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Analise Matematica I
Analise Matematica I
Feliz Minhós
ii
Conteúdo
Objectivos Gerais 1
Programa 3
1 Sucessões 5
1.1 De…nição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Subsucessão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3 Sucessões monótonas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4 Sucessões limitadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.5 Indução Matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.6 Noção de vizinhança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.7 Sucessões convergentes. Propriedades . . . . . . . . . . . . . . 10
1.8 Operações algébricas com sucessões . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.9 Propriedades algébricas dos limites . . . . . . . . . . . . . . 15
1.10 Sucessão de Cauchy . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.11 A recta acabada. In…nitamente grandes . . . . . . . . . . . . 21
1.12 Operações com limites em R. Indeterminações . . . . . . . . . 22
1.13 Sucessão exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.14 Sucessão do tipo potência-exponencial . . . . . . . . . . . . . 25
iii
iv CONTEÚDO
4 Cálculo Diferencial em R 83
4.1 Derivada de uma função num ponto . . . . . . . . . . . . . . 83
4.2 Interpretação geométrica da derivada . . . . . . . . . . . . . . 83
4.3 Derivadas laterais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
4.4 Derivadas in…nitas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
4.5 Derivabilidade e continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
4.6 Função derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
4.7 Regras de derivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
4.8 Derivada da função composta . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
4.9 Derivada da função inversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
4.10 Derivadas de funções trigonométricas . . . . . . . . . . . . . . 89
4.10.1 Derivada da função f (x) = sen x . . . . . . . . . . . . 89
4.10.2 Derivada da função cos x . . . . . . . . . . . . . . . . 89
4.10.3 Derivada das funções tg x e cot g x . . . . . . . . . . . 89
4.10.4 Derivada das funções trigonométricas inversas . . . . . 90
4.11 Derivadas das funções exponencial e logarítmica . . . . . . . . 91
4.12 Teoremas fundamentais do cálculo diferencial . . . . . . . . . 92
4.13 Derivadas de ordem superior . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
4.14 Aplicações da fórmula de Taylor à determinação de extremos,
convexidade e in‡exões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
4.15 Séries de funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
CONTEÚDO v
1
2
Introdução
3
4 CONTEÚDO
Capítulo 1
Sucessões
1.1 De…nição
As sucessões são funções reais de varíável natural.
5
6 CAPÍTULO 1. SUCESSÕES
2. Por recorrência
Os termos da sucessão são calculados a partir dos termos anteriores.
8
< u1 = 3
Exemplo 1.1.4 a)
:
un+1 = 2un + 4; 8n 2 N:
8
< v1 = 1
b) v2 = 3
:
vn+2 = vn + vn+1 ; 8n 2 N:
Exercício 1.1.5 Calcule os quatro primeiros termos de cada uma das sucessões
anteriores e represente-os gra…camente.
1.2 Subsucessão
De…nição 1.2.1 Designa-se por subsucessão de un qualquer sucessão que
resulte da supressão de alguns termos de un .
c) cn = cos (n )
d) dn = 3n
9L > 0 : jun j L; 8n 2 N:
Exercício 1.4.2 Das sucessões seguintes indique as que são limitadas, referindo
neste caso um majorante e um minorante para o conjunto dos seus termos:
3n
a) an = n+2
b) dn = 3n
c) cn = cos (n )
1. C(1) é verdadeira
(1 + x)p+1 1 + (p + 1) x:
Ora
1 + (p + 1) x:
(1 + x)n 1 + nx, 8n 2 N:
1.6. NOÇÃO DE VIZINHANÇA 9
a) 8n : 2n = 4n , 8n 2 N:
n
X
b) (2k) = n(n + 1), 8n 2 N:
k=1
V (a) = fx 2 R : jx aj < g
= ]a ; a + [:
2+3n
Exercício 1.6.4 Considere a sucessão un = 2n+3 : Prove que a partir de
u11 (exclusive) todos os termos veri…cam
3
un 2 V0;1 :
2
Interprete gra…camente.
10 CAPÍTULO 1. SUCESSÕES
Exercício 1.7.6 Prove que um conjunto …nito não tem pontos de acumu-
lação.
ja bj = ja un + un bj ja un j + jun bj < + = :
2 2
O que está em contradição com a hipótese de a 6= b:
Logo a = b:
12 CAPÍTULO 1. SUCESSÕES
ou seja vn ! a:
Então
M un M; 8n 2 N;
pelo que un é limitada.
Ou seja
8 > 0 9p 2 N: n > p =) c < un < c + ;
(u v)n = un vn
(u v)n = un vn
u un
= ; vn =
6 0; 8n 2 N:
v n vn
lim un lim vn :
14 CAPÍTULO 1. SUCESSÕES
(un vn ) (a b) = un vn un b + un b ab
= un (vn b) + (un a) b;
Então
up v p = (u v) up 1
+ up 2
v + up 3 2
v + + uv p 2
+ vp 1
Para n = 1; u v = u v; verdade.
Para p = k + 1;
= u (u v) uk 1
+ uk 2
v + uk 3 2
v + + uv p 2
+ vp 1
+ v k (u v)
= (u v) uk + uk 1
v + uk 2 2
v + + u2 v p 2
+ uv p 1
+ vk :
p
Considere-se a > 0: Substituindo na igualdade anterior u = p un e v =
p
p
a; obtem-se
p p p p h p p p p p i
p 2 p 1
( p un )p p
a = p un p
a ( p un )p 1 + + ( p un ) p a + p
a
e
p p
p
un a
p
un a= p p 1 p p p 2 p p 1
:
p un + + p un ( p a) + ( p a)
Assim
p p
p
jun aj jun aj
p
un a = p p 1 p p p 1;
p p 1 ( p a)
p un + + ( a)
e obtem-se p p 1
p p
p
jun aj ( p a)
p
un a p p 1 < p p 1 = :
( p a) ( p a)
Se a = 0 então lim un = 0 e neste caso considera-se, na de…nição de
limite jun j < p e un < p ; pois un 0:
Então obtem-se
p p p p p
p p
p
p
un a = j p un j = p un = :
18 CAPÍTULO 1. SUCESSÕES
Como jjun j jajj jun aj < o que é equivalente a jun j ! jaj ; isto é,
lim jun j = jlim un j :
O próximo teorema é útil para o cálculo de limites de sucessões cujos
termos gerais incluam somatórios ou fracções com razões trigonométricas,
entre outras situações.
e
8 > 0 9n1 2 N: n > n1 =) a < vn < + a:
a < un wn vn < + a;
se, a partir de uma certa ordem, un for superior a qualquer número positivo
previamente …xo.
