
empresa, do setor de
atividade e da localização
geográfica onde atua.

ANÁLISE VERTICAL - AV
Tem a finalidade de mostrar a
participação relativa de cada conta
de um determinado demonstrativo
financeiro no total em que está
inserido.
A Análise Vertical baseia-se em
valores percentuais das
demonstrações financeiras. Para
isso, calcula-se o percentual de
cada conta em relação a um valor
base, também chamado de valor
índice.

No Balanço, esse valor base é o


Total do Ativo, que é igualado a
100. Na Demonstração de
Resultados, calcula-se o percentual
de cada conta em relação às
Receitas Operacionais Líquidas (ou
Vendas Líquidas) que representam
os 100 como valor base.
A fórmula para cálculo da
Análise Vertical é baseada em uma
regra de três simples:

AV NO BALANÇO:
ANÁLISE VERTICAL NO
BALANÇO
AV=(Valor da Conta no Ano÷Total
do Ativo no Ano)×100
Com base no exemplo a seguir e
aplicando a fórmula da AV nos
dados de Ativo os resultados são:
ANO ANO
ATIVO AV AV
1 2
Disponibilidades 90 11 180 12
Títulos a
450 56 580 39
Receber
Estoques 260 33 720 49
TOTAL DO
800 100 1480 100
ATIVO

Evidentemente que, como já


mencionado, os índices apurados
em qualquer análise não devem ser
encarados individualmente, nem de
forma rígida. Apesar disto, no
exemplo acima, algumas suposições
podem ser feitas a partir dos
resultados dos índices financeiros
apurados aqui. Isto demonstra a
importância deles.
No primeiro ano, pode-se
observar que mais da metade do
Ativo (56%) estava aplicado em
Títulos a Receber, ou seja, em
vendas a prazo. Já no segundo ano,
praticamente metade do Ativo
(49%) era representado por
estoques. A conta disponibilidades
não oferece nenhum destaque que,
apesar de ter dobrado de um ano
para o outro, corresponde a pouco
mais de 10% do Ativo nos dois
períodos.
Onde então deveriam estar
centradas as atenções da gerência
de uma empresa dessas, se esse
caso fosse real? Na queda de
vendas da empresa de um período
para o outro. Dois motivos
reforçam essa suposição: 1)
redução de vendas a prazo e 2)
acúmulo de mercadorias em
estoque. Uma coisa pode estar
levando à outra.
É claro que, independente do
porte de uma empresa dessas, esse
problema já teria aparecido e seria
do conhecimento de todos e, com
certeza, estaria resolvido.
Mesmo assim, a título de
ilustração, as decisões abaixo
poderiam ser tomadas pela
administração para averiguar os
resultados dos índices e melhorar o
desempenho empresarial:
· Verificar se o
concorrente não está
oferecendo produto com
melhor qualidade, com
menor preço ou com
desconto acima do normal.
· Apurar se não apareceu
concorrente novo no
mercado.
· Levantar se não houve
problema no atendimento a
clientes.
· Solicitar informações de
possíveis atrasos em
entregas do passado.
· Averiguar se os estoques
não estão obsoletos.
· Pesquisar se não
apareceu um produto mais
avançado
tecnologicamente.
· Estudar a possibilidade
de aumentar o investimento
em propaganda.
· Estudar a eventualidade
de utilizar novos canais de
distribuição.
· Reavaliar a política de
preços praticada pela
empresa, etc.
O que se observa é a riqueza que
os questionamentos administrativos
podem representar. A partir de
dados quase insignificantes, mas
que transformados em informações
oferecem vários instrumentos para
o melhor desempenho da empresa.
É isto o que acontece na prática e é
o que se espera das informações
geradas a partir da implantação de
um Sistema de Informações
Gerenciais.
AV NA DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS:
ANÁLISE VERTICAL NA DRE
AV = (Valor da Conta no Ano ÷
Receita Operacional Líquida no
Ano)×100
Exemplo de Análise Vertical e
sua aplicação na D.R.E. Supondo
que determinada empresa
apresentasse os dados abaixo e
aplicando a fórmula da A.V. os
resultados seriam:
ANO ANO
DRE AV AV
1 2
Receita
Operacional 1.250 100 2.500 100
Líquida
Custo dos
Produtos 813 65 1.875 75
Vendidos
Lucro Bruto 437 35 625 25

Quais análises poderiam ser


feitas neste exemplo?
Analisando o caso, pode-se
inferir que houve queda no Lucro
Bruto da empresa, exatamente por
causa de aumento do C.P.V. – Custo
dos Produtos Vendidos.
Isoladamente essa conclusão
pode não ser importante, porém
pode estar demonstrando uma
tendência de redução na margem de
rentabilidade bruta da empresa em
virtude de aumento nos custos de
produção. Neste exemplo, a
gerência deveria concentrar seus
esforços no sentido de analisar
cada componente dos custos de
produção e agir na administração
deles.

ANÁLISE HORIZONTAL -
AH
Esta análise evidencia a
evolução anual de cada conta dos
demonstrativos financeiros.

A Análise Horizontal baseia-se


em variações percentuais anuais
das demonstrações financeiras e o
mesmo cálculo é utilizado tanto no
Balanço quanto na D.R.E.

Na construção dos percentuais


anuais para a elaboração da
Análise Horizontal usa-se a técnica
dos números-índices em que, no
ano anterior, todos os valores das
contas são considerados iguais a
100. Através de uma regra de três
simples, obtêm-se os valores do
ano seguinte, a partir da fórmula:
ANÁLISE HORIZONTAL (NO
BALANÇO E NA DRE)
AV = [(Conta do Ano Seguinte ÷
Conta do Ano Anterior)-1] × 100
Exemplificando:
ANO ANO
DRE AH
1 2
Disponibilidades 100 130 30
Títulos a
300 630 110
Receber
Estoques 200 320 60

Os números do exemplo acima


indicam que no Ano 2 em relação
ao Ano 1:
· As disponibilidades
aumentaram 30 %
· Os títulos a receber
tiveram acréscimo de 110
%
· Os estoques aumentaram
60 %.

Analisando-se o exemplo, pode-


se fazer algumas suposições:
· A empresa está
aumentando os seus
valores a receber.
· A empresa poderá ter
efetuado maiores vendas
totais (à vista e a prazo)
que no ano anterior.
· Os estoques evoluíram
menos que as vendas a
prazo.
· Como há indicações de
que as vendas estão
aumentando, a gerência
deve ficar atenta ao
comportamento do Capital
de Giro, porque um
aumento de vendas está
diretamente relacionado
com maior consumo de
capital de giro. Neste caso,
a gerência deve se
preparar para buscar fontes
de financiamento de
capitais giro, se não houver
capacidade interna para
suprir essa necessidade.
No entanto, é importante
destacar, novamente, que a
análise isolada de uma evolução,
quer seja nominal, quer seja
real, não pode dar margem a
uma conclusão segura sobre o
que realmente ocorreu. É
necessário analisar as variações
horizontais de todas as contas
do demonstrativo, identificar
aquelas que se mostrarem
efetivamente mais relevantes e
concluir que tipo de medidas
administrativas precisam ser
implementadas.
CORRELAÇÕES ENTRE
AS ANÁLISES VERTICAL
E HORIZONTAL:
É recomendável que as Análises
Vertical e Horizontal sejam usadas
conjuntamente. Para uma boa
técnica, é imprescindível que as
conclusões tiradas da Análise
Vertical sejam complementadas
com as conclusões obtidas na
Análise Horizontal.
A seguir um exemplo de
combinação da Análise Vertical
com a Análise Horizontal:
Suponha a seguinte DRE:
DRE PADRONIZADA 20X4 AV
RECEITA OPERACIONAL
95.320 100
LÍQUIDA (D)
Custo dos Produtos Vendidos
31.658 33
(C)
LUCRO BRUTO (B) 63.662 67
Despesas Operacionais (E) 35.932 38
Outras Receitas Operacionais 3.704 4
Resultado Financeiro Líquido
-6.254 (7)
(F)
LUCRO OPERACIONAL 25.180 26
Resultado Não Operacional - 0
LUCRO LÍQUIDO DO
25.180 26
EXERCÍCIO (A)
As seguintes conclusões podem
ser tiradas sobre a combinação de
AV e AH aplicadas ao exemplo:

