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POLÍTICA NACIONAL DE MOBILIDADE URBANA

1 Mobilidade e cidade

EC, Art. 41 (..)


§ 2o No caso de cidades com mais de quinhentos mil habitantes, deverá ser elaborado
um plano de transporte urbano integrado, compatível com o plano diretor ou nele inserido.

 A Lei n° 12.587/2012 instituiu algumas diretrizes para a Política Nacional da Mobilidade, para fins de
regulamentar o disposto no art. 41, § 2 do Estatuto da Cidade, como forma de instrumentos da política de
desenvolvimento urbano;

 O objetivo é a integração entre os diferentes modos de transporte e a melhoria da acessibilidade e


mobilidade das pessoas e cargas no território do Município.

 A Política Nacional de Mobilidade Urbana tem ainda como objetivo contribuir para o acesso universal à
cidade, o fomento e a concretização das condições que contribuam para a efetivação dos
princípios, objetivos e diretrizes da política de desenvolvimento urbano, por meio do planejamento
e da gestão democrática do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana.

2 Direito social ao transporte


CF, Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância,
a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

 Transporte incluído pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015.

3 Reflexões sobre o desdobramento da aprovação da PEC 74/2013 de iniciativa da deputada federal


Luiza Erundina (PSB-SP) Fonte: Agência Senado.

Falas do então líder do PSB, o senador João Capiberibe (AP):

“A mudança no texto constitucional contribua para melhorar as condições de vida das populações que
vivem afastadas dos grandes centros. Essa PEC certamente vai fazer com que as concessionárias [de
transporte público] e as prefeituras tenham um olhar mais atento a essa necessidade vital para
quem mora, principalmente, nas periferias das grandes cidades e sobrevive com baixos salários.”

Fonte: Agência Senado (2015)


A então senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirmou que:

“a qualidade do transporte público tem influência direta em outros aspectos da vida dos cidadãos.”

“Às vezes falamos em evasão escolar e pensamos só na escola, não em como as crianças se
deslocam das suas casas para elas. Estatísticas mostram que o tempo que as pessoas passam no
transporte coletivo é muitas vezes maior do que o tempo que passam no trabalho.”

Fonte: Agência Senado (2015)

O então senador Aloysio Nunes esclarece que:

“A Constituição prevê que o Estado deve assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais. Na
falta de transporte, de acordo com ele, não há educação, saúde, trabalho, alimentação e nem
lazer.”
Fonte: Agência Senado (2015)

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse acreditar que a nova determinação constitucional
ajude a combater o poder das empresas concessionárias de transporte público coletivo.

— O transporte não pode ser prerrogativa de empresas de ônibus que faturam e lucram bilhões,
muitas vezes às custas dos sacrifícios dos usuários. Passamos a reconhecer que o cidadão usuário
do transporte tem que ser tratado com dignidade.

Fonte: Agência Senado (2015)

4 Dimensão de direitos fundamentais

4.1 Segunda dimensão de direitos fundamentais;


 Para Masson (2015)1 o direito dos transportes encontra respaldo nos direitos de segunda geração,
porquanto se estabeleça como objeto de políticas públicas positivas pelo Estado com o objetivo de
promover o bem-estar social;

4.2 Terceira dimensão de direitos fundamentais;

 Para Masson (2015) encontra fundamento também nos direitos de terceira dimensão, já que ele
possibilita atender ao desenvolvimento, ao progresso, ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, à qualidade de vida, aos direitos do consumidor, dentre outros.

5 O direito social ao transporte se desdobra concretamente em dois horizontes:

a) enquanto direito fundamental social de titularidade dos particulares e exigível em face do Estado;

b) enquanto serviço público essencial à efetivação de direitos fundamentais sociais urbanos.

