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Casa dos Irmãos de Fé

Teologia
da
Umbanda
Sagrada
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Casa dos Irmãos de Fé
Juramento Umbandista

Ao abraçar a fé Umbandista Eu juro solenemente perante “Deus e os Orixás”

Aplicar os meus dons de mediunidade somente para o bem da humanidade.

Reconhecer como irmão de sangue, os meus irmãos de crença.

Praticar com amor a caridade, respeitar as Leis de Deus e a dos homens,

Lutando sempre pela causa da justiça e da verdade.

Não utilizar e nem permitir, que sejam utilizados os conhecimentos adquiridos num terreiro,

para prejudicar a quem quer que seja. (R.A. Linhares).

O que é ser Umbandista?

Ser Umbandista é amar a Deus (Olorum) acima de todas as coisas, é amar a natureza e respeitá-la, pois
Deus está lá! É reconhecer que os Orixás são potências de Deus, Divindades que manifestam as
qualidades do Criador de Tudo e de Todos!

É pregar a compreensão, praticar a caridade sem distinção de raças, crenças ou opiniões, é lutar contra a
hipocrisia e o fanatismo, é viver para a realização da Paz Universal, tendo pelos encarnados o mesmo
respeito que se dedica aos desencarnados, é ter uma crença religiosa sem tabus ou preconceitos,
fundamentada na ética e no bom senso.

Ser Umbandista é respeitar a máxima que diz “somos imagem e semelhança de Deus”, vendo Deus em
nós e na presença do semelhante, por meio de nossas virtudes de Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei,
Evolução e Geração. É reconhecer que a religião é a chave de Deus para abrir o coração dos homens. Por
isso, se religar com Deus.

O médium

Quando se torna um médium, ele será cobrado pelo plano espiritual, na prática diária de bons
pensamentos e atitudes condizentes com suas palavras e dos seus Guias. O médium é um Templo vivo,
que rege a todo momento, a vibração dos Orixás e Guias, portanto, não existe dia, hora ou lugar para se
elevar os pensamentos, pois estarão lá para ajudar e transmitir energia de cura, restabelecimento e
orientação.

Um bom médium é aquele que estuda e dedica parte do seu tempo para a religião.

Sentimentos como revolta, inveja, medo, desconfiança, conflito, ignorância, intolerância são considerados
doenças e bloqueios e precisam ser tratados em todos os médiuns, pois cada um se expõe à evolução dos
mestres. Existe o médium que vem pela dor e ainda persiste em caminhar por ela, mas também existem
aqueles que querem evoluir e trabalham o seu interior, procurando melhorar, sanando seus bloqueios e
desejos, seguindo rumo à Evolução.

Para se fazer um bom trabalho, o médium precisa estar em dia com suas obrigações e com seus Orixás
assentados junto com seus guias correspondentes, a fim de se prestar um bom atendimento.

Sei o quanto é difícil absorver todas as energias, para aprendermos a ser evoluídos, temos que sentir a
dor do pecado para que no futuro sejamos iluminados. Por isso existem formas, que ao mesmo tempo, nos
faz sentirmos no negativo e no positivo, necessária para distinguir uma do outra, formas que Deus nos deu

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para evoluirmos e sentirmos na carne a dor do pecado para vencermos diante das dificuldades e alcançar
a luz da felicidade plena e seguirmos nossa caminhada. Por isso existem os sete pecados capitais e as
sete virtudes, e dentro disso vivemos, ou para a dor ou para a vivencia dentro de Deus.
1 - Soberba – Humildade, 2 – Avareza – Generosidade, 3 – Luxúria – Castidade, 4 – Inveja – Caridade, 5 – Gula – Temperança – 6 – Ira –
Paciência – 7 – Preguiça – Diligência.

Como devemos nos comportar dentro de um Templo de Umbanda

Caros irmãos quando estamos dentro de um Templo Sagrado, consagrados aos mistérios de Deus, temos
por obrigação estar bem arrumados, com roupas discretas, com respeito, dedicação, fé e amor aos
senhores Orixás e à nossa religião.

A Umbanda não é uma loja ou mercado que vamos para pedir e receber depende de nossa fé e do nosso
merecimento; comportando-nos pedindo apenas paz, prosperidade e equilíbrio, tirando os pensamentos
de destruir ou amarrar alguém ou até mesmo os pensamentos desequilibrados de orgulho, vaidade,
soberbia e ódio. Nossa amada Umbanda é uma religião, onde cultuamos o Divino Criador, Orixás e suas
Divindades com muita reverência, amor, fé e dedicação.

As divindades de Deus, nossos Pais e Mães Orixás, cuidam de nós, seus filhos, como as mães e os pais
humanos devem cuidar de seus filhos, dando-lhes as responsabilidades da vida como um todo. Por isso,
vamos receber de nossos paizinhos e mãezinhas segundo nosso merecimento. Se você não conseguir
uma graça é porque não é merecedor. Então faça por merecer, sempre buscando sua melhora interior,
conscientizado de que não podemos ter pensamentos negativos e tenha fé e confiança de que tudo vai
melhorar, na hora certa.

Busque cultuar os amados Orixás, fazendo uma Oração que saia de dentro do seu coração, e se tiver
vergonha de pedir por você, não tenha vergonha de pedir por seus irmãos. Se a felicidade, a esperança, a
fé, o amor, a caridade e a humildade já há muito tempo morreram dentro de você, peça aos amados
Orixás que o ajudem a trazer de volta esses sentimentos e virtudes e faça de você um verdadeiro e
assumido Umbandista. Procure todos os dias quando estiver em seu leito para descansar, retomar em sua
mente como foi o seu dia, tendo bastante sinceridade, analisando o que você pensa o que faz de certo e o
que fez de errado colocando na balança da lei divina. Procurando sempre se melhorar.

Para que você entre em contato com nossos Orixás, basta relaxar, elevar seus pensamentos a Deus,
esquecendo-se dos problemas que lhes afligem, pois as entidades sabem quais são. Respire
profundamente várias vezes, e agradeça por estar dentro de um Templo Sagrado para que se sinta
melhor, podendo usufruir plenamente do trabalho que será realizado. Participe sempre dos cultos de
nossa amada Umbanda e, se já alcançou sua graça, venha agradecer aos Orixás e Guias, não tenha
vergonha de praticar a religião que lhe ajudou e semeie sua fé e sua religião. Nunca se escondam por traz
de mantos invisíveis que lhes esconde uma religião onde lhes traz benefícios, muitos mentem que são de
outra religião para que lhes deem emprego ou mesmo algum status, não mintam para vocês mesmos,
assuma a nossa amada Umbanda, ela precisa sair dos fundos dos quintais e ir para frente como toda
religião. Devemos nos orgulhar de ser Umbandistas, mostrar para todos a nossa fé e amor. Se um
discípulo tem orgulho de andar com a Bíblia debaixo do braço, devemos ter orgulho de andar com nossos
colares de contas no pescoço, e falar a todos. EU SOU UMBANDISTA.

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Os Orixás e as Sete Linhas de Umbanda

As Sete Linhas de Umbanda não são sete Orixás, mas sim as sete Irradiações Divinas, que são sete
vibrações de Deus que dão sustentação a tudo o que existe em nosso planeta. Essas Irradiações Divinas
fluem num padrão próprio e influenciam quem é alcançada por elas, alterando sentimentos mais íntimos e
o nosso padrão vibratório, tornando-nos afins com elas, que estimulam em nós vibração de sentimentos
nobres e virtuosos.

O Trono Regente Planetário se individualiza nos Sete Tronos Essenciais, que se projetam energética,
magnética e vibratoriamente, criando Sete Linhas de Forças ou irradiações bipolarizadas, pois surgem
dois pólos diferenciados em positivo e negativo, irradiante e absorvente, ativo e passivo, masculino e
feminino, universal e cósmico.

Quando o Divino Criador assentou aqui o Divino Trono das Sete Encruzilhadas, este trouxe consigo sua
hierarquia e assentou à sua volta os Divinos Tronos que definimos como:

Trono da Fé , Trono do Amor, Trono do Conhecimento, Trono da Justiça, Trono da Lei, Trono da
Evolução, Trono da Geração.

Olorum e as Divindades

A unidade religiosa da Umbanda está em Olorum, o Divino Criador, Deus, princípio de tudo.

A palavra Olorum é de origem yorubá, é uma contração de:

Olodumaré (Senhor Supremo do Destino). Olo significa senhor e Orum o além, o alto, o céu.

Olorum é o Senhor do Céu, infinito em Si mesmo, onisciente, onipotente, onipresente, oniquerente e


indivisível. Ele é em Si toda a criação e rege tudo no Universo. Deus é UM, sempre foi e sempre será, mas
muitos são os nomes pelos quais Ele é conhecido.

Deus não tem um início; é princípio, meio e fim; é o Criador, o Gerador de tudo o que existe e está na Sua
criação como nas criaturas e nos seres que gera. Deus é vida, é o Mistério.

Olorum, Senhor Supremo do Destino, é infinito em tudo e também o é nas Suas Divindades, os Sagrados
Orixás. Ele as gerou em Si, e elas complementam-se umas às outras na sustentação da criação Divina
através dos sentidos da Fé, do Amor, do Conhecimento, da Justiça, da Lei, da Evolução e da Geração.

Portanto, os Orixás são mistérios individualizados do Divino Criador, são Divindades, Tronos Sagrados
que manifestam as qualidades Divinas. Cada Divindade atua num campo só seu e em momento algum
elas se chocam. Adorar as Divindades significa adorar as qualidades de Deus.

A palavra Divindade significa algo Divino e é aplicada aos seres que são em si mistério de Deus. Logo
uma Divindade é um ser Divino e um mistério de Deus.

Divindades Celestiais: São as que atuam nas faixas positivas, negativas e neutras. Portanto, são
tripolares, ou seja, nos guiam na “Luz” quanto nos amparam na “escuridão”, pois têm nos Tronos
assentados os níveis negativos e positivos. Têm como atribuição recolher em suas hierarquias espíritos
que estão aptos a servir a humanidade, tanto em seus níveis positivos (luz), quanto em seus níveis
negativos (trevas). São Regentes de Linhas de Forças Mistas e por serem regentes tanto no alto, quanto
no embaixo, vão agrupando os espíritos afins em seus pólos magnéticos, onde serão estimulados a
optarem pela evolução positiva ou negativa.

Divindades Cósmicas: São as que atuam só nas faixas negativas. Portadoras de uma natureza muito
ativa; são intolerantes para com nossos “erros, falhas e pecados”, e só nos veem a partir de deficiências

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consciênciais, emocionais, racionais, mentais ou de desvirtuamentos ou vícios, são sóbrias,
concentradoras, ativas, implacáveis, rigorosas, parcialistas, intolerantes, etc. Têm como atribuições atrair
magneticamente os espíritos negativos, recolhê-los em seus domínios e retê-los, até que esgotem de seus
negativismo, para só então devolvê-los às faixas neutras, de onde serão redirecionados para a Luz ou
para a reencarnação.

Divindades Universais: São as que atuam nas faixas positivas. São portadoras de uma natureza passiva;
são tolerantes conosco e nos veem através da capacidade de alterarmos condutas negativas e
reassumirmos a evolução virtuosa. São irradiantes, passivas, tolerantes, amáveis, generosas, bondosas,
compreensivas, etc. Têm como atribuições atrair magneticamente os espíritos positivos, recolhê-los com
seus afins consciênciais, franquear-lhes meios de mais rapidamente evoluírem e facultar-lhes recursos
para que possam amparar seus afins ainda atrasados em suas evoluções.

Alguns exemplos de Classes de Divindades que foram reveladas:

Serafins: São Divindades que cuidam da criação Divina como um todo.

Querubins: São Divindades que cuidam dos seres da natureza e lidam com as suas energias vitais.

Tronos: São Divindades fatorais, responsáveis pela evolução dos seres, das criaturas e das espécies.

Arcanjos: São Divindades responsáveis pela manutenção do equilíbrio na criação Divina.

Anjos: São Divindades responsáveis pela vigilância, em todos os aspectos da criação Divina.

Gênios: São Divindades responsáveis pelas fontes de energias vivas geradas por Deus.

A Umbanda não é politeísta e os Orixás não são deuses. Eles são Divindades de Deus, são irradiações
Divinas que amparam os seres até que evoluam, desenvolvendo seus dons naturais, para alcançar seus
fins em Deus. É um Poder Divino em si e atua na vida dos seus cultuadores como uma Energia Viva e
Divina capaz de realizar ações abrangentes, modificadoras da vida do ser, irradiando continuamente esse
poder que concentra em si e doando-o a todos que a eles recorrerem movidos pela Fé.

A Umbanda tem em seu Universo Divino tudo o que as outras religiões possuem, só que denominamos os
seres Divinos e os naturais por Orixás. Veja:

No Catolicismo há Santos?

Na Umbanda eles também estão, só que são guias espirituais ascencionados.

No Judaísmo estão os Anjos, Serafins, etc?

Na Umbanda eles também estão, só que são chamados de Orixás.

No Hinduísmo estão os Devas?

Na Umbanda eles também estão, só que são chamados de seres da natureza.

Deus se manifesta e se irradia em todos os níveis onde vivem os seres e as criaturas, através do
Setenário Sagrado, os Sete Sentidos da Vida, pelos quais fluem as Essências Divinas que chegam até nós
pelas vibrações mentais, sonoras, energéticas e magnéticas: cristalina, mineral, vegetal, ígnea, aérea,
telúrica e aquática.

Uma qualidade de Olorum é um Mistério da criação. Logo, é um mistério criador, pois é parte ativa da
criação.

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Mistério é algo que existe por si só e está á disposição de todos, desde que entrem em sintonia vibratória
com o padrão por onde ele flui o tempo todo. As vibrações de Fé podem estar direcionadas a Divindades
diferentes, mas como são Mistérios de Deus e manifestadoras Divinas do Mistério da Fé, logo a Fé é um
mistério.

Se as Divindades estimulam os rituais é porque sabem que nós temos em nós tantos padrões vibratórios,
que basta que ativemos um, o da Fé por exemplo, para inundarmo-nos de Fé, e também para que nos
tornemos irradiadores desta Fé. Logo a Fé é um mistério de Deus que encontramos em nós mesmos.

Um espírito, ainda que esteja no “paraíso”, se começa a perder sua Fé, cai vibratoriamente e , se não a
recuperar, poderá descer até as trevas. Outro, estando nas trevas, se começar a vibrar a Fé em Deus,
poderá ascender às esferas da Luz. Isto é um Mistério e desde que o acessemos através dos nossos
sentimentos, puros e verdadeiros, seremos atuados com intensidade.

Dentro da Umbanda temos: Alto (Divindades = Criador e os Orixás)

(Exu, Pombagira, Exu-Mirim, Pombagira Mirim) Esquerda Direita (Caboclo, Preto Velho, etc.)

Como exemplo da unidade de Olorum, individualizada nos seus Orixás, temos:

Oxalá, Mistério da Fé, qualidade congregadora, oniquerência de Olorum.

Logunan (Oyá Tempo), Mistério da Fé, religiosidade, qualidade condutora de Olorum.

Oxum, Mistério do Amor, qualidade conceptiva de Olorum.

Oxumaré, Mistério do Amor, qualidade diluidora e renovadora de Olorum.

Oxóssi, Mistério do Conhecimento, qualidade expansora, a onisciência de Olorum.

Obá, Mistério do Conhecimento, qualidade concentradora de Olorum.

Xangô, Mistério da Justiça, qualidade equilibradora de Olorum.

Oroiná (Egunitá), Mistério da Justiça, qualidade purificadora de Olorum.

Ogum, Mistério da Lei, qualidade ordenadora, a onipotência de Olorum.

Yansã, Mistério da Lei, qualidade direcionadora de Olorum.

Obaluaiê, Mistério da Evolução, qualidade evolucionista de Olorum.

Nanã Buruquê, Mistério da Evolução, qualidade racionalizadora de Olorum.

Yemanjá, Mistério da Geração, qualidade geradora criativista de Olorum.

Omulu, Mistério da Geração, qualidade estabilizadora de Olorum.

Exu, qualidade vitalizadora de Olorum.

Pombagira, qualidade estimuladora de Olorum.

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A Hereditariedade dos Seres

As características que herdamos das Divindades que nos fatoraram em nossa origem aplicam-se a todos
os seres humanos, não importando sua cor, raça, religião ou cultura, e também a época em que vivem,
pois as Divindades estão no todo, que é Deus, e são em si Suas qualidades.

Então, todos os nossos gostos, nossas preferências alimentares e de vestuários, nossas reações diante
de um fato, nossos comportamentos em geral, são características que herdamos das Divindades e que
distinguem nossa natureza individual, nos marcando e nos diferenciando de todas as outras pessoas que
são nossos semelhantes, mas não nossos iguais.

Orixá Ancestral, de Frente e Juntó (ou adjuntó)

Existe um triângulo de forças que rege a encanação de um ser. A sua interpretação é complexa.

Orixá Ancestral

Orixá Juntó (Emocional) Orixá de Frente (Racional)

Orixá Ancestral é aquele que magnetizou o ser assim que foi gerado por Deus e o distinguiu com sua
qualidade original e natureza íntima, imutáveis e eternas. Poderemos reencarnar mil vezes e sob as mais
diversas irradiações, e nunca mudará nossa natureza intima.

Orixá de Frente é aquele que rege a atual encarnação do ser e o conduz numa direção na qual o ser
absorverá sua qualidade e a incorporação às suas faculdades, abrindo-lhes novos campos de atuação e
crescimento interno, impondo o ritmo de nossa evolução. Atua sobre nossa razão.

Orixá Juntó é aquele que forma par com o Orixá de Frente, apassivando ou estimulando o ser, sempre
visando ao seu equilíbrio intimo e crescimento permanente, que atuará sobre nosso emocional e sobre o
nosso polo magnético negativo, ora acelerando nossas vibrações, ora desacelerando-as, sempre de
acordo com a nossa evolução e com o que é melhor.

A cada encarnação há uma troca de regência da encarnação. E nessa troca, os seres vão evoluindo e
desenvolvendo faculdades relativas a todos os Orixás.

Na ancestralidade, todo ser macho é filho de um Orixá masculino e todo ser fêmea é filha de um Orixá
feminino.

Existem Sete Naturezas Masculinas e Sete Naturezas Femininas tão marcantes que é impossível não vê-
las nas pessoas.

Podemos identificar a ancestralidade de alguém observando o olhar, as feições, os traços, os gestos, a


postura, etc., pois estes sinais são oriundos da natureza intima do ser, apassionadas pela regência da
encarnação, mas não anulada por ela. Podemos identificar o Orixá Juntó nos gestos e nas iniciativas das
pessoas, já que é por intermédio do emocional que ele atua.

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Linha de Direita

Mestre O Guia de Frente correlaciona-se com o Orixá de frente

O Guia Chefe correlaciona-se com o Orixá Juntó

O Mestre correlaciona-se com o Orixá Ancestral

Guia Chefe Guia de Frente

O Guia Chefe é a entidade espiritual responsável pelo desenvolvimento mediúnico do filho, e que o
acompanha em todos os momentos, podendo vir a se manifestar como entidade de trabalho, ou somente
abrindo o campo mediúnico do filho.

O Guia de Frente, como o próprio nome já diz, é a entidade que se coloca à frente do filho, sempre que
esse necessita de ajuda ou encontra-se em perigo, ou sofrendo alguma demanda; é a entidade que nos
protege e ampara.

É importante salientar que não é comum; alguns filhos possuírem a mesma entidade como Guia de Frente
e Chefe de Cabeça. Também pode ocorrer a troca da regência dos Guias de Frente e Guia Chefe,
podendo haver um cruzamento dos Orixás de Frente e Juntó, ou ainda a troca de regência dos Guias.

Linha de Esquerda

Guardião/Guardiã Maior
O Exú Guardião ou Pombagira Guardiã correlaciona-se com o Orixá Ancestral.

O Exú ou Pombagira Natural correlaciona-se com o Orixá de frente.

O Exú ou Pombagira de Trabalho correlaciona-se com o Orixá Juntó.

Exu ou Pombagira Exu ou Pombagira

de Trabalho Natural

Exu Natural ou Pombagira Natural é um ser Natural Cósmico em seu 4ª estágio da Evolução, portanto não
incorporante.

Para o gênero masculino, o Exu de trabalho está relacionado ao Ancestral e a Pombagira de trabalho está
relacionada ao Juntó.

Para o gênero feminino, ocorre uma inversão nas regências da coroa. O Exu estará relacionado ao Juntó e
a Pombagira estará relacionada ao Ancestral.

Também pode ocorrer a troca da regência dos Exus e Pombagiras, podendo haver um cruzamento dos
Orixás de Frente e Juntó, ou ainda a troca de regência desses guias devido ao entrecruzamento dos
Orixás.

O Exu conhece as forças da Magia Negra e, por meio da esquerda de Umbanda, ele atua no embaixo para
nos ajudar.

A Umbanda não mexe diretamente com as forças do embaixo; quando, por exemplo, há uma demanda
direcionada ao terreiro, aciona-se a Trunqueira, que aciona o Mistério e absorve a demanda.
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Para proteção, as velas são usadas como para-raios. As velas fazem parte da Magia da Umbanda.
Quando colocamos velas no Congá, naquele momento, se condensam as energias dos Orixás vindas do
alto na vertical e essas energias se colocam de frente para nós, na horizontal. A mesma coisa acontece
quando você faz suas firmezas. As velas e os elementos usados servirão de fonte de energia para sua
própria proteção.

Algumas Obrigações do Médium

Firmeza do Anjo-da-guarda: vela branca de sete dias, acesa acima da cabeça.

Firmeza da Esquerda e da Direita: usar as cores das velas abaixo.

Esquerda Direita

Branca Cor de Vela Orixá Ancestral

Preta Vermelha Orixá Juntó Orixá De Frente

Na esquerda, firmamos os Tronos de Mehór yê e Mahór yê, Guardiões Divinos dos Mistérios Exu e
Pombagira, que estudaremos mais adiante.

Por que devemos fazer as Firmezas?

São as velas que acendemos antes de vir para o Terreiro, destinadas às firmezas de Direita e de
Esquerda, o triângulo de força da direita e o triângulo de força da esquerda. São os escudos protetores
dos médiuns, pontos de ligação com as forças superiores, nossos Guias, Protetores, Pais e Mães Orixás,
nossos Guardiões de Esquerda, é o nosso “pára-raio espiritual”.

O triângulo de Direta é composto pela vela ofertada ao nosso Orixá Ancestral, a da direita para o Orixá de
Frente e a da esquerda para o Orixá Juntó. É importante manter uma vela branca para nosso Anjo da
Guarda sempre acesa, acima da cabeça. Esta firmeza deve ser feita dentro de casa, num lugar onde não
haverá perigo de causar um acidente, podendo ser feito diretamente no chão.

No triângulo de Esquerda iremos firmar uma vela branca em cima, uma vermelha na direita e uma preta na
esquerda para os Tronos de Mahór yê e Mehór yê.

Esta firmeza deverá ser feita no lado de fora da casa, ou na área de serviço, para quem mora em
apartamento.

Banhos energéticos: retiram as energias enfermiças e negativas, positivam o corpo físico, mental e
espiritual, recarregando as energias, equilibrando-o.

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Orações para Firmezas

Ativação do Anjo-da-Guarda

“Eu evoco Deus, seus Divinos Tronos, Sua Lei Maior e Sua Justiça Divina e peço que o Trono da Fé aqui
firmado de Pai Oxalá, ative meu Anjo-da-Guarda para me defender, intuir, iluminar, equilibrar, me proteger,
mesmo dormindo ou acordado(a), 24 horas por dia, todos os dias da minha vida. Amém!”

Oração de Firmeza de Esquerda:

“Divino Criador, Pai Oxalá, Divinas Forças Naturais, Divinos Orixás, Tronos de Mahór yê e Mehór yê,
Sagrados Guardiões Divinos dos Mistérios Exu, Pombagira e Exu Mirim e Pombagira Mirim, Sagrados
Orixás Exu Maior, Pombagira Maior, Exu Mirim Maior e Pombagira Mirim Maior! Neste momento vos evoco
e peço que imantem esta firmeza, consagre e a torne um portal por onde as minhas forças de Esquerda
possam se manifestar e receber minhas vibrações, servindo de minha proteção e chave de acesso aos
meus Sagrados Guardiões, criando ao meu redor e ao redor da minha casa, um campo eletromagnético
móvel, que me acompanhe onde quer que eu esteja. Que assuma as funções protetora e propiciadora de
acontecimentos positivos, que tenha função repelidora e recolhedora de ações negativas. Caso tenha
algum trabalho de magia negativa sobre mim ou minha família, então que todos estes trabalhos sejam
desmagnetizados e positivados pela força da minha Esquerda e Tronos aqui firmados através destes
elementos utilizados, deixando de vibrar sobre mim e minha família a partir de agora e que seja
desmagnetizada toda a sua vibração na Tela da Lei. Peço que meu Exu pessoal me descarregue neste
momento, do alto até o meu embaixo, da esquerda até a direita, na frente e atrás e no em volta, de
quaisquer energias negativas, miasmas, fontes vivas negativadas, cordões energéticos negativos, ligações
mentais negativas, forma-pensamentos, espíritos desequilibrados que possam estar retidos em meus Sete
Corpos Internos, Sete Corpos Externos ou em meus chackras que possam estar me desequilibrando. Que
tudo e todos sejam positivados, transmutados e e encaminhados para a Lei Maior e Justiça Divina. Peço
que minhas necessidades sejam atendidas de acordo com o meu merecimento. Amém! ”

Laroiê Exu. Exu Ê mojubá. Laroiê Pombagira. Pombagira Ê mojubá. Laroiê Exu Mirim. Exu Mirim Ê
mojubá. Laroiê Pombagira Mirim. Pombagira Mirim Ê mojubá.

