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INSTALAÇÕES ELÉTRICA

Material didático referente ao curso Técnico em


Eletrotécnica da BIOTEC Centro de Educação.

Autor: Charles Godoi Ermelindo Pereira

Itabira
2020
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PEREIRA, Charles Godoi Ermelindo. ELETROTÉCNICA: Instalações Elétricas. 2020.


50. Apostila do curso Técnico em Eletrotécnica– BIOTEC Centro de Educação, Itabira,
2021.

RESUMO

Esta matéria tem como objetivo apresentar um estudo na área de Instalações


Elétricas. Nele o aluno encontrará uma sequência de aulas, sobre segurança e
normatização, dispositivos de iluminação, dispositivo de comandos automáticos,
dispositivos de proteção usados em comandos industriais de baixa tensão, sistema
de alimentação trifásica, gerador elétrico de corrente contínua, motores elétricos de
corrente contínua, transformadores e autotransformador, circuitos elétricos, materiais
utilizados nas instalações elétricas, diagramas utilizados nas instalações elétricas e
montagem de circuitos elétricos. Estes conhecimentos são importantes na área de
instalações elétricas. Se o aluno já trabalha numa indústria, particular, ou bem como
tem uma empresa, ou ainda deseja se trabalhar como eletrotécnico, precisa conhecer
os princípios de instalações elétricas, quais são suas características, e compreender
a constituição física, as propriedades elétricas e aplicações dos materiais, dispositivos
de segurança, diagramas elétricos. Com estes conhecimentos, o aluno poderá ficar
preparado, montar, identificar problemas, reparar defeitos que apresentarem no
sistema ou equipamento.
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 5
1.1 Normas Técnicas Brasileira 6
2 DISPOSITIVO DE ILUMINAÇÃO 7
2.1 INTERRUPTORES 8
3.2 TOMADAS 10
2.3 TIPOS DE LÂMPADAS 11
3 DISPOSITIVO DE COMANDOS AUTOMÁTICOS 12
3.1 Principais Dispositivos de Comando 13
4 PROTEÇÃO DE COMANDO INDUSTRIAIS DE BAIXA TENSÃO 16
4.1 Proteção Por Disjuntores 17
4.2 Proteção Contra Corrente de Sobrecarga 17
4.3 Proteção Contra Corrente de Curto-Circuito 17
4.4 Quadro de Distribuição de Luz e Força (QDLF) 18
4.4.1 Dispositivo diferencial residual (DR) 19
4.4.2 Dispositivo de proteção contra surto (DPS) 19
5 SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO TRIFÁSICO 20
5.1 LIGAÇÕES ESTRELA E TRIÂNGULO 22
6 GERADOR ELÉTRICO DE CORRENTE CONTÍNUA 23
6.1 GERADOR DE CORRENTE CONTÍNUA SIMPLES 26
6.2 EXCITAÇÃO DE CAMPO 27
7 MOTORES ELÉTRICO DE CORRENTE CONTÍNUA 28
7.1 TIPOS DE MOTORES CC 30
8 TRANSFORMADOR E AUTOTRANSFORMADOR 32
8.1 TRANSFORMADOR 33
8.2 AUTOTRANSFORMADOR 34
9 CIRCUITOS ELÉTRICOS 35
10 MATERIAIS UTILIZADOS NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 38
11 DIAGRAMAS UTILIZADOS NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 40
12 MONTAGEM DE CIRCUITO ELÉTRICO 44
13 CONSIDERAÇÕES FINAIS 47
REFERÊNCIAS 48
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1 INTRODUÇÃO

Normas são documentos com informações técnicas utilizadas pelos


fabricantes, bem como também, pelos consumidores.
As normas são elaboradas, com base nas experiências e o avanço da
tecnologia. Elas contêm assuntos referentes a terminologia, os termos técnicos, os
símbolos, sobretudo, os regulamentos de segurança e outros aspectos importantes.
As normas têm como objetivo, simplificar e padronizar a fabricação de
um produto, bem como, estabelecer linguagens comuns que facilitem o processo de
comunicação entre os fabricantes, fornecedores e consumidores. Uma vez que as
normas técnicas internacionais permitem o comércio de produtos entre países. Com
isto, protege a saúde e a vida humana, bem como os direitos do consumidor,
garantindo a qualidade do produto e do serviço prestado.

1.1 Normas Técnicas Brasileira

A partir de 1992 foi implantado no Brasil o atual modelo de normas.


Com o objetivo de tornar a elaboração das normas técnicas mais rápida, foi criado o
CNN ‘Comitê Nacional de Normalização’, ONS ‘Organismo de Normalização Setorial’.
A ABNT é uma entidade sem fins lucrativos, responsável por
coordenar, orientar e supervisionar o processo de elaboração de normas no Brasil,
visto que edita e registra as normas NBRs. As normas brasileiras seguem diretrizes e
instruções internacionais como a ISO (Organização Internacional de Padronização) e
a IEC (Comissão Internacional de Eletrotécnica).
Na área de eletricidade uma norma é discutida inicialmente no Comitê
Brasileiro de Eletricidade (COBEI). No COBEI tem diversas comissões de estudos,
com o objetivo de elaborar as normas, bem como os profissionais, adotam
documentos básicos sobre o tema produzido pelo IEC. Uma vez que este documento
é elaborado internacionalmente deve ser adaptado para ser utilizado no Brasil.
Após este processo de estudo a norma recebe um número pela ABNT,
onde é votado pelos seus membros e retorna a comissão do COBEI, que pode aceitar
ou não as sugestões propostas na votação. Sendo aprovada a norma transforma-se
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em ABNT, e é encaminhada ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização,


