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Tradutores:

Alexandre Ferreira da Silva Salvaterra


Amanda Elisa Barros Gehrke
Ana Luisa Jeanty de Seixas
André Cavedon Ripoll
Jonas Arend Henriqson
José Alberto Azambuja
Luana Kath Sattler de Almeida
Miguel Aloysio Sattler
Ruy Alberto Cremonini

A425f Allen, Edward.


Fundamentos de engenharia de edificações [recurso
eletrônico] : materiais e métodos / Edward Allen, Joseph
Iano ; revisão técnica desta edição: José Alberto Azambuja,
Miguel Aloysio Sattler, Ruy Alberto Cremonini. – 5. ed. –
Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2013.

Editado também como livro impresso em 2013.


ISBN 978-85-8260-078-8

1. Engenharia civil. 2. Engenharia de edificações –


Materiais e métodos. I. Iano, Joseph. II. Título.

CDU 624.01

Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CBR 10/2052


O aço, forte e rígido, é um material para torres delgadas e vãos arroja-
dos. Preciso e previsível, leve em proporção a sua resistência, também
é bem adequado a construções rápidas, edificações com molduras es-
truturais altamente repetitivas e detalhes arquitetônicos agradáveis e mais de dois séculos após sua cons-
aos olhos com uma elegância limpa e precisa. Entre os metais, é singu- trução, ainda suporta o tráfego sobre
larmente abundante e econômico. Se suas fragilidades – a tendência à o rio Severn. O ferro fundido, produ-
corrosão em certos ambientes e à perda de resistência durante graves zido a partir do minério de ferro em
incêndios – forem mantidas sob controle por meio de medidas cons- um alto-forno, e o ferro forjado, ferro
trutivas inteligentes, ele oferece ao projetista possibilidades que não purificado por meio de repetidos gol-
existem com nenhum outro material. pes com um martelo, foram crescen-
temente utilizados durante a primei-
ra metade do século XIV, na Europa
HISTÓRIA dra, e os arquitetos do Renascimento e América do Norte, para emoldurar
Até o início do século XIX, os metais opunham resistência ao empuxo das edificações industriais. Porém, sua
exerciam uma função estrutural li- abóbadas de alvenaria com correntes utilidade foi limitada pela fragilidade
mitada nas edificações, exceto na e hastes de ferro forjado. A primeira imprevisível do ferro fundido e o custo
conexão de dispositivos. Os gregos e estrutura totalmente de metal, uma relativamente alto do ferro forjado.
romanos usavam grampos de bron- ponte de ferro fundido, foi construída Até essa época, o aço era um
ze ocultos para juntar blocos de pe- no final do século XVIII, na Inglaterra, material raro e caro, produzido so-

Figura 11.1 Figura 11.2


O arquiteto paisagista Joseph Paxton projetou o Crystal Palace, Allied Bank Plaza, projetado por Architects Skidmore, Owings
um hall de exposições de ferro fundido e vidro, construído em and Merrill. (Com a permissão do American Institute of Steel
Londres, em 1851. (Arquivo Bettmann) Construction)
Capítulo 11 Construções com Moldura Estrutural em Aço 413
414 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

mente em pequenas quantidades do Norte. Por volta de 1889, quando cio, e impurezas prejudiciais, como o
para ser utilizado como arma e em a Torre Eiffel foi construída em ferro fósforo, enxofre, oxigênio e nitrogênio.
cutelaria. O aço, em abundância e forjado, em Paris (Figura 11.3), di- Em contrapartida, o ferro fundido co-
econômico, tornou-se disponível versos arranha-céus com moldura mum contém de 3 a 4% de carbono
pela primeira vez na década de 1850, estrutural em aço já haviam sido le- e quantidades maiores de impurezas
com a introdução do Processo Bes- vantados nos Estados Unidos (Figu- que o aço, enquanto o ferro forjado
semer, no qual o ar era soprado em ra 11.4). Um novo material de cons- contém ainda menos carbono que a
um recipiente de ferro fundido para trução havia nascido. maioria das ligas de aço. O conteúdo
queimar as impurezas. Por este mé- de carbono é o determinante crucial
todo, grandes quantidades de ferro das propriedades de qualquer metal
podiam ser transformadas em aço
O MATERIAL AÇO ferroso (à base de ferro): muito carbo-
em mais ou menos 20 minutos, e as O aço no conduz a um metal duro, porém
propriedades estruturais do metal O aço é qualquer liga de ferro, dentre quebradiço (como o ferro fundido),
resultante eram bastante superiores uma variedade, que contenha menos enquanto pouco carbono produz um
às do ferro fundido. Outro processo que 2% de carbono. O aço estrutural material maleável, relativamente fra-
econômico de fabricação de aço, o comum, chamado aço macio, contém co (como o ferro forjado). Assim, o aço
método open-hearth ( forno aber- menos de três décimos de 1% de car- macio é o ferro no qual as proprieda-
to), foi desenvolvido na Europa, em bono, somado a traços de elementos des foram otimizadas para propósitos
1868, e logo foi adotado na América benéficos, como o manganês e o silí- estruturais, através do controle das

Figura 11.3
A magnífica torre de ferro forjado, do enge-
nheiro Gustave Eiffel, foi construída em Pa-
ris, de 1887 a 1889. (Foto por James Austin,
Cambridge, England)

A diferença entre a pedra, o aço e o


vidro era tão grande quanto aquela, na
ordem evolucionária, entre os crustá-
ceos e os vertebrados.
Por Lewis Mumford, The Brown Decades,
New York, Dover Publications, Inc., 1955, pp.
130-131.
Capítulo 11 Construções com Moldura Estrutural em Aço 415

quantidades de carbono e de outros mentar. O calcário forma uma escória tal, para queimar o carbono em exces-
elementos no metal. com uma diversidade de impurezas, so e as impurezas. Um fluxo de cal e
O processo de conversão do mi- porém grandes quantidades de carbo- fluoreto é adicionado ao metal, a fim
nério de ferro em aço começa com a no e outros elementos são inevitavel- de reagir com outras impurezas, em
fundição do minério de ferro em ferro mente incorporados ao ferro. O ferro especial fósforo, e formar uma escória
fundido. O ferro fundido é produzi- fundido é retirado pelo fundo do forno que é descartada. Novos elementos
do em um alto-forno, carregado com e mantido em um estado líquido para metálicos podem ser adicionados ao
camadas alternadas de minério de processamento em aço. recipiente, ao final do processo, para
ferro (óxidos de ferro), coque (carvão A maioria dos aços convertida a ajustar a composição do aço, confor-
cujos constituintes voláteis tenham partir do ferro é manufaturada pelo me desejado: o manganês contribui
sido destilados, deixando somente processo de oxigênio básico (Figura para resistência à abrasão e ao impac-
o carbono) e calcário moído (Figura 11.5), no qual uma lança oca, arrefeci- to, o molibdênio fornece resistência,
11.6). O coque é queimado com gran- da com água, é baixada até penetrar o vanádio proporciona resistência e
des quantidades de ar, forçado para o em um recipiente de ferro fundido e dureza, e o níquel e o cromo forne-
fundo da fornalha, a fim de produzir sucata de aço reciclado. Um jato de cem resistência à corrosão, dureza e
monóxido de carbono, que reage com oxigênio puro com alta pressão é so- rigidez. Todo o processo ocorre com
o minério para reduzi-lo a ferro ele- prado pela lança, para dentro do me- o auxílio de amostragens cuidadosas
e técnicas analíticas de laboratório,
para assegurar a qualidade do aço
acabado, levando menos de uma hora
do início ao fim.
Atualmente, a maioria dos aços
estruturais para molduras de edifica-
ções são produzidos a partir de sucata
de aço, nas chamadas “mini-usinas”,
utilizando fornos a arco voltaico.
Essas usinas são apenas minia-
turas em comparação às usinas con-
vencionais que elas substituem; são
alocadas em edificações enormes e
laminam perfis estruturais com até 40
polegadas (1 m) de largura. A sucata
da qual o aço estrutural é feito vem,
principalmente, de cemitérios de au-
tomóveis; uma mini-usina, sozinha,
consome 300.000 sucatas de carro, em
média, em um ano. Por meio de cuida-
dosos testes de metalurgia e controle,
elas são recicladas e transformadas
em aço de primeira qualidade.

Figura 11.4
A edificação da Home Insurance Company,
projetada por William LeBaron Jenney e
construída em 1893, em Chicago, foi um dos
primeiros arranha-céus de verdade. A mol-
dura estrutural em aço foi protegida contra
o fogo com alvenaria, e os revestimentos
externos em alvenaria foram apoiados na
moldura estrutural em aço. (Foto por Wm. T.
Barnum. Cortesia de Chicago Historical Society
ICHi-18293)
416 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

Pellets
Minério
de ferro Forno – sedimentos
Elétrica alto-forno
Britador
Sucata

Sedimentos Cal e fundente


Elétrica Forno Open Hearth

Oxigênio

Carvão Escória ferro Ferro fundido Forno de


oxigênio básico
Fornos de coque
Aço fundido

Lingotes fundidos

Moinho de blooming

Fundição contínua

Púlpito
Estande de
desdobramento Púlpito
Forno de Estande de
reaquecimento acabamento Estande
de bordas

Figura 11.5
O processo de fabricação do aço, desde o minério de ferro até os perfis estruturais.
Observe, particularmente, os passos na evolução de um perfil largo, enquanto ele progride
pelos vários estandes, na esteira de laminação. Hoje, a maioria dos aços estruturais,
nos Estados Unidos, é feita a partir de sucata de aço, em fornos elétricos. (Adaptado de
“Steelmaking Flowlines”, com a permissão do American Iron and Steel Institute)
Capítulo 11 Construções com Moldura Estrutural em Aço 417