Oração de Firmeza dos Orixás de Direita

“Divino Criador, Pai Oxalá, Divinas Forças Naturais, Divinos Tronos, Divinos Orixás e meus Orixás
pessoais... neste momento evoco meus Pais e Mães Divinos e peço que imantem esta firmeza, consagre e
o torne um portal por onde a força dos meus Orixás pessoais possam se manifestar e receber minhas
vibrações, servindo de proteção, intuição, orientação, direcionamento, vibrando no meu mental energias
positivas e equilibradoras. Amém!”

Ativação das ervas para banho:

“Divino Criador, Pai Oxalá, Divindades Naturais e Divindades Encantadas, Pai Oxóssi, eu peço neste
momento que imantem estas ervas e as consagre com a força positivas das Divindades da Natureza e
Orixás pessoais, para que eu possa ser beneficiado(a), ativando suas propriedades energéticas
adormecidas, atuando em meu corpo físico, mental e espiritual. Amém!”

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Os Fatores de Deus e os aspectos dos Orixás

Fatores de Deus são energias vivas geradoras e irradiadoras pelas Divindades na emanação de Deus.
Podem ser considerados códigos genéticos de Deus, pois são capazes de desencadear processos
formadores da natureza dos seres, sua personalidade, do seu psiquismo, dos seus emocionais, seus
racionais e de sua consciência. Uma pessoa tem seu tipo físico definido por fatores de Deus, e um espírito
tem sua natureza e seu magnetismo definido por fatores de Deus: Fator Agregador, Fator Ordenador,
Fator Evolutivo ou Transmutador, Fator Conceptivo, Gerador, Equilibrador, Diluidor, etc.

A qualidade dos Orixás é muito importante, pois por meio da manifestação de determinados sentimentos
em nosso íntimo podemos estabelecer se estamos absorvendo a parte positiva ou negativa de um fator.

Geralmente absorvemos as partes positivas deles, que têm o poder de fortalecer o nosso virtuosismo e
manter-nos dentro de um grau vibratório mental “humano”.

Mas caso desenvolvamos em nosso íntimo sentimento classificados como negativos ou viciados e
alteramos nosso magnetismo mental, a própria mudança vibratória já começa a absorver, por intermédio
dos chacras, as partes negativas dos fatores relacionados a eles. O mecanismo de alteração entre um
pólo e outro é delicado e sensível e ocorre através da negativação dos sentimentos (do emocional). Uma
pessoa começa a absorver a parte negativa (e com função oposta) do fator alimentador da função racional
emocionalmente negativada.

É certo que o meio altera alguns aspectos ou características de algo ou de alguém. Mas a sua qualidade
original e caráter básico sempre aflorarão e se mostrarão ao bom observador.

Os Fatores de Deus e as Sete estruturas básicas:

Trono Fator Energia Masculino Feminino


Fé Congregador Cristalina Oxalá - Trono Logunan (Oyá)
Magnetizador Trono Cristalizador
Amor Agregador Mineral Oxumaré Oxum
Trono Renovador Trono Conceptivo
Conhecimento Expansor Vegetal Oxóssi Obá - Trono
Trono Expansor Concentrador
Justiça Equilibrador Ígnea Xangô - Trono Egunitá
Racionalizador Trono Energizador
Lei Ordenador Eólica Ogum - Trono Yansã
Potencializador Trono Direcionador
Evolução Evolutivo Telúrica Obaluaiê - Trono Nanã
Transmutador Trono Decantador
Geração Gerador Aguática Omulu Yemanjá
Trono Estabilizador Trono Criacionista

O amor é sinônimo de união e harmonização. O sentimento oposto a ele é o ciúme, que é sinônimo de
desconfiança e insegurança. Com isso em mente, ao ver uma pessoa ciumenta, ali também estará uma
pessoa desconfiada e insegura em relação ao objeto que desperta nela o ciúme. Se a inquirirem sobre a
razão do seu ciúme “doentio”, com certeza ela negará que sente ciúme e dirá que o que sente é atração
ou amor.

Se uma pessoa desvirtua-se no sentido da Fé, regido por Oxalá e Logunan (Oyá-Tempo), imediatamente
alterna seu magnetismo mental e a força negativa ou partes negativas do Fator Congregador (ilusão e
fanatismo) começam a serem absorvidas imediatamente, se os sentimentos de Fé foram negativados.

Este exemplo pode ser transposto para os outros sentidos da vida e sempre encontraremos os
sentimentos virtuosos ou seus opostos negativos.

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Já quando falamos em aspectos negativos dos Orixás, estamos nos referindo às partes negativas dos
fatores que os distinguem, mas não são geradas por eles e sim por Orixás com funções importantíssimas
para o equilíbrio da criação, mas cujos nomes são irrelevantes já que geram em si e de si funções opostas
e anuladoras, neutralizadoras ou paralizadoras das funções mentais dos seres com desequilíbrios.

Os aspectos positivos dos Orixás

Oxalá é magnetizador da Fé Logunan (Oyá-Tempo) é cristalizadora da religiosidade


Oxum é concebedora do Amor Oxumaré é renovador da concepção
Oxóssi é expansor do conhecimento Obá é concentradora do raciocínio
Xangô é equilibrador da Justiça Egunitá é energizadora da razão
Ogum é ordenador da Lei Yansã é direcionadora do caráter
Obaluaiê é transmutador da evolução Nanã é decantadora dos sentidos
Yemanjá é geradora da criatividade Omulu é estabilizador da geração

Os aspectos opostos ou negativos dos Orixás ativados e trabalhados pelos seus Exus

Oxalá, gera a ilusão Oyá, gera o fanatismo


Oxum, gera o ciúme e sentido de vingança Oxumaré, gera a possessividade ou obsessão
Oxóssi, gera a dispersão Obá, gera petrificação, frieza
Xangô, gera o desequilíbrio Egunitá, gera a fraqueza
Ogum, gera a confusão Yansã, gera o imobilismo e isolamento
Obaluaiê, gera a apatia ou indiferença Nanã, gera a senilidade, velhice
Omulu, gera a paralisia Yemanjá, gera a esterilidade

É muito importante o estudo dos aspectos oposto ou negativo dos Orixás gerados por Exus pares-opostos,
pois, a partir da identificação das partes negativas de um fator que uma pessoa está absorvendo, é
possível ajudá-la a substituir seus sentimentos negativos por outros, já positivos, e alterar tanto a sua
psique quanto seu magnetismo mental. Isto a torna mais calma, sensata, madura e cordata ou
compreensiva.

Sabemos que é a partir da absorção das partes negativas dos fatores que uma pessoa se torna
mentalmente acessível a atuações espirituais tormentosas, pois a sua própria afinidade "magnética”
começa a atrair os seus “semelhantes”.

- Pessoas ciumentas atraem espíritos possessivos.

- Pessoas descrentes atraem espíritos iludidos.

- Pessoas permissivas atraem espíritos devassos.

- Pessoas degeneradas atraem espíritos viciosos.

E assim sucessivamente, pois os afins se atraem mesmo, tanto nos aspectos positivos como nos
negativos.

Portanto, vigiem seus sentimentos íntimos e os anulem caso forem negativos, senão não terão como
alterar as suas companhias.

A frase dita pelo mestre Jesus é reveladora, pois só “devemos andar” com quem nos é afim.

“Dize com quem andas que te direi quem és”.

E nós dizemos isso: “Dize que sentimento íntimo vibra e te diremos quem atrairás”.

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Casa dos Irmãos de Fé
As Sete Linhas da Umbanda – Irradiações

São sete irradiações Divinas e cada uma flui num padrão próprio e influencia quem é alcançado por ela.
Estas irradiações Divinas alteram sentimentos mais íntimos e o nosso padrão vibratório, tornando-nos
afins a elas, que estimulam em nós a vibração de sentimentos nobres e virtuosos.

Primeira Linha Cristalina = TRONO DA FÉ

Segunda Linha Mineral = TRONO DO AMOR

Terceira Linha Vegetal = TRONO DO CONHECIMENTO

Quarta Linha Ígnea = TRONO DA JUSTIÇA

Quinta Linha Eólica = TRONO DA LEI

Sexta Linha Telúrica = TRONO DA EVOLUÇÃO

Sétima Linha Aquática = TRONO DA GERAÇÃO

Estas são as sete linhas de Umbanda sagrada e, a partir delas, podemos formar pares vibratórios com os
Orixás mais afins com cada uma delas. É certo que os Orixás, como os conhecemos na Umbanda, nem
sempre são fáceis de identificar a partir das essências. Por isto destacamos suas qualidades essenciais
identificadoras de suas linhas de forças originais ou ancestrais.

OLORUM

FÉ AMOR CONHECIMENTO JUSTIÇA LEI EVOLUÇÃO GERAÇÃO

CRISTALINO MINERAL VEGETAL IGNEO EÓLICO TELÚRICO AQUÁTICO

OXALÁ OXUM OXÓSSI XANGÔ OGUM OBALUAIÊ YEMANJÁ

OYÁ OXUMÁRE OBÁ EGUNITÁ YANSÃ NANÃ OMULU

Vale destacar que as Sete linhas é composta por 14 Orixás, que estão classificados assim:

Trono Universal / Positivo Cósmico / Negativo


Fé Oxalá Logunan / Oyá
Amor Oxum Oxumaré
Conhecimento Oxóssi Obá
Justiça Xangô Egunitá
Lei Ogum Yansã
Evolução Obaluaiê Nanã
Geração Yemanjá Omolu

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Casa dos Irmãos de Fé
A nossa Amada Umbanda Sagrada é Regida pelos Orixás, Senhores dos Mistérios Naturais, Essências
Divinas ou Sagradas que interpenetram tudo e a todos nós o tempo todo. Multiplicando-se e distribuindo-
se chegando até nós por hierarquias, em todos os níveis, até chegarem ao nível neutro (matéria e espírito)
se correspondendo aos pólos positivos e negativos (magnética) se completam ao negativo, formando
outras hierarquias da dupla polaridade estabelecidas em fundamentados e aceitadas.

Elas não precedem e não independe dos espíritos humanos para existirem tendo como objetivo auxiliar
em nossas evoluções, estando em paralelo às esferas espirituais humanas, como um processo
semelhante a um bater pulsante de um coração.

As hierarquias regidas por tronos, ocupadas por seres de mistérios em si mesmo, são designados na
angiologia com os seguintes nomes: Tronos Celestiais, Tronos Universais, Tronos Cósmicos, Humanos,
Elementais e naturais.

Os Tronos Distribuídos por níveis vibratórios e pólos energomagnéticos, têm por função sustentar todos os
processos evolutivos e toda sua criação, estando ligadas as sete telas planetárias sendo intermediárias
entre o nível de baixo e o nível de cima no qual esta localizada, como símbolos (Tronos concretizados
energicamente) ou Tronos em si mesmos (seres portadores de mistérios que fluem através deles ou neles
tendo seu inicio ativo).

As Telas que refletem nos seres humanos são:

• A tela cristalina reflete: pensamento, fé, meditação, oração, devoção, humildade, caridade, etc.

• A tela mineral reflete: amor, emoção, atração, união, fecundação, fertilização, concepção, etc.

• A tela vegetal reflete: percepção, raciocínio, crescimento, criatividade, desprendimento, expansão,


sensibilidade, etc.

• A tela Ígnea reflete: razão, equilíbrio, purificação, reflexão, justiça, permanência, etc.

• A tela aérea reflete: idealização, lealdade, sustentação, movimentação, circulação, ordenação,


segurança, etc.

• A tela telúrica reflete: tenacidade, formação, durabilidade, estabilização, cordialidade, paternalismo,


evolução, etc.

• A tela aquática reflete: sensibilidade, criação, maternidade, sociabilidade, regeneração, criatividade,


geração, etc.

As Telas refletem em tudo e todos, como em todos os outros sentidos das vidas, através de suas
hierarquias intermediarias, sendo elas as sete linhas da Umbanda, que é o próprio Trono das Sete
Encruzilhadas, não são entendido, pois pelas sete Encruzilhadas fluem todas as ações e reações
oriundas, através do Logos Planetário identificador como os Verbos manifestados ou a manifestação do
verbo que a tudo idealiza , projeta e realiza.

As Telas refletoras simplificam um mistério divino do qual nada sabemos e que nos levaria a toda uma
eternidade para estudá-lo.

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Casa dos Irmãos de Fé
As Sete Linhas de Umbanda são estas:

• Cristalina:

Oxalá - irradia religiosidade e estimula a fé.

Oyá - colhe os religiosamente frágeis.

• Mineral:

Oxum - irradia o amor e estimula a concepção.

Oxumaré - paralisa a sexualidade e dilui vícios sexuais.

• Vegetal:

Oxossi - busca o conhecimento e estimula o raciocínio.

Obá - paralisa as buscas e aquieta o raciocínio.

• Ígnea:

Xangô - irradia a justiça e estimula a razão.

Iansã - anula as injustiças e dilui os acúmulos emocionais.

• Eólica:

Ogum - irradia a lei e estimula a ordenação.

Egunitá - consome excessos e paralisa desordens emocionais.

• Telúrica:

Obaluaiyê - irradia o saber e estimula a evolução.

Nanã - decanta os excessos (vícios) e concentra os seres.

• Aquática:

Yemanjá - irradia a “criatividade” e estimula a geração.

Omulu - paralisa e esgota o criativismo e a geração viciada.

Os elementos dos orixás são:

• Oxalá: cristalino por excelência irradia-se através de todos os elementos.

• Oyá: cristalina por excelência irradia-se através do ar (Iansã)

• Oxum: mineral por excelência irradia-se através da água e do ar, fixa-se na terra e no vegetal e dilui-se
no fogo ou nele transmuta-se.

• Oxumaré: cristalino por excelência absorve os minerais e dilui-se na água. Irradia-se no ar e é


incompatível com o fogo e o vegetal.

• Oxossi: vegetal por excelência fixa-se na terra, dilui-se na água, alimenta o fogo e irradia-se tanto nos
cristais, quanto nos minerais.

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Casa dos Irmãos de Fé
• Obá: telúrica por excelência absorve a essência vegetal e assume características duais. Mas também a
encontramos nos minerais, nos cristais e no pólo negativo da linha aquática (Omulu).

• Xangô: ígneo por excelência absorve ar e alimenta-se das essências vegetal, mineral e cristalina. Fixa-se
na terra e é incompatível com a água.

• Yansã: eólica por excelência irradia-se no fogo e no tempo e fixa-se no cristal, no mineral e na terra.
Dilui-se na água e absorve o vegetal.

• Ogum: eólico por excelência irradia-se no tempo e no fogo, fixa-se nos cristais, nos minerais e na terra.
Dilui-se na água e absorve o vegetal.

• Egunitá: ígnea por excelência fixa-se na terra, no cristal e no mineral. Consome o vegetal, expande-se no
ar e anula-se na água.

• Obaluaiyê: telúrico por excelência irradia-se no tempo, no ar e no mineral. Absorve a água, fixa-se no
cristal e dilui-se no fogo e no vegetal.

• Nanã: aquática por excelência fixa-se na terra, no mineral e no cristal. Absorve vegetal e é incompatível
com o fogo e o ar.

• Yemanjá: aquática por excelência fixa-se no cristal e dilui-se na terra. Absorve vegetal e mineral. Irradia-
se no ar e é incompatível com o fogo.

• Omulu: telúrico por excelência. Fixa-se no cristal e irradia-se na água, no ar e no fogo absorvem vegetais
e minerais. Não é incompatível com nenhum elemento que indicam algumas qualidades, atributos e
atribuições dos orixás.

Portanto temos pólos negativos e positivos, sendo Eles forças que regem por cima e forças regem por
baixo. Temos entre os Orixás uns senhores dos mistérios que são Oxalá, Oxum, Obaluaiyê, Oyá,
Yemanjá, Oxumaré, Obá e Nanã. Como também temos Guardiões dos Mistérios que são Ogum, Xangô,
Yansã, Egunitá, Omulu e Oxossi. Sendo assim temos Orixás que irradiam Mistérios e outros que os
aplicam na vida dos seres humanos. Sabendo de tudo isso, meus amados irmãos, reflitam que tudo e
todos nós estamos sob a influência de todas as vibrações de todos os Orixás e temos segundos, minutos,
horas, dias, meses, anos ou toda a eternidade para evoluirmos, e seja ela pelo amor ou pela dor, por que
estando em uma vibração positiva, com pensamentos positivos, estamos sendo observados em nossas
evoluções e quando estamos sob uma vibração negativa com pensamentos negativos, estamos sendo
observados e punidos por Eles, “senhores executores dos mistérios negativos”. Por esta razão é
necessário que seja realizada as seguintes entregas: Exus guardiões dos mistérios dos cristais, ar, fogo,
mineral, vegetal, água e terra e os Orixás correspondentes para temos uma vida saudável e próspera em
todos os sentidos, e se mantendo em total vigilância.

Mistério

O mistério é algo que existe por si só, estando à disposição de todos desde que entrem em sintonia
vibratória com o padrão por ele onde flui o tempo todo. A fé pode ser diferenciada a divindades diferentes,
mas sendo todas elas mistério de Deus, a própria fé torna-se um mistério que encontramos em nós
mesmos, que irradiamos eflúvios estimuladores quando a vibramos intensamente. Com todos os mistérios
ocorre a mesma coisa, se nos sintonizarmos com ele tanto receberemos suas irradiações divinas como
nos tornaremos irradiadores deles. Isso acontecendo nos tornamo-nos semelhante à imagem de Deus,
guardando as proporções seremos micro irradiadores dos seus mistérios divinos que são: essência
cristalina, mineral, vegetal, ígnea, eólica, telúrica e aquática.O homem não é um ser perfeito em si mesmo,
mas, por ser uma centelha divina portadora dos mistérios de Deus, passa então por aperfeiçoamentos

16
Casa dos Irmãos de Fé
consciências que o tornam manifestador dos mistérios divinos herdados do seu Divino Criador.Assim
como o homem-carne herda as características genéticas de seu pai, também homem-carne, o homem-
espírito herdou de Deus os mistérios divinos, todos eles armazenados na centelha divina que anima e o
sustenta vivo, vibrante, irradiante e pensante.

Hereditariedade dos Seres

É características que herdamos das divindades que fatoram em nossa origem, aplica-se a todos os seres
humanos estando num todo que é Deus, e são em si suas qualidades. As características dos filhos dos
Orixás são geradas por Deus em suas ondas fatorais sendo ocupadas em seus dois pólos magnéticos e
as características de seus filhos. As características hereditárias de uma divindade são encontradas em
todos os seres humanos, sendo que um fator tem uma parte positiva e a outra negativa, sendo que cada
parte tem seu pólo macho e seu pólo fêmea. Mostrada nas ciências divinas no código de Umbanda de
Rubens Saraceni, os pólos de um fator esta na origem das ciências do X ou dos entrecruzamentos.
Completa em si uma onda fatoral divina que rege todas as coisas originadas em suas qualidades, influindo
na formação de tudo o que tem nela, alcançando a tudo e todos estando presente na vida de tudo e todos.
Sabemos que a parte positiva de um fator rege sobre a razão dos seres, a negativa rege sobre os instintos
e as criaturas que normalmente chamamos de animais irracionais. Uma onda fatoral é uma faculdade
criadora do Divino Criador, que gera nela, os seus semelhantes, as criaturas e as espécies, regidas por
essa sua irradiação Divina. Uma onda esta em tudo que Deus cria então encontrará sua presença em um
animal, em uma folha, em uma raiz, etc. Impossível sermos taxativos quanto à natureza de um ser, sendo
que suas reações são previsíveis num quadro geral, mas são imprevisíveis num quadro individual,
particular e pessoal. Se todos são semelhantes de modo geral no aspecto, no individuo ninguém é igual a
ninguém, devido a essas alterações. Sendo assim, o que aplicamos aos Chacras aplica-se a astrologia, se
um ser nasce sob a regência de um planeta outros influenciaram quanto a sua natureza intima,
diferenciando-o de alguém nascido sob a regência do mesmo planeta, mas em outra hora, outro dia. As
distribuições principais e secundarias dos Orixás nos Sete Chacras conduzem a tantas combinações, que
uma pessoa nunca será cem por cento, igual à outra em todos os sentidos, havendo alterações nas
distribuições dos Orixás de pessoa para pessoa. Em resumo todos são semelhantes no aspecto geral,
sendo que no individual ninguém é igual a ninguém, justamente por causa destas alterações.

Os Chakras

O corpo humano têm Sete chakras principais: Coronário, frontal, laríngeo, do coração, esplênico, umbilical
e básico. Estes chakras absorvem as Energias Divinas que são vitais para nós e as irradiam para os
nossos demais centros energéticos (chakras), garantindo o equilíbrio e a saúde do nosso corpo espiritual,
mental, emocional e físico.

Chakras são pontos de irradiações distribuídos ao longo de nossa coluna vertebral, o equilíbrio desses
pontos permite a nossa ligação com o campo espiritual, cada qual com sua função. O desequilíbrio de um
deles consequentemente ocasiona o desequilíbrio de todos os outros fazendo com que o indivíduo se
desequilibre não conseguindo sua ligação com o divino.

A palavra chakra vem do sânscrito e significa roda. Os chakras se apresentam como rodas de energia que
ficam girando.

Os chakras funcionam interligados. No corpo físico, ligam-se a determinadas glândulas endócrinas,


regulando o funcionamento dos órgãos corporais.

Dividem-se em Sete Chakras Principais e 21 Menores. Além desses, há muitos outros no corpo humano,
alguns minúsculos.

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Casa dos Irmãos de Fé
Os Sete Chakras Principais estão divididos:

- Superiores: ficam na região superior - Coronário, Frontal e o Laríngeo.

- Inferiores: ficam na região inferior - Plexo Solar ou Esplênico, Sacro ou Umbilical e o Básico.

Já o chakra Cardíaco fica exatamente no meio, fazendo a ligação “terra/céu”, “homem/Deus”,


“matéria/espírito”.

Os chakras contêm informações importantes sobre o nosso estado físico, emocional, mental e espiritual.
Os Guias Espirituais, ao aplicar passes, atuam diretamente nas áreas de cada chakra, identificando os que
estejam em desarmonia (a partir de alterações na cor que estão irradiando), para então limpá-los,
reequilibrá-los e restabelecer a saúde energética e, por consequência, a saúde mental, emocional e física
do consulente.

Quando em equilíbrio, os chakras trabalham alinhados, apresentam uma cor forte e brilhante e funcionam
no sentido dos ponteiros do relógio. Quando em desequilíbrio, tendem a mover-se em sentido contrário ao
habitual e podem reter negatividades que irão repercutir na estrutura inclusive física da pessoa.

Há uma relação direta entre a natureza dos nossos pensamentos e emoções e o funcionamento dos
chakras. Pensamentos negativos geram bloqueios e desequilíbrios nos chakras e na aura; já os positivos
estimulam os centros de energia, trazendo saúde, energia e vitalidade à pessoa. Pensamentos e emoções
geram e atraem energias afins, desta e de outras dimensões. Quando equilibrados, atraem energias
positivas, equilibradas. Já os pensamentos e emoções desequilibrados atraem energias igualmente
desequilibradas (chamadas “negativas”). As energias atraídas sempre afetam o funcionamento dos
chakras, alterando sua função, nível energético e movimento cíclico. Como visto, essas alterações serão
positivas ou não, dependendo da nossa vibração pessoal.

Cada chakra absorve e também irradia os Fatores do seu Orixá Regente. Logo, circulam em nós as Sete
Energias Divinas Originais, alimentando de forma contínua a nossa Essência Divina, pelo trabalho
harmonioso dos Sete chakras principais. Essas Energias são absorvidas pelo chakras e depois irradiadas
para toda a nossa estrutura espiritual, mental, emocional e física, que são corpos interligados. Disso
resulta a nossa sustentação nos Sete Sentidos da Vida, desde o aspecto espiritual até ao físico-orgânico.

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Casa dos Irmãos de Fé
Sete Chakras Principais:

Chakra Coronário (7º)

Trono: Sentido da Fé

Orixás: Oxalá e Oyá.

Cor: Violeta, que é a frequência mais alta ou mais elevada entre as sete cores do arco-íris.

Nome: Sahasrara, O Lótus das mil pétalas (1000 pétalas).

Energia: Essência Divina, traz sabedoria intuitiva e conecta à espiritualidade.

Atributo: Fortaleza

Atividade: em estado positivo gera paciência, em negativo gera ira.

Localização: Situa-se no alto da cabeça, como uma coroa, capacete ou flor de lótus que se abre para o
céu, como símbolo do despertar da espiritualidade e da consciência humana. Está ligado à glândula
pineal, que é responsável pela produção da melatonina, substância reguladora do sono. É o portal da
espiritualidade, por onde nos ligamos ao universo. Rege o cérebro.

Na Umbanda, este chakra é chamado de “a coroa do médium”.

Partes do corpo regidas pelo Coronário: Cérebro, cerebelo.

Qualidades: sabedoria, discernimento, iluminação, consciência cósmica, lucidez, perspicácia, humildade.

Importância deste chakra: É o primeiro chakra a receber os estímulos do espírito. Abre-se em forma de
funil para o Universo, representando a ligação entre o ser humano e o Divino. É considerado o centro
energético mais importante do corpo humano (a Energia Vital entra pelo Chakra da Coroa e se espalha
aos demais chakras). Absorve e transmite, sob a forma de Fatores, as Energias Divinas que alimentam o
Sentido da Fé, inclusive despertando nos seres a autoconfiança, a autoestima, etc. A Fé é base
necessária para se viver e fazer qualquer coisa. Sem a Fé, nada se faz.

