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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3

1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ................................................................. 4

2 CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO LEI 9.503, DE 23 DE SETEMBRO


DE 1997.... .................................................................................................................. 5

2.1 Sistema Nacional de trânsito ................................................................ 7

2.2 Contran................................................................................................. 8

2.3 Cetran ou Contrandife ........................................................................ 11

2.4 Jari...................................................................................................... 11

2.5 Órgão Máximo Executivo de Trânsito da União (DENATRAN) .......... 12

2.6 PRF – Polícia Rodoviária Federal ...................................................... 13

2.7 Órgãos Executivos Rodoviários ......................................................... 15

2.8 Órgãos Executivos de Trânsito Municipais ......................................... 17

2.9 Normas Gerais de Circulação e Conduta ........................................... 19

3 OS CRIMES NO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO ........................ 36

3.1 Punições do crime de trânsito ............................................................ 41

4 BIBLIOGRAFIA: ....................................................................................... 42
INTRODUÇÃO

Prezado aluno,

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!
1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

Desde tempos muito remotos existe a circulação de pessoas por toda a parte,
a partir da necessidade de se locomover e a modernização da ciência, houve a
evolução do trânsito que hoje se conhece.
No Brasil não foi diferente a circulação de pessoas permitiu a locomoção das
pessoas de um lugar para outro, fazendo com que surgisse a necessidade que de
alguma forma houvesse um controle dessa circulação, entretanto no caso do Brasil, o
trânsito sofreu influência europeia.
De acordo com o que leciona ALMEIDA (2012) essa influência europeia pode
ser vista até os dias atuais, nas práticas e técnicas de controle de trânsito, as quais
pode-se perceber nas grandes metrópoles e rodovias nacionais.
Na ocupação do Brasil por Portugal, começou a surgir a necessidade da
circulação de pessoas, cargas e animais, o autor supracitado menciona que a
evolução do trânsito no Brasil ocorreu de forma gradativa, pois a medida que as
necessidades iam surgindo, ia se ampliando as formas de locomoção.
Apenas no séc. XIX é que surgiram os primeiros veículos, a exemplo do trem e
automóveis que ampliaram a circulação fazendo com que as primeiras normas de
trânsito viessem a ser editadas.
O autor ainda menciona que no final do séc. XX os automóveis se tornaram
uma verdadeira febre, a partir da produção em série de veículos automotores que
transformou o trânsito no Brasil criando assim a necessidade de melhoria na qualidade
das vias bem como a normatização da circulação.
Assim no início da década de 1910 se fez necessária uma grande quantidade
de normas com o intuito de regular o trânsito brasileiro, ou seja, toda a circulação no
país.
Não obstante a partir de então a preocupação com o trânsito, bem como as
normas que o regulamenta continua a ser relevante, pelo motivo de que o trânsito
representa um índice elevado de mortalidade não só no Brasil, mas no mundo todo.

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ALMEIDA (2012) comenta ainda que mobilidade e risco são conceitos que
andam juntos, e desafiam a capacidade de administração dos governantes que cada
vez mais buscam soluções eficazes para esse problema.
O autor supracitado ainda menciona que em 1928 o primeiro conjunto de
normas de trânsito organizada foi apresentada à sociedade brasileira, com o intuito
de controlar as ações de risco na circulação de bens e pessoas.

Com o primeiro Código de Trânsito, em 1941, o Brasil iniciou uma caminhada


incessante na busca da melhoria da qualidade de vida no trânsito e a
evolução foi ocorrendo com o Código Nacional de Trânsito em 1966, sua
regulamentação em 1968 e agora com o Código de Trânsito Brasileiro de
1997, que é o objeto principal desta obra. (ALMEIDA. p. 2, 2012)

Dessa forma a lei de trânsito brasileira passa por alterações ainda nos dias
atuais a exemplo de uma alteração recente que entrou em vigor alguns dias antes
dessa apostila ser editada.

2 CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO LEI 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE


1997

A Constituição Federal de 1988 traz em seu art. 5º (...) XII – é livre a locomoção
no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; (...). (BRASIL, 1988)
Entretanto esse limite não pode ultrapassar os limites a ponto de interferir nos
direitos de outros, ou seja, o direito à liberdade é constitucional, porém é um direito
que se encontra limitado pelo bem comum, de forma que o interesse da sociedade
prevalece sobre o interesse do indivíduo.

As vias de uso comum são propriedade pública e a todos servem para


locomoção, devendo ser esse direito garantido pelo Estado, que, para poder
proporcionar seu uso regular e igualitário, deve impor regras delimitadoras de
procedimento e comportamento. A elas se equiparam também as vias de uso
restrito, porém coletivo, ou seja, as que não são destinadas ao uso de toda a
população, mas apenas a certa parcela de usuários, como, por exemplo, as
vias internas de condomínios compostos por unidades isoladas. (ALMEIDA,
p. 3. 2012)

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Assim, visando regulamentar o direito de ir e vir surge o Código de Trânsito
Brasileiro, que vem limitar o direito de locomoção nas vias públicas, bem como a
circulação de pessoas, veículos, instrumentos de transporte.
Conforme mencionado anteriormente antes da existência do Código de trânsito
brasileiro já existiam outras codificações idênticas, além de várias normas isoladas
que tratavam desse assunto de forma pontual.
Assim o caput do art. 1º do CTB define sua competência, ou seja, sua
abrangência legal, de forma a submeter as suas regras todo o trânsito terrestre nas
vias de circulação nacional.
O art. 22 da Constituição Federal de 1988 prevê que: Compete privativamente
à União legislar sobre: (...) XI – trânsito e transporte; (...). (BRASIL, 1988)
Ainda de acordo com ALMEIDA (2012) com o surgimento da Lei nº 9.503/1997
o código abandona a definição da tutela dos espaços designados vias públicas no
Código Nacional de Trânsito, pois passa a regular também o uso de certas vias
privadas ou localizadas em propriedades privadas. Disso decorre a nova
denominação “vias abertas à circulação.
Ainda assim o art. 2º caput: São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as
avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que
terão seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas,
de acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias especiais.
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias
terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias internas pertencentes aos
condomínios constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de
estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo. (Redação dada
pela Lei nº 13.146, de 2015)

A movimentação e imobilização de veículos, pessoas e animais com


segurança é erigida pelo Código à condição de direito de todos. A
responsabilidade pelas medidas necessárias para se obter a segurança
garantida é atribuída aos organismos estatais componentes do Sistema
Nacional de Trânsito, sejam eles da administração direta ou indireta. Assim
sendo, o Estado como um todo passa a ser responsável pela integridade
física, pela saúde e pela vida dos usuários do sistema viário do País.
(ALMEIDA, p. 7 e 8. 2020)

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Os representantes do poder público, para efeito da responsabilidade são os
órgãos componentes do Sistema Nacional de Trânsito, onde, cada um dentro de seus
limites de competência, devem estar integrados entre si para a solução dos problemas
comuns, desse modo, essa integração é obrigatória devendo ser promovida pelo
Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN e pelo Departamento Nacional de
Trânsito – DENATRAN, que é o órgão máximo executivo de trânsito da União.

2.1 Sistema Nacional de trânsito

Fonte: GONÇALO, p. 24. 2021.

O art. 5º, caput, do CTB traz o conceito de Sistema Nacional de Trânsito – SNT,
versando assim: O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos e entidades
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem por finalidade o
exercício das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa,
registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de
condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento,
fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades.
(BRASIL, 1997)
Não obstante o STN tem três objetivos básicos conforme prevê o art. 6º do
CTN: I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas à
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segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa ambiental e à educação para o trânsito, e
fiscalizar seu cumprimento;
II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização de critérios
técnicos, financeiros e administrativos para a execução das atividades de trânsito;
III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de informações entre os
seus diversos órgãos e entidades, a fim de facilitar o processo decisório e a integração
do Sistema. (BRASIL, 1997)
Assim para que estes três objetivos sejam alcançados existem alguns órgãos
e entidades que foram criados:

O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), órgão coordenador do Sistema e


órgão máximo normativo e consultivo.
Os Conselhos Estaduais de Trânsito (CETRAN) (no DF é CONTRANDIFE), órgãos
normativos, consultivos e coordenadores.
Os órgãos executivos de trânsito (DENATRAN da União, DETRAN dos Estados
e dos Municípios).
Os órgãos executivos rodoviários (DNIT da União e DER dos Estados e dos
Municípios).
A Polícia Rodoviária Federal (PRF).
As Polícias Militares.
As Juntas Administrativas de Recursos de Infrações (Jari).
O Presidente da República designará o ministério ou órgão responsável pela
coordenação máxima do SNT. O Contran estará vinculado a este e o Denatran
(órgão máximo executivo de trânsito da União), subordinado.