6 Legislações

1
MASSON, Nathália. Manual de Direito Constitucional. 3 ed. Salvador: Editora Juspodvm, 2015.
 A principal legislação de transporte é a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), com a entrada
em vigor da Lei 12.587, de 03 de janeiro de 2012;

Art. 1º A Política Nacional de Mobilidade Urbana é instrumento da política de


desenvolvimento urbano de que tratam o inciso XX do art. 21 e o art. 182 da Constituição
Federal, objetivando a integração entre os diferentes modos de transporte e a melhoria
da acessibilidade e mobilidade das pessoas e cargas no território do Município.
(...)

Art. 2º A Política Nacional de Mobilidade Urbana tem por objetivo contribuir para o acesso
universal à cidade, o fomento e a concretização das condições que contribuam para a
efetivação dos princípios, objetivos e diretrizes da política de desenvolvimento urbano,
por meio do planejamento e da gestão democrática do Sistema Nacional de Mobilidade
Urbana.

Art. 3º O Sistema Nacional de Mobilidade Urbana é o conjunto organizado e coordenado


dos modos de transporte, de serviços e de infraestruturas que garante os deslocamentos
de pessoas e cargas no território do Município.
(...)

Art. 5º A Política Nacional de Mobilidade Urbana está fundamentada nos seguintes princípios:
I - acessibilidade universal;
II - desenvolvimento sustentável das cidades, nas dimensões socioeconômicas
eambientais;
III - equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público coletivo;
IV - eficiência, eficácia e efetividade na prestação dos serviços de transporte urbano;
V - gestão democrática e controle social do planejamento e avaliação da Política Nacional
de Mobilidade Urbana;
VI - segurança nos deslocamentos das pessoas;
VII - justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do uso dos diferentes modos e
serviços;
VIII - equidade no uso do espaço público de circulação, vias e logradouros; e
IX - eficiência, eficácia e efetividade na circulação urbana.

Art. 7º A Política Nacional de Mobilidade Urbana possui os seguintes objetivos:


I - reduzir as desigualdades e promover a inclusão social;
II - promover o acesso aos serviços básicos e equipamentos sociais;
III - proporcionar melhoria nas condições urbanas da população no que se refere à
acessibilidade e à mobilidade;
IV - promover o desenvolvimento sustentável com a mitigação dos custos ambientais e
socioeconômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas nas cidades; e
V - consolidar a gestão democrática como instrumento e garantia da construção contínua do
aprimoramento da mobilidade urbana.
 A Lei 10.741, de 1° de outubro de 2003, o Estatuto do Idoso, foi reservado um capítulo específico sobre o
direito ao transporte, conformado entre seus arts. 39 e 42.

Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos
transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e
especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que a pessoa idosa apresente qualquer
documento pessoal que faça prova de sua idade. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de
2022)
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% (dez
por cento) dos assentos para as pessoas idosas, devidamente identificados com a placa
de reservado preferencialmente para pessoas idosas. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de
2022)
§ 3 No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65
(sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as condições
para exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste artigo.

 A Lei 13.146, de 06 de julho de 2015, denominada Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência, dedica um capítulo de seu texto ao direito social ao transporte e à mobilidade (arts. 46 a 52).
Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com deficiência ou com
mobilidade reduzida será assegurado em igualdade de oportunidades com as demais
pessoas, por meio de identificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras
ao seu acesso.
§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte coletivo terrestre, aquaviário e
aéreo, em todas as jurisdições, consideram-se como integrantes desses serviços os
veículos, os terminais, as estações, os pontos de parada, o sistema viário e a prestação
do serviço.

Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao público, de uso público ou


privado de uso coletivo e em vias públicas, devem ser reservadas vagas próximas aos
acessos de circulação de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que
transportem pessoa com deficiência com comprometimento de mobilidade, desde que
devidamente identificados.
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equivaler a 2% (dois por cento)
do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada e com as
especificações de desenho e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de
acessibilidade.
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exibir, em local de ampla
visibilidade, a credencial de beneficiário, a ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de
trânsito, que disciplinarão suas características e condições de uso.
8 Plano de Mobilidade de Ituiutaba

Art. 2º A Política Municipal de Mobilidade Urbana é o instrumento de integração entre os


diferentes modos de transporte e visa à melhoria da mobilidade das pessoas e cargas no
território do Município e o acesso universal à cidade.