Simbolicamente
se, a partir de uma certa ordem, un for inferior a qualquer número negativo
…xado.
Simbolicamente
jun j ! +1:
1 1 1
Então jun j = un < ; para n > p; pelo que, por de…nição, un ! 0:
4) Se un ! +1 então
vn un > L:
an = (1 + h)n 1 + nh; 8n 2 N.
a) É monótona crescente
b) É limitada
c) É convergente.
Pelo exercício anterior prova-se que o seu limite será um número entre 2
e 3.
Convencionou-se que
n
1
lim 1 + = e ' 2; 71828::::
n
Dem. Suponhamos que un ! +1: Então existe uma ordem p tal que
un > L; 8L > 0.
Represente-se por kn o menor número inteiro que veri…que
Então
1 1 1
<
kn + 1 un kn
e
1 1 1
1+ <1+ 1+ :
kn + 1 un kn
Por (1.14.1) e como as bases são maiores que 1; a sucessão …ca crescente , e
kn un kn +1
1 1 1
1+ < 1+ 1+ :
kn + 1 un kn
Como
kn kn +1 1
1 1 1
lim 1 + = lim 1 + 1+ = e:1 = e
kn + 1 kn kn
e
kn +1 kn
1 1 1
lim 1 + = lim 1 + 1+ =e
kn kn kn
1.14. SUCESSÃO DO TIPO POTÊNCIA-EXPONENCIAL 27
t t t
T =t+ + 2 + ::: + n + :::
2 2 2
29
30 CAPÍTULO 2. SÉRIES DE NÚMEROS REAIS
2. Caso de k = 2 : an = un un+2
S1 = a1 = u1 u3
S2 = a1 + a2 = u1 u3 + u2 u4
S3 = a1 + a2 + a3 = u1 + u2 u4 u5
..
.
Sn = u 1 + u 2 un+1 un+2 :
Logo
1 1 1 1
jS2n Sn j = 1 + ::: + + + ::: + 1 + ::: +
n n+1 2n n
1 1 1 1
= + ::: + = + ::: +
n+1 2n n+1 2n
1 1 n 1
> + ::: + = = ; 8n 2 N.
n+n 2n 2n 2
34 CAPÍTULO 2. SÉRIES DE NÚMEROS REAIS
é divergente.
+1
X +1
X
Proposição 2.4.1 (i) Sejam an e bn duas séries convergentes de
n=1 n=1
+1
X
somas A e B, respectivamente. Então a série (an + bn ) é convergente e
n=1
a soma é A + B:
+1
X
(ii) Se an é uma série convergente de soma A, para cada 2 R; a série
n=1
+1
X
( an ) é convergente para A:
n=1
Dem. (i) Represente-se por Sn0 e Sn00 as sucessões das somas parciais das
+1
X +1
X
séries an e bn ; respectivamente. Então
n=1 n=1
Então
Sn = a1 + + an = (a1 + + an ) = Sn ! A:
+1
X +1
X
Observação 2.4.2 Caso ambas as séries an e bn sejam divergentes,
n=1 n=1
+1
X
a série (an + bn ) pode ser convergente ou divergente.
n=1
Exemplos:
+1
X +1
X
n
1. As séries ( 1) e ( 1)n+1 são ambas divergentes e contudo
n=1 n=1
+1 h
X i
( 1)n + ( 1)n+1 0 é convergente.
n=1
+1
X +1
X +1
X +1
X
2. As séries ne 2n são ambas divergentes e [n + 2n] = 3n
n=1 n=1 n=1 n=1
é divergente.
+1
X +1
X
Observação 2.4.3 Poder-se-ia esperar que sendo an e bn conver-
n=1 n=1
+1
X
gentes, a série "produto" (an bn ) também fosse convergente. Contudo
n=1
tal não se veri…ca:
Os próximos resultsdos darão alguma informação sobre os casos em que
é possível a priori estabelecer a natureza da série "produto".
+1
X
Proposição 2.5.1 Uma série de termos positivos an é convergente se e
n=1
só se a sucessão das somas parciais é majorada.
+1
X +1
X
b) Se an é divergente então bn é divergente.
n=1 n=1
An = a1 + + an e Bn = b1 + + bn
+1
X
Assim, como an bn ; 8n 2 N, então An Bn B e An é majorada, an
n=1
é convergente.
+1
X
b) Se an é divergente então An ! +1 () An A (8A 2 R).
n=1
Então A An Bn e Bn ! +1 porque Bn A (8A 2 R) ;.pelo que
+1
X
bn é divergente.
n=1
2.5. SÉRIES DE TERMOS NÃO NEGATIVOS 37
+1
X +1
X
1 1
Como a série n é divergente, pelo critério de comparação (b), n
n=1 n=1
é divergente para 1:
+1
X
1 1 1
2. A série n2
é convergente, porque n2 n2 1; n2 n2 1
(n > 1) :
n=1
+1
X
1
Como a série n2 1
é uma série de Mengoli convergente, então pelo
n=1
+1
X
1
critério de comparação (a), n2
é convergente.
n=1
+1
X
1 1 1
3. Para 2 a série n é convergente, pois n n2 ;. n n2
.
n=1
+1
X +1
X
1 1
Como n2
é convergente, então pelo critério de comparação (a), n
n=1 n=1
é convergente para 2.
+1
X
sen n
Considere-se a série 2n :
n=1
Aqui não é possível aplicar o critério de comparação pois os termos da
série não são não negativos,.
É necessário o conceito de convergência absoluta.
+1
X
De…nição 2.5.4 Uma série an diz-se absolutamente convergente se
n=1
+1
X
jan j é convergente.
n=1
+1
X +1
X
Dem. Seja an uma série absolutamente convergente, isto é, jan j
n=1 n=1
é convergente.
+1
X +1
X
Além disso an jan j ; porque ja1 + + an j ja1 j + + jan j
n=1 n=1
e passando ao limite em ambos os membros da desigualdade.
+1
X
Como 0 an + jan j 2 jan j e a série 2 jan j é convergente, pela
n=1
+1
X
Proposição 2.4.1,.então pelo Teorema 2.5.2, a), a série (an + jan j) é con-
n=1
vergente.
