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Marcus Edson de Barros

Perito Judicial do TRT


Engº de Segurança do Trabalho
Engº Eletricista e de Telecomunicações
E-mail: professormarcusedson@gmail.com
Cel: 062-9-9956-3700
Prof. Marcus Edson
RESTRIÇÕES
Prof.° Marcus Edson de Barros
Prof. Marcus Edson
Engenheiro Eletricista e de Segurança do Trabalho
Experiência acadêmica :
Graduação em Engenharia Elétrica e Telecomunicações
Universidade: UEMG / dezembro de 1997
Curso de Especialização em Segurança do Trabalho
Universidade: PUC-GO / outubro de 2012

Experiência de trabalho:
Perito Judicial do TRT 18ª Região (GO) – 2016 a atual
Professor de cursos de Pós-Graduação – 2016 a atual
Engº Eletricista e Telecomunicações e Engenheiro de Segurança do Trabalho – 2012 a atual
Instrutor de cursos de Segurança do Trabalho – 2008 a atual
Coordenador de Projetos de Telecomunicações – 2011 a 2013
Engenheiro Eletricista – 2008 a 2010
Supervisor de Manutenção de Equipamentos Telecom– 2003 a 2008
Coordenação de Manutenção de Equipamentos Telecom– 2002 a 2003
Técnico de Manutenção Telecom – 1993 a 2002
Instrutor de cursos de Informática – 1985 a 1997

E-mail: professormarcusedson@gmail.com
Prof. Marcus Edson Proteção de Sistemas – Características dos equipamentos a
serem protegidos e cálculo do condutor da malha de
aterramento – Case Rio Verde - GO.

Conforme verificado em loco, os equipamentos a serem protegidos estão inseridos em uma


área de 10.000m² (100x100m) cercada por tela - alambrado. Os equipamentos de Telecom
serão abastecidos de energia elétrica pela concessionária CELG-D, através de um
transformador, com potência instalada na ordem de 150KVA de fabricação Nathusa, número de
série 7676, ano 2002, impedância de 3,5%, conforme placa de identificação.
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A corrente nominal (In) medida presente neste sistema elétrico em baixa tensão (380/220V) é
de 228,00A.
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Em caso de falhas no sistema elétrico, os transformadores que possuam impedância de até
4%, a proteção deverá atuar em um tempo máximo de 2,0 (dois segundos).

Nesta configuração a corrente máxima suportável pelo sistema de potência nas fases, definidos
por um período máximo de tempo que nomeamos por “corrente ANSI”, será da ordem de 25
vezes a corrente nominal.

Ocorrendo faltas entre a fase e a terra, o valor da corrente ANSI de neutro pode ser
estabelecido como sendo 58% (cinquenta e oito por cento) da corrente ANSI de fase.
Para o ajuste da Coordenação e Seletividade da proteção, utilizamos os parâmetros anteriores
teremos, no secundário:
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I ANSI fase = In x 25
I ANSI fase = 228A x 25
I ANSI fase = 5.700A
I ANSI fase = 5,7KA (cinco kiloAmperes e sete décimos)

I ANSI neutro = I ANSI fase x 0,58


I ANSI neutro = 5.700A x 0,58
I ANSI neutro = 3.306A
I ANSI neutro = 3,3KA (três kiloAmperes e três décimos)

I inrush = In x 10
I inrush = 228A x 10
I inrush = 2.280A
I inrush = 2,28KA (dois kiloAmperes e vinte e oito centésimos)
Para o ajuste da Coordenação e Seletividade da proteção, utilizamos os parâmetros anteriores
teremos, no primário:
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𝑉𝑆 × 𝐼𝑆 380 × 228
𝑉𝑃 × 𝐼𝑃 = 𝑉𝑆 × 𝐼𝑆 => 𝐼𝑆 = = = 6,28𝐴
𝑉𝑃 13800

I ANSI fase = In x 25
I ANSI fase = 6,28A x 25
I ANSI fase = 157A

I ANSI neutro = I ANSI fase x 0,58


I ANSI neutro = 157A x 0,58
I ANSI neutro = 91A

I inrush = In x 10
I inrush = 6,28A x 10
I inrush = 62,8A
A corrente de falta fase terra a ser considerada é o pior caso de corrente de falta fase terra
analisado do sistema, que consiste na corrente de curto circuito fase terra do lado
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secundário/baixa tensão para uma impedância desprezível, com o sistema de proteção atuando
em t = 0,5s.

Com estas correntes de falha e com o tempo máximo de duração devemos estabelecer um
sistema de proteção elétrico/aterramento, a ser executado com as seguintes características.