PARA UM PROJETO PRELIMINAR DE UMA ESTRUTURA EM AÇO

• Estime a espessura do deque de cobertura, em aço corrugado, • Estime a altura de tesouras triangulares em aço, para cober-
como de seu vão. As espessuras padrão são de 1, 1 ½, 2 e 4 turas, como ¼ a do vão coberto. Para tesouras retangulares, a
polegadas (25, 38, 50 e 100 mm). altura é, tipicamente, de a do vão.
• Estime a altura total de um deque de piso de aço corrugado, • Para estimar a dimensão de uma coluna de aço, some a área
adicionada de um capeamento de concreto, como sendo total de telhado e de piso suportada pela coluna. Uma coluna W8
de seu vão. As alturas totais típicas variam de 2 ½ a 7 polegadas pode suportar até, aproximadamente, 4.000 pés quadrados (370
(65-180 mm). m²) e uma coluna W14, 30.000 pés quadrados (2.800 m²). Os per-
• Estime a altura de vigas de aço de alma vazada como do seu fis W14 muito pesados, cujas dimensões sejam bem maiores que
vão, para pisos recebendo cargas elevadas ou com vigas amplamen- 14 polegadas (355 mm), podem suportar de 50.000 a 100.000 pés
te espaçadas, e como do seu vão para telhados ou pisos rece- quadrados (4.600-9.300 m²). Os perfis das colunas em aço são, em
bendo carregamento leve ou para vigas com espaçamento próximo. geral, quadrados ou quase quadrados em suas proporções.
O espaçamento das vigas depende da capacidade de cobertura de • Essas aproximações são válidas somente para efeito de leiaute
vãos por parte do material do deque. Os espaçamentos típicos entre preliminar de edificações e não devem ser usadas para escolher
vigas variam entre 2 e 10 pés (0,6-3,0 m). As alturas padrão de as dimensões finais de peças. Elas se aplicam ao espectro normal
vigas serão informadas mais adiante, neste capítulo. de ocupações de edificações, como residenciais, escritórios, co-
• Estime a altura de vigas de aço, como do vão e a altura de merciais, edificações institucionais e garagens de estacionamento.
vigas mestras de aço como do vão que cobrem. A largura Para edificações de produção e estocagem, deverão ser usadas
de uma viga ou viga mestra é, em geral, de a ½ de sua altura. peças um pouco maiores.
Para as vigas ou vigas mestras compostas, use as mesmas pro- • Para informações mais detalhadas a respeito de seleções pre-
porções, porém aplique-as à altura total da viga ou viga mestra, liminares e leiaute de sistemas estruturais e dimensionamen-
incluindo o deque do piso e a cobertura de concreto. As alturas to de peças estruturais, veja Edward Allen e Joseph Iano, The
a
padrão de perfis de aço de mesas largas ainda serão informadas Architect´s Studio Companion (4 Ed.), New York, John Wiley &
neste capítulo. Sons, Inc., 2007.

Peças para substituição


de rolo

Estande
Estande de
intermediário
beiradas
Estande de
acabamento
Perfis de
mesas largas

Desempenadeira
rotatória Serra a frio

Leito de arrefecimento

Serra a quente Expedição


418 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

Onde o aço ficar exposto às condi- um revestimento de zinco, que será


ções externas na construção finaliza- discutida mais adiante, nas páginas
da, sem nenhum acabamento de pro- 507-508.
teção, o aço patinável (ASTM A588)
poderá ser especificado. Essa liga de Produção de perfis estruturais
aço desenvolve um revestimento óxi-
do tenaz, quando exposto à atmosfe- Na usina estrutural ou usina de des-
ra, e, uma vez formado, protege contra dobramento, o lingote é reaquecido,
corrosão posterior e elimina a neces- conforme necessário, e então passa
sidade de pintura ou outro revesti- por uma sucessão de rolos, que com-
mento de proteção. Embora utilizado, primem o metal em aproximações
principalmente, para autoestradas e progressivamente mais refinadas do
pontes, onde reduz os custos de ma- perfil e dimensões desejadas (Figura
nutenção, o aço patinável também 11.7). O perfil acabado sai do último
encontra utilização ocasional em edi- conjunto de rolos, em uma peça con-
ficações, nas quais a matiz profunda tínua, que é cortada em segmentos
Figura 11.6 menores por uma serra a quente (Fi-
O ferro fundido é vertido em um cadinho, para e quente do revestimento de óxido
poderá ser explorada como um recur- gura 11.8). Esses segmentos são res-
começar sua conversão em aço pelo proces-
so estético. Com a adição do níquel friados em um leito de arrefecimento
so de oxigênio básico. (Cortesia de U.S. Steel
Corp.) e do cromo ao aço, podem ser pro- (Figura 11.9). Depois disso, uma de-
duzidas diferentes categorias de aço sempenadeira rotatória corrige qual-
inoxidável (ASTM A240 e A276), com quer curvatura residual. Finalmente,
resistência ainda maior à corrosão e cada peça é cortada na sua extensão
Independentemente do seu pro-
custando significativamente mais que exata e etiquetada com sua designa-
cesso particular de fabricação, o aço
o aço estrutural convencional. O aço ção de perfil, e o número do lote de
acabado é fundido continuamente em
também pode ser protegido da corro- aço do qual foi produzido. Mais tarde,
lingotes ou lupas, em aproximações
são pela galvanização, a aplicação de quando a peça é expedida ao fabrican-
muito grosseiras do perfil final deseja-
do, que são, então, rolados, até atingir
o seu formato final, conforme descrito
mais adiante neste capítulo.

Ligas de aço
Pelo ajuste da mescla de elementos
metálicos usados na produção do
aço, sua resistência e outras proprie-
dades podem ser manipuladas. O aço
estrutural macio, conhecido por sua
designação ASTM como A36, foi, por
décadas, o tipo predominante de aço
utilizado em molduras estruturais de
edificações. Porém, atualmente, as
mini-usinas, usando a sucata como
sua matéria-prima básica, produzem
de forma rotineira os aços de baixa liga
e alta resistência, que são mais resis-
tentes e menos caros que aqueles de-
signados como ASTM A992 ou ASTM
A572. O aço ASTM A992 é o tipo de aço
preferido para os perfis estruturais de
mesas largas, enquanto o aço ASTM
A36 ou, quando é necessária maior re-
sistência, o aço ASTM A572, são espe-
cificados para cantoneiras, canaletas,
placas e barras. (Para uma explicação Figura 11.7
sobre perfis padrão de aço, veja a dis- Um perfil de aço brilhante, de mesas largas, emerge dos rolamentos do estande de acabamento
cussão a seguir.) da usina de laminação. (Foto por Mike Engestrom. Cortesia de Nucor-Yamato Steel Company)
Capítulo 11 Construções com Moldura Estrutural em Aço 419

Figura 11.8
Uma serra a quente corta as peças do estoque de mesas largas de uma longa peça contínua que acabou de emergir do estande de acabamento,
no segundo plano. Os trabalhadores, na cabine, controlam o processo. (Cortesia de U.S. Steel Corp.)

Figura 11.9
Perfis de mesas largas são inspecionados
quanto à qualidade, no leito de arrefecimen-
to. (Foto por Mike Engestrom. Cortesia de
Nucor-Yamato Steel Company)
420 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

te, ela será acompanhada de um cer- perfis diferentes, com as mesmas di- Os perfis de mesas largas são usa-
tificado, que informa sobre a análise mensões nominais, pode ser produzi- dos para a maioria das vigas e colu-
química daquele lote em particular da (Figura 11.10). Isso proporciona ao nas, substituindo os perfis Standard
como evidência de que o aço está de arquiteto e ao engenheiro estrutural, Americanos (Viga-I), mais antigos (Fi-
acordo com as especificações estrutu- uma ampla diversidade de perfis, den- gura 11.11). Os perfis Standard Ame-
rais de norma. tre os quais pode selecionar cada peça ricanos são menos eficientes estrutu-
Os espaçamentos dos rolamen- estrutural da edificação, evitando as- ralmente do que os de mesas largas,
tos da usina estrutural são ajustáveis; sim o desperdício de aço, por meio de porque o arranjo de rolamentos que
com mudança de espaçamentos en- especificações de perfis maiores que o os produz é incapaz de aumentar a
tre os rolamentos, uma variedade de requerido. quantidade de aço nas mesas sem

S10 x 35 W10 x 30 W10 x 112

S10 x 25,4 W10 x 12 W10 x 33

Standard
americano Mesa-larga Mesa-larga

C10 x 30 L6 x 4 x 7/8 L4 x 4 x 3/4

C10 x 15,3 L6 x 4 x 5/16 L4 x 4 x 1/4

Canaleta Cantoneira, abas Cantoneiras, abas

WTS x 6 Barra 2 x 2 Barra redonda 2" Barra 2 x 6

WTS x 15

T Estrutural

Placa

Figura 11.10
Exemplos de perfis padrão em aço estrutural. Onde dois perfis forem sobrepostos, eles ilustrarão diferentes pesos para a
mesma seção, produzidos pela variação do espaçamento dos rolamentos na usina estrutural. Os perfis estruturais de aço, e
seus requisitos gerais, são definidos na ASTM A6. As barras são perfis sólidos redondos, retangulares e hexagonais, geral-
mente não maiores que 8 polegadas (203 mm), em qualquer dimensão, em corte. Os perfis sólidos mais largos são chamados
de placas ou chapas, dependendo da sua espessura em relação a sua altura. A placa é mais espessa que a chapa.
Capítulo 11 Construções com Moldura Estrutural em Aço 421

também adicionar aço à alma, onde fil nominal de 14 polegadas (360 mm), As mesas largas são fabricadas em
esta pouco contribui para aumentar com mesas de, aproximadamente, duas proporções básicas: altas e estrei-
a capacidade de suporte de carga da 5 polegadas (130 mm) de espessura. tas, para vigas, e mais quadradas, para
peça. As mesas largas estão disponí- Alguns fabricantes constroem seções colunas e estacas de fundação. A no-
veis em uma vasta gama de tamanhos de mesas largas mais pesadas por menclatura aceita para perfis de mesas
e pesos. A menor altura disponível meio da soldagem das mesas junto largas começa com a letra W, seguida
nos Estados Unidos é de 4 polegadas às placas de almas, em vez da lamina- pela altura nominal do perfil, em po-
(100 mm), e a maior, de 44 polegadas ção, um procedimento que também é legadas, um sinal de multiplicação e o
(1.117 mm). Os pesos, por pé linear utilizado para a produção de placas peso do perfil em libras por pés. Assim,
de peça, variam de 9 a 730 libras (13- de vigas mestras muito altas, para o W12 x 26 é um perfil de mesa larga,
1.080 kg/m), este último para um per- vãos amplos (Figura 11.79). de altura nominal de 12 polegadas (305

