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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Curso de Licenciatura em Ensino de português

Sidónia Eugénio Guila

Metodologias activas no processo de ensino e aprendizagem da língua portuguesa.


Caso 10ª classe da escola secundaria de Massinga.

Maputo, 2022

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Sidónia Eugénio Guila

Metodologias activas no processo de ensino e aprendizagem da língua portuguesa. Caso


10ª classe da escola secundaria de Massinga.

Projecto de pesquisa apresentada ao Instituto de


Educação à Distancia da Universidade Católica de
Moçambique como requisito parcial para
obtenção do grau de Licenciado em Licenciatura
em Ensino de português.

Orientador: Dr Nelis Felix Elias

Maputo, 2022

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Conteúdo
Lista de Abreviaturas e siglas ................................................................................................ 4

Resumo .................................................................................................................................. 5

1.0 Introdução ........................................................................................................................ 6

1.2.Delimitação do tema......................................................................................................... 7

1.3 Problematização ............................................................................................................... 7

1.4Questões de investigação ................................................................................................... 8

1.5Hipóteses .......................................................................................................................... 8

Hipótese primária ................................................................................................................... 8

Hipótese secundária ............................................................................................................... 8

1.6 Objectivos ........................................................................................................................ 9

Objectivo geral ...................................................................................................................... 9

Objectivos específicos............................................................................................................ 9

1.7Justificativa do tema .......................................................................................................... 9

CAPÍTULO II ...................................................................................................................... 10

2.0.Fundamentação teórica ................................................................................................... 10

2.1. Processo de ensino e aprendizagem ............................................................................... 10

2.1 Metodologias activas ...................................................................................................... 11

2.2 Princípios das metodologias ativas ................................................................................. 12

2.2.1. Aluno no centro do processo de aprendizagem ........................................................... 12

2.2.2. Autonomia ................................................................................................................. 12

2.2.3. Reflexão sobre a realidade .......................................................................................... 13

2.2.4. Trabalho em equipe .................................................................................................... 13

2.2.5. Inovação..................................................................................................................... 13

2.2.6. Professor como mediador ........................................................................................... 14

3.0 Tipos de metedologias activas que podemos usar no PEA da lingua portuguesa. ............ 14

3.1 Aprendizagem baseada em problemas ............................................................................ 14

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3.2. Ensino híbrido ............................................................................................................... 14

3.3. Sala de aula invertida .................................................................................................... 15

3.4 Rotação por estações de aprendizagem ........................................................................... 15

3.5 Storytelling .................................................................................................................... 16

4.0 O ensino da Língua Portuguesa usando metodologias activas ......................................... 16

5.0. Metodologias ................................................................................................................ 17

5.1. Métodos de consultas bibliográficas .............................................................................. 17

5.2. Técnica de entrevista ..................................................................................................... 18

5.3. Método estatístico ......................................................................................................... 18

5.4. População e delimitação da amostra .............................................................................. 18

6.0 Conclusão ...................................................................................................................... 19

7.0 Bibliografia .................................................................................................................... 20

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Lista de Abreviaturas e siglas
UCM___________________________________Universidade Católica de Moçambique.
PEA ___________________________________ Processo de ensino e apendizagem
EaD____________________________________ Ensino a Distância
TICs ____________________________________Tecnologias de informação e comunicação

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Resumo
O presente trabalho objectiva refletir sobre a importância das Metodologias Activas no processo
de ensino e aprendizagem no ensino da língua portuguesa, evidenciar que a prática pedagógica
para o processo de aprendizagem diferenciado pode contribuir para um melhor desempenho no
espaço escolar, tanto em nível do aluno, quanto do professor, proporcionando um maior
desenvolvimento, interesse do aluno para com as aulas.
As metodologias ativas de ensino-aprendizagem podem revitalizar o processo de ensino e
aprendizagem, tornando a sala de aula em um campo de experimentação com o conteúdo e
colocando o aluno no volante de seu aprendizado. Além disso, essas metodologias se mostram
promissoras e com infinitas possibilidades para aproximar as aulas com a realidade vivida por
si. O ensino híbrido parece proporcionar tanto ao aluno quanto ao professor vantagens em
relação ao ensino-aprendizagem. Assim, para uma reforma do ensino de língua portuguesa de
maneira a tornar o aluno o protagonista do seu próprio aprendizado, estudos sobre a aplicação
de metodologias ativas de ensino nessas aulas são necessários.

