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SÃO PAULO
2023
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SÃO PAULO
2023
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Dedico esse trabalho aos meus ancestrais, pois foi através desse trabalho
que passei a conhecer mais a minha família, a minha identidade enquanto ser
subjetivo e autêntico. É conhecendo o passado que descobrimos também parte de
nossa história.
Gratidão a todos que vieram antes de mim, e aos meus descentes, e que
vocês honrem a história agradecendo o passado, no presente fazendo das suas
vidas o mais feliz possível, mais consciente e do mundo mais saudável possível.
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AGRADECIMENTOS
Agatha, Teresa Cristina, quero lhe agradecer por toda orientação que foi de
extrema importância, pois você me fez iniciar nesse estudo do aprofundamento em
especial do estudo das danças ciganas. Estudar as danças em especial na teoria é
fundamental. Uma dança não pode ir à palco sem saber de seu enredo histórico e
isso lhe devo a minha enorme Gratidão!
À minha amiga Léticia, Mahaila Dara, que segurou a minha mão e o meu
coração por não me deixar sair correndo por diversas vezes. Essa minha
companheira na dança, essa companheira de longas conversas, que amo de paixão.
Às amizades que fiz nesse curso maravilhoso, e que sempre levarei no meu
coração.
RESUMO
Pesquisar sobre a História dos Ciganos no mundo é contar uma história de um povo
que vive na resiliência, na persistência e na luta constante para manter- se vivo em
todos os sentidos, além disso, as formas em que se mantém- se são únicas e em
seu próprio grupo, pois a cultura e língua são passadas de maneira oral, ou seja,
ágrafa (não escrita). Os documentos que se utiliza para contar a história dos ciganos
no mundo são poemas, deportações, contos, cantigas. O presente trabalho visa
contar a história do povo cigano desde sua diáspora na Índia, seguindo o percurso:
Índia - Brasil, enfatizando o núcleo das danças ciganas, em especial na região da
Turquia, e a modalidade da Roman Havasi, objeto de estudo central no presente
trabalho.
ABSTRACT
Researching the History of Gypsies in the world is to tell a story of a people who live
in resilience, persistence and constant struggle to stay alive in every way. in their
own group, as the culture and language are passed on orally, that is, unwritten (not
written). The documents used to tell the history of gypsies in the world are poems,
deportations, tales, songs. The present work aims to tell the history of the gypsy
people since their diaspora in India, following the route: India - Brazil, emphasizing
the core of gypsy dances, especially in the region of Turkey, and the modality of
Roman Havasi, central object of study in the present work.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 13
2 O POVO ROMANI: Quem são os Ciganos 13
2.1 GRUPOS E SUBGRUPOS 15
3 CULTURA: Costumes e ritos de passagens dos Romanis 19
3.1 3.1 A MULHER ROMI: Imaginário popular X realidade (Reflexão) 26
4 SANTA SARA KALI E A RELIGIÃO DO CIGANO 28
5 A LUTA DO POVO ROMA 30
6 A BANDEIRA CIGANA 31
7 O HINO CIGANO 31
9 O ANTICIGANISMO 34
10 DANÇAS CIGANAS 38
11 A DIÁSPORA CIGANA 41
12 CIGANOS NA ÍNDIA 43
12.1 KALBELIA 45
12.2 BANJARA 45
10
14 CIGANOS NO EGITO 50
15 CIGANOS NO IRAQUE 53
16 CIGANOS NA TURQUIA 55
16.9 RELIGIÃO 76
17 BALCÃS 109
21 ROMANÊS 119
26 CONCLUSÃO 143
REFERÊNCIAS 151
13
1 INTRODUÇÃO
Os ciganos são grupos de pessoas que se dividem entre si por conta de suas
andanças. Eles criam suas histórias à medida que vive.
À medida que vão convivendo com a cultura local vão mantendo os costumes
daquela região, se adaptando às diversas condições, tal como um camaleão.
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É muito bonito por esse ângulo observar que os ciganos talvez seja o povo
mais universalista que existe. Ao mesmo tempo tão subjugados por não haver uma
pátria única e própria, pensar que um povo nômade carrega em sua memória
genética, e cultural a riqueza da humanidade. Por onde passa, vão levando um
pouquinho daquele lugar, e faz de sua história o todo.
Os ciganos que estão no Brasil foram criando identidade cultural (se assim
pode-se dizer) ao conhecer a cultura brasileira tamanha diversidade cultural também
brasileira. E cada família irá levar sua própria peculiaridade cultura passada de
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família para família. E assim ocorre também nos diversos países em que percorrem.
Portanto, há uma multiplicidade cultural cigana em seus grupos e subgrupos.
Em termos políticos não poderia ser diferente, grande parte das autoridades
os vêem como um grupo único e homogêneo, e que deveriam ter suas lideranças
bem consolidadas, porém não é isso que acontece na prática, tamanhas são as
divergências de opiniões por parte de seus componentes, que assim como
concordam com as opiniões e decisões políticas sobre seu povo, também
discordam: “Apesar da sua heterogeneidade, os ciganos são vistos como em grande
parte pelas maiorias como sendo ‘uma massa altamente homogênea,
despersonalizada, cujos membros coletivamente podem ser caracterizados por
analfabetismo, falta de trabalho disciplina e desrespeito às normas legais e sociais”
(Csepeli & Simon 2004:133 apud OPRISEN, 2007).
Xoraxané (horahané): Sua origem vem da Turquia. Muitos são músicos, alguns são
Profissionais liberais, comerciantes, mulheres cartomantes. A maioria no Brasil são
sedentários, apesar da origem ter sido nômade.
Rudari: são mais raros no Brasil, sua origem vem da Romênia; já foram nômades, e
hoje são sedentários.
Calon, Calé: Península ibérica, Espanha e Portugal, mais ainda França (Camargue);
ainda também na África (Marrocos), e mais atualmente nas Américas.
Interessante ver uma organização que CAPELLA, 2017, faz do grupo Rom:
Grupo Rom
17
Kalderash
Nacionalidade Serbijája
(sérvios)
Vitsa: Minéshti
Família Marcovitch
Nome: Yovanka
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Fonte: Organograma Exemplificativo da organização social no grupo Rom. Livro “Romani Droma: Caminhos ciganos” de Mikka Capella, 2017. Rio de Janeiro:
Ed. clube de autores. (p.43)
Nacionalidades Sinti
Fonte: Organograma Exemplificativo da organização social no grupo Rom. Livro “Romani Droma: Caminhos ciganos” de
Mikka Capella, 2017. Rio de Janeiro: Ed. clube de autores. (p.44)
Nacionalidades Calé
Fonte: Organograma Exemplificativo da organização social no grupo Rom. Livro “Romani Droma: Caminhos ciganos”
de Mikka Capella, 2017. Rio de Janeiro: Ed. clube de autores. (p.49)
Os ciganos são batizados com três nomes: o primeiro é o que a mãe sopra
em seu ouvido ao nascer. É a identidade secreta daquele cigano que acaba de
nascer, pois assim eles entendem que essa criança estará protegida de influências
espirituais malignas, ou seja, tendo um nome secreto não tem como um espírito
maligno dominá-lo; o segundo nome trata-se do nome tradicional cigano, daquele clã
o qual pertence; o terceiro nome é o nome que será chamado pelos gadjós, um
nome que pertença à cultura local em que a criança nasceu. Gadjós é a palavra
usada pelos ciganos para se referir aos não ciganos.
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O Abial Romani é o Casamento Cigano. É uma grande festa, pois eles vêem
o casamento não só como a união do casal, mas como o elo entre famílias.
Casamento para os ciganos é algo extremamente sério, e tem muitas celebrações,
que duram dias. No primeiro dia festivo, a noiva, ou Bori, como eles chamam, é
trajada com vestido branco, e seus vários ducados (moedas, que também, também
chamados de dobrões) ofertados em seu dote no vestido da noiva como se pode ver
na foto a seguir:
As meninas casam próximo de sua primeira menstruação para que não tenha
“risco” de ser influenciada pela cultura externa. Os ciganos tentam cuidar de todas
as formas a permanência cultural para que se propague durante muitas gerações a
tradição.
É algo muito rico, muito sério, muito entranhado desde cedo esses valores
ciganos, e talvez só um cigano entenda o que é ser um cigano!
Interessante falar que dentro dessa reunião somente os homens que tem voz
ativa, e podem participar e falar, com exceção dos Sinti, em que a mulher mais velha
tem direito de se pronunciar.
caso de Alessandra, e inclusive trabalhar, tudo tem que ser antes conversado com o
marido, e se ele permitir ela pode fazer. O marido ele é o núcleo responsável por
todas as decisões importantes sobre os pertencentes aquela família, e a mulher
deve respeito a ele.
No meio social dos ciganos Roms, eles são fechados, mais introspectivos
com os gadjos por vários motivos: não confiam em quem não é da cultura, e só se
aproximam depois de verem provas de que realmente podem confiar nessa pessoa.
Há segundo Alessandra uma “desconfiança natural, um instinto de sobrevivência
animal” (sic). Ela faz menção aos enormes preconceitos que os ciganos passam e já
passaram na história da humanidade.