1. Houve queda em 18% no Lucro


Líquido do Exercício (A) de
20X4 para 20X5. No primeiro
ano, o Lucro representava 26%
da Receita Operacional Líquida
(Faturamento Líquido). No ano
seguinte, esse Lucro Líquido
representa apenas 17% das
Receitas Líquidas.
2. Observa-se também que o
Lucro Bruto (B) caiu 15% do
ano 20X4 para o ano 20X5. Esse
Lucro que representava 67% do
volume de Vendas Líquidas no
primeiro ano passou a
representar 58% no ano
seguinte.
3. Um dado que confirma as duas
observações acima é o aumento
do CPV - Custo dos Produtos
Vendidos (C) em 65% de um ano
para o outro. Esse CPV
representava 33% do volume de
vendas no ano 20X4, passou a
corresponder a 42% no ano
20X5.
4. A Receita Operacional Líquida
(D) teve uma evolução de um
ano para outro em 32% bem
menor, portanto, que o aumento
do CPV. O aumento na receita
operacional não compensou o
aumento maior do CPV.
5. As Despesas Operacionais (E),
que são despesas muito
importantes nas DREs de
qualquer empresa, ficaram bem
comportadas. Até caíram um
pouco passando de 38% para
36%. Assim, não se verifica
nesta despesa nenhuma
responsabilidade pela redução
do Lucro Líquido observado no
item 1 acima.
6. Já o Resultado Financeiro
Líquido (F) que é a diferença
entre as Despesas Financeiras e
as Receitas Financeiras,
apresentaram uma evolução
anual de 52% no período
analisado. Este resultado, com
valor negativo, demonstra que a
empresa está pagando juros
sobre financiamentos que
correspondem a 7% e 8% do
volume de faturamento líquido,
respectivamente, nos anos de
20X4 e 20X5. Este é um ponto
bastante negativo para a empresa
e deve ser administrado com
muito rigor.
7. A empresa obteve lucro no
último ano representando 17%
das receitas, mas menor que o
lucro apurado no ano anterior de
26% das receitas líquidas. Este
fato deve preocupar a
administração da empresa
porque, se esta tendência de
queda permanecer nos anos
seguintes, ela enfrentará
problemas para quitar seus
compromissos.
8. Existem componentes dentro do
CPV que precisam ser
averiguados para que não
provoquem prejuízos no futuro.
A tendência é esta mesmo.
Observe: Aumento de CPV
provoca menores Lucros.
Menores Lucros obrigam a
empresa a ir ao mercado
financeiro buscar dinheiro para
financiar o seu Capital de Giro,
provocando aumento das
Despesas Financeiras. Isto pode
se tornar um círculo vicioso sem
fim, levando a empresa a uma
inadimplência geral.
9. Em resumo, a administração da
empresa precisa concentrar
todos os seus esforços em duas
frentes principais: a) Redução
dos custos de produção e b)
Redução das Despesas
Financeiras.
ANÁLISE DA
ESTRUTURA DE
CAPITAIS:
Os índices Financeiros
classificados neste grupo avaliam,
comparativamente, como a empresa
escolhe as fontes, ou seja, as
origens de capitais para financiar
as suas atividades. A Estrutura de
Capitais mede a situação financeira
da empresa.
A estrutura de capitais de uma
empresa congrega três tipos de
alternativas para a decisão:
1. A de obter recursos junto
a terceiros;
2. A de obter recursos junto
a seus sócios e acionistas;
3. A de produzir lucros e se
tornar autossuficiente.

Esta decisão deve levar em conta


fatores como o custo do dinheiro, o
envolvimento dos sócios no
empreendimento, a expectativa de
retorno, a alavancagem financeira,
o fluxo de fundos, etc..
Assim, aquela empresa que
melhor decidir sobre a sua estrutura
de capitais, estará assegurando
menor risco para o negócio e maior
confiança para o futuro.

Logicamente, excluindo-se
os conceitos de alavancagem
financeira, a princípio, a empresa
que possuir um menor grau de
endividamento perante terceiros é
uma empresa de menor risco. A
razão desta conclusão é simples:
1. Os recursos de terceiros
devem ser devolvidos aos
credores, no prazo e
condições acordados
independentemente da
geração de recursos pela
empresa, sob pena de ser
acionada judicialmente.
2. Enquanto os sócios têm o
direito ao retorno e
remuneração do seu
capital investido a partir
dos lucros e recursos
gerados pela própria
empresa.
Explicitando a importância da
alavancagem financeira referida
acima, em linhas gerais, ela
estabelece o seguinte: um montante
de dinheiro obtido no mercado
financeiro a 5% ao mês pode
parecer muito caro (e é mesmo!).
Entretanto, se com esse volume de
recursos uma empresa comprar
estoque e revender ganhando o
dobro disto no mesmo tempo, talvez
não seja tão ruim assim e o
endividamento oneroso com bancos
até possa compensar.
É evidente que devem ser
levados em conta o custo do
dinheiro, o tempo de retorno e o
risco envolvido no negócio.
Os índices de Estrutura de
Capitais são:
PARTICIPAÇÃO DE
CAPITAIS DE TERCEIROS
(ENDIVIDAMENTO) - PCT
Fórmula:
PCT = (CAPITAIS DE
TERCEIROS ÷ PATRIMÔNIO
LÍQUIDO) × 100

Interpretação:
Mostra qual o nível de
participação dos capitais de
terceiros em relação ao capital dos
sócios, que foram captados pela
empresa.
Como já enfatizado, por este
índice pode-se avaliar as decisões
sobre captação de recursos que a
empresa tomou e, a princípio,
quanto menor for esta relação,
menor será o grau de
vulnerabilidade e risco da empresa.
COMPOSIÇÃO DAS
EXIGIBILIDADES - CE
Fórmula:
CE = (PASSIVO CIRCULANTE ÷
CAPITAIS DE TERCEIROS) × 100

Interpretação:

Mostra o grau de endividamento


em curto prazo da empresa, em
relação ao total devido a terceiros.
Do seu resultado pode-se avaliar,
em termos de prazo, qual foi a
política de captação dos recursos
junto a terceiros. Normalmente, as
micro e pequenas empresas
apresentam resultados para este
índice muito próximo de 100%, ou
seja, a maioria de suas dívidas
estão concentradas no curto prazo
(menor que 12 meses).

Ao administrador que desejar


captar recursos para pagamento em
curto prazo, ou seja, em prazo
inferior a 360 dias, esta relação é
de suma importância, já que de
antemão saberá se a empresa já está
muito comprometida nesse prazo ou
não, podendo eventualmente, ter
dificuldades para saldar um novo
compromisso que quer assumir.
A princípio, nesse caso, quanto
menor for esta relação, melhor para
a empresa.
IMOBILIZAÇÃO DO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO - IPL

Fórmula:
IPL = (ATIVO NÃO CIRCULANTE
÷ PATRIMÔNIO LÍQUIDO) × 100
Interpretação:
Mostra quanto dos recursos
próprios foi investido no Ativo
Permanente da empresa.
O seu resultado mostra a forma
de compatibilização da empresa em
termos de origem do capital e sua
aplicação, em função do que:
“O ativo permanente é uma
aplicação de retorno lento e, por
princípio, deve ter como fonte, um
recurso de pouca exigibilidade.
Esse recurso deve ser
preferencialmente o dos sócios ou
acionistas”.

Além disso, ainda, dependendo


da característica da empresa, é
fundamental deixar reservado parte
dos recursos próprios para
aplicação no ativo circulante,
denotando que a empresa possui
recursos suficientes para
imobilização e para o giro dos seus
negócios. Quanto menor for esta
relação melhor para a empresa.

ANÁLISE DA LIQUIDEZ
Os Índices de Liquidez dão
ideia, no momento de fechamento
do balanço, quais são os recursos
disponíveis para saldar os
compromissos assumidos com
terceiros.
A princípio, quanto maior for
esta relação, maior será a
segurança de que os novos
compromissos a serem assumidos
poderão ser saldados.
LIQUIDEZ GERAL (LG):
Fórmula:

LG = (AC + RPL)÷ (PC +


PNC)

Onde:
AC = ATIVO CIRCULANTE
RLP = REALIZÁVEL A LONGO
PRAZO
PC = PASSIVO CIRCULANTE
PNC = PASSIVO NÃO
CIRCULANTE
Interpretação:

O resultado deste índice mostra


qual a relação dos recursos
alocados no ativo circulante e
realizável a longo prazo, diante dos
compromissos assumidos com
terceiros e originados no passivo
circulante e passivo não circulante.
Afora a dinâmica da empresa, um
maior resultado deste índice dará, a
princípio, uma maior segurança
acerca da possibilidade de
pagamento dos novos créditos a
serem assumidos pela empresa.
LIQUIDEZ CORRENTE (LC)
Fórmula:

LC = ATIVO CIRCULANTE ÷
PASSIVO CIRCULANTE

Interpretação:
O resultado mostra qual a
relação dos recursos investidos no
ativo circulante em comparação
com os recursos captados de
terceiros em curto prazo, ou seja,
no passivo circulante.
Esse índice dá, a princípio, uma
ideia de quanto dos recursos
realizáveis a curto prazo estão
comprometidos com terceiros neste
mesmo prazo e, por conseguinte,
quais são as possibilidades da
empresa assumir compromissos
adicionais nesse período. Quanto
maior a liquidez corrente, melhor
para a empresa.
LIQUIDEZ SECA (LS):
Fórmula:

LS = (DISPONIBILIDADES + TR)
÷ PASSIVO CIRCULANTE
Onde:
DISPONIBILIDADES = Caixa +
Bancos + Aplicações Financeiras.
TR = TÍTULOS A RECEBER
(DE CLIENTES)

Interpretação:
Excluindo direitos do Ativo
Circulante, especialmente, os
estoques que não possuem liquidez
imediata, pois precisam ser
processados e vendidos para se
transformarem em dinheiro, o
resultado desse índice dá uma
noção de qual é o nível de liquidez
de curtíssimo prazo da empresa em
relação aos recursos de terceiros
vencíveis até um ano.
A diferença entre este índice e o
índice de Liquidez Corrente está no
fato de que a Liquidez Seca exclui
do seu cálculo a conta Estoques. A
intenção do índice é mostrar o
quanto a empresa é dependente da
realização, da venda dos seus
estoques para quitar seus
compromissos no curto prazo.
Quanto maior o resultado desse
índice, melhor para a empresa.
ANÁLISE DO CICLO
OPERACIONAL E
FINANCEIRO:
CICLO OPERACIONAL
(CO)

Por Ciclo Operacional entende-


se o prazo, em dias, entre a data em
que a mercadoria entra no estoque,
o seu processamento, sua venda, até
a data em que o dinheiro, fruto
dessa venda, entra no caixa da
empresa.