Palavras chave: Metodologias activas, processo de ensino e aprendizagem. Ensino da língua


portuguesa.

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1.0 Introdução
O modelo mais conhecido e praticado nas instituições de ensino é aquele em que o aluno
acompanha a matéria lecionada pelo professor por meio de aulas expositivas, com aplicação de
avaliações e trabalhos. Esse método é conhecido como passivo, pois o docente é o protagonista
da educação.

Para Ariès (2006) O processo pedagógico visualizava o conhecimento válido como aquele
emanado a partir do professor e que deveria ser memorizado pelo aluno. O professor deveria
ensinar, utilizando-se para isso de aspectos comportamentais como compreender, aplicar, criar,
analisar e avaliar, tendo como principal característica o uso das aulas expositivas. (pág. 89)
Na metodologia ativa, o aluno é personagem principal e o maior responsável pelo processo de
aprendizado. O objetivo desse modelo de ensino é incentivar que a comunidade acadêmica
desenvolva a capacidade de absorção de conteúdos de maneira autônoma e participativa.

Sendo assim, as metodologias ativas rompem com a tradição e descentralizam o professor como
único detentor do conhecimento e propõem um ensino que beneficia a aprendizagem de forma
prazerosa, deixando de lado a mera memorização e decodificação dos conteúdos

A Metodologia Ativa promove a inclusão do aluno no sistema de ensino e aprendizagem, o


aluno sai de um agente passivo e torna-se um membro ativo na construção do saber através de
incentivos sobre o conhecimento e análise de problemas.
Segundo Berbel (2011) as Metodologias Ativas embasam-se em maneiras de compreender o
processo de aprendizagem, usando experiências reais ou simuladas, contendo às situações de
resolver com sucesso, os obstáculos decorrentes das atividades fundamentais da realidade
social, em diferentes contextos. (pág. 67)
O aluno é convidado a participar com suas opiniões e ideias para promover mudanças na
sociedade, a partir da realidade que este inserido nesse contexto o aluno passa a ser ativo na
sociedade.
Esta pesquisa apresenta a seguinte estrutura: Introdução (Delimitação do tema Problematização,
Questões de investigação, Hipóteses, Objectivos e Justificativa do tema) é onde formulamos a
questão de partida, justificando a importância da sua resposta citando as finalidades, os
obstáculos e os aspectos éticos aplicados.

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Capítulo II: marco teórico (onde constam as teorias que sustentam a pesquisa).

No Capítulo III aspectos metodológicos (abordagem, natureza, objectivos, fontes, técnicas de


coleta de dados e o universo da pesquisa) descrevemos as particularidades da pesquisa, os
critérios de coletas de dados e a situação dos participantes da pesquisa.

No Capítulo IV Apresentamos a analise de dados com base na variedade de recursos, fazemos


a categorização da informação colhida, a julgar que nem toda a informação é possível de
tratamento estatístico.

Capítulo V Discussão dos resultados (construção de pontes entre as teorias fundamentadas, os


dados analisados e as conclusões, sendo, buscamos suporte cientifico dos posicionamentos
marcados no capitulo anterior.

E a terminar, o Capítulo VI Conclusões e recomendações (deixando ficar o nosso


posicionamento diante das discussões do capitulo anterior, se, contudo, perder de vista as
recomendações direcionadas a cada actor do processo de ensino a nível da escola).

1.2.Delimitação do tema
A pesquisa será feita na Escola Secundária de Massinga no distrito de Massinga, na província
de Inhambane, a 80 Km da cidade de Inhambane. De acordo com o calendário plasmado pelo
Ministério da educação a escola funciona num regime trismestral.

No total a escola tem 1525 alunos distribuidos da seguinte maneira: 825 M e 700 H. Na 8ª
classe são 596 sendo 328 M e 267 H; na 9ª classe são 476 sendo 258 M e 218 H; na 10ª classe
sao 456 sendo 239 M e 217 H.

Possui no total 30 turmas , sendo 14 oitavas, 8 nonas e 8 décimas. A escola tem 35professores
sendo 20 homens e 15 mulheres. Para além de cumprir com a carga normal, alguns
professores possuem horas extraordinárias, implicando a sua apresentação nos dois turnos que
a escola lecciona.