2.2 Contran

A partir do art. 9º do CTN encontra-se as normativas relacionadas ao COTRAN,


diz que o Presidente da República é que deverá designar qual Ministério ou órgão que
será responsável pela coordenação máxima do SNT, que estará vinculado ao
CONTRAN.

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A competência do CONTRAN foi alterada pela Lei nº 14.071/2020 e institui:

Ministro de Estado da Infraestrutura (Presidente).


Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Ministro de Estado da Educação.
Ministro de Estado da Defesa.
Ministro de Estado do Meio Ambiente.
Ministro de Estado da Saúde.
Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública.
Ministro de Estado das Relações Exteriores.
Ministro de Estado da Economia.
Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Observa-se ainda que conforme versa o art. 9º do CTN em seu § 4º: Os


Ministros de Estado deverão indicar suplente, que será servidor de nível hierárquico
igual ou superior ao nível 6 do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS
ou, no caso do Ministério da Defesa, alternativamente, Oficial-General. (BRASIL,
2020)
Bem como o que diz o § 5º: Compete ao dirigente do órgão máximo executivo
de trânsito da União atuar como Secretário-Executivo do Contran. (BRASIL, 2020)
Ainda o § 6º institui: O quórum de votação e de aprovação no Contran é o de
maioria absoluta. (BRASIL, 2020)
O artigo 12 do Código Tributário Nacional traz elencado às competências do
CONATRAN, não iremos detalhar todas, mas vale destacar aqui as principais:

Estabelecer normas regulamentares referidas neste Código e as diretrizes da


Política Nacional de Trânsito.
Criar Câmaras Temáticas.
Zelar pela uniformidade e pelo cumprimento das normas contidas neste Código e
nas resoluções complementares.

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Estabelecer e normatizar os procedimentos para o enquadramento das condutas
expressamente referidas neste Código, para a fiscalização e a aplicação das
medidas administrativas e das penalidades por infrações e para a arrecadação das
multas aplicadas e o repasse dos valores arrecadados; (Alterado pela Lei n.
14.071/2020).
Responder às consultas que lhe forem formuladas, relativas à aplicação da
legislação de trânsito.
Dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no âmbito da União,
dos Estados e do Distrito Federal.

A Lei n. 14.071/2020 retirou essa competência do CONATRAN, assim ele não


mais julga recursos em 2ª instância.
O art. 13 do CTN menciona em relação as câmaras temáticas que: As Câmaras
Temáticas, órgãos técnicos vinculados ao CONTRAN, são integradas por
especialistas e têm como objetivo estudar e oferecer sugestões e embasamento
técnico sobre assuntos específicos para decisões daquele colegiado.
§ 1º Cada Câmara é constituída por especialistas representantes de órgãos e
entidades executivos da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios,
em igual número, pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito, além de
especialistas representantes dos diversos segmentos da sociedade relacionados com
o trânsito, todos indicados segundo regimento específico definido pelo CONTRAN e
designados pelo ministro ou dirigente coordenador máximo do Sistema Nacional de
Trânsito.
§ 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no parágrafo anterior, serão
representados por pessoa jurídica e devem atender aos requisitos estabelecidos pelo
CONTRAN.
§ 3º A coordenação das Câmaras Temáticas será exercida por representantes
do órgão máximo executivo de trânsito da União ou dos Ministérios representados no
Contran, conforme definido no ato de criação de cada Câmara Temática. (BRASIL,
2020)

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2.3 Cetran ou Contrandife

O CETRAN ou CONTRANDIFE, não foi alterado pela Lei n. 14.071/2020, mas


é um órgão que se encontra elencado no CTB e que merece uma atenção sua
competência se encontra elencada no art. 14 do Código de Trânsito Brasileiro, assim
são de competência do CETRAN ou CONTRANDIFE:

Cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito das


respectivas atribuições.
Elaborar normas no âmbito das respectivas competências.
Responder a consultas relativas à aplicação da legislação e dos procedimentos
normativos de trânsito.
Indicar um representante para compor a comissão examinadora de candidatos
portadores de deficiência física à habilitação para conduzir veículos automotores.
Dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no âmbito dos
Municípios.

Vale ressaltar que o CETRAN ou CONTRANDIFE possui também funções de


coordenação e normatização as quais ficam restritas as circunscrições e
competências, devem ainda os presidentes dos CETRAN ou CONTRANDIFE ser
nomeado pelos governadores e deverão ter experiência em matéria de trânsito.

2.4 Jari

O art. 16 do CTB, institui a respeito da JARI - Juntas Administrativas de


Recursos de Infrações, a qual em seu art. 17 traz a competência da JARI:

Julgar os recursos interpostos pelos infratores.


Solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários
informações complementares relativas aos recursos, objetivando uma melhor
análise da situação recorrida.

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Encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários
informações sobre problemas observados nas autuações e apontados em recursos,
e que se repitam sistematicamente.

As JARIS deverão funcionar junto à PRF de acordo com o CTB, assim o


funcionamento das JARI na PRF foi estabelecido por resolução do CONTRAN, apesar
de não haver previsão expressa sobre tal funcionamento.

2.5 Órgão Máximo Executivo de Trânsito da União (DENATRAN)

O art. 19 do CTB vai trazer algumas competências do órgão máximo da União


que é o denominado DENATRAN, são eles:

Cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a execução das normas e


diretrizes estabelecidas pelo Contran, no âmbito de suas atribuições.
Proceder à supervisão, à coordenação, à correição dos órgãos delegados, ao
controle e à fiscalização da execução da Política Nacional de Trânsito e do
Programa Nacional de Trânsito.
Articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais de Trânsito, de Transporte e de
Segurança Pública, objetivando o combate à violência no trânsito, promovendo,
coordenando e executando o controle de ações para a preservação do ordenamento
e da segurança do trânsito.
Supervisionar a implantação de projetos e programas relacionados com engenharia,
educação, administração, policiamento e fiscalização do trânsito e outros, visando
à uniformidade de procedimento.
Expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional de Habilitação, os Certificados
de Registro e o de Licenciamento Anual mediante delegação aos órgãos executivos
dos Estados e do Distrito Federal.

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Coordenar a administração do registro das infrações de trânsito, da pontuação e
das penalidades aplicadas no prontuário do infrator, da arrecadação de multas e do
repasse de que trata o § 1º do art. 320.
Elaborar, juntamente com os demais órgãos e entidades do Sistema Nacional de
Trânsito, e submeter à aprovação do Contran a complementação ou alteração da
sinalização e dos dispositivos e equipamentos de trânsito.
Organizar, manter e atualizar o Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC).
(Incluído pela Lei n. 14.071/2020).

O DENATRAN é um órgão executivo cuja competência possui um vínculo de


execução com algum tipo de atividade, assim responsável por manter todos os
registros nacionais, veículos, habilitações, infrações e por emitir todos os documentos,
mediante delegação aos órgãos estaduais, assim ficando a novidade por conta da
criação do Registro Nacional Positivo de Condutores.
Observa-se que os órgãos delegados mencionados anteriormente são
justamente os que emitem documentos, ou realizam procedimentos por delegação do
Denatran.
De forma que o DENATRAN ainda pode executar uma intervenção, com
aprovação do CONTRAN, em órgãos executivos estaduais que estejam com alguma
deficiência técnica ou legal, assumindo a execução total ou parcial das atividades até
que as irregularidades sejam sanadas.

2.6 PRF – Polícia Rodoviária Federal

O art. 20 do CTB traz a competência da Polícia Rodoviária Federal, no âmbito


das rodovias e estradas federais, são elas:

Cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas


atribuições.