Desdobrando, existem aí dois


momentos distintos e consecutivos.
O primeiro momento é aquele
considerado entre a data de entrada
para o estoque, das mercadorias e
matérias primas adquiridas e suas
permanências lá, até que sejam
vendidas e saiam do estoque.
No caso das empresas
comerciais, como elas não alteram
o aspecto original das mercadorias,
o ciclo operacional é o tempo em
que as mercadorias ficam intactas
nas prateleiras aguardando serem
vendidas. Nas indústrias,
dependendo do produto, este prazo
é um pouco mais longo, porque elas
têm que processar essas matérias
primas, transformando-as em
produto acabado que sai do estoque
quando for vendido.

Após a venda o estoque precisa


ser recomposto para futuras vendas.
Este tempo de estocagem é medido
por um índice chamado PMRE –
Prazo Médio de Renovação de
Estoques. Quanto menor for esse
prazo, melhor para a empresa,
significando giro rápido de
mercadorias e maior faturamento
durante o período.

PRAZO MÉDIO DE
RENOVAÇÃO DE ESTOQUES -
PMRE:
Fórmula:

PMRE = (ESTOQUE FINAL ÷


CUSTO DOS PRODUTOS
VENDIDOS) × 360

Obs.: Este prazo é medido em


dias.

O segundo momento é aquele que


decorre entre a data da venda e a
data do recebimento dos recursos
originados com a venda. Significa
dizer que, para uma empresa que
vende à vista, este prazo é igual a
zero. Para as demais empresas,
existe um tempo médio de
faturamento que depende do tipo de
produto que é vendido, do setor
onde a empresa atua e, muitas vezes
até, do porte da empresa.
Este tempo médio de faturamento
é medido por um índice
denominado de PMRV – Prazo
Médio de Recebimento de Vendas.
Quanto menor for este prazo,
melhor para a empresa porque
favorece a recomposição de caixa.
PRAZO MÉDIO DE
RECEBIMENTO DE VENDAS -
PMRV:

Fórmula:
PMRV = (TÍTULOS A RECEBER
÷ RECEITA OPERACIONAL
BRUTA) × 360

Obs.: Este prazo é medido em


dias.
Assim, o CICLO
OPERACIONAL é a soma do
tempo médio de estoque e do tempo
médio de faturamento, ou seja, é a
soma do PMRE e PMRV.
Entretanto, para efeito da
administração do fluxo de caixa,
para considerar as entradas e
saídas de dinheiro no caixa, é
necessário atentar para outro tipo
de prazo, que é o prazo de
pagamento das compras de
mercadorias que foram adquiridas
para repor o estoque.
Este prazo de pagamento é
contado desde a data da entrada das
mercadorias no estoque, até a data
do efetivo pagamento aos
fornecedores.
Para medir esse prazo, é
utilizado um índice chamado de
PMPC – Prazo Médio de
Pagamento de Compras. Neste
caso, quanto maior o índice, melhor
para a empresa e mais folga no
caixa. Quanto maior for o prazo
sem ônus (adicionais) que a
empresa conseguir dos seus
fornecedores para pagar suas
compras, melhor.
PRAZO MÉDIO DE
PAGAMENTO DE COMPRAS -
PMPC:

Fórmula:

PMPC = (FORNCEDORES ÷
COMPRAS) × 360

Obs.: Este prazo é medido em


dias.
CICLO FINANCEIRO (CF)

O Ciclo Financeiro é a diferença


entre o Ciclo Operacional (PMRE
+ PMRV) e o PMPC - Prazo Médio
de Pagamento de Compras,
representado pela fórmula:
CF = PMRE + PMRV -
PMPC

Representação gráfica do Ciclo


Financeiro:
CICLO OPERACIONAL
PMRE PMRV
PMPC CICLO FINANCEIRO

Suponha que determinada


empresa gaste vinte dias para
renovar o seu estoque e conceda
aos seus clientes prazo de trinta
dias de faturamento. Assim, o Ciclo
Operacional será de cinquenta dias,
isto é, PMRE=20 dias mais o
PMRV=30 dias.
Suponha que essa mesma
empresa receba dos seus
fornecedores um prazo de vinte e
oito dias para pagar suas compras:
PMPC=28 dias. Aplicando a
fórmula, o Ciclo Financeiro seria
de:
CF = PMRE + PMRV – PMPC
CF = 20 + 30 – 28 = + 22 dias
A representação gráfica ficaria
assim:
CICLO OPERACIONAL = 50 dias
PMRE =
PMRV = 30 dias
20 dias

PMPC = 28 CICLO FINANCEIRO=


dias + 22 dias

Observe que a empresa do


exemplo acima compra mercadoria
para revenda em determinado dia.
Gasta vinte dias para processar
essa mercadoria e mais trinta dias,
em média, para receber de seus
clientes. Assim, os recursos só
entrarão no caixa em cinquenta
dias, em média. Entretanto, a
empresa tem que pagar seus
fornecedores em apenas vinte e oito
dias. Desta forma, saem recursos
do caixa em vinte e oito dias, mas
entram recursos no caixa somente
com cinquenta dias.
Isto cria uma situação deficitária
de caixa. Este tipo de empresa
estará sempre necessitando de
capitais de giro para sustentar o seu
negócio porque o Ciclo Financeiro
apresentou resultado positivo.

O ideal é que o resultado do


Ciclo Financeiro seja negativo ou,
no máximo, igual a zero.
Significaria dizer que os recursos
entrariam no caixa antes de saírem.
Entretanto, isto depende
basicamente do setor de atividade
em que a empresa atua. As
empresas de ônibus, por exemplo,
como prestadoras de serviços, não
possuem estoque para revenda e é
característica desse negócio vender
à vista ou até mesmo receber
antecipadamente. Isto leva o Ciclo
Operacional se igualar a zero.

Como essas empresas compram


combustíveis, pneus, peças de
reposição, etc. em grandes volumes
e ganham prazos para pagamento
dessas compras, o Ciclo Financeiro
resulta em valores, quase sempre,
negativos, o que é bom para elas.
Os recursos entram antes de saírem
do caixa.
A administração do Ciclo
Financeiro é de suma importância
para aumentar a eficiência da
empresa e viabilizar uma situação
favorável no caixa.

ANÁLISE DA
RENTABILIDADE
Os Índices de Resultado
procuram avaliar o desempenho da
empresa decorrente de sua
atividade operacional.
Logicamente, que os resultados
dos índices anteriores influenciarão
na rentabilidade, na medida em que
a empresa tenha uma boa estrutura
de capitais, boa liquidez e um bom
ciclo financeiro.

GIRO DO ATIVO - GA:


Fórmula:
GA = RECEITA OPERACIONAL
LÍQUIDA ÷ ATIVO

Interpretação:
O seu resultado mostra a
eficiência dos investimentos
efetuados no Ativo operacional da
empresa. Mostra, também, o
resultado do esforço efetuado pela
empresa na obtenção de receitas
operacionais durante o período. A
princípio, quanto maior for esta
relação, melhor para a empresa.
O sucesso de uma empresa
depende em primeiro lugar de um
volume de vendas adequado. O
volume de vendas tem relação
direta com o montante dos seus
investimentos no Ativo. Este índice
mede a quantidade de vezes que o
ativo girou em comparação com as
receitas operacionais líquidas.
Nas micro e pequenas empresas,
como o montante de investimentos
no Ativo relativamente é baixo, o
resultado desse índice será bastante
expressivo.
RENTABILIDADE DAS
VENDAS – RV:
Fórmula:

RV = (LUCRO LÍQUIDO ÷
RECEITA OPERACIONAL
LÍQUIDA) X 100

Interpretação:
O seu resultado mostra a
eficiência da empresa na
administração dos seus custos para
obter uma maior margem líquida
sobre as vendas.

