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Formação
Materiais Cerâmicos
Módulo III
Formador
Fernanda Sousa
Módulo III
O desenho de um recipiente cerâmico inteiro. Algumas normas e convenções
Todos os materiais desta formação, com exceção das citações e outros elementos externos,
foram desenvolvidos e são propriedade do Centro Português de Geo-História e Pré-História,
que tem tentado obter todos os direitos de autor. Se detetar algum erro ou alguma omissão,
por favor contacte-nos através do endereço de correio eletrónico do curso.
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Objectivos Gerais
Objectivos Específicos
CONTEUDOS PROGRAMÁTICOS
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Fig. 2-Definição dos planos necessários (à esquerda) Passagem do planos vertical pelo eixo de
rotação, (à direita) (adaptado Rigoir,1975)
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(Fig. 4). Enquanto que na vista externa este traço toca no eixo de rotação e no perfil da
peça, na vista interna esta linha toca o eixo de rotação mas não toca a secção ficando à
mesma distância convencionada para a linha que materializa o plano da abertura – cerca
de 5 mm. Nos casos em que essa linha possa sobrecarregar o desenho, como na
existência de decoração coincidente, esta linha pode ser suprimida. Nos perfis com
curvatura suave, este tipo de mudança não é assinalada.
O perfil e a vista exterior são materializados por um traço contínuo com a mesma
espessura que os planos.
A secção é representada de vários modos. Convencionou-se que a secção da cerâmica é
preenchida a negro. Este preenchimento costuma ser feito para cerâmica a torno, para a
cerâmica modelada à mão a secção é preenchida a tracejado com inclinação de 45º da
direita para a esquerda. Quando a peça já tem muita informação pode ser utilizada a
secção sem preenchimanto (Fig.5).
Fig. 5-1-Secção a branco – Utilizar para desenhos com muita decoração, facilita a leitura
2-Secção a tracejado – Cerâmica de fabrico manual
3-Secção preenchida a negro – Cerâmica a torno
Traços descontínuos
Os traços descontínuos permitem a reconstituição das zonas em falta e também a
indicação de uma orientação que não é segura. Sempre que esta é incerta, é
materializada a sua orientação possível por um traço descontínuo, quer se trate dos
planos da abertura e da base, quer dos planos intermediário e da linha que separa as
vistas (eixo de rotação) (Figs. 6 e 7).
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Traços de ligação
Os traços de ligação servem para ligar a vista principal com as vistas complementares.
Escala
Normalmente este desenho é feito na escala 1:1. Para a representação de um vaso de
grandes dimensões, elabora-se o desenho em tamanho natural (escala 1:1) e reduz-se
para a dimensão mais conveniente. A sua representação final deve ser acompanhada de
uma escala gráfica. Pode ainda representar-se através da interrupção em cada uma das
vistas logo após o eixo de rotação. Esta interrupção deve ter um valor médio de 5 mm,
este desenho deve ser acompanhado com a indicação do diâmetro da abertura do lado
esquerdo por cima do plano da abertura (Fig. 8).
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Quando não for possível obter a dimensão exacta do diâmetro da abertura ou da base, a
sua indicação pode ser feita directamente no desenho combinada com o símbolo
geométrico para diâmetro Ø. Exemplos:
Fig. 9- Diâmetros da abertura e da base com exemplos de indicação dos seus valores
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6. Plano de abertura;
8. Plano da base.
A secção (1) é a forma obtida pela intersecção de um sólido (o recipiente cerâmico) com
um plano vertical que passa pelo seu eixo de rotação.
A vista interna (2) é definida como a parte visível após a intersecção do plano vertical
que corta o vaso, o corte inclui a secção e a vista interna do recipiente.
A vista externa (4) representada no lado direito do eixo de rotação é a parte exterior da
peça visível ao observador.
O limite de separação das vistas (3) interior e exterior é materializado por um traço
contínuo (que não é mais do que o eixo de rotação) que une o plano da abertura e o da
base e não os ultrapassa nunca.