+1
X +1
X +1
X
Assim an = (an + jan j) jan j é convergente.
n=1 n=1 n=1
+1
X
Observação 2.5.6 Uma série an pode ser convergente sem contudo ser
n=1
absolutamente convergente. Nestes casos a série diz-se simplesmente convergente.
+1
X
sen n
Exemplo 2.5.7 Na série 2n tem-se que
n=1
sen n 1
; 8n 2 N:
2n 2n
+1
X
1 1
Como 2n é uma série geométrica convergente (razão 2) , então pelo
n=1
+1
X +1
X
sen n sen n
critério de comparação (a) a série 2n é convergente e 2n é
n=1 n=1
+1
X
sen n
absolutamente convergente. Finalmente pelo Teorema 2.5.5, 2n é con-
n=1
vergente.
+1
X
Teorema 2.5.8 (Teorema de Dirichlet) Se an é uma série (não neces-
n=1
sariamente convergente) com a sucessão das somas parciais limitada e bn é
uma sucessão decrescente que tende para zero então
+1
X
(an bn ) é convergente.
n=1
a1 b1 + + an bn =
S1 (b1 b2 ) + S2 (b2 b3 ) + + Sn 1 (bn 1 bn ) + Sn bn ; 8n 2 N:
Para n = 1; a1 b1 = S1 b1 é verdade.
Admitindo a igualdade verdadeira para n = p veri…car para n = p + 1 :
a1 b1 + + ap bp + ap+1 bp+1 =
[S1 (b1 b2 ) + + Sp 1 (bp 1 bp ) + S p bp ] +
ap+1 bp+1 + (Sp bp+1 Sp bp+1 )
= S1 (b1 b2 ) + + Sp 1 (bp 1 bp ) + Sp (bp bp+1 ) + (ap+1 + Sp ) bp+1
= S1 (b1 b2 ) + + Sp (bp bp+1 ) + Sp+1 bp+1 :
+1
X
Então a série Si 1 (bi 1 bi ) é absolutamente convergente. Logo
i=2
+1
X
lim (a1 b1 + + an bn ) é …nito pelo que a série (an bn ) é conver-
n=1
gente.
+1
X
Fortalecendo a hipótese sobre an e enfraquecendo a condição sobre
n=1
bn , obtem-se:
+1
X
Teorema 2.5.9 (Teorema de Abel) Se an é uma série convergente e
n=1
bn 0 é uma sucessão decrescente (não necessariamente com limite zero)
então
+1
X
(an bn ) é convergente.
n=1
+1
X
Dem. A a sucessão das somas parciais da série ( 1)n é limitada (em-
n=1
bora não convergente). Como bn é uma sucessão decrescente com lim bn = 0;
então fazendo no Teorema 2.5.8 an = ( 1)n obtem-se o resultado pretendido.
Observação 2.6.2 A condição de bn ser decrescente para zero não pode ser
retirada.
Sem a monotonia de bn a série pode divergir.
é divergente.
+1
X
Resolução: Suponha-se, com vista um absurdo, que a a série ( 1)n 1
n [2 + ( 1)n ]
n=1
é convergente.
Então a série
+1
X +1
X +1
1 2 X 2 1
= ( 1)n + ( 1)n +
n n n n
n=1 n=1 n=1
seria convergente pela Proposição 2.4.1. Ora isto é absurdo porque a série
harmónica é divergente.
42 CAPÍTULO 2. SÉRIES DE NÚMEROS REAIS
+1
X
Resolução: A série ( 1)n 1
n não é absolutamente convergente pois
n=1
+1
X X 1+1
1
( 1)n = n
n n
n=1 n=1
an
8 > 0 9p 2 N: n > p =) l < <l+ :
bn
bn (l ) < an < bn (l + ) :
2.7. CRITÉRIOS DE CONVERGÊNCIA PARA SÉRIES DE TERMOS NÃO NEGATIVOS43
+1
X +1
X
Pelo Teorema 2.5.2, se bn é divergente então an é divergente, e se
n=1 n=1
+1
X +1
X
bn é convergente então an é convergente.
n=1 n=1
é divergente porque
1
sen n
lim 1 =1
n
+1
X
1
e n é divergente.
n=1
+1
X
2k a2k = a1 + 2a2 + 4a4 + 8a8 + ::: for convergente.
k=0
Sn = a1 + + an
Tk = a1 + 2a2 + 4a4 + + 2k a2k :
Sn = a1 + (a2 + a3 ) + (a4 + a5 + a6 + a7 ) +
+ a2k + + a2k+1 1
k
a1 + 2a2 + 4a4 + + 2 a2k = Tk :
44 CAPÍTULO 2. SÉRIES DE NÚMEROS REAIS
+1
X
((=) Assim se 2k a2k é convergente então, pela Proposição 2.5.1 Tk
k=0
é majorada.
Como para qualquer n existe k 2 N0 tal que n 2k+1
1; tem-se que
+1
X
Sn Tk ; pelo que Sn é majorada e, pela Proposição 2.5.1, a série an é
n=1
convergente.
+1
X
(=)) Suponha-se que an é convergente. Para n 2k ;.tem-se
n=1
Sn = a1 + + an
a1 + a2 + (a3 + a4 ) + (a5 + a6 + a7 + a8 ) +
+ a2k+1 +1 + + a2k
1 1
a1 + a2 + 2a4 + 4a8 + + 2k 1
a2k = Tk ;
2 2
+1
X
pelo que Tk 2Sn : Como an é convergente então Sn é majorada pelo
n=1
+1
X
que Tk também é majorada. Pela Proposição 2.5.1, a série 2k a2k é con-
k=0
vergente.