1.3 Problematização
As metodologias ativas surgiram com o objetivo de contornar as falhas do ensino tradicional e
tornar a aprendizagem significativa, buscando uma educação transformadora, inovadora, crítica
e que envolva o estudante em seu processo de aprendizagem. Espera-se que o indivíduo, ao sair
do ensino secundário geral, esteja preparado tanto para o mercado de trabalho quanto para a
sociedade.

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Desta forma, constata – se que a aplicação dessa metodologia por parte dos professores -da
escola secundaria de Massinga na disciplina de português tem contribuído positivamente na
obtenção dos bons resultados por parte dos alunos envolvidos.
Em muitos casos, nas salas onde há aprendizagem moderna, com o uso de varias ferramentas,
existe uma interação forte professor – aluno, fazendo com que os próprios alunos busquem o
seu próprio conhecimento, cabendo a responsabilidade do professor sistematizar as ideias dos
alunos. Assim sendo, levanta-se a seguinte questão:

Qual é o impacto do uso das metodologias ativas no processo de ensino e aprendizagem da


língua portuguesa?

1.4Questões de investigação
Para melhor condução e compreensão do nosso objecto de estudo, colocamos as seguintes
questões de investigação:
a) Qual é a conceção que os professores e a direcção pedagógica têm sobre metodologias
activas?
b) Quais são os métodos mais privilegiados pelos professores no processo de leccionação?
c) Quais são os efeitos das metodologias activas no processo de ensino da língua portuguesa?

1.5Hipóteses

Hipótese primária
A utilização de metodologias activas por parte dos professores da língua portuguesa 10ª classe
da Escola secundaria de Massinga, permitiria uma aprendizagem mais eficaz e dinâmica,
ajudando o aluno a melhorar o seu pensamento critico, e promovendo a soluções dos problemas
reais.

Hipótese secundária
O uso do debate no PEA desenvolveria a oralidade fazendo com que alunos aprendam mais
sobre si mesmo, os outros e ao mundo, promovendo a reflexão, a autonomia e o pensamento, a
critica, a defesa do seu posicionamento, a valorização das diferenças e a resolução dos
problemas (dos mais simples aos mais complexos), formando seres humanos mais completos e
actualizados.

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1.6 Objectivos

Objectivo geral
O presente estudo tem como objectivo geral analisar o impacto do uso das metodologias activas
na Escola Secundária de Massinga.

Objectivos específicos
 Mencionar metodologias activas aplicáveis no PEA da língua portuguesa;

 Verificar a aplicação de metodologias ativas, como método inovador da aprendizagem,


baseado em resolução de problemas, preparando o aluno para o mundo do trabalho;
 Estimular a construção de metodologias didático-pedagógicas inovadoras a serem
desenvolvidas nas diferentes situações de aprendizagem do aluno da Educação Básica,
especificamente no ensino da Língua Portuguesa;
 Propor melhores estratégias para a melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem da
língua portuguesa na Escola Secundária de Massinga.

1.7Justificativa do tema
O interesse pelo tema surgiu quando se constatou que muitos professores em Moçambique,
têm usados métodos tradicionais na sua leccionação, isso tem feito que com os alunos naos
participem activamente nas aulas. Isto é, é normal um aluno terminar o nível medio ainda com
problemas da oralidade, visto que não teve muitas oportunidades de participar na sala de aula.

Justifica-se neste estudo que são muitos os métodos associados às metodologias ativas com
potencial de levar os alunos a aprendizagens por meio da experiência impulsora do
desenvolvimento da autonomia, da aprendizagem e do protagonismo, isto é, autonomia nos
estudos, reflexão e interpretação dos alunos na aprendizagem e participação activa nas aulas.
Se tornando também protagonista na sala de aula ao relatar experiências, resolver problemas e
fazer questionamentos em relação ao conteúdo ensinado.

Durante o curso foi possível observar que a metodologia usada influencia directamente no
aproveitamento dos alunos, neste caso, nas turmas em que os professores aplicam as
metodologias activas, as aulas são mais dinâmicas, participativas e acima de tudo os alunos
não faltam com frequência, isto porque aprendem brincando.