A princípio, quanto maior for


esta relação, maior será a
capacidade da empresa de se
manter no mercado, na medida em
que gerar recursos suficientes para
satisfazer as expectativas dos
investidores, os compromissos com
seus os credores, e ainda, gerar
recursos adicionais para ampliação
e expansão de sua capacidade
produtiva.
RENTABILIDADE DO ATIVO
- RA
Fórmula:
RA = (LUCRO LÍQUIDO ÷ ATIVO
TOTAL) X 100

Interpretação:

Mostra o grau de remuneração


dos investimentos feitos no
negócio. O seu resultado refletirá o
nível de desempenho das
aplicações efetuadas nos ativos da
empresa.

Assim, a princípio, quanto maior


for esta relação, melhor
representará o sucesso na
administração dos recursos
captados pela empresa.
RENTABILIDADE DO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO - RPL:
Fórmula:

RPL = (LUCRO LÍQUIDO ÷


PATRIMÔNIO LÍQUIDO) X 100

Interpretação:
Mostra a eficiência da empresa
na remuneração dos investimentos
dos sócios. Uma maior relação
deste índice dará maior
credibilidade à empresa quando da
necessidade de chamada de novos
aportes de capital.

Outra finalidade deste índice é o


de mostrar qual a taxa de
rendimento dos Capitais Próprios.
Essa taxa pode ser comparada com
as taxas de outras aplicações no
mercado, tais como, cadernetas de
poupança, aplicações em renda
fixa, etc.. A partir desta
comparação, pode-se avaliar do
ponto de vista dos proprietários, se
os seus recursos aplicados na
empresa, compensam o
investimento e o risco do negócio.
Vale destacar que a
Rentabilidade do Patrimônio
Líquido é uma taxa real. Assim,
quando comparada com a taxa da
caderneta de poupança, por
exemplo, toma-se apenas a taxa de
juros desta. O negócio é tanto mais
atrativo para os sócios, quanto
maior for o resultado deste índice.
Convém ressaltar mais uma vez
que a análise isolada de um índice
não levará a conclusão segura
sobre o desempenho de uma
empresa.
Deve-se analisar todo o conjunto de
índices, verificar as suas correlações
e como cada um deles pode prever a
continuidade da empresa.
Pode existir uma variação muito
grande de um mesmo índice
financeiro se comparado a empresas
de setores diferentes. Cada setor de
atividade carrega consigo aspectos
que são muito particulares em termos
de estrutura.
ANÁLISE DOS CAPITAIS
DE GIRO:
Capital de Giro é sinônimo de
capital circulante ou de capital de
trabalho e representa a parte do
patrimônio da empresa que sofre
constante movimentação. Os
índices financeiros deste grupo
servem para analisar a dinâmica do
fluxo de caixa da empresa.

Através deles pode-se


determinar:

CAPITAL CIRCULANTE
LÍQUIDO (CCL):
Fórmula:
CCL = ATIVOS CIRCULANTE –
PASSIVO CIRCULANTE

Interpretação:
O CCL caracteriza a “folga” que
a empresa tem para pagar as suas
exigibilidades, as suas dívidas de
curto prazo. É muito fácil observar
pela fórmula, que quanto maior for
o Ativo Circulante em relação ao
Passivo Circulante, melhor será o
CCL e melhor será a situação
financeira da empresa.

Quanto mais Ativos Circulantes


não comprometidos com
pagamentos a terceiros no curto
prazo (Passivos Circulantes),
menor risco para o negócio e
maiores expectativas para adotar
novos projetos, neste mesmo prazo.
CAPITAL DE GIRO
PRÓPRIO (CGP):
Fórmula:
CGP = PL – AP –
RLP
Onde:

PL = Patrimônio Líquido
AP = Ativo Permanente
RLP = Realizável a Longo Prazo.
Interpretação:

O CGP representa a parcela ao


Ativo Circulante que é coberta por
recursos próprios da empresa. É o
montante de capitais próprios da
empresa investidos no Ativo
Circulante depois de aplicado no
Ativo Não Circulante, ou seja,
Ativo Permanente mais os
Realizáveis a Longo Prazo.
É de se concluir que quanto
maior a parcela de Recursos
Próprios sustentando o Ativo
Circulante, portanto, seus capitais
de giro, menor a dependência da
empresa em relação aos capitais
onerosos registrados no Passivo
Circulante. A empresa será tanto
mais autossustentável quanto maior
for este índice.
NECESSIDADE DE CAPITAIS
DE GIRO – NCG:
Existem dentro do Ativo
Circulante, assim como também
dentro do Passivo Circulante, dois
tipos de capitais: os financeiros e
os operacionais.

Os investimentos no Ativo
Circulante Financeiro (ACF) são os
saldos de caixa, saldos de bancos e
de aplicações financeiras. O
Passivo Circulante Financeiro
(PCF) é igual à soma dos recursos
obtidos em dinheiro, especialmente
de bancos e são os financiamentos
bancários, descontos de duplicatas
e limites utilizados do cheque
especial.

Os investimentos no Ativo
Circulante Operacional (ACO) são
os estoques e os títulos a receber de
clientes. O Passivo Circulante
Operacional (PCO) é representado
pelas contas a serem pagas aos
fornecedores, funcionários,
encargos sociais, impostos, etc.

Para se calcular a NCG –


Necessidade de Capitais de Giro,
ou seja, o quanto de recursos a
empresa precisará para financiar os
seus capitais em giro, serão
utilizados o ACO – Ativo
Circulante Operacional e o PCO –
Passivo Circulante Operacional:
Fórmula:
NCG = ACO –
PCO

Onde:
ACO = Estoques + Títulos a
Receber de Clientes
PCO = Fornecedores + Salários
+ Encargos Sociais + Impostos a
Pagar
Interpretação:
Os fornecedores, os salários e
encargos sociais a pagar, os
impostos a recolher se configuram
como capitais de terceiros não
onerosos e fazem parte da atividade
operacional normal da empresa.
Desta forma, a NCG –
Necessidade de Capital de Giro
mostra a quantidade de recursos
que a empresa precisará para
financiar a sua atividade
operacional, na compra de estoques
e financiamentos dos seus clientes.
As fontes de capitais não onerosos
diretamente responsáveis pelo
financiamento da NCG são os
fornecedores que concedem prazos
para pagamento das suas
duplicatas.
Já os financiamentos bancários,
os descontos de duplicatas e
cheques especiais com utilização
do limite são denominados de
capitais de terceiros onerosos, uma
vez que, ao recorrer a estas fontes
de recursos, certamente a empresa
pagará juros.
Se a NCG não for satisfeita pelos
fornecedores, concedendo prazos
maiores, esta necessidade deverá
ser suportada por financiamentos de
capitais onerosos o que provoca
diminuição dos capitais de giro, da
liquidez e, no final, também nos
resultados.

Vale registrar que existe uma


enorme ligação da NCG com o
Ciclo Financeiro já estudado neste
trabalho. Necessidade de Capital
de Giro positiva, isto é, Ciclo
Financeiro positivo significa que os
fornecedores não foram suficientes
para financiar a atividade
operacional da empresa. Veja o
exemplo a seguir:
ATIVO CIRC. PASSIVO C
OPERACIONAL OPERACIONAL
Estoque 15.600 Fornecedores 13
Títulos a Salários a
10.930
receber pagar
TOTAL TOTAL
26.530 20
ACO PCO

Calculando, a NCG = 26.530 –


20.730 = + 5.800. Neste exemplo a
empresa precisará ser financiada
em R$ 5.800,00 pelos bancos ou
pelo caixa.
Veja outro exemplo:
ATIVO CIRC. PASSIVO C
OPERACIONAL OPERACIONAL
Estoque 17.970 Fornecedores 35
Títulos a Salários a
20.650
receber pagar
TOTAL 38.620 TOTAL 44

Neste exemplo a NCG = 38.620


– 44.830 = – 6.210. Neste caso, o
valor negativo da NCG, demonstra
que os fornecedores contribuíram
muito para sustentar a atividade
operacional da empresa e o valor
de R$ 6.210,00 representa folga no
caixa.

A NCG é muito sensível às


decisões tomadas na empresa
considerando as suas operações
normais, tais como, aumento no
estoque, quedas nas vendas,
concessão de prazo excessivo aos
clientes, compras com prazos de
pagamentos a fornecedores muito
curtos ou à vista.
Para administrar bem o caixa, o
empresário deverá estar muito
atento a todos esses fatores.
CAPÍTULO VI

ESTUDO DE CASO
DA EMPRESA
THIMARA LTDA –
EPP.

Para aplicação de todo o


conteúdo, este trabalho apresentará
um “Estudo de Caso” de uma
empresa real, mas que terá seu
nome preservado e aqui será
chamada de EMPRESA THIMARA
LTDA – EPP.

