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25/10/21

Instalações Elétricas

Proteção contra sobreintensidades

Orlando Soares 150

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Proteção de instalações
• Proteção contra sobreintensidades
– As instalações devem ser dotadas de dispositivos que
garantam a sua proteção contra:
• Sobrecargas
• Curto-circuitos

– Tipo de dispositivos de proteção e respetivas normas


• Fusíveis (Tipo gG – Norma EN 60269 e Tipo aM)
• Disjuntores (Normas EN 60898; EN 60947-1; EN 60497-2 e
EN 61009)

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Proteção contra sobreintensidades


Tipos de fusíveis

Tamanhos mais comuns:


• Fusíveis de cartucho: 00 / 1 / 2 / 3 / 4
• Fusíveis cilíndricos: 8,5 x 31,5 / 10,3 x 38 /
14 x 51 / 22 X 58

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Características Fusíveis
• Exemplo das curvas características de um fusível de 10A , do tipo gG (ação lenta)

Corrente estipulada, In: valor de corrente para o qual o fusível não funciona.
Corrente convencional de não funcionamento, Inf: valor da corrente para o qual o
fusível não deve funcionar durante o tempo convencional.
Corrente convencional de funcionamento, I2: valor da corrente para o qual o fusível
deve funcionar antes de expirar o tempo convencional.

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Características Fusíveis
• Exemplo das curvas de funcionamento de fusíveis tipo aM (tipo
seletivo)

Característica do fusível: Corrente estipulada, In

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Correntes convencionais - Fusíveis

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Correntes convencionais - Fusíveis

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Tempos convencionais - Fusíveis

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Proteção contra sobreintensidades


Tipos de disjuntores

Disjuntores doméstico Tipos B, C e D


(Norma CEI 60898)

Disjuntores tipo industrial


(Norma CEI 60947)

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Características Disjuntores
• Curvas de funcionamento de disjuntores domésticos

• Corrente estipulada do disjuntor, In: valor para o qual o disjuntor não funciona.
• Corrente convencional de não funcionamento, Inf: valor para o qual o disjuntor
não funciona durante o tempo convencional.
• Corrente convencional de funcionamento, I2: valor para o qual o disjuntor
funciona antes de expirar o tempo convencional.

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Características Disjuntores

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Correntes convencionais - Disjuntores

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Tempos convencionais - Disjuntores

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Características Disjuntores

Características de funcionamento de
disjuntores domésticos: Curvas
características

EN 60898
Curva B
Ia = 3 x In
Ia (t =5s) = 4 x In

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Características Disjuntores – Curva B

• A curva de rutura B para um disjuntor estipula, que sua corrente de


rutura esta compreendido entre 3 e 5 vezes a corrente nominal, um
disjuntor de 10A nesta curva deve operar quando sua corrente
atingir entre 30A a 50A.

• Os disjuntores curva B são usados onde se espera um curto circuito


com baixa intensidade, normalmente cargas resistivas, em
residências nas tomadas de uso comum, onde a corrente inicial
(arranque) do equipamento é baixa.

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Características Disjuntores

Características de funcionamento de
disjuntores domésticos: Curvas
características

EN 60898
Curva C
Ia = 5 x In
Ia (t =5s) = 4 x In

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Características Disjuntores – Curva C

• A curva de rutura C para um disjuntor estipula, que sua corrente de


rutura esta compreendido entre 5 e 10 vezes a corrente nominal,
um disjuntor de 10A nesta curva deve operar quando sua corrente
atingir entre 50A a 100A.

• Os disjuntores de curva C são usado onde se espera uma curto


circuito de intensidade média e onde a corrente de inicial
(arranque) de equipamentos é média, normalmente cargas
indutivas, como motores, sistemas de comando e controle, circuitos
de iluminação em geral e ligação de bobinas.

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Características Disjuntores
• Corrente mínima de funcionamento (Ia) dos disjuntores, pra t = 5s -> Ia = 4 x In

Corrente estipulada dos


Corrente Ia (A)
disjuntores tipo C, In (A)
10 40
16 64
20 80
25 100
32 128
40 160
63 232
80 320
100 400
125 500

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Características Disjuntores

Características de funcionamento de
disjuntores domésticos: Curvas
características

EN 60898
Curva D
Ia = 10 x In
Ia (t ≤5s) = 4 x In

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Características Disjuntores – Curva D

• A curva de rutura D para um disjuntor, estipula que sua corrente de


rutura esta compreendido entre 10 e 20 vezes a corrente nominal,
um disjuntor de 10A nesta curva deve operar quando sua corrente
atingir entre 100A a 200A.

• Os disjuntores de curva D são usado onde se espera uma curto-


circuito de intensidade alta e onde a corrente de partida é muito
acentuada, sendo muito utilizados em grande motores e grandes
transformadores.