Olhando para realidade Moçambicana no geral e da escola em referência, constatou-se que há


maior necessidade de se estudar de modo a obter resultados que possam contornar o cenário,

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pois acredita-se que só com as metodologias activas os alunos que possam obter bons
resultados no PEA em particular na aprendizagem da língua portuguesa.

CAPÍTULO II

2.0.Fundamentação teórica
Neste capítulo apresentam-se diversas literaturas que trazem uma abordagem teórica
relacionada a este trabalho e que foram objectos de análise crítica, trazendo desta forma algumas
ideias que foram construídas por outros autores em relação ao mesmo tema.

2.1. Processo de ensino e aprendizagem

Sobre o Processo de Ensino e Aprendizagem (PEA), Libânio (1994), define o como “uma
actividade pedagógica relacionada a factores externos (escolar) e internos (nível pessoal).”
Ainda na mesma linhagem argumenta que o PEA e uma actividade corporativa entre
professores e alunos orientada através do professor com o intuito de fornecer as condições e
meios nos quais os alunos assimilam ativamente conhecimentos, habilidades, atitudes e
convicções. (pag.45)

De forma a completar, Bolzan (2002), mostra se unanime a visão do Libânio conceituando o


PEA como “acções conjuntas o professor e do aluno, onde estarão estimulados a assimilar,
consciente e ativamente os conteúdos/métodos e aplica-los de forma independente e criativa
nas varias situações escolares na vida pratica”. Este autor clarifica ainda que o acto de ensinar
e aprender a não se pauta em somente o professor passar a matéria e o aluno automaticamente
reproduzir mecanicamente o que observou, mas este processo preciso ser orientado por bom
relacionamento entre os elementos que participam do processo (aluno e professor). (pág. 89)

Tendo em conta o pensamento dos autores acima, na perspectiva pratica entende-se o


processo de ensino e aprendizagem como sendo a interação entre o professor e o aluno na sala
de aulas com o objetivo de aquisição de conhecimentos pelo aluno e orientação da actividades
por parte do professor.

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2.1 Metodologias activas
Para Bacich e Moran (2017), as metodologias ativas são abordagens pedagógicas amplas que
promovem a inserção do aluno como agente principal e responsável pela sua própria
aprendizagem. Estas metodologias promovem o desenvolvimento de uma aprendizagem ativa,
investigativa e colaborativa. (pág. 87).

Barbel (2016) define metodologias activas como formas de desenvolver o processo de aprender,
utilizando situações reais ou simuladas, visando solucionar os desafios adivinhos
essencialmente da pratica social, em diferentes situações. (9 pág. 102).

Na mesma linhagem, Bastos (2006) nos apresenta uma essência sobre Metodologias
Ativascomo processos mútuos de conhecimento, análise, estudos, pesquisas e
soluçõesindividuais ou coletivas, com o intuito de encontrar soluções para um problema.
“Intenciona-se, com sua aplicação, favorecer a autonomia do estudante,despertar a curiosidade
e estimular tomadas de decisões individuais e coletivas, advindas das atividades essenciais da
prática social e nos contextos do estudante.
Tendo em conta o pensamento dos autores acima, na perspectiva pratica entende-se que as
metodologias activas estimulam o processo de construção de acção- reflexão em que o
estudante tem uma postura activa em relação ao seu aprendizado, numa situação pratica de
experiencias, por meio de problemas que lhe sejam desafiantes e lhe permitam pesquisar e
descobrir soluções, aplicáveis a realidade.

Para Masseto (2003), o papel das metodologias ativas no processo de aprendizagem, só têm
sentido e valor se preencherem duas condições: referirem-se a um objetivo e serem eficientes e
que elas sejam eficientes, isto é, disponham de todas as características para que o objetivo possa
ser alcançado nas situações em que forem empregadas. (pág. 34).
Portanto, na visão de Masseto (2003), uma metodologia activa deve ser feita de forma
consciente, pensada e, sobretudo, preparada para não tirar do professor a alegria de ensinar.
São muitas as possibilidades de Metodologias Ativas, com potencial de levar os alunos a
aprendizagens para a autonomia. Há uma necessidade de conhecer uma melhor atuação na
prática na turma através dessas metodologias, que contribua para uma melhor formação
criticado estudante, e que atenda às necessidades sócias educacionais atuais.

