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ESPECIFICAÇÃO, DIMENSIONAMENTO E TESTES

DE CABOS ELÉTRICOS ISOLADOS

Eng. João J. A. de Paula


E-mail: joao.paula58@gmail.com
Tel./WhatsApp: (11) 9 4170 0781
ESPECIFICAÇÃO
BAIXA

TENSÃO MÉDIA

TENSÃO
CONDUTOR
1) Cobre é 7 x mais caro

COBRE ou ALUMÍNIO ? 2) Alumínio forma óxido isolante

3) Escoamento do alumínio

4) Separação eletroquímica 2 V – Cu/Al

5) Dificuldade de fabricação Al flexível


BLOQUEIO DO CONDUTOR
Norma ABNT NBR 14039 – Instalações Elétricas de Média Tensão

Classificação AD8 – Submersão permanente em água

6.2.3.2 Nos locais AD8, independentemente do tipo de cabo, é


obrigatório o emprego de condutores com construção
bloqueada...
ISOLAÇÃO
BAIXA MÉDIA ALTA TELECOM
TENSÃO TENSÃO TENSÃO DADOS
PVC EPR EPR PE
PE XLPE XLPE
EPR
XLPE TIPOS
EVA Termoplásticos
SILICONE Termofixos
TPE
CLASSES DE TENSÃO
1,8/3 kV
300 V
3,6/6 kV
500 V 6/10 kV

750 V 8,7/15 kV
12/20 kV
0,6/1 kV
15/25 kV
20/35 kV

(Vo/V kV)
DIMENSIONAMENTO DA ISOLAÇÃO
MÉDIA E ALTA TENSÃO

E = gradiente (kV/mm)
Vo = tensão fase-neutro (kV)
d, D em mm
MÉDIA TENSÃO - MEDIÇÕES

Descargas Parciais Tangente Delta


Prevenção
Materiais de boa qualidade
PrincipaisEnsaios
Correto manuseio Tensão aplicada

Tríplice extrusão Descargas parciais

Dry-curing Tangente delta


PROCESSO DE FABRICAÇÃO – ISOLAÇÃO MT
BLINDAGEM

- Confina o campo elétrico em seu interior


- Evita a interferência de outros circuitos no condutor
- Serve de condutor para correntes de curto-circuito
TENSÃO INDUZIDA NA BLINDAGEM
VS = X · I
PRINCIPAIS DEFEITOS DA BLINDAGEM
Rompimento de fios Corrosão
Eletrólise em corrente
Kink
alternada
Kink
Subespecificação
Seção mínima no Brasil: 6 mm2

“a” em mm
“L” em metros
“I” em kA
“F” em kgf
“N” = número de fios
CAPAS
(Capa Interna, Capa de Separação, Enchimento, Acolchoamento, Cobertura)

PROTEÇÃO MECÂNICA, QUÍMICA E CONTRA A UMIDADE

TERMOPLÁSTICOS TERMOFIXOS

PVC Policloroprene
PE Borracha
EVA EVA
TPE
COMPORTAMENTO FRENTE AO FOGO
CARACTERÍSTICA DESCRIÇÃO
Resistência à propagação da 1 metro de fio ou cabo deve resistir à chama
chama de um bico de Bunsen
Massa de cabos de comprimento 2,5 m deve
Resistência à propagação de resistir à chama de um queimador; dividido
incêndio em categorias com exigências crescentes: A, B,
C, D
O cabo deve continuar operando enquanto
Resistência ao fogo
queima, por um tempo determinado
A fumaça emitida deve ter uma transmitância
Baixa emissão de fumaça
que não impeça a visão
Durante a queima, a quantidade de gases
Baixa emissão de gases
tóxicos deve ser baixa o suficiente para não
tóxicos
impedir a fuga
NORMATIZAÇÃO
Especificações
ABNT NBR 6251
ABNT NBR NM 247-3
ABNT NBR 7286
ABNT NBR 7287
...
Norma para condutores
Métodos de ensaio
Normas de instalações
DIMENSIONAMENTO
CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DE CORRENTE (AMPACIDADE)
NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão
NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão

METODOLOGIAS DE CÁLCULO
- ABNT NBR 11301
- IEC 60287-1-1 e IEC 60287-2-1
- Outras normas da série IEC 60287
- IEC 60853-1 e IEC 60853-2
- IEC TR 62095
- ANSI/NEMA WC 51 – ICEA P-54-440
- Artigos técnicos
CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DE CORRENTE (AMPACIDADE)

Circuito térmico
QUEDA DE TENSÃO
Trifásico
Corrente
Alternada Bifásico ou
Monofásico
Corrente Contínua

Queda de Tensão Percentual


CURTO-CIRCUITO

TEMPERATURA NO CONDUTOR TEMPERATURA NA BLINDAGEM


Material da θi θf Baixa emissão
Material da Polietileno
Isolação (oC) (oC) Borrachas de fumaça e PVC
cobertura ST3
polietileno ST7
PVC < 300 mm2 70 160
θf (oC) 220 150 180 200
PVC > 300 mm2 70 140
Polietileno 70 130
θi (oC) θi do condutor menos 5 oC
EPR e HEPR 90 250 K β
Metal
EPR 105 105 250 (A.s1/2.mm2) (oC)
Cobre 226 234,5
XLPE e TR XLPE 90 250
Alumínio 148 228
CONCLUSÕES
 Dimensionamento incorreto da seção do condutor pode reduzir a vida do cabo a 10% do previsto e uso
de tabelas e softwares sem conhecimento de seus fundamentos são a maior causa do dimensiona-
mento incorreto.