Qualidade e Tecnologia (INMETRO).
A norma no INMETRO pode ser classificada como: NBR1
(obrigatória), NBR2 (referendada, onde é obrigatória a órgãos públicos) e por fim
NBR3 (registrada, onde pode ou não ser seguida por órgão públicos, ou privados).
O eletrotécnico, eletricista e todos os profissionais na área de
eletricidade, tem a obrigação de conhecer e utilizar simbologias de acordo com as
normas vigentes. Uma vez que esta padronização permite a fácil interpretação de
esquemas e/ou circuitos elétricos de qualquer instalação predial e industrial. Em
virtude disto garante a qualidade e a segurança do trabalho e serviço. Abaixo tem as
principais normas que devem ser seguidas.
NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão – Esta norma
tem como objetivo garantir que as instalações de baixa tensão devam atender, o
princípio de funcionamento adequado, a segurança das pessoas e dos animais
domésticos e a conservação dos bens. Instalação elétrica de baixa tensão em corrente
alternada menor que 1000V, frequência menor que 400Hz e corrente contínua 1500V.
Esta norma é aplicada em edificações residenciais, comerciais e pré-
fabricadas, estabelecimentos industriais, de uso público, agropecuários e
hortigranjeiros, reboque de acampamentos, locais de acampamentos, marinas e
instalações análogas, bem como também, canteiro de obra, feiras, exposições e
outras instalações temporárias. Além disso, se aplica a instalações novas e em
reformas.
NBR 5444 – Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais
– Esta norma determina quais símbolos gráficos referentes a projetos de instalações
prediais devem ser utilizados nos projetos.
NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade – A
NR10 estabelece os mínimos requisitos e condições de implementação de medidas
de controle, preventivas, para garantir a segurança e saúde dos trabalhadores, que
direta ou indiretamente, trabalham nas instalações elétricas e com serviços de
eletricidade.
Ela se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e o
consumidor, bem como, as etapas de projetos, construção, montagem, operação e
manutenção das instalações elétricas, além disso, a realização de qualquer trabalho
próximo à rede elétrica.
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2 DISPOSITIVO DE ILUMINAÇÃO

Atividades envolvendo iluminação são bastante frequentes, uma vez


que precisa ter conhecimentos para não ser pego de surpresa. Neste capítulo ira
conhecer sobre interruptores, tomadas e lâmpadas.

2.1 INTERRUPTORES

Os interruptores são dispositivos de manobra que permitem abrir ou


fechar um contato elétrico em um circuito. Está muito em circuito de iluminação, sendo
constituído em duas partes: corpo e contatos.
O corpo pode ser feito de baquelite, porcelana ou plástico. Onde se
alojam os contatos metálicos e o sistema de molas.
Já os contatos são feitos de latão ou ferro . Sua função é abrir ou
fechar o contato. Normalmente o contato suporta 10A. No corpo do interruptor tem a
corrente máxima de operação.
Os interruptores podem ser fabricados com contatos simples, bipolar,
tripolar, paralelo e intermediário.
O interruptor simples é o mais encontrado. Este possui borne e tem
a função de abrir ou fechar o contato do circuito, conforme a figura 1.
Figura 1 – Interruptor Simples com uma lâmpada.

Fonte: https://vocenaeletrica.com/como-fazer-uma-instalacao-de-interruptor-simples-aprenda-agora/

O interruptor bipolar tem dois bornes e tem a função de abrir ou


fechar (onde se faz a comutação simultânea dos dois contatos) em um circuito elétrico
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bifásico 220V como se pode observar na figura 2.

Figura 2 – Interruptor Bipolar com lâmpada 220V.

Fonte: https://vocenaeletrica.com/instalacao-de-interruptor-bipolar-aprenda-o-passo-a-passo/

Já o interruptor paralelo (pode ser chamado de three-way),


possibilita ligar uma lâmpada em dois pontos diferentes. Este tem três bornes, sendo
que um é comum e os outros são responsáveis pela comutação dos circuitos.
Percebe-se na figura 3, que quando os interruptores estiverem na
mesma posição (circuito fechado) a lâmpada acende. E quando estiver com o circuito
aberto a mesma se apaga.
Figura 3 – Interruptor Paralelo com uma lâmpada.

Fonte: https://eletricidadesemsegredosblog.wordpress.com/2017/09/04/interruptores/

O interruptor intermediário (também conhecido como four-way),


permite a comutação de lâmpada em quantos pontos for desejado. Este tem quatro
bornes, sendo responsáveis pela comutação. É bastante empregado em locais onde
se tem corredores longos, hospitais, ou seja, onde há a necessidade de controlar a
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iluminação em mais de dois pontos.


Figura 4 Interruptor Intermediário.

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-4-Circuito-de-ligacao-entre-um-interruptor-
intermediario-e-uma-lampada-Fonte_fig4_341077436

Os interruptores tripolares, interrompe ou restabelece ao mesmo


tempo, três condutores elétricos no momento que o interruptor é acionado para ligar
ou desligar conforme a figura 5.
Figura 5 – Interruptor Tripolar.

Fonte: Ferrari (2013).


3.2 TOMADAS
As tomadas e plugues permitem a ligação elétrica de aparelhos
portáteis e eletrodomésticos. Esta ligação é feita entre o plugue (parte móvel) e a
tomada (parte fixa). A NBR 14136 regulamenta normas para plugues e tomadas para
uso comercial e residencial.
As tomadas e plugues podem ser de dois e três pinos. Os plugues de
três pinos são muito utilizados onde se precisa de um aterramento. Este pino terra tem
a função de evitar que uma pessoa sofra um choque elétrico ao utilizar o aparelho,
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caso tenha alguma falha de isolação.


Figura 6 – Plugue e Tomada – Padrão novo Brasil.

Fonte: CERP (2020).


Os plugues e tomadas com diâmetro de 4 mm são utilizados para
corrente nominal de até 10A. Já de 4,8 mm corrente nominal de até 20A

2.3 TIPOS DE LÂMPADAS


Lâmpada incandescente – Ela é composta por um bulbo de vidro
cheio de gás inerte. Na sua base tem dois fios rígidos que se prende ao filamento de
tungstênio. A sua eficácia energética é baixa, ou seja, 5% da energia elétrica se
transforma em luz, os outros 95% em calor.
Figura 7 – Lâmpada Incandescente.

Fonte:https://br.depositphotos.com/stock-photos/l%C3%A2mpada-
incandescente.html?filter=all&qview=
19953699
Lâmpada halógena é da mesma família das lâmpadas
incandescentes. Ela possui filamento de tungstênio, gás inerte e um elemento
halogênio (bromo ou iodo) em seu interior, melhorando sua eficiência energética.
Figura 8 - Lâmpada Halógena

Fonte: https://construindodecor.com.br/wp-content/uploads/2014/09/lampada-halogena-tubular.jpeg
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Lâmpada fluorescente é fabricada em forma de tubo selado de vidro,


onde é revestido com pó de fósforo e contém gás inerte e baixa pressão e uma
pequena quantidade de mercúrio.
Figura 9 - Lâmpada Fluorescente.

Fonte:https://br.depositphotos.com/stock-photos/l%C3%A2mpada-
fluorecente.html?filter=all&qview=17656141
Lâmpada de vapor de mercúrio, sendo produzida em multivapores
metálicos, vapor de sódio, vapor de mercúrio e mista. Cada tipo de lâmpada contém
no tubo de vapor um gás, seja ele sódio, mercúrio e xênon. Para acender este tipo de
lâmpada precisa de um reator para cada tipo.
Figura 10 - Lampada de vapor de mercúrio.