+1
X
1
Corolário 2.7.5 A série de Dirichlet n é convergente se e só se >1
n=1
( 2 R):
an+1 bn+1
:
an bn
Então:
+1
X +1
X
a) Se bn é convergente então an é convergente.
n=1 n=1
+1
X +1
X
b) Se an é divergente então bn é divergente.
n=1 n=1
o que prova que a sucessão abnn é decrescente, a partir de uma certa ordem
a ap a
p, pelo que é majorada por bpp ; para n p: Ou seja, abnn bp e an bn bpp ;
para n p:
Aplicando o Teorema 2.5.2 obtem-se a conclusão pretendida.
an+1
a) Se existe um número r tal que 0 < r < 1 e an r, a partir de uma
+1
X
certa ordem, então an é convergente.
n=1
+1
X
an+1
b) Se a partir de uma certa ordem, an 1 então an é divergente.
n=1
46 CAPÍTULO 2. SÉRIES DE NÚMEROS REAIS
+1
X
Dem. a) Aplicando a alínea a) do teorema anterior às séries an e
n=1
+1
X
rn ; em que a segunda é convergente porque é uma série geométrica com
n=1
jrj < 1; pois
an+1 rn+1
= r:
an rn
+1
X +1
X
b) Aplicando a alínea b) do Teorema 2.7.6 às séries an e 1; sendo
n=1 n=1
+1
X
an+1
esta divergente. Como an 1 então an é divergente.
n=1
+1
X
b) Se l > 1 então an é divergente.
n=1
em função do parâmetro :
+1
X
a) Se l < 1, an é convergente.
n=1
48 CAPÍTULO 2. SÉRIES DE NÚMEROS REAIS
+1
X
b) Se l > 1; an é divergente.
n=1
+1
X
an = ap+1 + ap+2 + = Rp :
n=p+1
Como
+1
X
an = (a1 + a2 + + ap ) + Rp
n=p+1
observa-se que o erro cometido ao tomar para valor da soma da série, a soma
dos primeiros p termos é Rp :
No cálculo aproximado interessa conhecer majorantes dos erros cometi-
dos nas aproximações feitas.
Nas séries de termos positivos existem alguns resultados que majoram o
resto:
Por hipótese
ap+2 ap+3 ap+3 ap+2
kp e = : (kp )2 :
ap+1 ap+1 ap+2 ap+1
ap+4
Análogamente ap+1 (kp )3 e assim sucessivamente.
50 CAPÍTULO 2. SÉRIES DE NÚMEROS REAIS
Então
1
Rp ap+1 1 + kp + (kp )2 + (kp )3 + = ap+1 :
1 kp
kpp+1
Rp :
1 kp
+1
X
Dem. A série an é convergente pelo Teorema 2.7.12. O erro
n=1
Rp ap+1 :
( 1)p+1 Rp 0: (2.8.1)
2.8. RESTO DE UMA SÉRIE 51
Ou seja,
( 1)p+1 Rp ap+1 ;
e, por (2.8.1),
0 ( 1)p+1 Rp ap+1 ;
pelo que jRp j ap+1 :
+1
X
Exemplo 2.8.5 Se para soma da série ( 1)n 1
n tomarmos o número
n=1
1 1 1
1+ + ;
2 3 4
1
comete-se um erro Rn tal que jRn j 5:
52 CAPÍTULO 2. SÉRIES DE NÚMEROS REAIS
Capítulo 3
lim f (x) = b;
x!a
quando
lim x2 + 4 = a2 + 4:
x!a
53
54 CAPÍTULO 3. FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL
1
lim 2 + sen :
x!0 x
f (xn ) = 2 + sen + 2n = 3:
2
1 3
Analogamente, de…nindo yn = 2 + 2n temos
1 3
yn = 3 ! 0 e f (yn ) = 2 + sen + 2n = 1:
2 + 2n 2
3. Se limf (x) < lim g(x) então existe " > 0 tal que
x!a x!a
Dem. 1. Suponhamos que existem dois valores para limf (x): Isto é,
x!a
Então para cada cada > 0 existe " > 0 tal que
< + = ;
2 2
3. Seja limf (x) = b < lim g(x) = c e escolha-se > 0 tal que 0 < <
x!a x!a
c b
2 ; ou seja tal que b + < c :
Então, existe " > 0 tal que x 2 V" (a) \ X e
Em particular
3.2 Limites em R
A noção de limite pode estender-se ao caso em que a = 1 e a situações
em que o valor do limite é 1:
(i) Diz-se que lim f (x) = +1 quando para qualquer L > 0 existe " > 0 tal
x!a
que para x 2]a "; a + "[\ (Xnfag) se tem f (x) > L:
Simbolicamente quando
(ii) Analogamente
lim f (x) = 1 , 8L > 0 9" > 0:8x 2 X; 0 < jx aj < " =) f (x) < L:
x!a
x2 8x + 3
lim = 1:
x!+1 x2 4
58 CAPÍTULO 3. FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL
Proposição 3.2.5 (Propriedade algébricas dos limites) Admitindo que lim f (x) =
x!a
b e lim g(x) = c; tem-se que:
x!a
1. lim (f + g) (x) = b + c;
x!a
2. lim (f g) (x) = b c;
x!a
4. lim fg(x)
(x)
= b
c , se c 6= 0:
x!a
x
2+ 23 se x 1
f (x) =
1 x2 se x < 1:
f é contínua à direita de a;
f é contínua à esquerda de b:
3.7 Descontinuidades
De…nição 3.7.1 Seja f : D R ! R:
x3 = 3x2 1
Como x0 < x < y e f (x0 ) < f (y) ; tem-se pela parte anterior que
Se fosse f (x0 ) < f (x+0 ) então f (I) não podia ser um intervalo, mas sim
uma reunião de intervalos, pois qualquer elemento y 2 f (x0 ); f (x+ 0 ) com
y 6= f (x0 ) não pertence a f (I).
Logo os limites laterais têm de ser iguais, isto é, f tem de ser contínua.
3.9 Assímptotas
De…nição 3.9.1 (i) Sejam f e h duas funções reais de…nidas para x > x0 :
Diz-se que a linha de equação y = h(x) é assímptota ao grá…co de f (x) para
a direita (ou quando x ! +1) se e só se
x5 1 1
lim x2 = lim = 0:
x!+1 x3 x!+1 x2
66 CAPÍTULO 3. FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL
donde
b = lim [f (x) mx]
x!+1
e
1 f (x) b
0 = lim [f (x) mx b] = lim m
x!+1 x x!+1 x x
f (x)
= lim m ;
x!+1 x
pelo que
f (x)
m = lim :
x!+1 x
Então m e b têm os respectivos limites …nitos.
A demonstração para o caso da assímptota para a esquerda é análogo.