Os Fatores de Pai Oxalá carregam a Energia da Fé, de forma pura e sutil, que é captada pelo chakra da
Coroa. Esses Fatores são capazes de dar sustentação magnética (magnetizar) a tudo quanto existe,
inclusive aos outros Sentidos da Vida. Estimulam a Fé nos seres humanos e o sentimento de
autoconfiança, autoestima etc.; dão forma astral aos nossos projetos mais elevados, para que eles depois
se concretizem no plano físico. Em contrapartida, sua atuação elimina o excesso de ansiedade, a
insegurança, o medo etc.

Distorção: feitiçaria, magia negra, mente limitada, falta de discernimento, ignorância, orgulho, indolência,
etc.

Desequilíbrio: depressão espiritual, falta de propósitos, perda da identidade, medo da solidão, sentimento
de separação do próprio EU, sensibilidade à luz, ao som, e ao ambiente. Em desequilíbrio, não permite
que a pessoa tenha grande abertura mental, abundância ou "iluminação interior". O medo pode dominar a
vida dessa pessoa, trazendo-lhe desarmonia interior, infelicidade e desilusão, que se difundirão aos
demais chakras, desequilibrando-os, podendo gerar doenças de foro mental, fobias, dores de cabeça ou
enxaquecas de difícil tratamento. A pessoa se anula para a vida, perde o contato com a realidade e não
consegue idealizar mais nada. Sua vida pode ser dominada pelo medo, trazendo-lhe desarmonia interior,
infelicidade e desilusão, que se difundirão aos demais chakras, desequilibrando-os e às vezes gerando
doenças de foro mental, fobias, dores de cabeça ou enxaquecas de difícil tratamento. Daí a importância da
meditação (orações, relaxamento etc.), para afastarmos a ansiedade, o medo, os sentimentos de rejeição,
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Casa dos Irmãos de Fé
de insegurança e de incerteza. Abrir o coração, buscando uma sintonia elevada e o desenvolvimento do
ser Divino que habita em todos nós.

Equilíbrio: Quando equilibrado e aberto, ele nos faz perceber que a nossa essência é espiritual, que a Luz
Divina está em nós, que somos parte do Todo da Criação. Deixamos de ser meros receptores da energia
vital, passando também a irradiá-la aos outros seres vivos e ao planeta. Isso nos permite atingir níveis
superiores de meditação.

Quando o coronário se desenvolve de forma simultânea com o chakra frontal, a pessoa apresenta grande
capacidade de raciocínio e de intuição.

Daí a importância da meditação (orações, relaxamento etc.), para afastarmos a ansiedade, o medo, os
sentimentos de rejeição, de insegurança e de incerteza. Abrir o coração para DEUS, para a Criação, para
o conhecimento Universal e o desenvolvimento do ser Divino que habita em todos nós, evitando-se a
superficialidade e o materialismo.

Chakra Frontal (6º)

Trono: Conhecimento

Orixás: Oxóssi e Oba.

Cor: Azul índigo ou azul escuro.

Nome: Adjna, O chakra do Comando, O Terceiro Olho (2 pétalas).

Energia: O poder oculto da palavra, autoconhecimento, intuição, entendimento universal.

Atributo: Respeito.

Atividade: em estado positivo gera firmeza, em negativo gera leviandade.

Localização: entre as sobrancelhas, em cima da raiz do nariz. Está ligado à glândula pituitária (hipófise),
que é responsável pela segregação da endorfina (hormônio que causa sensação de bem-estar). É a porta
do discernimento, da intuição, da imaginação, do conhecimento e da percepção. Rege os olhos e a
memória.

Partes do corpo regidas pelo Frontal: Olhos, ouvidos, nariz, sobrancelhas, face, sistema nervoso central,
cerebelo.

Qualidades: integridade, visão, verdade, visão Divina, generosidade, abundância, compartilhar.

Importância deste chakra: É ligado a glândula pituitária ou hipófise que tem função coordenadora de todas
as outras glândulas endócrinas. Deste modo o chakra frontal desempenha papel importantíssimo na vigília
espiritual e em toda a química do corpo. Quando bem desenvolvido possibilita a clarividência e os poderes
da psicometria. A ligação do chakra frontal é mais intensa com o corpo mental superior. Corpo da
inspiração que dá origem às ideias antes de tomarem forma. Absorve e irradia Fatores que alimentam o
Sentido do Conhecimento (a busca da Expansão pelo aprendizado, em todos os aspectos, e sua aplicação
positiva em proveito próprio e do próximo).

O Frontal é expansor e atua equilibrando as nossas várias percepções, entre elas: visão, audição, tato e a
rede de processos da inteligência que dizem respeito à palavra, à cultura, à arte e ao saber. É o berço da
consciência, da intuição, das percepções extrassensoriais e da imaginação. Governa o nosso sistema
nervoso central. No nível físico, é considerado o centro de energia mais importante do corpo. Este chakra
nos ensina a valorizar o pensamento humano como forma de poder e de energia. Os pensamentos

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Casa dos Irmãos de Fé
humanos são providos de vida e de energia própria. O poder da nossa intenção dá vida aos pensamentos.
Precisamos aprender a manter pensamentos claros e positivos.

Distorção: insuficiência, falta, pobreza espiritual, ingratidão, cobiça, ganância, inveja, ciúme Desequilíbrio:
rigidez mental, racionalidade excessiva, medo da verdade, confusão, fixação nas ideias, tumores
cerebrais, cegueira, surdez, problemas na espinha, pânico, depressão. Causa perda de perspectiva,
incapacidade de se focar num objetivo. Quando o desequilíbrio é acentuado, leva a pessoa ao excesso de
racionalização, a analisar tudo em detalhes, tornando-se fria, arrogante e distante. Ideias de natureza
espiritual serão rejeitadas. No íntimo, ela pode sentir-se atraída por temas ligados ao Divino, mas construiu
barreiras baseadas “na lógica” para se proteger destas ideias e isto a impede de considerar a própria
espiritualidade. Pessoas assim podem ter os sentidos relacionados ao chakra pouco desenvolvidos
(audição, visão, fala, paladar, toque, intuição). Um bloqueio grave neste chakra geralmente causa
bloqueios também no chakra Esplênico (ou do plexo solar), no chakra do Coração e no chakra da Coroa.
Um tratamento energético numa pessoa que rejeita o lado espiritual da vida precisa ser feito também e
simultaneamente nesses três chakras.

Equilíbrio: agilidade mental, terceira visão desenvolvida, abertura da visão interior, conceito de realidade,
capacidade de ver além das formas físicas, inteligência emocional, sabedoria, intuição e intelecto.

Dá forte intuição, hipersensibilidade, clarividência e capacidade de percepção. Ajuda a pessoa a encarar a


vida sob um novo prisma, dando mais atenção para as suas capacidades extra-sensoriais, para o
funcionamento das energias no corpo e no Universo e para as percepções desta e de outras realidades
existenciais.

Chakra Laríngeo (5º)

Trono: Lei

Orixás: Ogum e Iansã.

Cor: Azul céu.

Nome: Visuddha, O grande purificador (16 pétalas).

Energia: Poder supremo, assumir responsabilidades, comunicação, expressão, render-se a vontade


Divina, a verdade sobre as decepções.

Atributo: Entendimento.

Atividade: em estado positivo gera esperança, em negativo gera receio.

Localização: Situa-se na garganta. Está ligado às glândulas tireoide e paratireoide, que regulam o
metabolismo do corpo. É por onde flui a inspiração, criatividade, comunicação e a expressão com o
mundo. Rege o pescoço e os ombros.

Partes do corpo regidas pelo Laríngeo: Garganta, ouvidos, pescoço, voz, maxilares, tubos branquiais,
traqueia, parte superior dos pulmões, braços, esôfago.

Qualidades: poder, vontade Divina, proteção, honestidade, perfeição, Fé, coragem, Justiça, determinação
Divina, liderança serva, valor.

Importância deste chakra: A responsabilidade deste chakra está relacionada à expressão das
comunicações espirituais. A ligação com os corpos sutis é mais intensa com o corpo mental inferior que
apresenta uma textura nas mesmas cores do chakra laríngeo. Quando das comunicações de mentores, os
corpos mentais do médium e do espírito comunicante se encontram tornando possível o repasse da

21
Casa dos Irmãos de Fé
mensagem por meio de palavras. Se houver uma interação ainda maior, envolvendo os chakras cardíaco e
frontal, as comunicações serão mais claras e precisas. Absorve e irradia Fatores Divinos que promovem a
Ordenação, inclusive a partir da palavra. Ordenação, segurança, posicionamento perante o meio em que
se vive.

É o chakra ordenador. Está ligado ao poder da palavra, à Vontade Divina (Lei) e à colocação do ser
perante a sociedade. Regula a capacidade pessoal de comunicação e a capacidade de “ouvirmos a voz
interior do Divino”. Através dele transmitimos nossas percepções do mundo e nossas emoções aos demais
seres humanos. Está associado a todo o tipo de expressão humana: agressividade, choro, riso ira etc.
Rege todas as formas de expressão relacionadas com as artes (linguagem gestual ou mímica, música,
canto, dança, teatro etc.).

Distorção: imperfeição, desobediência, fraqueza, covardia, dependência, manipulação psíquica, magia


negra.

Desequilíbrio: dificuldade em mostrar-se, dor de garganta, timidez, insegurança, críticas, medo da opinião
alheia, aftas, escolioses, glândulas inchadas, laringite, problemas de dente ou gengivas. Dificuldade de
expressão. A pessoa se fecha, não consegue se livrar da angústia. Significa, acima de tudo, uma
incapacidade de expressão dos sentimentos e emoções mais profundos. Sentindo-se incapaz de dizer
NÃO aos outros, ao longo da vida a pessoa absorve frustração, insatisfação, sofrimento e agressividade.
Pode tornar-se passiva, incapaz de aceitar novos desafios ou de expressar suas necessidades, e acabar
atraindo indivíduos inescrupulosos e controladores. Ou tornar-se excessivamente intelectual, solitária e
introvertida, por receio de demonstrar sua afetividade. Pessoas com esse tipo de bloqueio costumam
julgar a si mesmas com muita frequência, são duras consigo mesmas.

Bloqueios importantes neste chakra deixam a voz da pessoa mais agressiva, às vezes até com mudanças
bruscas de timbre (passando de um tom grave para agudo, e vice-versa), provocando mais
constrangimento e introversão. Persistindo o bloqueio, podem surgir outros sintomas físicos: dor de
ouvido, problemas de audição, problemas vocais e na garganta, dores nas costas, problemas na parte
superior dos pulmões, bronquite, laringite, faringite, asma etc.

Ao querer expressar-se, a pessoa pode gaguejar, ou sentir um nó na garganta, ou dor na parte superior do
tórax, tudo por sua resistência interior à comunicação como forma de expressão das suas necessidades.
Muitas vezes possui uma natureza talentosa para a escrita, a poesia e as artes no geral, mas não
consegue expressar-se verbalmente. Precisará fazer um esforço consciente para desenvolver sua
autoestima e autoconfiança, confiar mais na própria intuição, além de treinar a voz (cantando,
conversando mais com os outros).

O medo de se expressar leva a pessoa a se esconder num mundo de fantasias, criando muros invisíveis
de proteção contra julgamentos e críticas alheias. Para vencer isso, ela precisará ser mais expressiva no
geral e mais honesta diante dos próprios sentimentos, ideias e necessidades. Precisará, em primeiro lugar,
aceitar-se e aprender a expressar suas opiniões e comunicar de forma honesta e direta os seus
pensamentos e sentimentos.

Equilíbrio: liberdade de expressão ou pensamento, boa comunicação, honestidade interior, vontade,


sensação de integridade.

Favorece a comunicação e a expressão ativa das ideias: a pessoa tem facilidade de conversar, de
argumentar e de participar de discussões salutares sobre novas ideias e novos conhecimentos. Não se
deixa constranger pelas suas emoções, pensamentos, sentimentos ou sensações. Consegue expressar
suas ideias, vontades e a sua criatividade. Sente-se inspirada, viva, feliz e capaz de ultrapassar com
tenacidade todas as crises que possam surgir.

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Casa dos Irmãos de Fé
Chakra Cardíaco (4º)

Trono: Amor

Orixás: Oxum e Oxumaré.

Cor: Verde

Nome: Anahata/O som não produzido, Invicto, Inviolado (12 pétalas)

Energia: Poder do conhecimento, abnegação, amor universal, perdão, amor incondicional, confiança,
compaixão.

Atributo: Sabedoria.

Atividade: em estado positivo gera humildade, em negativo gera soberbia Localização: Localizado na
região do tórax entre a quarta e a quinta vértebra. Está associado com a glândula timo (responsável pelo
funcionamento do sistema imunológico) chakra do centro do coração. Energias de abundâncias e todas as
energias recebidas através do 1º e 2º chacras são utilizadas neste centro em energia de amor. Rege o
pulmão, coração, braços e mãos.

Partes do corpo regidas: Coração, pulmões, sistema imunológico, peito, tórax, cavidade torácica, parte
superior das costas, ombros, sangue, pele, mãos e sistema circulatório geral.

Qualidades: amor, compaixão, caridade, abnegação, beleza, criatividade, conforto.

Importância deste chakra: A ligação glandular aqui se faz com o timo. Ele faz parte do sistema linfático. A
atividade tímica e o funcionamento de nosso sistema de defesa imunológica são objeto de atenção
considerável. Elevando-se graças à vibração do quarto chakra, é possível dominar a arte da língua, a
poesia e o verbo. O ser começa a dominar seu EU obtendo sabedoria e força interior. Um ser centrado
começa a evoluir além dos limites de seu ambiente para tornar-se autônomo; sua vida se torna então, uma
fonte de inspiração para os outros.

Absorve e irradia Fatores que promovem o estímulo do Amor Incondicional e a cura emocional (desperta
os sentimentos amorosos e harmonizadores, a conciliação, o perdão, a compaixão, a fraternidade etc.).

A pulsação do chakra do coração saudável é a mesma pulsação dos batimentos cardíacos constantes.
Esse ritmo de pulsação é universal, e quando o chakra está equilibrado, estamos em paz com os outros e
com o ambiente. Diz-se que no coração encontra-se o antílope que é o símbolo mesmo do coração, muito
aberto, muito sensível e muito inspirado. Um indivíduo ligado ao quarto chakra entra numa vibração de
compaixão, de desprendimento, de sabedoria e de amor incondicional. Os apegos aos prazeres terrestres,
honras e humilhações, não o preocupam. Portanto, vive em harmonia com os mundos interior e exterior.

Os Fatores de Mamãe Oxum nos alimentam com as Energias do Amor Divino, que nos faz olhar para nós
mesmos e para o próximo com amor, compaixão, benevolência, fraternidade etc. O Apóstolo Paulo dizia
que o Amor cura tudo (“Só o amor cobre a multidão dos pecados”). Quem vive amargurado, remoendo
dores antigas, sabe o quanto o “desamor” nos prejudica. O perdão, que nasce do Amor, lava e liberta
nossa alma e nos traz a cura emocional e física, promovendo a multiplicação celular harmoniosa em nosso
corpo. Até os seres mais rebeldes e negativos são transformados por um gesto de amor verdadeiro. O
chakra do Coração está no meio, centralizando e harmonizando as Energias dos demais chakras; a cor de
vibração deste chakra é o verde, a cor da cura espiritual. Não é por acaso...

Está ligado aos sentimentos (afetividade) e ao sistema circulatório, é agregador. Rege o nosso
desenvolvimento espiritual e o funcionamento das nossas emoções e sentimentos. Desperta as noções de
amor, simpatia, compaixão, devoção, amor incondicional, paz, altruísmo, perdão, generosidade,
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Casa dos Irmãos de Fé
necessidade de compartilhar, amor pela liberdade, desapego dos bens materiais, amor pela vida, amor
pela natureza, amor pela beleza e pelas artes em geral. Também está ligado à nossa capacidade de
enfrentar as adversidades da vida, sem nos prendermos a mágoas, ressentimentos, decepções etc. É um
centro energético poderoso, porque faz a ligação entre a parte inferior e a parte superior do organismo.
Está no meio do corpo, simbolizando a ligação harmônica entre o ser humano e Deus, entre a matéria e o
Espírito. Em equilíbrio, ele nos dá “imunidade” contra todos os males.

Distorção: desamor, egoísmo, feiura, discórdia, atrito, sensualidade, desunião.

Desequilíbrio: doação excessiva de si, desespero, ódio, inveja, medo, ciúmes, raiva, depressão, angústia,
indiferença, brutalidade, câncer no seio. Traz angústia, medo, palpitações, e pode levar a um quadro de
pânico. Quanto acentuado o desequilíbrio do chakra, a pessoa perde a autoestima, vive insatisfeita,
deprimida, em desilusão constante, melancólica, inerte, não consegue mais separar razão e emoção. Cai
na lamentação, sente-se “vítima” do mundo e daqueles que a rodeiam, não se sente valorizada, acredita
que dá muito de si aos outros e recebe pouco ou nada em troca, sofre um vazio interior. Tem dificuldade
em expressar seus sentimentos, teme ser rejeitada. Isso gera sentimentos de impotência, insegurança e
dependência, pois a pessoa não sentirá força interior para conduzir mudanças em sua vida, preferindo
fechar-se a se tornar mais flexível. Nas relações amorosas, dará tudo de si aos outros sem aceitar nada de
volta, sinal evidente de desequilíbrio interior. Repetir este ciclo vicioso torna a pessoa pessimista em
relação ao amor, perpetuando desilusões amorosas e esperando sempre o pior dos outros.

Equilíbrio: amor, compaixão, confiança, inspiração, calma, generosidade, conexão com aquilo que
amamos e com o amor Divino, amor incondicional.

A pessoa fica aberta e receptiva à vida, é flexível, aceita a si mesma e aos outros de modo natural, com
humildade, simplicidade e compaixão. Pessoas com este chakra aberto revelam qualidades de terapeutas,
têm grande potencial de curarem a si mesmas e aos outros. Em harmonia, o Cardíaco favorece o
equilíbrio dos demais chakras e gera os chamados "milagres" ou curas rápidas, auxiliando a pessoa a
transformar radicalmente sua vida, de modo positivo e construtivo. O desenvolvimento conjunto do chakra
do Coração e do Frontal nos traz grandes alegrias, nos leva a descobrir capacidades intuitivas e
paranormais, a desenvolver uma inteligência superior e a estreitar nossos laços de união com os outros
seres e o Criador.

Chakra Plexo Solar ou Esplênico (3º)

Trono: Evolução

Orixás: Obaluaiê e Nanã

Cor: Laranja

Nome: Manipura/Morada do Prazer (6 pétalas)

Energia: Poder do pensamento criador

Atributo: Justiça, aceitação espiritual, amor próprio.

Atividade: em estado positivo gera generosidade, em negativo gera egoísmo.

Localização: Situa-se na região lombar, acima do umbigo. Correspondente ao plexo solar e está ligado ao
pâncreas. Sua função é a vontade e o poder. É o centro que reúne informações, sentimentos e
percepções e depois os espalha e movimenta por todo o corpo. Por este chakra fluem as energias
emocionais. Rege o sistema digestivo, fígado, baço, estômago e intestino delgado.

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Casa dos Irmãos de Fé
Partes do corpo governadas pelo Esplênico: Abdômen, estômago, fígado, parte inferior das costas,
sistema digestivo, sistema nervoso central, bílis e bexiga.

Qualidades: liberdade, transmutação, misericórdia, Justiça, integridade, tolerância, diplomacia.

Importância deste chakra: Trata-se do centro da vontade ou do ego inferior. Ligado ao sistema digestivo à
assimilação dos alimentos e dos nutrientes. A assimilação deve ser compreendida num sentido mais
amplo que inclui a assimilação mental e psicológica do conhecimento e da experiência. É também ao
elemento fogo, ligado à visão e às energias psíquicas. Sendo assim, a pessoa que tem esse plexo
desenvolvido terá maior sensibilidade para perceber as intenções dos outros, sejam boas ou ruins. O
desenvolvimento desse chakra produz uma independência maior e irá coincidir com a adolescência.
Absorve e transmite Fatores Divinos que promovem o Equilíbrio energético dos seres, despertando-lhes o
senso de Justiça e equidade, a razão equilibrada.

O chakra esplênico relaciona-se com o corpo astral, de estrutura bem mais sutil que o duplo etérico e
ligado essencialmente às emoções.

Indivíduos dominados pelo terceiro chakra combaterão pelo poder pessoal e pelo reconhecimento não se
importando com aqueles que poderão perder com seus ganhos. Dormirá de seis a oito horas, de costas.
Quando esse chakra apresenta um funcionamento insatisfatório, o indivíduo tende a ficar preso numa
rotina inapropriada e a ser incapaz de perceber o modo pelo qual poderá realizar a mudança criativa em
sua vida. Já o equilíbrio desse terceiro chakra é o dom, isto é, servir sem esperar recompensas. E, o
indivíduo que estiver com o chakra umbilical equilibrado terá alegria e paixão de viver.

Regula a distribuição e a circulação adequada dos recursos vitais e é transmutador. Permite-nos


desenvolver nossa personalidade e reforçar nossa autoestima. Considerado o "ponto de origem" do
verdadeiro “Eu”, reflete valores como tenacidade e perseverança pessoal. A energia solar é absorvida por
este chakra e nos revitaliza nos níveis físico, mental, emocional e espiritual. Por isso, ele é também
chamado de chakra do plexo solar. Funciona ainda como purificador dos desejos do chakra Umbilical e do
chakra Básico. Permite ao ser humano o fluir natural da energia criativa que emana tanto dos chakras
inferiores como dos superiores.

Distorção: Servidão, cativeiro, intolerância, maldições, bruxaria, mau uso da ciência sagrada, crueldade.

Desequilíbrio: tendência a moldar tudo de acordo com seu ponto de vista, egoísmo, medo, ulceras,
tumores intestinais, hepatite, cirrose, artrite, anorexia e bulimia. Provoca perda de apetite, rancor, raiva,
ódio e medo. A pessoa perde o amor próprio, não acredita em mais nada. Em casos mais acentuados,
gera uma visão negativa da vida, tendências para a pretensão, o egoísmo, a vontade de controlar a vida
alheia, o desejo exagerado da conquista de bens materiais, de poder e domínio, a pessoa não saberá
viver com simplicidade. Suas expectativas em relação à vida e aos outros serão exageradas e não
poderão ser atendidas; gerando sentimentos de rejeição, frustração, perda da alegria de viver e da paz
interior, um desequilíbrio emocional constante e gerador de ira, impulsividade e agressividade. A pessoa
verá obstáculos em tudo à sua volta, e sem coragem e tenacidade para resolvê-los ou contorná-los. Para
ocultar essas emoções e sentimentos, poderá querer mostrar-se ativa e ocupada, mas terá dificuldade em
descansar e relaxar do estresse diário que a consome por dentro. Uma verdadeira “indigestão”
emocional...

Equilíbrio: autoestima, paz e harmonia, aceitação da vida, autoconfiança, personalidade e consciência.

Leva-nos a desenvolver e atingir objetivos de vida sólidos. Está associado à autoconfiança, auto
expressão, afirmação pessoal, adaptação às mudanças da vida, ambição pessoal e à necessidade de
atuar positivamente na sociedade, porque isso tudo são exemplos do “dar um passo à frente”.

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Quando o chakra Esplênico se abre de forma conjugada com os chakras da Coroa e do Frontal, a pessoa
sente a Energia Vital atuando em tudo, sente o Divino em si mesmo e nos outros. Então, os seus sonhos e
objetivos existenciais tendem a concretizar-se e a sua vida passa a ter mais alegria, êxito, paz, saúde e
felicidade.

Chakra Sacro ou Umbilical (2º)

Trono: Justiça

Orixás: Xangô e Egunitá.

Cor: Amarelo

Nome: Svasdisthana/A cidade da Joia (10 pétalas)

Energia: Poder da vontade, potência sexual, conexão emocional.

Atributo: Conselho.

Atividade: em estado positivo gera prudência, em negativo gera arrebatamento.

Localização: Localiza-se na raiz dos órgãos genitais, 4 dedos abaixo do umbigo. Está ligado às gônodas
(glândulas sexuais). Sua energia está relacionada com o prazer físico, sexual, alegria e a criatividade.
Energias primárias como a paixão fluem através deste chakra. Rege os rins, sistema reprodutor, sistema
circulatório e bexiga. Partes do corpo regidas pelo Umbilical: Rins, bexiga, intestinos (grosso e delgado),
apêndice, vértebras lombares, área pélvica e os líquidos do nosso organismo (sangue, sucos gástricos,
esperma e o processo relacionado com o ciclo menstrual feminino).

Qualidades: liberdade, transmutação, misericórdia, Justiça, integridade, tolerância, diplomacia.

Importância deste chakra: está intimamente relacionado à circulação sanguínea. Disfunções nesse chakra
podem gerar anemias e até mesmo a leucemia. É também responsável pela vitalização do duplo etérico
enquanto o chakra básico está mais relacionado ao corpo físico. Conserva energias particularmente vitais
para a vida. Ele se liga diretamente ao chakra da garganta, que é o centro da expressão. Quando o fluxo
entre esses dois centros é insuficiente, é difícil desempenhar um papel gratificante na vida; entretanto em
virtude da sua vitalidade, o chakra Sacro apresenta um grande potencial de cura, tanto para si mesmo
como para o ser como um todo. A pessoa que consegue o desenvolvimento positivo desse chakra torna-
se um excelente terapeuta produzindo curas extraordinárias.