Fonte: http://www.lojaeletrica.com.br/lampada-vapor-mercurio-125w-
e27,product,2351500000020,dept,0.aspx
Por fim a lâmpada de LED. O LED é feito de material semicondutor.
Este transforma a energia elétrica em luz pela passagem da corrente pelo material
semicondutor.
Figura 11 – Lâmpada de LED.

Fonte:https://br.depositphotos.com/stock-photos/l%C3%A2mpada-de-
led.html?filter=all&qview=24453047
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3 DISPOSITIVO DE COMANDOS AUTOMÁTICOS

O comando elétrico se refere ao uso da energia, bem como na sua


transformação como parte de um produto, que constitui em técnicas e métodos para
o acionamento das máquinas elétricas e equipamentos.
Os comandos elétricos dividem-se em força (motores e
equipamentos) e o de comando é onde ficam os dispositivos de acionamento e
sinalização. Este circuito de cargas pode ser monofásico, bifásico ou trifásico.

3.1 Principais Dispositivos de Comando


A botoeira funciona como um elemento sendo responsável por ligar
e desligar os circuitos. A botoeira mais comum é de contatos NA (normalmente
aberto) e NF (normalmente fechado). Em alguns casos têm botão com retorno por
mola. Ela trabalha com outros atuadores como chaves rotativas, pedais, fim de curso.
Conforme as normas IEC 73 e VDE 0199 a botoeira possui cores
definidas de acordo com sua função:
Vermelho: parar, desligar, emergência.
Amarelo: intervenção.
Verde ou preto: ligar, partir, pulsar.
Azul ou branco: qualquer função diferente das citadas.
Figura 12 - Botoeira de Comando.

Fonte: https://www.viewtech.ind.br/botoeira-pendente-2-botoes-1-emergencia-2-velocidades#

Os reles têm como objetivo básico ligar e desligar circuitos. A maioria


dos reles executa uma comutação de contato através de algum tipo de análise do
circuito como os relés off delay e on delay e então comuta seus contatos internos.
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Em geral, são usados para transmitir sinais eletromecânicos. Ele


possui de um a oito contatos.
Rele temporizador com retardo na energização (on delay). Após
sua bobina ser energizada, iniciará a contagem do tempo que foi ajustado
inicialmente. Ao atingir o tempo, ocorre a comutação dos contatos, sendo assim,
permanece nesta posição até que seja retirada a alimentação.
Rele temporizador com retardo na energização (off delay). Após
energizar a sua bobina, ocorre a comutação dos contatos. Ao retirar a alimentação,
inicia a contagem que foi pré-definida no ajuste inicial. Quando se atinge o tempo após
retirar a alimentação, os contatos voltam para a posição inicial.
Figura 13 – Tipo de Rele Térmico.

Fonte: https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-um-rele-termico/
Os contatores são dispositivos eletromecânicos no comando elétrico,
tem a função de controlar a passagem de altas correntes. Este que tem contatos NA
e NF. São compostos por uma bobina que produz um campo magnético que
proporciona movimento dos contatos.
Os contatores têm dois tipos de contato, o de potência, que trabalha
com alta corrente. Este que geralmente tem blocos de 3 contatos (NA) para cargas
trifásicas. Os contatos auxiliares são o de comando (podem ser NA e NF de acordo
com a necessidade), que trabalha com baixa corrente.
Figura 14 – Tipo de Contator.
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Fonte: https://www.saladaeletrica.com.br/conheca-o-contator-monofasico/
Os sinalizadores servem para sinalizar o operador de uma situação
onde requer a sua atenção. Podem ser do tipo luminoso ou sonoro, sendo o luminoso
o mais utilizado. Eles podem ser:
Vermelho: perigo, condição anormal.
Amarelo: atenção ou cuidado.
Verde: máquina liberada para operar.
Branco: máquina em movimento, operação normal.
Azul: qualquer função não englobada anteriormente.
Os fusíveis são dispositivos presentes nas instalações elétricas
residenciais, estabelecimentos e carros. Tem como principal função proteger o circuito
contra curtos e queima, tendo como características a corrente nominal, valor de
corrente que o fusível suporta sem interromper o circuito. A corrente de ruptura (KA),
valor máximo de corrente que o fusível consegue interromper. Corrente de curto-
circuito, valor de corrente máxima que deve ser interrompida pelo fusível assim que
atingida. Por fim a tensão nominal, que é a tensão para o qual o fusível foi
desenvolvido.
Figura 15 – Tipo de Fusível.

Fonte: https://www.lojasetta.com/fusivel-retardado-tipo-nh-tamanho-000-20a-fnh000-20u-
weg/176698/produto/

Os disjuntores assim como os fusíveis é um dispositivo que serve


para proteger o circuito de um curto-circuito ou sobrecarga atuando eventualmente
como uma chave, interrompendo a passagem de corrente.
Os disjuntores termomagnéticos devem seguir a norma NBR NM
60947-2 para indústria e NBR NM 60898 para residência.
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Figura 16 – Disjuntor.

Fonte: https://br.depositphotos.com/stock-photos/foto-disjuntor.html?qview=169712514
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4 PROTEÇÃO DE COMANDO INDUSTRIAIS DE BAIXA TENSÃO

Conforme a NBR 5410, todos os circuitos que compõem uma


instalação elétrica de baixa tensão, deve ser protegida contra sobrecargas, ou seja,
sobrecorrentes, curto-circuito, por dispositivos que garantem o seccionamento
instantâneo de todos os condutores de fase, por meio de disjuntores e fusíveis.
4.1 Proteção Por Disjuntores
Os disjuntores devem ser especificados de acordo com as normas
aplicáveis. A NBR NM 60898, define que os disjuntores que serão manuseados por
usuários comuns. São fabricados para uso em circuitos de até 125A, com a
capacidade de interrupção de corrente de curto-circuito (ICN ou ICU) de até 25kA.
Já a NBR IEC 60947-2, define que os disjuntores fabricados conforme
ela, são utilizados em instalações elétricas comerciais e industriais, por serem
robustos, e poderem passar por manutenção e ajustes. Sendo manuseados por
profissionais da área.

4.2 Proteção Contra Corrente de Sobrecarga

Conforme o item 5.3.4 da NBR 5410 para que os condutores sejam


protegidos, o dispositivo de proteção deve segurar duas condições:

IB ≤ IN ≤ IZ (primeira condição).
I2 ≤ 1,45 x IZ (segunda condição).

IB = Corrente de projeto do circuito.


IN = Corrente nominal do dispositivo de proteção.
IZ = Capacidade máxima de condução de corrente dos condutores.
I2 = Corrente convencional de atuação dos disjuntores.