É interessante falar que isso se deve, pois acredita- se que essa moeda ao
fazer sua passagem, e chegar do outro lado, a alma do falecido possa pagar ao
barqueiro sua viagem ao paraíso. Para os Ciganos até mesmo o rito fúnebre é festa,
onde há sempre comida e música, em especial as músicas, e comidas que o morto
gostava. Apesar dos ciganos não terem religião própria, eles são místicos e,
portanto, demonstram certas “superstições” como não tocar no morto. Respeito e
superstição conversam nesse momento, e também uma leve brincadeira fazem no
momento de comerem a comida da Pomana, em que o primeiro ou o último a sair da
mesa será o próximo a falecer.
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O luto Romani dura cerca de 40 dias porque é dentro desse período que
acredita- se que é o período que o morto ainda pode estar preso ao corpo. E nesses
40 dias fazem de tudo para estar com sua vibração elevada, tamanha resiliência
costumeira do povo cigano.
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O Diklô é o lenço usado pelas mulheres que são casadas. Elas usam nos
eventos, em especial eventos como o Partiu, que é um evento que homenageia- se
um amigo, uma festa dos Roms.
Muitas das vezes insatisfeitas com essa situação constrangedora, muitas nem
querem casar, ou não entendem essa situação. É mais uma preocupação
mantenedora do pai, do que dela. Portanto, a dança no sentido cultural Romani nem
sempre é expressão de alegria e festividade, mas sim de indicativos para
estabelecer socialmente relacionamento e perpetuação do laço entre as famílias
pelos mais velhos, o que para os mais novos nem sempre é tão compreendido.
Pelo que se percebe a mulher é um dos pontos fortes da cultura cigana, mas
ao mesmo tempo também extremamente frágil em termos de “livre-arbítrio”, no que
se refere ao desejo pessoal, e decisões sobre a própria vida: Elas quem dançam
com seus longos vestidos coloridos, usam os adereços da cultura, tanto enquanto
noivas quanto casadas, mantendo assim a cultura do seu povo. Elas quem cuidam
da casa, dos filhos, porém não podem decidir sobre seu próprio destino dentro de
sua cultura.
Seu noivo normalmente é um primo, que é escolhido pela família (um acordo
entre família, casamento arranjado), em que a mulher não tem muito poder de
decisão. Na cultura Cigana quem fica responsável por prover a casa é o homem,
mas sabe- se que muitas mulheres também trabalham com leitura da sorte. E não
somente os homens trabalham, como também as mulheres, já que muitas delas
possuem ofício fora de casa, mas mesmo assim elas lhe devem respeito, tem que
pedir permissão ao marido ante qualquer decisão a ser tomada. Seu dinheiro
conquistado deve ser colocado em favor da casa, e da família, e não pode ser usado
para uso pessoal sem consultar seu marido. Elas tanto podem trabalhar com a
quiromancia, como outro ofício, desde que o dinheiro seja para a casa, e com
autorização prévia.
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Soa estranho a nós gadjés, gadjós, que o marido deve ser o que ganha mais,
o “lado mais forte”, aquele lugar de destaque, aquele a quem deve satisfação. Que a
mulher não pode de maneira alguma ofuscar o “brilho” de seu marido.
A mulher cigana apesar de passar por todas essas diferenças, ela se mantém
forte, peito para frente, mas sabendo do que lhe convém ou não em sua cultura.
E a mulher Cigana encanta mais ainda! A mulher Cigana como muitos gadjos
pensam, é uma mulher sensual, empoderada, peito aberto, livre sexualmente, diva,
poderosa, livre, solta, enquanto que na realidade a cigana Romi, a cigana
Culturalmente real, sem ser a imaginária, é uma mulher recatada, que casa
virgem, que só tem um homem na vida, muitas das vezes (com exceção das
viúvas que podem casar novamente).
Concluindo, no imaginário dos não ciganos, toda cigana gosta de dançar, toda
cigana vive livre, leve, solta, sorrindo, de bem com a vida, sem boletos a pagar,
enquanto que na realidade, a vida de uma cigana é bem difícil. Cigana sofre, cigana
chora, cigana pode ser resiliente, mas é mulher como tantas outras: sensível, com
medos, e na maioria não tem nada de sensual, nem ao menos de experiência
sexual! Apesar de a maioria aprender o ofício de ler a sorte (tabarité), nem todas
querem, nem todas gostam, e algumas decidem não fazer mesmo tendo aprendido
na cultura.
O Povo Cigano passou por diversos locais do mundo, e em cada local, se faz
mantenedor cultural. Mantendo a cultura local e incrementando seus costumes. Ao
passar em cada região, tal como um camaleão, vão se adaptando aos costumes
daquela região no que se refere à comida, às vestimentas, danças, e inclusive
religião/ crença. Cigano não tem religião fixa, ele tem a religião da qual aquele clã se
adaptou, e foi originário, ou se tornou. Em uma entrevista para o Grupo Sarah Íshis,
Renan Cigano, Calon natural de São Paulo conta que a religião do Cigano é a
liberdade.
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Gruta de Santa Sara em Saint Marie de La marie. Fonte: Romani Dromá Caminhos ciganos. org
Tem cigano que desconhece Santa Sara Kali, pois seu clã de origem, e sua
crença qual seja, se não tiver associação com a mesma, não tem essa informação.
Hoje sabe- se que ciganos tem diferentes religiões podendo ser católicos,
umbandistas, evangélicos, como é o caso do censo do IBGE, 2010 registra 22,2%
de brasileiros evangélicos, em sua maioria (60%) pentecostais e neopentecostais
(AQUINO, 2018).
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6 A BANDEIRA CIGANA
7 O HINO CIGANO
Foi também nessa data que e nesse congresso que ficou oficializado o Hino
cigano, a canção composta pelo músico sérvio Žarko Jovanović (Парко Јовановић,
“Gelem, Gelem”, sobrevivente da Segunda Guerra Mundial. Zarko fugiu de Belgrado,
onde estava ocupado pelos alemães. Ele, jogador de Balalaika indo a uma vigaem
para Londres para Birmingham escreveu essa canção (Romedia Foundation, 2016).
No presente trabalho desenha-se um atento que por descuido, ou falta de
conhecimento, ou os dois, algumas bailarinas não se atém ás traduções das
músicas em especial de outras línguas (que não às suas), o que é muito perigoso ou
enfadonho, por vezes.
Há músicas em Romani que não é de “bom tom” dança- las, por conta de sua
interpretação “dúbia”, ou seja, de uma interpretação, que somente o próprio autor da
composição, ou quem é da cultura poderá saber o que significa propriamente seu
significado.
Em se tratando de “Gelem, Gelem”, a situação fica ainda mais séria e
arriscada. Não dançamos o Hino Brasileiro, portanto não fica interessante também
dançar o Hino Cigano. Apesar de algumas versões dessa canção e sua sonoridade
parecerem alegres, sua referência não se faz com esse intuito, e sim contar um
momento da história cigana desse povo, em especial, do Holocausto Sinti. Tal
referência se faz à resiliência de um povo que resistiu e ainda nos dias atuais resiste
com perseverança a fim de manter- se vivo em todos os aspectos, culturais e
sociais, como um todo.
Tal como aqui se refere ao Hino, que será visto logo mais adiante, a Bandeira
cigana deve-se ter uma referência de respeito, já que por esse momento, e por
delinear a história dos ciganos, precisamos entender os contextos etnográficos-
socio- históricos e compreender que, sim, o povo cigano é uma população que teve
suas peculiaridades subjugadas. Portanto, qualquer pessoa que for fizer uso dessa
cultura seja cigano, ou não cigano, deverá manter a memória desses que passaram
por tais momentos a fim de que estejam correndo seu sangue em vossas veias para
que estejam vivos, no mínimo o respeito.
Como diz muitíssimo bem Capella em seu Blog “CaminhosCiganos.Org”:
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A Rromalen, A chavalen
Sàsa vi man bari familja
Mudardás la i Kali Lègia
Saren chindás vi Rromen vi Rromen
Maskar lenoe vi tikne chavorren
A Rromalen, A chavalen
Putar Dvla te kale udara
Te saj dikhav kaj si me manusa
Palem ka gav lungone dromençar
Ta ka phirav baxtale Rromençar
A Rromalen, A chavalen
Opre Rroma isi vaxt akana
Ajde mançar sa lumáqe Rroma
O kalo muj ta e kale jakha
Kamàva len sar e kale drakha
A Rromalen, A chavalen
9 O ANTICIGANISMO
Foto do Dia Internacional dos Romani, um apelo à coragem e clareza para compreender a antiga “questão cigana”.
Fonte: Jovanovic, Ž apud https://www.cafehistoria.com.br/romani-questao-cigana/
A fim de ilustrar uma frase que impactou o autor Frans Moonen, numa cena
em numa passeata de ciganos em Amsterdam, nos anos 90, em que um menino
carregava um cartaz com as seguintes vpalavras: “IGNORÂNCIA gera MEDO gera
PRECONCEITO”, e ele acrescenta que o PRECONCEITO gera DISCRIMINAÇÃO
com o desejo de que seu trabalho contribua para que a ignorância sobre o tema do
Povo Cigano diminua, e assim diminua as ocorrências do anticiganismo.
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Penso que todo autor de trabalho deseja em um escrito, seja ele qual for, um
objetivo, e com esse escrito, passando uma reflexão, pois que trabalha com o
conhecimento não pode ter imposição, mas sim querer a liberdade do pensamento.