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2.2 Princípios das metodologias ativas
Para compreendermos melhor como se relacionam e estruturam as metodologias ativas,
podemos elencar seis princípios base: Aluno no centro do processo de aprendizagem,
Autonomia, Reflexão sobre a realidade, Trabalho em equipe, Inovação, e Professor como
mediador.

2.2.1. Aluno no centro do processo de aprendizagem


Um dos principais pontos para o desenvolvimento de metodologias ativas é a capacidade de
manter o aluno como peça central no processo de aprendizagem. É preciso superar a ideia do
estudante como expectador dos conteúdos, um simples receptor.

Para isso é preciso focar mais no aprendizado do que no ensino. Como o aluno aprende? Quais
formas de incentivá-lo à busca por novos conhecimentos? Essa deve ser uma premissa de quem
aplica um método ativo.

E isso é necessário porque o discente tem uma participação maior na aplicação desses métodos.
Eles exigem do aluno uma série de posturas e ações para que, junto dos colegas, professores, e
tutores, possa construir sua trilha de conhecimento, o que nos leva ao próximo ponto.

2.2.2. Autonomia
A valorização dessa subjetividade auxilia no processo de aprendizagem, incentiva a visão
crítica dos eventos e da própria vida, constrói a autoestima do profissional e sua atitude
proactiva em relação ao trabalho.

O engajamento do aluno é algo a ser conquistado, e com certeza seu interesse pelos assuntos
que estuda é uma forma natural de incentivá-lo. Poder expressar suas ideias e pontos de vista
também pode ser uma chave para desenvolver a capacidade de debate e aceitação de outras
perspectivas.

Neste contexto o professor atua motivando os alunos na busca por autonomia, sendo paciente
com as várias formas de aprendizado e opiniões, além de oferecer bases sólidas para que eles
possam construir suas percepções.

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2.2.3. Reflexão sobre a realidade
As metodologias ativas propõem que os discentes sejam conduzidos a refletir sobre a realidade,
além de problematizar questões relevantes ao contexto em que vivem. O hábito de instigar o
pensamento é o que conduz os estudantes na busca de soluções, quando se tornam profissionais.

A conexão do conteúdo à realidade contextual dos estudantes é necessária para que eles possam
aplicar na prática o que aprenderam, com alguma dimensão do que esperar dessa interação. É
impossível dissociar teoria e prática, e por isso essa é uma habilidade essencial.

A curiosidade e a capacidade de resolver desafios coloca essa premissa das metodologias ativas
em uma dimensão prática, pois é impossível construir boas resoluções sem considerar as
variáveis da realidade em que está inserido. E isso pode, e deve ser treinado nas salas de aula.

2.2.4. Trabalho em equipe


A possibilidade de estabelecer interação dentro das metodologias ativas é gigante! É possível
aproveitar essa característica para desenvolver as habilidades de trabalhar em equipe nos
alunos, além de dividir experiências e visões sobre o processo de aprendizado.

As conversas em sala de aula podem ser mais bem vistas a partir dessa perspectiva. Ao invés
de considerar esse ambiente como um espaço do silêncio e exposição unilateral do professor,
podemos vê-lo como um solo fértil para as trocas e o aprendizado de todos, inclusive do
professor.

Em tempos em que o debate saudável tem dificuldade para se estabelecer na sociedade, é


possível promover uma cultura de mediação a partir da convivência com o diferente.

2.2.5. Inovação
Se um dos pilares da metodologia trata da centralidade do aluno, é preciso que os métodos
acompanhem o avanço das novas gerações.

Além de avançar, os alunos também demandam de forma diferente ao longo dos anos. A
capacidade de reflexão e autocrítica na seleção e aplicação dos métodos serve para que todos
possam estar na mesma página, quando o assunto é inovação.

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2.2.6. Professor como mediador
Por fim, esse último tópico reforça a importância do professor neste contexto. Seu papel de
guia, dentro das metodologias ativas, garante que os outros princípios sejam plenamente
contemplados nas atividades propostas.

Mas não devemos confundir esse papel com um lugar de destaque, de opiniões absolutas. Em
resumo, o professor deve incentivar, mediar, tencionar e dar suporte para a relação entre alunos,
e entre o estudante e o conteúdo.

