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TRANSFORMADORES PARA

INSTRUMENTOS
São utilizados para isolar o circuito primário de alta tensão e alta
corrente do circuito secundário de baixa tensão e baixa corrente,
possibilitando o controle e proteção do sistema elétrico.

23/09/16
TC e TP
Transformador de Corrente - TC

1.Normas e Bibliografia

2.Função

3.Principais Requisitos

4.Tipos

5.Especificação básica
1.Normas e Bibliografia

NBR 6546 – Transformadores para Instrumentos – Terminologia

NBR 6856 - Transformador de Corrente – Especificação


(Projeto de revisão de Maio / 2014)

“Equipamentos de Alta Tensão – Prospecção e Hierarquização de


Inovações Tecnológicas” – Taesa / Brasnorte / Finatec – UnB, 2013.

(Capítulo 8)
2.Função

Os transformadores de correntes – TC’s – tem como função alimentar os


medidores, relés de proteção e demais equipamentos de controle, com
isolamento reduzido para o nível da baixa tensão, na casa de comando e
controle da SE.

O primário do TC é conectado em série com o circuito da Alta Tensão,


enquanto que o secundário conecta as cargas e refletem, deste modo, no
secundário as correntes de cargas ou de curtos-circuitos que circulam pelo seu
primário.

Assim, as correntes secundárias são “imagens” das correntes primárias e


servem de base para que os sistemas de medição, controle e proteção
exerçam as suas funções específicas.
3.Principais Requisitos

-Manter a precisão (módulo e ângulo) da “imagem” da corrente primária;

-Não exceder os limites de temperatura para as maiores correntes previstas;

-Os níveis de isolamentos devem estar compatíveis com os demais


equipamentos do pátio de manobras;

-Os níveis de suportabilidade de correntes de curtos-circuitos (esforços


térmicos e dinâmicos) devem estar compatíveis com os demais
equipamentos do pátio de manobras;

-Não deve haver saturação no núcleo de forma a impedir a atuação de relés


para eliminar faltas ou limitar religamentos.
4.Tipos
Os TC´s possuem, normalmente, núcleos destinados à medição e
núcleos destinados à proteção alimentados por um mesmo primário;

Tipos construtivos:

-Enrolado: quando o primário possui espiras (bobina);

-Barra: o primário é constituído de uma barra montada através do núcleo;

-Janela: sem primário, um condutor passa pelo toróide e representa o primário;

-Bucha: toróide com núcleos secundários montados sobre buchas de outros


equipamentos;

-Com vários núcleos: vários secundários com núcleos separados enlaçados


pelo mesmo primário.
Enrolamentos secundários instalados na base

Vantagens:

-Baixo centro de gravidade;


-Menor esforço sobre o isolador;
-Circulação do óleo sem pontos quentes;
-Adapta melhor o volume dos núcleos.

Desvantagens:

-Condutor primário longo: maiores perdas;


-Elevadas correntes de curto circulando no
Interior do TC.
Enrolamentos secundários instalados no topo

Vantagens:

-Condutor primário curto: menores perdas;


-Projeto para maiores correntes de curto.

Desvantagens:

-Centro de gravidade elevado;


-Maior esforço sobre o isolador;
-Limitação de volume para os secundários;
-Maior dificuldade de refrigeração
dos núcleos.
-No TC a corrente primária é definida pelo sistema elétrico,
independentemente da carga no secundário

-A corrente de magnetização impõe um erro de módulo e fase na “imagem” do


secundário (I2).
5.Especificação básica
Comum a outros equipamentos:
-Tensão máxima do equipamento e níveis de isolamento;
-Corrente suportável nominal de curta duração (valor eficaz e de crista);
-Frequência nominal;
-Uso interno ou externo.

Específico para o TC:


-Correntes primárias e relações de transformações nominais:
Deve cobrir a evolução das correntes do sistema de tal forma que a “imagem”,
corrente secundária seja obtida para várias situações ao longo do tempo.

