Curso: Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia Disciplina: AEN2283 – Mecânica dos Solos I | Sem.: 2023.1 Docente: Thâmara Dayane Batista Alves Discente: Wilson Silas Cunha Mat. 2023012410
1)Qual a importância da classificação dos solos?
A classificação dos solos é de extrema importância em várias áreas, incluindo a agricultura, engenharia civil, ciências ambientais, geologia e planejamento territorial. Na construção de estruturas como edifícios, estradas, pontes e barragens, é crucial entender as características do solo sobre o qual a construção ocorrerá. Diferentes tipos de solo têm diferentes capacidades de suporte e compactação, o que influencia o projeto e a estabilidade das estruturas. 2)Qual o objetivo da classificação dos solos? O objetivo da classificação dos solos é categorizar os diferentes tipos de solos com base em suas características físicas, químicas e morfológicas, a fim de entender e comunicar suas propriedades e comportamentos de maneira sistemática. 3)Quais os sistemas de classificação mais usados para a engenharia? Sistema Unificado de Classificação de Solos (USCS) Sistema de Classificação de Solos AASHTO: Associação Americana de Estradas e Transportes 4)Descreva como é feita a classificação dos solos pelo Sistema Unificado de Classificação. Porcentagem de pedregulho – a fração que passa pela #76,2 mm e é retida na #4,75mm (N° 4); Porcentagem de areia – a fração que passa na #4,75mm e é retida na #0,075 (N° 200); Porcentagem de silte e argila – a fração mais fina que a #0,075mm; Coeficiente de uniformidade (Cu) e coeficiente de curvatura (Cc); Limite de liquidez e índice de plasticidade da fração do solo que passa na # 4,75mm Fração fina: porcentagem que passa na # N°200; Fração grossa: porcentagem retida na # N° 200; Fração de pedregulho: porcentagem retida na # N° 4; Fração de areia: porcentagem retida na # N° 200 – porcentagem retida na # N°4 5) Explique porque as classificações da SUSC e AASHTO podem não ser aplicáveis, em alguns casos, para solos tropicais. As classificações do Sistema Unificado de Classificação de Solos (USCS) e do Sistema de Classificação de Solos AASHTO foram desenvolvidas em climas e ambientes predominantemente temperados, como os encontrados nos Estados Unidos. Portanto, pode haver limitações em aplicar esses sistemas de classificação diretamente a solos tropicais. 6) Com os dados obtidos no laboratório em ensaios de granulometria e plasticidade para três amostras de solo (solo A, B e C), classifique estas amostras de acordo com o Sistema Unificado de Classificação.
7) O que significa e indica o Índice de Grupo?
Elemento definidor da capacidade de suporte do terreno de fundação do pavimento, representado por um número inteiro variando de 0 a 20 que retrata o duplo aspecto de plasticidade e graduação do solo. 8) Em que consiste o Sistema Rodoviário de Classificação HRB / AASHTO? Este sistema de classificação foi projetado especificamente para atender às necessidades dos projetos de rodovias e pavimentação, fornecendo informações relevantes para a engenharia de pavimentos e materiais utilizados em infraestruturas rodoviárias. O Sistema HRB/AASHTO classifica os solos em grupos com base em suas propriedades de granulometria, índice de plasticidade e comportamento em relação à compactação. A classificação é feita utilizando um código composto por letras e números que indicam a fração granulométrica predominante (G, S, M ou C), a faixa de plasticidade (índice de plasticidade - IP) e a característica de compactação (compaction behavior - CB). 9) Calcular o índice de grupo de um solo em que 65% do material passa na peneira #200, limite de liquidez= 32% e índice de plasticidade= 13%. Se IP < 4, então o símbolo de grupo relacionado à propriedade de plasticidade é "L". Se 4 <= IP <= 7, então o símbolo de grupo relacionado à propriedade de plasticidade é "M". Se IP > 7, então o símbolo de grupo relacionado à propriedade de plasticidade é "H". No seu caso, IP = 13, o que corresponde a um símbolo de grupo "H". Portanto, o índice de grupo do solo é "SH".