• Nota:
– Não existe contudo disjuntores de curva A, o motivo é para que o A da
curva não seja confundido com o A de ampere, unidade de corrente
elétrica.

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Proteção contra sobrecargas

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Exemplo 1
Qual o valor da corrente estipulada do fusível tipo gG para proteção de
uma coluna com IB= 97A com condutores de fase do tipo H07V-R, em
tubo e embebida?

H07V-R
(condutor em cobre com PVC Método de Referência B
+ Quadro 52-C3
Tubo e embebida

IZ = 110 A
S = 35 mm2

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Exemplo 1
97 A 110 A 159,5 A
Canalização

Tabela
Proteção
fusíveis
100 A 160 A

In = 100 A
I2 = 160 A
Não valida!

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Exemplo 1
IZ = 110 A
S = 35 mm2
Solução:
Escolha de outro condutor (secção superior) –> outra proteção!

H07V-R
(condutor em cobre com PVC Método de Referência B
+ Quadro 52-C3
Tubo e embebida

IZ = 134 A
S = 50 mm2

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Exemplo 1
97 A 134 A 194,3 A
Canalização

Tabela
Proteção
fusíveis
100 A 160 A

Conclusão:
In = 100 A Proteção
Fusíveis gG de
I2 = 160 A In = 100 A
Valida!
Condutor de S = 50 mm2

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Exemplo 2
Qual o valor da corrente estipulada do disjuntor tipo C para proteção
de um forno elétrico de S = 6000 VA com condutores de fase do tipo
H07V-R, em tubo e embebida?
𝑆 6000
𝐼! = = = 26,1 𝐴
𝑈 230

H07V-R
(condutor em cobre com PVC Método de Referência B
+ Quadro 52-C1
Tubo e embebida

IZ = 32 A
S = 4 mm2

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Exemplo 2
26,1 A 32 A 46,6 A
Canalização

Tabela
disjuntores
Proteção 32 A 46 A

Conclusão:
In = 32 A Proteção
I2 = 46 A Disjuntor Tipo C de
In = 32 A

Condutor de S = 4 mm2 Valida!

Orlando Soares 176

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Exercício
• Tendo por base as potência mínimas recomendáveis para frações de
habitação (ver tabela), determine qual o condutor da entrada e respetivo
fusível de proteção, na caixa de coluna, para cada uma topologia.
Considere o modo de estabelecimento da canalização em tubo e
embebida. Sugestão: utilize uma folha de cálculo.

Nota: Aplique o cálculo ao trabalho prático numa folha de Excel.

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Proteção contra curto-circuitos


• A proteção contra curtos-circuitos das instalações elétricas é assegurada
desde que as características dos aparelhos de proteção satisfaçam
simultaneamente as duas condições seguintes:
– 1) Regra do poder de corte – O poder de corte Pdc do aparelho de proteção
não deve ser inferior à corrente de curto-circuito máxima Iccmáx presumida no
ponto de localização:

𝐼 𝑐𝑐 ≤ 𝑃,-
!á#

– A corrente de curto-circuito Icc,máx presumida no local é calculada, em função


das características da canalização, ou é fornecida pelo distribuidor de energia.

– 2) Regra do tempo de corte – O tempo de corte t resultante de um curto-


circuito em qualquer ponto do circuito não deverá ser superior ao tempo
correspondente à elevação da temperatura do condutor ao seu valor máximo
admissível.

Orlando Soares 178

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Proteção contra curto-circuitos


• Para curtos-circuitos de duração inferior ou igual a 5 s (cinco segundos) e
>0,1s, o tempo de atuação do aparelho é obtido pela expressão:

Expressão da curva S
de fadiga térmica da 𝑡=K Com 0,1 < 𝑡 ≤ 5𝑠
canalização
𝐼..

𝑡45 ≤ 5𝑠

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Para Icc2 > Icc1, verifica-se que o tempo de Para Icc > Ia, verifica-se que o tempo de
fusão do fusível (t2f) é inferior ao tempo t2C atuação do disjuntor é inferior ao tempo
que a canalização pode suportar Icc2, pelo que a canalização pode suporta-la, pelo
que a canalização fica então protegida. que a canalização fica então protegida.

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180

Exercício
a) Pretende-se dimensionar a corrente estipulada de um disjuntor
magnetotérmico para proteger, contra sobrecargas, uma
canalização elétrica constituída por condutores H07V-U, com
secções de 2,5 mm2, em tubo, que vai alimentar uma máquina de
lavar. A máquina de lavar tem uma corrente de serviço de 14,2 A.

b) Verifique se o disjuntor utilizado na proteção contra sobrecargas


da máquina de lavar da alínea anterior também protege a
canalização contra curtos-circuitos, sabendo que a resistência
elétrica da canalização a montante do QE, a 20º C, é de 0,04 Ω e o
comprimento da canalização que alimenta a máquina de lavar é
de 12 metros.