Trata-se de uma indústria de


laticínios de pequeno porte, que
fabrica leite longa vida, iogurte,
queijo tipo frescal, queijo
muçarela, queijo prato e bebidas
lácteas. A empresa possui 20
empregados e foi fundada no ano de
2010 no estado de Minas Gerais.
Os dados que darão origem aos
demonstrativos financeiros foram
inventariados na empresa e estão
expostos logo no início do Estudo
de Caso.
O trabalho é transcrever esses
dados para os modelos de Balanço
e de DRE explicando com clareza a
técnica da padronização, apresentar
os resultados dos cálculos dos
índices Financeiros e elaborar um
Relatório para orientar as decisões
a serem implementadas pela
administração da empresa.
OBS.: Por motivos didáticos, as
datas apresentadas neste trabalho
farão referências aos anos grafados
da seguinte maneira: 20X2, 20X3,
20X4, 20X5, etc., apenas para
expressar o período a que pertence
cada demonstrativo financeiro.
BALANÇO
INVENTARIADO EM:
31/12/20X4
RAZÃO SOCIAL DA
EMPRESA: Empresa Thimara
Ltda. – EPP
CONTAS DO ATIVO
INVENTARIADO
DISCRIMINAÇÃO VALORES
CAIXA: valor em
174
espécie disponível
BANCOS: Saldos
bancários (da empresa)
31.500
Se houver conta em
mais de um banco,
especificar.
APLICAÇÕES
FINANCEIRAS:
Saldos de aplicações
financeiras, inclusive
Não possui
poupança (da
empresa). Se houver
aplicações em mais de
um banco, especificar.
CONTAS A
RECEBER DE 89.152
CLIENTES: A vencer
CONTAS A
RECEBER DE
Não possui
CLIENTES: Vencidas
e não recebidas
CHEQUES PRÉ-
DATADOS DE Não possui
CLIENTES: A vencer
CHEQUES PRÉ-
DATADOS DE
Não possui
CLIENTES: Vencidos
e não recebidos
OUTRAS CONTAS A
RECEBER: Com 10.086
menos de um ano.
ESTOQUE DE
PRODUTOS
ACABADOS OU DE
41.322
MERCADORIAS
PARA REVENDA: em
reais.
ESTOQUE DE
PRODUTOS EM
PROCESSAMENTO: 19.377
em reais.
ESTOQUE DE
MATÉRIAS PRIMAS: 30.641
em reais.
ESTOQUE DE
EMBALAGENS E
MATERIAL 6.098
SECUNDÁRIO: em
reais.
ESTOQUE DE
PEÇAS DE
Não possui
REPOSIÇÃO: em
reais.
EMPRÉSTIMOS
FEITOS AOS
2.364
SÓCIOS Realizável a
Longo Prazo
TERRENOS: Em
nome da empresa, a Não possui
valor de mercado.
EDIFICAÇÕES: Em
nome da empresa, a 85.000
valor de mercado.
VEÍCULOS: Em nome
da empresa, a valor de 66.700
mercado.
MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS:
106.823
Em nome da empresa,
a valor de mercado.
EQUIPAMENTOS DE
INFORMÁTICA: a 11.830
valor de mercado
MÓVEIS E
UTENSÍLIOS: a valor 8.600
de mercado
OUTROS BENS
IMÓVEIS: Em nome
da empresa, a valor de Não possui
mercado.

PARTICIPAÇÕES EM
OUTRAS
EMPRESAS: Em Não possui
nome da empresa, a
valor de mercado.
OUTROS
INVESTIMENTOS:
Não possui
Em nome da empresa,
a valor de mercado.
CONTAS DO PASSIVO E DO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO -
INVENTARIADO
DISCRIMINAÇÃO VALORES
FORNECEDORES: A
114.672
vencer
FORNECEDORES:
Não possui
Vencidos e não pagos
SALÁRIOS DO MÊS
A PAGAR NO MÊS 25.500
SEGUINTE:
SALÁRIOS
VENCIDOS E NÃO Não possui
PAGOS.
ENCARGOS SOCIAIS
DO MÊS A PAGAR 12.600
NO MÊS SEGUINTE:
ENCARGOS SOCIAIS
VENCIDOS E NÃO Não possui
PAGOS
CONTAS DE ÁGUA,
ENERGIA ELÉTRICA
3.084
E TELEFONE A
PAGAR.
SEGUROS A PAGAR 320
ALUGUÉIS A PAGAR 1.500
RETIRADAS DOS
Não possui
SÓCIOS A PAGAR
IMPOSTOS A
PAGAR: 944

IMPOSTOS
VENCIDOS E NÃO Não possui
PAGOS
PARCELAMENTOS
DE IMPOSTOS A Não possui
PAGAR
EMPRÈSTIMOS A
91.322
PAGAR
EMPRÈSTIMOS
Não possui
NÃO PAGOS
CHEQUES PRÉ-
DATADOS
Não possui
EMITIDOS pela
empresa.
DUPLICATAS
33.500
DESCONTADAS:
DUPLICATAS
VENCIDAS E NÃO Não possui
PAGAS:
DÍVIDA COM
CHEQUE ESPECIAL: Não possui
Da empresa
FINANCIAMENTOS
Não possui
A PAGAR:
FINANCIAMENTOS
VENCIDOS E NÃO Não possui
PAGOS:
OUTRAS CONTAS A
Não possui
PAGAR:
EMPRÉSTIMOS E
FINANCIAMENTOS 7.002
A PAGAR: +12 meses.
CAPITAL SOCIAL:
Último valor do Capital 80.000
Social.
DRE INVENTARIADA EM
31/12/20X4
CONTAS DA DEMONSTRAÇÃO
DE RESULTADOS
INVENTARIADA
DISCRIMINAÇÃO VALORES
Receita Operacional
Bruta (Faturamento 1.001.614
Bruto)
Impostos incidentes
35.484
sobre vendas
Vendas canceladas 3.040
Abatimentos
Não há
concedidos
Estoque Inicial (= 76.002
Estoque Final do
período anterior)
Estoque Final do
97.438
período atual
Compras de
mercadorias, matérias 490.936
primas e embalagens.
Custo de energia
56.000
elétrica na fábrica
Custo de água na
27.008
fábrica
Salários e encargos
sociais do pessoal da 195.400
fábrica
Outros gastos gerais de
1.840
fabricação
Despesas 87.329
Administrativas
Despesas com Vendas 39.535
Despesas Tributárias 5.320
Despesas Gerais 7.348
Outras Receitas
Não possui
Operacionais
Receitas Financeiras 1.310
Despesas Financeiras 59.398
Receitas com vendas
Não possui
de imobilizado
Receitas com vendas
de sucatas e material Não possui
reciclável

Depois do trabalho de coleta de


dados do último exercício social, o
processo de elaboração do Sistema
de Informações Gerenciais segue
com o preenchimento da
Demonstração de Resultados e do
Balanço Patrimonial Padronizado,
ou seja, com a transcrição dos
dados inventariados para os
modelos padronizados.
Os dados dos anos anteriores
também são importantes, pois
permitem ao administrador efetuar
as análises de tendências futuras de
forma mais segura. Os dados de
exercícios anteriores deste estudo
de caso foram obtidos através dos
registros encontrados na empresa. É
muito importante a comparação de,
pelo menos, três períodos
consecutivos, sejam eles mensais,
trimestrais, semestrais ou mesmo
anuais.

Para as micro e pequenas


empresas é desejável a elaboração
de inventários trimestrais de forma
que ao longo de um ano sejam feitas
quatro análises. O trabalho de
elaboração da análise trimestral
não sobrecarrega tanto e, ao mesmo
tempo, preserva uma distância não
muito grande entre uma análise e
outra.
Como já visto neste estudo,
utilizando a técnica da
padronização da Demonstração de
Resultados e do Balanço
Patrimonial, várias contas serão
somadas dando origem a uma única
conta, mantendo as mesmas
características de todas as demais.
Os modelos de demonstrativos
padronizados expostos no Capítulo
IV, agora apresentam novas colunas
destinadas a abrigarem mais de um
período e também espaços para as
análises vertical e horizontal.
Para efetuar os cálculos das
análises Vertical e Horizontal foram
utilizadas as fórmulas e as
orientações expostas no Capítulo V.
MODELO DA DRE
PADRONIZADA:
ANÁLISE ECONÔMIC
EMPRESA THIMARA LTDA - EPP
N.º CNPJ: 12.345.678/0001-09 Se
SEDE: MG VA
DEM. RESULTADOS 20X2 AV
RECEITA OPERAC.
881.412 100 88
LÍQUIDA
Custo dos Produtos
820.722 93 73
Vendidos
LUCRO BRUTO 60.690 7 14
Despesas Operacionais 48.868 6 89
Outras Receitas
- -
Operacionais
Resultado Financeiro
5.269 1 32
Líquido
LUCRO OPERACIONAL 6.553 1 19
Resultado Não Operacional - -
LUCRO/PREJ. LÍQUIDO 6.553 1 19
DADOS ADICIONAIS 20X2 AV
Receita Operacional Bruta 925.483 105 93
Compras 572.360 65 46

CÁLCULOS UTILIZADOS
PARA PADRONIZAR A
DRE:
1) RECEITA OPERACIONAL
LÍQUIDA:
CÁLCULO DA REC.
20X4
OPERAC. LÍQUIDA
RECEITA
OPERACIONAL 1.001.614
BRUTA
(-) Impostos Incidentes
35.484
sobre vendas
(-) Vendas Canceladas 3.040
(-) Abatimentos 0
(=) RECEITA
OPERACIONAL 963.090
LÍQUIDA

2) CUSTOS DOS
PRODUTOS VENDIDOS -
CPV:

O CPV é obtido pela fórmula:


CPV = EI – EF + C +
GGF

Onde:
EI = Estoque Inicial de matérias
primas, produtos em processo,
produtos acabados e embalagens (é
igual ao valor do estoque lançado
no ano anterior e foi obtido no
Balanço Patrimonial).