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Realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a
segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem, a incolumidade das
pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros.
Executar a fiscalização de trânsito, aplicar as penalidades de advertência por escrito
e multa e as medidas administrativas cabíveis, com a notificação dos infratores e a
arrecadação das multas aplicadas e dos valores provenientes de estadia e remoção
de veículos, objetos e animais e de escolta de veículos de cargas
superdimensionadas ou perigosas. (Alterado pela Lei n. 14.071/2020).
Efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos serviços de
atendimento, socorro e salvamento de vítimas.
Credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança
relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de carga
indivisível.
Assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão
rodoviário a adoção de medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento das
normas legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo a interdição de
construções e instalações não autorizadas.
Coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suas
causas adotando ou indicando medidas operacionais preventivas e encaminhando-
os ao órgão rodoviário federal.
Implementar as medidas da Política Nacional de Segurança e Educação de
Trânsito.
Promover e participar de projetos e programas de educação e segurança, de acordo
com as diretrizes estabelecidas pelo Contran.
Integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins
de arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência,
com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das
transferências de veículos e de prontuários de condutores de uma para outra
unidade da Federação.

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Fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos
automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de
dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos ambientais.
Aplicar a penalidade de suspensão do direito de dirigir, quando prevista de forma
específica para a infração cometida, e comunicar a aplicação da penalidade ao
órgão máximo executivo de trânsito da União. (Incluída pela Lei n. 14.071/2020).

Vale destacar que a PRF tem o termo patrulhamento como exclusivo devendo
garantir a circulação aos usuários, em relação as intervenções, ou seja, obras, a
demanda deve ser repassada ao órgão rodoviário.

2.7 Órgãos Executivos Rodoviários

Institui o art. 21, do CTB: Compete aos órgãos e entidades executivos


rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de
sua circunscrição:

Cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas


atribuições.
Planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de
animais e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas.
Coletar dados e elaborar estudos sobre os acidentes de trânsito e suas causas.
Arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e objetos e escolta
de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas.
Fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis,
relativas a infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem
como notificar e arrecadar as multas que aplicar.
Fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos
automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de
dar apoio às ações específicas dos órgãos ambientais locais, quando solicitado.

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Vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para transitar e
estabelecer os requisitos técnicos a serem observados para a circulação desses
veículos.
Aplicar a penalidade de suspensão do direito de dirigir, quando prevista de forma
específica para a infração cometida, e comunicar a aplicação da penalidade ao
órgão máximo executivo de trânsito da União. (Incluído pela Lei n. 14.071/2020).
Os órgãos rodoviários têm muitas competências parecidas com a PRF,
naturalmente, ambos trabalham em rodovias, logo a semelhança é inevitável. Fique
atento para não confundir os dois.
Cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito das
respectivas atribuições.
Realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação, de aperfeiçoamento, de
reciclagem e de suspensão de condutores e expedir e cassar Licença de
Aprendizagem, Permissão para Dirigir e Carteira Nacional de Habilitação, mediante
delegação do órgão máximo executivo de trânsito da União. (Atualizado pela Lei
n. 14.071/2020).
Vistoriar, inspecionar as condições de segurança veicular, registrar, emplacar e
licenciar veículos, com a expedição dos Certificados de Registro de Veículo e de
Licenciamento Anual, mediante delegação do órgão máximo executivo de trânsito
da União. (Atualizado pela Lei n. 14.071/2020).
Executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas administrativas
cabíveis pelas infrações previstas neste Código, excetuadas aquelas relacionadas
nos incisos VI e VIII do art. 24, no exercício regular do Poder de Polícia de Trânsito.
Comunicar ao órgão executivo de trânsito da União a suspensão e a cassação do
direito de dirigir e o recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação.
Criar, implantar e manter escolas públicas de trânsito, destinadas à educação de
crianças e adolescentes, por meio de aulas teóricas e práticas sobre legislação,
sinalização e comportamento no trânsito. (Incluído pela Lei n. 14.071/2020).

A ação do DETRAN fica restrita às áreas urbanas, devendo-se observar as


competências em âmbito administrativo, a exemplo da emissão de documento,

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vistorias, emplacamento, processo de suspensão e cassação etc., valendo destacar
que a fiscalização por parte do DETRAN será somente daquilo que não for
competência municipal.

2.8 Órgãos Executivos de Trânsito Municipais

Prevê o art. 24 do CTB em relação aos órgãos executivos de trânsito do


Municípios, os quais no âmbito de sua circunscrição tem o dever de:

Cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas


atribuições.
Planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de
animais e promover o desenvolvimento, temporário ou definitivo, da circulação, da
segurança e das áreas de proteção de ciclistas. Atualizado pela Lei n.
14.071/2020.
Executar a fiscalização de trânsito em vias terrestres, edificações de uso público e
edificações privadas de uso coletivo, autuar e aplicar as medidas administrativas
cabíveis e as penalidades de advertência por escrito e multa, por infrações de
circulação, estacionamento e parada previstas neste Código, no exercício regular
do poder de polícia de trânsito, notificando os infratores e arrecadando as multas
que aplicar, exercendo iguais atribuições no âmbito de edificações privadas de uso
coletivo, somente para infrações de uso de vagas reservadas em estacionamentos.
Fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis
relativas a infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem
como notificar e arrecadar as multas que aplicar.
Implantar, manter e operar sistema de estacionamento rotativo pago nas vias.
Planejar e implantar medidas para redução da circulação de veículos e reorientação
do tráfego, com o objetivo de diminuir a emissão global de poluentes.
Conceder autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de tração
animal.

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Aplicar a penalidade de suspensão do direito de dirigir, quando prevista de forma
específica para a infração cometida, e comunicar a aplicação da penalidade ao
órgão máximo executivo de trânsito da União. Incluído pela Lei n. 14.071/2020.
Criar, implantar e manter escolas públicas de trânsito, destinadas à educação de
crianças e adolescentes, por meio de aulas teóricas e práticas sobre legislação,
sinalização e comportamento no trânsito. Incluído pela Lei n. 14.071/2020.
Os órgãos municipais atuarão em áreas urbanas nos limites dos municípios.
Destaque para a autorização a veículos de propulsão humana e tração animal e a
implantação de medidas para a redução de circulação de veículos. Lembrando que
a fiscalização em âmbito municipal é exclusivamente relativa à circulação, parada e
estacionamento, excesso de peso, dimensões e lotação e emissão de poluentes.
Por fim, todos os órgãos executivos do Sistema Nacional de Trânsito podem
celebrar convênios entre si.
Os Municípios somente exercerão essas competências caso integrados ao Sistema
Nacional de Trânsito por meio de órgão ou entidade executivo de trânsito ou,
diretamente, por meio da prefeitura.

A Lei n. 14.071 de 2020 ainda transferiu a aplicação da suspensão do direito


de dirigir, quando se tratar de caso de infrações que possuam essa penalidade
específica, para os órgãos autuadores, dessa forma a Polícia Rodoviária Federal -
PRF, os órgãos rodoviários bem como os municipais, todos, receberam a inclusão
dessa competência.
Assim o órgão estadual DETRAN permanece responsável pela suspensão no
caso das próprias autuações como também pela soma de pontos.
Para finalizar as alterações relativas ao STN – Sistema Tributário Nacional, pela
Lei n. 14.071/2020, incluiu uma nova possibilidade de convênio, onde os agentes
policiais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão estabelecer
convênio com o órgão com circunscrição com o objetivo de lavrar autos de infração,
assim, infrações cometidas nas adjacências do Congresso Nacional ou locais sob sua
responsabilidade, quando estas comprometerem objetivamente os serviços ou
colocarem em risco a incolumidade das pessoas ou o patrimônio das respectivas
casas (art. 25-A).
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De forma que os agentes deverão receber treinamento específico, conforme
regulamenta o CONTRAN para poderem atuar na fiscalização de trânsito, assim o
Sistema Nacional de Trânsito se trata de um sistema burocrático.
Em relação as POLÍCIAS MILITARES, dos Estados e do Distrito Federal, o
CTB, teve todos os demais incisos bem como o § único vetado de forma que sua única
competência se trata de: III - executar a fiscalização de trânsito, quando e conforme
convênio firmado, como agente do órgão ou entidade executivos de trânsito ou
executivos rodoviários, concomitantemente com os demais agentes credenciados.
(BRASIL, 1997)

2.9 Normas Gerais de Circulação e Conduta

O capítulo III, do CTB, trata das Normas de Circulação de Conduta, ou seja, as


regras de comportamento no trânsito, vale mencionar que este capítulo trata de temas
específicos, a exemplo de um conjunto de normas relativas a ações ou omissões
requeridas no trânsito, de modo que essas normas vêm trazer que caso sejam
descumpridas acarretará uma infração específica.
Essa parte do CTB recebeu algumas mudanças, assim analisaremos aqui este
capítulo dando destaque aos artigos ou incisos que sofreram alteração.
Para iniciar o estudo o primeiro artigo do capítulo que trata das normas gerais
de circulação e conduta é o art. 26 do CTB que traz uma obrigação à omissão, ou
seja, o usuário deve abster-se das seguintes práticas:

 Ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos,


pessoas ou animais.

 Obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, depositando ou


abandonando objeto ou substância.

Em relação ao art. 27, observa-se uma norma que traz uma conduta que o
indivíduo deverá ter: antes de colocar o veículo em circulação, o condutor deverá
verificar a existência de boas condições de funcionamento dos equipamentos de uso
obrigatório e combustível suficiente.
19
O art. 28 também menciona uma conduta que o agente deverá ter em relação
ao seu veículo no momento em que o estiver conduzindo, assim, ele menciona que o
condutor deverá ter domínio do veículo, dirigir com atenção e cuidados indispensáveis
à segurança.
Já o art. 29 é mais extenso, farei breves comentários em relação ao artigo 29
dando destaque a parte que recebeu alteração pela Lei 14.071/2020., aconselho que
faça leitura do Código de Trânsito Brasileiro, caso tenha interesse de aprofundar no
assunto, pois para não ser enfadonha prefiro mencionar apenas as alterações havidas
no CTB daqui em diante.
Para começar o caput do art. 29 prevê que a circulação deverá ser feita pela
direita da via, havendo exceção nas vias onde houver sinalização diferenciada
permitindo o acesso pela via esquerda, isso quer dizer que, o lado esquerdo é a
contramão da via.
O inciso I, bem como suas alíneas do art. 29 do Código de trânsito brasileiro
prevê que existe uma distância segura entre um veículo e outro que deve ser
observada, além da distância entre o meio fio, ou a faixa branca da pista, ou o
chamado acostamento, que deve ser respeitada, bem como deve ser dada atenção
em relação as velocidades permitidas, especialmente, em casos em que as condições
climáticas desfavoreçam o transitar.
Já o inciso VII e suas alíneas devem receber bastante atenção pois o mesmo
foi alterado pela Lei nº 14.071/2020, vou transcrevê-lo para depois fazer um breve
comentário:
VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia,
os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade no
trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de
urgência, de policiamento ostensivo ou de preservação da ordem pública, observadas
as seguintes disposições: (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
a) quando os dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação
intermitente estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos, todos os
condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita
da via e parando, se necessário; (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020)
(Vigência)
20
b) os pedestres, ao ouvirem o alarme sonoro ou avistarem a luz
intermitente, deverão aguardar no passeio e somente atravessar a via quando o
veículo já tiver passado pelo local; (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020)
(Vigência)
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha
intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de urgência;
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com
velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais
normas deste Código;
e) as prerrogativas de livre circulação e de parada serão aplicadas
somente quando os veículos estiverem identificados por dispositivos regulamentares
de alarme sonoro e iluminação intermitente; (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020)
(Vigência)
f) a prerrogativa de livre estacionamento será aplicada somente quando
os veículos estiverem identificados por dispositivos regulamentares de iluminação
intermitente; (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
Ao que se observa a prioridade abrange os serviços de urgência, a exemplo do
policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública, agora existe uma pequena
diferença, no caso da livre parada e circulação, devem ser usados dispositivos de
alarme sonoro e iluminação intermitente.
No caso de livre estacionamento, somente a iluminação intermitente
permanece.
Ainda, os pedestres, quando, ouvirem o alarme ou verem as luzes intermitentes
devem aguardar para atravessar a via.
Já em relação aos §§ 3º e 4º fica estabelecido que o CONTRAN deve
regulamentar os dispositivos de alarme sonoro e de iluminação intermitente, além de
situações especiais, em que a autoridade máxima federal de segurança pública, ou
seja, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, poderá dispor sobre exceções quanto
aos veículos oficiais descaracterizados.
Assim em relação aos cuidados que o profissional que dirige esses veículos
deve ter permanecem inalterados na alínea “d”., de forma que mesmo com a sirene
ligada, deve manter a direção defensiva e obedecer às normas do Código de Trânsito.
21
§ 3º Compete ao Contran regulamentar os dispositivos de alarme sonoro e
iluminação intermitente previstos no inciso VII do caput deste artigo. (Incluído pela Lei
nº 14.071, de 2020) (Vigência)
§ 4º Em situações especiais, ato da autoridade máxima federal de segurança
pública poderá dispor sobre a aplicação das exceções tratadas no inciso VII do caput
deste artigo aos veículos oficiais descaracterizados. (Incluído pela Lei nº 14.071, de
2020) (Vigência)
O art. 40 do CTB, também recebeu algumas alterações mencionadas a seguir:
Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes determinações:
I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, por meio da utilização
da luz baixa: (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
a) à noite; (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
b) mesmo durante o dia, em túneis e sob chuva, neblina ou cerração;
(Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, exceto ao cruzar
com outro veículo ou ao segui-lo;
III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por curto período
de tempo, com o objetivo de advertir outros motoristas, só poderá ser utilizada para
indicar a intenção de ultrapassar o veículo que segue à frente ou para indicar a
existência de risco à segurança para os veículos que circulam no sentido contrário;
IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações:
a) em imobilizações ou situações de emergência;
b) quando a regulamentação da via assim o determinar;
VI - durante a noite, em circulação, o condutor manterá acesa a luz de
placa;
VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição quando o
veículo estiver parado para fins de embarque ou desembarque de passageiros e carga
ou descarga de mercadorias.
§ 1º Os veículos de transporte coletivo de passageiros, quando circularem
em faixas ou pistas a eles destinadas, e as motocicletas, motonetas e ciclomotores

22
deverão utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e à noite. (Redação dada pela
Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
§ 2º Os veículos que não dispuserem de luzes de rodagem diurna deverão
manter acesos os faróis nas rodovias de pista simples situadas fora dos perímetros
urbanos, mesmo durante o dia. (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
Observa-se que as lâmpadas de posição são denominadas farolete, assim sua
função é mostrar a posição do veículo em situações de embarque, desembarque,
carga e descarga durante a noite.
Deve ser observado ainda que NÃO existe mais o uso dessas lâmpadas sob
neblina, cerração ou chuva, agora deve ser feito uso do farol de luz baixa, assim, a
luz baixa é o farol tradicional do veículo, de forma que seu uso ocorre durante a noite
e, durante o dia, em túneis com iluminação pública, ainda que, em rodovias, de pista
simples, que estejam fora do perímetro urbano, mesmo durante o dia, quando o
veículo não possuir luzes de rodagem diurna.

Fonte: GONÇALO, p. 27. 2021

Quanto à luz alta, que é uma lâmpada forte e ofuscante, cujo uso se dará em
dois casos:

23
 O primeiro, em vias não iluminadas, lembrando-se de desligá-lo ao
cruzar ou seguir outro veículo.

 O segundo, de maneira intermitente (piscando o farol), como forma de


alerta para riscos que possam existir para o condutor do fluxo oposto e
como solicitação de passagem para o veículo que está à frente.