Designação da
Perfil amostra Explicação Gama de tamanhos disponíveis
Mesas-largas W21  83 O W denota um perfil de mesa larga. O Alturas nominais de 4 a 18’’, em
primeiro número é a altura nominal, em incrementos de 2’’, de 18 a 36’’,
polegadas, e o segundo número é o peso, em em incrementos de 3’’, e de 36 a
libras, por pés de comprimento. 44’’, em incrementos de 4’’.
Vigas de S18  70 O S denota uma viga de Standard Americano. Alturas nominais de 3’’, 4’’, 5’’, 6’’,
Standard O primeiro número é a altura nominal, em 8’’, 10’’, 12’’, 15’’, 18’’, 20’’ e 24’’.
Americano polegadas, e o segundo número é o peso, em
libras, por pés de comprimento.
Canaleta MC10  33,6 O MC denota uma canaleta. O primeiro Alturas nominais de 6’’, 7’’, 8’’, 9’’,
número é a altura nominal, em polegadas, e o 10’’, 12’’, 13’’ e 18’’.
segundo número é o peso, em libras, por pés
de comprimento.
Canaleta de C6  13 O C denota a canaleta de Standard Alturas nominais de 3’’, 4’’, 5’’, 6’’,
Standard Americano. O primeiro número é a altura 7’’, 8’’, 9’’, 10’’, 12’’ e 15’’.
Americano nominal, em polegadas, e o segundo número
é o peso, em libras, por pés de comprimento.
T Estrutural WT13,5  47 O WT denota um T feito da divisão de um perfil Veja os tamanhos disponíveis das
W. O primeiro número é a altura nominal, em mesas largas e vigas de Standard
polegadas, e o segundo número é o peso, em Americano relacionados acima,
libras por pés, de comprimento. (O exemplo e divida-os por 2, para chegar às
de um T, relacionado aqui, foi feito de um W27 alturas disponíveis para os T´s
x 94.) Os T´s divididos de vigas de Standard estruturais feitos desses perfis.
Americano, são designados como ST, em vez
de WT.
Cantoneira L4  3  3/8 O L denota uma cantoneira. Os dois primeiros Alturas das abas de 2’’, 2 ½’’, 3’’, 3
números são as alturas nominais, em ½’’, 4’’, 5’’, 6’’, 7’’ e 8’’. Espessura
polegadas, das duas abas, e o último número das abas de ’’ a 1 ’’.
é a espessura, em polegadas, das abas.
HSS Quadrado, HSS10  8  1/2 O HSS denota uma seção estrutural vazia. Para os perfis quadrados ou
Retangular, Os dois primeiros números são o tamanho retangulares, as larguras nominais
Redondo ou nominal, em polegadas, dos dois lados de um vão de 1’’ a 48’’ e espessura
Elíptico. perfil quadrado, retangular ou elíptico. Para da parede, de ’’ a 5/8’’. Para
os tubos redondos, um único número indica os perfis redondos, diâmetros
o diâmetro nominal. O último número é a nominais de 1,66 a 20’’ e espessura
espessura, em polegadas, da parede do tubo. da parede de 0,109 a 0,625’’.

Figura 11.11
Perfis de aço comumente utilizados.
422

Dimensões – Propriedades –
PERFIS W PERFIS W

Distância Peso Critérios de Módulo


Alma Mesa Propriedades elásticas Cons-
nomi- secção compacta plástico
Área tante
Altura
nal rT d Eixo X-X Eixo Y-Y de
Designação A d Espessura tw Largura Espessura
T por bf Fy Fy Tor- Zx Zy
2 bf tf Af
tw pé I S r I S r ção
2 tf tw
In.2 In. In. In. In. In. In. In. In. Lb. Ksi Ksi In. In.4 In.3 In. In.4 In.3 In. In.4 In.3 In.3

16,82 167/8 1,775 13/4 7 13,385 133/8 2,955 215/16 91/2 311/16 11/2
W 12x336 98,8 8 / 336 2,3 9,5 3,71 0,43 4060 483 6,41 1190 177 3,47 243 603 274
163/8 13 13,235 131/4 2,705 91/2 37/16 17/16
x305 89,6 16,32 1,625 15/8 /16 211/16 305 2,4 10,0 3,67 0,46 3550 435 6,29 1050 159 3,42 185 537 244
3
x279 81,9 15,85 157/8 1,530 11/2 /4 13,140 131/8 2,470 21/2 91/2 33/16 13/8 279 2,7 10,4 3,64 0,49 3110 393 6,16 937 143 3,38 143 481 220
153/8 11 13,005 13 2,250 91/2 215/16 15/16
x252 74,1 15,41 1,395 13/8 /16 21/4 252 2,9 11,0 3,59 0,53 2720 353 6,06 828 127 3,34 108 428 196
11
x230 67,7 15,05 15 1,285 15/16 /16 12,895 127/8 2,070 21/16 91/2 23/4 11/4 230 3,1 11,7 3,56 0,56 2420 321 5,97 742 115 3,31 83,8 386 177
143/4 5 12,790 123/4 1,900 91/2 25/8 11/4
x210 61,8 14,71 1,180 13/16 /8 17/8 210 3,4 12,5 3,53 0,61 2140 292 5,89 664 104 3,28 64,7 348 159
143/8 9 12,670 125/8 1,735 91/2 27/16 13/16
x190 55,8 14,38 1,060 11/16 /16 13/4 190 3,7 13,6 3,50 0,65 1890 263 5,82 589 93,0 3,25 48,8 311 143
15 1
x170 50,0 14,03 14 0,960 /16 /2 12,570 125/8 1,560 19/16 91/2 21/4 11/8 170 4,0 14,6 3,47 0,72 1650 235 5,74 517 82,3 3,22 35,6 275 126
7 7 12,480 121/2 11/16
x152 44,7 13,71 133/4 0,870 /8 /16 1,400 13/8 91/2 21/8 152 4,5 15,8 3,44 0,79 1430 209 5,66 454 72,8 3,19 25,8 243 111
133/8 13 7 12,400 123/8 1,250 91/2 115/16 1
x136 39,9 13,41 0,790 /16 /16 11/4 136 5,0 17,0 3,41 0,87 1240 186 5,58 398 64,2 3,16 18,5 214 98,0
131/8 11 3 12,320 123/8 1,105 91/2 113/16 1
x120 35,3 13,12 0,710 /16 /8 11/8 120 5,6 18,5 3,38 0,96 1070 163 5,51 345 56,0 3,13 12,9 186 85,4
5 5 15
x106 31,2 12,89 127/8 0,610 /8 /16 12,220 121/4 0,990 1 91/2 111/16 /16 933
Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

106 6,2 21,1 3,36 1,07 145 5,47 301 49,3 3,11 9,13 164 75,1
9 5 7 7
x 96 28,2 12,71 123/4 0,550 /16 /16 12,160 121/8 0,900 /8 91/2 15/8 /8 96 6,8 23,1 3,34 1,16 833 131 5,44 270 44,4 3,09 6,86 147 67,5
1 1 13 7
x 87 25,6 12,53 121/2 0,515 /2 /4 12,125 121/8 0,810 /16 91/2 11/2 /8 87 7,5 24,3 3,32 1,28 740 118 5,38 241 39,7 3,07 5,10 132 60,4
1 1 3 7
x 79 23,2 12,38 123/8 0,470 /2 /4 12,080 121/8 0,735 /4 91/2 17/16 /8 79 8,2 62,6 26,3 3,31 1,39 662 107 5,34 216 35,8 3,05 3,84 119 54,3
7 1 11 7
x 72 21,1 12,25 121/4 0,430 /16 /4 12,040 12 0,670 /16 91/2 13/8 /8 72 9,0 52,3 28,5 3,29 1,52 597 97,4 5,31 195 32,4 3,04 2,93 108 49,2
3 3 5 13
x 65 19,1 12,12 121/8 0,390 /8 /16 12,000 12 0,605 /8 91/2 15/16 /16 65 9,9 43,0 31,1 3,28 1,67 533 87,9 5,28 174 29,1 3,02 2,18 96,8 44,1

3 3 5 13
W 12x 58 17,0 12,19 121/4 0,360 /8 /16 10,010 10 0,640 /8 91/2 13/8 /16 58 7,8 33,9 57,6 2,72 1,90 475 78,0 5,28 107 21,4 2,51 2,10 86,4 32,5
3 3 9 13
x 53 15,6 12,06 12 0,345 /8 /16 9,995 10 0,575 /16 91/2 11/4 /16 53 8,7 55,9 35,0 54,1 2,71 2,10 425 70,6 5,23 95,8 19,2 2,48 1,58 77,9 29,1

3 3 5 13
W 12x 50 14,7 12,19 121/4 0,370 /8 /16 8,080 81/8 0,640 /8 91/2 13/8 /16 50 6,3 32,9 60,9 2,17 2,36 394 64,7 5,18 56,3 13,9 1,96 1,78 72,4 21,4
5 3 9 13
x 45 13,2 12,06 12 0,335 /16 /16 8,045 8 0,575 /16 91/2 11/4 /16 45 7,0 36,0 51,0 2,15 2,61 350 58,1 5,15 50,0 12,4 1,94 1,31 64,7 19,0
5 3 1 3
x 40 11,8 11,94 12 0,295 /16 /16 8,005 8 0,515 /2 91/2 11/4 /4 40 7,8 40,5 40,3 2,14 2,90 310 51,9 5,13 44,1 11,0 1,93 0,95 57,5 16,8

5 3 1 9
W 12x 35 10,3 12,50 121/2 0,300 /16 /16 6,560 61/2 0,520 /2 101/2 1 /16 35 6,3 41,7 38,0 1,74 3,66 285 45,6 5,25 24,5 7,47 1,54 0,74 51,2 11,5
1 1 7 1
x 30 8,79 12,34 123/8 0,260 /4 /8 6,520 61/2 0,440 /16 101/2 15/16 /2 30 7,4 47,5 29,3 1,73 4,30 238 38,6 5,21 20,3 6,24 1,52 0,46 43,1 9,56
1 1 3 1
x 26 7,65 12,22 121/4 0,230 /4 /8 6,490 61/2 0,380 /8 101/2 7/8 /2 26 8,5 57,9 53,1 23,4 1,72 4,95 204 33,4 5,17 17,3 5,34 1,51 0,30 37,2 8,17