((=) Se existirem e forem …nitos os dois limites então
b = lim [f (x) mx] () lim [f (x) mx b] = 0;
x!+1 x!+1
x3
f (x) = :
x2 4
y = f (x) e x = g(y)
são equivalentes.
y 100
y 1.5
1.0
50 0.5
-4 -2 2 4 -4 -2 2 4
x -0.5 x
-50
-1.0
-100 -1.5
p
3
x3 x
68 CAPÍTULO 3. FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL
1.0
y
0.5
-1.0 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
x
-0.5
-1.0
Os graf icos s~
ao simetricos relativamente a y = x
Com efeito, para x1 ; x2 2 Df com x1 < x2 então f (x1 ) < f (x2 ) ; se f for
crescente. Notando por g a função inversa de f , tem-se
1. ax > 0; 8x 2 R
5. Se a = 1; ax 1; 8x 2 R:
e, por consequência,
ax1 = lim arn < ar1 < ar2 < lim asn = ax2 :
en (1 + h)n 1 + nh +n C2 h2 + + hn
= =
n n n
n(n 1) 2
1 + nh + 2 h 1 n 1 2
> = +h+ h :
n n 2
Então
en 1 n 1 2
lim > lim +h+ h = +1;
n n 2
n
pelo que lim en = +1: Fazendo n = I(x) tem-se n x < n + 1 e portanto
ex ex en 1 en+1
> = ! +1:
x n+1 n+1 en+1 n! 1
Então
ex ex
lim +1 =) lim = +1:
x!+1 x x!+1 x
No outro caso,
y 1 1
lim x ex = lim ye y
= lim = lim y = = 0:
x! 1 y!+1 y!+1 ey y!+1 e 1
y
tem-se x
ek eu 1 eu
lim = lim = lim = +1:
x!+1 x u!+1 ku k u!+1 u
Para x ! 1 aplica-se o resultado anterior com a mudança de variável
x = y:
a) f (x) = 2 51 3x
8
b) g(x) = 31 3x +7
3. Calcular:
3x
a) lim e 4
x!+1 x
x3
b) lim x e 2
x! 1
aloga x = x
loga (ax ) = x
loga x = y () x = ay :
a) logp2 64
b) log0;1 1000
3. Resolva em R as condições:
b) log3 x2 7 <2
a) f (x) = 1 + 2 ln (1 5x)
b) g(x) = 4 + 32x 1
a) 4 ln2 (x) 7 3 ln x 0
b) ex + 6e x =7
Então
x
2. Como y = aloga (x) loga (y) então
x
loga = loga aloga (x) loga (y)
= loga (x) loga (y) :
y
p
3. Como xp = aloga (x) = ap loga (x) ; então
log (x)
lim =0 e lim xk log (x) = 0:
x!+1 xk x!0+
3.12. FUNÇÃO LOGARÍTMICA 75
k k
1 1 1
lim xk log (x) = lim log = lim log (y)
x!0+ y!+1 y y y!+1 y
k
1 log (y)
= lim = 0:
y!+1 y yk
xn
xn un
xn log 1 + un
log 1 + = un log 1 + = 1
un un un
xn
log 1 + un
= xn xn :
un
Passando ao limite
2 3
xn
xn un log 1 + un
lim log 1 + = lim 4xn xn
5 = a;
n!+1 un n!+1
un
1 x
a) lim 3 log(2 x)
x!1
b) lim xx
x!0+
x+1
c) lim (2x) x2
x!+1
1
3
d) lim 4x +1 3 x
x!0
ln(5+x4 ) ln 5
e) lim x4
x!0
2 x
a) log 1 (2x) < 2 log 1 x
2 2
3.13.1 Arco-seno
f : 2; 2 ! [ 1; 1]
x 7! sen x
1.0
y
0.5
-1.4 -1.2 -1.0 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4
x
-0.5
-1.0
sin x
f 1 : [ 1; 1] ! 2; 2
x 7! arcsen x
78 CAPÍTULO 3. FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL
1.5
y
1.0
0.5
-1.0 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
-0.5
x
-1.0
-1.5
arcsin x
3.13.2 Arco-cosseno
Dada a função g(x) = cos x; qualquer restrição de g a um dos intervalos
[k ; + k ] ; k 2 Z; é invertível.
A restrição principal para k = 0; [0; ] : Assim
g : [0; ] ! [ 1; 1]
x 7! cos x
1.0
y
0.5
0.0
1 2 3
x
-0.5
-1.0
cos x
admita a função inversa
f 1 : [ 1; 1] ! [0; ]
x 7 ! arc cos x
3.13. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS 79
y3
-1.0 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
x
arccos x
3.13.3 Arco-tangente
A função h(x) = tg x de domínio
n o
Dh = x 2 R : x 6= +k ; k 2Z
2
e contradomínio R tem como restrições invertíveis as que tenham por domínios
intervalos do tipo i h
k ;k + ; k 2 Z:
2 2
Para k = 0, obtem-se a restrição principal. Isto é,
h : 1
2; 2 ! R
e
h : R! 2; 2 :
x 7 ! tg x x 7! arctg x
Gra…camente
5
y
-1 1
x
-5
80 CAPÍTULO 3. FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL
tg x
y
1.0
0.5
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
-0.5
x
-1.0
arctg x
Dj = fx 2 R : x 6= k ; k 2 Zg
j : ]0; [! R j 1 : R! ]0; [
e :
x 7 ! cot g x x 7! arc cot g x
Gra…camente
y
4
0
1 2 3
x
-2
-4
cot g x
3.13. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS 81
y3
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
x
arccot x
a) Domínio de h
1
b) h(0) e h 6
c) Contradomínio de h
d) As soluções da equação h(x) = 2 + 3
e) h 1 e caracterize-a.
2. Calcular:
4
a) cos arcsen 5
3
b) tg arccot 4
82 CAPÍTULO 3. FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL
Capítulo 4
Cálculo Diferencial em R
83
84 CAPÍTULO 4. CÁLCULO DIFERENCIAL EM R
y f (x0 ) = m (x x0 )
ou
y f (x0 ) = f 0 (x0 )(x x0 ):
x2 + 7 se x < 2
f (x) =
x+1 se x 2:
4. As funções não têm derivada nos pontos angulosos dos seus grá…cos,
já que as semi-tangentes nesse ponto não estão no prolongamento uma
da outra.
f (x) f (a)
f 0 (a) = lim é …nito.