O Pisca-alerta, são as lâmpadas, tradicionalmente amarelas, sendo que a


traseira pode ser vermelha, das setas acesas dos dois lados ao mesmo tempo, seu
objetivo é justamente alertar para algum tipo de imobilização de emergência, que
somente devem ser utilizadas por determinação expressa.
Já a Luz de placa, é a luz que ilumina a placa traseira e deve permanecer acesa
durante a noite, onde os coletivos de passageiros, estando em faixas próprias a eles
e as motocicletas, motonetas e ciclomotores, deverão utilizar a luz baixa acesa tanto
de dia quanto à noite.
Vale ressaltar que o uso do pisca-alerta durante chuvas é indevido, assim,
quando o veículo estiver transitando sob chuva, prevê a Lei nº 14.071/2020, que deve
ser utilizada a luz baixa do farol, de forma que utilizar o pisca-alerta durante uma chuva
pode induzir outros condutores a frear bruscamente por receio de uma imobilização.
Em relação ao uso da buzina permite-se apenas toque breve, na hipótese de
necessidade, a exemplo para evitar um acidente, ou advertir a intenção de ultrapassar
fora das áreas urbanas.
O art. 42 menciona ainda que frear de forma brusca na via não é permitido.
A Lei n. 14.071/2020 incluiu ainda uma norma de circulação totalmente nova,
se trata do art. 44-A, onde, institui que diante do sinal vermelho do semáforo, é livre o
movimento de conversão à direita, quando houver sinalização indicativa que permita,
observadas as demais normas do CTB, quanto a cruzamentos e preferência de
passagem.
O art. 45, do CTB ainda prevê que em um cruzamento, o condutor somente
deve iniciar a travessia quando houver certeza de que ele vai conseguir atravessá-lo
completamente antes de o semáforo abrir para o fluxo oposto.

24
Vale mencionar que dos artigos 46 ao 49, encontram-se as normas de
imobilização, parada, estacionamento, embarque e desembarque.
Assim, a imobilização temporária de um veículo na via, em caso de emergência,
deverá ter imediata providência de sinalização de advertência.
O § 3º do artigo 48, prevê: O estacionamento dos veículos sem abandono do
condutor poderá ser feito somente nos locais previstos neste Código ou naqueles
regulamentados por sinalização específica.
Em relação aos condomínios com unidades autônomas quando existe mais de
um proprietário dever-se-á implantar e manter sinalização interna mediante
autorização.
Ao art. 52 traz a respeito das carroças, como elas deverão transitar, cuja
circulação prevista no artigo mencionado anteriormente do CTB prevê que devem
transitar pelo acostamento.
Ademais as bicicletas e ciclomotores também devem transitar pelo
acostamento, podendo o órgão de circunscrição estabelecer as regras de circulação.
Em relação aos animais que transitem pelo trânsito existem três regras que
devem ser observadas:

 Os animais devem ser conduzidos por um guia.

 Os rebanhos devem ser separados em grupos que não obstruam o


trânsito e, circulando pela pista de rolamento.

 Os animais devem seguir pelo bordo da pista.

Os arts. 54 e 55 ainda mencionam algumas normas de circulação de


motocicletas, motonetas e ciclomotores:
É um veículo de duas ou três rodas que
Ciclomotor: não exceda 50 cilindradas e que a
velocidade máxima seja de 50 km/h.
É um veículo automotor de duas rodas,
Motocicleta: com ou sem sidecar, que se dirige na

25
posição montada.
É um veículo automotor de duas rodas
em que o condutor dirige na posição
sentada (estilo lambreta). Vejamos as
normas de circulação:
Os condutores devem usar capacete
com viseira ou óculos e vestuário de
proteção definidos pelo Contran e
Motoneta: segurar com as duas mãos o guidom.
Já os passageiros deverão usar
capacete e vestuário, seguindo a mesma
regra para condutores, e devem estar no
carro lateral ou atrás do condutor. O
Contran ainda não estabeleceu o tipo de
vestuário e, não se esqueça, o calçado
que seja firme nos pés é obrigatório
apenas para os condutores!

Em relação aos ciclomotores, deve sua circulação acontecer no acostamento,


ou quando houver na faixa exclusiva para ciclomotores, devendo, na ausência de
ambos, ocorrer sua circulação na faixa mais à direita.
Em relação à circulação de bicicletas o CTB prevê que deverá ocorrer de forma
preferencial nas denominadas ciclovias ou ciclofaixas, na ausência desses deverá ser
pelo acostamento, vale lembrar que as bicicletas não podem circular em vias de
trânsito rápido, nem em rodovias sem acostamento.

Aquela caracterizada por acessos


especiais com trânsito livre, sem
interseções em nível, sem acessibilidade
Via de trânsito rápido: direta aos lotes fronteiros e sem

26
travessia de pedestres em nível. Limite
máximo não sinalizado: 80 km/h.
Aquela caracterizada por interseções em
nível, geralmente controlada por
Via arterial: semáforo, com acessibilidade aos lotes
fronteiros e às vias secundárias e locais,
possibilitando o trânsito entre as regiões
da cidade. Limite máximo não sinalizado:
60 km/h.
Aquela destinada a coletar e distribuir o
trânsito que tenha necessidade de entrar
Via coletora: ou sair das vias de trânsito rápido ou
arteriais, possibilitando o trânsito dentro
das regiões da cidade. Limite máximo
não sinalizado: 40 km/h.
Aquela caracterizada por interseções em
nível não semaforizadas, destinada
apenas ao acesso local ou a áreas
Via local: restritas. Limite máximo não sinalizado:
30 km/h.
As vias rurais possuem menos
categorias.
Limite máximo não sinalizado: 110 km/h
para automóveis, camionetas e
Rodovias de pista dupla: motocicletas e 90 km/h para os demais
veículos.
Limite máximo não sinalizado: 100 km/h
para automóveis, camionetas e
Rodovias de pista simples: motocicletas e 90 km/h para os demais
veículos.

27
Limite máximo não sinalizado: 60 km/h
Estradas: para qualquer veículo.

Lei nº 14.071, alterou o art. 64, que prevê o transporte de crianças com idade
inferior a 10 anos, que não tenham atingido 1,45 m de altura deve ser transportado
nos bancos traseiros, em dispositivos de retenção adequado para cada idade, peso e
altura, salvo exceções relacionadas a tipos de veículos específicos regulamentadas
pelo CONTRAN.
Não obstante o uso do cinto de segurança é obrigatório a todos os ocupantes
de um veículo, entretanto o legislador abre a possibilidade de que o CONTRAN
regulamente exceções.
Para finalizar, o último artigo das Normas Gerais de Circulação e Conduta traz
a necessidade de autorização prévia, pela autoridade circunscricional, para a
realização de eventos e competições desportivas, em via aberta à circulação.
Assim, deverá ser feito o recolhimento prévio dos valores de custos
operacionais, bem como uma garantia financeira contra possíveis danos caução ou
fiança, também a contratação de seguro contra acidentes.

ÓRGÃO CONCEITOS GERAIS


Normatização; coordenação;
CONTRAN estabelecimento de diretrizes;
2ª instância recursal no âmbito federal.
Normatização; orientação; 2ª instância
CETRAN/CONTRANDIFE recursal no âmbito estadual/municipal
1ª instância recursal por órgão executivo
JARI do SNT; feedback.
Supervisão; articulação; prevenção;
DENATRAN padronização; organização;
administração; divulgação; suporte.
Patrulhamento; fiscalização;
credenciamento; coleta de dados;

28
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL escolta; fiscalização de poluentes.
Suspensão do direito de dirigir.
Planejamento operacional; fiscalização;
RODOVIÁRIOS FEDERAL E escolta; fiscalização de peso, dimensão,
ESTADUAL/DF (DNIT/DER) lotação e poluentes.
Suspensão do direito de dirigir.
Fiscalização; credenciamento;
TRÂNSITO ESTADUAL/DF (DETRAN) licenciamento; fiscalização de poluentes.
Suspensão do direito de dirigir.
POLÍCIA MILITAR Policiamento ostensivo; fiscalização
mediante convênio.
Planejamento operacional; fiscalização
de circulação, parada e estacionamento;
implantação de estacionamento rotativo;
TRÂNSITO MUNICIPAL licenciamento; fiscalização de peso,
dimensão, lotação e poluentes.
Suspensão do direito de dirigir.