Ex: Ip = 3000 A rms e Is = 5 A rms;


RTC para os núcleos de proteção: 200/300/400/600:1 (derivações);
RTC para os núcleos de medição: 200/400:1 (derivações).
Representação de relações:

20:1 ou 100-5 A um secundário;


20:1-1 ou 100-5-5 A dois secundários;
20 X 40:1-1 ou 100 X 200-5-5 A um primário c/lig. S/P e
dois secundários;
20:1 e 60:1 ou 100-5 A e 300-5 A dois secundários com
RTC diferentes entre si;
20/40:1 ou 20/40-5 A um secundário com tap
no primário ou secundário.
Exemplos da Norma em sua revisão:
Vantagens X Desvantagens:

- Bobinas para ligação série-paralela no primário:

Reduz a capacidade de curto-circuito: Fs menor do que 20;


Desconexão do TC para alterações na ligação do primário.

- TAPs nos enrolamentos secundários:

Precisão garantida para o enrolamento pleno, a não ser


que seja especificado.

- Corrente secundária de 1 Ampère ao invés de 5 Ampères:

Proteção e controle digital → carga baixa nos secundários →


→ Redução substancial nas dimensões do núcleo e no custo do TC.
-Cargas nominais e classe de exatidão:

TC para serviço de medição – melhor precisão e correção de erros

12,5 VA 0,3 Fs 5 : TC com carga de 12,5 VA e 0,3 de precisão e fator seg. de 5


12,5 VA a 45 VA 0,6 : TC com carga de 12,5, 22,5 e 45 VA e 0,6 de precisão
- garantia de exatidão para a carga nominal ou, se especificado, para uma
faixa de carga;
- 0,3-0,6-1,2-3,0 para a NBR, cujos Fatores de Correção de Relação - FCR e
erro de ângulo de fase entre Ip e Is, denominado por Beta, devem estar dentro
do definido em Norma.

A Norma NBR prevê paralelogramos de exatidão para controle do erro para o


TC operando em uma dada condição do sistema, entre 10% e 100% da In.

As classes de 0,3 e de 0,6 são utilizadas para medição de potência e em


faturamento e a classe de 1,2 para controle, indicação de corrente etc.

Para a medição de potência e energia o erro de fase é importante para a


correção do erro da leitura realizada por medidores de potência e energia.
Cargas para os secundários:

Observação: A Norma de TC está em revisão. Cargas com baixo fator de potência não
devem ser especificadas, visto que os relés e medidores atuais digitais tem FP próximo
de 1. Esta observação visa impedir a especificação de cargas que podem gerar erros
de fase maiores do que os admitidos para as classes de precisão padrão.
Medição de faturamento
Núcleos de medição e de proteção:

Medição: alta permeabilidade → menor Ie → menor erro;


Proteção: baixa permeabilidade → maior erro → limite de saturação mais elevado.

Para núcleos de medição:


Fator de Segurança
Fseg → de 4 a 10 In
Proteger os equipamentos

Para núcleos de proteção:


Fator de Sobrecorrente
Fs → 20 In
Evitar a saturação
TC para serviço de proteção: precisão de 5 ou 10% para Fs x Is.
-O núcleo é especificado em função da tensão no secundário considerando-se
a sobrecorrente de Fs vezes e a carga em VA do secundário (relés + cabos).

P : sem exigência de reduzido fluxo remanescente e PR : com fluxo remanescente máximo de 10%

-Número de núcleos de proteção e de medição:


Definidos pelas necessidades do sistema de CCP da subestação
-Fator térmico nominal:

É um fator sobre a corrente nominal primária que resulta na maior corrente primária que
pode ser conduzida continuamente no TC para a maior carga nominal, sem exceder a
temperatura máxima definida, mantendo a exatidão.

Padrão NBR : FT = 1,0 – 1,2 – 1,3 – 1,5 – 2,0.