1 1 7 7 1
W 12x 22 6,48 12,31 121/4 0,260 /4 /8 4,030 4 0,425 /16 101/2 /8 /2 22 4,7 47,3 29,5 1,02 7,19 156 25,4 4,91 4,66 2,31 0,847 0,29 29,3 3,66
1 1 3 13 1
x 19 5,57 12,16 121/8 0,235 /4 /8 4,005 4 0,350 /8 101/2 /16 /2 19 5,7 51,7 24,7 1,00 8,67 130 21,3 4,82 3,76 1,88 0,822 0,18 24,7 2,98
1 1 1 3 1
x 16 4,71 11,99 12 0,220 /4 /8 3,990 4 0,265 /4 101/2 /4 /2 16 7,5 54,5 22,2 0,96 11,3 103 17,1 4,67 2,82 1,41 0,773 0,10 20,1 2,26
3 1 1 11 1
x 14 4,16 11,91 117/8 0,200 /16 /8 3,970 4 0,225 /4 101/2 /16 /2 14 8,8 54,3 59,6 18,6 0,95 13,3 88,6 14,9 4,62 2,36 1,19 0,753 0,07 17,4 1,90
Capítulo 11 Construções com Moldura Estrutural em Aço 423

Figura 11.12 mm), que pesa 26 libras por pé de com- Construction (Figura 12.22): sua altura
Uma parte da tabela de dimensões e proprie- primento (38,5 kg/m). Mais informa- real é de 12,22 polegadas (310,4 mm), e
dades de perfis de mesas largas, do Manual ções sobre esse perfil estão contidas em suas mesas possuem largura de 6,49 po-
of Steel Construction do American Institute of uma tabela de dimensões e proprieda- legadas (164,9 mm). Essas proporções
Steel Construction. Uma polegada equivale
des do Manual of Steel Construction, pu- indicam que o perfil é principalmente
a 25,4 mm. (Com a permissão do American
Institute of Steel Construction)
blicado pelo American Institute of Steel voltado para utilização como viga ou
viga mestra, e não como uma coluna ou
estaca de fundação. Por meio da leitura
transversal da tabela, coluna a coluna,
o projetista pode aprender tudo que há
para saber sobre essa seção, desde sua
espessura e raio de seus filetes até dife-
CANTONEIRAS rentes quantidades úteis na computa-
Abas iguais e abas desiguais ção de seu comportamento estrutural,
Propriedades para o projeto quando sob carga. Na extremidade su-
perior da tabela, quando tratando de
mesas largas de 12 polegadas (305 mm),
podemos encontrar perfis pesando até
Peso Eixo X-X Eixo Y-Y Eixo X-Z 336 libras por pé (501 kg/m), com altu-
Tamanho e espessura por Área
pés I S r y I S r x r Tan ras de quase 17 polegadas (432 mm).
In. In. Lb. In.2 In.4 In. 3 In. In. In.4 In.3 In. In. In. Esses perfis mais pesados possuem me-
L4 x3 x /8 11/16 13,6
5
3,98 6,03 2,30 1,23 1,37 2,87 1,35 0,844 0,871 0,637 0,534 sas quase tão largas quanto sua altura,
1
/2 15
/16 11,1 3,25 5,05 1,89 1,25 1,33 2,42 1,12 0,864 0,827 0,639 0,543 sugerindo que são direcionados à utili-
7
/15 7
/8 9,5 2,87 4,52 1,68 1,25 1,30 2,18 0,992 0,871 0,804 0,641 0,547 zação como colunas. Os fabricantes dos
3
/8 13
/16 8,5 2,48 3,96 1,46 1,26 1,28 1,92 0,866 0,879 0,782 0,644 0,551
5
/16 3/4 7,2 2,09 3,38 1,23 1,27 1,26 1,65 0,734 0,887 0,759 0,647 0,554
Estados Unidos produzem perfis de aço
1
/4 11
/16 5,8 1,69 2,77 1,00 1,28 1,24 1,36 0,599 0,896 0,736 0,651 0,558 somente em unidades convencionais
de medição; polegadas e libras. Em ou-
1
L 31/2x31/2x /2
7
/8 11,1 3,25 3,64 1,49 1,06 1,06 3,64 1,49 1,06 1,06 0,683 1,000
7
0,684 1,000
tras partes do mundo, uma variedade
/16 13
/16 9,8 2,87 3,26 1,32 1,07 1,04 3,26 1,32 1,07 1,04
3
/8 3
/4 8,5 2,48 2,87 1,15 1,07 1,01 2,87 1,15 1,07 1,01 0,687 1,000 normalizada de tamanhos métricos é
5
/16 11
/16 7,2 2,09 2,45 0,976 1,08 0,990 2,45 0,976 1,08 0,990 0,690 1,000 utilizada. Os Estados Unidos adotaram
1
/4 5,8 1,69 2,01 0,794 1,09 0,968 2,01 0,794 1,09 0,968 0,694 1,000
15
/8 uma “leve” conversão para tamanhos
1
/2 3,00 1,45 1,10 0,881 0,875 0,621 0,714 métricos, apenas tabulando dimensões
L 31/2x3 x 15
/16 10,2 3,45 1,07 1,13 2,33
7
/16 7
/8 9,1 2,65 3,10 1,29 1,08 1,10 2,09 0,975 0,889 0,853 0,622 0,718 métricas de perfis produzidos em uni-
3
/8 13
/16 7,9 2,30 2,72 1,13 1,09 1,08 1,85 0,851 0,897 0,830 0,625 0,721 dades convencionais.
5
/16 3
/4 6,6 1,93 2,33 0,954 1,10 1,06 1,58 0,722 0,905 0,808 0,627 0,724
1
/4 1,56 0,776 0,589 0,914 0,785 0,631 0,727
As cantoneiras em aço (Figura
11
/16 5,4 1,91 1,11 1,04 1,30
11.13) são extremamente versáteis.
1
L 31/2x21/2x /2 15
/16 9,4 2,75 3,24 1,41 1,09 1,20 1,36 0,760 0,704 0,705 0,534 0,486 Elas podem ser utilizadas como vigas
7
/16 7 8,3 2,43 2,91 1,26 1,09 1,18 1,23 0,677 0,711 0,682 0,535 0,491
3
/8
/8
0,660 0,537 0,496
muito curtas, suportando pequenas
13
/16 7,2 2,11 2,56 1,09 1,10 1,16 1,09 0,592 0,719
5
/16 3
/4 6,1 1,78 2,19 0,927 1,11 1,14 0,939 0,504 0,727 0,637 0,540 0,501 cargas, e são frequentemente encon-
1
/4 11
/16 4,9 1,44 1,80 0,755 1,12 1,11 0,777 0,412 0,735 0,614 0,544 0,506 tradas assumindo esse papel como
vergas de portas e de janelas, em
L3 x3 x
1
/2 13
/16 9,4 2,75 2,22 1,07 0,898 0,932 2,22 1,07 0,898 0,932 0,584 1,000
7
/16 3
/4 8,3 2,43 1,99 0,954 0,905 0,910 1,99 0,954 0,905 0,910 0,585 1,000 construções em alvenaria. Em edifi-
3
/8 11
/16 7,2 2,11 1,76 0,833 0,913 0,888 1,76 0,833 0,913 0,888 0,587 1,000
5
/16 5
/8 6,1 1,78 1,51 0,707 0,922 0,865 1,51 0,707 0,922 0,865 0,589 1,000
1
/4 9
/16 4,9 1,44 1,24 0,577 0,930 1,24 0,577 0,930 0,842 0,592 1,000
3
/16 1
/2 3,71 1,09 0,962 0,441 0,939 0,962 0,441 0,939 0,820 0,596 1,000

Figura 11.13
Uma parte da tabela de dimensões e pro-
priedades de perfis cantoneiras, do Manual
of Steel Construction do American Institute of
As cantoneiras nas colunas sombreadas podem não estar disponíveis de imediato. A disponibilidade está sujeita a Steel Construction. Uma polegada equivale
acúmulo de material de laminação e localização geográfica, e deve ser verificada com os fornecedores de material. 24,5 mm. (Com a permissão do American Ins-
titute of Steel Construction)
424 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