Portanto, meu mais profundo desejo é também o desejo desse jovem cigano de
Amsterdam, o de Frans, e enredando que a consciência, a reflexão, a tolerância, o
respeito sejam construídos a fim de que a humanidade possa compreender como
sendo uma só, sem esquecer-se de nenhum.
10 DANÇAS CIGANAS
Fala- se “Danças Ciganas”, pois são muitos tipos de Danças diferentes dos
Povos Romani, já que eles passaram por diversos lugares do mundo. Por onde
passaram se tornaram mantenedores culturais, resgatando a cultura local, e também
agregaram com sua cultura, e lógico incrementando com seu tempero e arte típico e
especial cigano.
Diferente de outras etnias que possuem uma localidade fixa como é o caso
dos Japoneses no Japão, dos Franceses na França, o Povo Rromá não tem uma
estadia específica, pois a morada deles é o mundo: por onde percorrem deixam um
pouquinho de si, e por aonde vão carregam a história da humanidade com eles.
Porém, apesar disso, é uma etnia e tem hino, bandeira, direito e deveres como todo
cidadão, e estão vivos!
Por isso que se faz necessário o estudo em Danças Ciganas não somente na
prática, mas também na teoria, estudar a história de cada etnia que possui sua
especificidade, sua música específica, sua roupa específica, seu jeito de dançar, sua
cultura que não pode ser esquecida!
seguidas, portanto, pode – se dizer que é uma dança característica tal como é o
Flamenco (FERREIRA, 2021).
Quero então aqui dizer que há uma demanda de estudo, uma necessidade,
pois precisa de conhecimento, de uma notoriedade, e especialidade quando se fala
de profissão, professor seja de qual área for. Dançar com alma não basta quando
não se é cigano. Sendo cigano e ao adentrar na academia, as situações também
mudam de figura, pois há toda uma legislação incutida aí.
11 A DIÁSPORA CIGANA
Falar da História dos Ciganos no mundo é peculiar, pois a cultura e língua são
passadas de maneira oral, ou seja, não escrita. Poucos são os documentos de suas
passagens no mundo. Pouco também são seus números comparados ao restante da
população mundial. Segundo o site BAHANCE, 2022 existem 6 milhões de ciganos
perante 7.950.268.456 (Sete bilhões, novecentos e cinquenta milhões, duzentos e
sessenta e oito mil , quatrocentos e cinquenta e seis) pessoas de população mundial
(World o Meters <dados de 08-07-2022 às 18:03h>). No Brasil estima-se Segundo o
IBGE (2011), população cigana do Brasil possui três diferentes etnias (Calon, Rom e
Sinti), totalizando cerca de 500 mil pessoas, espalhadas em 21 estados e mais de
290 cidades. Os estados que mais abrigam comunidades ciganas são Minas Gerais,
Bahia e Goiás (CRESS- PR, 2021). Os documentos que se utiliza para contar a
história dos ciganos no mundo são poemas, deportações, contos, cantigas.
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Fonte: https://www.behance.net/gallery/9347095/Povos-Ciganos-Gipsy-people-infographic
12 CIGANOS NA ÍNDIA
Os Doms são os únicos que tocam o corpo dos mortos, na Índia esse ritual é
extremamente sagrado. Porém, ao mesmo tempo em que esse grupo é respeitado
por esse culto de preparação do corpo dos mortos, mesmo assim é discriminado, e
sofre até os dias atuais preconceito e discriminação, e são vistos como “impuros” e
“sujos” pela mesma qualificação que os torna especiais! Nem os “dalits” chegam
perto dos corpos dos falecidos.
12.1 KALBELIA
Por não poder utilizar mais as serpentes como comércio tantos em shows,
quanto em seus antigos atributos, a dança feita pelas mulheres acabou sendo
reconhecida na comunidade o seu sustento, e ganhou o mundo. Desde 2010 a
Kalbelia é considerada pela Unesco patrimônio imaterial da humanidade (UNESCO,
2010).
A região que mais se encontra pessoas pertencentes à Kalbelia são nos distritos
de Pali, Ajmer, Chittorgarh e Udairpur.
Existe também uma liga dos países árabes. Segundo o professor do “Aprenda
Árabe.com.br”, é tido como árabe segundo essa liga aquela pessoa que nasceu
árabe, fala árabe, e mantém costumes árabes .
O Irã é outro local que costuma- se apresentar equívoco. Sua língua é o Farsi/
Persa, e até o século XX, esse local era conhecido como Pérsia. Também não são
árabes, não tem costumes árabes, e não estão na lista das 22 nacionalidades
árabes.
51
14 CIGANOS NO EGITO
“Além disso, Prestes (2019) aponta também outras caminhadas dos ciganos, após a
diáspora da Índia, indicando sua entrada no continente europeu e também sua
presença em outras regiões: (...) pequenos grupos teriam partido em diferentes
regiões, cada grupo com uma liderança diferente, no qual aparecem em fontes
europeias se autodenominando “condes e duques”. Essa, ao que tudo indica, não é
a primeira vez que há uma divisão entre os ciganos, já citada anteriormente, uma
divisão entre grupos já ter ocorrido antes desse período, antes de adentrarem o
território europeu, via Bizâncio, essa seria uma explicação para a existência de
grupos ciganos no continente Africano, em países como o Egito e o Marrocos, e
também no Oriente Médio, como no Iraque (pp. 16-17)”. (LOPES, 2021 PAG 24)
Entende-se “Alto Egito” como sendo o Sul do Egito, e “Baixo Egito”, o Norte
do Egito: assim ao contrário!
52
Além de ser uma dança, “Ghawazee” refere-se a um povo, onde inclui tanto
homens quanto mulheres. “Ghazia” é o singular para se referir à mulher, e “Ghazal”
o singular para se referir a homem.
14.1 Ghawazee Mazin usa salto e se dança mais durinho, e obrigatoriamente com
snujs nas mãos. As roupas são coloridas com moedinhas/pastilhas, pés no chão ou
com sapatos, joelho flexionados. Alto Egito (Sul do Egito). As referências para essa
dança são Nisa e Aisha Almer Gawazee Mazin (Grupo Banat Mazin) que significa
“As rmãs Mazin”. Grupo criado em 1985 pelas filhas de Mazin.
14.2 Gawazee Soumboti: Ondulação, bordados com fios de ouro, colar meia lua
para baixo, colar em formato de meia lua para baixo representando a religião
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muçaulmana. Pés no chão. Dança mais enraizada no chão, mais “pesada”, quadril
mais arredondados, Baixo Egito (Norte do Egito)
https://quizizz.com/admin/quiz/5e877876000a02001b01d05a/folclore-arabe
Orientalismo= palavra, termo que serve para o oriente ser visto pelo ocidente com a
visão do ocidente, em sua maioria, uma deturpação. Sugestão de leitura:
“Orientalismo - o Oriente Como Invenção do Ocidente”, de Edward W. Said.
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15 CIGANOS NO IRAQUE
Alguns movimentos de cabelo, como por exemplo, girar o cabelo possui uma
influência suméria. Quando fala- se aqui no trabalho sobre Suméria, significa terra
entre rios. Esses movimentos de cabelos esvoaçantes fazem uma alusão a Deusa
Erehkigal, irmã de Inana (Babilônia), a deusa do alho Poró (“cabelinho para cima”), e
Ishta, a deusa de cabelos esvoaçantes e quadris largos. Inana faz referência à
Suméria.
http://marcia-nut.blogspot.com/2016/09/danca-iraquiana-kawliya.html
55
É comum ver a dança sendo feita com dois punhais. O “Raqs El Racha” é um
estilo de dança em que mostra uma mulher guerreira, e traz uma “lenda”,
possivelmente influenciada na Mesopotâmia, inspirada na
mulher em defesa, daquela, da Mulher forte, de sua
resistência. Além disso, contam algumas outras lendas que
há uma brincadeira de dança com punhais, em que as
mulheres brincavam com a arma dos homens, e com eles
também. Essa lenda tem origem de base judaica, não cristã.
16 CIGANOS NA TURQUIA
Além de citar que no século 13, o termo “Adingánous” foi usado para pessoas
que eram domadores de ursos, encantadores de cobras e adivinhos, e o patriarca
então de Constantinopla advertiam para que o clero não se comunicasse com eles,
mostrando que a passagem dos ciganos na Turquia remonta meados do século 11,
quando podiam estar fazendo estadia por ali, indo para países balcânicos, e parte
também para Grécia.
turcos como os Romanlar, Domlar, Lomlar, Gezginler, Abdallar entre outros, e que
estiveram antes na Anatólia e em Trácia (Anadolu ve Trackya), desde o período
Bizantino. Assim como seus ancestrais da índia, cujas atividades laborais eram de
ferreiros, cavalariços e ferradores, carpinteiros, artistas, músicos, dançarinos,
advinhos, praticantes de adivinhação, podendo ser também auxiliares militares e
ghulâm (servidores- soldados), migraram por resultado do Império Turco- Afegão
Ghaznavid Ocidental, quando chegam a Bizâncio são notados nas profissões de
contadores de histórias, líderes de uros, acrobatas, adivinhos, sapateiros, soldados
e moradores de tendas, porém não mostra registro de serem dançarinos ou músicos
(durante o Império Bizantino). O registro mais conhecido é uma crônica do Reinado
de Basileus Constantino IX Monomachus (1042dc a 1055dc).