Art. 4º A Política Municipal de Mobilidade Urbana tem por objetivo promover a


sustentabilidade urbana de forma a viabilizar a melhoria dos deslocamentos sem
comprometer a qualidade de vida e o meio ambiente,
devendo observar os seguintes princípios:
I - acessibilidade, como forma de acesso seguro e democrático à cidade pelos cidadãos;
II - segurança, que deve ser garantida nos diversos modos de deslocamentos, os quais
devem ser realizados com o mínimo de exposição a fatores de risco;
III - eficiência, para que o uso dos diferentes modos de transporte, seja racionalizado e
otimizado com a finalidade de incentivar a utilização do mais adequado;
• IV - qualidade de vida, para preservar e recuperar os espaços públicos, aumentar o conforto
e reduzir o tempo empregado nos deslocamentos e reduzir a poluição ambiental.
Art. 5º As diretrizes gerais do Plano de Mobilidade Urbana de Ituiutaba são:
I - promover o deslocamento a pé como prioritário na política de mobilidade municipal;
II - executar infraestruturas capazes de estimular a utilização dos modais não motorizados;
III - garantir o deslocamento das pessoas em um transporte coletivo de qualidade, integrado e
eficiente;
IV - priorizar o transporte coletivo no planejamento da circulação viária e na aplicação dos
investimentos públicos e privados;
V - promover a democratização do uso do sistema viário por meio de políticas de circulação e
estacionamento capazes de incentivar os deslocamentos a pé e por bicicleta;
VI - adotar políticas de estacionamento e de distribuição de mercadorias em consonância com
o planejamento urbano e com ênfase na racionalização da utilização das vias; e melhoria da
qualidade dos espaços públicos;
VII - garantir que todas as espécies de deslocamentos sejam feitos de forma segura,
reduzindo os acidentes, o número de feridos e, principalmente, as mortes;
VIII - executar ações de educação, informação, operação e fiscalização com
a finalidade de promover a consciência cidadã e o respeito à legislação;
IX - promover a integração entre agentes sociais e poder público, ampliando os canais de
participação, no sentido de se alcançar o compromisso para o desenvolvimento da mobilidade
sustentável;
X - construir uma mobilidade compromissada com o meio ambiente urbano, adotando
combustíveis renováveis e menos poluentes e incentivando os deslocamentos a pé e por
bicicleta, por meio da adoção
de infraestruturas adequadas;
XI - promover ações para garantir a todos, independente da capacidade de pagamento, o
direito de deslocar e usufruir da cidade com autonomia e segurança;
XII - construir a infraestrutura de mobilidade de forma integrada com os serviços urbanos;
XIII - acompanhar, avaliar e revisar as ações previstas no Plano de Mobilidade.

Art. 10. O Município deve adequar as calçadas de acordo com os seguintes parâmetros:
I - alargamento das calçadas com regularização dos pavimentos sendo padrão mínimo de 2,5
metros de largura;
II - definição de novo perfil para as calçadas com separação das faixas de serviço e passeio
livre para o deslocamento do pedestre, onde somente as faixas de serviço e os acessos ao
lote poderão ser rampados - Anexo III;
III - tratamento específico de acessibilidade universal às travessias com elevação dos
cruzamentos (platô) na Área 2 – Hipercentro em até 05 anos, conforme - Anexo IV;
IV - adoção exclusiva do desenho universal para a acessibilidade nos cruzamentos da Área 3
- Núcleo Central em até 07 anos;
V - padronização de piso com indicação de prioridade e sinalização podotátil, indicando a rota
acessível.

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