É um chakra equilibrador. Trabalha a nossa reflexão e nos permite agir de forma racional, equilibrando e
harmonizando nossas emoções. Pela sua localização, envolve a área genital e a urinária. Está ligado: no
homem, aos testículos; na mulher, aos ovários. É chamado de “a morada do prazer”. Mas esse prazer não
é apenas o prazer sexual, pois engloba o prazer de viver, o prazer de relacionar-se, de realizar uma tarefa
etc. É o chakra responsável pela irrigação dos órgãos sexuais e pela vitalização do feto em formação (esta
última função é realizada junto com o chakra Básico).

Está intimamente relacionado aos fenômenos mediúnicos. É também um grande captador do prana da
vitalidade. Pessoas desvitalizadas têm comprometido esse chakra, sendo necessária sua harmonização.
Em casos de obsessão do tipo vampirismo, esse é o chakra mais afetado.

Absorve e transmite Fatores Divinos que promovem a Transmutação de estados e condições vibratórias
em desequilíbrio, de modo a torná-los positivos, favorecendo a evolução dos seres e dos meios em que
vivem (transmutação, cura espiritual, emocional e física; retificação de rumos; evolução do ser em todos os
aspectos).

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Casa dos Irmãos de Fé
Distorção: Servidão, cativeiro, intolerância, maldições, bruxaria, mau uso da ciência sagrada, crueldade.

Desequilíbrio: ciúmes, possessividade, tensão, tristeza, libido alterada, problemas urinário, enjoos, medo e
irritação. A pessoa fica sem estrutura para se identificar, fecha-se no mundo, vive no passado, sem alegria
e insatisfeita. São sinais de disfunção deste chakra: falta de interesse sexual; falta de curiosidade e de
criatividade; rejeição ou dificuldade em manter contato físico. Em casos mais sérios, a pessoa pode ter
problemas na sua afirmação sexual, excessos de fantasia, ou desvios sexuais. Poderá, por exemplos:
rejeitar a própria sexualidade, sentir inibição em exprimir suas necessidades e desejos mais íntimos,
preferindo reprimi-los; encarar o ato sexual como vício ou ato pecaminoso; ter dificuldades nas amizades
e/ou nas relações amorosas; desenvolver doenças sexuais (impotência, frigidez etc.); ter comportamentos
promíscuos. Problemas relativos à expressão da afetividade humana bloqueiam este chakra.

Equilíbrio: fluidez natural da vida em todos os sentidos, dualidade e magnetismo.

Bem equilibrado, ele nos permite agir de forma racional e vivenciar relacionamentos saudáveis e úteis à
nossa evolução. O umbilical rege a posição equilibrada do ser perante a Vida. Influi nos relacionamentos,
na necessidade humana de procriar e de gerar vida nova (não apenas física), também repercutindo no
funcionamento do sistema reprodutivo masculino e feminino.

Chakra Básico ou Raiz (1º)

Trono: Geração

Orixás: Iemanjá e Omulu Cor: Vermelha

Nome: Muladhara/Raiz, Base, Fundamento (4 pétalas)

Energia: Fogo serpentino regenerador, sentimentos sinestésicos e movimento, interagir com o mundo
material.

Atributo: Pureza

Atividade: em estado positivo gera castidade, em negativo gera luxúria.

Localização: Situa-se na base da espinha dorsal, entre os genitais e o ânus (cóccix). Está ligado às
glândulas suprarrenais, que segregam a adrenalina. Está relacionado com a vontade de sobreviver, a
relação com o próprio corpo e com a terra. Rege as pernas, os pés, os ossos e o intestino grosso. As
energias ligadas à segurança física, mental e emocional entram por este chakra.

Partes do corpo regidas: A coluna vertebral, os rins, o aparelho reprodutor e os membros inferiores. As
musculaturas que podem ser envolvidas por um bloqueio nessa região são: glúteos, diafragma pélvico,
músculos internos da barriga e da região lombar (abdominais, lombares, lombo sacrais e glúteos médios).

Qualidades: pureza, ordem, disciplina, excelência, moral, ética, fidelidade.

Importância deste chakra: Esse primeiro chakra é responsável pela vitalidade e pela manutenção dos
aspectos sólidos do corpo. É também fonte do fogo serpentino ou Kundalini. Absorve e transmite Fatores
Divinos Geradores de Vida (sustentação e preservação da vida; criatividade; geração de ideias que
propiciam novos caminhos ou possibilidades; geração de “saúde” em todos os sentidos; multiplicação e
renovação celular perfeita e saudável).

O chakra básico ou raiz representa a manifestação da vida física. Relaciona-se com a juventude, a ilusão,
a cólera, a avareza e a sensualidade. Pessoas vivendo motivadas pelo chakra básico tem um
comportamento violento ligado à insegurança. São normalmente materialistas e pragmáticas. Neste centro
energético se unem matéria e Espírito.

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Casa dos Irmãos de Fé
Dá sustentação aos demais chakras. Abrange: Alimentação, equilíbrio, saúde e finanças. Ligado às
glândulas suprarrenais, é o responsável pela absorção da “kundalini” (energia da terra) e pelo estímulo
direto da energia no corpo e na circulação do sangue. Está relacionado diretamente com os membros
inferiores e com os instintos físicos. Atua na irrigação dos órgãos sexuais. Por meio dele é que entram as
energias que nos conectam com a terra e com o mundo exterior. Ligação com a terra, com o bem-estar
físico, com o instinto de sobrevivência, com a vitalidade, também com a sexualidade. Está diretamente
ligado à vontade, pois nos dá motivação e energia para agir, fazer, realizar, para ganhar nosso sustento,
para enfrentar obstáculos etc. É ativado por um ato de vontade dirigida e controlada pelo indivíduo: o
chakra Básico responde ao aspecto vontade. Da mesma forma que o Princípio “vida” está situado no
coração, o Princípio da “vontade” de ser está situado no chakra Básico.

O chakra básico está relacionado com as glândulas suprarrenais, cujos hormônios são parte essencial de
manutenção da vida no corpo. As gônadas são a ligação glandular para o chakra raiz. São os testículos no
homem e os ovários na mulher. Aqui, há uma relação óbvia com a fertilidade e com o desempenho, com
os impulsos e com os instintos sexuais. Quando há disfunção nesses aspectos do crescimento, o trabalho
específico com o chakra raiz ajudará uma vez mais no processo de cura.

Distorção: Imperfeição, imoralidade, descontrole, individualismo, solidão, anarquia.

Desequilíbrio: irritação, raiva, medo de viver, dor nas costas, varizes, tumores renais e depressão.

Provoca falta de equilíbrio emocional, falta de ânimo e de força para tomar decisões e agir; desgaste
físico; tendência para a “dramatização” (a pessoa não vê saída para suas dificuldades; pensamentos
negativos e confusos; excesso de ilusão). Gera perda de vitalidade, podendo ocasionar gripes e/ou viroses
constantes, doenças do sangue, reumatismo, artrite, problemas na coluna, alergias, cicatrização lenta,
debilidade óssea e fraturas, impotência sexual, frigidez. Quando o Básico está pouco energizado, a pessoa
tende a negar suas necessidades materiais, dá muita ênfase aos aspectos sentimentais e místicos, não
tem “o pé no chão”. Tem dificuldade de permanecer num trabalho ou num emprego; seus recursos
parecem “sumir”, não rendem o suficiente. No amor, faltará espontaneidade na relação e pode haver um
sentimento de posse do ser amado (medo da entrega, medo de perder).

Já quando muito ativado, o Básico tende a gerar um forte apego, excesso de materialismo, excesso de
agressividade, irritação e rigidez na forma de a pessoa lidar com as necessidades materiais de
sobrevivência. Poderá negar seus sentimentos e emoções, desqualificando-os; às vezes, até negando a
existência de Deus e a realidade não tangível (“morreu, acabou...”; “só existe aquilo que posso pegar e
tocar...”; “viver é competir, então preciso ganhar a qualquer preço”... etc.). Um desequilíbrio mais
acentuado pode gerar: cobiça; complacência na brutalidade; dificuldade de se apresentar de modo criativo,
espontâneo e flexível; dificuldade para a expressão espontânea dos sentimentos e sensações; agir e
reagir de forma compulsiva; tensão, pelo desejo de controle da sua posição na vida. A pessoa terá
dificuldade no dar e receber (níveis psicológico, emocional e sexual), impedindo-se de ter sentimentos e
relações espontâneas.

Os bloqueios nesta região relacionam-se com a capacidade de soltar e transcender, de ir além das
preocupações puramente materiais. Pessoas com estes bloqueios podem apresentar hemorroidas, dores
lombares, tensão nas pernas e pés, problemas nos aparelhos urogenitais e dificuldades sexuais.

O ponto chave é: deixar fluir, deixar que a Vida Maior nos conduza (sem cruzar os braços!), pois a Vida flui
naturalmente. É deixar-se conduzir pela Inteligência Divina Amorosa que preside a todos os mecanismos e
processos vitais!

Equilíbrio: confiança, segurança pessoal, autoestima, satisfação, estabilidade e força interior.

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Casa dos Irmãos de Fé
Dá à pessoa um sentido prático da vida, senso de administração, “pé no chão”. Suas idéias são bem
definidas e fecundas, seus projetos são realizáveis. Tem bom discernimento espiritual; consegue usar sua
criatividade; tem habilidade e senso de organização.

7 - Chacra Coronário – Linha da Fé – Oxalá - Cristalina

6 - Chacra Frontal – Linha do Conhecimento – Oxóssi - Vegetal

5 - Chacra Laríngeo – Linha Ordenadora – Ogum - Eólica

4 - Chacra Cardíaco – Linha Amor – Oxum - Cristalina

3 - Chacra Esplênico – Linha da Evolução – Obaluaiê - Telúrica

2 - Chacra Umbilical – Linha do Equilíbrio – Xangô - Ígnea

1 - Chacra Básico – Linha da Geração – Yemanjá – Aquática

As energias vitais que circulam nos Chakras

Existe uma importante afluência de energia entre os chakras Esplênico, Umbilical e Básico, todos eles
situados na parte inferior do corpo. Estes três centros energéticos criam um grande triângulo de forças
relacionado com a matéria, a substância, a construção de formas, a criação, a vitalidade e a persistência
da forma.

O triângulo Esplênico/Umbilical/Básico se relaciona com um “triângulo” superior, que é composto pelos


chakras Laríngeo, Frontal e Coronário.

E entre esses dois “triângulos” de forças está o chakra do Coração, fazendo a ligação e a harmonização
entre o material e o espiritual.

Existe uma grande a ligação entre os chakras Umbilical e Básico, porque a energia “kundalini” é
direcionada do Básico para dentro do chakra Umbilical.

A kundalini é a Energia Divina que entra pelo chakra básico. É “a serpente que dorme no chakra básico” e
que, ao ser despertada, sobe pela coluna e vai passando pelos demais chakras, num movimento que
lembra o da serpente, até chegar ao chakra da coroa. As energias do chakra básico nos dão vitalidade,
capacidade de iniciativa; despertam em nós a vontade de fazer, de realizar, de estar presente; dão-nos a
capacidade do saber relacionar-se com o mundo. É a chamada Energia terra/céu.

A energia kundalini é uma Energia Divina que vem da terra, que é básica para a nossa existência, e que
desperta quando tomamos consciência de que somos espíritos imortais vivendo importantes experiências
na carne, ou seja, experimenta duas transformações: a “serpente da matéria” que estava enrolada sobre si
mesma desperta e se transforma na serpente da sabedoria, após o despertar da consciência. A serpente
da sabedoria sobe ao longo da coluna por intermédio do cordão vertical (eixo magnético) que se forma do
chakra Coronário ao Básico, até chegar ao topo da cabeça (Coronário), e então se converte no "dragão de
luz vivente".

Essa tomada de consciência (da nossa origem Divina) desperta a kundalini, que nos traz o prazer de viver,
gratidão pela vida, ao subir pela coluna vertebral até ao chakra da Coroa, onde se encontra com as
Energias que vêm do Alto, numa “explosão” fantástica de Energia e Luz (“e a serpente da sabedoria se
transforma no dragão da luz vivente”).

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Casa dos Irmãos de Fé
A onda dupla de Oxumaré é simbolizada por duas serpentes entrelaçadas num eixo vertical. Esta
“serpente” representa a kundalini.

A Energia kundalini não é apenas uma energia sexual ou para o sexo. Ela é mais que isso. A kundalini é a
Energia da alegria, da satisfação, do prazer de viver- o que certamente pode englobar a sexualidade, mas
vai além desse aspecto.

Kundalini é o poder do desejo puro dentro de nós, é a energia de nossa alma, de nossa consciência. É a
nossa emanação do infinito, a energia do cosmos dentro de cada um de nós. Uma energia adormecida
dentro de nós que se desperta, expande nossa consciência. Kundalini é a potencialidade de que todos nós
somos capazes.

Mas nós recebemos outro tipo de Energia, que entra pelo chakra da coroa e desce para os demais
chakras, até chegar ao básico. Essa Energia nos liga ao Alto, por meio da Fé, e nos faz buscar
transcender as questões meramente materiais. É a Energia céu/terra.

Essas duas Energias se movimentam num eixo magnético vertical que vai do topo da cabeça ao chakra
básico, elas descem ao longo da coluna vertebral e alimentam os demais chakras, juntando-se às energias
específicas de cada chakra. Dão a sustentação “pela terra” e “pelo céu”.

As energias do chakra básico e as da coroa se encontram no chakra do coração, situado exatamente no


meio dos Sete chakras principais. Ali elas são harmonizadas e dali são distribuídas para os demais centros
energéticos. Diz o ditado: “o equilíbrio está no meio”... Portanto, o coração bombeia o sangue e também
essas Energias, inclusive a kundalini, para todo o nosso corpo. Assim, quando alimentamos sentimentos
de amor e de alegria de viver, nós ficamos plenos do equilíbrio das Energias terra/céu e céu/terra. Mas se
nos entregamos às mágoas, às decepções e tristezas, nós bloqueamos o chakra do coração e também a
livre circulação da kundalini, e enfraquecemos. Por isso se diz que o Amor cura tudo...

Essa reflexão nos dá uma ideia da Grandeza da Criação, presente em cada um de nós. Fomos criados por
DEUS de forma a ter em nós todos os caminhos de acesso às Energias essenciais para alimentar nosso
espírito enquanto encarnado: o chakra Básico sustenta a nossa vida na carne, porém associado ao chakra
da Coroa, que capta as Energias do Espírito imortal. Essas duas Energias unidas nos dão “pé no “chão” e
o despertar da espiritualidade, o caminho do êxtase. Podemos compreender, finalmente, que tudo está
interligado (matéria/espírito), que “o céu pode estar aqui”, pois não existem “separações” na Criação
Divina.

Cordões Energéticos

Os cordões energéticos são ligações eletromagnéticas que se estabelecem espiritualmente, tanto entre
pessoas e espíritos, entre espíritos e pessoas, espíritos e espíritos e pessoas e pessoas.

O surgimento dos cordões depende dos sentimentos vibrados e do magnetismo de quem os receber. Sim,
porque os cordões são ondas magnéticas projetadas por quem está vibrando intensamente um
sentimento, seja ele positivo ou negativo.

Nossos chacras são pólos eletromagnéticos captadores e emissores de energias, e é por eles que
enviamos ou recebemos as ondas vibratórias que dão origem aos cordões energéticos.

Todo sentimento que alimentamos com intensidade, fortalece nosso magnetismo mental e ativa, alguns,
ou vários dos nossos chacras, polarizando-os, já que são neutros.

Esta polarização pode ser positiva ou negativa: se o sentimento é positivo ou virtuoso, a polarização será
positiva, mas se o sentimento for negativo ou viciado, aí a polarização será negativa. Portanto, o
sentimento torna o magnetismo mental em positivo ou negativo. Em função disso, são ativadas as fontes

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Casa dos Irmãos de Fé
geradoras de energias existentes no corpo energético dos seres, que tanto gerarão energias positivas,
como poderão gerar energias negativas. Tudo depende da intensidade com que ele é vibrado.

Assim, se alguém vibrar intensamente o sentimento de Fé e direcioná-lo para uma Divindade,


imediatamente projetará uma onda vibratória até a estrela viva dela, que aceitará a ligação e um cordão
surgirá, ligando o fiel à Divindade de sua Fé. Este cordão sairá do chacra coronal.

Se além do sentimento de Fé, a pessoa vibrar um sentimento de amor, aí será o chacra cardíaco que
projetará uma onda vibratória até a Divindade de sua Fé. Porém esta onda enviada à Divindade sairá do
peito, e subirá pelo seu eixo magnético equilibrador e sairá pela coroa, projetando-se até a estrela viva da
Divindade, que também absorverá, estabelecendo mais um cordão energético que tanto transbordará as
energias de amor geradas pela pessoa, quanto a inundará com vibrações sustentadoras desse sentimento
positivo, que a Divindade irá lhe devolver, visando fortalecê-lo ainda mais em seu intimo.

Este processo acontece através do eixo magnético e do chacra coronal porque elas estão assentadas em
níveis vibratórios mais elevados que o nosso, por isso, a saída das ondas é vertical.

Quando acontecem nos aspectos negativos das Divindades, os cordões tanto podem sair da coroa e
descer, já por fora do corpo da pessoa, como podem descer pelo eixo magnético e sair pelo chacra básico.

Toda Divindade, seja ela ativa ou passiva, positiva ou negativa, irradiante ou absorvente, possui seus
aspectos positivos ou negativos. Os aspectos positivos são protetores e estimuladores, e os aspectos
negativos são punidores e bloqueadores das faculdades mentais dos seres.

Assim, se alguém está dando um mau uso a alguma de suas faculdades regidas pela sua Divindade, este
mau uso projetará uma onda até o polo magnético negativo dela, que a absorverá e logo ativará um dos
aspectos negativos, punidor e bloqueador da faculdade em questão.

Então o retorno energético visará punir a pessoa e bloquear sua faculdade desvirtuada, desestimulando-a
de dar um uso condenável a ela.

- Pessoa que dão mal uso às faculdades da Fé tornam-se descrentes, e acabam afastando-se do universo
religioso ou fanatizando-se;

- Pessoas que dão mal uso às faculdades do conhecimento, tornam-se esquecidos, dispersivos, etc;

- Pessoas que dão mal uso às faculdades do amor, tornam-se arredias;

- Pessoas que dão mal uso às faculdades da geração, tornam-se vazias;

- Pessoas que dão mal uso às faculdades da Lei, tornam-se intratáveis;

- Pessoas que dão mal uso às faculdades da Justiça tornam-se intolerantes;

- Pessoas que dão mal uso às faculdades evolutivos, tornam-se apáticas.

Todo sentimento ativa fontes geradoras de energias espalhadas pelo corpo energético (espiritual) das
pessoas ou dos espíritos.

Se forem sentimentos virtuosos, as fontes, que já geram naturalmente, passam a gerar muito mais
energias e as enviam ao mental e ao emocional, assim como doam a quem receber de “frente” as
vibrações irradiadas pela pessoa virtuosa. E quem as absorver se sentirá bem.

Por outro lado, o inverso acontece com quem alimenta sentimentos negativos, que recebe as vibrações de
quem os está irradiando e logo se sente mal ou incomodado.

31
Casa dos Irmãos de Fé
Quem está gerando em excesso energias positivas, torna-se doador para seus semelhantes deficientes.

Quem está gerando energias negativas em excesso, começa a ser esgotado pelas criaturas com as quais
se liga automaticamente.

Descrevemos os cordões que surgem naturalmente, e a partir dos sentimentos íntimos.

Mas há outros tipos de cordões que são ativados conscientemente, por seres dotados de magnetismo
poderosos.

Geralmente são os responsáveis pela aplicação individual dos aspectos negativos das Divindades.

Sempre que projetamos uma onda vibratória negativa que alcança seus pólos magnéticos negativos,
atraímos a atenção desses seres magneticamente poderosos, que não só puxam para si a onda que
projetamos, como também, através delas começam a absorver nossas energias “humana” descarregando
em nós suas energias cósmicas, altamente nocivas aos nossos corpos carnal e espiritual.

Geralmente esses seres servem aos senhores Tronos Cósmicos, mas acontece de serem deslocados
para a dimensão espiritual em seu lado negativo, onde acabam retidos, pois foram atraídos por magia
negra. Pois as energias humanas são para eles balsâmicas.

Estes seres cósmicos naturais são capazes de projetar dezenas, centenas ou milhares de cordões
magnéticos, cada um ligado a uma pessoa ou espírito, fato este que não ocorre com os espíritos comuns.

Os espíritos comuns não conseguem projetar mais que um cordão para cada sentido, ainda que deem liga
magnética a quantos cordões lhes forem projetados.

Mas há um terceiro tipo de cordão projetado a partir de magia negativa que, quando ativados, projetam
ondas transportadoras de energias enfermiças, irritadoras, apatizadoras, etc. que deixam as pessoas
enfermas enfraquecendo-a.

Tipos de Cordões

Cordões Divinos: surgem a partir da vibração íntima de sentimentos virtuosos e ligam mentalmente as
pessoas às suas Divindades. Se deixarem de vibrar os sentimentos virtuosos os cordões se rompem
naturalmente.

Cordões cósmicos: surgem a partir da vibração íntima de sentimentos viciados; ligam mentalmente as
pessoas aos pólos magnéticos negativos das Divindades e só se rompem caso se deixe de alimentar e
vibrar tais sentimentos negativos.

Cordões naturais: surgem para direcionarem as energias geradas em excesso pelas pessoas. Podem ser
negativos ou positivos.

Cordões magnéticos: surgem a partir de vibrações magnéticas mentais e ligam seres ou espíritos
magneticamente poderosos a outras pessoas ou espíritos. Podem ser anulados pela Lei Maior e pela
Justiça Divina, se evocadas religiosamente por intermédio das Divindades aplicadoras delas na vida dos
seres.

Cordões energéticos: projetados por meio de magias, visam vitalizar ou desvitalizar pessoas e até
espíritos presos em cadeias mágicas astrais. Projetados por meio de magias, podem ser rompidos por
magias positivas, ou mediante evocação mágica das Divindades.

Cordões Divinos, Cósmicos e os Naturais surgem a partir da vibração intima de sentimentos virtuosos,
sentimentos viciados e geração excessiva de energia pelas pessoas, e desaparecem assim que os
sentimentos deixem de ser vibrados ou a geração energética se estabilize.
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Casa dos Irmãos de Fé
Costumamos dizer que o céu e o inferno estão mais próximos um do outro do que pensamos nós, já que
basta uma mudança de polo magnético para deixarmos de estar em sintonia com um e sintonizarmos o
outro, que é o oposto. Basta deixarmos de vibrar o amor e começarmos a vibrar ódio, inveja, intolerância,
sentimentos profanos... para sairmos as faixas vibratórias luminosas, e entrarmos as faixas escuras do
ódio. E tudo acontece sem sairmos do lugar onde nos encontramos.

Revisão sobre Chakras:

Chacra Coronal ou Ori

Localiza-se no topo da cabeça.

Propósito: Conecta-nos com a energia divina, nos traz a sabedoria intuitiva e nos conecta a
espiritualidade.

Lição: Aprendermos com a espiritualidade e a vivermos o momento.

Desequilíbrio: Depressões espirituais, falta de propósito, perda da identidade, medo da solidão, sentimento
de separação do próprio eu, sensibilidade à luz, som e ambiente.

Equilíbrio: Descoberta do divino, facilidade na conexão universal, humanismo, devoção, inspiração,


valores, princípios e ética. Chacra Frontal

Chacra Frontal

Localiza-se no centro da testa.

Propósito: Intuição e autoconhecimento.

Lição: Entendimento universal.

Desequilíbrio: Rigidez mental, racionalidade excessiva, medo da verdade, confusão, fixação nas idéias,
tumores cerebrais, cegueira, surdez, problemas na espinha, pânico, depressão.

Equilíbrio: Agilidade mental, terceira visão desenvolvida, abertura da visão interior, conceito de realidade,
capacidade de ver além das formas físicas, inteligência emocional, sabedoria, intuição e intelecto.

Chacra Laríngeo

Localiza-se na área da garganta.

Propósito: Aprender a assumir responsabilidade, comunicação e expressão.

Lição: Aprender a render-se à vontade de divina, a verdade sobre as decepções.

Desequilíbrio: Dificuldade em mostrar-se, dor de garganta, timidez, insegurança, criticas, medo da opinião
alheia, aftas escolioses, glândulas inchadas, laringite, problemas de dente ou gengivas.

Equilíbrio: Liberdade de expressão ou pensamento, boa comunicação, honestidade interior, vontade,


sensação de integridade.

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Casa dos Irmãos de Fé
Chacra Cardíaco

Localiza-se na área do coração.

Propósito: Abnegação, amor universal, paz.

Lição: Perdão, amor incondicional, deixar fluir, confiança, compaixão.

Desequilíbrio: Doação excessiva de si, desespero, ódio, inveja, medo, ciúme, raiva depressão, angustia,
diferença, brutalidade, câncer do seio.

Equilíbrio: Amor, compaixão, confiança, inspiração, calma, generosidade, conexão com que amamos e
com o amor divino, amor incondicional.

Chacra Esplênico

Localiza-se na área do umbigo é o centro de força pessoal.

Propósito: Entendimento pessoal.

Lição: Aceitação espiritual, amor próprio.

Desequilíbrio: Tendência a moldar tudo de acordo com seu ponto de vista, egoísmo, medo, ulceras,
tumores intestinais, hepatite, cirrose, artrite, anorexia e bulimia.

Equilíbrio: Auto-estima, paz e harmonia, aceitação da vida, autoconfiança, personalidade e consciência.

Chacra Sacro ou Umbilical

Localiza-se abaixo do umbigo.

Propósito: Potência sexual, criatividade, conexão emocional.