O nome desse Império traz esse nome não à toa, pois vem com a influência
de seu fundador, Osmã, que em Turco é pronunciado “Ottman” (IMPÉRIO AD,
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2019). Até hoje é considerado um dos mais fortes impérios que ocorreu em todo
planeta, na história dos povos, sendo percorrido no período de 1299 a 1923. Antes
de se chamar Turquia, era denominado de Costa Ocidental da Antólia.
homens. Sabendo que o império Otomano tinha mais de 30.000 homens, 6mil
otomanos morreram, enquanto o exército francês perdeu dois militares (Imperio AD).
“Segundo Vilas Boas da Mota, os Rom brasileiros pertencem aos seguintes sub-
grupos: ‘Kalderash, que se consideram nobres e, por conseguinte, os verdadeiros
guardiães da identidade cultural cigana; os Macwaia, muito propensos à
sedentarização ... e, por isto mesmo, inclinados à perda da identidade étnica... ; os
Rudari, provenientes sobretudo da Romênia, localizam-se em São Paulo e no Rio de
Janeiro e com bom nível econômicofinanceiro; os Horahané, oriundos da Turquia e
da Grécia, são renomados vendedores ambulantes; os Lovara, em franco recesso
cultural, fazem-se passar por emigrantes italianos” (Mota 1984: 32; 1986: 32).
Nenhum autor brasileiro faz referência a sub- grupos Calon com denominações
específicas.”
* A autora Ana Oprisen traz um dado interessante que esse termo “Horahane
Romá”, que na língua romani é o mesmo que “Ciganos Turcos” ou “Roma Turcos”.
dentro dos diversos grupos dos ciganos turcos, se refere aos Ciganos Turcos da fé
Muçulmana, como veremos mais adiante (Grigor & Oprisan 2001: 32 apud Oprisan,
2007:67).
Esse termo “Çingene” e “Kipti” também são relatados em pesquisa por Acton
e Marsh em 'The Development of Roma/Gypsy/Traveller Identity', 2007. Segundo
eles, historicamente, o termo 'Cigano' é usualmente referido à tradução da palavra
turca 'Çingene', mesmo quando não haja a intenção ofensiva; e o termo 'Kıpti' foi
referenciado aos ciganos nas fontes otomanas e republicanas, e impressas em
carteiras de identidade turcas para indivíduos ciganos no passado como 'K' (como
era 'Ç' anteriormente) até a década de 1980. Numa grande reunião de ciganos, que
contou com 16.000 participantes, além do então primeiro-ministro Tayyip Erdoğan,
em Zeytinburnu, em maio de 2010, ficou oficializada a auto-atribuição 'Romanlar'.
(Marsh, 2010).
Nesses termos também são encontrados nos registros fiscais dos arquivos
otomanos mostram identificações diferenciadas ao tratar dos ciganos com o termo
“Kipti”, cujas maiorias nômades durante século 15 e 16. Kipti, para os ciganos
nômades e cristãos da época do século 15, e quando no século 16 tornaram- se
predominantemente muçulmanos, sendo que no século 19, passando a ser
sedentários (OPRISAN, 2017 apud MARUSHIAKOV & POPOV 2001:57). Em 1923
com a República Turca, famílias ciganas muçulmanas chegam à Turquia.
Turquia mapa - Mapas Turquia (Ásia Ocidental e a Ásia) (maps-turkey.com) modificado com o
nome dos subgrupos segundo REISDEC, 2016 apud PAMPURINI
Essa tabela foi criada a partir dos dados levantados a partir do texto de
Reisdec, 2016, e há outra tabela, encontrada no site Radar Missionário:
Fonte: http://www.radarmissionario.org/povos-nao-alcancados-cigano-balca-na-turquia/
Ainda nesse mesmo site que apresenta esse mapa, cita essa tabela com
esses dados:
Grupo Cigano
Étnico: balcã
País: Turquia
64
Janela
Sim
10/40:
População
70,000
Nacional:
População
1,249,000
Mundial:
Romani,
Idioma:
Balkan
Religião
Islã
Principal:
Bíblia: Completa
Áudio NT
Não
– Internet:
Flime
Sim
Jesus:
Áudio
Sim
gravação:
Poucos,
Cristãos: menos de
2%
Não-
Situação:
Alcançados
Escala de
Progresso:
Dados: Formas de se envolver com grupos de pessoas não
alcançadas | Projeto Josué (joshuaproject.net) dentro do site:
Povos Não Alcançados: Cigano balcã na Turquia —
RadarMissionário (radarmissionario.org) acessado em 19/08/2022
às 15:16h
O dialeto Romani é falado pelos ciganos Romá Turcos, que diferencia a forma
de uma região para a outra, de comunidade para comunidade. Há uma mistura entre
o Romani e palavras de outros dialetos turcos falados na Anatólia, de curdo ou
grego. Não incomum também observar a mistura de palavras turcas e persas.
Segundo o mesmo autor, num censo realizado no ano de 1935 mostrou que 3,847
homens e 4,008 Mulheres (um total de 7,855 pessoas) tinha o Romani como língua
materna. Nessa mesma pesquisa outro dado levantado foi de que os ciganos tinham
65
menos pessoas que sabia ler e escrever. Levantou-se a estatística de que 141
homens e 25 mulheres da etnia Romani apenas sabiam ler e escrever.
Fonte: HTTP://www.dailysabah.com/turkey/minorities/turkish-romani-community-expects-
concrete-steps-on-its-problems 08-04-2022
foi o primeiro político a pedir desculpas à comunidade em 2010 pelas privações dos
direitos dos Romani na Turquia no passado.
Boa parte dos ciganos turcos não se sente confortáveis em serem chamados
de “Çingene”, pois essa palavra, esse termo pode estar associado à significados
pejorativos como por exemplo “Çingene Dugunu” que significa “casamento cigano”,
indicando nas palavras de REISDEC, 2016 apud PAMPURINI: “algo que não é feito
como é suposto ser feito”.
Antes de começar a citar os variados grupos que existem na Turquia que são
de mesmas possíveis origens ciganas é preciso entender uma questão de políticas
públicas que ocorre no país. Desde 2002 algumas ONGs em defesa dos Romani
juntamente com ativistas começaram a se manifestar em defesa deles a partir dos
processos de Gentrificação dos bairros habitados por eles. Em 2010, houve uma
maior abertura política no que se refere aos direitos dos ciganos, o que despertou
uma identificação étnica de certos grupos, e por isso a importância de agrupar, e
denominar certos critérios e suas localidades.
As diferenças entre grupos que não se sentiam pertencentes aos outros por
diferenças lingüísticas (cuja língua é a turca e alguns dialetos Romani) e religiosas
tal como os ciganos muçulmanos (a maioria muçulmanos) sunitas de Hanefi,
adeptos de seitas islâmicas (como os Nakshibendi encontrados em Istambul), Ismaili
presentes em Istambul, os Melani em Manisa, Menzir (região de Adiyaman), sendo
poucos os ciganos que se converteram ao Cristianismo e suas ramificações.
Os Doms são Muçulmanos sunitas do rito Shafi (mardin, Bitlis, Bingöl) ou rito
Hanefi (Diyarbakir, Hatay), cuja língua é o Domari e Curdo, e se localizam no
sudeste da Turquia. Os Doms, no Sudeste da Turquia, estão localizados numa
região em conflito com o exército turco e a guerrilha curda. Ali trata- se de uma
região menos desenvolvida devido a esses conflitos. Seu modo de viver é
sedentário, e sua cultura é a dos curdos.
Até então grupos como os Dom, os Lom e os ciganos não haviam tido ligação
cívica em conjunto.
Já autores como Paspati, Boue, Cantemir apud oprisan, 2007: 74, discordam
ao dizer que faziam parte do exército, e que tais registros os citavam como “dinsiz”
(pessoas sem religião), mostrando que o Censo de 1945 ocorreu uma
sedentarização dos nômades (“gezende”, termo que será retratado mais adiante) por
força das autoridades otomanas, e que os ciganos cristãos eram nômades. Mostram
esses registros de que na época dentro desses núcleos ciganos, a mistura entre
grupos dos romá muçulmanos e não muçulmanos era proibido por lei decretada na
província de Rumélia (Kanunname-iKibtiyan-ivilayet-iRumili) em 1530 pelo Sultão
Suleiman I, o Magnífico, como mostra p. 74:
Há muitos termos dentro da Turquia para definir esses grupos étnicos e suas
habilidades, alguns são vistos assim:
“Aşık” é usada para se referir a músicos que estão no sudeste da Turquia que
viajam constantemente, e que são rurais; Çuki para representar os romá nômades e
a grupos marginais, esse termo também é encontrado no Irã para o mesmo sentido
da palavra; Gawandi proveniente do curdo gawand para se referir a pastor de gado,
palavra que também originou a palavra gundi que significa: “camponeses não
polidos”, uma forma semelhante que em árabe seria “gawad”. Encontra- se também
Ghorbati para citar os ciganos nômades, palavra originária do Oriente Médio; Gurbet
palavra turca para dizer “ciganos vindos de outro lugar”; mutrib/ mirtip, palavra árabe
que referencia violinista/músico; Kereçi/Qaraçi palavra originada do árabe “khārijiyy”
para se referir: “o de esquerda”, ou “o que saiu”, ou seja, aquele que escolheu viver
longe das regras habituais da sociedade em que está inserido, e mais
especificamente esse termo retrata dos ciganos da localidade de Diyarbakır, os
quais chegaram antes dos anos 90 de origem incerta, apesar de a palavra turca
denominar “que eles venham” (p.68 oprisan, 2007; Oprişan 2005).