A Lei nº 14.071, alterou ainda o art. 154, do Código de Trânsito Brasileiro, que
trata da renovação da CNH, assim, versa o caput do artigo: A Carteira Nacional de
Habilitação, expedida em meio físico e/ou digital, à escolha do condutor, em modelo
único e de acordo com as especificações do Contran, atendidos os pré-requisitos
estabelecidos neste Código, conterá fotografia, identificação e número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do condutor, terá fé pública e equivalerá a
documento de identidade em todo o território nacional. (BRASIL, 2020)
Ainda assim lê se em seus parágrafos: § 1º É obrigatório o porte da Permissão
para Dirigir ou da Carteira Nacional de Habilitação quando o condutor estiver à direção
do veículo.
§ 1º-A O porte do documento de habilitação será dispensado quando, no
momento da fiscalização, for possível ter acesso ao sistema informatizado para
verificar se o condutor está habilitado.
(§ 1º-A incluído pela Lei n. 14.071/20, em vigor a partir de 12ABR21)
29
§ 2º (VETADO).
§ 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de Habilitação será
regulamentada pelo CONTRAN.
§ 4º (VETADO).
§ 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para Dirigir somente
terão validade para a condução de veículo quando apresentada em original.
§ 6º A identificação da Carteira Nacional de Habilitação expedida e a da
autoridade expedidora serão registradas no RENACH.
§ 7º A cada condutor corresponderá um único registro no RENACH, agregando-
se neste todas as informações.
§ 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de Habilitação ou a emissão
de uma nova via somente será realizada após quitação de débitos constantes do
prontuário do condutor.
§ 9º (VETADO).
§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação está condicionada ao
prazo de vigência do exame de aptidão física e mental. (§ 10. incluído pela Lei n.
9.602/98)
§ 11. (Revogado pela Lei n. 14.071/20, em vigor a partir de 12ABR21)
§ 12. Os órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito
Federal enviarão por meio eletrônico, com 30 (trinta) dias de antecedência, aviso de
vencimento da validade da Carteira Nacional de Habilitação a todos os condutores
cadastrados no RENACH com endereço na respectiva unidade da Federação. (§ 12.
Incluído pela Lei n. 14.071/20, em vigor a partir de 12ABR21)
Outra recente alteração no Código de Trânsito Brasileiro se trata de Lei nº
14.229, de 21 de outubro de 2021, alterou as seguintes leis:

 Altera a Lei nº 7.408, de 25 de novembro de 1985, e a Lei nº 9.503, de


23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para dispor
sobre a fiscalização do excesso de peso dos veículos.

30
 Altera a Lei nº 10.209, de 23 de março de 2001, para dispor sobre a
prescrição da cobrança de multa ou indenização nos termos que
especifica; e dá outras providências.

Assim faremos uma breve análise dessas alterações trazidas pela nova lei,
entretanto para você saber mais recomendo que leia a lei atualizada no site do
planalto: http://www.planalto.gov.br/ccivil.
O artigo 1º traz em seus incisos uma alteração relativa aos limites de peso
brutal combinado, ou seja, o total de peso, pode atingir 5 % (cinco porcento) do total
do peso bruto combinado.
Já o inciso II fala em 12,5 % (doze inteiros e cinco décimos por cento) sobre os
limites de peso bruto transmitido por eixo de veículos à superfície das vias públicas.
(BRASIL, 2021)
O § único do art. 1º foi revogado.
O § 1º do art. 1 da Lei nº 14. 229 de outubro de 2021 prevê ainda: Os veículos
ou a combinação de veículos com peso bruto total regulamentar igual ou inferior a 50
t (cinquenta toneladas) deverão ser fiscalizados apenas quanto aos limites de peso
bruto total ou peso bruto total combinado, exceto em casos específicos estabelecidos
pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). (BRASIL, 2021)
Ainda assim o § 2º do art. 1º menciona que os veículos citados no parágrafo
anterior, ou a combinação de veículos, que ultrapassarem a tolerância máxima sobre
o limite do peso bruto total ou do peso bruto total combinado também serão
fiscalizados quanto ao excesso de peso por eixo, aplicando-se as penalidades
cumulativamente, respeitadas as tolerâncias máximas previstas nos incisos I e II do
caput deste artigo. (BRASIL, 2021)
De forma que o § 3º do art. 1º ainda institui que para fins de fiscalização, em
relação ao peso do veículo, que transporte produtos classificados como biodiesel
(B100), por meio de balança rodoviária ou de nota fiscal, é admitida a tolerância de
7,5% (sete inteiros e cinco décimos por cento) no peso bruto total ou no peso bruto
total combinado para todos os veículos não adaptados para esse tipo de transporte,
até seu sucateamento, na forma definida pelo Contran. (BRASIL, 2021)

31
A lei anterior não previa o limite de peso, o que a nova lei veio deixar claro, a
necessidade de se observar estes limites, sob pena de serem penalizados.
O § 4º prevê que cabe ao Contran regulamentar o que a lei dispõe no caput e
no § 1º deste artigo, sem prejuízo da aplicação imediata das disposições deste artigo.
§ 5º Ainda preceitua que a regulamentação prevista no § 4º deste artigo deverá
considerar a diversidade da frota do transporte rodoviário de cargas em operação bem
como contemplar os casos de dimensão de tolerância e de isenção na pesagem por
eixo. (NR) (BRASIL, 2021)
A lei ainda acrescentou o § 2º- A, a Lei nº 14. 229 de 2021, que estabelece: O
excesso de peso dos veículos será regulado por norma do Contran a partir do
encerramento do prazo de vigência desta Lei. (BRASIL, 2021)
O § 3º ainda deixa claro que a lei entra em vigor na data de sua publicação.
(BRASIL, 2021), ou seja, não existe um período de vacância, a lei já está em vigor e
pode ser cobrada de todos.
Quanto ao Código de Trânsito brasileiro, especificamente, a Lei nº 14.229/2021
traz as seguintes alterações:
O art. 20 ganhou o inciso de nº XIII, que menciona, que: Compete à Polícia
Rodoviária Federal, no âmbito das rodovias e estradas federais: XIII - realizar perícia
administrativa nos locais de acidentes de trânsito. (NR)
Ainda o art. 99, que trata das vias terrestres, em que o veículo cujo peso e
dimensões atenderem aos limites estabelecidos pelo CONTRAN, poderão transitar
ganhou os §§ 4º e 5º com a seguinte redação:
§ 4º Somente poderá haver autuação, por ocasião da pesagem do veículo,
quando o veículo ou a combinação de veículos ultrapassar os limites de peso fixados,
acrescidos da respectiva tolerância. (BRASL, 2021)
§ 5º O fabricante fará constar em lugar visível da estrutura do veículo e no
Renavam o limite técnico de peso por eixo, na forma definida pelo Contran. (NR)
(BRASIL, 2021)
O art. 101 da CTB, recebeu ainda um quarto parágrafo que estabelece: § 4º O
Contran estabelecerá os requisitos mínimos e específicos a serem observados pela
autoridade com circunscrição sobre a via para a concessão da autorização de que
trata o caput deste artigo quando o veículo ou a combinação de veículos trafegar
32
exclusivamente em via rural não pavimentada, os quais deverão contemplar o caráter
diferenciado e regional dessas vias. (NR) (BRASIL, 2021)
O art. 131, recebeu novos parágrafos que versam sobre o Certificado de
Licenciamento Anual será expedido ao veículo licenciado, vinculado ao Certificado de
Registro de Veículo, em meio físico e/ou digital, à escolha do proprietário, de acordo
com o modelo e com as especificações estabelecidos pelo Contran, caput, do art. 131.
(BRASIL, 2021)
§ 4º As informações referentes às campanhas de chamamento de
consumidores para substituição ou reparo de veículos realizadas a partir de 1º de
outubro de 2019 e não atendidas no prazo de 1 (um) ano, contado da data de sua
comunicação, deverão constar do Certificado de Licenciamento Anual. (BRASIL,
2021)
§ 6º O Contran regulamentará a inserção dos dados no Certificado de
Licenciamento Anual referentes às campanhas de chamamento de consumidores
para substituição ou reparo de veículos realizadas antes da data prevista no § 4º deste
artigo. (NR) (BRASIL, 2021)
Ainda o § 8 º do art. 257 institui: Após o prazo previsto no § 7º deste artigo, se
o infrator não tiver sido identificado, e o veículo for de propriedade de pessoa jurídica,
será lavrada nova multa ao proprietário do veículo, mantida a originada pela infração,
cujo valor será igual a 2 (duas) vezes o da multa originária, garantidos o direito de
defesa prévia e de interposição de recursos previstos neste Código, na forma
estabelecida pelo Contran. (BRASIL, 2021)
Não obstante a redação do art. 271 recebeu ainda algumas alterações
conforme se demonstra a seguir:

Quando não for possível sanar a irregularidade no local da infração, o


veículo, desde que ofereça condições de segurança para circulação,
será liberado e entregue a condutor regularmente habilitado, mediante
§ 9º - A recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual, contra a
apresentação de recibo, e prazo razoável, não superior a 15 (quinze)

33
dias, será assinalado ao condutor para regularizar a situação, o qual
será considerado notificado para essa finalidade na mesma ocasião.
O disposto no § 9º-A deste artigo não se aplica às infrações previstas
§ 9º - B no inciso V do caput do art. 230 e no inciso VIII do caput do art. 231
deste Código.
Não efetuada a regularização no prazo referido no § 9º-A deste artigo,
§ 9º - C será feito registro de restrição administrativa no Renavam por órgão ou
entidade executivos de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal, o
qual será retirado após comprovada a regularização.
O descumprimento da obrigação estabelecida no § 9º-A deste artigo
§ 9º - D resultará em recolhimento do veículo ao depósito, aplicando-se, nesse
caso, o disposto neste artigo.

Não obstante, o art. 282, que se encontra na Seção II, que trata Do Julgamento
das Autuações e Penalidades, sofreu alteração no seu caput bem como em seus
parágrafos 1º, 6º, 6º - A e 7º.
Art. 282. Caso a defesa prévia seja indeferida ou não seja apresentada no
prazo estabelecido, será aplicada a penalidade e expedida notificação ao proprietário
do veículo ou ao infrator, por remessa postal ou por qualquer outro meio tecnológico
hábil que assegure a ciência da imposição da penalidade.
§ 1º A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprietário do
veículo ou por recusa em recebê-la será considerada válida para todos os efeitos.
§ 6º O prazo para expedição das notificações das penalidades previstas no art.
256 deste Código é de 180 (cento e oitenta) dias ou, se houver interposição de defesa
prévia, de 360 (trezentos e sessenta) dias, contado:
I - no caso das penalidades previstas nos incisos I e II do caput do art. 256
deste Código, da data do cometimento da infração;
II - no caso das demais penalidades previstas no art. 256 deste Código, da
conclusão do processo administrativo da penalidade que lhe der causa.
§ 6º- A. Para fins de aplicação do inciso I do § 6º deste artigo, no caso das
autuações que não sejam em flagrante, o prazo será contado da data do

34
conhecimento da infração pelo órgão de trânsito responsável pela aplicação da
penalidade, na forma definida pelo Contran.
§ 7º O descumprimento dos prazos previstos no § 6º deste artigo implicará a
decadência do direito de aplicar a respectiva penalidade. (NR) (BRASIL, 2021)
A Lei nº 14.229, de 2021, alterou ainda o art. 285, caput, deu nova redação aos
parágrafos 1º, 2º, 5º e 6º além de revogar o § 3º.
O art. 285 trata do recurso contra a penalidade instituída pelo art. 282, onde,
prevê que interposto o recurso, ele terá efeito suspensivo, e que o recurso deverá ser
ainda interposto perante a autoridade que o imputou.
Além do mais o § 1º do art. 285 menciona: O recurso intempestivo ou interposto
por parte ilegítima não terá efeito suspensivo.
§ 2º Recebido o recurso tempestivo, a autoridade o remeterá à Jari, no prazo
de 10 (dez) dias, contado da data de sua interposição.
§ 5º O recurso intempestivo será arquivado.
§ 6º O recurso de que trata o caput deste artigo deverá ser julgado no prazo de
24 (vinte e quatro) meses, contado do recebimento do recurso pelo órgão julgador.
(NR) (BRASIL, 2021)
A Lei nº 14.229, de 2021, revogou as alíneas a e b, do inciso I do art. 289, que
também recebeu algumas alterações a exemplo do art. 289 – A. O caput, do art. 289
menciona: recurso de que trata o art. 288 deste Código deverá ser julgado no prazo
de 24 (vinte e quatro) meses, contado do recebimento do recurso pelo órgão julgador:
Parágrafo único. No caso do inciso I do caput deste artigo:
I - quando houver apenas 1 (uma) Jari, o recurso será julgado por seus
membros;
II - quando necessário, novos colegiados especiais poderão ser formados,
compostos pelo Presidente da Junta que apreciou o recurso e por mais 2 (dois)
Presidentes de Junta, na forma estabelecida pelo Contran. (NR)
Art. 289-A. O não julgamento dos recursos nos prazos previstos no § 6º do art.
285 e no caput do art. 289 deste Código ensejará a prescrição da pretensão punitiva.
(BRASIL, 2021)
A Seção II, do CTB recebeu ainda o art. 290 – A, que estabelece: Os prazos
processuais de que trata este Código não se suspendem, salvo por motivo de força
35
maior devidamente comprovado, nos termos de regulamento do Contran. (BRASIL,
2021)
Para finalizar a Lei nº 14.229/2021, recebeu ainda o art. 338 – A: As
competências previstas no inciso XV do caput do art. 21 e no inciso XXII do caput do
art. 24 deste Código serão atribuídas aos órgãos ou entidades descritos no caput dos
referidos artigos a partir de 1º de janeiro de 2024.
Parágrafo único. Até 31 de dezembro de 2023, as competências a que se refere
o caput deste artigo serão exercidas pelos órgãos e entidades executivos de trânsito
dos Estados e do Distrito Federal. (BRASIL, 2021)
Como dito anteriormente faz-se necessário a leitura do Código de trânsito
atualizado no site do planalto para que se tenha um entendimento melhor a respeito
das alterações que foram trazidas de forma a alterar o CTB, em um período tão curto,
logo após a alteração trazida em 2020, tivemos ainda essa atualização tão recente do
Código de Trânsito Brasileiro.

3 OS CRIMES NO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO

O Código de Trânsito Brasileiro traz algumas modalidades de infração de


trânsito, dentro das modalidades de infração existe aquelas que são consideradas
crimes de trânsito, ou seja, existem penalidades específicas direcionadas aqueles que
praticam essas infrações, cuja finalidade é minimizar a ocorrência de tais crimes.
Observa-se que as infrações de trânsito se tratam de condutas consideradas
indevidas, ou seja, tipificadas como criminosas, uma vez que no Brasil, não se admite
punir alguém a menos que tal conduta esteja tipificada, o art. 1º do Código Penal
institui:
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal. (BRASIL, 1940)
De tal modo a conduta que põe em risco a segurança das pessoas que
transitem sob as vias públicas, bem como a segurança do próprio infrator, pode ser
considerada crime, assim como punida.

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De acordo com o art. 256 do CTB, as penalidades previstas em caso de infração
de trânsito são:
Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das competências estabelecidas
neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele
previstas, as seguintes penalidades:

 Advertência por escrito;


 Multa;
 Suspensão do direito de dirigir;
 Cassação da Carteira Nacional de Habilitação;
 Cassação da Permissão para Dirigir;
 Frequência obrigatória em curso de reciclagem. (BRASIL, 1997)

De acordo com o que preceitua o § 1º A aplicação das penalidades previstas


neste Código não elide as punições originárias de ilícitos penais decorrentes de crimes
de trânsito, conforme disposições de lei. (BRASIL, 1997)
Ainda se lê no § 3º A imposição da penalidade será comunicada aos órgãos ou
entidades executivos de trânsito responsáveis pelo licenciamento do veículo e
habilitação do condutor. (BRASIL, 1997)
Pode–se observar ainda, no capítulo XVI do CTB, que trata das penalidades do
trânsito, de acordo com o que se lê no art. 259, a classificação das penas em:

 Gravíssima - sete pontos.

 Grave - cinco pontos.

 Média - quatro pontos.