A corrente I2 dos disjuntores e fusíveis, é calculada pela fórmula (α =


1,45):

I2 = IN x α (A)
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4.3 Proteção Contra Corrente de Curto-Circuito

Esta etapa deve conter parágrafos que falem sobre a importância do


tema escolhido, sua relevância e aplicabilidade.
Conforme o item 5.3.5 da NBR 5410, os disjuntores e fusíveis devem
interromper com segurança as correntes de curto-circuito do sistema elétrico no qual
estão inseridos.
Para determinar a corrente de curto-circuito (ICC) de um
transformador, é preciso conhecer o seu valor de impedância em percentual (Z %). Este
valor é fornecido pelo fabricante do mesmo.
A impedância Z% corresponde à porcentagem da tensão nominal
primária VNP, necessária para fazer circular a corrente nominal secundária INS no
enrolamento secundário do transformador. Este enrolamento é curto-circuitado.
A tensão de ensaio VE, é a tensão aplicada no enrolamento primário
do transformador para ter a corrente nominal secundária INS. Para calcular o valor da
impedância percentual Z%, utiliza-se a fórmula:

𝑉𝐸
𝑍% = 𝑥100
𝑉𝑃𝑁

A corrente de curto-circuito ICC, acontece quando o transformador está


alimentado com uma tensão 100% de sua tensão nominal primária VNP.
A fórmula para calcular a corrente de curto-circuito é:

Z% → INS
100% de VPN → ICC
𝐼𝑁𝑆𝑋100
𝐼𝐶𝐶 = (𝐴)
𝑍%

Exemplo: Um transformador trifásico de média tensão com potência


de 225KVA, com impedância 115ºC E 13800V (5,55%). 220/127V, 590A.

ICC = (590X100) / 5,55 = 10630,63A


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4.4 Quadro de Distribuição de Luz e Força (QDLF)

O quadro de distribuição QDFL, é onde recebe energia elétrica da


rede de alimentação, a distribui aos circuitos, e além disso, acomoda os dispositivos
de proteção, seccionamento, controle e medição.
É importante salientar que a instalação desse ver dividida em circuitos
para facilitar a manutenção de um determinado local, sem atrapalhar as outras partes
da mesma .
Conforme o item 9.5.3.1 da NBR 5410 todo equipamento que tiver
corrente superior a 10A deve ter seu circuito independente conforme ABNT.

4.4.1 Dispositivo diferencial residual (DR)

O dispositivo diferencial residual (DR) é um dispositivo automático que


desliga o circuito caso haja uma fuga de corrente, que possa colocar em risco as vidas
das pessoas envolvidas direta ou indiretamente.
Os DR são classificados como DR de sensibilidade alta, quando o
mesmo possui corrente diferencial residual nominal IΔn até 30mA. Muito utilizado na
proteção contra choques elétricos.
DR sensibilidade baixa. Quando o mesmo possui corrente
diferencial residual nominal IΔn maior que 30mA. Muito utilizado em instalações
elétricas contra incêndio, ou seja, locais que podem armazenar produtos inflamáveis,
papeis dentre outros. Este tipo de disjuntor não oferece proteção contra choque
elétrico.
Figura 17 – Dispositivo diferencial residual (DR).

Fonte: Ferrari (2013).


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4.4.2 Dispositivo de proteção contra surto (DPS)

A queima de equipamentos eletrônicos deve com mais frequência a


sobretensão por descargas atmosféricas ou manobras de circuito.
Segundo a norma NBR 5410, item 5.4.2.1, a proteção contra
sobretensão deve ser feita por dispositivos de proteção contra surtos. Além disso,
estabelece que em locais que tenham mais de 25 dias por ano, ocorrência de
trovoadas devem ter este dispositivo instalado nas edificações. Bem como também,
as instalações que estão na parte externa das edificações, expostas a descargas
diretas é obrigatório a sua instalação.
Figura 18 Dispositivos de proteção contra surto (DPS).

Fonte: CERP (2020).


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5 SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO TRIFÁSICO

Os circuitos trifásicos encontram-se na distribuição da energia elétrica


pela companhia de distribuição. Os principais motivos pela utilização da energia
elétrica trifásica é que a potência em kVA de um motor trifásico é quase 150% maior
que a de um motor monofásico. Visto que o sistema trifásico é balanceado, e os
condutores são 75% do tamanho que necessitaria para um sistema monofásico com
a mesma potência.
Percebe-se na figura 19, que o sistema trifásico é produzido em um
gerador. Este gerador tem três bobinas distribuídas simetricamente, ou seja, as
bobinas são defasadas entre-se 120º. O campo magnético girante do rotor é produzido
a partir de um ímã que gira (rotor) e o rolamento estacionário (estator).
Figura 19 – Gerador Trifásico.

Fonte: Flandoli (2016).


No sistema trifásico, os sistemas elétricos das fontes CA das três
fases operam com a mesma frequência e amplitude, porém, elas são defasadas
eletricamente pelo mesmo ângulo de 120º.
Observa-se na figura 20, que como resultado do movimento giratório
do ímã, e com velocidade constante, se tem três tensões alternadas monofásicas,
independentes, com a mesma amplitude e frequência.
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Figura 20 – Tensões Defasadas 120º.

Fonte: Benedito.

5.1 LIGAÇÕES ESTRELA E TRIÂNGULO


O gerador, motor ou transformador de fornecimento de energia
elétrica podem ter suas ligações/ conexões estrela triângulo pela forma como são
conectadas às suas respectivas bobinas. Na ligação estrela tem acesso ao neutro.
Visto na figura 21, a ligação em estrela acontece quando os
extremos de cada fase são unidos formando o terminal neutro.
Figura 21 – Ligação em Estrela.

Fonte: Flandoli (2016).


O sistema trifásico, em estrela, é formado por 3 fases (R, S, T) ou por
4 condutores (R, S, T, N). Uma das principais vantagens de ter condutor neutro é que
o mesmo tem dois níveis de tensão (tensão de linha e de fase). Além disso, o condutor
neutro mantém as tensões simétricas, quando se tem cargas desbalanceadas.
Tensão de fase, é a tensão induzida na extremidade de cada bobina
(UUN, UVN e UWN). Já a tensão de linha, é a tensão entre fase e fase (UUW, UWV
e UVU). Como pode ser observado na figura 22.
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Figura 22 – Tensão no Circuito Estrela.

Fonte: Flandoli (2016).


A ligação em triângulo não tem um ponto em comum entre as três
bobinas, ou seja, não tem neutro.
Figura 23 - Ligação em Triângulo.

Fonte: Flandoli (2016).


Percebe-se na figura 24, que a corrente de fase é a corrente que
circula por cada bobina. Já a corrente de linha que sai de cada terminal.
Figura 24 – Corrente no Circuito Triângulo.