x!a x a
Escrevendo
f (x) f (a)
f (x) f (a) = (x a)
x a
e passando ao limite em ambos os membros, tem-se
f (x) f (a)
lim [f (x) f (a)] = lim lim (x a) = 0:
x!a x!a x a x!a
Então lim f (x) = f (a); ou seja f (x) é contínua em x = a:
x!a
b) g(x) = x x2
0
f f 0 (a) g(a) f (a) g 0 (a)
(a) = :
g (g(a))2
f (x) f (a)
f
0 ( fg )(x) ( fg )(a) g(x) g(a)
4. g (a) = lim x a = lim x a
x!a x!a
1 1 1
= 1 = 1 = :
lim f [f(f 1(y)] f (a)
lim f [f(f 1(y)] f (a) f 0 (a)
y!b )(y) a f 1 (y)!a )(y) a
4.10. DERIVADAS DE FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS 89
b) g(x) = cot g 2 x2
(ex )0 = ex
ea+h ea eh 1
f 0 (a) = lim = ea lim = ea :
h!o h h!o h
(ax )0 = ax log a;
x
pois ax = elog a = ex log a e aplicando a regra anterior obtem-se
0
(ax )0 = ex log a = ex log a (x log a)0
= ax log a:
Então
1
(log x)0 =
x
92 CAPÍTULO 4. CÁLCULO DIFERENCIAL EM R
u0 (x)
(log (u(x)))0 = ; 8x 2 D:
u(x)
u0 (x)
(loga (u(x)))0 = :
u(x) log a
a) y = log5 (arctg x)
p
b) y = e 3x + 5cos x :
(i) Diz-se que f tem um máximo local (ou relativo) em a (ou que f (a) é
um um máximo local ou relativo de f ) se e só se existir " > 0 tal que
f (x) f (a); 8x 2 V" (a) \ D:
(ii) Analogamente, f tem um mínimo local (ou relativo) em a (ou que f (a)
é um um mínimo local ou relativo de f ) se e só se existir " > 0 tal que
f (a) f (x); 8x 2 V" (a) \ D:
f (x) f (a)
f 0 (a+ ) = lim 0:
x!a+ x a
94 CAPÍTULO 4. CÁLCULO DIFERENCIAL EM R
0 f 0 (a ) = f 0 (a) = f 0 (a+ ) 0;
Interpretação geométrica:
A existência de c 2]a; b[ tal que f 0 (c) = f (b)b af (a) signi…ca que existe um
ponto c 2]a; b[ no qual a tangente ao grá…co de f (x) tem um declive igual
ao declive da recta secante de…nida pelos pontos (a; f (a)) e (b; f (b)) :
Interpretação física:
Se f veri…car as condições do Teorema de Lagrange, se a e b forem
instantes distintos no tempo e f (t) for a posição em cada instante t de
96 CAPÍTULO 4. CÁLCULO DIFERENCIAL EM R
f (b) f (a)
F (x) = f (x) f (a) (g(x) g(a)) :
g(b) g(a)
Então
f 0 (x) f (x)
lim = lim :
x!a g 0 (x) x!a g(x)
Dem. Se
f 0 (x)
lim = l (…nito)
x!a g 0 (x)
então existe 2]a; b[ tal que para x 2]a; [ e para > 0 arbitrário se tem
f 0 (x)
l < <l+ :
g 0 (x)
f (x) f (y) f 0( )
= 0 :
g(x) g(y) g( )
f (x) f (y)
l < <l+ : (4.12.1)
g(x) g(y)
f (x)
l < <l+
g(x)
f (x)
lim = l:
x!a g(x)
No caso em que lim f (x) = lim g(x) = +1; …xa-se y 2]a; [ e determina-
x!a x!a
se tal que, para x 2]a; [ se tenha
f 0 (x)
lim = 1:
x!a g 0 (x)
lim Rn (x) = 0:
x!a
f (n+1) ( )
Rn (x) = (x a)n+1 :
(n + 1)!
100 CAPÍTULO 4. CÁLCULO DIFERENCIAL EM R
(x a)2
f (x) = f (a) + f 00 (a) + R2 (x)
2
com lim R2 (x) = 0: Então existe > 0 tal que para x 2 V (a) se tem que
x!a
2
jR2 (x)j < jf 00 (a)j. Assim o sinal da soma f 00 (a) (x 2a) + R2 (x); em V (a);
será o sinal do primeiro termo.
Se f 00 (a) > 0 tem-se
(x a)2
f (x) f (a) = f 00 (a) + R2 (x) 0;
2
isto é, f (x) > f (a) para x 2 V (a): Se for f 00 (a) < 0 tem-se f (x) < f (a) para
x 2 V (a) No primeiro caso tem-se um mínimo local estrito e no segundo
caso um máximo local também estrito.
Se f 00 (a) = 0 o processo não era aplicável e ter-se-ia que realizar o mesmo
processo para a primeira ordem da derivada que não se anulasse em a: Assim:
para x 2 V (a):
Como f (n) (x) é a primeira derivada que não se anula em a então
Exemplo 4.14.2 A função f (x) = 3x4 4x3 +2 tem unicamente dois pontos
estacionários: 0 e 1 Como f 00 (1) = 12 > 0 então f (1) = 1 é um mínimo de
f . No ponto 0; f 00 (0) = 0; f 000 (0) = 24 pelo que f (0) não é um ponto de
extremo.
f 00 (a) = ::: = f (n 1)
(a) = 0; f (n) (a) 6= 0:
Então:
p 2
Exemplo 4.14.4 Para f (x) = 3 x tem-se para x 6= 0; f 00 (x) = p
3 :O
9 x5
grá…co tem a concavidade voltada para baixo se x > 0 e para cima se x < 0:
O ponto 0 é um ponto de continuidade de f e f 0 (0) = +1; pelo que se trata
de um ponto de in‡exão.
+1
X sen(nx)
b) n2
n=1
an
r = lim
an+1
104 CAPÍTULO 4. CÁLCULO DIFERENCIAL EM R
(x a)2 (x a)n
f (x) = f (a) + f 0 (a) (x a) + f 00 (a) + + f (n) (a) +
2 n!
+1
X n
(x a) (n)
= f (a)
n!
n=0
a) f (x) = ex
b) g(x) = sen x
Cálculo Integral em R
5.1 Primitivas
De…nição 5.1.1 F (x) é uma primitiva de f (x); num certo intervalo I; se
F 0 (x) = f (x); 8x 2 I:
Isto é P f (x) = F (x) =) F 0 (x) = f (x); 8x 2 I:
Resulta imediatamente desta de…nição que a operação de primitivação é
a operação inversa da derivação.
Como [F (x) + c]0 = F 0 (x) para qualquer valor de c 2 R; então existe
uma in…nidade de primitivas de uma certa função.