-Saturação de TC para núcleos de proteção:
A componente contínua da corrente de curto causa um aumento do fluxo
magnético (elevação da densidade do fluxo) que circula pelo núcleo do TC e o
leva a operar na faixa saturada, distorcendo a corrente secundária.

Também pode ocorrer de o núcleo do TC reter fluxo (fluxo remanescente) e


este fato gerar implicações em religamentos de LT após faltas assimétricas.
O fabricante dimensiona os núcleos de proteção especialmente para a redução.

Núcleo construído com entreferros


-A saturação do núcleo pode distorcer a corrente no secundário, em relação à
corrente do primário, que alimenta os relés de proteção, impedindo ou
retardando a sua atuação.

-Compromete o desempenho do sistema de proteção e, em última análise, a


confiabilidade da subestação.

A especificação do TC deve ser complementada com informações sobre o tempo


de atuação da proteção+disjuntor, a relação X/R, a corrente de curto-circuito máxima
e o ciclo de serviço do disjuntor quando se tratar de sistema EAT.
Aspectos de operação e limites para os secundários:

- TC energizado não pode ser aberto o seu secundário:

Não há FMM secundária em oposição e toda a corrente


primária é convertida em corrente de magnetização, que na
passagem por zero provoca grande variação de fluxo, induzindo
elevados picos de tensão no secundário.

Secundários sem uso mantidos curtos-circuitados na maior relação


com um dos terminais aterrado.

- TAPs sem utilização devem ser mantidos abertos.

-Utilização de protetores (varistores ZnO) para TCs juntos


à Bancos de Capacitores:

Para limitar as tensões que surgem no secundário devido


às correntes de energização do Banco, ou limitar qualquer
outra sobretensão no limite do suportável pelo secundário.
Transformador de Potencial - TP

1.Normas e Bibliografia
2.Função
3.Principais Requisitos
4.Tipos – TPI / TPC
5.Especificação básica
1.Normas e Bibliografia

NBR 6855 / 2009 – Transformador de Potencial – Especificação


IEC 60044-5 / 2002 – Capacitor Voltage Transformers

“Equipamentos de Alta Tensão – Prospecção e Hierarquização de


Inovações Tecnológicas” – Taesa / Brasnorte / Finatec – UnB, 2013.

(Capítulo 9)
2.Função

-Isolar e reduzir a tensão do sistema a nível seguro para a utilização de


sistemas de controle, medição e proteção em baixa tensão, de forma a se ter
uma imagem com certa exatidão da tensão do sistema elétrico.

-A relação entre tensões é diretamente proporcional ao número de espiras do


primário e secundário: (Ep / Es) = (Np / Ns).

-A tensão secundária é padronizada em 115 ou 115/√3 volts.

-A função principal mais usual é alimentar sistemas de controle e proteção,


porém, podem em condições especiais suprir serviços auxiliares de
subestações, disponibilizando potência não muito elevada.
Diagrama do TP:

O TP possui elevado número de espiras, de menor seção, no primário e


reduzido número de espiras, de maior seção, no secundário, por exemplo em
138 KV a relação é de 700 : 1
(138000 / √3) / 700 = 115 volts.

A carga no TP é limitada pela necessidade de exatidão


3.Principais Requisitos
-Manter a precisão (módulo e ângulo) da “imagem” da tensão primária, sendo que
para isto ocorrer as quedas de tensão nos enrolamentos primários e secundários
devem ser baixas;

-Não exceder os limites de temperatura para as cargas previstas;

-Os níveis de isolamentos devem estar compatíveis com os demais equipamentos


do pátio de manobras;

-Não deve haver riscos ao TP devido à ocorrência de ferrorressonância.