73
“Igor: Nunca ouvi falar, já perguntei, por eu ter uma descendência turca também, só
que eles vieram a mais de 100 anos e eles vieram fugindo do Chile, por causa de
brigas internas, e o cigano você sabe como é, questão de religião é neutra, pois
pode ter várias, pode ter uma ou nenhuma, não existe uma religião cigana. Você vai
falar com a Miriam Stanescon e ela vai bater o pé que a religião do cigano é a Santa
Sara, mas você vai ver uma igreja de Romanies muito mais numerosa do que os
adeptos da Santa Sara ciganos no Rio de Janeiro, tem igreja evangélica em
Campinas, Goiânia, Uberlândia, você vai ver ciganos maçons, o Cláudio Ivanovitch
que é maçon e ele é assim multireligioso, para ele todos os deuses são bons, você
vai ver uma cigana mulçumana, a Yaskara, que é a jornalista de São Paulo. Então,
acerca da religião islâmica, tem ciganos Calons mulçumanos em Goiânia, então
assim, você vai ver que o mundo religioso cigano é muito livre, os ciganos são livres
em tudo, até nas viagens deles, então não tem como prender os ciganos em uma
religião, então há ciganos que são evangélicos, espíritas, feiticeiras, maçons,
católicos, muçulmanos, e isso é um negócio tão neutro.” (Pág.166)
74
Em OPRISAN, 2007 cita que o termo “Horahane Roma” é uma palavra que
provém do Romani, e esse grupo possui fé muçulmana. Em pesquisa nas
comunidades de Badadag em Dobrugea, uma área da Romênia em 2001, um dos
participantes de sua pesquisa relatou que sua fé muçulmana se devia ao país em
que se localizava (Turquia): “Somos muçulmanos, por isso acreditamos no Deus dá
os turcos” (Grigor e Oprisand, 2001:32 apud OPRISAN, 2007). O que dá para notar
que se alinham à cultura local a fim de não terem conflitos, como é o caso dos
Romanis turcos na Bulgária, onde apóiam os partidos políticos turcos que são fortes
dentro do país, se afastando dos propósitos de sua própria etnia para evitar o
estigma que as comunidades ciganas enfrentam, alinhando- se com a nação e as
forças políticas turcas.
nas pesquisas de CAIRUS, 2018, ela esclarece que em especial no Sul da Europa
esse grupo também é chamado de Xoraxanê, podendo ser escrito em diversas
formas como “Horahane, Khorakhane, Kharokane, Xoraxai” (MARUSHIAKOVA e
POPOV, s.d. apud CAIRUS, 2018) a fim de se referir aos Romanis turcos.
“o povo dos ciganos estão relacionados com o faraó e afirmar que o grande
império dos faraós, exaltado na Holly Escrituras, pertencia aos ciganos; e também
dizem que as mesmas pessoas (quando Moisés e todos os profetas do Senhor
amaldiçoado) , não tendo conhecimento de cartas, livros e qualquer outra lei divina
ou humana, espalhados por todo o mundo”.
Assim, terminando esse texto com uma parte que conta que ao invés das
escrituras sagradas, das orações muçulmanas e dos jejuns, cometiam fraudes
segundo eles, encantos e bruxarias, o que para a cultura local era proibido.
Passados seis meses dessa ordenação, visto que os ciganos não iam para a
Mesquita, e que não tinha realizado casamento sem imã, compreendeu sua
situação, permitindo a liberdade religiosa e a isenção dos impostos a todos que se
diziam maometanos. Aos ciganos cristãos, recebeu o haradj, uma ordem de
pagamento
Este decreto se refere a 1722, e foi a partir dele que mostra uma explicação
pelo alto número de ciganos que crêem em Maomé a partir de então.
16.9 RELIGIÃO
Religião e cultura são por vezes confundidas por diversas vezes na cultura de
um povo. No caso dos ciganos mais ainda por seu estido de vida, por vezes
nômade, suas roupas, e outros aspectos mencionados nesse
trabalho. O Cigano é um povo livre, e ele é livre para escolher
sua religião. Sua religião será definida a partir da convivência
familiar, na maior parte das vezes. Porém, uma pessoa quando
não entende essas especificidades culturais acaba confundindo
religião com cultura como cita o site “Radar Missionário”, em que
Fonte://www.radar sua postura se mostra um tanto autoritária no sentido de não
missionario.org/po
vos-nao- compreender a cultura cigana. O título da matéria: “Povo não
alcancados-cigano-
balca-na-turquia/
alcançado do dia”, traz as informações de que segundo eles, os
Ciganos Balcãs que vivem na Turquia se chamam Rom, derivado da...:
“da palavra índio Dom, significando “um homem de casta inferior que ganha o seu
sustento cantando e dançando.” Os ciganos tem as suas raízes na Índia. Onde quer
que eles viveram, eles permaneceram misteriosos e distintas. Curiosidade sobre
eles acabaram por levar ao ódio e à discriminação. No século XX, muitos ciganos
78
foram assassinados pelos nazistas. Hoje, eles ainda são discriminados. Muitos
ciganos mantiveram suas antigas tradições e crenças religiosas.
Obstáculos ao Ministério
Os Rom são fortemente inclinados a manter as influências externas bem distantes.
Ore Pelos Seguidores de Cristo
Ore pelos poucos seguidores de Cristo entre os ciganos Rom, na Turquia. Eles
vivem num ambiente hostil a sua fé. Ore para que permaneçam firmemente
estabelecidos em Cristo e nas Suas promessas e provisão.
Ore Por todo grupo de Pessoas
Ore para que os ciganos não sejam julgados por seu status na sociedade, que
possam viver uma vida honrada ganhem respeito e aceitação.
Foco Escritura
“e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros,
como o pastor separa dos cabritos as ovelhas;” Mateus 25.32” (Povos Não
Alcançados: Cigano balcã na Turquia — RadarMissionário (radarmissionario.org)
Amaro dive
Amaro dive, ederlezi
Nosso dia
Nosso dia, Dia de São Jorge
É no mês de Maio que ocorre uma festividade cuja origem provém da época
pré-islâmica quando comemora- se a chegada da Primavera. A concentração desse
festejo ocorre em Edirne, antiga Adrianópolis, região fronteiriça com a Bulgária e
Grécia. Em entrevista a Euronews, 2014, uma jovem chamada Gurbet Demirkiran
relata que nessa festa costumam fazer uma enorme fogueira em que os jovens
saltam em cima do fogo, e “as raparigas ciganas de Edirne saem para dançar” (sic).
81
Durante pesquisa, no site Balkan prime, foi muito interessante ver a história e
o cuidado da UNESCO e do esforço do Sr. Daniel Petrovski (Diretor de Programa da
Associação de Amantes da Arte Folclórica Roma "Romano Ilo" e iniciador do
procedimento para a oficialização de Ederlezi como patrimônio cultural imaterial dos
ciganos na Macedônia pela UNESCO) para que essa festividade fosse oficializada
como feriado cigano protegido pela UNESCO.
Figura: O pote é preenchido com itens e deixado perto de uma roseira durante a noite
Images google
Nos casos dos ciganos que vivem em Stip, eles costumam visitar a nascente
Shadrvan Bashi, os ciganos de Skopje usam-no da igreja St. Jovan (São João) no
assentamento Kapishtec, um local de culto conhecido pela comunidade cigana sob o
nome aloutalo Pani (macedônio: Kisela Voda). “Também é importante mencionar o
local de culto na encosta perto do Cemitério Francês em Skopje, onde agora está
construída a Embaixada dos Estados Unidos. Os ciganos de Skopje e arredores, no
dia 5 de maio, visitam a igreja de St. Gjorgjija (São Jorge) localizada perto da vila
Deljadrovci - Kumanovo e outros lugares. No dia 5 de maio, os ciganos de Tetovo
vão apanhar ervas e plantas verdes na zona junto à Estação Ferroviária, em
Gostivar, nas zonas de Fazanerija e Ciglana, em Kicevo, apanhando ervas
aromáticas nas zonas de Chuka e Vrska Vodenica”. (Balkan Prime).
Apesar das adversidades, e com o curso do tempo, mesmo assim a cultura se
mantém viva, como é o caso do assentamento de Skopje de Suto Orizari, em que
todos os anos, no dia 2 de maio, há uma competição entre os ciganos (sem ganhos,
ou premiações), o cordeiro mais bonito, em que é escolhido como sendo o campeão
é trazido e mostrado aos outros. Eles gostam tanto dessa tradição e se mostram tão
85
Os esforços a fim de manter a cultura viva não param por aí: em 1998, a
associação produziu uma exposição "Dia de São Jorge em Skopje" da autora Elsi
Ivanчиiќ Dunin, e quando em 2018, com o mesmo título foi produzida uma exposição
multimédia pelo autor americano Dunin, exposta no Museu da Macedónia, exibida
nos museus etnográficos de Zagreb, Belgrado, Dubrovnik, Rijeka, Pula e outros
museus. Além disso, o documentário “SA O ROMA” destinado à celebração do
feriado Erdelezi foi exibido em festivais etnográficos em Skopje, Kratovo, Belgrado,
Zagreb, Berlim, Dusseldorf e Sofia.