O condutor da malha de aterramento, deve ter uma seção (S) capaz de suportar a circulação de
uma corrente máxima (If) durante um tempo(t) em que a temperatura se eleve acima de um
valor-limite suportável (Tm), considerando uma temperatura ambiente (Ta) e que toda energia
térmica fica retida no condutor devido a pequena duração da corrente de curto.
Prof. Marcus Edson A equação de Onderdonk, que permite o cálculo desta seção, é dada por:

t   r  t 10 4
S  If
(k  T )
TCAP  ln o m
(ko  Ta )

Em que:

S: é a seção, expressa em milímetros quadrados (mm²);


If: é a corrente de falta fase-terra, expressa em quiloampères (kA);
t: é o tempo, expresso em segundos (s);
αr: é o coeficiente térmico de resistividade do condutor a t °C (°C-1);
ρt: é a resistividade do condutor de aterramento a t °C, expressa em ohm x centímetro;
TCAP: é o fator de capacidade térmica, em joule por centímetro cúbico vezes graus Celsius;
Tm: é a temperatura máxima suportável, expressa em graus Celsius (°C), conforme Tabela 1 da
ABNT NBR 15751:2009;
Ta: é a temperatura ambiente, expressa em graus Celsius (°C);
K0: é o coeficiente térmico de resistividade do condutor a 0 °C;
O valor de Tm é função do tipo de conexão a ser utilizada conforme Tabela 2 da ABNT NBR
15751:2009. Os valores de Kf para as conexões de aterramento mais utilizadas estão listados
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na Tabela 3 ABNT NBR 15751:2009. Assim, a equação de Onderdonk pode ser simplificada
para:

S  If Kf  t
Em que:
S: é a seção, expressa em milímetros quadrados (mm²);
If: é a corrente de falta fase-terra, expressa em quiloampères (kA);
Kf é a constante para materiais considerando temperatura ambiente (Ta) de 40 °C.
t: é o tempo, expresso em segundos (s);
Considerando If =5,7KA, Kf = 7,5 e t=0,5 s, os condutores de cobre e com conexão exotérmica.
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S  5,7  7,5  0,5  30,23mm 2

Portanto será utilizado cabo de 50mm² para a malha de aterramento, conforme dispõe a
NBR 5.419/2015 da ABNT.
Prof. Marcus Edson Cálculo da Resistência da Malha de Aterramento

Com as grandezas elétricas apresentadas, devemos a princípio determinar a resistência


máxima da malha de aterramento que dissipará a falha máxima no tempo máximo, ou seja qual
a resistência da malha de aterramento que dissipará a Corrente IANSI fase = 5,7KA.

Cálculo para proteção secundária (Corrente de Fase) no tempo de 0,5 segundos no


barramento de 380/220V.

A energia a ser dissipada durante a falha pode ser expressa como sendo:
E = V.I.t → E =380V x 5.700A x 0,50 s → E = 1,083MJ

A potência da falha deverá ser dissipada no sistema resistivo da malha, que pode ser calculada
como sendo:
P = V2 / R → 1,083MJ = (380)2/R  logo Rc=0,13 Ω

Para proteção no secundário do transformador - barramento de 380/220V, o valor ideal


da resistência da malha de aterramento e do circuito de proteção será de 0.13 Ω.
Prof. Marcus Edson Cálculo da Resistência da Malha de Aterramento

Cálculo para proteção Primária (Corrente de Fase) no tempo de 0,5 segundos no


barramento de 13.8kV.

A energia a ser dissipada durante a falha pode ser expressa como sendo:
E = V.I.t → E =13.800V x 157A x 0,50 s → E = 1,083MJ

A potência da falha deverá ser dissipada no sistema resistivo da malha, que pode ser calculada
como sendo:
P = V2 / R → 1,083MJ = (13.800)2/R  logo Rc=175,79Ω

Para proteção no primário do transformador - barramento de 13.8kV, o valor ideal da


resistência da malha de aterramento e do circuito de proteção será de 175,79 Ω.

Portanto, em virtude dos cálculos aqui apresentadas, iremos estabelecer a coordenação


da proteção referenciada no primário da subestação, ou seja, no barramento de 13,8 KV,
com uma resistência da malha de aterramento com no máximo Rc = 175,79Ω.
Prof. Marcus Edson Modelagem do Solo
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Prof. Marcus Edson Para a Medição 01, temos:

Prolongando-se a curva na possibilidade de encontrarmos a resistividade em uma profundidade


tendendo ao infinito (interceptar o eixo das ordenadas, se possível) tem-se: ρ11 = 4k Ω. m

Traçando-se a assíntota à curva de resistividade e prolongá-la até os eixos das abscissas, na


obtenção da Resistividade Superficial tem-se: ρ21 = 1,75k Ω. m

Para a Medição 02, temos:

Prolongando-se a curva na possibilidade de encontrarmos a resistividade em uma profundidade


tendendo ao infinito (interceptar o eixo das ordenadas, se possível) tem-se: ρ21 = 2k Ω. m

Traçando-se a assíntota à curva de resistividade e prolongá-la até os eixos das abscissas, na


obtenção da Resistividade Superficial tem-se: ρ22 = 1,6k Ω. m
Cálculo da relação da Menor pela Maior Resistividade Superficial 𝛒𝟐𝟐 /𝛒𝟐𝟏 :
 22 1600
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  0,914
 21 1750
- Mo de acordo com a Tabela D-1 da NTC-60 CELG para 𝛒𝟐𝟐 /𝛒𝟐𝟏 = 0,914 temos: Mo = 0,9805.
Prof. Marcus Edson - Cálculo valor da Resistividade Superficial Média ρsup m :

supm  M o  22 = (0,9805).(1600) = 1568 Ω.m

- Cálculo da Resistividade Equivalente ρeq :

Para calcularmos a Resistividade Equivalente devemos considerar que a malha de


aterramento será executada com hastes cobreadas de 3 (três) metros de profundidade,
portanto esta resistividade deve ser obtida nesta profundidade.