3.0 Tipos de metedologias activas que podemos usar no PEA da lingua portuguesa.

3.1 Aprendizagem baseada em problemas


Este tipo de metodologia ativa orienta os professores a proporem problemas para seus alunos,
que devem buscar formas de solucioná-los.

A aprendizagem baseada em problemas estimula os alunos a serem mais autônomos e criativos.

Além disso, é comum que os estudantes se engajem muito nesse tipo de atividade, que tendem
a ser mais práticas nas escolas secundarias.

3.2. Ensino híbrido


O ensino híbrido é uma metodologia ativa conhecida por combinar elementos da educação à
distância (EaD) com atividades e aulas presenciais.

Neste modelo, em uma parte do tempo os alunos acessam plataformas online para aprender,
fazer suas atividades e até ter algumas aulas, por exemplo.

Já os momentos em sala de aula, sob a supervisão direta do professor, funcionam de modo


complementar e garantem uma relação mais personalizada com o ensino.

Existem diferentes modelos de ensino híbrido para serem aplicados. E eles podem ir desde uma
base de aulas online, com algumas atividades presenciais, a um currículo básico construído
inteiramente de forma presencial, com apenas disciplinas complementares online.

Nesse método de ensino, o uso das tecnologias se torna ainda mais importante. Afinal, é por
meio de instrumentos como sites, celulares e tabletes que os alunos poderão ter acesso aos
materiais complementares. Além disso, ferramentas como bibliotecas digitais se tornam
grandes aliadas.

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Com o ensino híbrido, portanto, é possível construir salas de aula mais inclusivas, com um
público mais heterogêneo e formas mais dinâmicas de compartilhar conhecimento.
Desenvolvem-se, assim, habilidades como autonomia, organização, criatividade e
comunicação.

3.3. Sala de aula invertida


Essa é uma metodologia ativa que, assim como o ensino híbrido, se aproveita da tecnologia
para transformar as práticas de ensino, antes mesmo de o aluno pisar na sala de aula.

Na sala de aula invertida, os conteúdos teóricos são disponibilizados virtualmente aos


estudantes com uma certa antecedência. Os alunos, assim, conseguem se preparar para os
momentos com os professores em sala de aula.

Com uma base conceitual já definida previamente, o aprendizado presencial pode ser muito
mais direcionado para atividades práticas, discussões, exercícios em laboratório e para a solução
de problemas.

Dessa maneira, a sala de aula invertida proporciona um espaço para discussões e para o
desenvolvimento da autonomia estudantil. É uma ótima metodologia, por exemplo, para o
ensino EaD, permitindo que o tempo de aula seja utilizado para debates e dúvidas e que os
indivíduos possam aprender no seu próprio ritmo.

3.4 Rotação por estações de aprendizagem


A metodologia de rotação por estações propõe uma divisão da turma em diferentes grupos e a
criação de um circuito em sala de aula. Por isso a definição do nome. Cada um desses grupos
deve estar comprometido com uma atividade que foque em uma categoria de aprendizado,
sendo independente das outras. Ou seja, precisa ter começo, meio e fim, sem exigir um exercício
prévio para sua compreensão.

Em seguida, cada grupo deve passar por uma estação diferente, até que todos os grupos tenham
interagido com todas as estações. Dessa maneira, os grupos podem resolver cada desafio
isoladamente. O uso de ferramentas tecnológicas é muito indicado, a variar da proposta de
atividade de cada estação.

O objetivo desse tipo de rotação é fazer com que a turma, dividida em grupos, interaja com
todas as estações. Assim, os grupos fazem as atividades e recebem estímulos de diferentes
aprendizagens.

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O uso de ferramentas tecnológicas é muito indicado para essa metodologia, a variar da proposta
de atividade de cada estação. Ela promove o desenvolvimento de uma série de habilidades, mas
principalmente a colaboração, a comunicação e o trabalho em equipe.

3.5 Storytelling
O storytelling, ou conotação de histórias, é uma metodologia de aprendizagem ativa de grande
utilidade no ensino da língua portuguesa. Afinal, construir narrativas é uma das finalidades no
ensino dos textos narrativos.

Para aplicar essa metodologia em sala de aula, recomenda – se não apenas que os professores
usem narrativas para explicar seus conteúdos. Mas, principalmente, que eles proponham aos
alunos criar narrativas sobre determinado tema que está sendo explorado em sala, por exemplo.