10)Classifique os 5 solos abaixo (HRB e SUCS):
a) SOLO 1 – IP= 4% R: pedregulho arenoso; A-1-a, GW 1b) SOLO 2 – LL= 34%, LP = 27% e W = 30% R: areia com pedregulho; A-1-b; SM c) SOLO 3 – LP = NP R: areia; A-1-b; SW d) SOLO 4 – LL = 45%, LP = 38%, solo inorgânico e W = 35% R: silte; A-5-9; ML e) SOLO 5 – LL = 75%, LP = 31% e W = 75% R: argila siltosa; A-7-5; CH
11) Fale sobre os processos de identificação tátil − visual e como estes
podem ser úteis para a engenharia geotécnica. O processo de identificação tátil-visual é uma técnica usada na engenharia geotécnica para avaliar as propriedades físicas e características dos solos com base em observações visuais e sensações táteis. Essa abordagem é particularmente útil durante a realização de investigações de campo, quando os engenheiros geotécnicos coletam informações iniciais sobre as condições do solo e do subsolo antes de realizar ensaios mais detalhados em laboratório. 12) Fale sobre as limitações dos sistemas de classificação tradicionais? Simplificação da Realidade: Os sistemas de classificação são baseados em categorias discretas que nem sempre refletem a complexidade real dos solos. Os solos na natureza podem apresentar variações significativas que não são capturadas completamente pelos sistemas de classificação. Dependência de Ensaios Laboratoriais: A maioria dos sistemas de classificação exige a realização de ensaios laboratoriais, como o ensaio de limite de liquidez, o ensaio de limite de plasticidade e a análise granulométrica. Isso pode ser demorado, dispendioso e, em algumas situações, pode não ser prático, especialmente em projetos de campo. Foco em Propriedades Específicas: Os sistemas de classificação tradicionais muitas vezes se concentram em propriedades específicas, como o tamanho das partículas, o limite de liquidez e o índice de plasticidade. No entanto, outras propriedades importantes, como a permeabilidade, a compressibilidade e a resistência ao cisalhamento, podem não ser adequadamente consideradas. Limitação na Representação de Misturas de Solos: Os sistemas de classificação frequentemente têm dificuldade em lidar com solos que são uma mistura de diferentes tipos ou que têm propriedades intermediárias entre duas categorias. Variações Regionais e Geológicas: Os sistemas de classificação podem ser baseados em critérios que foram desenvolvidos em uma região específica ou em determinados tipos de solos. Isso pode resultar em desafios quando aplicados a solos de outras regiões geográficas ou geológicas. 13) Quais são as diferenças geotécnicas mais marcantes entre um solo arenoso e um argiloso? Granulometria e Tamanho de Partículas: Solos Arenosos: Possuem uma proporção significativa de partículas de areia, que são maiores em tamanho. Geralmente, têm uma granulometria mais uniforme. Solos Argilosos: São compostos por partículas de argila, que são muito menores em tamanho do que as partículas de areia. A granulometria pode variar, mas tende a ser mais diversificada do que nos solos arenosos. Permeabilidade: Solos Arenosos: Geralmente têm alta permeabilidade devido ao tamanho das partículas maiores e à maior quantidade de espaços vazios entre elas. Solos Argilosos: Possuem baixa permeabilidade devido ao tamanho das partículas muito pequenas e à natureza coesa das partículas de argila, que resultam em menor espaço vazio para a passagem da água. Compatibilidade e Compressibilidade: Solos Arenosos: Tendem a ser mais fáceis de compactar e têm uma menor tendência à compressão sob carga. Solos Argilosos: São mais difíceis de compactar devido à sua natureza coesa. Além disso, os solos argilosos podem sofrer compressão significativa quando submetidos a cargas, devido à reorganização das partículas de argila sob pressão. Coesão e Comportamento Não-Drenado: Solos Arenosos: Geralmente têm baixa coesão e exibem comportamento drenado, o que significa que a água pode se mover através deles mais facilmente. Solos Argilosos: Possuem alta coesão devido à presença de partículas de argila. Eles podem exibir comportamento não-drenado, o que significa que a água não pode se mover facilmente através deles, levando a condições de pressão de poros elevada. Expansão e Contração Volumétrica: Solos Arenosos: Tendem a ter uma menor variação de volume com mudanças na umidade, resultando em menor expansão e contração. Solos Argilosos: Podem sofrer expansão significativa quando absorvem água e contração quando secam, devido à natureza expansiva das partículas de argila. Estabilidade de Taludes: Solos Arenosos: São mais propensos a deslizamentos por sua baixa coesão e maior mobilidade. Solos Argilosos: Têm uma maior coesão, o que os torna mais estáveis e menos suscetíveis a deslizamentos, mas podem sofrer colapsos e deformações quando saturados. Capacidade de Suporte: Solos Arenosos: Geralmente têm uma capacidade de suporte mais baixa para cargas verticais. Solos Argilosos: Têm uma capacidade de suporte maior devido à coesão e à resistência interna das partículas de argila. 