Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
entre o ser humano e a sociedade, com os braços abertos, simbolizando a inclusão de pessoas
de Informações Públicas da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, para
*Fonte: Luiz Alexandre Souza Ventura. Matéria do Jornal Estadão - 10 de agosto de 2015
Blog Vencer Limites. ’A Acessibilidade’ (The Accessibility). Imagem: Reprodução.
3
com o desenho de VITRUVIUS, arquiteto romano do século 1 a.C., que teve sua fama derivada
Tal estudo nos faz refletir sobre o que deveriam ser as dimensões ideais para uma figura
Esboço de Leonardo da
Vinci com as proporções
ideais do corpo humano
de acordo com o capítulo
XX do livro Vitruvius
“De Archictetura”
Após mais de uma década de tramitação no Congresso Nacional do projeto de Lei do então
Deputado Federal Paulo Paim, em julho de 2015, foi sancionado o Estatuto da Pessoa com Deficiência,
chamado de Lei Brasileira de Inclusão (Lei n.º 13.146/2015). Essa lei, cuja importância é imensa,
destina-se a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das
liberdades fundamentais das pessoas com deficiência, garantindo sua inclusão social e cidadania.
Lei 13.146/2015, art.1°- “É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto
da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o
exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando a sua
inclusão social e cidadania”.
Essa lei passou a vigorar a partir de janeiro de 2016, e vem a afirmar que cerca de 45 milhões de
brasileiros, com algum grau de deficiência, possam ter autonomia para exercer os atos da vida civil,
bem como outros direitos garantidos por lei e também pela Convenção da ONU sobre Direitos das
Pessoas com Deficiência, a qual foi aprovada por meio do Decreto Legislativo n.º 6.949/2009, o qual
seguiu os trâmites do § 3º do art. 5º da Constituição, de sorte a lhe garantir a condição de Emenda
Constitucional.
Entre as novidades da Lei Brasileira de Inclusão, houve modificação na Lei de Improbidade
Administrativa, Lei n.º 8.429/1992, a qual passou a prever em seu artigo 11, XI, como ato de
improbidade administrativa “deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos
na legislação”. Esse talvez seja um dos alicerces do fortalecimento dessa lei, na medida em que o
descumprimento acarretará, nos termos do artigo 12, III, da Lei de Improbidade Administrativa, o dever
de ressarcimento integral do dano, se houver, a perda da função pública, a suspensão dos direitos
políticos de três a cinco anos, o pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
Lei n° 8.429/92, art. 11, inciso IX - “Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, e notadamente: (...) passa a vigorar acrescido
do seguinte inciso IX - “deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos em
legislação” (NR).
A fim de dar continuidade às medidas necessárias para a implementação dessa lei, em setembro de
2015, a Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, publicou a nova NBR 9050/2015, atualizando
a antiga norma e entregando para a sociedade um novo material que visa a atender a realidade
brasileira, conforme a própria lei estatui.
Norma técnica é, portanto, um conjunto de critérios estudados de forma a serem usadas como regras.
No caso da NBR 9050/2105, essa norma trata da acessibilidade às edificações, mobiliários, espaços e
equipamentos urbanos, onde são usados parâmetros técnicos que devem ser obedecidos em projetos,
construções e instalações, a fim de assegurar as condições mínimas de acessibilidade aos direitos do
livre acesso de todos os cidadãos.
A NBR 9050/2015, revisada, apresenta o conceito do Desenho Universal como um dos maiores
diferenciais dessa nova versão, propondo uma arquitetura mais concentrada no ser humano e na
sua diversidade. Ou seja, as edificações, os mobiliários e os equipamentos urbanos que vierem a ser
projetados, assim como reformas e ampliações deverão atender à norma para serem considerados
acessíveis, e serão estabelecidos critérios para o atendimento a um número maior de usuários,
proporcionando uma melhor ergonomia para todos. Assim, os espaços, objetos e produtos poderão
ser utilizados por pessoas com diferentes capacidades, tornando-se ambientes iguais para todos.
6
Lei 13.146/2015, art.56, § 1° - “As entidades de fiscalização profissional das atividades de Engenharia,
de Arquitetura e correlatas, ao anotarem a responsabilidade técnica de projetos, devem exigir a
responsabilidade declarada de atendimento às regras de acessibilidade previstas em legislação e
em normas técnicas pertinentes.”