 Blindagem de seção incorreta ou danificada (fabricação ou montagem) pode causar curtos, incêndios
ou acidentes.

 Seção da blindagem dos cabos isolados de média tensão padronizados é somente de 6 mm2, que não
atende à maioria dos requisitos para terra e neutro das instalações.

 Não especificar conforme norma do cabo transfere inúmeras responsabilidades para o projetista.
TESTES
 Principal finalidade: verificar adequação ao uso

 Reproduzível: requisitos e método de ensaio claramente


definidos

 Pode ser determinístico ou estatístico


CLASSIFICAÇÃO DOS ENSAIOS
Ensaios de Recebimento
Rotina
Especiais

Ensaios de Tipo

Ensaios durante e após a instalação


ENSAIOS NAS NORMAS BRASILEIRAS (APÓS FABRICAÇÃO)
ENSAIOS NÃO-ELÉTRICOS: características físicas, mecânicas e químicas
dos materiais de isolação e cobertura, características mecânicas dos
cabos (dobramento a frio, retração)

ENSAIOS ELÉTRICOS: resistência elétrica do condutor, resistência de


isolamento (BT), tangente delta (MT), tensão aplicada, descargas
parciais (MT), impulso (MT), ciclos térmicos (MT)

ENSAIOS PARA CONSTRUÇÕES ESPECÍFICAS: resistência à chama ou ao


incêndio, emissão de gases e de fumaça, resistência a óleos,
penetração de água
ENSAIOS DURANTE E APÓS A INSTALAÇÃO
TENSÃO CONTÍNUA (entre condutor e blindagem aterrada)
Durante a instalação, duração de 5 minutos:
Tensão de isolamento do cabo (kV) 0,6/1 1,8/3 3,6/6 6/10 8,7/15 12/20 15/25 20/35

Tensão de ensaio (kV – CC) 6,4 11,6 19,9 27 40 54 67,5 90

Após a conclusão da instalação, durante 15 minutos:


Tensão de isolamento do cabo (kV) 0,6/1 1,8/3 3,6/6 6/10 8,7/15 12/20 15/25 20/35

Tensão de ensaio (kV – CC) 6,8 12,4 21,2 28,8 42,4 57,6 72 96

Depois de entrar em operação, durante 5 minutos:


Tensão de isolamento do cabo (kV) 0,6/1 1,8/3 3,6/6 6/10 8,7/15 12/20 15/25 20/35

Tensão de ensaio (kV – CC) 5,5 10,1 17,2 23,4 34,4 46,8 58,5 78

A tensão contínua pode causar o envelhecimento precoce dos cabos ou danos permanentes, principalmente de instalações antigas.
ENSAIOS DURANTE E APÓS A INSTALAÇÃO
TENSÃO ALTERNADA (entre condutor e blindagem aterrada)
Opção 1, duração de 5 minutos, 60 Hz:
Tensão de isolamento do cabo (kV) 0,6/1 1,8/3 3,6/6 6/10 8,7/15 12/20 15/25 20/35

Tensão de ensaio (kV – CA) 1 3 6 10 15 20 25 35

Opção 2, duração 24 horas, 60 Hz


Tensão de isolamento do cabo (kV) 0,6/1 1,8/3 3,6/6 6/10 8,7/15 12/20 15/25 20/35

Tensão de ensaio (kV – CA) 0,6 1,8 3,6 6 8,7 12 15 20

Opção 3, duração 15 minutos, 0,1 Hz


Tensão de isolamento do cabo (kV) 0,6/1 1,8/3 3,6/6 6/10 8,7/15 12/20 15/25 20/35

Tensão de ensaio (kV – CA) 1,8 5,4 10,8 18 26,1 36 45 60

Não há especificação para descargas parciais e tangente delta para 0,1 Hz, só para 60 Hz.
ENSAIOS DURANTE E APÓS A INSTALAÇÃO
Ensaios em instalações antigas
- Ensaio com tensão contínua pode danificar a instalação;
recomendável utilizar VLF (0,1 Hz)

- ABNT somente especifica ensaio de tensão, que não verifica


envelhecimento dos cabos

- Presença de descargas parciais indica que o cabo está danificado

- Aumento, ao longo do tempo, da tangente delta indica degradação


do cabo. Seguir critério da IEEE 400.2, por falta de norma brasileira e
internacional. Atentar para o fato da tangente delta variar
normalmente com a temperatura e com a tensão.
ENSAIOS DURANTE E APÓS A INSTALAÇÃO
Vida útil dos cabos isolados
 Em geral, costuma-se atribuir uma vida útil de 30 anos, mas sem
qualquer ensaio que a comprove.

 Temperaturas elevadas no condutor danificam a isolação, que


perde elasticidade, enrijece, racha e, por fim, permite o curto-
circuito com a terra ou outro condutor.

 Os cabos de média tensão têm alto gradiente elétrico na


isolação. Impurezas e umidade na isolação causam
arborescências que, com o tempo, provocam o curto condutor-
blindagem.

 A única forma de garantir uma vida longa aos cabos é uma boa
especificação, a verificação após fabricação e cuidado em
realizar uma instalação tecnicamente correta.
OBRIGADO!

Contato:
João J. A. de Paula

Tel./WhatsApp: (11) 9 4170 0781

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