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dubação: tipos de adubos e

principais métodos de aplicação


TATIZA BARCELLOS - 23 DE JUNHO DE 2022

Atualizado em 18 de maio de 2023





o GESTÃO AGRÍCOLA

Adubação: saiba o que é, como funciona, como fazer o


planejamento ideal, todos os benefícios e muito mais.

A maioria dos solos brasileiros tem baixa fertilidade natural.


Para resolver esse problema, há a adubação: a prática de
reposição dos nutrientes exigidos pelas plantas. 

Ela é indispensável para atingir altas produtividades e


garantir a qualidade do produto final. Existem diversos tipos de
adubo e métodos de aplicação, e conhecer todos eles faz parte
do planejamento de fertilização da sua lavoura.

Neste artigo, veja as diferenças entre os tipos de fertilizante e


entenda qual a sua importância na manutenção da
produtividade das lavouras. Boa leitura!

Índice do Conteúdo [Mostrar]

O que é adubação?
A adubação é a prática agrícola de repor os nutrientes do
solo, e é fundamental para garantir a qualidade das plantas. 

Através dos fertilizantes ou adubos, as culturas são nutridas


com as substâncias essenciais para terem um crescimento
satisfatório, o que impacta diretamente na sua produção e nos
seus lucros.
Essa prática ajusta a fertilidade do solo para atender as
exigências nutricionais das plantas cultivadas. Conhecer
os indicadores de fertilidade é fundamental para fornecer os
adubos na dosagem adequada, evitando excessos ou faltas.

A análise de solo é a ferramenta utilizada para quantificar os


nutrientes presentes no solo. Além disso, ela fornece
informações que influenciam na disponibilidades dos
nutrientes para as plantas, como o pH e a presença de
alumínio.

É importante ressaltar que toda recomendação de


adubação deve ser orientada pelo resultado da análise de
solo. 

Tipos de adubo
Os adubos ou fertilizantes são os insumos utilizados na
nutrição das plantas. Eles podem ser orgânicos, minerais ou
organominerais. Veja as diferenças entre eles:
Adubo orgânico

O adubo orgânico têm como matéria-prima os resíduos de


origem vegetal e/ou animal. Eles atuam como
condicionadores do solo, melhorando as suas propriedades
físico-químicas. Podem ser adubos o esterco animal, folhas
secas, grama, vinhaça, torta de filtro ou mamona, etc.

Eles aumentam o teor de matéria orgânica e,


consequentemente, aumentam a CTC do solo. O fertilizante
orgânico também melhora a agregação do solo e a
capacidade de retenção de água. 

Eles também contribuem para a redução da oscilação térmica


do solo, porque a matéria orgânica é má condutora de
temperatura. Isso garante que as plantas não sofram estresse
térmico nas horas mais quentes do dia. 

Esses fertilizantes também reduzem o impacto ambiental pelo


aproveitamento dos resíduos. A adubação verde é um bom
exemplo disso.
Apesar disso, as fontes orgânicas apresentam variação em sua
composição e podem não suprir todas as
exigências nutricionais das plantas. Em alguns casos, a
aplicação complementar de adubos minerais pode ser
necessária.

A adubação orgânica tem custo elevado, principalmente no


que se refere ao transporte. Em algumas regiões, não são
encontrados com facilidade. 

Apesar de orgânicos, eles não devem ser utilizados de forma


indiscriminada. É fundamental conhecer a composição
química dos fertilizantes para estabelecer a melhor dosagem,
considerando a espécie cultivada e o tipo de solo.

Fabric
ação de composto orgânico a partir de resíduos vegetais
(Fonte: Resende, Alexander Silva)

Adubo mineral

O  adubo inorgânico ou adubo mineral é o mais utilizado


na produção agrícola em larga escala. Eles têm as rochas
como matérias-primas, e são obtidos a partir de
processos físicos, químicos e físico-químicos. 
Alguns exemplos são
a ureia, nitrogênio, potássio e fosfatados.

Os fertilizantes minerais são concentrados. Quando entram


em contato com a solução do solo, liberam rapidamente os
nutrientes para as plantas. Por se tratar de um produto
concentrado, eles devem ser utilizados com moderação. 

Alguns fertilizantes minerais apresentam liberação controlada


dos nutrientes, como o basacote e o osmocote. Nesse caso,
os nutrientes são encapsulados por polímeros e liberados
lentamente, ao decorrer do ciclo de desenvolvimento das
plantas. 

A utilização do fertilizante inorgânico melhora a eficiência da


adubação, pela disponibilidade contínua de nutrientes para as
plantas. Quando comparado aos adubos convencionais, os
adubos de lenta liberação apresentam maior valor agregado. 

Apesar disso, sua utilização reduz os custos com mão de


obra para a aplicação parcelada de outros fertilizantes.

Ao utilizar adubos de liberação controlada, é preciso estar


atento ao tempo de liberação dos nutrientes para as plantas.
O tempo de liberação do fertilizante mineral varia de acordo
com o produto e pode variar entre 3 a 12 meses.
Adubo organomineral

Os adubos organominerais são produzidos a partir da


combinação de fertilizantes minerais e orgânicos. Isso quer
dizer que eles são um adubo orgânico enriquecido
com fontes minerais.