EF = Estoque Final de matérias


primas, produtos em processo,
produtos acabados e embalagens
(obtido no Inventário da DRE).

C = Compras de matérias primas,


produtos em processo, produtos
acabados e embalagens (obtido no
Inventário da DRE).

GGF = Gastos Gerais de


Fabricação que são os gastos para
fabricar como energia elétrica,
água, salários e encargos sociais e
outros gastos menores.

O cálculo do CPV é apresentado


na tabela a seguir:
CÁLCULO DO CUSTO
PRODUTOS 20X4
VENDIDOS
Estoque Inicial 76.002
(-) Estoque Final (97.438)
(+) Compras 490.936
(+) Custo de energia
56.000
elétrica na fábrica (*)
(+) Custo de água na
27.008
fábrica (*)
(+) Salários e Enc.
Sociais pessoal da fábrica 195.400
(*)
(+) Outros gastos gerais
1.840
de fabricação (*)
(=) CUSTOS DOS
PRODUTOS 749.748
VENDIDOS

(*) = Compõem os Gastos Gerais


de Fabricação (GGFs).
3) . DESPESAS
OPERACIONAIS:
São as despesas efetuadas pela
empresa fora do ambiente da
fábrica, como as despesas
administrativas, com vendas,
tributárias e as despesas gerais.
CÁLCULO DA DESP. 20X4
OPERAC.
Despesas Administrativas 87.329
(+) Despesas com Vendas 39.535
(+) Despesas Tributárias 5.320
(+) Despesas Gerais 7.348
(=) DESPESAS
139.532
OPERACIONAIS

4) RESULTADO
FINANCEIRO LÍQUIDO:
É o resultado da diferença entre
as Despesas Financeiras (tarifas,
juros, despesas bancárias, IOF,
etc.), e as Receitas Operacionais
(receitas de aplicações
financeiras).
CÁLCULO RESULT. 20X4
FINANC. LÍQUIDO
(-) Despesas Financeiras (59.398)
(+) Receitas Financeiras +1.310
(=) RESULTADO
FINANCEIRO (58.088)
LÍQUIDO
MODELO DO
BALANÇO
PATRIMONIAL
BALANÇO INVE
EMPRESA THIMARA LTDA - EPP
N.º CNPJ: 12.345.678/0001-09
SEDE: MG
ATIVO 20X2 AV
Disponibilidades 9.030 3
Clientes 104.400 35
Estoques 57.402 19
Outros Direitos Operacionais 1.128 0
ATIVO CIRCULANTE 171.960 58
Realizável a Longo Prazo 1.830 1
Investimentos - 0
Imobilizado 125.112 42
Diferido 0
ATIVO NÃO
126.942 42
CIRCULANTE
TOTAL DO ATIVO 298.902 100

PASSIVO 20X2 AV
Empréstimos Bancários 29.316 10
Duplicatas Descontadas - 0
Fornecedores 88.834 30
Outras obrigações 13.768 4
PASIVO CIRCULANTE 131.918 44
PASSIVO NÃO
9.950 3
CIRCULANTE
CAPITAIS DE
141.868 47
TERCEIROS
Capital Social 30.000 10
Lucros Acumulados 127.034 43
PATRIMÔNIO
157.034 53
LÍQUIDO
TOTAL DO PASSIVO 298.902 100
CÁLCULOS UTILIZADOS
PARA PADRONIZAR O
BALANÇO:
1) CÁLCULO DAS
DISPONIBILIDADES:

As Disponibilidades representam
os saldos que a empresa possui em
dinheiro e em bancos, assim como
as aplicações financeiras, que
podem ser resgatadas a qualquer
momento.
CÁLCULO DAS
20X4
DISPONIBILIDADES
Saldo de Caixa 174
(+) Saldo de Bancos 31.500
(+) Saldo de Aplicações 0
Financeiras
(=)TOTAL DAS
31.674
DISPONIBILIDADES

2) CÁLCULO DOS
ESTOQUES:
Neste caso, bastam somar os
saldos de produtos acabados,
produtos em processamento (ou em
fabricação), as matérias primas e as
embalagens conforme apurado no
inventário.
CÁLCULO DOS
20X4
ESTOQUES
Estoque de Produtos
41.322
Acabados
Estoque de Produtos em 19.377
Processo
Estoque de Matérias
30.641
Primas
Estoque de Embalagens 6.098
TOTAL DOS
97.438
ESTOQUES

3) CÁLCULO DO
REALIZÁVEL A LONGO
PRAZO:
Será registrado nesse grupo
apenas o valor de R$ 2.364,00,
relativo a um empréstimo
concedido pela empresa aos sócios.

4) CÁLCULO DO ATIVO
NÃO CIRCULANTE –
IMOBILIZADO:

Neste subgrupo são somadas as


contas que representam bens
móveis e imóveis da empresa:
CÁLCULO DO
20X4
IMOBILIZADO
Edificações 85.000
Máquinas e Equipamentos 106.823
Veículos 66.700
Equipamentos de
11.830
Informática
Móveis e Utensílios 8.600
TOTAL DO
278.953
IMOBILIZADO

5) CÁLCULO DAS OUTRAS


OBRIGAÇÕES - PASSIVO
CIRCULANTE:
CÁLCULO OUTRAS
20X4
OBRIGAÇÕES A PG
Salários a Pagar 25.500
Encargos Sociais a Pagar 12.600
Conta de Água a Pagar 3.084
Seguros a Pagar 320
Aluguéis a Pagar 1.500
Impostos a Pagar 944
TOTAL OUTRAS
43.948
OBRIGAÇÕES A PAGAR

6) CÁLCULO DOS CAPITAIS


DE TERCEIROS (CT):

O grupo de Capitais de terceiros


representa o total de dívidas da
empresa com terceiros e é
calculado somando-se o Total do
Passivo Circulante com o Total do
Passivo Não Circulante. CT =
283.442 + 7.002 = 290.444.
7) VALOR DO CAPITAL
SOCIAL
O valor do último Capital Social
é obtido consultando o Contrato
Social ou Alterações Contratuais
posteriores
8) CÁLCULO DOS LUCROS
RETIDOS

Este é um dado que quase


nenhuma microempresa ou empresa
de pequeno porte possui.
Entretanto, o seu cálculo é muito
simples e será obtido pela
diferença entre o Total do Ativo,
menos o Passivo Circulante, menos
o Passivo Não Circulante, menos o
Capital Social. O cálculo e
lançamento do Lucro Retido devem
ser deixados por último. Neste caso
será:
CÁLCULO DOS
20X4
LUCROS RETIDOS
Total do Ativo 509.667
(-) Passivo Circulante (283.442)
(-) Passivo Não
(7.002)
Circulante
(-) Capital Social (80.000)
(=) LUCROS
139.223
RETIDOS
FINALIZAÇÃO DOS
LANÇAMENTOS NOS
MODELOS
PADRONIZADOS
É necessário haver muita
seriedade por parte dos sócios da
empresa para que os inventários
dos dados e o preenchimento dos
questionários sejam feitos com o
máximo de rigor possível. As
informações resultantes desse
levantamento precisam gerar
decisões muito confiáveis.