cações com moldura estrutural em em secção, elas podem rapidamen- aço também é estirado a frio por meio
aço, o seu papel primário é o de co- te incorporar curvas ou geometrias de moldes, para produzir fios de alta
nectar as vigas de mesas largas, vigas complexas, e seus perfis podem ser resistência, utilizados em cabos de
mestras e colunas, conforme veremos cuidadosamente ajustados aos re- aço, tensores de pontes e cabos de
em breve. Elas também possuem utili- quisitos particulares da peça. O aço protensão para concreto.
dade como amarrações diagonais de fundido é especialmente adequado à
molduras estruturais em aço e como produção de conexões customizadas Vigas em aço de alma vazada
peças de tesouras em aço, onde são para estruturas de aço, que são mais
fixadas umas às outras, pela junção de resistentes, mais leves e mais atraen- Dentre os muitos produtos de aço es-
suas superfícies superiores, conectan- tes do que as fabricadas com aço con- trutural, fabricados por perfis de lami-
do-se de maneira conveniente para se vencional laminado. nados a quente e a frio, o mais comum
fixar às placas gusset, nas juntas das é a viga em aço de alma vazada (OWSJ),
tesouras (Figura 11.82). As seções em uma estrutura produzida em massa,
O aço trabalhado a frio utilizada em grelhas com espaçamen-
canaleta são também utilizadas como
peças de tesouras e amarração, assim O aço pode ser trabalhado a frio ou tos próximos, para suportar os deques
como para vigas curtas, vergas e lon- produzido a frio (laminado ou dobra- de pisos e coberturas (Figura 11.14). De
garinas em escadas de aço. Os T´s, as do), em um estado chamado de “frio” acordo com as especificações do Steel
placas, as barras e as chapas possuem (temperatura ambiente). O trabalho Joist Institute (SJI), as vigas de alma va-
diferentes papéis em uma edificação a frio faz com que o aço adquira uma zada são produzidas em três séries: as
de moldura estrutural em aço, con- resistência considerável, pelo realinha- séries de vigas K são para vãos de até
forme mostrado nos diagramas que mento de sua estrutura cristalina. As 60 pés (18 m) e variam, em altura, de 8
acompanham este texto. chapas leves de aço ( finas) são produ- a 30 polegadas (200-760 mm). As séries
As propriedades estruturais do aço zidas em seções em formato de C, para de vigas LH são especificadas como
também podem ser ajustadas após fazer peças de moldura de extensão “vãos amplos” e podem alcançar até 96
sua laminação, por meio da utilização curta, que são frequentemente utiliza- pés (29 m). Suas alturas variam entre
de vários dos assim chamados “pro- das para emoldurar divisórias e pare- 18 e 48 polegadas (460 – 1220 mm). As
cessos termomecânicos”. Por exemplo, des exteriores, em edificações maiores, séries de “vãos amplos e altos” DLH,
imediatamente após a laminação, o e estruturas de pisos, em edificações das vigas de alma vazada, possuem
aço ASTM A913 é sujeito a um proces- menores (veja o Capítulo 12). Chapas altura de 52 a 72 polegadas (1320 –
so de extinção (resfriamento rápido) de aço também são laminadas em 1830 mm) e podem, horizontalmente,
e posterior têmpera (reaquecimento configurações corrugadas, utilizadas cobrir um vão de até 144 pés (44 m).
parcial), para dar ao aço um balanço como deques de pisos e de coberturas, A maioria das edificações que usa vi-
otimizado de características de resis- em estruturas com moldura estrutural gas de alma vazada utiliza as vigas de
tência, tenacidade e soldabilidade. em aço (Figuras 11.59 – 11.64). série K, que possuem menos de 2 pés
Chapas ou placas mais pesadas (600 mm) de altura, para cobrir vãos
podem ser produzidas a frio, em perfis de até 10 pés (0,6 – 3 m), dependendo
O aço fundido vazados quadrados, retangulares, re- da magnitude das cargas aplicadas e
A maioria dos aços estruturais é pro- dondos e elípticos, que são soldados ao da capacidade de cobertura de vãos
duzida como perfis laminados; os longo da costura longitudinal, para for- do deque. Alguns fabricantes de vigas
perfis estruturais também podem mar seções estruturais vazadas (HSS) também produzem tipos patenteados
ser produzidos com aço fundido, isto (Figuras 11.11, 11.14 e 11.84). Também de vigas de aço de alma vazada, capa-
é, pelo despejo de aço derretido dire- chamados de “tubos estruturais”, são zes de cobrir vãos maiores do que as
tamente em moldes, permitindo que utilizados com frequência para colu- tesouras desenvolvidas segundo as es-
o aço esfrie. Apesar de a fundição do nas e peças de tesouras soldadas em pecificações SJI.
aço ser mais dispendiosa, em termos aço e tesouras espaciais. O seu forma- As vigas mestras são tesouras de
de peso, que os perfis de aço lami- to vazado as torna especialmente ade- aço pré-fabricadas, projetadas para
nados, ele oferece outras vantagens: quadas para peças sujeitas a estresses suportar cargas pesadas, particular-
pelo fato de as peças fundidas serem torcionais (torção) ou empeno associa- mente, intercolúnios de vigas de aço
produzidas em pequenas quantida- do a cargas de compressão. (Figura 11.14). Elas variam, em altu-
des, elas podem, de forma econômica, A diversidade de perfis de mesas ra, entre 20 a 72 polegadas (500-1800
utilizar ligas de aço especializadas, largas é muito grande para que sejam mm). Podem ser utilizadas em vez de
selecionadas com base nos requisitos laminados a frio, porém a laminação vigas de mesas largas e vigas mestras
específicos de uma peça. Como elas a frio é utilizada para produzir hastes em estruturas de coberturas e pisos,
são fundidas em moldes discretos, em de aço de seções pequenas e compo- onde a altura maior não for sujeita a
vez de serem formatadas por proces- nentes de aço para vigas de alma va- objeções. As vigas de alma vazada e as
sos de rolagem contínua, as peças de zada, em que a resistência maior pode vigas mestre são invariavelmente fei-
aço fundido podem ser não uniformes ser utilizada como uma vantagem. O tas em aço de alta resistência.
Capítulo 11 Construções com Moldura Estrutural em Aço 425

Figura 11.14
O telhado de uma edificação industrial de um pavimento é emoldurado com vigas de aço de
alma vazada, suportadas por vigas mestras. As vigas mestras se apoiam sobre as colunas de
seção estrutural quadrada vazadas. (Cortesia de Vulcraft Division of Nucor)

Unindo peças em aço gem foi, por muitas décadas, a técnica


Rebites de fixação predominante usada em
Os perfis em aço podem ser unidos a edificações com moldura estrutural
uma moldura de edificação com três em aço; porém, foi completamente C
técnicas de fixação – rebites, pinos ou substituída, na construção contempo-
solda – e por qualquer combinação rânea, pelas técnicas menos trabalho-
destas. sas que usam pinos e soldagem.
Um rebite é um fixador em aço
que consiste em um corpo cilíndrico
e cabeça formatada. Ele é aquecido Figura 11.15
até adquirir a cor branca, em uma O modo como as conexões rebitadas são
forja, inserido por orifícios existentes feitas. (a) Um rebite quente de aço é inseri-
do pelos furos existentes nas duas peças a
nas peças a serem unidas, e tratado a
serem unidas. (b, c) Sua cabeça é acomo-
quente com um martelo pneumático, dada na depressão, em forma de taça, de
para produzir uma segunda cabeça, um pesado martelo de mão. A martelagem
oposta à primeira (Figura 11.15). À pneumática repetida contra o corpo do rebi-
medida que o rebite esfria, ele se con- D
te forma uma segunda cabeça. (d) O rebite
trai, travando as peças unidas e for- encolhe quando esfria, unindo as peças de
mando uma junta estanque. A rebita- forma bem justa.
426 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

Pinos
Os pinos utilizados em uma constru-
ção com moldura estrutural em aço
podem ser tanto os pinos de alta resis-
tência (ASTM A325 e A490), tratados a
quente durante a sua fabricação para
melhor desenvolver sua resistência,
como pinos de aço carbono (ASTM
A307), de menor resistência. Na cons-
trução contemporânea em molduras
de aço, as conexões estruturais com
pinos dependem quase que exclusi-
vamente de pinos de alta resistência.
Os pinos de aço carbono (também
chamados de pinos “inacabados” ou
“comuns”) encontram apenas utiliza-
ção limitada, como na fixação de ele-
mentos menores de emolduração ou Figura 11.16 Figura 11.17
em conexões temporárias. Um ferreiro aperta pinos de alta resistên- Superior: Um pino de alta resistência, não
cia, com uma chave de impacto pneumáti- atarrachado, com uma arruela indicadora de
A maneira pela qual uma conexão carga, por baixo da cabeça. Inferior: O pino e
estrutural de pinos em aço explora a ca. (Cortesia de Bethlehem Steel Corporation)
a arruela, após o atarrachamento: repare que
sua força depende de como os pinos as protuberâncias na arruela indicadora de
são instalados. Em uma conexão do carga foram aplanadas.
tipo suporte, os pinos somente preci-
sam ser instalados em uma condição
apertada confortável. Nesse caso, o
movimento entre as peças unidas é
impedido pelos próprios pinos, na
medida em que as laterais dos fu-
ros do pino, nas peças conectadas,
apoiam-se contra o corpo dos pinos.
Em uma conexão de escorregamento
crítico (ou do tipo fricção), os pinos são
pré-carregados (apertados durante a
instalação) de tal forma, que a fricção
entre as faces adjacentes das peças de
aço (as superfícies de contato) impede
o movimento entre as peças. Sob con-
dições normais de carga, os pinos em Figura 11.18
conexões do tipo suporte são, funda- Um pino ranhurado, com controle de tração. (Cortesia de Lejeune Bolt Company)
mentalmente, tensionados pelo esfor-
ço cortante, enquanto nas conexões
de escorregamento crítico, são estres- que podem ocorrer nas conexões do sário que que as arruelas possuam
sados por tração. tipo suporte podem ser prejudiciais ranhuras ou furos maiores que o ne-
Quando uma conexão do tipo su- à estrutura. Por exemplo, as emendas cessário, para assegurar que a cabeça
porte recebe carga pela primeira vez, de colunas e conexões de vigas-colu- do pino e a porca desenvolvam um
ocorre um leve escorregamento da na, em edificações altas, devem ser contato adequado com as superfícies
junta, enquanto as laterais dos furos projetadas como de escorregamento das peças que estão sendo unidas. Ao
dos pinos, nas peças unidas, transfe- crítico, assim como o requerem as instalar pinos pré-carregados, podem
rem a carga total contra o corpo dos conexões que experienciam reversões ser necessárias arruelas para evitar
pinos. Em contrapartica, uma cone- de carga. danos, como esfoladura (rasgos), às
xão de escorregamento crítico irá al- Em uma conexão típica, os pinos superfícies das peças unidas. Muitos
cançar a sua carga total para a qual foi são inseridos em furos polegadas métodos de verificação de tensão de
projetada praticamente sem qualquer (2 mm) mais largos que o diâmetro pinos, discutidos abaixo, também
deslizamento inicial. Por essa razão, do pino. Dependendo de vários fato- requerem arruelas, pelo menos em
somente conexões de escorregamen- res, arruelas de aço endurecido po- uma das extremidades do pino, para
to crítico são utilizadas quando as dem ser inseridas em uma ou ambas assegurar resultados de tração con-
pequenas variações em alinhamento as extremidades do fixador. É neces- sistentes.
Capítulo 11 Construções com Moldura Estrutural em Aço 427

Figura 11.19
O design compacto de uma chave elétrica de
corte, usada para apertar pinos com controle
de tração, faz com que seja fácil alcançar pi-
nos em situações de pouco espaço. (Cortesia
de Lejeune Bolt Company)