86
https://www.balkanprime.tours/en/blog/article/macedonia-celebrates-ederlezi-the-roma-holiday-
protected-by-unesco
87
Balıkesir, Turquia (2004): casamento Romanlar em que a noiva e o noivo são vistos dançando
à noite.
Segundo Allen & Thomas 2000:17; Bugra & Keyder 2003:19; Chambers
&Conway (1991) e Carney (1999) (apud OPRISEN, 2007), a pobreza
multidimensional (Shildrick & Rucell 2015:15 apud OPRISEN, 2007), ou seja,
passada de geração para geração traz conseqüências de privação em diversos
aspectos para quem passa por ela causando “danos profundos” entre indivíduos e a
sociedade em que está inserido (OPRISEN, 2017 p. 19). Considera- se não mais
uma situação transitória, e sim “transmitida”, por intermédio de comportamentos,
96
Por isso, OPRISAN, 2007 cita o termo “armadilhas da pobreza” para enredar
as limitações dos Ciganos na Turquia quando se deparam com os diversos
98
Ciganas na Turquia dançando o ritmo Roman Havasi na Turquia. Oriente-se Cia 2020.
Desde que os ciganos chegaram à Turquia, a cultura artística fez parte de sua
cultura. Abriam suas casas para que pessoas, inclusive turistas pudessem
presenciar suas apresentações. São comuns desde crianças aprenderem a tocar um
instrumento, e com isso se tornar uma tradição familiar e também uma atividade
laboral. Era nesse enredo que conseguiam de forma lúdica manter sua língua,
cultura e tradições para as futuras gerações.
Comparativo das métricas musicais do Karsilama e Roman Havasi. Fonte Oriente-se Cia, 2020.
Roman significa Romá, logo origem cigana, e Havasi especificando uma origem
turca. Portanto, Roman Havasi significa Dança dos Ciganos na Turquia, ou Dança
dos Ciganos Turcos.
Roman= Romá
16.14 RITMO
D-T-D-D-T
1 23456789
16.15 FIGURINO
Pode ser dançada de saia (com pouca roda) ou calça (gênio); 1 lenço na
cabeça com “penduricalhos” específicos e típicos estilo turco; lenço amarrado para
105
frente no quadril (não para o lado); “colarzão” (colar grande); brinco grande;
maquiagem bem marcada, em especial nos olhos.
Reyhan é uma das divulgadoras mais ativas da arte e cultura Romá e que
vive na região de Istambul. É citada por Dr Andrew Marsh como sendo uma das
referências étnicas originárias da região de Sulukule, berço da arte e cultura dos
ciganos turcos. Seu maridotambém é músico e a acompanha com uma banda de
músico folclóricos, sendo todos de origem Romani. A partir de seu contato com
Elizabeth Strong, uma praticante bem estabelecida na dança de Califórinia,
107
Hoje ela é uma das referências dentro dessa modalidade tanto dentro da
Turquia e no mundo. Ministrou aulas para grandes mestras da dança no Brasil como
Juliana Lorenzoni, Safira, e a Clara Sussekind, quem
ajudou no seu laboratório para a Novela Salve Jorge.
Foto cedida pela própria Reyhan, contribuiu muito para esse trabalho na
Reyhan. Arquivo pessoal.
construção do figurino, na parte artísitica da dança, e
no corpo de dança. Ela com seu jeito doce, e carinhoso fez não desistir jamais desse
ritmo envolvente que é a Roman Havasi. Minha eterna gratidão.
108
Ao realizar a pesquisa sobre os ciganos turcos, não pude fazer vista grossa à
“Cigana Ilarin”. Na Aula de Ciganos no Brasil é relatada que na religião brasileira
Umbanda, muitos de nossos povos que aqui chegaram a nossas terras brasileiras
mais tarde foram incorporadas no credo da Umbanda (“a Banda Do Um”, entre
tantas traduções, deixo essa aqui citada por SARACENI, 2012 e CUMINO, 2016).
17 BALCÃS
A Dança dos Balcãs bem como muitas danças e países são influenciados
pela cultura otomana, e nessa região, essa cultura influencia suas danças e a
cultura. Os passos da bailarina Balcã vai se assemelhar com os pés da Húngara.
Um dos acessórios utilizados é o lenço, e o figurino, lembrar o do campo, fazendo
referência a essa data histórica e diáspórica romani.
Uma dança também vista associada à região dos Balcãs é a dança circular,
que tem a cultura ligada desse momento, com gestos sutis e graciosos dos pés. Pés
111
pequenos, graciosos, e dançados com mãos juntas (de mãos dadas com
companheiros) em um círculo.
18 CIGANOS NA ROMÊNIA
Figurino que compõe é uma camisa social de botão, e uma saia com pouca
roda.
mas não tem floreios; e lembra as mãos do Romanês. Lembramos que aqui estamos
no Leste Europeu, portanto, o Romanês se faz presente no corpo dançante!
19 CIGANOS NA HUNGRIA
Uma delas foi uma passagem de século XVIII, Maria Teresa da Áustria
(FAZITO, 2006) em sua tentativa de proibir a cultura dos ciganos, e até mesmo de
serem chamados de uma etnia, que não fosse “novos Húngaros”. Eles para
permanecerem ali deveriam ser introduzidos no campo como camponeses, e não
terem cultura de ciganos nômades. Aqueles que não queriam seguir à coroa, que
não eram camponeses, não assimilavam a cultura local, e não demonstravam
interesse em seguir, seriam extintos do país.
“Estes ciganos são divididos em pelo menos três grandes grupos. O maior
(70%) é formado pelos "Ciganos Húngaros" que vivem espalhados por todo o país; a
maioria fala apenas o húngaro. Outro grupo (10%) é formado pelos "Ciganos
Boyash", originários da Romênia e da Sérvia. O terceiro grupo (20%) é de ciganos
que a partir de meados do século 19 migraram da Transilvânia e Romênia, sendo a
maioria de ciganos Vlach (oriundos da Moldávia e Valáquia); falam vários dialetos
romani”.
Alguns passos: abre planta, movimento abre e fecha: segura a base (no
calcanhar) abre planta, fecha calcanhar, e fecha calcanhar). Movimento abre e
117
fecha: segura a base no calcanhar, abre planta, fecha calcanhar, e fecha calcanhar.
“Cavalinho”: mais rápido e num pé para frente, e outro para trás Estão presentes o
estalar de dedos nos tempos e contratempos:, shimmies superiores, pés específicos
como se fossem passos esmagando uvas, pode ser utilizado sapatinho de boneca
simples. Quanto mais rápido for, menor o passo.
A Criação do Personagem pode ter duas formas: 1-uma menina ou uma mulher
recatada, “do lar”;ou ainda 2- crianças camponesas.
O figurino é simples, pode ter trancinha, uma ou duas trancinhas, lacinhos nas
pontas.
Cimbalon é um instrumento de
cordas, tipo um cordofone que
possui uma caixa trapezoidal nas
pernas com cordas de metal
esticadas na parte superior e um
pedal de amortecimento por baixo.
Sua origem é persa, e entrou na
118
20 CIGANOS NA GRÉCIA
Quando chega- se nesse ponto da nossa viagem com os ciganos pelo mundo,
aqui eles serão chamados de “Atsinganoi” relatados por um frade franciscano em
1322 quando pela Ilha de Creta, pessoas que se hospedagem em
tendas e cavernas, músicos e
adivinhadores nômades. Ainda na Grécia,
relatam turistas, mercadores ou peregrinos
europeus que iam a caminho da Terra
Santa, próximo do que hoje chamam de
Methoni, antigo Modon, no Porto Marítimo
Grego, que outrora era colônia de Veneza
(Foletier 1983; Liégeois 1988; Fraser 1992
apud MOONEN, 2021). Bandeira da Grécia. Fonte:
https://www.eurodicas.com.br/bandeira-da-
grecia/
Outra citação histórica é no século
15 quando ocorre a migração para Europa Ocidental, e seus discursos eram de que
vinham do Pequeno Egito. Esse discurso de que eles vem do Egito, já nessa parte
do trabalho já fica conhecida de compreender o porquê! Mas não custa Lembrar,
que é daqui a específico, que eles começam a receber a denominação nas outras
localidades por virem de uma região da Grécia, que confundida com o Egito.
Pensando: Grécia (Europa), Egito (África). Mesmo assim o termo “egípcios”,
“egitanos”, e daí começam os termos pelo mundo: Gipsy, em Inglês, Egypter
(holandês), Gitan (Francês), Gitano (espanhol). Apesar disso, MOONEN, 2021 faz
uma distinção dos termos quando diz que alguns grupos fizeram questão de definir
que não vinham especificamente do Egito, e sim da Grécia, e então chamados
“atsinganos”, no espanhol antigo: “grecianos”, no francês: tsiganes, português, e no
italiano: zíngaros.