Assim designa-se por expressão geral das primitivas de f (x) a
P f (x) = F (x) + c; c 2 R:
Proposição 5.1.2 Duas primitivas de uma mesma função, num certo in-
tervalo I; diferem sempre de uma constante.
Dem. Sejam F (x) e G(x) duas primitivas de uma mesma função f (x):
Então F 0 (x) = f (x); G0 (x) = f (x) e
[F (x) G(x)]0 = F 0 (x) G0 (x) = f (x) f (x) = 0:
107
108 CAPÍTULO 5. CÁLCULO INTEGRAL EM R
F (x) F (0)
= F 0 (c) = f (c) = 1; porque c < 0:
x
Pela de…nição de derivada lateral
F (x) F (0)
F 0 (0 ) = lim = lim F 0 (c) = 1:
x!0 x x!0
porque f (0) = 1:
Então f (x) não é primitivável em R; embora o seja em ]0; +1[ ou ]
1; 0[.
P k = kx + c; k; c 2 R:
P (k f (x)) = k (P f (x)) :
f m+1 (x)
P f m (x) f 0 (x) = + c; c 2 R; m 6= 1:
m+1
Exercício 5.2.1 Calcular:
5.2. PRIMITIVAS IMEDIATAS E QUASE IMEDIATAS 109
p
1. P 2x + 1
2. P logx x
4
3. P (1+5x) 3
f0
No caso de m = 1 tem-se que f = (log f )0 ; e assim
f 0 (x)
P = (log f (x)) + c; c 2 R:
f (x)
2. P tg x:
ef (x) log a
P af (x) f 0 (x) = P ef (x) log a
f 0 (x) =
log a
af (x)
= + c; c 2 R:
log a
1. P xe x2 :
arcsen x
2. P 3p1 x2
:
110 CAPÍTULO 5. CÁLCULO INTEGRAL EM R
e, analogamente,
f 0 (x)
Pp = arcsen (f (x)) + c; c 2 R;
1 f 2 (x)
e
f 0 (x)
P = arctg (f (x)) + c; c 2 R;
1 + f 2 (x)
1. P (sen (2x)) :
2. P sec2 (3x) :
2
3. P p1x x6
:
4. P p41 x2 :
x
5. P 1+x 6
(uv)0 = u0 v + uv 0 , u0 v = (uv)0 uv 0
pelo que:
1. P x2 sen (x) :
2. P x arctg (x) :
3. P x3 log x:
4. P log x:
5. P cos x ex
1
P ;
ex 1
ii) Uma fracção racional diz-se própria se o grau de p(x) é menor que o
grau de q(x)
Para efeitos de primitivação basta considerar fracções próprias, pois caso
a fracção seja imprópria, por uma divisão inteira é sempre possível decompô-
la na soma de uma parte inteira com uma fracção própria. Isto é, se gr
p(x) gr q(x) então existem polinómios a(x) e r(x) tais que
p(x) r(x)
= a(x) + :
q(x) q(x)
Condideremos então vários casos na primitivação de fracções racionais que
estão directamente relacionados com o número de zeros do denominador e
com a sua natureza, ilustrados com exemplos:
1o caso: As raízes de q(x) são reais de multiplicidade 1:
A fracção racional decompõe-se em "fracções mais simples"e calcula-se
a sua primitiva por decomposição.
2 2 +x+1
Exemplo 5.3.7 P 4xx3+x+1
x
4x
= P x(x 1 3 2
1)(x+1) = P x +P x 1 +P x+1 = log 1
x +
3 2
3 2 (x 1) (x+1)
log jx 1j + log (x + 1) + c = log x + c; c 2 R:
2
Exemplo 5.3.10 P (x x 1)(x
+2x+6
2 +2)2
= P x1 1 P xx+1
2 +2 P (x22x
+2)2
= log jx 1j
p
1 2 px 1
2 log x2 + 2 2 arctg 2
+ x2 +2
+ c; c 2 R:
x = log t ou ex = t:
Assim
1 e3x 1 t3 1 1 4t
P = P =P 1+ 3
e2x 4 t 2 4 t t 4t
x 7 9
= ex log jex 2j + log jex + 2j + c; c 2 R:
4 8 8
Exemplo 5.3.12 Numa função racional do tipo
1
F R (log x)
x
deve tentar-se a substituição
log x = t ou x = et :
Por exemplo:
F R (sen x) cos x
recomenda-se a substituição
sen x = t ou x = arcsen t:
5.3. MÉTODOS DE PRIMITIVAÇÃO 115
Analogamente para
F R (cos x) sen x
aplica-se
cos x = t ou x = arccos t:
Assim
p
cos3 x sen x t 3 1 t2 1
P = P 2 p
cos2 x + 2 cos x + 1 t + 2t + 1 1 t2
8
= P t+2
(t + 1)2
cos2 x 8
= + 2 cos x + + c; c 2 R:
2 cos x + 1
Exemplo 5.3.14 Para
F R (sen x; cos x)
aplica-se a substituição
x
tg = t ou x = 2 arctg t;
2
e, pelas fórmulas trigonométricas dos ângulos duplos,
tg x2 1 tg 2 x
2
sen x = 2 x e cos x = x :
1 + tg 2 2 1 + tg 2 2
Como exemplo:
cos x 1 t2 2
P = P
sen x cos x t2 + 2t 1 1 + t2
" #
1 t2
= 2P p p
t+1 2 t + 1 + 2 (1 + t2 )
1 x x 1 x
= log tg 2 + 2tg 1 log sec2 x + c; c 2 R:
2 2 2 2 2
Exemplo 5.3.15 No caso de
" p1 pn #
ax + b q1 ax + b qn
F R x; ; :::;
cx + d cx + d
lim SP (x) = S () 8 > 0 9" > 0: 8P; jP j < " =) jSP (x) Sj < :
jP j!0
S < SP < S + :
2 2
Como
S S 0< ;
então, para jP j < "; S S , pelo que
lim S S = 0;
jP j!0
isto é,
lim S = lim S:
jP j!0 jP j!0
8 > 0 9" > 0: 8v; w 2 [a; b] ; jv wj < " =) jf (v) f (w)j < :
Para " > 0 seja P uma partição de [a; b] tal que jP j < ":
Se f (x) é contínua em [a; b] então f (x) é contínua em dada um dos
subintervalos [xi ; xi+1 ] :
Pelo Teorema de Weierstrass existem os números Mi e mi , respectiva-
mente, máximos e mínimos de f (x) em [xi ; xi+1 ] :Designe-se Mi := f (ui ) e
mi := f (vi ) com ui ; vi 2 [xi ; xi+1 ] :
Considere-se > 0 tal que
lim S S = 0:
jP j!0
Então
n
X n
X
S S = (Mi mi ) (xi xi 1) = (f (xi ) f (xi 1 )) (xi xi 1)
i=1 i=1
Xn
< (f (xi ) f (xi 1 )) "
i=1
= " [f (x1 ) f (x0 ) + f (x2 ) f (x1 ) + + f (xn ) f (xn 1 )]
= " [f (xn ) f (x0 )] = " [f (b) f (a)] :
Considerando = " [f (b) f (a)] obtem-se que S S < desde que
jP j < " = f (b) f (a) : Então, pela condição necessária e su…ciente de integra-
bilidade, f (x) é integrável em [a; b].