Fonte: Flandoli (2016).


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6 GERADOR ELÉTRICO DE CORRENTE CONTÍNUA

O motor de corrente contínua converte energia elétrica em energia


mecânica pela rotação. Já o gerador, converte energia mecânica de rotação em
energia elétrica, ou seja, a energia mecânica pode ser fornecida por uma queda
d'água, vapor, vento, ou até mesmo, por um motor elétrico.
Figura 25 – Vista de Um Gerador e Motor CC.

Fonte: Weg (2006)


Observa-se na figura 25, as principais partes dos geradores e motores
de corrente contínua, ou seja, são as mesmas peças.
A figura 26, mostra uma vista explodida de um motor ou gerador CC
com seus principais componentes.
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Figura 26 – Vista explodida de um Gerador e Motor CC.

Fonte: WEG (2006)

No motor a armadura recebe a corrente de uma fonte elétrica externa,


fazendo com que a mesma gire. Já no gerador, a armadura gira por efeito de uma
força mecânica externa. Porém a sua tensão gerada na armadura é ligada a um
circuito externo, ou seja, a armadura do motor recebe a corrente de um circuito externo
(a fonte de alimentação), e a armadura do gerador libera corrente para um circuito
externo (a carga).
A função do comutador converter a corrente alternada (induzida) que
passa pela sua armadura em corrente contínua liberada através de seus terminais no
gerador. No estator da máquina são montadas duas escovas fixas, para permitir o
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contato com os segmentos opostos do comutador.


As escovas são fabricadas em grafite, montadas sobre molas que
permitem que eles deslizem sobre o comutador no eixo da armadura. No gerador,
além disso, elas servem de contato entre os enrolamentos da armadura e a carga
externa.
Enrolamento de Campo tem a função de produzir o fluxo
interceptado pela armadura. No motor, a corrente para o campo é fornecida pela
mesma fonte que alimenta a armadura. Por outro lado, no gerador, a fonte de corrente
de campo pode ser uma fonte externa de excitação, ou a própria armadura.

6.1 GERADOR DE CORRENTE CONTÍNUA SIMPLES

Imagine que uma bobina com uma única espira é esta começa a girar
em um campo magnético uniforme, com uma velocidade constante, a fem induzida
num determinado lado da bobina irá variar com o seu movimento através das posições
de 0 a 7, visto na a figura 27.
Figura 27 Tensão Gerada por uma bobina.

Fonte: CEFT (2006).


Percebe-se na figura 27 (a) pegando como referência o lado ab da
bobina, quando a mesma estiver na posição 0, a fem induzida na bobina será zero,
ou seja, o condutor ab estará em movimento paralelo ao campo magnético, sem a
variação de fluxo. Ao se movimentar para a posição 1, no sentido horário, cortará o
campo magnético uniformemente num ângulo de 45º. Neste momento a fem induzida
neste condutor em movimento com uma carga externa, será positiva com seu valor
aproximado 70,7% da tensão máxima induzida.
Na posição 2 quando a bobina alcança o ângulo de 90º, o condutor
27

ab tem o máximo de fluxo, e bem como também, máximo valor positivo da tensão
induzida. Já na posição 3, que corresponde a um ângulo de 135º, a fem no lado ab da
bobina corresponde a mesma produzida no ângulo de 45º da posição 1. Ao atingir a
posição 4 no ângulo de 180º corresponde a posição 0, ou seja, não tem variação de
fluxo, quando o condutor se movimenta paralelo ao campo magnético. A partir da
posição 5 a fem induzida no condutor ab tem polaridade invertida até na posição 7.
Como pode ser observado na figura 27 (b).

6.2 EXCITAÇÃO DE CAMPO

Os geradores CC receberão seus nomes conforme com o tipo de


excitação de campo que será utilizado neles. Quando o campo do gerador é excitado
por uma fonte CC independente é chamado de gerador de excitação independente.
Aquele gerador que fornece a sua própria excitação, ele é conhecido como gerador
auto-excitado. Já se o campo estiver ligado em paralelo com a armadura, ele é
chamado de gerador shunt ou em derivação.
O gerador de série é quando o campo está em série com a armadura.
Agora, quando se utilizam dois campos, shunt e série, o mesmo é chamado de gerador
composto. Estes podendo ser ligados em derivação curta, com o campo-shunt em
paralelo somente com a armadura, ou formando uma derivação longa, com o campo-
shunt em paralelo com a armadura e com o campo-série.
Por fim, quando a fem do campo-série auxilia a fem do campo-shunt,
o gerador é composto cumulativo (ou aditivo). Quando a fem do campo-série se opõe
à fem do campo-shunt, o gerador é composto diferencial (ou subtrativo).
Figura 28 – Diagrama Esquemático dos Circuitos Geradores CC com
Excitação Independente.

Fonte: CEFET (2006).


28

Figura 29 – Diagrama Esquemático dos Circuitos Geradores CC Auto-


Excitados.

Fonte: CEFET (2006)


29

7 MOTORES ELÉTRICO DE CORRENTE CONTÍNUA

A construção mecânica de motores e geradores CC é parecida,


porém, o que difere entre eles e as suas funções. Enquanto o gerador é utilizado para
gerar uma tensão quando os condutores se deslocam através de um campo
magnético, o motor serve para produzir um esforço para a rotação, ou seja, o torque
para produzir rotação mecânica.
Figura 30 – Campo Magnético no Motor.

Fonte: CEFET (2006).

Percebe-se na figura 30, que tem um campo magnético em torno de


um condutor que conduz corrente elétrica. Quando é colocado em outro campo
magnético, os dois campos interagem.
Figura 31 – Interação Entre os Campos Magnéticos.

Fonte: CEFET (2006).


Observa-se na figura 31, que fluxo magnético com o mesmo sentido
tende a se repelir. De acordo com a lei de Lenz, o campo magnético tende a se opor
ao movimento que a produziu. A força contra eletromotriz é quando a fem induzida
terá polaridade oposta à da tensão aplicada externamente ao motor.
30

As principais relações eletromecânicas que difere o motor operando


como motor ou gerador são:
Como motor: O torque eletromagnético produz ajuda na rotação. A
tensão gerada força contra eletromotriz se opõe à corrente da armadura (lei de Lenz).
Fórmula é:
Vg =Vta – ra x Ia
Como Gerador: O torque eletromagnético desenvolvido no condutor
percorrido pela corrente opõe-se à rotação (lei de Lenz). A tensão gerada pela força
eletromotriz ajuda a corrente da armadura.
Fórmula é:
Vg =Vta + ra x Ia
Para determinar o sentido de rotação dos condutores da armadura,
utiliza-se a regra da mão esquerda.
Figura 32 – Regra da Mão Esquerda.