119
21 ROMANÊS
O figurino são saias com pouca roda. Aqui entra uma questão um tanto
“polêmica”. Ao falarmos sobre figurino, trata- se sobre roupa de bailarina, ou seja,
uma artista no palco, então é o mesmo que dizer que a roupa será uma roupa
característica, cênica, baseada na realidade da cultura daquele povo (PINGARILHO,
2019).
22 RUSKA ROMA
Nesse capítulo é quando borboletas saem voando, sim! Sabe aquelas saias
maravilhosas, estupendas, coloridas, e que as
mulheres amam?! É aqui que encontra-se,
dentro da Ruska Roma.
Esse nome tão aclamado entre
as bailarinas, em especial aquelas
que amam um bailado florido e
alegre dentro das Danças Ciganas,
devem compreender enquanto etnia que
“Ruska Roma” trata-se de um grupo
descendente de romanis poloneses que
chegaram na Rússia no final do Fonte: https://i.ytimg.com/vi/_DNp5Ty4-U0/hqdefault.jpg
século XVII. Hoje são considerados o maior grupo cigano no país, sendo
encontrados em Bierolu Bielorrússia, Ucrânia, França, Canadá e
Estados Unidos (ANGEL, B., 2013).
Sua atividade laboral é comércio de cavalos,
musicistas, danaçarinos e cartomantes. A grande
maioria dos artistas
ciganos que vivem
na Rússia são Ruska
Roma. As músicas
eram afamadas pelos
camponeses. Em sua
grande maioria são
nômades, sendo que
usavam as estações
para a viagem: no verão
viajando, e no inverso
passava no campo,
usando as demais
atividades como seu
trabalho com os cavalos.
Na história, quando em 1812 (quando Napoleão invadiu terras
russas), como também no período da primeira Guerra Mundial (1914-1918), muitos
romanis saíram do país. Muitos foram exterminados até a década de 1930 em
perseguições e em campos de batalha.
No período de 1939-1945, findada a 2ª Guerra Mundial, os Ruska Roma
retornaram sua popularidade, fazendo com que até mesmo os demais ciganos
percebessem a Ruska Roma como a principal cultura dos Rhomá naquela região,
aceitando a cultura, e reproduzindo as músicas e danças.
Porém quando em diversos momentos do século XX suas artes foram
proibidas, como a literatura e a imprensa, entre esses momentos o decreto de
1956 quando houve a interdição da vida nômade. Com isso a cultura Romani
122
Fonte: https://www.quora.com/What-do-Russians-think-of-Roma-Gypsy-people
Na música dá para se notar que é embalada por uma suave e doce melodia, e
aos poucos vai aumentando, ou seja, acelerando, e com isso a dançarina vai
também seguindo a muscialidade nos movimentos sendo muito rápida. Algumas
quando temrina a música chega a ser bem acelerada de
fato, tendo que essa bailarina ter habilidade para seguir Fonte:
https://www.facebook.com/caravana
o ritmo e a coordenação necessária. dovento/videos/dan%C3%A7a-
cigana-russa-
1930/590905814725403/
O figurino é um show à parte, pois as saias são extremamente encantadoras:
com babados, muito longas a fim de fazer o movimento altivo, grande e necessário a
fim de acompanhar o bailado da dançarina. Podem ser floridos, e coloridos. As
blusas são aquelas usadas pelas Romis: esvoaçantes, com mangas longas, para
também proporcionar encanto no dançar. Os acessórios são brincos, colares,
pulseiras, flores, lenços na cintura. Exemplos de figurinos e composições que podem
ser feitas são encontrados no filme “Os Ciganos vão para o Céu (1975)”, é um dos
exemplos das composições que podem ser feitas.
A Ruska Roma de fato levanta quem está parado pelo encantamento das
saias, pelo colorido, brilho, vigor, e liberdade!
(...) os pés descalços já estavam avançando ao longo de um caminho que levaria a este povo para a
sua maturidade, torná-lo uma parte orgânica da comunidade humana, e levá-lo para a renovação
espiritual. Convidamos o público a participar da dança de Esmeralda, o mais breve e apaixonado
como a sua vida, em meio às multidões barulhentas de Paris medieval. Queremos transmitir aos
nossos públicos alguns dos nossos conhecimentos da força irresistível do amor, tão bem ilustrado
pela impetuosa Carmen. E o cigano russo Masha, depois de perfurar o coração de Fedia Protassov
no de Tolstoi "Viver Perfeição Elusive". (Ciganos no Teatro por Nikolai Slichenko )
125
O teatro para além das cenas é lugar de criar forma do pensamento livre e
“para a formação da consciência de um povo”. Nikolai sabe da importância dessa
construção, e da autoestima para a identidade cigana artística e cultural, o
fortalecimento da memória da existência do povo Romani, que o teatro Romen traz
como missão, já que foram os primeiros a ter um teatro profissional.
24 CIGANOS NA ESPANHA
O Leque é de origem oriental, entre China e Japão, bem como o xale. Ele
chega à Espanha por volta de 1821 (DONOSO, 2013) vindo das Filipinas, por isso o
nome Mantón de Manilla (Manilla, Capital das Filipinas).
O Leque surge nos séculos XVII a XX pelas elites européias a fim de menorar
o calor, além de se tornar um adorno para as mulheres. Além da Europa, foi feito
presença na Ásia, partes da África e da Oceania. Um nome português, abreviado em
“abano léquio” fazendo uma alusão às Ilhas Léquias, situadas ao Sul do Japão.
no século XVI pelos Portugueses foram levados os primeiros leques para suas
colônias da Ásia que começou o grande modismo.
24.1 O FLAMENCO
24.2 AS RUMBAS
Rumba Catalana ou à catalã: mais debochada e solta. Cataluna, catalão, que vem
da Catalunia. Começo do século 20. Peret surge em 1950, e estoura em 1960, é o
Rei da Rumba Catalã. O ritmo é rápido, e em determinadas momentos da música
ouve- se um som como um “ventilador”.
Rumba à Cubana: seus passos são realizados mais para “baixo”. Imita a briga dos
animais. A musicalidade mostra com instrumentos de percussão como o chocalho. O
modo de dançar também traz quase que uma peculiaridade que é o lenço, muitas
bailarinas usam esse lenço na Rumba Cubana, ou Rumba à cubana.
Rumba Flamenca ou Gitana: tem esse nome por uma definição geográfica, é a
rumba mais próxima do Flamenco.
134
Rumba com acessórios cênicos: podemos usar abanico, pericón, xale, mantón,
lenço, sombrero (chapéu de asa dura).
24.3 ZAMBRA
25 CIGANOS NO BRASIL
1549, a então colônia do Brasil passou a ser uma opção de destino para essa
degredação.
“Eu El Rey faço saber aos que este Alvará virem que por se ter entendido o grande
prejuízo e inquietação que se padece no Reino com uma gente vagabunda que com
o nome de siganos andam em quadrilhas vivendo de roubos enganos e embustes
contra o serviço de Deus e meu, Demais das ordenações do Reino, por muitas leis e
provisões se procurou extinguir este nome e modo de gente vadia de siganos com
prizones e penas de asoutes, degredos e galés, sem acabar de conseguir; e
ultimamente querendo Eu desterrar de todo o modo de vida e memória desta gente
vadia, sem assento, nem foro, nem Parochia, sem vivenda própria, nem officio mais
que os latrocínios de que vivem, mandey que em todo Reyno fossem prezos e
trazidos a esta cidade, onde serião embareados e levados para servirem nas
conquistas divididos.
(MENINI, 201 APUD COELHO, 1892 (pág 12)): COELHO, Francisco Adolfo. Os
ciganos de Portugal com um estudo sobre o calão. Lisboa: Imprensa Nacional, 1892.
21 Lei XXIII de 1538. Volume: Capitulo de cortes e leys que se sobre os siganos
fezeram. Disponível em: COELHO, Francisco Adolfo. “Apendice documental” In:
______. Os ciganos de Portugal com um estudo sobre o calão, 1892. 22 ANTT.
Decreto de 15 de fevereiro de 1549. Maço 82, Doc. 52, N° 10665
Trecho do documento que proibia os Ciganos no Reino (D. João V)- Fonte: Anexo da Aula: “Ciganos
no Brasil” Curso de Aprofundamento em Danças Ciganas (APDC) Lady Agatha, SP, 2020.
139
1718: João V usou uma forma de exposição pública e a fim de usar um status
criminoso para os ciganos em que foi deportado acorrentados mostrando à que via a
cena o esforço do Reino pelo controle social contra os ciganos (TEIXEIRA, 2009
apud DONAVAN, 1992). Essa ordenação imediata foram de 50 homens, 40
mulheres e 3 crianças que estavam detidos na prisão municipal de limoeiro.
Séc. XVII (fins): mostra a presença dos ciganos logo após as descobertas nas Minas
de Ouro em MG. Porém foi a partir de 1718 que diversas famílias ciganas foram
juntas para Minas, entretanto a presença deles só é documentada no início do
Século XVIII.