 Leve - três pontos.

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Quanto os crimes caracterizados como crimes de trânsito, que estão descritos
no capítulo XIX, seção II do CTB, faremos uma breve análise em relação aos crimes,
para não sermos enfadonhos.
Vale destacar ainda a existência de controvérsias relacionados a alguns dos
crimes de trânsito, o STF e STJ possui jurisprudências que tratam de tais polêmicas,
no entanto, para não ficarmos enfadonhos não entraremos neste aspecto, caso o
aluno tenha interesse em se aprofundar poderá fazer pesquisas nos sites
supracitados.
Além do fato de que a carga horária do curso não permite postilas muito
extensas.
Para que se entenda um crime de trânsito faz-se necessário que se entenda
que existe diferença entre a infração administrativa e uma infração penal, basicamente
as infrações de trânsito são administrativas, ou seja, as infrações de trânsito se tratam
das situações onde o condutor é flagrado cometendo uma das ações consideradas
pelo Código de Trânsito Brasileiro como infração.
Dessa forma abre-se um processo administrativo contra o infrator, que tem por
objetivo apurar tal infração, assim, esse processo é realizado pelos departamentos
públicos, como por exemplo o DETRAN.
Resumindo, as infrações acontecem no âmbito do Direito Administrativo,
impondo aos condutores infratores medidas administrativas, ou penalidades a
exemplo da multa, ou suspensão da CNH – Carteira Nacional de Habilitação.
Em se tratando de infrações penais, tais infrações serão punidas penalmente,
ou seja, no âmbito do Direito Penal, assim, o condutor que for acusado, de ter
cometido crime de trânsito ou flagrado, cometendo crime de trânsito, irá se submeter
a um processo de apuração, assim tal processo passa a ser jurídico e não mais
administrativo como no caso das infrações.
Dessa forma, se, ao final do processo de apuração, ter-se apurado que o
condutor, cometeu tal crime, será condenado por tal conduta, conforme já mencionado
a nível jurídico será a punição, podendo o condutor ser detido.
Observa-se ainda que todos s crimes em espécie, ainda que de trânsito, são
punidos com pena privativa de liberdade. Podendo as penas variar de acordo com o
tipo penal, conforme se lê na sequência deste estudo.
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Quanto aos crimes de trânsito, existem conforme mencionado anteriormente,
crimes que podem ser punidos com multa, suspensão do direito de dirigir, proibição
de obter o direito de dirigir e até de detenção em regime aberto e semiaberto.
São considerados crimes de trânsito:
Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor, ou seja, matar sem
a intenção. A pena é de suspensão ou proibição do direito de dirigir e detenção de 2
a 4 anos. (art. 302, do CTB)
Praticar lesão corporal culposa durante a direção do veículo: pena de
suspensão ou proibição do direito de dirigir e detenção de 6 meses a 2 anos. (art. 303,
do CTB)
Ao observar os arts. 302 e 303, supracitados, tem-se que a penalidade pode
ser agravada em um terço, existem situações, como condutas:

 Não possuir habilitação.

 Praticar o crime na calçada ou faixa de pedestres.

 Deixar de prestar socorro à vítima quando não apresentar risco pessoal


ou dirigir durante o exercício da profissão.

Quanto aos homicídios e lesões corporais, os quais provocados por motorista


sob o efeito de álcool ou substâncias psicoativas, desde 2008, a Lei nº 11.705,
estabelece que se constituem como crime doloso, ou seja, com intenção.
Vale observar que se aplica a mesma penalidade ao motorista que trafega com
velocidade superior a 50% acima da velocidade máxima permitida ou em disputa de
rachas.
Estabelece ainda o CTB: Deixar de prestar socorro à vítima imediatamente ou,
na impossibilidade por justa causa, deixar de solicitar auxílio às autoridades
responsáveis. A pena é de detenção de 6 meses a 1 ano ou multa, se não houver
caracterização de crime mais grave. (art. 304, do CTB)

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Tentar fugir do local do acidente. Pena de detenção de 6 meses a 1 ano ou
multa. (art. 305, do CTB)
Dirigir tendo a capacidade psicomotora alterada devido ao efeito de álcool ou
outras substâncias psicoativas que causem dependência. A pena é de suspensão ou
proibição do direito de dirigir, multa e detenção de 6 meses a 3 anos. (art. 306, do
CTB)
Em relação ao artigo mencionado anteriormente que trata da capacidade
psicomotora, ressalte-se que, a avaliação de tal alteração psicomotora pode ser
comprovada mediante exame de sangue.
Tal exame de sangue deve constatar a concentração mínima de 6 decigramas
de álcool por litro de sangue.
Quando realizado o teste pelo bafômetro, o mesmo deve constar a partir de 0,3
mg de álcool por ar alveolar.
Assim, podendo ser observado através de sinais de alteração psicomotora
identificados pelo agente fiscalizador, conforme regulamentado pelo CONTRAN.
O artigo 306, trata de um dos atos considerados crime mais comumente
conhecido, dirigir sob efeito de álcool ou substâncias entorpecentes, que causam ao
motorista a diminuição dos reflexos.
Ação essa que é considerada crime, pois o condutor não apenas arrisca a
própria vida, como arrisca a vida de outros, uma vez que estar sob o efeito de álcool,
bem como de outras substâncias pode leva-lo a causar acidentes.
De forma que ao cometer essa infração penal o motorista assume o risco, de
modo que deve responder criminalmente pela conduta que praticou no trânsito.
Cita-se ainda outros crimes de trânsito no quadro a seguir:

Violar a suspensão ou proibição de dirigir. Detenção de 6 meses a 1


Art. 307: ano, multa e aumento do prazo de suspensão ou proibição do direito de
dirigir.
Participar de “rachas” ou realizar manobras perigosas com o veículo,
Art. 308: gerando situação de risco. Pena de detenção de 6 meses a 3 anos,
multa e suspensão ou proibição do direito de dirigir.

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Dirigir sem a devida permissão ou habilitação ou com a CNH ou PPD
Art. 309: cassada, gerando perigo de dano. Pena de detenção de 6 meses a 1
ano ou multa.
Entregar a direção do veículo a alguém não habilitado ou com
Art. 310: impedimento do direito de dirigir. Pena de detenção de 6 meses a 1 ano
ou multa.
Desrespeitar a velocidade permitida nas proximidades de escolas,
hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros,
Art. 311: logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou
concentração de pessoas. Pena de detenção de 6 meses a 1 ano ou
multa.
Cometer fraude processual em caso de acidente com vítima. Pena de
Art. 312: detenção de 6 meses a 1 ano ou multa.

3.1 Punições do crime de trânsito

Conforme supracitado os crimes de trânsito têm como penalidade a medida


privativa de liberdade, podendo ser aplicado ainda o regime aberto (pena cumprida
em casa) e semiaberto (o condenado pode conseguir autorização temporária para
sair).
Podendo ainda ser aplicadas além da detenção, aplicação de multa, bem como
suspensão da CNH, até mesmo a proibição de obter novamente a CNH por um
período de tempo.

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4 BIBLIOGRAFIA:

ALMEIDA Sobrinho, José. Comentários ao Código de Trânsito Brasileiro. Rio de


Janeiro: Forense, 2012.

BRASIL, Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Disponível em: <


http://www.planalto.gov.br/ccivil_> Acesso em: out. de 2021.

BRASIL, Lei nº 14.071, de 13 de outubro de 2020. Disponível em: <


http://www.planalto.gov.br/ccivil_> Acesso em nov. de 2021.

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em:<


http://www.planalto.gov.br/ccivil_> Acesso em: out. de 2021.

BRASIL, Lei nº 14.229, de 21 de outubro de 2021. Disponível em: <


http://www.planalto.gov.br/ccivil_> Acesso em: out. de 2021.

BRASIL, Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Disponível em: <


http://www.planalto.gov.br/ccivil_> Acesso em: nov. de 2021.

FONSECA, Gustavo. Diarinho. Disponível em: <https://www.diarinho.net/blog_>


Acesso em: nov. de 2021.

GONÇALO, Estevão. Código de Trânsito Brasileiro. SNT e Normas Gerais de


Circulação. Pdf. 2021.

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