Depois de efetuados todos os


lançamentos dos dados
inventariados no Balanço e na
Demonstração de Resultados
Padronizada, uma forma de conferir
os cálculos é verificar se o TOTAL
DO ATIVO é igual ao TOTAL DO
PASSIVO, pois isto se refere a uma
lógica contábil bastante primitiva.
Se isto não acontecer é necessário
que todos os cálculos sejam
refeitos.
PLANILHA DE
ÍNDICES
FINANCEIROS:
Aplicando as fórmulas dos
Índices Financeiros apresentadas
no Capítulo V, chega-se aos
seguintes resultados:
ANÁLISE ECONÔMICO
EMPRESA THIMARA LTDA - EPP
N.º CNPJ: 12.345.678/0001-09

ÍNDICES FINANCEIROS FÓRMULAS


ESTRUTURA DE
CAPITAIS
Participação Capitais de
(CT ÷ PL) X 1
Terceiros
Composição das Exigibilidades (PC ÷ CT) X
Imobilização do Patr. Líquido. (ANC ÷ PL) X

LIQUIDEZ
Liquidez Geral (AC+RLP)÷(P
Liquidez Corrente (AC ÷ PC)
Liquidez Seca (DISP + TR) ÷

CICLO OPERAC. E
FINANCEIRO
Prazo Médio Renovação
(EST ÷ C.P.V.
Estoques
Prazo Médio Receb. de Vendas (TR ÷ ROB) X
Ciclo Operacional PMRV + PMV
Prazo Médio Pagto de Compras (FOR÷Compr
Ciclo Financeiro (CICLO OP. -

RENTABILIDADE
Giro do Ativo ROL ÷ Ativo
Rentabilidade de Vendas (LL ÷ ROL) X
Rentabilidade do Ativo (LL ÷ Ativo) X
Rentabilidade do Patrim. Líquido (LL ÷ PL) X 1

CAPITAIS DE GIRO (Em


reais)
Capital Circulante Líquido (AC - PC)
Capital de Giro Próprio (PL - ANP)
Necessidade de Cap. Giro (ACO - PCO)
SIGLAS UTILIZADAS NA
COLUNA “FÓRMULAS” DA
PLANILHA DE CÁLCULO DOS
ÍNDICES FINANCEIROS:
AC Ativo Circulante
Ativo Circulante
ACO
Operacional
ANC Ativo Não Circulante
AP Ativo Permanente
Custos dos Produtos
CPV
Vendidos
CT Capitais de Terceiros
DISP Disponibilidades
EST Estoques
FOR Fornecedores
Lucro Líquido (Resultado
LL
Líquido)
PC Passivo Circulante
Passivo Circulante
PCO
Operacional
PL Patrimônio Líquido
Prazo Médio de
PMPC
Pagamento de Compras
Prazo Médio de
PMRE
Renovação dos Estoques
Prazo Médio de
PMRV
Recebimento de Vendas
PNC Passivo Não Circulante
RLP Realizável a Longo Prazo
ROB Receita Operacional Bruta
Receita Operacional
ROL
Líquida
Títulos a Receber (de
TR Clientes)
RELATÓRIO DE
ANÁLISE:

Este é o ápice de todo o trabalho


de construção do Sistema de
Informações Gerenciais. Neste
ponto, o processo atingiu o seu
“pico” e o administrador possui um
campo de visão muito vasto para
orientar as transformações
necessárias para a empresa crescer
e se desenvolver com qualidade.
É aqui que se chega ao
“diagnóstico” da situação
econômica e financeira da empresa
e é quando se pode “receitar” as
melhores medidas corretivas para
as rotas indesejáveis (os pontos
fracos) ou incrementar aquelas
rotinas que se revelaram positivas
(os pontos fortes).
Certamente que não foi fácil
atingir este nível. Elaborar o
inventário periódico dos bens,
direitos e obrigações da empresa
realmente dá algum trabalho,
especialmente, quando se começa.
Nos meses seguintes o
levantamento ficará mais simples.
Existem contas classificadas no
Ativo Permanente, os imóveis, os
móveis, por exemplo, que não
alteram seus valores de mercado
com muita frequência, o mesmo
acontece com o capital social.

Não existe uma regra absoluta a


seguir, quanto à elaboração do
Relatório de Análise. Pode-se
começar por qualquer grupo de
índices, sempre procurando
discorrer sobre todos eles de forma
a identificar os problemas que
afetam ou podem afetar o
desempenho da empresa, relatando
os pontos fortes e os pontos fracos
observados na análise.

Por uma questão estritamente


didática, este trabalho vai
apresentar o relatório do estudo de
caso da Empresa Thimara Ltda.,
começando pelas Análises Vertical
e Horizontal (combinadas) e seguir
os grupos de índices na mesma
ordem em que são expostos na
planilha de cálculo de índices
financeiros. Apesar disto, em
várias ocasiões os índices de um
grupo serão relacionados com
índices de outros grupos diferentes.
O propósito deste critério é
enriquecer o diagnóstico
empresarial.
RELATÓRIO FINAL
DE ANÁLISE DA
EMPRESA THIMARA
LTDA

1) O que se observa pela


análise vertical no ano de
20X2 é que a principal fonte
de recursos para financiar a
empresa foi Capital Próprio,
representando 53% do total,
enquanto que os Capitais de
Terceiros representavam
47%. Isto é um ponto
positivo, pois demonstra
maior autossuficiência
financeira da empresa nesse
ano.
2) Já no ano de 20X3 a
situação da empresa
apresenta piora com os
Capitais Próprios financiando
a empresa em 48% do total
das origens. A maioria das
fontes de recursos nesse ano
foi Capital de Terceiros com
52%, apesar de aumento do
Capital pelos sócios em R$
50.000,00. Este aumento do
capital social, mesmo sendo
bastante expressivo, não foi
suficiente para manter a
autossuficiência ocorrida no
ano anterior. A empresa, além
da injeção de capitais dos
sócios, precisou buscar
recursos no sistema
financeiro para sustentar sua
atividade.
3) A piora da situação
financeira da empresa
observada no ano de 20X3 se
acentua mais no ano seguinte.
Em 20X4, os capitais
próprios foram suficientes
para financiar 43% do total
aplicado no Ativo. Os
restantes, 57% vieram de
capitais de terceiros,
especialmente, de
Empréstimos Bancários e
Descontos de Duplicatas, que
são capitais onerosos.
Aumentou, portanto, o risco
empresarial.
4) A análise do Ativo revela a
política da empresa em
adquirir Imobilizado,
especialmente, máquinas e
equipamentos, que
representaram crescimento
partindo de 42% para 50%
para 55%, respectivamente,
nos anos de 20X2, 20X3 e
20X4.
5) Modernizar o parque
industrial é, a princípio, uma
medida correta que
apresentará reflexos
positivos no futuro.
Entretanto, o grande erro
administrativo da empresa foi
adquirir esses ativos
imobilizados recorrendo aos
Capitais de Terceiros de
curto prazo.
6) Esta medida é equivocada
uma vez que as aquisições de
máquinas e equipamentos
possuem retorno lento e as
fontes próprias para esse tipo
de investimento são, em
primeiro lugar, os capitais
próprios e depois os capitais
de terceiros de longo prazo,
registrados no Passivo Não
Circulante. Isto não aconteceu
com a empresa, que preferiu
buscar recursos de curto
prazo. Alguma decisão para
reverter esse quadro precisa
ser tomada com urgência.
7) Na Demonstração de
Resultados podem-se
observar os problemas que a
empresa está enfrentando
exatamente por buscar
recursos onerosos e de
vencimento rápido para
aplicar no Ativo Permanente
Imobilizado.
8) O Resultado Financeiro
Líquido, que é a soma de
todos os juros pagos pelos
empréstimos, subiu 518% do
primeiro para o segundo ano
e 78% do segundo para o
terceiro ano. No ano de 20X4
esses juros eram 3,7 vezes
maiores que o lucro líquido
do exercício que caiu 21%
em relação ao ano anterior.
9) A análise pelos índices
financeiros expõe vários
problemas. A Participação de
Capitais de Terceiros, que é o
Endividamento Geral, piora
muito passando de 90% para
110% e fechando 20X4 com
132%.
10) A Imobilização do
Patrimônio Líquido que foi
onde a empresa mais atuou,
piorou de 81% para 106% e
terminando 20X4 com 128%.
Como já foi dito, o
Patrimônio Líquido, isto é, o
Capital Próprio deveria ser a
fonte mais indicada para
aplicação no imobilizado.
Este índice mostra o quanto
piorou esta relação e o
quanto o negócio se
distanciou da auto
sustentação.
11) Houve piora também nos
três casos de Liquidez, todas
elas por causa do maior
endividamento de curto
prazo. O resultado da
Liquidez Corrente demonstra
queda de 1,30 para 0,99 para
0,81. Significa dizer que para
cada R$1,00 de dívida, a
empresa possuía no último
ano apenas R$0,81 para
pagar. A empresa se tornou
insolvente nesse período.
12) Quanto aos prazos do Ciclo
Operacional pode-se concluir
que houve piora da
renovação dos estoques,
passando de 25 dias, para 37
dias, para 47 dias no último
ano e melhora nos prazos
concedidos aos clientes
passando de 41, para 43 e
redução para 32 dias.
13) Dois pontos positivos
quanto aos Ciclos podem ser
ressaltados aqui: a queda no
prazo de recebimentos de
suas duplicatas já comentada
acima e melhora dos prazos
médios de pagamentos aos
fornecedores chegando a 80
dias e 79 dias, nos dois
últimos anos.
14) O comportamento do Ciclo
Financeiro é favorável em
virtude das conclusões acima,
mas é improvável que
continue assim se não forem
tomadas providências quanto
à redução do endividamento
da empresa.
15) O Giro do Ativo, que é a
quantidade de vezes que o
faturamento é superior ao
total do Ativo, piorou
passando de 2,95 vezes, para
2,06 vezes e terminou o
período em 1,89 vezes. A
empresa está girando menos o
estoque (vendendo menos)
em comparação com o total
de recursos investidos no
Ativo. Este fato foi
comprovado pelo aumento do
prazo em que a empresa
manteve os seus estoques.
16) A Rentabilidade de uma
maneira geral, apesar de
melhora do primeiro para o
segundo ano, piorou no
terceiro ano. Destaque se faz
para a Rentabilidade do
Patrimônio Líquido que,
apesar de melhora de 4% em
20X2 para 10% em 20X3,
caiu para 7% no ano de
20X4. A tendência observada
aqui é de piora da
Rentabilidade para os
períodos futuros, caso os
problemas apontados não
sejam resolvidos.
17) A análise dos Capitais de
Giro confirma toda a situação
enfrentada pela empresa nos
três exercícios. Houve uma
deterioração contínua dos
capitais de giro,
demonstrando déficit
acentuado de caixa. Foi
exatamente por este motivo
que a empresa recorreu aos
capitais de terceiros.
18) Tanto o Capital Circulante
Líquido quanto o Capital de
Giro Próprio, que
apresentavam valores
positivos no primeiro ano, no
último período se tornaram
negativos indicando falta de
recursos próprios para a
empresa sobreviver. Não
tendo alternativa, a empresa
recorreu aos capitais de
terceiros.
19) Se for comparada a NCG –
Necessidade de Capital de
Giro em R$38.056,00 com o
CDG - Capital de Giro
Próprio que foi negativo em
R$62.094,00 no último ano,
fica explicado porque a
empresa se endividou. A
empresa tinha necessidade de
capitais, mas não possuía
recursos próprios para
satisfazer esta necessidade.
SUGESTÕES PARA
AS TOMADAS DE
DECISÕES:
1) Rever imediatamente a
política de imobilização
adotada pela empresa.
2) Evitar a aquisição de novas
máquinas e equipamentos no
curto prazo.
3) Negociar com os Bancos
melhores prazos para
pagamentos dos seus
empréstimos, oferecendo
como garantias os novos
equipamentos e assegurando
menores juros. A redução das
despesas financeiras, através
da rolagem das dívidas, deve
ser um desafio constante nos
exercícios seguintes.
4) Maximizar a aquisição de
estoques: adquirir somente
estoques que possuem maior
giro e evitar a compra
daquelas mercadorias mais
difíceis de serem vendidas.
5) Verificar a possibilidade de
novos aportes de capitais
pelos sócios.
6) Estudar a possibilidade de
vender algum bem não
aplicado à produção e
mantido na empresa somente
para efeito de investimento.
7) Investir mais em
publicidade de forma a
aumentar o faturamento.
8) Reduzir consideravelmente
os Custos de Produção,
especialmente, compras e
gastos gerais de fabricação.
9) Estudar a possibilidade de
atuar em novos mercados.
10) Analisar a viabilidade de
terceirizar parte da produção
de forma a reduzir custos.
11) Evitar os descontos de
duplicatas, medida que foi
implantada no último ano,
mas que gerou mais despesas
financeiras.
12) Analisar as despesas
administrativas para verificar
se não há gastos excessivos.
13) Envolver todo o pessoal
administrativo e de fábrica
solicitando participação na
indicação das melhores
soluções. Verificar o que
cada um tem a contribuir para
o sucesso da empresa.
CONCLUSÃO
Uma das maiores dificuldades
para que as micro e pequenas
empresas tomem decisões de
qualidade é a falta de controles. A
característica informal das relações
internas nos pequenos negócios
acaba dificultando a adoção de
métodos mais profissionais,
exatamente por receio do pequeno
empreendedor de perder essa
informalidade.
Entretanto, profissionalizar a
gestão nos micro negócios não
significa enfraquecer as relações,
mas pelo contrário, vai permitir que
cada agente possa entender melhor
o seu papel dentro da organização e
procure desempenhá-lo da melhor
forma.

