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Formação
Materiais Cerâmicos
Módulo IV
Formador
Fernanda Sousa
Módulo IV
O desenho de um recipiente cerâmico a partir de um fragmento
Todos os materiais desta formação, com exceção das citações e outros elementos externos,
foram desenvolvidos e são propriedade do Centro Português de Geo-História e Pré-História,
que tem tentado obter todos os direitos de autor. Se detetar algum erro ou alguma omissão,
por favor contacte-nos através do endereço de correio eletrónico do curso.
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Objectivos Gerais
Objectivos Específicos
CONTEUDOS PROGRAMÁTICOS
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O desenho de um recipiente cerâmico a partir de um fragmento
Qualquer fragmento cerâmico inscreve-se sempre numa forma específica que pode ser
conhecida. Através das propriedades dos sólidos de revolução e com dados provenientes
desse mesmo fragmento, como o diâmetro (inferido da sua curvatura) e a orientação, é
possível a restituição da sua forma inicial.
Material
Papel milimétrico ou papel branco, papel esquiço ou vegetal, lapiseira, borracha, compasso e
compasso de pontas curvas, pente de perfis, régua e esquadro, craveira, bostik, diedro de
cartolina, esquadro de madeira (opcional).
Orientação
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ponto a projectar é um ponto da extremidade externa, isto é um ponto onde a face externa
encosta à fractura (Fig.3). O fragmento de bordo é fixo com bostik. Posiciona-se o esquadro
(ou diedro de cartolina) de modo que este encoste no ponto da extremidade escolhido (Figs.4,
5 e 6).
Não esquecer esta informação, apontar sempre ao lado dos pontos projectados a indicação
de proveniência (externa ou interna). Este ponto é projectado com a a ajuda de um esquadro
ou com o diedro de cartolina.
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e. Com o compasso no raio (ponto D) criamos uma nova circunferência que passa pelo
ponto I, o ponto que indica a projecção da orientação (Fig.7.6).
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Fig. 12- Modo de utilização do pente de perfis em superfícies côncavas e convexas (adapato de Rigoir,
1975:32)
Deve ser utilizado com cuidado com peças frágeis. Quando os fragmentos são demasiado
grandes para serem cobertos na sua totalidade pelo pente de perfis, o seu perfil pode ser
transferido em vários segmentos, tendo sempre em atenção de criar áreas de referência para
assegurar pontos de união entre os segmentos (Fig.12).
Fig. 11-Utilização do pente de perfis em fragmentos de grande dimensão (adapato de Rigoir, 1975:33)
Na obtenção de um perfil reentrante, com formas côncavas e convexas onde não é possível
chegar a todos os lados com o pente de perfis ao mesmo tempo, procede-se também em
várias fases, modificando neste caso a direcção do pente de modo a cobrir toda a superfície,
e ir transferindo as formas obtidas não esquecendo as áreas de referência que se sobrepõem
para obter correctamente a forma (Fig.13).
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Traçado da secção
Com o pente de perfis vai-se obter o contorno do fragmento, pressionado-o contra a sua
superfície interna ou externa, e transfere-se este perfil para a folha de papel, conforme os
pontos obtidos anteriormente.
Por vezes e por uma questão de facilidade de trabalho, os pontos retirados para o diâmetro e
para a inclinção, não estão na mesma superfície ou seja um deles está numa face enquanto
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que o outro está noutra. Neste caso escolhe-se uma das faces e transferem-se todos os
pontos para uma mesma face. Para isso é necessário proceder do seguinte modo:
Optou-se por usar a face externa, assim é necessário transferir o ponto do diâmetro
interno para um ponto externo:
• Marcar o diâmetro interno no papel (c’);
• Medir a peça entre a zona onde se retirou o diâmetro e a área externa do lábio;
• Transferir essa medida para o papel;
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Projecção do fragmento
A projecção do fragmento para a construção da parede
externa é feita no lado direito do desenho, quando este
fragmento é muito grande é colocado a meio. Quando o
recipiente não apresenta decoração nem elementos de
preensão não é necessário fazer-se a projecção do
fragmento.
Esta projecção (ortogonal) é feita com a ajuda do diedro de
cartolina e do compasso. O fragmento pode estar orientado ou
não.
Fig. 17-Desenho do perfil do
Colocar o fragmento no papel e transferir todos os pontos
lábio com o pente de perfis
necessários para a obtenção do contorno assim como outra
informação importante (arestas,
sulcos, decorações, elementos de
preensão, etc.) (Fig.19).
O desenho de elementos de
preensão, pés e perfurações será Fig. 18-Transferência do perfil para o lado direito do desenho
referido na segunda parte deste
módulo. As técnicas de desenho da
decoração serão referidas em módulo
próprio.
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Bibliografia
Adkins, L., & Adkins, R. (1989). Archaeological Illustration. Cambridge: Cambridge University
Press.
Griffiths, N., Jenner, A., Wilson, C., (1990). Drawing Archaeological Finds: A Handbook.
Occasional paper No. 13, London: Institute of Archaeology, University College
Sousa, F. (1999). Introdução ao Desenho Arqueológico. (N. d. História, Ed.) Almada: Câmara
Municipal de Almada.
Veiga da Cunha, L. (1999). Desenho Técnico (11ª ed.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
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