4.Tipos
TPI – transformador de potencial indutivo:

Até 145 kV é normalmente utilizado o TPI, que é otimizado em termos de


quedas de tensão para manter a exatidão para uma dada carga;

São constituído de um ou mais enrolamentos secundários, sendo que na


maioria das vezes um único TPI com dois enrolamentos secundários (um para
medição e outro para proteção), montados sobre o mesmo núcleo, atende às
necessidades;

Núcleo → enrolamento secundário (menos espiras com bitola maior


duplamente esmaltada)
→ enrolamento primário (mais espiras com bitola menor);

Acima de 145 kV, o elevado número de espiras do enrolamento primário para


manter a tensão de 115 V no secundário encarece substancialmente o TPI e,
para estas situações, outra solução mais econômica é comumente adotada.
Custo: Escolha em função da tensão
1 TP Capacitivo

2 TP Indutivo
160

140

120
TPI 2
100

1
80

60

40

20

24 72 145 245 420 550 765

TPC

E2 é da ordem de 15 kV
TPC – Transformador de potencial capacitivo

É constituído, basicamente de um divisor capacitivo conectado entre fase


terra, um TPI de média tensão conectado na derivação do divisor capacitivo
através de um reator para compensar a defasagem angular resultante do
arranjo. Há também conectada uma bobina para a “drenagem” em 60 Hz,
evitando que o sinal de comunicações (em KHZ) flua à terra.
Sistema Carrier X cabo OPGW:
Ferrorressonância em TP e TPC :
Um TP é projetado para conduzir baixas correntes no primário.

Se manobras na rede provocam transitórios de tensão que saturam o núcleo


do TP, podem ocorrer ressonâncias entre as capacitâncias da rede e o elemento
indutivo não linear (saturado) do TP.

Este fenômeno, conhecido como ferrorressonância, pode elevar a circulação


de corrente no primário do TP e provocar curto entre espiras por efeito térmico.

No TPI, a definição do Grupo de Ligação compatível com o aterramento do


sistema no local de sua instalação evita que ocorra a saturação devido às
ocorrências de curtos circuitos.

No caso de TPC, onde existem capacitâncias de acoplamento para um TPI, o


fenômeno é mais provável e, considerando que a ferrorressonância é um
fenômeno oscilatório não amortecido, torna-se necessária a utilização de
dispositivos de proteção que introduzem amortecimentos nestas oscilações.

Instalação de circuito de amortecimento no secundário


5.Especificação básica
-Tensão nominal do sistema;
-Tensão máxima de operação;

-Tensão suportável à frequência industrial a seco e sob chuva;


-Tensão suportável nominal de impulso atmosférico;
-Tensão suportável nominal de surto de manobra;
-Frequência nominal;

-Tensão primária nominal;


-Tensão secundária nominal;
-Relações nominais;
-Grupo de ligação (*);
-Quantidade de enrolamento secundário;
-Classe de exatidão e carga nominal (*);
-Carga simultânea (*);
-Potência térmica nominal (*);
-Requisitos específicos para os TPC (*) → área de comunicação
Grupo de ligação:
Define os requisitos de isolamento necessário do TP levando-se em conta as
condições de aterramento do enrolamento primário. O enquadramento em um
dos grupos de ligação garante a suportabilidade dielétrica e a não saturação
do núcleo do TP devido às sobretensões. Ver tabela 2.

Carga simultânea:
É a máxima combinação de cargas padronizadas para os enrolamentos
secundários que o TP pode alimentar simultaneamente mantendo a exatidão de
cada secundário: definir as cargas que podem operar simultaneamente.
Carga Simultânea:

É a máxima combinação de cargas padronizadas que um TP pode alimentar


simultaneamente, com dois ou mais secundários, mantendo a exatidão
especificada para cada um dos secundários.

Exemplo: admitindo a simultaneidade das cargas de medição e proteção:


Carga simultânea = 75 (medição) + 200 (proteção) = 275 VA

Potência Térmica Nominal:

É a maior potência aparente que o TP pode conduzir em regime sem


exceder os limites de temperatura, porém sem garantia de exatidão.
Exemplo:
PT = 1,2 x 1,2 x 275 = 396 VA (grupo de ligação 3a)

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