Como foi discutido neste


trabalho, de uma maneira geral, o
microempresário se envolve muito
com o setor produtivo do negócio e,
preocupando-se com a sua
sobrevivência, ele tem tempo
apenas para resolver os problemas
de curtíssimo prazo. Nesse conjunto
de preocupações mais imediatas ele
acaba “fechando” as portas da
empresa para o seu
desenvolvimento e para a
prosperidade.

É muito difícil crescer e se


desenvolver sem planejar. É
preciso que o empreendedor,
dependendo da estrutura do seu
negócio, procure se desvencilhar o
quanto antes das atribuições
meramente operacionais e dedique
tempo ao planejamento como forma
a perseguir maiores lucros e
sucesso empresarial. Quanto mais
cedo o empresário puder fazer isto
melhor para o negócio.
É absolutamente fundamental que
os microempreendedores adotem
conceitos e ferramentas
profissionais de gestão para
aumentar a produtividade, para
incentivar o pessoal interno a fazer
parte da solução e a empresa
amadureça e se desenvolva com
tranquilidade.
Profissionalizar é, portanto,
fundamental para afastar-se das
estatísticas pessimistas, é adquirir
instrumentos para resistir à
passagem do tempo e crescer com
qualidade.
Profissionalizar os processos
internos, longe de se configurar
como perda de controle e de
autoridade do empreendedor, é
essencial para sedimentar a
estratégia competitiva e proteger a
empresa das turbulências do
mercado.
Neste passo, o presente estudo
propôs a criação de um Sistema de
Informações Gerenciais para micro
e pequenas empresas como forma
de profissionalizar as decisões
internas a partir da seleção e coleta
de dados utilizando a técnica do
Balanço Inventariado.
Como foi amplamente
esclarecido, este trabalho não exige
para a sua adoção nenhum
conhecimento dos procedimentos
contábeis por parte dos
microempreendedores.

Mesmo assim, a adoção desta


técnica simples permite que as
micro empresas, ainda que não
sejam obrigadas a elaborar
formalmente balanços do ponto de
vista contábil, consigam obter
demonstrativos financeiros com
capacidade de originar informações
úteis e confiáveis.
Para diagnosticar a situação
econômica e financeira dos
pequenos negócios, este trabalho
sugeriu um modelo de análise a
partir de um conjunto de índices
financeiros extraídos dos
demonstrativos.

Para fechar a proposta,


baseando-se no modelo de análise
com suporte nos resultados dos
índices financeiros, apresentou-se
um modelo de relatório contendo
indicações das melhores práticas
para ser seguida pela empresa no
futuro.
O objetivo final foi apresentar
sugestões estratégicas para a
administração corrigir as decisões
mal fundamentadas do passado e
que poderiam estar prejudicando o
desempenho da empresa ou mesmo
incrementar as decisões corretas de
forma a maximizar, ainda mais, as
situações de caixa, de custos, dos
capitais de giro e, como
consequência, de lucro.
A expectativa é que esse objetivo
tenha sido alcançado.

Desejo muito sucesso a todos os


microempreendedores individuais,
aos empresários das micro e das
pequenas empresas do Brasil!

Para obter mais conteúdo,


receber atualizações, novas
publicações e manter contato
acesse meu blog:
www.ajogerencial.com.br.
Estará disponível gratuitamente,
daqui a alguns dias no Blog, uma
planilha em Excel para auxiliar nos
cálculos dos índices financeiros
utilizados neste estudo.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

CONSELHO FEDERAL DE
CONTABILIDADE - PRINCÍPIO
DA ENTIDADE - RESOLUÇÃO
CFC Nº 750/93 DE 29 DE
DEZEMBRO DE 1993, Diário
Oficial da União de 31.12.1993
DISPÕE SOBRE OS PRINCÍPIOS
DE CONTABILIDADE (PC) Nota:
Redação dada pela Resolução CFC
nº 1.282/2010. Acessado em
12/05/2015 em:
http://www.normaslegais.com.br/legi

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Perguntado: Uma Metodologia de
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HÁBIL EMPRESARIAL. Software


de controle financeiro gratuito.
Disponível em www.habil.com.br

KASSAI, J. R. Balanço
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MACHADO, Lucília Regina de


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MARKETUP – Software de gestã


gratuito sugerido pelo Sebrae
Disponível na Internet em
www.marketup.com
RXP SISTEMAS. Software d
controle contábil e financeir
RXPCont. Disponibiliza cópi
gratuita em www.rxp.com.br

SEBRAE Serviço Brasileiro d


Apoio às Micro e Pequena
Sobrevivência das empresas n
Brasil. Coleção estudos e pesquisa
- Empresas –, 2013
http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Po
Acessado em 12/05/2015.

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