Assim, os alunos participam como criadores e contadores de histórias, e não apenas meros
ouvintes.

4.0 O ensino da Língua Portuguesa usando metodologias activas

Fonseca (2008) destaca que, no ensino da língua portuguesa, há uma grande preocupação,
relacionada à aquisição e produção da leitura e escrita com base nas normas gramaticais, através
de conceitos tradicionais. Os conceitos do se falar e escrever bem exigia que o aluno dominasse
as regras para que alcançasse sucesso na escola. Portanto, a língua portuguesa apresenta
inúmeras possibilidades dentro da realidade educacional, isso porque a mesma pode ser
desenvolvida por alunos por diversas metodologias, sendo que o professor pode trabalhar em
busca do encantamento dos alunos pela linguagem, para que possam compreendê-la melhor.

Desse modo, ao passo que o professor consegue incentivar o seu aluno a buscar novas formas
de leitura, é possível que a relação com a leitura seja formada sem imposições, mas sim sob o
princípio de que ela pode oferecer muito ao leitor

É preciso reinventar a educação, analisar as contribuições, os riscos e as mudanças advindas da


interação com a cultura digital, da integração das tecnologias digitais de informação e
comunicação como ferramentas no processo de ensino e aprendizagem, dos recursos, das
interfaces e das linguagens mediáticas à prática pedagógica, explorar o potencial de integração
entre espaços profissionais, culturais e educativos para criação de contextos autênticos de
aprendizagem mediatizados pelas tecnologias.

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Contudo, mesmo que muitas vezes os alunos possam alegar que a disciplina é complicada, cabe
ao professor encontrar estratégias que possibilitem a construção de um processo de ensino mais
dinâmico e produtivo para os alunos, pois as aulas de língua portuguesa estão presentes desde
o início do processo de alfabetização e ao passo que os alunos vão se desenvolvendo
intelectualmente, novos conceitos e teorias são estudados, e não se pode negar que a língua
portuguesa tem seu grau de complexidade, mas são questões que precisam ser entendidas pelos
alunos.

5.0. Metodologias
Severino (2010), “metodologia de pesquisa e o conjunto dos procedimentos a serem utilizados
na obtenção de conhecimento. E a aplicação do método, por meio de processos e técnicas que
garantem a legitimidade cientifica do saber obtido óbito”. (pág. 34).

Segundo Pillet (2003), método e “um roteiro geral para as actividades que indica as grandes
linhas de acção, sem se deter em operacionaliza-las. E um caminho que leva o sujeito ate um
certo ponto sem o veiculo de chegada que é a técnica”. (pág. 78)

Em termos de metodologias usadas no desenvolvimento do presente trabalho importa referir


que, a pesquisa ira envolver três momentos, nomeadamente: pré-pesquisa, pesquisa e pós
pesquisa.

O primeiro momento, pré-pesquisa tem a ver com o trabalho todo feito antes de ir ao campo
de pesquisa, desde a elaboração do projecto ate a dos instrumentos de recolha de dados, como
o mapa de avaliação.

O segundo, refere-se a própria pesquisa no tereno em que com base nos instrumentos antes
referidos onde procura-se descobrir se as hipóteses levantadas em resposta ao problema que
nos leva a proceder com esta pesquisa conferem com a realidade ou não, se não, oque estará
por detrás do mesmo problema.

Por ultimo, o terceiro momento, pós-pesquisa, onde são analisados e discutidos os dados
recolhidos na fase anterior e a redação da própria monografia.

5.1. Métodos de consultas bibliográficas


A fundamentação teórica rumo aos objectivos previamente preconizados será por uma
pesquisa bibliográfica que segundo Koche (1997), “método de consulta bibliográfica e aquele
que se desenvolve tentando explicar um problema utilizando um conhecimento disponível a
partir das teorias publicas em livros ou obras congéneres.
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5.2. Técnica de entrevista
Vieira (2009), “a entrevista e a comunicação que o pesquisador faz com o pesquisado,
visando obter informações para a alimentação da sua pesquisa. A recolha de dados da
entrevista e sujeita a uma analise de conteúdo na busca de categorias significativas. “são estas
categorias que espelham as posições das entrevistas sobre os vários temas propostos”.