Os pinos são usualmente aperta- relativamente simples de inserir um


dos utilizando uma chave de impacto calibrador para determinar se a arrue-
pneumática ou elétrica (Figura 11.16). la foi aplanada o suficiente, indicando
Em uma conexão do tipo suporte, a se foi alcançada a tensão requerida.
intensidade de tração nos pinos não Um fabricante de arruelas fez a ins-
é crítica. Em uma conexão de escor- peção se tornar ainda mais fácil, ane-
regamento crítico, os pinos devem ser xando minúsculas cápsulas de tinta
apertados com segurança até, pelo à arruela: quando as protuberâncias
menos, 70 % de sua última resistência se tornam suficientemente planas, as
de tração. cápsulas esguicham uma tinta de alta
Um grande problema, na monta- visibilidade na superfície da arruela.
gem de conexões de escorregamento Utilizado com menos frequência
crítico, é como saber se a tensão ne- para verificar a tensão de pinos, há
cessária foi alcançada em cada pino. o método de chave calibrada, no qual B
Isso pode ser conseguido de diversas uma chave especial de controle de
formas. No método de rosqueio de torque é usada para apertar os pinos.
porca, cada pino é apertado até ficar Os ajustes de torque da chave são cui-
justo, e então girado em uma fração dadosamente calibrados para o tama-
adicional específica de uma volta. De- nho e o tipo particular dos fixadores
pendendo do comprimento do pino, que estão sendo instalados, de modo
da liga da qual ele é feito e de outros a alcançar a tensão requerida para o
fatores, o aperto adicional requerido pino. Uma arruela, por baixo da ex-
irá variar entre um terço de volta e tremidade rotacionada do pino, mini-
uma volta inteira.
Em outro método, uma arruela de
indicação de carga, também chamada
de indicação de tração direta (DTI), é Figura 11.20
colocada por baixo da cabeça ou da Apertando um pino de controle de tensão. (a)
A chave segura tanto a porca quanto o corpo
porca do pino. À medida que o pino é C
estriado do pino, e rotaciona um contra o ou-
apertado, as protuberâncias na arrue- tro para apertar o pino. (b) Quando o torque
la são progressivamente aplanadas, requerido tiver sido alcançado, a extremidade
de modo proporcional à tensão de estriada desenrosca da chave. (c) Um pistão
tração no pino (Figura 11.17). A ins- dentro da chave descarrega a extremidade
peção da tensão apropriada do pino estriada para dentro de um recipiente. (Cor-
se torna, dessa forma, uma questão tesia de Lejeune Bolt Company)
428 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

miza a fricção e assegura uma relação


consistente entre a força de aperto
aplicada e a tensão alcançada no pino.
Outro método de verificação de
tensão de pinos emprega ainda pinos Eletrodo
de controle de tensão. Estes possuem
extremidades com protuberâncias
estriadas, que se estendem para além
da parte rosqueada do corpo do pino Arco
Direção do
(Figura 11.18). A porca é apertada com deslocamento
do eletrodo
uma chave elétrica especial de corte
Escória
(Figura 11.19), que prende, simultanea-
mente, a porca e a extremidade estria- Escudo gasoso
da, girando um contra o outro. A ex- Metal soldado do revestimento
sendo resfriado de eletrodo
tremidade estriada é produzida de tal
forma, que quando o torque requerido Poça de
metal derretido
tenha sido alcançado, a extremidade
cai fora (Figura 11.20). A verificação
da tensão adequada do pino, em pinos
instalados, se torna um simples caso
de verificação visual de ausência de
elementos estriados. Outra vantagem
Base de metal
desse tipo de fixador é o fato de poder
ser instalado por um único operário, Figura 11.21
diferentemente de pinos convencio- Diagrama ampliado do processo de soldagem com arco elétrico.
nais, que requerem um segundo ope-
rário com chave inglesa para impedir
que a outra extremidade do conjunto peças que estão sendo unidas, em ter- mente ditada pelo projetista; porém,
do pino gire durante o aperto. mos de resistência ao cisalhamento e pode, também, ser influenciada por
Uma alternativa ao pino de alta re- ao momento fletor. Apesar de ser pos- considerações, tais como os equipa-
sistência é o lockpin e fixador de anéis sível alcançar essa mesma performan- mentos e conhecimentos do fabrican-
ou pino estampado, um tipo de pino de ce com conexões utilizando pinos de te e do montador, disponibilidade de
aço, com anéis anulares que depende alta resistência, muitas vezes, tais co- força elétrica, clima e localização.
de um colarinho de aço, em vez de nexões são complexas quando com- A solda de arco elétrico é simples,
uma porca convencional, para segu- paradas a juntas soldadas equivalen- conceitualmente. Um potencial elé-
rar o pino. O pino estampado é insta- tes. A utilização de pinos, por outro trico é estabelecido entre as peças
lado usando uma ferramenta elétrica lado, tem suas próprias vantagens: é de aço a serem unidas e um eletrodo
especial para segurar o pino sob alta rápida e fácil para conexões a campo, metálico, controlado por uma máqui-
tensão, enquanto produz a frio (es- que precisam somente resistir a for- na ou por uma pessoa. Quando o ele-
tampagem, uma ação do tipo dobra), ças de cisalhamento, e pode ser rea- trodo é colocado próximo à costura,
a coleira ao redor de sua extremidade, lizado sob condições climáticas ad- entre as peças de aço, um arco elétri-
para completar a conexão. Quando o versas ou de difícil acesso físico, que co contínuo é estabelecido, gerando
processo de instalação é completa- tornariam a soldagem impossível. Fre- calor suficiente para derreter, tanto
do, a extremidade do lockpin quebra, quentemente, a soldagem e aplicação uma área localizada nas peças de aço,
fornecendo evidência visual de que a de pinos são combinadas nas mesmas quanto a ponta do eletrodo (Figura
foi alcançada tensão necessária no fi- conexões, para tirar vantagem das 11.21). O aço derretido do eletrodo se
xador. Assim como o pino de controle qualidades únicas de cada uma: a sol- funde com o aço das peças, formando
de tensão, o pino estampado pode ser dagem pode ser empregada na oficina uma massa disforme única. O eletrodo
instalado por um único operário. do fabricante, em funçõ sua economia é conduzido lentamente ao longo da
inerente, e a campo, por sua continui- costura, deixando uma fita contínua
Soldagem dade estrutural, enquanto a aplicação de metal, que esfria e solidifica, para
A soldagem oferece uma possibili- de pinos é, frequentemente, empre- formar uma conexão contínua entre
dade única e valiosa para o projetista gada nas conexões mais simples de as peças. Para peças pequenas, uma
estrutural: ela pode unir as peças de campo e para segurar os elementos a única passagem do eletrodo pode ser
uma moldura de aço como se fosse serem conectados em alinhamento, suficiente para fazer a conexão. Para
um todo monolítico. As conexões sol- antes da soldagem. A escolha entre peças maiores, é feita uma série de
dadas, projetadas e executadas apro- a aplicação de pinos, soldagem ou a passagens, de forma a construir uma
priadamente, são mais fortes que as combinações dos dois, é frequente- solda com a altura requerida.
Capítulo 11 Construções com Moldura Estrutural em Aço 429

Na prática, a soldagem é uma afastado do arco elétrico, para evitar a pode ser feito por meio de um fluxo
ciência complexa. A metalurgia do rápida oxidação do aço líquido: isso é contínuo de um gás inerte ao redor do
aço estrutural e os eletrodos de sol- conseguido, em processos simples de arco ou com um fluxo seco, que é so-
dagem devem ser cuidadosamente soldagem, tanto através de um grosso breposto sobre a extremidade do ele-
coordenados. A voltagem, a ampera- revestimento no eletrodo que derrete, trodo à medida que ele se move pela
gem e a polaridade da corrente elétri- para criar um escudo líquido e gaso- peça trabalhada.
ca são selecionadas, a fim de alcançar so ao redor do arco, quanto por um A espessura e o comprimento re-
a temperatura e a penetração certas núcleo de fluxo de vaporização em queridos de cada solda são calculados
para a solda. O ar deve ser mantido um eletrodo de aço tubular. Também pelo projetista, para combiná-los às
forças a serem transmitidas entre as
peças, e são indicados em plantas de
A SETA fabricação, utilizando símbolos de solda
A linha de referência carrega os símbolos normalizados (Figura 11.22). Para sol-
descritivos. das profundas, como as soldas de pene-
tração total, mostradas na Figura 11.23,
A seta aponta para a solda
as bordas das peças são chanfradas,
para criar uma ranhura que permita o
acesso do eletrodo à espessura total da
OS SÍMBOLOS BÁSICOS peça. Pequenas tiras de aço, chamadas
O símbolo básico da solda está localizado em barras de backup ou barras de apoio, são
um dos lados da linha de referência conforme
abaixo:
soldadas por baixo da ranhura antes de
Os símbolos no topo da linha de referência se iniciar a solda verdadeira para evitar
referem a soldas no lado da junta oposta à seta. que o metal derretido flua para fora do
fundo da ranhura. A solda é, então, de-
Os símbolos na parte inferior da linha de referência se positada em uma série de passagens do
referem a soldas no mesmo lado da junta que a seta.
eletrodo, até que a ranhura seja intei-
ramente preenchida. Em alguns casos,
barras de escoamento são requeridas
Os símbolos básicos são
nas extremidades da solda de uma ra-
TAMPÃO RANHURA OU EXTREMIDADE
VERSO FILETE
OU ALARGA- ALARGA- nhura, para facilitar o preenchimento
CAVIDADE QUADRADO V CHANFRO U J MENTO MENTO EM
EM V CHANFRO da espessura total de metal soldado nas
bordas da peça (Figura 11.46).
Os trabalhadores que fazem sol-
dagem estrutural são metodicamente
treinados e periodicamente testados,
SÍMBOLOS SUPLEMENTARES para assegurar que possuam o nível
SOLDA A CAMPO
requerido de habilidade e conheci-
Esta solda deve ser realizada a campo durante a montagem. mento. Quando uma solda importan-
Outras soldas são feitas anteriormente, na oficina do fabricante.
te é completada, ela é inspecionada
para se ter certeza de que é do tama-
SOLDA EM TODO O CONTORNO nho e qualidade requeridos; isso, re-
Isto indica que a solda deverá ser realizada ao redor de todo
o perímetro das peças a serem unidas.
quer, com frequência procedimentos
de testes com partículas magnéticas
sofisticadas, penetração de tintas, ul-
BARRA BACKUP trassom ou radiografias, que procu-
Conforme indicado neste exemplo, uma barra backup,
para suportar a primeira passagem da solda, deve ser
ram defeitos ocultos ou falhas dentro
colocada na lateral da junta oposta à seta. de cada solda.
As soldas em conexões estruturais,
ESPAÇADOR que podem estar sujeitas a tensões
Pequenos espaçadores de metal são utilizados para
manter um espaço entre as peças a serem unidas muito elevadas durante um evento
antes da soldagem. sísmico e que são críticas para a ma-
Uma curva brusca, próxima à borda da seta, indica que a nutenção da estabilidade em uma es-
extremidade da seta está apontada para o lado chanfrado de trutura de edificação, são chamadas
uma ranhura ou para uma junta chanfrada de um J.
de soldas de demanda crítica. Elas
devem atender a requisitos especiais,
relacionados ao seu projeto, materiais,
Figura 11.22 instalação e inspeção, para assegurar
Símbolos normalizados de solda, conforme utilizados em desenhos detalhados de conexões de aço. sua confiabilidade sob tais condições.
430 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