Esse material poderá servir para a aplicação e verificação das normas técnicas relativas ao que
preconiza a nova norma. Nessa primeira Cartilha, foram respondidas questões relativas às calçadas,
chamadas formalmente de passeios destinados ao uso público. A escolha desse tema se justifica pela
sua importância, na medida em que as calçadas são essenciais para a inclusão de todo cidadão, pois a
adequação da sua estrutura às normas de acessibilidade permitirá o deslocamento de forma igualitária
de toda a sociedade, garantindo o direito constitucional de ir e vir. Abaixo, foram apresentadas as
principais dúvidas sobre o tema, com as respostas sugeridas pelo CAU/RS:
5. E o que devo obedecer para atender a Norma 9050/2015 nas questões pertinentes aos
passeios públicos (calçadas)? Respondendo às questões abaixo, poderá, imediatamente, o usuário
deste material facilitador, identificar a situação de seu passeio público (calçada) e no que deverá
atender para ficar adequado à NBR 9050/2015, mas primeiro é preciso entender o que é um passeio
público (calçada):
Lei 10.098/2000, art.3°, que passa a vigorar com a seguinte alteração pela Lei Brasileira de Inclusão:
“O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos parques e dos demais espaços de uso
público deverão ser concebidos e executados de forma a torná-los acessíveis para todas as pessoas,
inclusive para aquelas com deficiência ou mobilidade reduzida. Parágrafo único: passeio público,
elemento obrigatório de urbanização e parte da via pública, normalmente segregado e em nível
diferente, destina-se somente à circulação de pedestres e, quando possível, à implantação de
mobiliário urbano e vegetação.” NR
1. Com este material em mãos, defina o local onde desejas fazer a verificação de acessibilidade e o
identifique. É preciso identificar se será necessária a realização de outras análises em outros locais ou
se será imperiosa outra verificação no mesmo endereço.
2. Com uma folha anexa, analise e anote, respondendo afirmativa ou negativamente se as condições
verificadas de acessibilidade atendem aos questionamentos.
3. Se existir alguma dúvida, anote no campo de observações para depois ser revisado segundo as
especificações da NBR 9050/2015.
4. Se a anotação for positiva, estará em conformidade com o que especifica a NBR 9050/2015.
5. Se a resposta for negativa, obviamente não estará em conformidade, então, adote medidas de
correção, verificando junto à NBR 9050/2015 e adotando as recomendações e medidas técnicas.
6. Se a resposta for “não existe”, coloque no campo de observações e deverá ser verificado se esta
necessidade é obrigatória, diretamente junto a NBR 9050/2015.
10
11
12
E. Dos obstáculos:
qualquer tipo de mobiliário (caixas de coleta, lixeiras,
telefones públicos e outros) na rota acessível com altura
entre 60 cm até 2,10 m do piso podem representar
riscos para as pessoas com deficiência visual.
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
Calçada: parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, não destinada à circulação
de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário,
sinalização, vegetação, placas de sinalização e outros fins.
Faixa elevada: elevação do nível do leito carroçável composto de área plana elevada, sinalizada com
faixa para travessia de pedestres e rampa de transposição para veículos, destinada a nivelar o leito
carroçável às calçadas em ambos os lados da via.
25
2. Faixa Livre ou Passeio: destina-se exclusivamente à circulação de pedestres, deve ser livre
de qualquer obstáculo, ser contínua entre lotes e ter no mínimo de 1,20 m.
3. Faixa de Acesso: consiste no espaço de passagem da área pública para o lote. Esta faixa é
possível apenas em calçadas com largura superior a 2,00 m. Serve para acomodar a acesso aos
lotes lindeiros (de vizinhança).
Guia de balizamento: elemento edificado ou instalado junto aos limites laterais das superfícies de
piso destinado a definir claramente os limites da área de circulação de pedestres.
26
Mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos
ou adicionados aos elementos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modificação ou
seu traslado não provoque alterações substanciais nesses elementos, como semáforos, postes de
sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de água,
lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga.
Passeio público: parte da calçada ou da pista de rolamento, neste último caso, separada por
pintura ou elemento físico, livre de interferências, destinada à circulação exclusiva de pedestres e,
excepcionalmente, de ciclistas.
Piso tátil: sinalização tátil e visual no piso, contrastante em relação ao piso adjacente, utilizado
para informar à pessoa com deficiência visual sobre a existência de desníveis ou situações de risco
permanente pode ser do tipo alerta e direcional.
27
Piso tátil direcional: piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relação ao piso adjacente,
destinado a constituir alerta ou linha-guia, servindo de orientação, principalmente, às pessoas com
deficiência visual ou baixa visão. São de dois tipos: piso tátil de alerta e piso tátil direcional.
Rota acessível: trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecte os ambientes externos ou
internos de espaços e edificações, e que possa ser utilizada de forma autônoma e segura por todas
as pessoas, inclusive aquelas com deficiência e mobilidade reduzida. A rota acessível pode incorporar
estacionamentos, calçadas rebaixadas, faixas de travessia de pedestres, pisos, corredores, escadas e
rampas, entre outros.
28
29
30
atendimento@caurs.gov.br
Telefone 51.3094-9841
Rua Dona Laura nº 320, 14º bairro Rio Branco
Porto Alegre, RS CEP 90430-090