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Orientação do recipiente
Orientar o recipiente (na posição de repouso) sobre uma superfície plana. O plano desta
superfície corresponde ao plano da base já desenhado no papel. Ajustar o esquadro de
engenheiro e colocá-lo em contacto com o diâmetro máximo do recipiente (pode ser a
abertura ou um plano intermédio) (fig. 11 e 12).
Fig. 11-Pocicionamento de um vaso cuja largura máxima não corresponde ao diâmetro da abertura
Fig. 12- Pocicionamento de um vaso cuja largura máxima corresponde ao diâmetro da abertura
1. Altura do recipiente
Para medir a altura a partir do plano de base, colocar uma régua na abertura do
recipiente e obter a medida desde o plano da base até à abertura (Fig.11 e 12) e
transportá-la de seguida para o eixo de rotação(X) (Fig.13). Traçar uma linha recta
paralela (A) ao plano da base (B) passando pelo ponto (E) que materializa a altura da
peça (Fig.14). Este plano é o Plano da Abertura.
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Fig. 13
Fig. 14
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compasso transporta-se a medida obtida para o papel, selecciona-se o ponto (E) ponto
de intersecção do eixo de rotação com o plano da abertura e traça-se a medida para
cada um dos lados, os pontos (C) e (D), obtém-se deste modo a largura máxima da peça
(Fig.15).
Em seguida traçam-se duas linhas paralelas ao eixo de rotação cada uma passando
pelos ponto obtidos (C) e (D) (Fig.16). Temos agora a esquadria completa onde se vai
inserir o desenho da peça.
Fig. 15
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Fig. 16
Fig. 17
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Fig. 19
Fig. 18
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4. Diâmetro da base
O procedimento para obter este diâmetro é o mesmo que o descrito na alínea 2. Aqui
vamos utilizar o ponto (F) como referência. Este ponto foi obtido pela intersecção do eixo
de rotação (X) com o plano da base (B) (Fig. 20 e 21).
Fig. 20
Fig. 21
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Fig. 22
Fig. 23
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Fig. 24
Fig. 25
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Transfere-se esta medida para o eixo de rotação (X) a partir do plano da base (F) ou da
abertura (E) conforme foi obtido - ponto (G) (Fig.26).
Fig. 26
Traçamos uma linha perpendicular ao eixo de rotação (X) que intersecta os planos (C) e
(D) e cria os pontos (H) e (J). Temos o plano intermédio (I) (Fig.27).
Fig. 27
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De seguida vamos obter a medida que vai desde esse ponto de inflexão do recipiente até
ao esquadro que representa a sua largura máxima, sendo a nossa medida de referência.
Com o compasso perpendicular aos planos do recipiente, coloca-se um braço no ponto
externo da peça onde existe a inflexão e o outro no esquadro (Fig. 28). Esta medida é
transferida para o plano intermédio (I) a partir de cada um dos pontos (H) e (J) (Fig. 29 e
30)
Fig. 28
Fig. 29
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Fig. 30
7. Profundidade
Para obtermos a profundidade ou a altura interna do recipiente utiliza-se craveira. Com
esta medida podemos determinar a
espessura da base. Com a craveira e
a ajuda de uma régua posicionada no
topo ou plano da abertura obtemos a
medida da altura interna do
recipiente (Fig.31).
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8. Traçado do perfil
Com a ajuda do pente de perfis constrói-se então o perfil da peça de modo que todas as
medidas obtidas coincidam. Em seguida com o papel esquiço ou papel vegetal faz-se o
decalque da linha de perfil a partir do eixo de rotação e com ele incluído e transfere-se
para o lado esquerdo tendo como referência o eixo de rotação (no caso de estar a
trabalhar com o Adobe Illustrator ou outro software vectorial este trabalho é feito depois
da digitalização do desenho) (Fig.32).
Fig. 32- 1-Desenho da secção; 2 Transferência do perfil; 3-Traçado dos planos intermédios; 4-Preenchimento da
secção
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9. Espessuras
Fig. 33
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Bibliografia
Veiga da Cunha, L. (1999). Desenho Técnico (11ª ed.). Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian.
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