Solda com ranhura-V


Solda com ranhura,
com barra backup
de chanfro único, com
Solda de filete
barra backup

Solda com ranhura-V


Solda com ranhura Solda com
de chanfro duplo filete duplo

Solda com ranhura


Solda de massa disforme de chanfro único e Solda de filete
penetração parcial

Figura 11.23
Soldas típicas usadas em construções de moldura estrutural em aço. As soldas em filete são as mais econômicas, porque não requerem prepara-
ção antecipada da junta; porém, as juntas com ranhura de penetração total são mais fortes. Os símbolos de norma utilizados aqui são explicados
na Figura 11.22.
Capítulo 11 Construções com Moldura Estrutural em Aço 431

DETALHES DA EMOLDURAÇÃO da viga, na oficina de fabricação. Os ças de flexão entre uma viga e uma
ESTRUTURAL EM AÇO pinos pela mesa da coluna são incor- coluna, é necessário conectar forte-
porados à medida que a viga é mon- mente as mesas das vigas pela junta,
Conexões típicas tada no canteiro de obras. Esse tipo mais comumente por meio de sol-
A maioria das conexões de molduras de conexão, que une somente a alma das com ranhura de penetração total
em aço utiliza cantoneiras, placas ou da viga à coluna, mas não às mesas, (Figuras 11.28 e 11.29). Se as mesas
T´s como elementos de transição é conhecido como conexão de cisa- da coluna não são fortes o suficien-
entre as peças que estão sendo co- lhamento, e capaz de transmitir for- te para receber as forças transmiti-
nectadas. Uma simples conexão de ças verticais (cisalhamento) de uma das pelas mesas da viga, placas de
pinos, do tipo viga-coluna-mesa re- viga a uma coluna. Todavia, pelo fato enrijecimento devem ser instaladas
quer duas cantoneiras e uma série de de não conectar as mesas da viga à dentro das mesas da coluna, a fim
pinos (Figuras 11.24-11.27). As canto- coluna, não possui nenhuma contri- de distribuir melhor essas forças
neiras são cortadas em seu compri- buição na transmissão das forças de para o corpo da coluna. (Apesar de
mento exato, e os furos são feitos em flexão (momentos de flexão) de uma menos comum, é também possível
todos os componentes antes da mon- para a outra. projetar conexões de transmissão de
tagem. As cantoneiras são usualmen- Para produzir uma conexão de momentos que se valham exclusiva-
te fixadas por meio de pinos à alma momento capaz de transmitir for- mente de pinos.)

D
B
A

Figura 11.24
Uma moldura genérica de uma edificação em aço. As letras se referem às conexões detalhadas nas figuras a seguir.
432 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

Figura 11.25
Vista explodida e de montagem de uma co-
nexão usando pinos, para uma conexão viga-
-mesa-coluna, referente à letra A da moldura
estrutural mostrada na Figura 11.24. O tama-
nho das cantoneiras e o número e tamanho
dos pinos são determinados pela magnitude
da carga que a conexão deverá transmitir da
viga para a coluna.
Capítulo 11 Construções com Moldura Estrutural em Aço 433

Figura 11.26
Duas vistas das conexões em pinos de viga-
-coluna-mesa, mostradas na Figura 11.25.
Esta é uma conexão de cisalhamento (cone-
Pinos de fábrica seguram
xão simples AISC) e não uma conexão resis-
as cantoneiras, que se
conectam à viga tente a momentos fletores, pois as mesas da
viga não estão rigidamente conectadas à co-
luna. Esse tipo de conexão de cisalhamento,
no qual a viga é conectada à coluna por meio
de cantoneiras, placas ou T´s fixados à alma
da viga, são também chamadas conexões
emolduradas. Alternativamente, as conexões
Parafusos montados
a campo conectam
de cisalhamento podem ser assentadas con-
a viga à coluna forme ilustrado na Figura 11.32.

Uma folga na extremidade


permite leves imprecisões
e facilita a colocação da viga
em seu devido lugar durante
a montagem

Figura 11.27
Uma vista pictórica de uma conexão de ci-
salhamento com pinos, de viga-coluna-mesa.
434 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

Figura 11.28
Uma conexão soldada (AISC Totalmente Con-
tida) resistente a momentos para a ligação de
uma viga à mesa de uma coluna. Esse é o
tipo de conexão que seria utilizada, em vez
da uma conexão de cisalhamento, monta-
da no local, indicada pela letra A da Figura
11.24, se uma conexão resistente a momen-
to fosse requerida. Os pinos prendem a viga
no seu lugar para a soldagem e também re-
sistem aos esforços de cisalhamento. Peque-
nas barras retangulares de apoio são solda-
das por baixo da extremidade de cada mesa
de viga, para evitar que o arco de soldagem
as queime. Uma fenda de distanciamento é
cortada desde o topo da alma da viga, para
permitir que a barra de apoio passe por ela.
Uma fenda de distanciamento similar, na
parte inferior da alma da viga, permite que
a mesa de baixo seja inteiramente soldada,
pela sua parte superior, para maior conve-
niência. As ranhuras de solda permitem que
se estabeleça a resistência plena das mesas
da viga, permitindo à conexão transmitir mo-
mentos entre a viga e a coluna. Se as mesas
da coluna não forem rígidas o suficiente para
receber os momentos provenientes da viga,
placas de enrijecimento deverão ser soldadas
entre as mesas da coluna, conforme mostra-
do aqui. As mesas da viga são cortadas em
uma configuração “osso de cachorro”, para
criar uma zona na viga que seja levemente
mais fraca à flexão que a própria conexão
soldada. Durante um violento terremoto, a
viga irá se deformar permanentemente nessa
zona, enquanto protege a conexão soldada
contra eventuais colapsos.

Figura 11.29
Uma fotografia de uma conexão resistente
a momentos, similar à mostrada na Figura
11.28. A viga acabou de ser fixada por pinos
a uma guia de cisalhamento, que é soldada à
coluna. A seguir, barras de apoio são solda-
das à coluna, logo abaixo das mesas da viga.
Depois disso, as mesas são soldadas à colu-
na. (Com a permissão do American Institute of
Steel Construction)
Capítulo 11 Construções com Moldura Estrutural em Aço 435

Estabilizando a moldura Figura 11.30


estrutural da edificação Vistas dos modos básicos para proporcionar
estabilidade lateral a uma moldura estrutural.
Para entender os papéis correspon- As conexões feitas com pontos são conexões
dentes às conexões de cisalhamento para cisalhamento, e as interseções sólidas
e de momento em uma moldura es- indicam conexões para momentos. A estru-
trutural da edificação, é necessário tura contraventada (no topo) é ilustrada, aqui,
entender os meios pelos quais as como uma amarração Chevron (ou V invertido).
edificações podem ser estáveis frente A amarração cruzada, na qual diagonais em
às forças laterais do vento e de terre- pares partem de cantos opostos do intercolúnio
motos. Três mecanismos básicos de Estrutura contraventada de amarração, também é comum. A amarração
excêntrica (a segunda de cima para baixo) é
estabilização são comumente usados:
usada em situações em que é vantajoso para a
molduras amarradas, paredes de ci- moldura absorver energia sísmica, durante um
salhamento e molduras resistentes terremoto. As conexões na moldura resistente
a momentos (Figura 11.30). Uma es- a momentos (a terceira de cima para baixo),
trutura contraventada funciona pela chamadas de “conexões para momentos”, são
criação de configurações triangulares suficientemente resistentes à rotação para es-
estáveis, ou amarrações diagonais; de tabilizar a estrutura contra forças laterais sem
outra forma, seria instável na geome- a utilização de amarrações diagonais ou pare-
tria retilínea de uma edificação com des de cisalhamento. As molduras resistentes
moldura estrutural em aço. As cone- a momentos são, algumas vezes, também
chamadas de “molduras rígidas”, apesar de
xões entre as vigas e as colunas, em
esse nome poder ser enganador. Enquanto as
uma estrutura contraventada, não conexões em tais molduras são relativamente
precisam transmitir momentos ( for- rígidas, as molduras estruturais inteiras, que
Moldura amarrada
ças de flexão); elas podem se compor- excentricamente dependem somente dessas conexões para es-
tar como pinos ou dobradiças, outra tabilidade lateral, são tipicamente menos rígi-
forma de dizer que elas podem ser co- das que aquelas estabilizadas com amarrações
nexões de cisalhamento, como aquela diagonais ou paredes de cisalhamento.
na Figura 11.27. (Embora isso possa
não ser imediatamente aparente, esse assim como na moldura amarrada,
tipo de conexão tem a capacidade de conexões de momento entre as vigas
realizar as pequenas rotações neces- e colunas não são requeridas.
sárias para que se comporte, essen- As molduras de resistência a mo-
cialmente, como se fosse articulada.) mentos não possuem amarrações dia-
Um caso especial de estrutura gonais nem paredes de cisalhamento
contraventada é a moldura amarrada para assegurar a estabilidade lateral.
excentricamente. Pelo fato de as extre- Em vez disso, elas dependem de co-
midades das amarrações diagonais nexões de momento entre as vigas e
serem recuadas de uma certa distân- Moldura resistente
a momentos
colunas, que são resistentes à rotação
cia uma da outra, onde se conectam e, assim, capazes de estabilizar a mol-
às vigas, a estrutura como um todo é dura contra as forças laterais. Depen-
mais resiliente que uma moldura com dendo da configuração da estrutura e
amarração convencional. A amarra- da magnitude das forças envolvidas,
ção excêntrica é usada, fundamental- nem todas as conexões em uma mol-
mente, como uma forma de a moldura dura resistente a momentos precisam
da edificação absorver energia duran- ser conexões de momentos. Uma vez
te um terremoto, e assim protegê-la que as conexões para momentos são
diante de um colapso. Assim como de execução mais dispendiosa que as
as estruturas contraventadas conven- conexões de cisalhamento, elas são
cionais, as estrutura contraventada usadas somente na medida do neces-
excentricamente podem depender sário, com o restante da moldura se
exclusivamente de conexões de cisa- valendo de conexões de cisalhamento,
Paredes de cisalhamento
lhamento entre vigas e colunas. mais simples e menos dispendiosas.
As paredes de cisalhamento são Existem dois métodos comuns
paredes rígidas, feitas de aço, concre- de arranjar elementos estabilizadores
to ou em alvenaria de concreto arma- em uma moldura de uma edificação
do. Elas servem ao mesmo propósito alta (Figura 11.31). Uma possibilidade
que as amarrações diagonais, em uma é criar um núcleo rígido no centro da
estrutura com moldura amarrada, e, construção. O núcleo, que está na área
436 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