𝐿1 + 𝐿2 + 𝐿3 + 𝐿4
𝜌𝑒𝑞 =
𝐿1 𝐿2 𝐿3 𝐿4
+ + +
𝜌1 𝜌2 𝜌3 𝜌4

Onde L é a profundidade da camada e ρ a resistividade desta camada;


Prof. Marcus Edson Para os eletrodos distantes de 2 (dois) metros L = 3m (veja tabela de medições)

Assim a Resistividade Equivalente nas duas medições são:

𝜌𝑒𝑞01 = 2535 Ω. 𝑚

𝜌𝑒𝑞02 = 2400 Ω. 𝑚

Cálculo da relação da Menor pela Maior Resistividade Equivalente ρeq01 /ρeq02 :

 eq 01 2400
  0,946
 eq 02 2535
Mo de acordo com a Tabela D-1 da NTC-60 CELG: Mo = 0,9904
Prof. Marcus Edson Cálculo valor da Resistividade Equivalente Média ρmeq :

eqm  M o  eq 01 = (0,9904).(2535) = 2510 Ω.m

𝝆𝒆𝒒𝒎 = 2510Ω.m

- Espessura da camada equivalente deq em função da Resistividade Média Equivalente:

 eqm  2510.m  d eq  3m
Prof. Marcus Edson - Determinação da resistividade aparente do solo:

Raio do círculo equivalente à malha de aterramento, com área provável 10.000m² (100x100m):
A 10.000m²
R   56,42m
 
Em que:
A: área da malha de terra, em m²
Coeficiente α dado por:

𝑅 56,42
∝= = = 18,8
𝑑𝑒𝑞 3
Coeficiente β dado por:
 n 1 2920
   1,15
 eq 2535
Prof. Marcus Edson Utilizando as curvas do Desenho D-3 da NTC 60 da CELG, para α = 18,8 e β = 1,15, temos N=1

Portanto a resistividade aparente do solo ρa :


Ω.m
 a  N  1  1,0.(2510)  2510
Prof. Marcus Edson Cálculo da resistência de aterramento esperada (Re) e
Proteções
 1   1    1  
R   a       1    
 Lt   20  A    1  H  20  A  

Onde:
Lt é o comprimento total de condutores enterrados, expresso em metros (m);
H é a profundidade da malha, expressa em metros (m);
A é a área ocupada pela malha, expressa em metros quadrados (m2).
Neste arranjo - malha periférica na cerca da edificação com 100x100m interligada a uma malha
secundária construída no perímetro da edificação - 131m, construída com cabo de cobre nú de
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50mm² e 68 (sessenta e oito) hastes de aterramento de 3m implantadas nos vértices e no
centro das laterais da malha com as interligações, teremos:

Lt = Lcabos + Lhastes = 478m (perímetro) + 284m (interligações e malhas internas) + (85x3m)


= 1017 m

 1   1    1  
Re  2510      1    
 1017   20 10000    1  0,5  20 10000  
 

Re  8,1 
Para uma malha de aterramento e proteção com resistência de 8,1Ω os tempos de operação do
sistema de proteção será:
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Para coordenação de proteção primária (13,8KV) temos:

Rc= 175,7Ω
Re= 8,1Ω
td = 0,5s
𝑹𝒆
𝒕𝒆 = × 𝒕𝒅
𝑹𝒄

𝟖, 𝟏
𝒕𝒆 = × 𝟎, 𝟓
𝟏𝟕𝟓, 𝟕

𝒕𝒆 = 𝟎, 𝟎𝟐𝟑𝒔

 O tempo de operação do sistema de proteção no primário será te=0,023s com ajuste de


operação nos elos fusíveis da entrada da subestação 13.8kV.
Utilizando os dados da planilha de lançamentos de dados das medições, temos que R(Ω) é a
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provável resistência da malha de aterramento para uma configuração proposta.

Então temos que:

𝜌𝐸𝑄 8×𝐿 2535 8 × 100


𝑅= × ln = × ln = 4,36Ω
2×𝜋×𝐿 𝐻 2 × 3,14 × 100 100
Prof. Marcus Edson

Obrigado !!!

Marcus Edson de Barros


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Engº Eletricista e de Telecomunicações
E-mail: professormarcusedson@gmail.com
Cel: 062-9-9956-3700

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