Se f (x) é decrescente.o processo é semelhante.
4. Para k 2 R;
Z b
k dx = k (b a) :
a
5. Para k 2 R;
Z b Z b
k f (x)dx = k f (x)dx:
a a
6. Se f (x) 0 então
Z b
f (x)dx 0:
a
8. Z Z
b b
f (x)dx jf (x)j dx
a a
1.
Z b n
X
f (x)dx = f (ui ) (xi xi 1)
a i=1
n
X Z a
= f (ui ) (xi 1 xi ) = f (x)dx:
i=1 b
3.
Z b n
X
f (x)dx = f ( ui ) ( xi + xi 1)
a i=1
Xn Z b
= f (ui ) (xi xi 1) = f (x)dx:
i=1 a
4. Z b n
X
k dx = k (xi xi 1) = k (b a) :
a i=1
5.
Z b n
X
k f (x)dx = kf (ui ) (xi xi 1)
a i=1
Xn Z b
= k f (ui ) (xi xi 1) =k f (x)dx:
i=1 a
124 CAPÍTULO 5. CÁLCULO INTEGRAL EM R
6. Z b n
X
f (x)dx = f (ui ) (xi xi 1) 0:
a i=1
7.
Z b n
X
f (x)dx = f (ui ) (xi xi 1)
a i=1
Xn Z b
g (ui ) (xi xi 1) g(x)dx:
i=1 a
8.
Z b n
X
f (x)dx = f (ui ) (xi xi 1)
a i=1
n
X n
X Z b
jf (ui ) (xi xi 1 )j = jf (ui )j (xi xi 1) = jf (x)j dx
i=1 i=1 a
9. Z Z Z
b b b
f (x) dx jf (x)j dx M dx = M (b a) :
a a a
e, como b a > 0;
Rb
a f (x)dx
m M:
b a
De…nindo
Rb
a f (x)dx
:=
b a
obtem-se o resultado pretendido.
Se b < a tem-se
Z b Z a
f (x)dx = f (x)dx
a b
Rb
ii) Se f (x) 0; 8x 2 I então a f (x)dx dá o valor da área de um trapezóide,
pelo que f (c) é a altura de um rectângulode comprimento b a; com
áea igual à do trapezóide.
e, simpli…cando a notação,
2
A+2 B+C 0
R 3 sen x
a)
6
x dx
R 2
b) x sen(x)dx
3
R 4
b) 0 x tg(x)dx
5.6. INTEGRAL INDEFINIDO 127
1. Então
Z x Z b Z b
(x) (x) = f (t)dt + f (t)dt = f (t)dt 2 R:
x
0 (x) (c) (x c)
(c) = lim = lim = = f (c):
x!c x c x!c x c
R u(x)
ii) Se (x) = v(x) f (t)dt então
0
(x) = f [u(x)] u0 (x) f [v(x)] v 0 (x):
R log x 2
Exercício 5.6.7 Sendo f (x) = 0 (x et )dt prove que f 00 (1) = 1:
R k log x t2 )dt;
Exercício 5.6.8 Para f (x) = x2 (e calcule k tal que f 0 (1) = 0:
5.7. MÉTODOS DE INTEGRAÇÃO 129
Assim Z b
F (b) = f (t)dt + k e F (a) = k:
Então Z b
F (b) F (a) = f (t)dt:
Rb
b) Se I =] 1; b[; 1 f (x)dx
R +1
c) Se I =] 1; +1[; 1 f (x)dx:
Nesse caso Z Z
+1 x
f (x)dx = lim f (t) dt
a x!+1 a
iv) Se algum dos limites anteriores não existir ou for in…nito, então o re-
spectivo integral diz-se divergente.
R +1 1
3. 1 x dx
Proposição 5.9.1 Se
então:
R +1
a f (x)dx é convergente se > 1;
R +1
a f (x)dx é divergente se 1:
R +1 x
Exemplo 5.9.2 O integral 0 x2 +1
dx é divergente pois
x
lim x = 1 para = 1:
x!+1 x2 +1
R +1 R +1
b) Se a g(x)dx é convergente então a f (x)dx é convergente.
R +1 1+sen 2
Exemplo 5.9.4 Para analisar a natureza do integral p x dx pode
1 x
começar-se por estabelecer as relações
1 1 + sen2 x
1 1 + sen2 x
p p ; para x 1:
x x
R +1 R +1 1+sen2 x
Como p1 dx é divergente então p dx é também divergente.
1 x 1 x
R +1 R +1
então os integrais a f (x)dx e c g(x)dx têm a mesma natureza.
R +1 1
Exemplo 5.9.6 Para estudar a natureza do integral 0 p
1+x3
dx pode
ver-se que p
1
x 1 + x3 3
lim = lim = 1 se = :
x!+1 p 1 x!+1 x 2
1+x3
R +1 1 R +1 1
Como 1 p dx é convergente então
0
p
1+x3
dx é da mesma natureza,
x3
isto é, é convergente.
então:
Rb
a) a f (x)dx é convergente se < 1;
5.10. APLICAÇÕES DOS INTEGRAIS 135
Rb
b) a f (x)dx é divergente se 1:
R4 2
Exemplo 5.9.9 O integral 3 (x 3)2 dx é divergente pois
2
lim (x 3) = 2 para = 2:
x!3 (x 3)2
D = (x; y) 2 R2 : 3 x 3; 0 y (x + 1) ex+1 ;
2 +1
1. y = cosh(x) entre A = (0; 1) e B = 1; e e
p p
2. y = 2 log x entre A = (1; 0) e B = 3; 2 log 3