Lição: Aprender com os acontecimentos e deixar fluir.

Desequilíbrio: Ciúmes, possessividade, tensão, tristeza, libido e problemas urinários.

Equilíbrio: Fluidez natural da vida em todos os sentidos, dualidade e magnetismo.

Chacra Básico

Localiza-se no centro da pélvis.

Propósito: Sentimentos sinestésicos e movimento.

Lição: Interagir com o mundo material.

Desequilíbrio: Irritação, raiva, medo de viver, dor nas costas, varizes, tumores renais e depressão.

Equilíbrio: Confiança, segurança pessoal, auto-estima, satisfação, estabilidade e força interior.

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Casa dos Irmãos de Fé
Androgenesia Umbandista
“Ciência que diz respeito ao desenvolvimento físico e moral do homem.”

TRONO DA FÉ

Dentro deste Trono temos assentados os Orixás Oxalá e Oyá Tempo, ou Logunam.

A Fé não se ensina, ela é buscada ou fortalecida no íntimo de cada um, é um estado mental consciente e
racional, que trazemos adormecidas em nosso íntimo, que precisam germinar e crescer. É a principal via
evolutiva. A sintonia com o Altíssimo pela Fé gera um campo magnético de proteção, força interior, paz e
equilíbrio, fazendo com que a força mental e espiritual se manifeste e se realize. As montanhas que a Fé
remove são as dificuldades, as resistências, a vaidade, o egoísmo, o orgulho e a má vontade. É o simples
mistério do “EU SOU, EU POSSO, EU FAÇO”, é o despertar dos semi-deuses que somos, pois somos
imagem e semelhança de nosso Pai-Mãe Absoluto.

OXALÁ

Elemento: Cristal

Sentido Divino: Fé

Pólo magnético: Positivo

Gênero: Masculino

Onda fatoral: Universal

Magnetismo: passivo / irradiante

Saudação: “Oxalá yê Meu Pai” (Obrigado Pai!)

Oxalá é o Trono Natural da Fé e seu campo de atuação preferencial é a religiosidade dos seres, envia o
tempo todo, suas vibrações estimuladoras da Fé individual e suas irradiações geradoras de sentimentos
de religiosidade.

Os atributos de Oxalá são cristalinos, pois é através da essência cristalina que suas irradiações nos
chegam, nos imantando e despertando em nosso íntimo, os virtuosos sentimentos de Fé.

As atribuições de Oxalá são as de não deixar um só ser sem o amparo religioso dos mistérios da Fé. Mas
nem sempre o ser absorve suas irradiações quando está com a mente voltada para o materialismo
desenfreado dos espíritos encarnados. Com a força cristalina ou do Tempo, Pai Oxalá atua através do Ar.

Ele não tem um ponto de força específico na Natureza, embora costumemos dizer que os campos abertos
ou o alto das colinas são os pontos de força do nosso Divino Pai Oxalá, pois ele é a luz que equilibra todos
nós. Ele atua no Ritual de Umbanda como o maior dos Orixás.

As filiações de Oxalá

Irradiação cristalina - Fator cristalizador ou magnetizador

Oxalá na numerologia - 1 (um)

Os filhos de Oxalá são regidos pelo Sol

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Casa dos Irmãos de Fé
Regidos pelo Astro Rei e geniosos, os filhos de Oxalá são pessoas respeitadas, tranquilas, calmas até nos
momentos mais difíceis, amáveis e pensativos; podendo, às vezes, ser autoritários.

São muito dedicados e caprichosos, mantêm tudo sempre bonito, limpo. Respeitam a todos, mas exigem
ser respeitados. Sabem argumentar bem, tendo uma queda para trabalhos que impliquem em
organização. Gostam de centralizar tudo em torno de si mesmos. São reservados, mas raramente
orgulhosos.

Costuma-se dizer também que os filhos de Oxalufã seriam mais calmos, bondosos e tolerantes, mas com
boa capacidade de liderança, dado ao seu forte magnetismo (carisma). Já os filhos de Oxaguiã seriam
altos e robustos, elegantes, de porte majestoso e olhar ao mesmo tempo altivo e travesso, e amigos das
mulheres. Embora guerreiros, não são agressivos. Alegres, gostam profundamente da vida. Revelam-se,
às vezes, irônicos, maliciosos, prolixos e brincalhões.

Os filhos de Oxalá, se no positivo, são amoroso, alegres, compenetrados em tudo o que fazem,
emocionam-se facilmente, compadecem-se com o sofrimento alheio e acreditam em todos, são
persistentes.

Os filhos de Oxalá no negativo são ranzinzas, briguentos, frios, perversos, perigosos, agressivos e
vaidosos. Seu defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando têm certeza de suas convicções;
será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem outros caminhos para a resolução de um
problema. No Oxalá mais velho (Oxalufã) a tendência se traduz em ranzinze e intolerância; enquanto no
Oxalá novo (Oxaguiã) essa tendência gera certo furor pelo debate e pela argumentação.

Para os filhos de Oxalá, a ideia e o verbo são sempre mais importantes que a ação; não sendo raro
encontrá-los em carreiras onde a linguagem (escrita ou falada) seja o ponto fundamental.

Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte majestoso, principalmente na maneira de


andar. Na constituição física, o filho de Oxalá não é alto e magro como os filhos de Ogum, nem tão
compacto e forte como os filhos de Xangô. Às vezes, porém, essa maneira de caminhar e de se postar dá
lugar a alguém com tendência a ficar curvado, como se o peso de toda uma longa vida caísse sobre seus
ombros, mesmo em se tratando de alguém muito jovem.

Para que o filho de Oxalá tenha uma vida melhor, deve procurar despertar em seu interior a alegria pelas
coisas que o cercam e tentar ceder à sua natural teimosia.

No geral, os filhos de Oxalá são idealistas e defensores dos injustiçados. São muito intuitivos quanto ao
futuro. Seu pensamento original antecipa-se ao de sua época. Têm espírito brilhante e facilidade de
argumentação. São generosos e até pródigos.

Os filhos de Oxalá apreciam festas, reuniões “calorosas”, passeios, a boa mesa, roupas da moda e a
companhia de pessoas alegres e leais, mulheres inteligentes e decididas.

Os filhos de Oxalá não apreciam pessoas falsas, emotivas, arrivistas, roupas conservadoras chulas,
trabalhos pesados, recintos fechados, horários rígidos e comida picante.

Os filhos de Oxalá se afinam facilmente com os filhos de Oxossi, de Oxumaré e de Ogum; e com as filhas
de Nanã, de Iemanjá, e de Oxum, de Iansã e de Oyá.

Os Filhos de Oxalá não se harmonizam facilmente com os filhos de Xangô, Omulú e Obaluaiyê, e com as
filhas de Obá e de Egunitá.

Os filhos de Oxalá são solares e geniosos.

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Casa dos Irmãos de Fé
Os filhos puros de Oxalá (Oxalá + Oyá Tempo) são tímidos, introvertidos e circunspectos, preferem ouvir a
falar.

Quanto às filiações mistas, ainda que preservem as nuanças, características de seus pais, deixam visíveis
as características das partes dos outros fatores com os quais se fundiram.

Ervas: alecrim, angélica, alfavaca, arruda, baunilha, barba de velho, colônia, camomila, chapéu de couro,
capim limão, coentro, camélia, crisântemo branco, erva cidreira, erva-doce, erva de Santa Luzia, folha de
uva branca, folha da fortuna, funcho, gerânio branco, goiabeira branca (folhas), malva branca, maracujá
(flores), marcela, neve branca, palmas brancas, poejo, Tapete de Oxalá, é um tipo de Boldo, boldo do
Chile.

Flores: Rosas brancas sem espinhos, e flores brancas: lírio branco, lírio da paz, palma branca, margarida
branca, copo de Leite, jasmim; lágrima de Cristo, cravo branco.

Símbolo: Estrela de cinco pontas que desperta a Magia da Fé; cruz; a pomba branca da paz.

Água: água da fonte, água de côco.

Caboclos Pena Branca

Um caboclo Pena Branca é um espírito sustentado pelo Trono de Pai Oxóssi, atuando sob a irradiação de
Oxalá. Suas atribuições são as de velar pela pureza da doutrina do Ritual da Umbanda Sagrada, cuidar da
pureza da Fé, do Amor, do Conhecimento, dos procedimentos, etc. São caboclos serenos, calmos,
doutrinadores da Fé e da religiosidade, despertando o saber e estimulando a Fé.

Pena simboliza o saber, a doutrina, as matas de Pai Oxóssi. Branco significa a pureza, a verdade, os
cristais de Pai Oxalá.

Alguns Caboclos de Oxalá: Pena Branca, Flecha Branca, Montanha Branca, Folha Branca, Lua Branca,
Caboclo das Sete Encruzilhadas, Caboclo Tupã, Caboclo Tupi, Caboclo Tupinambá, Caboclo Sol, Caboclo
Girassol, Caboclo Gira-Mundo, Caboclo Vira Mundo, Caboclo Urubatão da Guia, Caboclo Ubirajara da
Guia, Caboclo Sete Flechas da Guia, Caboclo Sete Estrelas, Caboclo Sete Penas Brancas.

Alguns Exus de Oxalá: Exu Abre Tudo, Exu Arrebata Tudo, Exu Corta Tudo, Exu Desmancha Tudo, Exu
Encruza Tudo, Exu Gira-Mundo, Exu Guarda Tudo, Exu Lúcifer, Exu Maioral, Exu Rei das Almas, Exu Rei
das Sete Encruzilhadas, Exu Rei das Trevas, Exu Sete Cabeças, Exu Sete Encruzilhadas, Exu Sete
Estrelas, Exu Sete Coroas, Exu Sete Infernos, Exu Sete Sombras, Exu Tranca Tudo, Exu Vira Mundo.

OYÁ-TEMPO

Elemento: Tempo/Cristal

Sentido Divino: Religiosidade

Pólo magnético: Negativo

Gênero: Feminino

Onda fatoral: Cósmica

Magnetismo: ativo / absorvente

Saudação: “Olha o tempo Minha Mãe!” (Cuida do Tempo da minha vida, minha Mãe!)

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Casa dos Irmãos de Fé
Religiosidade é a vivência equilibrada da Fé, é um estado de espírito que dá força ao ser para suportar as
agruras da vida, é um aperfeiçoamento interno dos pensamentos, sentimentos, condutas pessoais,
expectativas, posturas sociais e religiosas.

A Orixá Oyá (Tempo) rege com Pai Oxalá, a Linha da Fé e seu campo preferencial de atuação é o
religioso, onde ela atua como ordenadora do caos religioso. Na ausência da religião, o ser tende a sentir-
se vazio, desmotivado e fragilizado, muitas vezes entregando-se ao vício que o deprecia.

O Tempo é a chave do mistério da Fé, porque é na eternidade do Tempo e na infinidade de Deus que
todas as evoluções acontecem. Tempo é a cronologia Divina, é o meio onde tudo se realiza, pois nada fica
fora dele. É a espiral sem fim que gira em duplo sentido e um de seus atributos é a Lei do Carma.

Quando Oyá “vira no tempo” contra um filho que desvirtuar sua Fé e Religiosidade para ocultar seus
desequilíbrios emocionais, suas ambições e desejos mórbidos, sua vida entra em uma espiral e só deixará
de rodar quando esgotar tudo de desregrado e desvirtuado que nela exista.

Esta é Oyá, amados Filhos dos Orixás!

Mãe religiosa por sua excelência Divina, mas mãe rigorosa por sua natureza cósmica, cujo principal
atributo junto dos espíritos humanos é o de esgotar tudo o que esteja desvirtuado dentro da religiosidade
dos filhos. Ela esgota os conhecimentos que enfraquecem a Fé, esgota os falsos e degenerados religiosos
que transformam as coisas da Fé em artigos mercantilistas. Ela atua sobre seres blasfemadores,
descrentes, fanáticos e enganadores da boa Fé, desmagnetizando o mental desvirtuado, anulando suas
faculdades, paralisando seu emocional e esvaziando-o em todos os sentimentos capitais.

Tempo, eis as qualidades e atributos negativos de Mãe Oyá que tanto se fala... Os supostos Pais de
Santos ou Magos Negros que recorrem ao Tempo, para prejudicar seus semelhantes com suas magias
negras receberão as ações desta Mãe tão rigorosa. Sacerdotes desvirtuados e pervertidos em sua
religiosidade são esgotados e esvaziados em suas energias no outro lado da vida, e Mãe Oyá é a
executora cósmica com seu pólo absorvente. O Tempo é o vazio cósmico onde são retidos todos os
espíritos que atentaram contra princípios Divinos que sustentam a religiosidade.

Enquanto Oxalá é irradiante, Mãe Oyá é absorvente.

As filiações de Oyá-Tempo

Irradiação cristalina - fator desmagnetizador ou temporal

Oyá na numerologia – 10 (dez)

As filhas de Oyá são regidas pelo Tempo.

As Filhas de Oyá são introspectivas e até um tanto tímidas, pois a natureza forte de sua Mãe Divina exige
delas uma certa “beatitude”, já que, das Mães Divinas, Ela é a mais rigorosa com os suas filhas relapsas.

As filhas de Oyá se no positivo, são simpáticas, discretas, silenciosas, observadoras, amigas e


conselheiras, emotivas, mas guardam suas emoções para si ao invés de exteriorizá-las, são lutadoras e
muito sinceras.

As filhas de Oyá no negativo são retraídas, ciumentas, possessivas, evasivas, fugidias, descrentes,
desconfiadas, não perdoam uma ofensa, mesmo inconsciente. São glaciais nos seus envolvimentos
emocionais.

As filhas de Oyá apreciam as coisas religiosas, o estudo, a música suave, a companhia de pessoas
discretas e de homens maduros, reservados e amorosos.

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Casa dos Irmãos de Fé
As filhas de Oyá não apreciam pessoas imaturas, “improdutivas”, muito falantes e grosseiras, roupas
aberrantes, discussões inconsequentes, intrigas, lugares muito agitados, muitas companhias, não gastam
seu tempo à toa.

As filhas de Oyá se compatibilizam facilmente com as filhas de Iemanjá, Oxum, Obá e Egunitá; e com os
filhos de Ogum, de xangô, de Oxumaré e de Obaluaiyê.

As filhas de Oyá não se misturam facilmente com as filhas de Nanã e de Iansã; e com os filhos de Oxossi,
de Xangô e de Omulú.

As filhas de Oyá são temporais, persistentes, tenazes e introspectivas;

As filhas puras de Oyá-Tempo (Oyá+ Oxalá) – são observadoras, recatadas e argutas, se destacam
mesmo quando permanece tão silencioso quanto o tempo, que as rege.

Quanto às filiações mistas, ainda que preservem as nuanças, características de seus pais, deixam visíveis
as características das partes dos outros fatores com os quais se fundiram.

As filiações mistas de Oyá-Tempo são de difícil identificação e, mesmo elas não tendo outra característica,
além do porte físico semelhante ao das filhas de Iansã, mesmo sendo opostas pois, são muito discretas ou
introvertidas.

Aspecto Físico: Possuem estatura média e compleição curvilínea bem delineada, tendendo para o
sensualismo, como os filhos de Iansã.

Ervas: Eucalipto, Alecrim, Anis.

Flores: flores do campo, margaridas branca, rosas branca, palmas branca.

Símbolo: Aspiral.

Água: água cristalizada (granizo), água de limão.

Quando firmar para Oyá: cortar magias negras, afastar eguns, “congelar” atuações de magos negros.

Boiadeiros

São espíritos hiperativos e brincalhões que atuam como refreadores do baixo-astral, aguerridos
desmandadores e rigorosos com os espíritos trevosos. Eles atuam nas Sete Linhas. Muitos espíritos que
hoje se manifestam como caboclos boiadeiros já trabalharam sob a irradiação do mistério Exú que é mais
um grau evolutivo. Mas existem boiadeiros que nunca foram Exú e atuam nas linhas cósmicas regidos por
Ogum e Mãe Oyá.

Seus campos de atuação são os caminhos (Ogum) e o Tempo ou Campinas (Oyá). O laço e o chicote são
suas armas espirituais, mistérios refreadores das investidas do baixo-astral.

Alguns Caboclos de Oyá Tempo: Caboclo Gira Mundo, Caboclo do Tempo, Caboclo (ou Cabocla) Lua,
Caboclo Sete Luas (de Oxalá e Oyá-Tempo). Os Caboclos Velhos também recebem uma regência da Mãe
Oyá-Tempo, dentro do Mistério Ancião (atravessaram o Tempo, adquiriram a experiência e o saber,
aprimoraram a Fé e a Religiosidade, e atuam nesses campos).

Alguns Exus e Pombagiras de Oyá Tempo:

Exus: Exu Vira Mundo, Exu Gira Mundo, Exu do Tempo, Exu Porteira da Religiosidade, Exu chave da
Religiosidade, Exu Sete Chaves da Religiosidade (de Oxalá e Oyá), Exu Sete Chaves da Fé e da

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Casa dos Irmãos de Fé
Religiosidade (de Oxalá e Oyá), Exu Sete Porteiras da Religiosidade (de Oxalá e Oyá). Os Exus Velhos
também recebem uma regência de Oyá-Tempo, da mesma forma que os Caboclos Velhos.

Pombagiras: Pombagira do Tempo, Pombagira Chave da Religiosidade etc. Existe Pombagira Maria
Padilha que é regida pelo Mistério do Tempo e atua sobre os desequilíbrios no campo da Fé e da
Religiosidade, cortando as ilusões.

TRONO DO AMOR

O Trono do Amor gera o fator agregador e irradia, já como essência, a concepção ou “união”, formando a
segunda linha de Umbanda.

O Amor é um sentimento abstrato, inato a cada pessoa, que se expressa com maior ou menor intensidade,
conforme o grau de evolução e merecimento daquele que o manifesta. É o Amor que nos leva ao
desenvolvimento das mais nobres virtudes humanas: compreensão, tolerância, paciência, entendimento
do sentido de união e fraternidade, doação sem condicionamentos, etc. Portanto, o Amor é uma conquista
pessoal, como o amor por outra pessoa, pela religião, por exemplo, e nos leva a vencer egos, conceitos e
preconceitos.

Quando estamos em sintonia com o Amor Divino, recebemos a irradiação de uma camada vibracional, que
estruturará em nós sentimentos puros, determinação, paz interior, equilíbrio e, principalmente, a vontade
de amar e de conceder esse Amor ao próximo. Fortalecerá o mental e a espiritualidade de cada um,
criando á nossa volta um campo protetor, como um escudo, e fazendo com que o Amor se manifeste e se
realize com muita intensidade, gerando fraternidade na vida das pessoas.

OXUM

Elemento: Mineral

Sentido Divino: Amor

Pólo magnético: Positivo

Gênero: Feminino

Onda fatoral: Universal

Magnetismo: passivo / irradiante

Saudação: “Ora yê yê!” (Olha por nós Mãe!)

Oxum é o Trono Natural Irradiador do Amor Divino e da Concepção da Vida em todos os sentidos. Como
“Mãe da Concepção”, ela estimula a união matrimonial, e como Trono Mineral, ela favorece a conquista da
riqueza espiritual e a abundância material, ou seja, prosperidade. Ela é quem agrega os bens materiais
que torna um ser rico, portanto, é conhecida como Orixá da Riqueza, Senhora do Ouro e das Pedras
Preciosas.

Oxum é o próprio Amor em ação sua força é a força do Amor. É por causa dela que precisamos nos
purificar nas cachoeiras, para nos reequilibrarmos em nosso campo mediúnico. Quando falamos de Oxum,
logo vem em mente uma mãe amorosa, ciumenta ou geniosa. Amor, ciúme, gênio forte são qualidades da
Orixá Guardiã do Ponto de Força da Natureza, as Cachoeiras.

Oxum é o sentimento humano do Amor, representado pelas águas que caem e continuam o seu curso,
alimentando a vida à sua volta. Oxum é a lágrima incontida nos momentos de provação, porque somente
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Casa dos Irmãos de Fé
através das lágrimas conseguimos liberar a emoção negativa que nos magoa, sufoca ou provoca forte
angústia, para conseguirmos continuar nossa caminhada.

A Orixá Oxum é o Trono Regente do pólo magnético irradiante da linha do Amor e atua na vida dos seres
estimulando em cada um os sentimentos de amor, fraternidade e união. Bela, vaidosa e sensual, Oxum é
a deusa do amor e a mais feminina de todas as Divindades da Umbanda. O casamento, o ventre, a
fecundidade e as crianças são de Oxum, assim como, talvez por consequência, a felicidade.

Em seus aspectos positivos, ela estimula os sentimentos de Amor e acelera a união e a concepção. Os
seus aspectos negativos são punidores dos seres que desvirtuam os princípios do Amor e da concepção.
São velados ao máximo. As entidades que atuam através do seu lado negativo são mais para desmanchar
“trabalhos” do que para fazê-los.

Aos que vão atrás dessa força oculta, um aviso: Um dia irão chorar aos pés da cachoeira, para lavar com
suas lágrimas todo o mal que fizeram. Mas aí já não será Oxum agindo, e sim o Xangô das Cachoeiras,
julgando aqueles que devem ao Criador pelo mau uso das forças do ponto de força da Natureza e que
serão executados por Ogum Iara que auxilia Oxum em seu ponto de força, pois Oxum não executa, ela
apenas nega a quem erra o fluido vital mineral emanado de seu campo de força. O mundo vibra, as águas
vibram, Oxum vibra, nós vibramos com seus fluidos benéficos.

Ervas: macaçá, pacholli, pingo d’água, agrião, dinheiro em penca, manjericão branco, calêndula, narciso;
vassourinha, erva de Santa Luzia, e jasmim, erva cidreira, gengibre, camomila, arnica, trevo azedo ou
grande, chuva de ouro, manjericona, erva Santa Maria.

Símbolo: coração, cachoeira.

Flores: Lírios, Rosas Cor de Rosa.

Água: água mineral, água de maçã.

As filiações de Oxum

Onda geradora mineral - Fator agregador

Oxum na numerologia – 2 (dois)

As filhas de Oxum são regidas pelo planeta Vênus, que é um planeta misto.

As filhas de Oxum amam espelhos, joias caras, ouro, são impecáveis no trajar e não se exibem
publicamente sem primeiro cuidar da vestimenta, do cabelo e, as mulheres, da pintura.

As pessoas de Oxum são vaidosas, elegantes, sensuais, adoram perfumes, roupas bonitas, tudo que se
relaciona com a beleza.

Talvez ninguém tenha sido tão feliz para definir a filha de Oxum como o pesquisador da religião africana, o
francês Pierre Verger, que escreveu: "o arquétipo de Oxum é das mulheres graciosas e elegantes, com
paixão pelas joias, perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que são símbolo do charme e da beleza.
Voluptuosas e sensuais, porém mais reservadas que as de Iansã. Elas evitam chocar a opinião pública, à
qual dão muita importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora, escondem uma vontade muito forte e
um grande desejo de ascensão social".

As filhas de Oxum são mais discretas, pois, assim como apreciam o destaque social, temem os
escândalos ou qualquer coisa que possa denegrir a imagem de inofensivas, bondosas, que constroem
cautelosamente a imagem doce, que esconde uma determinação forte e uma ambição bastante marcante.

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Casa dos Irmãos de Fé
As pessoas de Oxum têm tendência para engordar; gostam da vida social, das festas e dos prazeres em
geral. Gostam de chamar a atenção do sexo oposto.

O sexo é importante para as filhas de Oxum. Elas tendem a ter uma vida sexual intensa e significativa,
mas diferente das filhas de Iansã ou dos filhos de Ogum. Representam sempre o tipo que atrai e que é
sempre perseguida pelo sexo oposto. Aprecia o luxo e o conforto, é vaidosa, elegante, sensual e gosta de
mudanças, podendo ser infiel. Despertam ciúmes nas mulheres e se envolvem em intrigas.

Na verdade, as pessoas de Oxum são narcisistas demais para gostarem muito de alguém que não delas
próprias, mas sua facilidade para a doçura, sensualidade e carinho pode fazer com que pareçam os seres
mais apaixonados e dedicados do mundo. São boas donas de casa e companheiras.

São muito sensíveis a qualquer emoção, calmas, tranquilas, emotivas, normalmente têm uma facilidade
muito grande para o choro.

O arquétipo psicológico associado a Oxum se aproxima da imagem que se tem de um rio, das águas que
são seu elemento; aparência da calma que pode esconder correntes, buracos no fundo, grutas tudo que
não é nem reto nem direto, mas pouco claro em termos de forma, cheio de meandros.

Faz parte do tipo, uma certa preguiça coquete, uma ironia persistente, porém discreta e, na aparência,
apenas inconsequente. Pode vir a ser interesseira e indecisa, mas seu maior defeito é o ciúme. Um dos
defeitos mais comuns associados à superficialidade de Oxum é compreensível como manifestação mais
profunda: seus filhos tendem a ser fofoqueiros, mas não pelo mero prazer de falar e contar os segredos
dos outros, mas porque essa é a única maneira de terem informações em troca.

São pessoas desconfiadas e possuidoras de grande intuição, que muitas vezes, é posta a serviço da
astúcia, conseguindo tudo que quer com imaginação e intriga. Preferem contornar habilmente um
obstáculo a enfrentá-lo de frente. Sua atitude lembra o movimento do rio, quando a água contorna uma
pedra muito grande que está em seu Leito, em vez de chocar-se violentamente contra ela, a contorna
sabiamente e por isso mesmo, são muito persistentes no que buscam, tendo objetivos fortemente
delineados, chegando mesmo a ser incrivelmente teimosos e obstinados.

Entretanto, às vezes, parece esquecer um objetivo que antes era tão importante, não se importando mais
com ele. Na realidade, estará agindo por outros caminhos, utilizando outras estratégias.