Desta forma, será possível obter informação sobre as estratégias usadas pelos professores no
que diz respeito ao conteúdo abordado no presente trabalho.

5.3. Método estatístico


O método estatístico, consiste na recolha de dados e sua apresentação sistemática, de forma a
dar um quadro de informações claras sobre o problema usando o calculo percentual.

No caso desta pesquisa, apos a colheita de dados seguir-se-á sistematização sendo que os
dados serão lançados na folha de cálculos em Microsoft Excel e mais tarde será feita uma
codificação e organização de dados em tabelas e gráficos para posterior analise.

5.4. População e delimitação da amostra


Segundo Marcon & Lakatos (2001), o universo de pesquisa e o total de indivíduos que
possuem as mesmas caracteriscas definidas para um determinado estudo e a amostra e a parte
do universo.

Segundo Rudio (1990), “e fundamental que no estudo cientifico seja limitado e definido com
precisão o que se deseja observar, para que assim se garanta a validade do trabalho”. Uma das
características que mais diferenciam a pesquisa qualitativa da quantitativa em relação a
amostragem e a quantidade de sujeitos sociais pesquisados. (pág. 107).

Neste contexto, a população vai incidir sobre todos os alunos da decima classe e todos
professores da língua portuguesa, sendo que a amostra será composta por 40 alunos e 4
professores da língua portuguesa da Escola secundaria de Massinga.

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6.0 Conclusão
Chegando ao fim da presente pesquisa podemos concluir que, quando falamos das metodologias
activas, podemos entendê-las como ferramentas para educar. Sendo assim, elas consistem na
proposta de fazer do aluno o protagonista do seu próprio aprendizado. Partindo dessa ideia, é
possível estreitar o relacionamento entre o professor e o estudante. Portanto, os paradigmas de
educação tradicional são quebrados quando se aplica esse modelo.
O estudante como o principal foco em sala de aula tem a oportunidade de se envolver
directamente com o conteúdo, podendo ainda ser mais participativo e reflexivo. No entanto,
isso não significa que ele vai aprender tudo sozinho, mas que terá mais acesso às informações
com a orientação do professor.
Verificamos que os alunos demonstram motivação e desempenho satisfatório na apreensão dos
conteúdos ministrados nas aulas de Língua Portuguesa quando são utilizadas metodologias
ativas para ensino das teorias. Além disso, observamos também que os alunos apontam para a
necessidade de inserção cada vez mais dessas metodologias nas aulas, tendo em vista que eles
afirmam que o ensino tradicional desperta neles desmotivação e cansaço.
Importa salientar que o grande desafio da metodologia ativa é aperfeiçoar a autonomia
individual e uma educação capaz de desenvolver uma visão do todo, transdisciplinar, que
possibilite a percepção de aspectos cognitivos, afetivos, socioeconômicos, políticos e culturais,
constituindo uma prática pedagógica socialmente contextualizada.
Conforme Morán (2015), as metodologias ativas “são pontos de partida para avançar para
processos mais avançados de reflexão, de integração cognitiva, de generalização, de
reelaboração de novas práticas”. E complementa que “a melhor forma de aprender é
combinando equilibradamente atividades, desafios e informação contextualizada.

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7.0 Bibliografia
Universidade Católica de Moçambique (2015) Manual de investigação científica. Beira,
Moçambique.
Universidade Católica de Moçambique (2016). Manual de elaboração de trabalhos
científicos. Beira, Moçambique
Piletti, C. (2004). Didática Geral. (23ª ed.). São Paulo, Brasil: Editora ática.
Xavier, J. (2012). Pedagogia do Português- 2o e 3o ciclos. Maputo, Moçambique: Plural
Editores.
Severino, A. (2002). Metodologia do trabalho científico (22.ª ed.). São Paulo: Cortez

Bacich, J. (2018).Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem


teórico-prática. Porto Alegre.

Cunha, M. I. (2005) O professor universitário na transição de paradigmas. 2 ed. Araraquara:


Junqueira & Martins Editores,
LIBÂNEO, J. C. (2013) didática. 2. ed. São Paulo: Cortez,

ALMEIDA, L.( 2013) Questões atuais em educação – sustentabilidade e redes


sociais.Curitiba: Appris,
Freire, Paulo (2011). Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Paz
e Terra.

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