Fonte: CEFET (2006).


Visto na figura 32, que a regra da mão esquerda para os motores, com
o polegar, o indicador e o médio da mão esquerda, perpendiculares entre si, deve-se
apontar o indicador no sentido das linhas de fluxo do campo magnético e o dedo médio
no sentido da corrente que passa pelo condutor; o polegar indicará o sentido em que
o condutor tende a se deslocar.

7.1 TIPOS DE MOTORES CC

Motor Shunt ou Motor em Derivação é mais comum de motor de


corrente contínua. Sendo ligado da mesma forma que o gerador shunt ou gerador em
derivação conforme a figura 33 (a).
31

Figura 33 – Motor Shunt.

Fonte: CEFET (2006).


Percebe-se na figura 33 (b), que suas curvas características de
velocidade × carga e torque × carga, o torque aumenta linearmente com o aumento
na corrente da armadura, enquanto que a velocidade cai ligeiramente em relação à
medida que a corrente da armadura aumenta.
Para ajustar a velocidade é inserida uma resistência no campo
usando um reostato de campo. Com o reostato, a velocidade do motor permanece
constante para todas as cargas. O objetivo de utilizar acionadores ou dispositivos de
partida nos motores CC é para limitar a corrente de partida da armadura em 125 a 200
por cento da corrente de carga máxima (nominal).
Motor em Série, tem o campo do motor ligado em série com a
armadura. Com a carga leve a velocidade vai a um valor muito alto, já com a carga
máxima a velocidade varia pouco, ou seja, com altas correntes na armadura ele
produz um torque elevado e funciona em baixa rotação.
32

Figura 34 - Motor Série.

Fonte: CEFET (2006).


Por fim o Motor Composto, tem as características dos motores
operacionais dos motores shunt e dos motores em série. À medida que se vai
colocando cargas, a sua velocidade diminuirá, e com isto, o torque aumentará.
Figura 35 – Motor Composto.

Fonte: CEFET (2016)


33

8 TRANSFORMADOR E AUTOTRANSFORMADOR
Transformadores são máquinas elétricas que converte um valor de
tensão em outro, através da indução eletromagnética. O transformador e o
autotransformador, têm funções parecidas. O que muda na prática é a suas diferentes
configurações e formas de uso.

8.1 TRANSFORMADOR

O transformador trabalha com corrente alternada. Este tem


duas bobinas separadas, onde uma bobina é para o primário, o circuito de entrada e
outra para o secundário circuito de saída. Estas bobinas são ligadas por meio de um
núcleo de ferro.
Ao energizar a bobina de entrada, a corrente elétrica gera um fluxo
magnético. Esse fluxo magnético produzirá uma corrente na bobina do secundário. O
núcleo de ferro tem a função de transmitir a potência de uma bobina para a outra. Isso
ocorre devido a leis do eletromagnetismo.
Figura 36 – Esquema Simplificado de um Transformador.

Fonte: https://manutencaodecabine.com.br/transformador-de-forca/

Os números de espiras das bobinas definirão a diferença da tensão


de entrada e de saída. A fórmula para calcular a tensão é:

𝑉1 𝑁1 𝐼2
= =
𝑉2 𝑁2 𝐼1
V1 = Tensão de Entrada.
V2 = Tensão de Saída.
34

N1 = Número de enrolamentos na bobina primária.


N2 = Número de enrolamentos na bobina secundária.
I1 = Corrente de Entrada.
I2 = Corrente de saída.

Exemplo: Um transformador que tem 2000 espiras na bobina primária


e 1000 na bobina secundária. Se a tensão de entrada for 100 volts, a tensão de saída
será de 50 volts.
A principal vantagem do transformador é atuar como isolador. Visto
que isso ocorre por não haver contato elétrico entre a bobina primária e a bobina
secundária.

8.2 AUTOTRANSFORMADOR

A diferença entre transformador e autotransformador é que o


autotransformador possui apenas um enrolamento em torno do núcleo de ferro, já o
transformador duas bobinas separadas e interligadas pelo núcleo de ferro.
O autotransformador por possui apenas um enrolamento em torno do
núcleo de ferro, onde nesse enrolamento tem terminais em suas extremidades, com
derivação em determinadas partes do enrolamento com mais terminais. Essa
derivação é chamada de “taps”. Por ter estas derivações “taps”, possibilita obter
diversos valores de tensão de saída para um valor de entrada.
Figura 37 – Esquema Simplificado de um Autotransformador.

Fonte: http://eletronicaemcasa.blogspot.com/2015/11/como-fazer-um-autotransformador-de.html

A vantagem de utilizar um autotransformador, é devido ao seu baixo


custo para praticamente fazer a mesma função de um transformador. Uma vez que,
35

tem um rendimento maior e uma menor queda de tensão. A grande desvantagem se


deve pela ausência de isolamento entre os circuitos conectados nele.
Os autotransformadores vendidos no mercado indicam sua potência
em VA (volt ampere).
A fórmula para cálculo é:

VA = W x FP

VA = Medida em Volt Ampere.


W = Potência da carga, que será ligado no autotransformador.
FP = Fator potência, para eletrônicos utilize 1,7 , ou seja, um fator potência de 70%.
36

9 CIRCUITOS ELÉTRICOS

Os circuitos elétricos se dividem em circuitos de corrente contínua e


circuitos de corrente alternada. Os circuitos de corrente contínua têm uma ou mais
fontes de tensão. Já os circuitos de corrente alternada são alimentados por fontes de
tensão e corrente senoidais.
Os circuitos de corrente contínua são feitos cálculos de tensões e
correntes em circuitos compostos por associações de resistores e fontes de tensão e
corrente.
A fonte de tensão é um dispositivo capaz de fornecer uma diferença
de potencial, e permitir que com esta diferença de potencial ocorra o estabelecimento
de uma corrente elétrica.
Figura 38 – Circuito Elétrico Simples.

Fonte: UFLA.

r = Resistência interna da fonte, em ohms.


↋ = f.e.m (fontes de força eletromotriz em volts).
I = Intensidade de corrente em ampères.

A corrente elétrica, é o fenômeno, quando um material elétrico é


submetido a uma fonte de força eletromotriz, que permite uma movimentação
sistemática de elétrons de um átomo a outro, ou seja, corrente elétrica é o fluxo de
elétrons em um meio condutor.
Resistência elétrica. Ao aplicar a circulação de corrente por um
material condutor através da aplicação de uma diferença de potencial, percebe-se
que, para um mesmo valor de tensão aplicada em condutores com materiais
diferentes, a corrente possuirá valores diferentes.
37

Lei de Ohm. A Fórmula que permite calcular a resistência é:

V = R x I , ou R = V / I

R - Resistência elétrica do material.