No polo negativo, são pessoas ciumentas, agressivas, vaidosas, insuportáveis, intratáveis, vingativas e
não se esquecem de uma ofensa, portanto não perdoam mágoas. Oxum é assim: bateu, levou. Não tolera
o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque
feminino de bondade.

As filhas de Oxum, no positivo, são amorosas, delicadas, meigas, sensíveis, perceptíveis, perfeccionistas,
cuidadosas, amáveis, protetoras e maternais. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque
feminino de bondade.

As filhas de Oxum, no negativo, são ciumentas, agressivas, vaidosas, insuportáveis, intratáveis, vingativas,
não esquecem uma ofensa e não perdoam uma mágoa. Oxum é assim: bateu, levou. Não tolera o que
considera injusto e adora uma pirraça.

As filhas de Oxum apreciam festas familiares, danças, recitais românticos, poesias, medicina, crianças, ser
professoras, conselheiras e donas-de-casa dedicadas.

As filhas de Oxum não apreciam a solidão, homens autoritários ou agressivos, reuniões monótonas,
estudo das ciências exatas, política, lugares tristes ou monótonos, homens ciumentos e mulheres
egoístas.

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Casa dos Irmãos de Fé
As filhas de Oxum são regidas por Vênus, que realça nelas a feminilidade e o charme.

As filhas de Oxum são de compleição delicada, sensíveis e alegres.

As filhas de Oxum harmonizam-se com as filhas e os filhos de todos os Orixás.

As filhas de Oxum apreciam as coisas religiosas ou da fé.

Aspecto Físico: São de compleição delicada, sensível e alegre.

Linhas de Trabalho:

As linhas regidas por Mãe Oxum são as Pombagiras e as Crianças.

As caboclas encantadas elementais aquáticas são regidas por Oxum: Cabocla Araci, Cabocla Brava
Cabocla, Cabocla Caçadora, Cabocla Diana da Mata, Cabocla Estrela de Cristal, Cabocla Guaraciara,
Cabocla Indaiá, Cabocla Iracema Flecheira, Cabocla Itapotira, Cabocla Jacira, Cabocla Jandirá, Cabocla
Jandira, Cabocla Jandira Flecheira, Cabocla Assucena, Cabocla Jarina, Cabocla Jupiara, Cabocla Jupira,
Iracema, Yara, Imaiá, Jaceguaia, Juruema, Juruena, Araguaia, Estrela da Manhã, Tunuê, Mirini, etc.

Alguns Caboclos de Oxum: Caboclo Concha Dourada, Caboclo Coração da Mata, Caboclo da Cachoeira,
Caboclo Iara, Caboclo Lírio, Caboclo Pena Dourada, Caboclo Sete Cachoeiras, Caboclo Flecha Dourada,
etc.

Alguns Exus e Pombagiras de Oxum:

Exus: Exu Capa Dourada, Exu Casamenteiro, Exu Cachoeira, Exu Veludo, etc.

Pombagiras: O nome Maria é sempre referência à Oxum. Maria Mulambo (com irradiação de Omulu),
Maria das Rosas, etc. O nome Rosa também é sempre associado a Oxum. Rosa Negra (Oxum e Omulu),
Rosa dos Ventos (Oxum e Yansã), etc...

Oxum é a regente de toda a Linha de Pombagiras.

Crianças, Erês ou Ibejis

É uma linha fechada em seus mistérios. É regida por Pai Oxumaré também, no sentido de atuarem nas
Sete Cores. Estas crianças possuem as características do elemento em que atuam; se trabalham sob a
influência do Ar, são alegres e expansivas; se são do fogo, são facilmente irritáveis; se são da terra, são
caladas e só querem trabalhar; se são das águas são carinhosas, melodiosas no falar e adoram brincar.

OXUMARÉ

Elemento: Mineral

Sentido Divino: Renovação

Pólo magnético: Negativo

Gênero: Masculino

Onda fatoral: Cósmica

Magnetismo: ativo / absorvente

Saudação: “Orroboboi!”( Salve Senhor das águas supremas!)

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Casa dos Irmãos de Fé
Renovar significa tornar novo, modificar, recomeçar, brotar, é aperfeiçoamento constante, renovação do
nosso íntimo, com disciplina, trabalho e consciência tranquila, curando nossos defeitos, aprimorando
nossas ações e purificando os sentimentos e emoções.

A Renovação é o campo preferencial de Pai Oxumaré, que é representado pelo Sagrado Arco-íris, pois
irradia as sete cores que caracterizam as sete irradiações Divinas que dão origem as Sete Linhas de
Umbanda. É renovação contínua, em todos os sentidos da vida. Ele atua de forma lenta e sutil, diluindo
sentimentos, atitudes e uniões desequilibradas, direcionando os seres, até descarregarem os acúmulos de
energias negativas, reequilibrando-os. Seu fator renovador traz em si a qualidade de renovar um meio
ambiente, uma agregação, uma energia, um elemento e até os sentimentos íntimos dos seres.

Oxumaré é o Orixá que rege sobre a sexualidade. Seus principais Fatores são o Diluidor e o Renovador,
pois a Energia de Oxumaré se movimenta por meio de uma onda dupla: uma onda dilui as negatividades
dos seres e a outra onda, simultaneamente, os renova. Essas duas ondas entrelaçada seguem numa
mesma direção, criando uma irradiação diluidora de todas as agregações não estáveis. Uma dilui as
agregações masculinas, e a outra dilui as agregações femininas.

Essa onda dupla é simbolizada por duas serpentes entrelaçadas num eixo vertical. E aqui surge um dos
Mistérios de Oxumaré: o Mistério Cobra ou Serpente. Mas esta “serpente” não se refere ao animal, ao
réptil, na verdade ela representa um tipo de Energia que circula. Por outro lado, a serpente é associada à
sexualidade. Esta Energia não é apenas uma energia sexual ou para o sexo. Ela é mais que isso. É a
Energia da alegria, da satisfação, do prazer de viver, o que certamente pode englobar a sexualidade, mas
vai além desse aspecto.

É a serpente que dorme e que, ao ser despertada, sobe pela coluna e num movimento que lembra o da
serpente, até chegar na coroa. Esta energia nos dá vitalidade, capacidade de iniciativa; despertam em nós
a vontade de fazer, de realizar, de estar presente; dão-nos a capacidade do saber relacionar-se com o
mundo.

Seu campo de atuação é tão amplo, que dilui as causas dos desequilíbrios quanto gera de si as condições
ideais para que tudo seja renovado, já em equilíbrio e harmonia.

Oxumaré é a renovação do amor na vida dos seres. E onde o amor cedeu lugar á paixão, ou foi
substituído pelo ciúme, então cessa a irradiação de Oxum e inicia-se a dele, que é diluidora tanto da
paixão como do ciúme. Ele dilui a religiosidade já estabelecida na mente de um ser e o conduz,
emocionalmente, a outra religião, cuja doutrina auxiliará o ser a evoluir no caminho reto.

Renovação, eis a palavra chave que bem define o Divino Oxumaré, que em seu aspecto negativo, tem um
mistério escuro chamado por nós de “sete Cobras” ou “sete caminhos tortuosos”, que é por onde transitam
todos os seres que saíram do caminho reto e entraram nos desvios da vida, que sempre conduzem aos
caminhos da morte. Seu ponto de força é próximo às cachoeiras.

Como Trono Masculino do Amor, Pai Oxumaré nos ampara e auxilia em todas as dificuldades no campo
do amor, da afetividade no geral e do relacionar-se com o outro; inclusive nas dificuldades referentes à
sexualidade. Quando alimentamos ódio, ciúmes, ressentimentos e mágoas, ou dificuldades no campo da
sexualidade, por exemplos, podemos pedir a Ele que dilua esses sentimentos negativos e renove o nosso
íntimo, curando esses bloqueios indesejáveis. Pois o Divino Oxumaré é também um dos Orixás que
compõem o Sagrado Trono Medicinal ou da Cura (ao lado dos Amados Pais Oxalá, Oxóssi, Obaluaiê,
entre outros).

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Casa dos Irmãos de Fé
Ervas: graviola (poder renovador); damiana (poderosa condensadora de energias); artemísia (renovadora
da Fé e ativadora da sensibilidade); dandá, espinheira santa, orégano, urucum, valeriana, picão preto,
açafrão raiz, angélica raiz, carqueja amarga, chapéu de couro, gengibre, guaraná semente, hibisco flor,
imburana semente, manjerona, marapuama, dente-de-leão, pinhão branco, umbaúba, folhas de
abacateiro, cavalinha, folhas de maracujá, folhas de louro, dinheiro em penca, manjericão, calêndula,
jasmim, camomila, arnica, trevo azedo ou grande, chuva de ouro.

Símbolo: Serpente, Arco-Íris.

Flores: Flor do campo coloridas, hortênsia, rosas de cor champanhe.

Água: Água de melão.

As filiações de Oxumaré

Onda geradora mineral - Fator diluidor e renovador

Oxumaré na numerologia – 11 (onze)

Os filhos de Oxumaré são regidos pelo planeta Vênus, que é um planeta misto.

São pessoas que tendem à renovação e à mudança. Periodicamente mudam tudo na sua vida (de maneira
radical): mudam de casa, de amigos, de religião, de emprego; vivem rompendo com o passado na busca
de novas alternativas para o futuro, para cumprir o seu ciclo de vida: mutável, incerto, de substituições
constantes.

São orgulhosas, exibicionistas, mas também generosas e desprendidas quando se trata de ajudar alguém.
Extremamente ativas e ágeis, estão sempre em movimento e ação, não podem parar. Regidos por Vênus,
o que estimula neles a libido e sentimentos amorosos.

São pessoas pacientes e obstinadas na luta pelos seus objetivos e não medem sacrifícios para alcançá-
los.

Os filhos de Oxumaré, no positivo, são extrovertidos, falantes, galantes, envolventes, comunicativos,


criativos, amáveis, educado, curiosos, interrogativos e alegres.

Os filhos de Oxumaré, no negativo, são apáticos, mórbidos, fechados, sombrios, solitários, auto punidores,
venenosos e aziagos.

Os filhos de Oxumaré apreciam as ciências, os estudos filosóficos passeios em grupo, reuniões agitadas
ou festivas, discursos eloqüentes e emocionantes, a política, a liderança, ser expoente no seu meio e criar
coisas novas e revolucionárias, gostam de mulheres descontraídas e descompromissadas, pois são
volúveis.

Os filhos de Oxumaré não apreciam a monotonia ou repetitividade nos seus dia a dia, mulheres ciumentas,
a mesma comida todo dia, locais fechados ou abafados, pessoas inoportunas (os aproveitadores),
pessoas de natureza iracunda ou irritantes, ou mal-humorados.

Os filhos de Oxumaré são regidos por Vênus o que estimula neles a libido e os sentimentos amorosos.

Os filhos de Oxumaré são do tipo esbelto, solto e ágil.

Os filhos de Oxumaré só não se compatibilizam com os filhos de Omulú e de Xangô.

Os filhos de Oxumaré apreciam as coisas místicas e mágicas.

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Casa dos Irmãos de Fé
Caboclos do Arco-íris

Estes caboclos trabalham na irradiação de todos os Orixás. São espíritos sustentados pelo Orixá Oxóssi,
atuando sob a irradiação de Oxumaré. Todo caboclo Arco-íris é um renovador, portanto renovam e
sintetizam os Sete Sentidos da Vida: Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Criação.

Como Pai Oxumaré é identificado com Dã, a cobra que participou da criação, a Serpente do Arco-íris, os
caboclos seguem a mesma linha, sendo comum o nome de cobra ser usado.

Alguns Caboclos de Oxumaré: Caboclo Cobra Coral, Caboclo Serpente, Caboclo Aimberê, Caboclo
Aimoré Caboclo, Caboclo Akuan, Caboclo Aquinauã, Caboclo Araguari, Caboclo Arapongas, Caboclo
Arapuã, Caboclo Araraguara, Caboclo Araribóia, Caboclo Araúna, Caboclo Cachoeira, Caboclo Chico
Jibóia, Caboclo Cipó, Caboclo Concha Dourada, Caboclo Jibóia, Caboclo Coração da Mata, Caboclo da
Manhã, Caboclo Seu Braúna, Caboclo Suarê, Caboclo Sucuri, etc.

Alguns Exus e Pombagiras de Oxumaré:

Exus: Exu Cobra Coral, Exu Cobra, Exu Cobra Preta, Exu Sete-Cobras, Exu Serpente, Exu Arco-íris, Exu
Gargalhada, etc.

Pombagiras: Pombagira Arco-íris, Pombagira Cobra, Pombagira Serpente, Pombagira Sete Cobras,
Pombagira das Cobras, Pombagira Sete Cores, etc.

TRONO DO CONHECIMENTO
"Deus não impôs aos ignorantes a obrigação de aprender, sem antes ter tomado dos que sabem o juramento de ensinar."

O conhecimento é um dos alicerces básicos para continuarmos ou começarmos a nossa evolução, seja
material, espiritual ou em qualquer realidade Divina. Nós o adquirimos com os fatos que acontecem em
nossa vida, segundo o nosso merecimento e o nosso grau de evolução. Com sabedoria ou com sofrimento
aprendemos a usá-lo de maneira correta e, quanto mais aptos estivermos e mais o tenhamos adquirido,
mais e mais conhecimentos vão se abrindo para nós e, assim, sucessivamente.

Somos uma criação do “Sopro Divino”, que nos gerou e nos exteriorizou segundo a Sua imagem e
semelhança, com raciocínio e discernimento, para adquirirmos consciência através desse conhecimento e
podermos evoluir.

O saber ou conhecimento perfeito em si mesmo, é o coroamento de todas as ações. Ele nos livra da
confusão, das dúvidas, da má compreensão e dos erros.

O conhecimento-amor é uma conquista que buscamos exteriormente, mas temos que nos voltar para
dentro de nós à procura da verdade. Ele pertence a cada pessoa, cada um o percebe de um modo e ele
não pode ser tomado como parâmetro coletivo. Da mesma forma, ninguém conseguirá tirar ou fazer com
que o percamos.

O Trono do Conhecimento gera o fator especulativo e irradia, já como essência, o aprendizado.

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Casa dos Irmãos de Fé
OXÓSSI

Elemento: Vegetal

Sentido Divino: Conhecimento

Pólo magnético: Positivo

Gênero: Masculino

Onda fatoral: Universal

Magnetismo: ativo / irradiante

Saudação: “Okê, arô!” (Dê seu brado, Majestade!)

Pai Oxóssi é em si mesmo o conhecimento Divino que ensina todas as pessoas a se conhecerem, através
do nosso Divino Criador. É o Orixá que irradia essa qualidade o tempo todo e é em si mesmo a onisciência
de Deus. O Orixá Oxóssi é o mistério Doutrinador por excelência e faz com que busquemos a
compreensão e a fixação do saber.

Oxo significa caçador. Ossi significa noturno. Logo, Oxóssi é o caçador noturno. É o Orixá caçador que
caça e busca o conhecimento, que leva as pessoas ao saber ordenado e sem desvirtuamento das
Doutrinas Divinas. Ele é o Orixá que traz o alimento da Fé e do Saber Religioso, tanto para os espíritos
menos iluminados quanto para aos iluminados.

Quando Oxóssi atira sua flecha, ele não erra o alvo e traz na ponta dela o Conhecimento Doutrinário
necessário para não haver estagnação e paralisação mental das pessoas. Oxóssi irradia duas linhas de
ação: uma estimula o ser a buscar o conhecimento e a outra o estimula a usar o que já sabe em beneficio
das pessoas, da coletividade. Ele vibra o conhecimento para os seres regidos por esse mistério.

Quando uma pessoa não está desvirtuando um conhecimento adquirido e o transmite sabiamente para
outros, Oxóssi irradia sobre ela, que adquire um raciocínio hábil, expandido suas faculdades, aguçando o
seu raciocínio, fazendo com que busque o entendimento das coisas de uma forma racional, usando
sempre o bom senso para discernir o certo do errado.

Citamos como exemplo, o fato de que quanto mais sabemos racionalmente acerca das coisas Divinas da
Fé, mais respeito teremos pela Criação e mais Fé em Deus. Com o passar dos tempos, ela estará
cristalizada pelo conhecimento racional sobre a própria origem Divina e passaremos a encontrar Deus em
nós mesmos e nos outros seres e criaturas da Criação Divina.

Seu ponto de Força é na Natureza Vegetal, é a Divindade que tem o grau de Guardião dos mistérios da
natureza e Guardião dos Segredos medicinais das folhas. A irradiação de Oxóssi é uma vibração
curadora, pois atua no mental dos seres, saturando-os com sua essência e energia vegetal, curando as
doenças emocionais e os desequilíbrios energéticos que se expressam no corpo material. Muitas vezes,
as doenças não são diagnosticadas por exames laboratoriais de rotina, por terem um fundo emocional e
de desequilíbrio energético, que surgem a partir da aceitação dos conceitos errôneos, paralisadores da
evolução na vida das pessoas.

Sob o domínio de Oxóssi existem milhares de falanges de trabalho, todas elas com suas ordens e campo
de ação próprio. Oxóssi está:

-nos a conhecer Deus racionalmente.

-nos a conhecermos as coisas do Amor, aprendermos a amar o próximo e a nós


mesmos, através do Deus Criador de tudo e de todos.
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Casa dos Irmãos de Fé
criação e todos os seres e criaturas.

na Lei: a Lei sem seu conhecimento reto e ordenador seria a desordem, o caos total. Basta sairmos do
conhecimento reto da Lei para sermos “cortados e anulados” por ela, que irá nos reconduzir novamente ao
conhecimento Divino correto e racional, para retomarmos nossa evolução.

conhecimento, para retornarmos na direção do nosso aprendizado e evolução.

e na geração de novos conceitos,


caminhos e buscas para o conhecimento correto de Deus e de Sua Criação.

Enfim, Oxóssi é o doutrinador natural que esclarece os seres e a partir do conhecimento Divino vai
religando-os a Deus e a toda a sua Criação. Por ser o Conhecimento que está em tudo e em todos, é tido
como a Divindade que aguça o raciocínio e esclarece e expande as faculdades mentais, ligadas ao
aprendizado dos ensinamentos, principalmente do religioso, estimulando-os a buscar Deus sem fanatismo
ou emotividade, mas com conhecimento racional e Fé.

Oxóssi é o raciocínio hábil, o cientista, o doutrinador, é o grande comunicador, é a Divindade da


Expansão. É o Senhor do Reino Vegetal, dono de todos os frutos, ervas e flores e de toda a vida existente
nas florestas, campos, matas e adjacências. É o Senhor da fauna e da flora planetárias. Seu primeiro
Elemento de atuação é o Vegetal (que nos purifica, limpa, nutre e cura) e o seu segundo Elemento é o Ar
(que leva, espalha e expande).

Sua dança, de ritmo “corrido”, simula o gesto de atirar flechas para a direita e para a esquerda. Ele imita o
cavaleiro que persegue a caça, deslizando devagar, e que às vezes pula e gira sobre si mesmo. É
importante lembrar que o culto de Orixá vem da África, de uma cultura tribal, na qual os homens saíam
para caçar, quando não viviam da agricultura. E quem sai para caçar e trazer alimento para a tribo é o
caçador.

Mas numa vida tribal, o caçador também é o guerreiro que enfrenta os perigos da floresta e depois traz
alimento e informações para o grupo, pois o caçador não saía apenas para buscar alimento, ele também ia
buscar conhecimentos sobre a região, sobre os animais e a floresta, sobre outras tribos.

Está relacionado com as árvores e os antepassados. As abelhas lhe pertencem e representam os


antepassados femininos. Relaciona-se com os animais em geral, imitando seus gritos com perfeição. É o
caçador valente, ágil e generoso, que propicia a caça, domina a flora e a fauna e protege contra o ataque
das feras. Gera o sustento, a alimentação abundante, o progresso e a riqueza para o homem.

Ervas: acácia-jurema, abre-caminho, alecrim do campo, amoreira (folhas), cabelo de milho, capim limão,
capim cidrão, casca de laranja, chapéu de couro, cipó caboclo, cipó camarão, cipó cravo, espinho
cheiroso, desata-nó, espinheira santa, eucalipto, folhas de pitanga, folhas de manga, guiné, goiabeira,
gengibre, guaco cheiroso, guaxima cor-de-rosa, hortelã, jaborandi, jurema branca, jureminha, jurema
preta, levante, língua de vaca, malva do campo, malva rosa, manjericão, pariparoba, peregum verde e
amarelo, pau d’água, pitanga, quebra demanda, romã, sabugueiro, saião, São Gonçalo, taioba.

Símbolos e elementos: Arco e Flecha, Pena e rabo de boi.

Flores: plantas, ervas e flores nativas (do campo).

Águas: de laranja.

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As filiações de Oxossi

Onda geradora vegetal – Fator expansor

Oxossi na numerologia – 5 (cinco)

Os filhos de Oxossi são descontraídos.

Os filhos de Oxossi são regidos pelo planeta Mercúrio.

Os filhos de Oxossi são imantados com um magnetismo expansivo, eles são classificados como filhos do
conhecimento.

Os filhos de Oxossi são curiosos e sente atração por tudo o que for interessante.

Os filhos de Oxossi apreciam viajar, estudar, fazer muitas amizades e confiam muito facilmente.

Os filhos de Oxossi não apreciam pessoas ignorantes, lugares fechados, a monotonia, conversas tolas,
pessoas falsas.

Os filhos de Oxossi, se no positivo, são joviais, galanteadores, verborrágicos, confiáveis, leais, sensíveis
às necessidades alheias e são muito prestativos, rápidos e espertos, mental e fisicamente. Cheios de
iniciativa, dotados de um espírito curioso e observador, estão abertos a novas descobertas e novas
atividades e são geralmente desbravadores, pioneiros. Tem grande capacidade de concentração e de
atenção, firme determinação de alcançar seus objetivos e paciência para aguardar o momento correto
para agir. Lidam bem com a realidade material, têm os pés ligados à terra, o que não quer dizer que sejam
ambiciosos em demasia.

Os filhos de Oxossi, se no negativo são críticos ácidos, linguarudos e respondões, vingativos, perigosos e
brigam por qualquer motivo.

Os filhos de Oxossi harmonizam-se facilmente com os filhos de Oxalá, Ogum, Xangô, Oxumaré e Omulú,
e têm reservas quando em contado com os filhos de Obaluaiyê. Compatibilizam-se facilmente com as
filhas de Iemanjá, Oxum, Oyá e Iansã e têm reservas com as filhas de Obá, Egunitá e Nanã Buruquê.

Representam o homem impondo sua marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para sobreviver,
mas sem alterá-lo. São regidos pelo planeta Mercúrio. São imantados com um magnetismo expansivo e
classificados como filhos do Conhecimento.

Os filhos de Oxóssi são curiosos e sentem a atração por tudo o que for interessante. Apreciam viajar,
estudar, fazer muitas amizades e confiam muito facilmente.

Possuem extrema sensibilidade, qualidades artísticas, criatividade e gosto apurado. Sua estrutura psíquica
é emotiva e romântica. São discretos, não gostam de fazer julgamentos sobre os outros e respeitam muito
o espaço individual de cada um.

Independentes, não apreciam muito os trabalhos em equipe. Mas têm grande senso de dever e de
responsabilidade, principalmente em relação aos cuidados para com a família (pois o “caçador” tem a
responsabilidade de sustentar a tribo). Não apreciam pessoas ignorantes, lugares fechados, monotonia,
conversas tolas e pessoas falsas.

Sentem a necessidade do silêncio para desenvolver a capacidade de observação, e neste aspecto são
reservados. Isso pode levá-los ao rompimento de laços, o que não quer dizer que sejam instáveis em seus
amores.

Fisicamente, tendem a ser magros, um pouco nervosos, mas controlados.


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Casa dos Irmãos de Fé
Caboclos de Oxóssi

Há caboclos de todos os Orixás, mas as linhas de trabalhos de caboclos e caboclas no ritual de Umbanda
Sagrada,são sustentadas pelo mistério Orixá Oxóssi.

Os caboclos e caboclas são doutrinadores de nossa Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e
Geração. São trabalhadores dos mistérios à direita dos Sagrados Orixás. Sua linha é forte, pois são
aguerridos persistentes e movimentam essências dos Tronos de Deus.

Os caboclos e caboclas de Oxóssi trabalham com velas verdes e manipulam outros elementos naturais,
como ervas, sementes, frutos, raízes, flores, pedras, essências, fitas, penas, pembas, etc. Suas formas
plasmadas e sua vestimenta simbólica são iguais ao hierarca da falange. São persistentes, amorosos,
simples, humildes e vibram quando seu “médium” trabalha corretamente com seu corpo físico e espiritual,
entregando-se à evolução intima constante e com conduta moral elevada.

Mas, se o “médium” não contribui e não quer “evoluir”, muitas vezes bloqueando a sua comunicação, e
ainda com “atos” soberbos e de vaidade, negando “crescer” e julgando-se “perfeito”, fica difícil sua
incorporação “completa”.

Alguns Caboclos e Caboclas de Oxóssi:

Puros de Oxóssi: Caboclo Guiné, Caboclo Arruda, Tabajara, Caboclo Coqueiro, Caboclo Sete Palmeiras,
Caboclo Folha Verde, Caboclo Ibiratam, Caboclo Sete Penas das Matas, Pena Verde, Caboclo Pery,
Caboclo Jupissiara, Sete Flechas, Tupiára, Tupiaçu, Samambaia, Junco Verde.