restante da moldura da edificação pode, – FR (anteriormente, AISC Tipo 1) são


então, ser construído com conexões de rígidas o suficiente para manter os ân-
cisalhamento e estabilizadas pela ação gulos geométricos entre as peças prati-
de diafragma (a rigidez que possui uma camente inalterados, sob carga normal.
placa fina de material, como um deque As conexões de momentos do tipo par-
de aço soldado com uma cobertura cialmente contidas – PR (anteriormente,
de concreto) dos pisos e coberturas, AISC Tipo 3) não são tão rígidas quan-
que conectam esses vãos externos ao to as conexões FR, mas, não obstante,
núcleo rígido. Ou, onde uma resistên- possuem uma capacidade de resistên-
cia adicional às forças laterais ou uma cia a momentos segura e previsível, tal
maior rigidez for requerida, conexões que podem ser usadas para estabilizar
resistentes a momentos viga-coluna po- a moldura estrutural da edificação. As
dem ser introduzidas em algumas par- conexões de momentos FR e PR tam-
tes da moldura estrutural da edificação. bém são, algumas vezes, referidas como
Um segundo arranjo para alcançar conexões “rígidas” e “semirrígidas”, res-
estabilidade é o de criar um perímetro pectivamente. Ambos os tipos de cone-
rígido, novamente pela utilização de xão podem ser usados para construir
amarrações diagonais, paredes de ci- molduras estruturais de edificações
salhamento ou conexões resistentes a resistentes a momentos. As conexões
momentos. Quando isso é feito, todo simples (anteriormente, AISC Tipo 2),
o interior da estrutura pode ser mon- também conhecidas como conexões de
tado com conexões de cisalhamento, cisalhamento, são consideradas como
valendo-se da ação diafragmática nas capazes de rotação irrestrita, sob con-
placas do piso e de cobertura para dições normais de carregamento, e ofe-
Núcleo rígido
transmitir estabilidade a essas partes recem uma capacidade de resistência a
da estrutura. momentos que pode ser desconsidera-
Em suma, as conexões de cisalha- da. Edificações emolduradas exclusiva-
mento entre vigas e colunas são sufi- mente com conexões simples precisam
cientes para transmitir cargas verticais recorrer a amarrações diagonais ou
através da moldura estrutural da edi- paredes de cisalhamento para estabili-
ficação, porém não são, por si só, ca- dade lateral.
pazes de oferecer resistência às forças Uma série de conexões de cisa-
laterais. A resistência a forças laterais lhamento simples totalmente à base
pode ser criada por meio da introdu- de pinos (AISC simples) é mostrada,
ção de amarrações diagonais (moldura como base inicial, para entender os
amarrada), paredes de cisalhamento, detalhes de conexões em aço (Figuras
conexões resistentes a momentos viga- 11.25-11.27, 11.32 e 11.37). Estas são in-
-coluna (moldura resistente a momen- tercaladas com uma série correspon-
tos) ou algumas combinações destes dente de conexões soldadas resisten-
elementos em partes da moldura estru- tes a momentos (AISC, totalmente e
tural. Pelo fato de as conexões de cisa- parcialmente contidas) (Figuras 11.28,
lhamento serem mais fáceis e menos 11.29, 11.33 e 11.36). A soldagem tam-
dispendiosas de construir, as conexões bém é amplamente usada para fazer
resistentes a momentos são usadas conexões de cisalhamento; dois exem-
somente quando necessário e, muitas plos disso são mostrados nas Figuras
vezes, em combinação com outros me- 11.34 e 11.35. Uma série de conexões
canismos de estabilização. para colunas são ilustradas na Figuras
Perímetro rígido 11.38-11.41.
Na prática, existem várias de di-
Figura 11.31 Conexões para resistir a
ferentes formas de se fazer qualquer
Núcleo rígido versus perímetro rígido. cisalhamento e conexões para uma dessas conexões, usando inú-
momentos fletores meros tipos de elementos de cone-
O American Institute of Steel xão e com diferentes combinações de
que contém os elevadores, escadas, re- Construction (AISC) define três tipos pinos e soldas. O objetivo é escolher
cessos mecânicos e banheiros, é estru- de conexões viga-coluna, classificadas um método de estabilização e designs
turado como uma torre rígida, usando de acordo com sua capacidade de re- para conexões individuais, que irão
amarrações diagonais, paredes de cisa- sistência a momentos. As conexões de resultar na maior economia possível
lhamento ou conexões de momentos. O momentos, do tipo totalmente contidas de construção para a edificação como
Capítulo 11 Construções com Moldura Estrutural em Aço 437

Figura 11.32
Uma conexão assentada de viga-alma de coluna, na lo-
calização B, na moldura da Figura 11.24. Apesar de as
mesas da viga estarem conectadas à coluna por uma
cantoneira de assento, abaixo, e por uma cantoneira de
estabilização, acima, esta é uma conexão de cisalha-
mento (AISC simples), não uma conexão resistente a mo-
mentos, já que os dois pinos são incapazes de explorar
a resistência total da mesa da viga. Esta conexão assen-
tada é utilizada, em vez de uma conexão emoldurada,
conforme ilustrado na Figura 11.27, para se conectar à
alma da coluna, pois, usualmente, não existe espaço su-
ficiente entre as mesas da coluna para inserir uma chave
elétrica, de modo a apertar todos os parafusos em uma
conexão emoldurada.

Figura 11.33
Uma conexão soldada resistente a momen-
tos, de viga-alma de coluna (AISC totalmente
contida), usada na localização B, da Figura
11.24, quando uma conexão rígida é reque-
rida. Uma presilha de cisalhamento vertical,
soldada à alma da coluna em sua linha cen-
tral, serve para receber os pinos que unem a
coluna à alma da viga e seguram a viga em
seu lugar durante a soldagem. As placas de
enrijecimento horizontal, soldadas dentro das
mesas das colunas, são mais espessas que
as mesas das vigas e se estendem para além
das mesas das colunas, para reduzir concen-
trações de estresse nas soldas.
438 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

Figura 11.34
Uma conexão de cisalhamento de presilha
individual (AISC moldura simples) é uma
alternativa econômica à conexão mostrada
nas Figuras 11.26 e 11.27, quando a carga
na conexão é relativamente baixa. Uma placa
conectora individual é soldada à coluna em
oficina, e a viga é aparafusada a ela no can-
teiro de obras.

Figura 11.35
As conexões de cisalhamento (AISC moldura
simples) podem, também, ser feitas inteira-
mente por meio de soldagem. As cantonei-
ras são soldadas à viga em oficina. Os pinos
pelas cantoneiras seguram a viga em seu
lugar, enquanto ela é soldada à coluna. As
cantoneiras não são soldadas à coluna ao
longo de suas bordas superiores e inferiores.
Isso permite que as cantoneiras se deformem
levemente, para permitir que a viga gire em
relação à coluna, à medida que ela absorve
os esforços atuantes.
Capítulo 11 Construções com Moldura Estrutural em Aço 439

Figura 11.36
Uma conexão viga-coluna soldada/fixa com
pinos a uma placa de extremidade. Conforme
mostrado, esta é uma conexão semirrígida
(AISC parcialmente contida). Com mais pinos,
ela pode se tornar uma conexão rígida, AISC
totalmente contida, e poderia ser usada para
suportar uma viga em balanço curta como a
que é apresentada na localização C, da Fi-
gura 11.24. A placa é soldada à extremidade
da viga em oficina e aparafusada à coluna no
canteiro de obras.

Figura 11.37
Uma conexão de cisalhamento rebaixada, do
tipo viga-viga mestra (AISC simples), usada
na localização D, da Figura 11.24. Uma viga
mestra é uma viga que sustenta outras vigas.
Essa conexão também pode ser feita com
presilhas individuais, em vez de cantoneiras,
se a carga não for muito pesada. As mesas
superiores das vigas são recortadas (rebai-
xadas) para que as partes superiores das
vigas e a viga mestra estejam todas nivela-
das umas às outras, prontas para receber o
deque de piso ou de cobertura. Os momentos
fletores nas extremidades de uma viga são
normalmente tão pequenos que as mesas
podem ser cortadas sem comprometer a re-
sistência da viga.
440 Fundamentos de Engenharia de Edificações: Materiais e Métodos

Figura 11.38 Figura 11.39 Figura 11.40 Figura 11.41


Uma conexão com pinos colu- As dimensões das colunas As conexões às colunas podem Uma conexão de placa de extre-
na-coluna, para colunas que diminuem à medida que a ser soldadas, como alternativa midade soldada é usada onde
são do mesmo tamanho. As edificação sobe, requeren- ao uso de pinos. A placa conec- uma coluna muda de um tama-
placas são aparafusadas à par- do uso frequente de placas tora é soldada à parte inferior da nho nominal de largura de mesa
te inferior da coluna em oficina de ajuste nas conexões, coluna na oficina do fabricante. para outro. A espessa placa de
e à parte superior no canteiro para acomodações resul- O orifício, na placa conectora, é extremidade, soldada à parte
de obras. Todas as conexões tantes de diferenças na usado para fixar um cabo para inferior da coluna em oficina,
nas colunas são feitas à altura espessura das mesas. sua elevação durante a monta- transfere a carga de uma parte
da cintura, acima do piso (loca- gem. Os pinos fazem com que da coluna para a outra. A solda
lização E, na Figura 11.24). as seções das colunas fiquem de penetração parcial, na base
alinhadas, enquanto as mesas para a coluna superior, é feita no
são conectadas a campo, com canteiro de obras.
soldas de penetração parcial em
ranhuras chanfradas. A solda de
penetração parcial permite que
uma coluna descanse sobre a
outra antes da soldagem.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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