V - Tensão elétrica.
I – Corrente elétrica que circula no dispositivo.

Resistores elétricos são dispositivos usados em circuitos elétricos,


para servir como carga, ou como limitador de corrente. Os resistores podem ser em
série, paralelo e mista.
Série -Proporciona um único caminho à corrente elétrica, ou seja, a
corrente que passa por um resistor será a mesma para todos os outros. Tem-se a
divisão de tensão no circuito, com cada resistor possuindo o seu valor de tensão e a
soma destes valores é igual à tensão da fonte.
Figura 39 – Resistor em Série.

Fonte: UFLA.
Fórmula são:

V = R1 x I + R2 x I + R3 x I
I x RT = R1 x I + R2 x I + R3 x I
RT = R1 + R2 + R3

Paralelo - A tensão sobre cada resistor será a mesma, ou seja, igual


à da fonte, com isso a corrente em cada resistor dependerá apenas de sua resistência,
e a corrente total será igual à soma de todas as correntes.
38

Figura 40 – Resistor em Paralelo.

Fonte: UFLA.
Fórmula são:

V = RT . IT = R1 .I1 = R2 . I2 = R3 . I3

𝑉 𝑉 𝑉 𝑉
𝐼1 = ; 𝐼2 = ; 𝐼3 = ;𝐼 =
𝑅1 𝑅2 𝑅3 𝑅𝑇

I = I1 + I2 + I3
1 1 1 1
= + +
𝑅𝑇 𝑅1 𝑅2 𝑅3

𝑅1𝑥𝑅2𝑥𝑅3
𝑅𝑇 =
𝑅1𝑥𝑅2 + 𝑅1𝑥𝑅3 + 𝑅2𝑥𝑅3

Mista - É combinação dos dois tipos anteriores de circuito.


Figura 41 – Circuito Misto.

Fonte: UFLA.
39

10 MATERIAIS UTILIZADOS NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

O condutor elétrico pode ser fabricado com um ou vários fios.


Quando fabricado com um fio ele é rígido e com vários fios é chamado de cabo.
Os cabos elétricos podem ser do tipo unipolar ou multipolar. O cabo
unipolar é fabricado com um único condutor e isolado. Já o cabo multipolar é fabricado
com dois ou mais condutores, com uma cobertura extra de proteção.
Figura 42 – Tipos de Cabos Elétricos.

Fonte: http://www.ipce.com.br/old/introducao.html
O disjuntor tem como sua principal função proteger a instalação
elétrica e seus equipamentos.
Eletrodutos são tubos de metal ou plástico, podendo ser rígido ou
flexível, utilizado com a finalidade de proteger os condutores e cabos elétricos. A sua
principal função é proteger os cabos elétricos contra influências externas do ambiente.
Figura 43 – Tipos de Eletrodutos.

Fonte:https://docplayer.com.br/69238357-26-01-2017-dimensionamento-de-eletrodutos-
dimensionamento-de-dispositivos-de-protecao.html
40

Os principais acessórios complementares à instalação de eletrodutos


são: buchas, arruelas, conectores-box, abraçadeira, conduítes e caixa embutida.
As eletrocalhas, são bandejas metálicas dobradas em U, podem ser
fechadas, perfuradas ou abertas. Por serem rápidas para montar são muito utilizadas,
além disso, facilita a inspeção e manutenção.
Figura 44 – Eletrocalhas.

Fonte: http://www.salf.com.br/produto-eletrocalhas
Interruptor com certeza estará em todos os cômodos, uma vez que
ligará e desligará a luz. Além disso, existem vários modelos.
Lâmpadas o importante é decidir sobre a potência, o tipo se será de
LED ou não, e até seu formato.
Tomadas o ideal é que você instale as tomadas conforme padrão e
normas brasileiras. Elas podem ser de 10 amperes ou 20 amperes, de acordo com a
necessidade.
41

11 DIAGRAMAS UTILIZADOS NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS


Neste capítulo conhecerão os tipos de diagramas elétricos utilizados
para representar circuitos de instalações elétricas.
O diagrama é uma representação das diversas partes de uma
instalação elétrica. Nele contém símbolos padronizados para que qualquer
profissional da área possa entender.
A norma NBR 5444 estabelece uma linguagem comum, para todos,
sendo assim evitando erros e confusões.
Figura 45 – Exemplos de Simbologias.

Fonte: NBR 5444.


O Diagrama elétrico é a ferramenta que reúne todas as informações
importantes sobre a instalação elétrica, que inclui, a localização dos elementos da
instalação, a quantidade e seção dos condutores que passaram por dentro de calhas
eletroduto, trajeto para instalação, além disso, a distribuição dos dispositivos e
circuitos.
Os diagramas elétricos são classificados como, multifilar, funcional,
ligação e unifilar.
O diagrama multifilar, é utilizado para representar circuitos
elementares, devido a sua difícil interpretação por ser complexo. Nele representa
todos os condutores e o sistema elétrico em seus detalhes.
A sua vantagem é a fácil representação com clareza com relação à
distribuição de cargas pelos circuitos.
42

Figura 46 – Diagrama Multifilar.

Fonte: Ferrari (2013).


Diagrama funcional, é utilizado quando precisa representar um
circuito com clareza e rapidez. Este tipo de diagrama não detalha a posição física dos
componentes da instalação.
Figura 47 – Diagrama Funcional.

Fonte: Ferrari (2013).


O diagrama de ligação, representa a instalação como é executado
43

na prática.
Figura 48 – Diagrama de Ligação.

Fonte: Ferrari (2013).


O diagrama unifilar, representa as principais partes de um circuito
elétrico, identificando seu número de condutores, indicado no projeto.
Este diagrama representa a posição física dos componentes da
instalação, porém, não representa com clareza o funcionamento e a sequência
funcional.
Figura 49 – Diagrama Unifilar.

Fonte: Ferrari (2013).

Esta etapa deve conter parágrafos que falem sobre a importância do


tema escolhido, sua relevância e aplicabilidade.
Exemplo de diagrama unifilar. O ponto de iluminação no teto com duas
44

lâmpadas fluorescentes de 40W, alimentadas pelo circuito 1, comandas pelo


interruptor identificado pelo ponto “a”. Circuito 2 uma tomada de 600VA, composta por
três condutores: fase, neutro e terra.
Figura 50 – Diagrama Unifilar.

Fonte: Ferrari (2013).