Puras de Oxóssi: Cabocla Jurema, Cabocla Jacira, Cabocla Flor de Lís, Cabocla Flor da Mata, Cabocla da
Mata, Cabocla da Lua, Cabocla Lírio Branco, Cabocla Angatú, Cabocla Sete Flechas, Cabocla Sete
Estrelas, Cabocla Samambáia, Cabocla Jandira, Cabocla Capotira.

Mistos: Arranca Toco (Ogum/Oxóssi), Araribóia (Oxumaré/Oxóssi), Cobra Coral (Oxumaré/Oxóssi), Pena
Branca (Oxalá/Oxóssi), Pena Azul (Oxóssi/Iemanjá), Pena Dourada (Oxóssi/Oxum), Tupinambá
(Oxalá/Oxóssi), Caboclo da Mata Virgem, Caboclo Rei da Mata (Oxalá/Oxóssi), Caboclo Rompe Folha
(Ogum/Oxóssi), Caboclo Rompe Mato (Ogum/Oxóssi), Caboclo Guarani (Oxalá/Oxóssi), Caboclo Tupã
(Oxalá/Oxóssi).

Alguns Exus e Pombagiras de Oxóssi:

Em geral, os nomes de felinos e outros animais são de Exus de Oxóssi.

Exús puros: Exú Marabô, Exu Mangueira, Exu Sete Folhas Verdes, Exu Folha Verde, Exu das Matas, Exu
Cipó, Exu Samambaia, Exu Gato, Exu Pantera, Exu Pena de Coruja, Exu Selvagem, Exu Coqueiro, Exu
Coquinho dos Infernos, Exu da Moita, Exu Sete Folhas, Exu Sete Folhas Secas, Exu Coquinho, Exu
Formiga.

Exús mistos: Exu Pantera Negra (Oxóssi/Omolu), Exu Sete Garras (Oxalá/Oxóssi), Exu Pimenta
(Oxóssi/Xangô), Exu Arranca Toco (Obaluaiê/Ogum/Oxóssi), Exu Quebra Galho (Oxóssi/Ogum), Exu Abre
Mata (Oxóssi/Ogum), Exu Rompe Mato (Ogum/Oxóssi), Exu das Campinas (Oxóssi/Oxalá), Exu do
Pantanal (Oxóssi/Nanã), Exu Dois Tocos (Oxóssi/Omolu), Exu Folha Seca (Oxóssi/Omolu), Exu Gato
Preto (Oxóssi/Omolu), Exu Pena de Urubu (Oxóssi/Omolu), Exu Pena Preta (Oxóssi/Omolu), Exu Sete
Tronqueiras (Oxalá/Oxóssi/Obaluaiê), Exu Tranca Matas (Ogum/Oxóssi), Exu da Campina (Oxalá/Oxóssi),
Exu Tronqueira (Ogum/Oxóssi/Obaluaiê).

Pombagiras: Esmeralda, Maria Padilha das Matas, Pombagira das Matas, Pombagira Rainha das Matas.

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Casa dos Irmãos de Fé
OBÁ

Elemento: Vegetal

Sentido Divino: Conhecimento/ Verdade

Pólo magnético: Negativo

Gênero: Feminino

Onda fatoral: Cósmico

Magnetismo: passivo / absorvedor

Saudação: “Akirô, Oba yê!” (Eu saúdo o seu conhecimento, Senhora da Terra!)

Verdade é o princípio real, certo, correto, autêntico, sincero. A verdade absoluta só está contida no Divino
Criador, Olorum, mas, Sua qualidade concentradora, associada à verdade, está na Divindade Planetária,
que é a nossa amada Mãe Obá, regente feminina da Linha do Conhecimento.

Não há melhor agente de purificação do que a chama da Verdade Espiritual. Quem a conhece e a ela se
dedica, será purificado das manchas da personalidade. Só o que é verdadeiro tem em si mesmo uma
densidade e uma resistência própria que o eterniza no tempo e na mente dos seres. O conhecimento da
Verdade é dado àquele que vive na força da Fé, que domina o eu pessoal, as ilusões e as impressões dos
sentidos. O ignorante e o descrente não acham sequer o começo do caminho que conduz à paz.

Mãe Obá é uma Divindade gerada em Deus na sua qualidade concentradora, é o elemento terra que dá
sustentação e germina em seu ventre terroso todas as sementes do conhecimento. Obá é telúrica (da
terra), de magnetismo absorvente; está em sua raiz, como terra Fértil onde eles crescem e se multiplicam;
é o racional concentrador. O elemento principal de Obá é a terra úmida e Fértil que dá sustentação aos
vegetais; e o segundo elemento da sua atuação é o vegetal. No elemento terra Obá atua para aquietar e
densificar o racional dos seres. Pelo elemento vegetal, Obá atrai e paralisa os seres que estão se
desvirtuando no caminho do Conhecimento.

Obá atua como concentradora do raciocínio e atua sobre todos que dão mau uso ao dom do raciocínio e
aos conhecimentos que adquiriram. Ela esgota os seres cujo raciocínio se desvirtuou, gerando falsos
conceitos religiosos paralisadores da evolução, desequilibradores da Fé e seguindo uma direção contrária
à que a Lei Maior lhes reservou.

O campo onde Obá mais atua é o religioso. Como Divindade Cósmica responsável por paralisar os
excessos cometidos pelas pessoas que dominam o conhecimento religioso, Ela paralisa os conhecimentos
viciados e aquieta os seres, antes que cometam erros irreparáveis.

Todas as doutrinas religiosas que são rígidas e rigorosas com seus adeptos têm a sustentá-las a
silenciosa atuação de nossa amada Mãe Obá. Absorve as energias irradiadas pelos pensamentos que
estão dando mau uso aos seus conhecimentos e assim que desencarnarem, receberão terríveis choques
mentais que chegam a levar alguns ao estado de demência.

Mãe Obá é circunspecta, de caráter firme e reto, de poucas palavras e de uma profundidade única nas
suas vibrações retificadoras do raciocínio. Ela é interpretada como a mestra rigorosa, inflexível e irredutível
no seu ponto de vista (conceitos sobre a verdade). Ela é absorvedora, corretiva e não se preocupa se tiver
que esgotar toda a capacidade de raciocínio de um ser que se emocionou e se desequilibrou
mentalmente.

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Casa dos Irmãos de Fé
Embora feminina, é temida, forte, enérgica, sendo considerada mais forte que muitos Orixás masculinos.
Às vezes é também citada como caçadora. Em toda a África Obá era cultuada como a grande deusa
protetora do poder feminino, sendo por isso também saudada como “Iyá Agbá”, e ainda mantendo estreita
ligação com as Iya Mi Oxorongá (as Mães Feiticeiras). Era uma mulher forte, que comandava as demais e
desafiava o poder masculino.

As lendas falam também que Obá é “a guardiã da esquerda” e o Orixá do ciúme. E isso tem uma
explicação: primeiro, é preciso lembrar que o lado esquerdo sempre esteve relacionado à mulher,
justamente porque é o lado do coração e da emoção. Então, quando Obá é saudada como “guardiã da
esquerda”, isso quer dizer que Ela é a protetora de todas as mulheres, é aquela que compreende os
sentimentos do coração, pois Obá pensa com o coração. Por isso também, Obá amou e viveu paixões,
com todos os dissabores e sofrimentos que isso traz, e Obá sente ciúme porque ama. Ela se dedicou à
guerra para superar tais sofrimentos, o que também evidencia toda a sua determinação e coragem.

Nos pontos riscados, Mãe Obá é representada simbolicamente por uma folha vegetal, onde a fotossíntese
acontece. Mas, seus atributos são telúricos, pois é através da essência telúrica que suas irradiações nos
chegam, imantando-nos e despertando em nosso íntimo os virtuosos sentimentos.

Mãe Obá pune com rigor os sarcásticos, os sátiros que brincam com as coisas sagradas e é implacável
com os que colocam as Divindades no mesmo nível chulo onde eles perderam sua consciência, bom
senso e evolução. Ela é a Divindade que paralisa os seres que se desvirtuaram porque adquiriram
conhecimentos viciados, distorcidos ou falsos.

A atuação dessa Mãe é discreta, pois ela é tão silenciosa quanto a terra, seu elemento, e quem está
sendo paralisado nem percebe que está passando por uma descarga emocional muito intensa. Mas,
algum tempo depois, já começa a mudar alguns de seus conceitos errôneos ou abandona a linha de
raciocínio desvirtuado e viciado que o estava direcionando.

Mãe Obá já recolheu boa parte de seus filhos encantados que se espiritualizaram, mas muitos ainda estão
evoluindo nos dois lados da dimensão humana (como encarnados e como desencarnados). Muitos dos
seus filhos hoje atuam na Umbanda como silenciosos Exus e discretas Pombagiras, também como
Caboclos e Caboclas aguerridos e resolutos nas suas ações, precisos nos seus conselhos, mas de pouca
conversa quando sentem que o conhecimento que trazem não é assimilado por seus médiuns ou pelos
consulentes.

Obá é terra, é concentração, mas também é vista como Mãe-Orixá guerreira, séria, brava, objetiva, lembra
uma professora rígida e exigente, concentrada e um pouco fechada.

Ervas: As raízes em geral (porque nascem e vivem na terra, nos domínios da Mãe Obá); babosa,
manjericão, hortelã, dandá da costa (ou tiririca), aspargo, urtiga, folhas de abacaxi, salsa, imburana, folhas
da abóbora, salsaparrilha, espada de Santa Rita, alho, golfo de flor (de qualquer cor), candeia, nega-mina,
folha de amendoeira, alfavaca (um tipo de manjericão), peregum roxo.

Símbolos e elementos: espada, escudo e coroa de cobre e arco e flecha.

Flores: rosas brancas, flores do campo, amor perfeito, rosas e palmas vermelhas.

Águas: vegetal (a seiva dos vegetais), água do abacate.

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As filiações de Obá

Onda geradora vegetal – Fator concentrador

Obá na numerologia – 14 (quatorze)

As filhas de Obá são regidas pelo planeta Urano.

As filhas de Obá são observadoras.

As filhas de Obá são reservadas e sente atração por tudo o que for prático. São pessoas de grande valor e
dedicação e tendem a alcançar seus ideais.

As filhas de Obá apreciam a vida doméstica, a segurança do lar e são muito reservadas com suas
amizades, preferindo falar da vida alheia que da própria, e desconfiam ao primeiro sinal de alerta interior.

As filhas de Obá não apreciam pessoas soberbas, lugares ou reuniões agitadas, conversas chulas,
pessoas vaidosas ou rompantes.

As filhas de Obá, se no positivo, são humildes, resignadas, esperançosas, boas ouvintes dos nossos
problemas, conselheiras, capazes de dar o próprio pão a alguém que não tem nada para comer, são
resignadas e esperançosas. Um tanto agressivas, às vezes são pouco compreendidas

As filhas de Obá, e no negativo, são intrigantes, ciumentas e ficam remoendo uma ofensa recebida, são
cruéis e traiçoeiras, e se vingam na primeira oportunidade que surgir.

As filhas de Obá conciliam-se com os de Ogum, Obaluaiyê, Oxalá e Xangô, mas não com os filhos de
Oxumaré, Oxossi e Omulú. E harmonizam-se facilmente com as filhas de Iemanjá, de Nanã e de Oxum, e
não facilmente com as filhas de Egunitá, Oyá e de Iansã.

Não gostam de pessoas soberbas, arrogantes e vaidosas, nem de lugares ou reuniões agitados e de
conversas vazias ou chulas e vulgares.

As filhas de Obá são pessoas lutadoras, bravas, muito zelosas com seus pertences, dedicadas e muitas
vezes ingênuas, principalmente em relação ao amor e às amizades.

Alguns Caboclos de Obá: Caboclo da Terra (de Obá e Omolu), Caboclo Raiz (de Obá e Oxóssi), Caboclo
Sete Raízes (de Oxalá, Oxóssi e Obá), Caboclo Treme Terra (de Obá e Omolu), Caboclo Terra Roxa (de
Obá e Omolu).

Alguns Exus de Obá: Raiz, Sete Raízes, da Terra (Obá e Omolu), Treme Terra (Obá/Omolu), Terra Roxa
(Obá e Omolu).

Caboclos Treme-Terra

São caboclos que raramente se manifestam, regidos pela Mãe Obá e formam um triângulo de forças com
Pai Obaluaiê e Nanã Buroquê. São caboclos firmes, aguerridos, resolutos nas ações, racionalistas e
circunspectos. São precisos nos seus conselhos e não são de muita conversa, quando sentem que os
conhecimentos que trazem não estão sendo assimilados por seus médiuns e pelos consulentes.

Por sua natureza telúrica, vegetal e aquática, tornam estes guias espirituais em entidades “rompantes” e
rigorosas. São doutrinadores e primam pela verdade Divina. Facilmente podem virar para à esquerda, por
força da Mãe Obá, quando acreditam que será necessário.

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Casa dos Irmãos de Fé
TRONO DA JUSTIÇA

O Trono da Justiça gera o fator equilibrador e irradia, já como essência, a razão.

A Justiça é a virtude de dar a cada um aquilo que é de seu merecimento. Deus é justo e gera tudo com
equilíbrio. No sentido da Justiça, todos nós temos os mecanismos mentais necessários para
desenvolvermos condutas equilibradas e adquirirmos posturas pessoais sensatas e racionais, anulando
nossa emotividade e nosso instintivismo primitivo. Para isso, somos dotados do livre-arbítrio, quando
encarnamos.

Pessoas instintivas não desenvolveram os sensos de Justiça e a vida delas se resume a uma permanente
busca de satisfação pessoal, mesmo que à custa dos semelhantes. Uma pessoa instintiva costuma
procurar essa satisfação em todos os sentidos da vida e tudo tem de ser para ela e por ela, senão se
sentirá preterida ou injustiçada e torna-se intolerante e mesquinha.

A emotividade não suporta nenhum tipo de contrariedade, levando-nos a ver qualquer ação refreadora
como ofensa pessoal, por isso deve ser contida pelo sentido Equilibrador da Justiça. Assim, não nos
tornamos pessoas que se sentem injustiçadas pelos semelhantes, inferiorizadas, abandonadas, traídas e
menosprezadas. Nossa emotividade e nosso instinto primitivo devem ser transmutados lentamente em
senso, em razão e equilíbrio, senão nos tornamos egoístas, possessivos, vingativos, intransigentes e
intolerantes com nossos semelhantes e conosco.

Pessoas instintivas, no campo profissional, buscam os cargos de destaque, de chefia e melhor


remunerados, pois sua satisfação pessoal não aceita nada que seja subalterno. No campo religioso,
querem estar acima de todos e, se é um assistente, quer toda a atenção para si, não se importando com
mais ninguém. No campo familiar, tem de ser o dono da família e não aceita ser contrariado por ninguém.
No campo amoroso, não se importam com os sentimentos alheios, pois os seus é que devem ser
satisfeitos. No campo pessoal, querem ser o centro das atenções, querem ser bajulados e não aceitam
nenhum tipo de crítica ou advertência.

Quanto às pessoas emotivas, no campo profissional, são inseguras, imaturas e depressivas e, não
raramente, sentem-se perseguidas, humilhadas ou desprezadas pelos colegas, pois suas emotividades as
impedem de desenvolverem relacionamentos fraternos. Os únicos que elas conseguem desenvolver são
relacionamentos com envolvimentos pessoais e, caso as pessoas relacionadas com elas não lhes deem a
devida atenção, logo são evitadas ou repelidas porque passam a ser vistas como traidores, desleais, etc.

No campo amoroso, as pessoas emotivas são dependentes do seu par, ciumentas, possessivas e
apassionam de tal forma os seus relacionamentos que se tornam sufocantes ou inconvenientes. No campo
familiar, as pessoas emotivas são focos de desequilíbrio e, não raro, tornam a vida em família um
tormento, já que ou são o foco de atenção de todos os outros membros ou tratam a todos como seus
adversários.

Em casos mais graves, a emotividade e o instinto se fazem presentes e tornam difíceis os relacionamentos
humanos, já que os mecanismos mentais foram avariados e a noção dos sensos é turvada, e as pessoas
adquirem hábitos, expectativas e posturas desequilibradas.

Pensem que existem dois livros: o Livro Branco e o Livro Escuro para entendermos a Lei de Equilíbrio que
rege o Ritual de Umbanda. Damos o nome de “Livro” aos dois lados da mesma moeda, a Luz é o Livro
Branco; as Trevas, o Livro Escuro. O positivo e o negativo, o alto e o baixo, o amor e o ódio, o bem e o
mal, a visão e a cegueira, a criação e a destruição. Todas as pessoas possuem esses dois lados.

Estes dois livros representam a ascensão e a queda. Tudo o que é escrito em um deles, por nossas
palavras e ações, é automaticamente anotado no outro. O que fazemos na Luz, as Trevas anotam; o que

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Casa dos Irmãos de Fé
fazemos nas Trevas, a Luz anota. São os dois lados do Equilíbrio. Nada passa em nossa vida que não
esteja anotado nesses livros.

Que todo mediador entre os dois planos da vida saiba onde está a Linha do Equilíbrio, que deve trilhar
para não ser desamparado. Se a nossa demanda for justa, seremos amparados; se for injusta, seremos
esclarecidos. Se ainda assim não ouvirmos, aos rigores da Lei seremos chamados.

O seu reverso são os rigores da Lei. Sua luz é o amparo, seu fogo é a purificação, pois somente no fogo o
minério bruto e imperfeito é fundido, para depois ser moldado. Tendo têmpera, será então remodelado, e à
Lei se submeterá.

Uma das Projeções dos Sete Tronos Essenciais, é a do Trono da Justiça Divina que, ao irradiar-se, cria a
quarta linha de Umbanda, a linha de força da Justiça, pontificada por Xangô e Egunitá.

Na linha Elemental da Justiça, ígnea por excelência, Xangô e Egunitá são pólos magnéticos opostos. Por
isso, eles se polarizam com a Linha da Lei, que é eólica por excelência. Logo, Xangô polariza-se com a
eólica Iansã e Egunitá polariza-se com o eólico Ogum (fogo + ar), criando duas Linhas Mistas.

Como podemos observar e sabemos, não existe Justiça sem Lei, assim como também não existe Lei sem
Justiça; por isso é que a quarta linha se funde e se confunde muitas vezes com a quinta linha dentro do
ritual de Umbanda.

XANGÔ

Elemento: Ígneo (Fogo)

Sentido Divino: Equilíbrio da Justiça

Pólo magnético: Positivo

Gênero: Masculino

Onda fatoral: Universal

Magnetismo: ativo / irradiante

Saudação: “Kaô, Kabecilê!” (Permita-me vê-lo, Majestade!)

A qualidade da Justiça Divina, equilibradora, é manifestada pelo Orixá Xangô, que purifica nossos
sentimentos com sua irradiação incandescente, abrasadora e consumidora das emotividades. Xangô é a
força coesiva que dá sustentação a tudo. Ele está na natureza como o próprio equilíbrio, tanto na estrutura
de um átomo quanto no Universo e em tudo que nele existe.

Seu campo de atuação preferencial é a razão, despertando nos seres o senso de equilíbrio e equidade, já
que só conscientizando e despertando para os reais valores da vida, a evolução se processa num fluir
contínuo. Portanto, Xangô representa o Equilíbrio da Justiça no Ritual de Umbanda Sagrada.

Pai Xangô é abrasador, é a chama universal, é o raio solar gerador de vida, gera o equilíbrio da Justiça; é
racionalista e aquecedor dos sentimentos equilibrados. É fundamental para a nossa evolução o
desenvolvimento do senso de Justiça, da razão, do equilíbrio, do juízo e de posturas sensatas, deixando
de lado a emotividade e o instinto.

Seu primeiro elemento de atuação é o Fogo (que aquece, purifica, sustenta e acalenta) e o seu segundo
elemento é o Ar (que expande o Fogo).

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Casa dos Irmãos de Fé
Para Xangô, a Justiça está acima de tudo e sem ela nenhuma conquista vale a pena: o respeito pelo rei é
mais importante que o medo. É o protetor dos juízes e operadores do Direito em geral.

Xangô está em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo
geral. É a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa, é a solidez, a organização, o trabalho, a discussão
pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, a vontade de vencer. Também é o
sentido de realeza, o espírito nobre das pessoas, o poder de liderança.

Xangô, o Orixá do trovão, expressa a autoridade dos grandes governantes e também detém o poder
mágico sobre o mais perigoso de todos os elementos da natureza: o fogo. Seu poder mágico reside no
raio, o fogo que corta o céu e destrói na Terra, mas que transforma, protege e ilumina o caminho. O fogo é
a grande arma de Xangô e serve inclusive para castigar os que não honram seu nome; daí a crença de
que alguém que teve a casa atingida por um raio está sendo castigado por Xangô. Tudo é questão de
interpretação: o fogo de Xangô e as suas pedras de raio removem os desequilíbrios localizados, para
trazer o equilíbrio do todo ou o bem maior. Não se trata de castigo, mas da distribuição de Justiça e de
retribuição. Diz um ditado popular: “quem deve paga e quem merece recebe”.

Tudo o que se relaciona com Xangô lembra realeza: suas vestes, sua riqueza, sua forma de gerir o poder.
A cor vermelha, por exemplo, sempre esteve ligada à nobreza, só os grandes reis pisavam sobre o tapete
vermelho. E Xangô pisa sobre o fogo, o vermelho original, o seu tapete.

É preciso trilhar a linha de equilíbrio e receber a irradiação ígnea de Pai Xangô, sempre disposto a nos
ouvir, esclarecer e amparar, caso nossos apelos sejam justos e nossa conduta nos faça merecedores
desse amparo.

Quem absorve a qualidade de Pai Xangô, torna-se racional, ajuizado, ótimo equilibrador do seu meio e dos
que vivem à sua volta. A escolha racional nos leva ao equilíbrio da alma, através do conhecimento da Lei
que nos rege e nos diz o que é certo e o que é errado na vida. Essa Lei não é cega nem falível, pois se
ensinarmos errado, seremos colhidos por ela, que exige muito de quem conhece os mistérios da razão.
Mas, se trilharmos no equilíbrio da Lei, iremos adquirir uma Fé inquebrantável no que fazemos e no que
falamos e nada será feito ou dito em vão; tudo terá sua razão de ser. É isso que faz com que aqueles que
já adquiriram o seu equilíbrio e se tornaram conhecedores da Lei sacrifiquem-se em benefício dos
semelhantes, sem nada esperar em troca. Tudo se resume em servir à sua família, ao seu círculo familiar,
à sua comunidade, tanto civil quanto religiosa, a servir a Deus.

Eis aí alguns mistérios de Xangô, o Orixá da Justiça, o Guardião dos Mistérios da Justiça, Senhor do
Fogo, e como tal age quando decide punir os que afrontam à Lei.

Invocamos Pai Xangô pedir a cura de desequilíbrios emocionais, para devolver o equilíbrio e a razão aos
seres exageradamente emocionados e desequilibrados. Também para clamar pela Justiça Divina, visando
ao corte de demandas cármicas, de magias negras etc., para recuperamos o equilíbrio e a saúde
espiritual, mental, emocional e física. Além disso, tudo o que se refere a estudos, a disputas judiciais, a
contratos e a documentos “trancados” pertence ao campo de atuação de Pai Xangô.

Quando pedimos a intervenção da Justiça Divina é preciso lembrar que ela vai atuar em primeiro lugar em
nós mesmos, verificando o quanto temos sido justos com a nossa própria vida e com os nossos
semelhantes. A balança da Justiça pesa os dois lados de uma questão. E a machadinha dupla de Xangô
corta tudo que não esteja de acordo com a Justiça Divina, para só então trazer o equilíbrio, a razão e a
estabilidade, sempre de acordo com a nossa necessidade e o nosso merecimento.

Ervas: Alfavaca roxa, mil homens, azedinha (trevo azedo), bananeira, cavalinha (ou milho de cobra),
eritina (ou mulungu), erva das lavadeiras (ou melão de São Caetano), erva de São João, Erva de Santa
Maria, erva grossa (ou fumo bravo), erva de bicho, goiabeira, hortelã, levante, manjericão roxo, amor

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agarradinho, morangueiro, musgo de pedreira, noz moscada, pessegueiro, romã, sensitiva (ou dormideira),
taioba, taquaruçu (ou bambu amarelo ou bambu dourado), umbaúba, urucum.

Símbolos: O machado duplo ou de dois cortes (Oxê), a estrela de seis pontas, a balança, o Livro das Leis.

Flores: Flores do campo marrons e vermelhas, cravos vermelhos e brancos, palmas e rosas vermelhas.

As filiações de Xangô

Onda geradora ígnea – Fator equilibrador

Xangô na numerologia – 3 (três)

Xangô é um orixá solar tal como sua parte negativa, Egunitá.

Os filhos de Xangô gostam de se vestir bem, mas com sobriedade.

Os filhos de Xangô são judiciosos.

Os filhos de Xangô se consolidam facilmente com os filhos de Oxalá, de Ogum, de Oxossi, e com as filhas
de Iansã, de Iemanjá de Oxum e de Oyá.

Os filhos de Xangô não se harmonizam facilmente com os filhos de Oxumaré, de Omulú e de Obaluaiyê e
não se dão bem com as filhas de Egunitá, de Obá e de Nanã.

Quem tem a proteção de Xangô sente que nada nem ninguém abatem um filho desse Orixá. Regidos por
Júpiter e pelo Sol, podem até conseguir levá-lo ao fundo do abismo, mas depois de algum tempo ele
renasce com mais vigor e volta a enfrentar o mundo de peito aberto, sem medo.

Os filhos de Xangô estão sempre cercados de muitas mulheres. Mas a tendência é que aqueles que
decidem ao seu lado sejam sempre homens. Quando se apaixonam, fazem de tudo para conquistar a
pessoa amada. Têm um forte senso de Justiça, sabem ouvir, ponderar e apaziguar. Não toleram mentiras,
desonestidade e corrupção.