14) O que é e para que serve o Gráfico de Plasticidade de A. CASAGRANDE adotada no SUCS? O Gráfico de Plasticidade de A. Casagrande, adotado no Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS), é uma ferramenta utilizada para visualizar e classificar solos com base nos resultados dos ensaios de limites de Atterberg, que incluem o limite de liquidez (LL) e o limite de plasticidade (LP). Esse gráfico foi desenvolvido por Arthur Casagrande, um engenheiro civil e geotécnico renomado. O gráfico é uma representação gráfica bidimensional em que o eixo horizontal representa o limite de liquidez (LL) e o eixo vertical representa o índice de plasticidade (IP), que é a diferença entre o limite de liquidez (LL) e o limite de plasticidade (LP). A principal finalidade do Gráfico de Plasticidade é fornecer uma maneira rápida e eficiente de classificar os solos de acordo com o Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS), que é amplamente utilizado na engenharia geotécnica. O gráfico permite identificar as diferentes zonas de classificação dos solos com base nas posições dos pontos que representam os valores de limite de liquidez e índice de plasticidade. 15) Um mesmo solo pode ser classificado como grosso pelo sistema HBR/AASHTO e fino pelo sistema SUCS/ASTM? E o contrário? Por quê? Para um solo ser classificado como "grosso" pelo sistema HRB-AASHTO: O sistema HRB-AASHTO foca na graduação granulométrica do solo, particularmente na porcentagem retida na peneira nº 200. Solos com alta porcentagem de material retido na peneira nº 200 (mais fina) são frequentemente classificados como "grosso" pelo sistema HRB-AASHTO. A ênfase está na presença de partículas maiores, como cascalho e areia. Para um solo ser classificado como "fino" pelo sistema SUCS/ASTM: O sistema SUCS/ASTM considera várias propriedades, incluindo a granulometria, a plasticidade e a dilatância. Solos com alta plasticidade e características argilosas são frequentemente classificados como "finos" pelo sistema SUCS/ASTM. A ênfase está nas propriedades de plasticidade, capacidade de retenção de água e comportamento de expansão/contração. As diferenças entre os critérios de classificação e as propriedades avaliadas levam a essa discrepância de classificação em alguns casos. Um solo com uma graduação granulométrica dominante de areia, por exemplo, pode ser considerado "grosso" pelo sistema HRB-AASHTO, mas se possuir plasticidade significativa e características de argila, pode ser classificado como "fino" pelo sistema SUCS/ASTM devido à ênfase na plasticidade. 16) Para o solo cujas características são dadas abaixo, indicar as prováveis classificações SUCS e HRB-AASHTO: a) SOLO A − 100% do material passando na peneira 4. − 25% retido na peneira 200 − O material que passa na peneira 200 exibe: Média a baixa plasticidade. Não apresenta dilatância. Resistência dos torrões secos média a alta b) SOLO B − 65% do material retido na peneira 4 − 32% do material retido entre a peneira 4 e a peneira 200 − Cu = 3 e Cc = 1. c) SOLO C − 100% passando na peneira 4 − 90% passando na peneira 200 − Resistência dos torrões secos ao ar baixa a média − Dilatância moderadamente − LL = 23 e LP = 17 d) SOLO D − 5% retido na peneira 4. − 70% passando na peneira 4 e retido na peneira 200. − Finos exibindo baixa plasticidade e alta dilatância e) SOLO E − 50% retido na peneira 4. − 35% retido na peneira 200. − Finos exibindo plasticidade média a alta. − Resistência dos torrões secos média a alta. f) SOLO F − 20% retido na peneira 4. − 20% passando na peneira 200. − Finos exibindo plasticidade média a alta. − Alta resistência dos torrões secos ao ar. SOLO A: Classificação SUCS: CL (Argila pouco plástica) Classificação HRB-AASHTO: A-6 b) SOLO B: Classificação SUCS: GW (pedregulho bem graduado) Classificação HRB-AASHTO: A-1-a c) SOLO C: Classificação SUCS: ML (Silte ) Classificação HRB-AASHTO: A-4 d) SOLO D: Classificação SUCS: SM (Areia siltosa) Classificação HRB-AASHTO: A-1-b OU A-2-4 e) SOLO E: Classificação SUCS: GC (pedregulho argiloso) Classificação HRB-AASHTO: A-2-6 OU A-2-7 f) SOLO F: Classificação SUCS: SC (areia argilosa ) Classificação HRB-AASHTO: A-2-6 OU A-2-7 17) Um solo outrora empregado na manufatura de tijolos e na obra de uma barragem de terra foi caracterizado no Laboratório de Geotecnia. A análise granulométrica resultou na curva granulométrica apresentada abaixo. 18) Para o solo cujas características são dadas abaixo, indicar as prováveis classificações pela SUCS e AASHTO: − 65% do material retido na peneira 4 − 32% do material retido entre a peneira 4 e a peneira 200 − Cu = 3 e Cc = 1. Classificação SUCS: Fração Granulométrica: Argila (C) Graduação do Solo: Mal Graduado (Poorly Graded) De acordo com o índice de Compressão Confinada (Cc), que é igual a 1, a classificação específica das frações finas (CL, ML ou OL) não pode ser determinada apenas com essa informação. O índice Cc igual a 1 é um caso especial que não permite uma classificação definitiva da fração fina com base apenas nesse valor. Classificação AASHTO: Com base nas características e índices fornecidos, o solo provavelmente se enquadra na categoria A-7 do sistema AASHTO, que inclui argilas com alta compressibilidade e alta dilatância. Classificação AASHTO provável: A-7-6 19) Classifique todos os 16 solos abaixo, pelos sistemas TRB/AASHTO E SUCS/ASTM, cujas características geotécnicas determinadas em laboratório, estão informadas nos quadros.