Além de fornecer nutrientes para as plantas, esse tipo de


adubo contribui para a redução dos impactos ambientais.
Afinal, eles são produzidos a partir de resíduos animais e
vegetais.

Os fertilizantes organominerais favorecem a microbiota do


solo e o desenvolvimento das plantas. 
Principais métodos de aplicação dos fertilizantes
Os fertilizantes podem ser aplicados na lavoura de diferentes
formas: via solo, via foliar ou via fertirrigação. Cada um desses
métodos possui particularidades que você deve conhecer.
Via solo 

Nesse método, os fertilizantes são aplicados diretamente no


solo. Eles podem ser incorporados ou não com o auxílio de um
arado ou grade.

A adubação a lanço também pode ser feita, de forma manual


ou com máquinas distribuidoras. Nesse caso, ela é
realizada antes da implantação da lavoura.

Quando a cultura está sendo implantada, pode ser feita


a adubação de semeadura. Ela ocorre pela deposição dos
fertilizantes na linha de plantio. Nesse caso, os adubos são
depositados abaixo e nas laterais das sementes. 

Para a adubação no momento do plantio, os


fertilizantes químicos ou granulados são os mais
recomendados.

Em culturas com grande espaçamento entre plantas e entre


linhas, a adubação pneumática pode ser feita. Ela acontece
através das semeadoras pneumáticas. 

Outra possibilidade via solo é a adubação de base. Ela é a


fertilização do solo em cobertura, com aplicações feitas apenas
após a emergência da cultura. 
Adubação foliar

Na adubação foliar, os fertilizantes são dissolvidos em água e


pulverizados sobre as folhas das plantas. Os nutrientes são
absorvidos pela parte aérea das plantas, e não pelas
raízes.Trata-se de uma prática complementar na nutrição
vegetal.
É uma estratégia bastante comum na aplicação
de micronutrientes, e acontece através de pulverizações. Na
aplicação foliar, as condições climáticas têm grande
influência na eficiência da adubação. 

Além disso, os adubos aplicados nas folhas são assimilados


mais rapidamente, em comparação aos aplicados no solo.
Porém, a desvantagem é que o aproveitamento desses
nutrientes é curto.
Via fertirrigação

A fertirrigação é uma prática agrícola em que é utilizado o


sistema de irrigação para aplicação dos adubos. Ela pode ser
feita através da micro-irrigação, da aspersão, da microaspersão
e do gotejamento, por exemplo.

Trata-se de um método eficiente e econômico na nutrição das


plantas, que economiza o uso dos adubos na lavoura. 

Como a fertirrigação acontece junto da irrigação, a absorção


dos nutrientes pelas plantas é melhor. Para esse tipo de
adubação, opte pelos adubos líquidos.

Importância da adubação
A deficiência ou a superdosagem de um nutriente interfere
na absorção dos outros nutrientes. Isso prejudica o
desenvolvimento das plantas e diminui a produtividade da
lavoura. 

Além disso, a superdosagem de fertilizantes também


desequilibra o pH do solo. Dependendo da quantidade
aplicada, pode causar a morte das plantas.

A adubação é um dos fatores indispensáveis para a produção


agrícola. É fundamental que seja realizada tendo como
referência os resultados da análise de solo. Somente assim é
possível disponibilizar os nutrientes na quantidade e no
momento certo.
A correta adubação garante o crescimento das plantas,
contribui para o incremento da produtividade e para
a qualidade do produto. Ela também melhora a capacidade
de resposta das plantas a pragas e doenças.

Planejamento da adubação
No planejamento da adubação, escolher um bom laboratório
para análise do solo é fundamental. Afinal, todo o processo
será baseado nesse resultado. Considerar as exigências
nutricionais da cultura também é uma etapa importante.

Além disso, antes de começar a adubação, considere também:

o a produtividade esperada;
o o sistema de manejo;
o o histórico da área onde será implantada a lavoura
(espécies cultivadas anteriormente, produtividades
alcançadas nas safras passadas, calagem e adubações
já realizadas);
o as condições climáticas;
o o maquinário disponível;
o os seus recursos financeiros.

Conclusão
A adubação é uma prática agrícola que tem o objetivo de repor
os nutrientes e ajustar a fertilidade do solo. Isso vai atender
as exigências nutricionais das espécies cultivadas.
Somente o manejo da adubação não é garantia de altas
produtividades. Fatores como tipo de solo, clima, incidência de
pragas e doenças têm influência direta nesse parâmetro.

No que se refere a adubação, não existe receita. Cada


cenário deve ser avaliado individualmente, considerando
fatores agronômicos, ambientais e econômicos. Na dúvida,
consulte um(a) engenheiro(a) agrônomo(a).

>> Leia mais:

“Manual rápido de como fazer adubação de soja”

“Adubo para milho: recomendações para aumentar a


produtividade da lavoura”

“Adubo para cana: Principais recomendações para alta


produtividade”

“Adubação para café: Simples e prática (+ planilha)”

“Adubação de cobertura: como e quando fazer“

Como você faz a adubação da sua lavoura? Já teve


problemas com o excesso ou a falta dela? Deixe seu
comentário.

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