1726: São solicitadas medidas contra ciganos a fim de serem retirados dentro de 24
horas sob a pena de serem presos em São Paulo. A alegação de andarem com
jogos e outros perturbações. Em 1760 também em São Paulo, vereadores se
reúnem para pedir que se retirem num prazo de 24 horas da cidade cuja alegação é
142
que esses homens, essas mulheres e suas crianças vieram de Minas Gerais com
queixas de desagrado, e com expulsão por más condutas. E a história continua
como diz Teixeira, 2009, de MG para SP. De SP para o RJ, que expulsa para o
Espírito Santo, que a expulsa para Bahia, onde são novamente expulsos para Minas
Gerais, e assim sucessivamente.
Interior de uma habitação de ciganos, em trabalho de Jean Debret Novo Milênio: Histórias e Lendas
de Santos: Ciganos inspiram estudo universitário em 2010 (novomilenio.inf.br)
Ciganos Calón em trajes tradicionais Como os povos ciganos ajudaram a construir a identidade
brasileira - DiversEM - Estado de Minas.
“os ciganos são múltiplos e unos. Nenhum cigano conhece todos os detalhes
da identidade em que está inserido. Tal como não conhece o espaço cultural que o
comporta, não sabendo, pois ler todo o seu ‘mapa cultural’ (...). Cada cigano é
portador de um conjunto singular de elementos dessa identidade, embora não haja
uma noção de individualidade tal como no mundo ocidental” (Ciganos no Brasil: 22).
diversidade cultural também brasileira. E cada família irá levar sua própria
peculiaridade cultura passada de família para família.
Aluízio e sua família, todos ciganos da etnia Calón Fonte: Como os povos ciganos ajudaram a
construir a identidade brasileira - DiversEM - Estado de Minas
26 CONCLUSÃO
Fui uma criança que passou boa parte com a minha avó, então posso dizer
que tenho muitas histórias de família para contar, entre elas de que quando Gibran
chegou ao Brasil, trocaram seu nome por Gabriel. Dados que anos depois pude
reconhecer com verídicos ao ver no túmulo da família escrito em visita ao cemitério
Francisco Xavier, mais conhecido como “Cemitério do Cajú, no Rio de Janeiro. Foi
na construção do presente trabalho que pude também adentrar maiores detalhes de
sua origem no Consulado do Líbano no Rio de Janeiro, em que há o cadastro dos
primeiros libaneses que vieram para o Brasil.
Ele chegou até aqui com um montante em dinheiro que deu para montar um
comércio no Saara, bairro em que se reúnem muitos árabes no Rio de Janeiro. Até
então foi essa a história ágrafa passada pela minha avó, na construção do trabalho
fui pesquisando sobre a diáspora libanesa e encontrando muitas informações e
fatos, unindo a informações de família e de história que mostro a seguir.
Minha avó conta que conheceu minha teravó Edwiges e se casaram. Tiveram
seis filhos. De fato os dados do consulado mostram que o nome da esposa e seis
filhos, confirmando a versão da minha avó. Esses seis filhos são: Demétrio, João,
Jorge, José, Alberto, e Rosa Mamari (minha bisavó). O que confirmam essas
147
Rosa Mamari casou com Edward Lacerda Freire e tiveram 4 filhas: Lourdes
Maria Freire Mamari (minha avó); Cele; Sônia e Wanda. E o sobrenome Mamari aqui
nesse caso se perdeu, perpetuando nesse núcleo, os “Freires”. Minha avó casou-se
com Máximo do Amaral, deixando de ser Mamari.
E aqui conto toda essa história familiar para dizer que sempre tive uma
vontade enorme de descobrir sobre minhas raízes orientais, porém nunca tinha
justificativa aparente para tal. Ao realizar o estudo profundo da etnia cigana, me veio
o desejo de entender também a minha própria história. E os ciganos têm isso de
fantástico porque percorrem o mundo, então podemos conhecer um pouco de cada
parte, não necessariamente específica, mas aquela parte até mesmo próxima, como
no meu caso, que escolhi a Turquia na esperança de conhecer certa familiaridade.
Conversando com minha mãe, ela relata inclusive que Gabriel Mamari
gostava de deixar bem claro que ele era “sírio- libanês”. Curiosa essa ênfase em
se declarar de determinado grupo certo?!
Em BERCITO, 2021 (Brimos: Imigração Sírio- Libanesa no Brasil) conta-nos
que a vinda dos povos Árabes começou no século 19, e trouxe 10 milhões de árabes
para o Brasil. Diferente do que o brasileiro costuma pensar sobre o estereótipo
“árabe rico e comerciante” (MEIHY, 2021) nesse período muitos imigrantes vieram
para o Brasil na esperança de enriquecer acreditando que aqui era a América,
muitos até por engano, pois compraram passagens para os EUA, e chegaram no
148
Porto de Santos- SP, vindo a saber que era o Brasil. A intenção deles era fazer
algum dinheiro e voltar para sua pátria libanesa, porém nem todas as histórias foram
conforme seus planos.
Em sua terra de origem, era de costume as plantações de azeitonas, trigo,
tabaco, porém ao ver o sofrimento dos imigrantes italianos e japoneses daqui já
desgastados, e muitos até endividados, decidiram de uma maneira mais rápida de
fazer dinheiro a fim de voltar para o Líbano, o comércio. E assim surge a idéia de
comprar caixas de madeira, transportando produtos para vendas nas ruas, o que
ficou conhecido como os primeiros “caixeiros viajantes”(sic). Começando assim, as
primeiras lojas, os primeiros núcleos árabes de comércios foram se formando no
Brasil exclusivamente, assim como esfiha de frango, já que no Líbano não é uma
tradição (MEIHY, OSMAN, BERCITO, 2021 - Ciclo Diáspora: Os libaneses na
formação do Brasil, live no Yutube organizada pela editora Tabla) mostram essas
diferenças e essa história da vinda dos árabes para o Brasil.
Sabendo dessa habilidade comerciante que os sírios e os libaneses criaram
no Brasil, liga- se ao fato da profissão dos seis filhos de Gibran serem alfaiates.
Costumeiramente, associam o comércio de tapetes ao árabe... Bisavó Rosinha
sustentou suas filhas com sua máquina Singer.
Para se fazer danças ciganas, precisa de fato amar, não amar um pouquinho,
mas se aprofundar, criar casca, ferida, sofrer, e nesse curso, eu fiz tudo isso. Pensei
em desistir, pensei em não mais dançar essa dança, conheci, conversei com calons,
roms, fui para laboratórios de fato, e depois de todo esse aprofundamento ainda sim
digo que não aprendi tudo, ainda sou uma estudante em danças ciganas, pois
mesmo com DRT, mesmo me intitulando profissional, e sendo de fato na categoria,
sou aprendiz das danças, da cultura, da vida, da observação. Ponho-me nessa
observação fenomenológica, pois quando se trata de cultura aprendi com a Mestra
149
Foi um sonho de fato realizar essas aulas com Reyhan, pois a seguia nas
redes sociais, como um sonho distante, do tipo “quem sabe um dia, eu faço aula
com essa diva”. Há dois anos seguia ela, e sempre me identifiquei com a
personalidade ela, pois ela é extremamente carismática, espontânea, autêntica,
como eu também me identifico. Conversei com ela ao adicioná-la no instagram, e a
minha surpresa foi sua empatia, ao me seguir de volta, curtir meus posts, e
trocarmos mensagens sem pretensões profissionais da parte dela, como muitas
bailarinas fazem.
“Novela Salve Jorge” na TV Globo em 2012. Seu marido é músico e toca em show
enquanto Reyhan dança. Eles têm um grupo em que se apresentam em diversos
eventos e casamentos locais.
Para compor esse trabalho de conclusão de curso tentei ser o mais fidedigna
à cultura turca possível. O conceito de Fidedignidade é muito importante nas
Ciências Psicológicas em especial quando se tratam de instrumentos de Avaliação
Psicológica, e instrumentos como elaboração de instrumentos técnicos, como laudos
e perícias. Carreguei a mesma Fidedignidade (Característica ou qualidade
de fidedigno; AUTENTICIDADE: fidedignidade da narrativa
histórica: fidedignidade dos documentos apresentados [ Antôn.: infidedignidade;
falsidade. ] [F.: fidedigno + -(i)dade.] AULETE, 2022) para o presente trabalho em
términos de figurino, música, dança, historicidade dos fatos, entrevistas, dados,
assim tendo respeito e amor na prática ao Povo Cigano na prática como
aprendizado desses anos de estudo nesse APDC.
Tivemos aulas particulares, pude nesse contato com Reyhan tirar dúvidas
sobre figurinos, sobre os movimentos nas danças, e em uma das aulas até participar
de um documentário em que ela estava participando dirigido por um italiano.
Mas essas questões serão tratadas quem sabe em breve em outro trabalho.
Por fim, fica a reflexão de que mesmo com todas as dificuldades o povo cigano
resiste e existe de fato, e que os cenários de pobreza e invisibilidade serão mudados
na raiz, no cerne da questão quando poderemos ficar satisfeitos de vê-los cada dia
mais com sua voz, e seu espaço.
Estudar Danças ciganas, sua musicalidade, seus figurinos se tornam algo que
necessita dedicação, empenho, e amor, pois só quem aprofunda é que sabe o
152
trabalho, e a engenhosidade que dá, e todo o percurso sociohistórico que cada povo
detalhou ao longo dos séculos. Por fim, meu minha enorme Gratidão a todo
aprendizado até aqui.
153
REFERÊNCIAS
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no primeiro Congresso Romani Mundial. Disponível em:
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