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Exercício
1. Cálculo do Iz:
Por consulta do Quadro 28 – resumo de um dos Quadros das RTIEBT – e
considerando o Método de Referência A – canalização embebida – para
condutores de cobre de secção igual a 2,5 mm2, obtemos:

𝑆 = 2,5 𝑚𝑚2 ⟹ 𝐼# =19,5 A


2. Escolha da corrente estipulada e corrente não 𝐼$ = 16 𝐴
convencional de funcionamneto do disjuntor: 𝐼% = 23 𝐴

Verifica a 1ª condição 𝐼! ≤ 𝐼$ ≤ 𝐼# ⟹ 14,2 ≤ 16 ≤ 19,5 𝐴


Verifica a 2ª condição 𝐼% ≤ 1,45×𝐼# ⟹ 23 ≤ 28,2 𝐴

Visto que são verificadas as duas condições regulamentares, então a corrente


estipulada de 16 A escolhida serve perfeitamente.

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Exercício
3. Cálculo do poder de corte do disjuntor:

O cálculo da corrente de curto-circuito máxima exige que a resistência elétrica


de todas as canalizações seja à temperatura de 82,5º C, pelo que obtemos

𝑅𝑚,($ = 𝑅),(% × 1 + 𝛼 𝑡% − 𝑡*

𝑅),+%,,°. = 0,04× 1 + 0,004 82,5 − 20 = 0,06Ω

/ %12
𝐼..&á' = = = 4600 𝐴 = 4,6 𝑘𝐴
0 &,)$,*°, 2,23

O disjuntor a utilizar deve ter um poder de corte superior a 4,6 kA, pelo que escolheríamos um
disjuntor com poder de corte normalizado de 6 kA.
De acordo com as RTIEBT, este disjuntor pode ter um poder de corte inferior desde que o
aparelho de proteção a montante proteja a canalização contra o excesso de corrente diferencial.

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Exercício
3. Cálculo do 𝐼..&-. e do tempo de corte:

A corrente de curto-circuito mínima de uma canalização é a que se verifica na


extremidade mais a jusante dessa canalização, portanto junto ao recetor (neste
caso, a máquina de lavar). É, por isso, necessário calcular a impedância da
canalização.
; *%
𝑍4567 = 𝑍$78(9: %2°. = 𝜌 = 0,018× = 0,0865Ω
%2°. < %,,

𝑍=:$>8(:976 %2°. = 2×0,0865 = 0,1728Ω

Orlando Soares 184

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Exercício
Quando se dá um curto-circuito, a corrente aumenta significativamente, pelo
que a temperatura dos condutores também aumenta, fazendo aumentar
também a resistência elétrica destes.

Por essa razão, é necessário calcular a nova resistência elétrica dos condutores
quando se dá o curto-circuito.

No cálculo de Iccmín, considera-se a temperatura de 145º C, como valor a utilizar


nos condutores isolados a PVC; esta temperatura corresponde a multiplicar a
resistência elétrica, a 20º C, por um fator de 1,5.

𝑍.5$5?@A5çã:%/*°,
= 𝑍.5$5?@A5çã:$0°, × 1 + 0,004 145 − 20
= 0,1728×1,5 = 0,2592Ω

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Exercício
A impedância a montante do QE também deve ser corrigida para a temperatura
de 145º C, obtendo-se:

𝑍),*D,°. = 𝑍),%2°. ×1,5 = 0,04×1,5 = 0,06Ω

A corrente de curto-circuito mínima, no extremo da canalização, será:

/ %12
𝐼..&-. = = = 720,3 𝐴
#& E#12.34-53çã2 2,23E2,%,F%

O tempo máximo que a canalização suporta esta corrente de curto-circuito será:

% %
K×S 115×2,5
𝑡= = = 0,159 𝑠 0,1 < 𝑡 ≪ 5𝑠
𝐼..!"# 720,3

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Exercício
Conclui-se que a canalização fica protegida contra curto-circuitos, pois temos:
0,1 s < t < 5 s.

Em qualquer dos casos, não era necessário verificar a regra do tempo de corte visto
que o disjuntor já protegia o circuito contra sobrecargas e, além disso, tínhamos
escolhido um disjuntor com poder de corte superior à corrente de curto-circuito
máxima Iccmax no ponto onde está instalado (Quadro de Entrada).

A proteção simultânea contra sobrecargas e curtos-circuitos pode ser feita de duas


formas:
1) Utilizando apenas um disjuntor magnetotérmico;
2) Utilizando um combinado de fusível + disjuntor.

Em locais residenciais, comerciais, locais recebendo público, gabinetes, escritórios,


entre outros locais, utiliza-se geralmente o disjuntor magnetotérmico.
Nas zonas fabris onde há geralmente máquinas elétricas, utiliza-se geralmente o
combinado fusível (aM) + disjuntor industrial.
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