45

12 MONTAGEM DE CIRCUITO ELÉTRICO

O correto funcionamento de uma instalação elétrica, seja ela


residencial ou comercial, deve tomar alguns cuidados, seguindo as normas, correto
dimensionamento de componentes e cabos, escolha dos interruptores, tomadas e
lâmpadas e o mais importante é a distribuição dos circuitos da instalação.
Qualquer circuito começa no quadro de distribuição de circuitos e
termina nos pontos de tomadas, iluminação e as demais cargas.
Figura 51 – Montagem e Divisão de Circuito Elétrico.

Fonte: Mattede (2020).


Deve-se dividir os circuitos das instalações elétricas, para evitar
consequências de falhas devido ao um circuito defeituoso. Além disso, facilita o
funcionamento adequado dos dispositivos de proteção garantindo a seletividade, ou
seja, a seletividade está relacionada na escolha correta do disjuntor. Bem como
também facilita as verificações, os testes e as manutenções.
Figura 52 – Seletividade.
46

Fonte: Mattede (2020).


Para que a divisão de circuitos para montagem seja correta se deve
seguir as normas e observar as seguintes restrições:
A carga total em 110V não deve ultrapassar 1200W e em 220V,
2200W em distribuição, limitado a 12 pontos de luz por circuito, ou seja, deve ser
dividido de modo que os circuitos montados fiquem próximo ou igual à potência
máxima por tensão de rede fornecida.
A importância de ter circuitos de potências próximas garante equilíbrio
de corrente entre os circuitos, e as fases, evitando que um pólo do disjuntor se aqueça
mais que os outros. Todo circuito deverá ter seu próprio condutor neutro. Circuitos que
forem superiores a 1200w em 110 e 2200w em 220 devem ter seus circuitos
independentes. Como por exemplo Chuveiro.
O importante é lembrar dessa regra: todo ponto onde a corrente
nominal for maior que 10A deve ser instalado e montado um circuito independente.
Circuitos com corrente máxima nominal de 10A serão usadas tomadas de 10A, e o
que for superior a 10A limitado no máximo a 20A, tomadas de 20A. Porém, em um
circuito onde a corrente nominal for maior que 20A, como no caso do chuveiro, deve-
se usar emendas, ou seja, conexões diretas.
A cada 60m² ou fração da residência deve ser previsto pelo menos
um circuito. Uma vez que, com esta medida a divisão por área da instalação garante
fisicamente divisão dos circuitos em áreas distintas da instalação.
As instalações elétricas prediais e casa, onde os pontos de tomadas
e iluminação podem ser mantidos e alimentados por circuitos comuns, desde que a
corrente nominal de projeto do circuito não seja superior a 16A, os pontos de
iluminação não sejam alimentados somente por um circuito, ou seja, um disjuntor de
iluminação para toda iluminação da casa, o que também não pode acontecer com as
tomadas. Estes pontos importantes são todos encontrados na norma NBR5410.
47

Figura 53 – Distribuição de Circuito Para Montagem Conforme


NBR5410.

Fonte: Ferrari (2013).


48

13 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegamos ao fim da matéria, onde os alunos puderam evidenciar a


importância dos conhecimentos sobre instalações elétricas. Onde tiveram
conhecimento sobre segurança e normatização, dispositivos de iluminação,
dispositivo de comandos automáticos, dispositivos de proteção usados em comandos
industriais de baixa tensão, sistema de alimentação trifásica, gerador elétrico de
corrente contínua, motores elétricos de corrente contínua, transformadores e auto
transformador, circuitos elétricos, materiais utilizados nas instalações elétricas,
diagramas utilizados nas instalações elétricas e montagem de circuitos elétricos.
Esperamos que estas informações sejam importantes e úteis, para a
solução de problemas no dia a dia e no desenvolvimento de suas atividades como
eletrotécnico. Sendo mais uma etapa estudada que está ajudando na formação de
seus conhecimentos técnicos.
Os assuntos abordados nesta matéria, teve como princípio,
compreender selecionar tecnicamente dispositivos de iluminação a serem
empregados em aparelhos e instalações de iluminação ligados em sistemas de
alimentações, aplicar os princípios técnicos de funcionamentos dos dispositivos de
comandos automáticos usados em instalações elétricas especiais, identificar os
princípios de funcionamento das máquinas elétricas, identificar e relacionar materiais
utilizados nas instalações elétricas e interpretar diagramas utilizados em instalações
elétricas. Além disso, foi possível, compor o conhecimento em instalações elétricas
para os alunos.
49

REFERÊNCIAS

APRENDENDO ELÉTRICA. O Que é Um Relé Temporizador e Como Funciona?.


Disponível em: <https://aprendendoeletrica.com/o-que-sao-reles-temporizadores/>.
Acesso em 20 out. 2020.

ATHOSELECTRONICS. Autotransformador e a Diferença Para Um


transformador. Disponível em:< https://athoselectronics.com/autotransformador/>.
Acesso em 22 out. 2020.

CFET. RN. Geradores e Motores CC: máquinas de corrente contínua. Rio Grande
do Norte, 2006. Disponível em:
<https://docente.ifrn.edu.br/heliopinheiro/Disciplinas/maquinas-acionamentos-
eletricos/apostila-de-maquinas-de-cc-1>. Acesso em 25 out. 2020.

DECORWATTS. Lista de Materiais Elétricos. Disponível em: <


http://blogdecorwatts.com/dicas-de-compras/lista-de-materiais-eletricos/>. Acesso em
25 out. 2020.

FLANDOLI. Fabio. Corrente Elétrica Alternada Trifásica. 23 ago. 2016. Disponível


em: <http://www.eletricistaconsciente.com.br/pontue/fasciculos/3-correntes-
alternadas/f4-corrente-eletrica-alternada-trifasica/>. Acesso em 25 out. 2020.

MATTEDE. Henrique. Comandos Elétricos: o que são e onde são usados?.


Disponível em:
<https://www.mundodaeletrica.com.br/comando-eletricos-o-que-sao-e-onde-sao-
usados/>. Acesso em 20 out. 2020.

MATTEDE. Henrique. Divisão de circuitos residenciais, dicas e regras. Disponível


em:
< https://www.mundodaeletrica.com.br/divisao-de-circuitos-residenciais-dicas-e-
regras/>. Acesso em 31 out. 2020.

NETO, Antônio M., et al. Instalações Elétricas. SENAI, São Paulo, 2013.

Oliveira, Carlos C.B.; Schmidt, H.P.; Kagan, N.; Robba, E.J. Introdução a Sistemas
Elétricos de Potência. Editora Edgard Referências: Blucher LTDA. 2 ª ed. São Paulo,
2000.

UFLA. Circuitos Elétricos. Disponível em: <


http://algol.dcc.ufla.br/~giacomin/Com145/Eletricidade.pdf>. Acesso em 25 out. 2020.
50

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