São passivos, racionais, meditativos, observadores, atentos, pouco falantes e geniais.

Apreciam a Leitura, a música, os discursos, a boa companhia e a companhia de pessoas vivas e ligeiras, o
aconchego do lar e a boa mesa. Gostam de se vestir bem, mas com sobriedade.

Não apreciam festas arrivistas, reuniões emotivas, companhias desequilibradas e pessoas apáticas,
egoístas e soberbas.

Fisicamente, um filho de Xangô tem o corpo muito forte e com tendência à obesidade. Mas sua boa
constituição óssea suporta o físico avantajado. Os filhos de Xangô são de estatura baixa ou média, de
compleição robusta ou atarracada

No positivo: Os filhos de Xangô têm muita energia, autoestima e a consciência de serem importantes e
respeitáveis. São fortes, um tanto autoritários, ousados, cheios de iniciativa, obstinados, agem com
estratégia e conseguem o que querem. Sua postura é sempre nobre, com a dignidade de um rei. Tudo o
que fazem marca de alguma forma sua presença. Fazem questão de viver ao lado de muita gente e não
gostam de ser esquecidos. Muito racionais e meditativos, quando emitem sua opinião é para encerrar o
assunto. Conscientemente, são incapazes de ser injustos com alguém. O poder e o saber são os seus
grandes objetivos.

No negativo: Tornam-se calados e fechados, rancorosos e implacáveis, não abrem mão das suas
opiniões, são ranzinzas, vingativos e intratáveis.

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Casa dos Irmãos de Fé
Caboclos do Fogo

Esta Linha de caboclos é formada por Magos do Fogo, da Linha dos Caboclos Sete Montanhas, que são
irradiadores de energia ígnea, justos, ajuizados e de procedimentos retos. São justiceiros, judiciosos,
aparando as imperfeições e estimulando o senso de Justiça e equilíbrio.

Alguns Caboclos de Xangô:

Os Caboclos de Xangô são justos, ajuizados e de procedimentos retos. São evocados para devolver o
equilíbrio e a razão aos seres e aos procedimentos desequilibrados e emocionados. Sua presença é
solicitada para clamar pela Justiça Divina, pela paz, harmonia, equilíbrio mental e emocional, racional e até
por nossa saúde, que necessita de equilíbrio vibratório também no corpo físico.

Nomes: Caboclo Sete Montanhas, Caboclo Sete Pedreiras, Caboclo da Pedreira, Caboclo da Pedra Preta
(Xangô/Omolu), Caboclo da Pedra Branca (Oxalá/Xangô), Caboclo do Fogo, Caboclo Pedra do Sol,
Caboclo Pedra de Fogo, Caboclo Rompe Montanha (Ogum/Xangô), Caboclo Rompe Serra (Ogum/Xangô),
Caboclo Pedra Vermelha, Caboclo do Sol, Caboclo Caramuru, Caboclo Sete Pedras, Caboclo Treme
Terra, Caboclo Tupã.

Alguns Exus de Xangô: Exu Labareda, Exu Pedra Negra, Exu da Pedra Preta, Exu Sete Montanhas, Exu
das Pedreiras, Exu do Fogo, Exu Pinga Fogo, Exu Brasa, Exu Sete Fagulhas, Exu Pedra do Fogo, Exu
Corta-Fogo, Exu Pimenta, Exu Sete Pedreiras, Exu Caldeira, Exu Ferrabrás, Exu Montanha, Exu Serra
Negra (Xangô e Egunitá), Exu Trovão.

EGUNITÁ (OROINÁ)

Elemento: Ígneo (Fogo)

Sentido Divino: Equilíbrio da Justiça

Pólo magnético: Negativo

Gênero: Feminino

Onda fatoral: Cósmico

Magnetismo: passivo / absorvedor

Saudação: “Kali Yê, minha Mãe!” (Salve a Senhora Negra, minha Mãe!)

A PURIFICAÇÃO

Purificar é limpar desembaraços, é desimpregnar um ser, física e Espiritualmente. A Divindade cujo


mistério é o Fogo e a Justiça Divina, que purificam os excessos emocionais dos seres desequilibrados,
desvirtuados e viciados, é Mãe Egunitá. Os vícios emocionais tornam os seres insensíveis à dor alheia. Os
desequilíbrios mentais transformam os seres em tormentos para seus semelhantes.

O fogo é um elemento temido. Mãe Egunitá, no panteão hindu, era conhecida como a Deusa Kali,
Divindade evitada e temida por todos os que desconheciam seu mistério. Por outro lado, o sincretismo de
Egunitá com Santa Sara Kali está ligado à ideia do “fogo destruidor” da Divindade Kali, cultuada na Índia.
Mas o Fogo de Egunitá não apenas destrói negatividades e desequilíbrios, ele corta o que não é benéfico,
mas para renovar, que é o diferencial importante na atuação do Orixá Egunitá. Portanto, Santa Sara Kali é
a padroeira dos Ciganos e podemos associar a Orixá Egunitá, mas não afirmar que Santa Sara tenha a
mesma irradiação.
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Casa dos Irmãos de Fé
O fogo de Egunitá consome as energias dos seres apaixonados, emocionados, fanatizados ou
desequilibrados, reduzindo a chama interior de cada um (sua energia ígnea) a níveis baixíssimos,
apatizando-os, paralisando-os e anulando seus vícios emocionais e desequilíbrios mentais, sufocando-os.

Mãe Egunitá, como irradiadora da chama cósmica e purificadora da Justiça Divina, atua sobre os seres
movidos por paixões avassaladoras e os incandesce, até que comecem a consumir a si próprios. Nos
desequilíbrios mentais, mãe Egunitá retira toda a energia ígnea do corpo energético do ser e ele se resfria
de imediato.

Egunitá conhecida como a Mãe do Mistério do Fogo, rege o fogo cósmico da purificação dos meio-
ambientes religiosos, das casas, do íntimo dos seres e das injustiças, incandescendo os seres
negativados. Egunitá é em si o fogo cósmico que está em tudo o que existe, mas diluído.

Egunitá propaga-se cosmicamente e suas fagulhas ígneas começam a imantar tudo o que está
desequilibrado, até que se forme uma condensação magnética ígnea. Aí surgem labaredas cósmicas que
consomem os desequilíbrios, anulando sua causa e paralisando quem estava desequilibrado. Esse fogo
purificador de Egunitá tem o poder de purificar, de consumir tudo onde se condensou, e, em certos casos,
fica apenas um vazio cósmico onde ele atuou.

Ela é uma Divindade de natureza justiceira. Mãe Egunitá, Divindade do Fogo Purificador e Renovador, é o
fogo das paixões humanas, é ativa e atrai; torna o ser rubro, é a serpente rubra da paixão e o braseiro que
queima, representa o Fogo da Purificação, o Fogo que destrói os desequilíbrios para trazer a Renovação
do ser.

Como Orixá Cósmico, Egunitá é sempre ativa e atuante no combate às magias negativas ativadas contra
as pessoas, suas moradas e templos. Sua ação é fulminante. Sua energia é abrasadora e consumidora
das concentrações energéticas negativas dos mais variados tipos (como formas pensamento, miasmas e
larvas astrais), sendo temida pelos devedores da Lei e da Justiça. Nossa Mãe Egunitá é o fogo puro, e
suas irradiações cósmicas absorvem o ar, pois seu magnetismo é negativo e atrai este elemento, com o
qual se energiza e se irradia até onde houver ar para dar-lhe esta sustentação energética e Elemental.

Como Egunitá (fogo) é feminina, ela se polariza com Ogum (ar), que é masculino e lhe dá a sustentação
do elemento de que precisa, mas de forma passiva e ordenada. Só assim suas irradiações acontecem de
forma ordenada e alcançam apenas o objetivo que ela identificou.

Observem que Lei e Justiça são inseparáveis, e para comentarmos Egunitá temos de envolver Ogum,
Xangô e Iansã, que são os outros três Orixás que também se polarizam e criam campos específicos de
duas das Sete Linhas de Umbanda. Egunitá é cósmica, negativa e seu primeiro elemento é o fogo, que se
polariza com seu segundo elemento, que é o ar. Portanto, como fogo é o elemento da linha da Justiça, ela
é uma Divindade que aplica a Justiça Divina na vida dos seres. E, porque o ar é o seu segundo elemento,
o que a alimenta e energiza e é o elemento da Linha da Lei, ela é uma Divindade que aplica a Justiça
como agente ativa da Lei e consome os vícios emocionais, os desequilíbrios mentais dos seres. Os vícios
emocionais tornam os seres insensíveis à dor alheia. Os desequilibrados mentais transformam os seres
em tormentos para os seus semelhantes.

As Divindades têm uma função a realizar, e nós sempre seremos beneficiários de sua atuação. Quando
nos paralisam, também estão nos ajudando, pois estão evitando que continuemos trilhando um caminho
que nos conduzirá a um ponto sem retorno.

Egunitá é a executora da Justiça Divina nos campos da Lei, regidos por Ogum no pólo positivo da Linha
pura da Lei. Para que Egunitá atue em nossa vida, basta que nos tornemos emocionalmente
desequilibrados, irracionais, presos a conceitos que afrontam a Lei e a Justiça Divinas, e aí receberemos
sua atuação Cósmica, para nos purificar e renovar.

59
Casa dos Irmãos de Fé
Ervas: Açafrão (raiz), alfavaca, arnica do mato, arruda, alecrim, Artemísia, buchinha do norte, calêndula
flor, canela, chapéu de couro, casca de laranja amarga, cipó São João, comigo-ninguém-pode, erva de
Santa Maria, eucalipto, guaraná semente, imburana semente, incenso resina, jurema preta, manjericão,
manjericão roxo, mentruz, folhas de cânfora, folhas de laranjeira, folhas de limão, folhas de louro, fumo
(tabaco), para-raios, talos e folhas de cenoura, tiririca, urucum, menta, noz moscada, gengibre. Banho
para energizar: Folhas de cenoura, calêndula e limão rosa, semente de girassol.

Observação: Não se faz banho com o comigo-ninguém-pode e nem com a resina de incenso porque são
tóxicos para a nossa pele. Ambos se utilizam apenas em defumações (e secando previamente as folhas
do comigo-ninguém-pode, ao ar livre).

Símbolos: A espada; a estrela de 6 pontas cruzada ao centro; o raio.

Flores: Lírio cor de laranja, girassol, begônia, flores do campo de cor laranja ou vermelha, rosas e palmas
vermelhas.

Água: água sulfurada.

As filiações de Egunitá (Oroiná)

Onda geradora ígnea - Fator consumidor

Egunitá na numerologia – 9 (nove)

Egunitá é um orixá solar tal como sua parte positiva, Xangô.

Apreciam as conversas reservadas; os espetáculos emotivos; as reuniões de estudo, de orações, políticas;


a companhia de pessoas passivas e de pessoas que as incandesçam e a de homem que as encantem.
Gostam de passear, pois não suportam o isolamento do lar, de se vestir bem e com roupas coloridas ou de
cores fortes.

Não apreciam pessoas presunçosas, arrivistas (inescrupulosas) e preguiçosas, bem como festas
monótonas, conversas tolas, comidas insossas e bebidas adocicadas.

As filhas de Egunitá não apreciam homens presunçosos, arrivistas e preguiçosos, não apreciam festas
monótonas, conversas tolas, comidas sonsas e bebidas adocicadas.

As filhas de Egunitá gostam de se vestir bem, mas com roupas coloridas ou de cores fortes.

As filhas de Egunitá são belicosas.

As filhas de Egunitá se compatibilizam facilmente com as filhas de Iansã, de Oyá e de Nanã, e com os
filhos de Ogum, de Omulú, de Oxalá e de Oxumaré.

As filhas de Egunitá não se dão bem com as filhas de Iemanjá, de Obá e de Oxum, e nem com os filhos de
Xangô, de Obaluaiyê e de Oxossi.

As filhas de Egunitá são de estatura média ou alta, de compleição longilínea ou magra.

No positivo: São pessoas ativas, emotivas, impulsivas, reparadoras, falantes e geniosas.

No negativo: tornam-se egoístas, briguentas, intrigantes, vingativas, insensíveis e teimosas.

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Casa dos Irmãos de Fé
Linhas de trabalho de Egunitá

Em suas falanges de auxiliares incluem-se milhares de Guerreiras da luz portadoras de Espadas


Flamejantes, poderosos instrumentos no combate às trevas da ignorância. Nas linhas auxiliares da
Esquerda, a Pombagira do Fogo é uma de suas Guardiãs trabalhando para as Linhas de Umbanda.

Alguns Caboclos de Egunitá: Caboclo Mata de Fogo (mata=Oxóssi; fogo= Egunitá), Caboclo do Fogo (de
Xangô e Egunitá), Caboclo Pedra do Fogo (de Oxalá, Xangô e Egunitá), Caboclo Folha de Fogo
(folha=Oxóssi; fogo= Xangô e Egunitá).

Alguns Exus de Egunitá: Exu do Fogo (de Xangô e Egunitá), Exu Folha de Fogo (folha= de Oxóssi; e
fogo= de Xangô e Egunitá), Exu Corta Fogo (corta= de Ogum; e de Xangô e Egunitá= fogo), Exu Labareda
(Xangô e Egunitá), Exu Pinga Fogo, Exu Come-Fogo, Exu Boca de Fogo, Capa Preta (de Xangô e
Egunitá), Exu Fagulha, Exu Fogueira, Exu Hora Grande, Exu Vira tudo.

Algumas Pombagiras de Egunitá: Pombagira do Fogo, Pombagira Fogueteira (de Egunitá e Iansã),
Pombagira Machado do Fogo (de Xangô e Egunitá).

TRONO DA LEI

A LEI E A ORDEM

“Deus é a Lei e a Lei nos guia.”

Tudo é regido por uma Lei imutável, a Lei do Criador. Nas esferas superiores da Luz, há Lei, ordem e
harmonia e essa Lei dá os parâmetros, para o nosso equilíbrio, evolução e vida no meio que nos acolhe.
Lei é ordem das coisas em todos os planos da vida e em todos os níveis conscienciais e a Lei Divina é a
Lei Maior, que rege tudo e a todos conduz, na sua senda evolutiva, justa e poderosa. As outras Leis estão
dentro dela: carma, reencarnação, causa e efeito, afinidades.

No estágio humano, nossa vida precisa ter sentidos a guiá-la, para adquirirmos equilíbrio, fortalecimento
de nossa crença, firmeza nos princípios que nos regem e no sentimento de amor pelo Criador e por sua
criação. A Lei não é dualista, ela não diz que "podemos fazer o bem com a direita e o mal com a
esquerda". Só podemos fazer o bem.

Os seres desequilibrados ou desregrados perecem diante da Lei Maior. Por desequilibrados entendam-se
os espíritos que se desvirtuaram ou se viciaram emocionalmente, anulando sua razão e capacidade de
raciocínio. Como ninguém se desequilibra sozinho, atrás de um desequilibrado estão outros. Quando
chega o momento da morte, o espírito desvirtuado automaticamente é atraído para as esferas cósmicas
negativas, desprovidas de luz (trevas). Aí, sofre alterações em seu corpo espiritual, tornando-se
irreconhecível, com aparência desumana.

As trevas aparentam ser um inferno, mas é o melhor que a Lei pode fazer pelos desequilibrados e
desregrados, pois seus magnetismos negativos não permitem sua condução para a luz, pois nela não se
sustentariam. Um ser humano só sai da prisão das trevas se clamar, de coração e arrependido, pela ajuda
de Deus. Isto é a Lei!

O Trono da Lei é eólico e, ao projetar-se, cria a linha pura do ar elemental, já com dois pólos magnéticos
ocupados por Orixás diferenciados em todos os aspectos. O pólo magnético positivo é ocupado por Ogum,
e o pólo negativo é ocupado por Iansã.

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Casa dos Irmãos de Fé
Ogum e Iansã formam hierarquias verticais retas ou sequências, sem quebra de “estilo”, pois todos os
Oguns, sejam os regentes dos pólos positivos, dos neutros ou tripolares, ou dos negativos, todos atuam da
mesma forma e movidos por um único sentido: Aplicadores da Lei!

OGUM

Elemento: Eólica (ar).

Sentido Divino: Ordenador

Pólo magnético: Positivo

Gênero: Masculino

Onda fatoral: Universal

Magnetismo: passivo / irradiante

Saudação: “Ogum yê, meu Pai!” (Salve o Senhor da Guerra!)

Ogum é o Orixá da Lei e da Ordem, o equilíbrio entre a Luz e as Trevas, seu campo de atuação é a linha
divisória entre a razão e a emoção. Ordena os processos e procedimentos. É o Trono Regente das
milícias celestes, guardiãs dos procedimentos dos seres em todos os sentidos.

É o Senhor do movimento, o Senhor dos caminhos e das estradas, o Senhor que quebra as demandas,
que arrebenta as amarras e nos liberta. Ele faz nossa vida se movimentar e, como bom ordenador, coloca
as nossas prioridades à frente, na hora certa. Ele é a Divindade que aplica a Lei Maior, é o regente das
milícias celestes, guardiãs dos procedimentos dos seres em todos os sentidos. Ele ordena a Fé, o Amor, o
Conhecimento, a Justiça, a Evolução e a Geração. Por isso, está em todas as outras qualidades Divinas.

Ogum é o Senhor dos Caminhos, das direções! Os caminhos são o ponto de forças, os santuários naturais
de Pai Ogum. Por caminhos devemos entender as vias evolutivas, a evolução dos espíritos. Pai Ogum é o
vigilante do caminho daqueles que empreenderam sua caminhada pela senda da Luz, mas, vigia tanto os
caminhos para cima como para baixo. Ele é como um escudo protetor e luta para não deixar cair quem ele
está protegendo. Se procurarmos Ogum como nosso guia de viagem na senda da Luz, ele sempre nos
avisará quando sairmos da linha de equilíbrio que divide Luz e Trevas. Quando auxiliamos, temos Ogum
atrás para nos guardar, porém, quando odiamos, temos Ogum à nossa frente para nos bloquear.

Ogum é o Guardião do ponto de força que mantém o equilíbrio entre o que está no alto e o que está no
embaixo, o positivo e o negativo, a Luz e as Trevas, a paz e as discórdias. Por isso, ele é chamado de
Senhor das Demandas.

Ogum também é um Executor do carma. Pai Ogum vigia a execução dos carmas e tem sob sua ordem,
tanto a Luz como as Trevas. Como Guardião do ponto de força do equilíbrio, comanda as entidades
atuantes no nosso plano como agentes karmicos, ou seja, os Exus de Lei.

Ogum é um Guardião do Ponto de Força da Lei e abrange a todos, tudo o que alguém fizer envolvendo
magia ou ocultismo será anotado por ele, para posterior julgamento junto ao Senhor da Lei, que é Deus.
Basta sairmos do caminho reto, para sermos tolhidos pelas suas irradiações retas e cortantes. Suas
irradiações retas são simbolizadas por suas "Sete Lanças". As cortantes são simbolizadas pelas Sete
Espadas e sua proteção legal é simbolizada pelos seus Sete Escudos.

Ogum é a Lei, cujo símbolo é a espada, que por sua vez representa o caminho reto, a retidão de caráter, a
honra, a honestidade. Perante a Lei não existe “mais ou menos”, não se pode ser “mais ou menos
honesto”: ou se está no caminho reto, respeitando a Lei Divina, a si mesmo e ao próximo, ou não se está.

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Casa dos Irmãos de Fé
Por isso se diz que os filhos de Ogum são taxativos: não hesitam em “comprar batalhas” para defender os
amigos e aqueles que agem com respeito à Lei de Deus e ao próximo, mas se afastam dos que agem com
desonestidade e deslealdade.

Todos os Oguns agem com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, pois não se permite uma conduta
alternativa. Onde estiver um Ogum, lá estarão os olhos da Lei, mesmo que seja um “Caboclo” de Ogum.
Avesso às condutas liberais dos frequentadores das tendas de Umbanda, está sempre atento ao
desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporantes.

Quando a Lei quer recompensar, é Ogum quem dá, ou seja, seu lado positivo. Mas quando quer cobrar, é
seu lado negativo que executa. Por isso, é que dizemos que Ogum é os atentos olhos da Lei, sempre
vigilante, marcial e pronto para agir.

Lei e Justiça são interligadas, não se pode obter o amparo da Justiça Divina sem viver em obediência às
Leis da Criação. O dragão subjugado por São Jorge e por São Miguel Arcanjo, que sincretizam com
Ogum, representa exatamente o trabalho pela vitória sobre as nossas trevas interiores. O dragão é o
símbolo da maldade, dos vícios, das negatividades, do ego exacerbado, da vaidade extrema, da ganância
etc. Vencendo “o dragão”, sob o amparo de Ogum, nos habilitamos a atrair situações favoráveis, sob o
amparo da Lei. Porque a Lei atua sem cessar, irradiando-se para toda a Criação. Sintonizados com a Lei,
alcançamos o amparo da Lei e da Justiça do Criador. Então, os inimigos terão olhos, mãos, pés e armas,
mas não conseguirão nos enxergar, não poderão nos tocar e nem nos alcançar ou ferir, como diz um
ponto cantado.

Seu primeiro elemento de atuação é o Ar e o 2º. Elemento é o Fogo. Na Linha pura da Lei Ogum faz par
com Yansã, ambos atuando pelo elemento Ar. Também faz par com Egunitá, a Mãe do Fogo e da Justiça,
aqui formando com Ela uma Linha polarizada ou mista Lei/Justiça, pelos elementos Ar/Fogo.

Nos elementos, Ogum é o ar que refresca e a brisa que acalenta. Na Lei, Ogum é o princípio ordenador
inquebrantável. Na Criação Divina, Ogum é a defesa de tudo o que foi criado, é a defesa da vida.

Cabe observar também que o ferro é o elemento químico essencial para a formação dos glóbulos
vermelhos. Da mesma forma como sua carência torna o indivíduo anêmico, a carência da raiz energética
de Ogum cria uma espécie de anemia espiritual, ou seja, uma falta de coragem e de disposição para lutar
pelo próprio desenvolvimento. É por causa dessa função revitalizadora que Ogum é apresentado nos
mitos africanos como o Orixá que vem na frente, o pioneiro na tarefa de descer à Terra e acordar os
homens. Trata-se, evidentemente, de uma função típica de Áries e Marte.

Ogum muitas vezes é invocado como se fosse uma espécie de guarda-costas celeste, um Orixá que, se
devidamente agradado, tomará partido em favor do filho de Fé e voltará sua fúria contra os inimigos.

Em essência, as lutas de Ogum processam-se dentro da própria alma, que traz simultaneamente o dragão
e a serpente das tendências inferiores assim como o germe da Divindade. Invocar Ogum significa ativar as
energias vitais que estão adormecidas na alma, despertar a parcela Divina presente em cada ser humano
e mobilizar a força necessária para avançar.

Ervas: Espada de São Jorge, quebra-demanda, romã, aroeira, assa-peixe, abre caminho, babosa,
mangueira (folhas), peregum verde (ou dracena), eucalipto, gengibre, goiabeira, guiné, dandá, folhas de
pitanga, cana do brejo, losna, tanchagem ou tansagem, açoita-cavalo, açucena rajada, arnica, pau-santo,
carqueja, vassourinha de igreja, lança de São Jorge, pata de vaca, comigo ninguém pode, cinco folhas,
macaé, folhas de jurubeba.

Símbolos: Espada, lança, escudo.

Flores: Cravo vermelho, rosa vermelha, antúrio vermelho, crista de galo, palma vermelha.

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Casa dos Irmãos de Fé
Água: água ferruginosa, água de melancia.

As filiações de Ogum

Onda divina eólica - Fator ordenador - Irradiação da Lei Maior

Ogum na numerologia – 7 (sete)

Os filhos de Ogum são regidos pelo planeta Marte.

Os filhos de Ogum são irredutíveis e tentam impor-se a todo custo.

Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e
passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os
amigos e com o sexo oposto. São conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de
temas e assuntos novos, consequentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de
cidade. Um trabalho que exija rotina tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo.

Regidos pelo planeta Marte, são apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e
resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande.

Os filhos de Ogum custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir,
nem tão pouco na moradia, com raras exceções. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos
com demandas.

Divertidos, despertam sempre interesse no sexo oposto, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se
fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.

São pessoas determinadas e com vigor e espírito de competição. Mostram-se líderes natos e com
coragem para enfrentar qualquer missão, mas são francos e, às vezes, rudes ao impor sua vontade e
ideias. Arrependem-se quando veem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas ideias e opiniões,
desde que sejam coerentes e precisas.

Os filhos de Ogum no positivo são leais, vigorosos no amparo aos seus afins, protetores, ciumentos dos
seus, não abandonam um amigo à própria sorte e dão a vida para salvar alguém.

Os filhos de Ogum, no negativo, são possessivos, intolerantes, rigorosos com os outros, insensíveis,
aguerridos, encrenqueiros, implacáveis, irredutíveis em seus pontos de vista e irascíveis.

Os filhos de Ogum harmonizam-se facilmente com os filhos de Omulú, de Xangô e de Oxalá; e com as
filhas de Iemanjá, de Egunitá, de Obá e de Oyá.

Os filhos de Ogum não se harmonizam facilmente com os filhos de Oxumaré, de Obaluaiyê e de Oxossi; e
não se dão bem com as filhas de Nanã, de Iansã (suas irmãs) e de Oxum.

Os filhos de Ogum apreciam viagens, competições, esportes violentos, discussões acaloradas, comidas e
bebidas fortes, e mulheres que se apaixonam por eles, claro!

Os filhos de Ogum não apreciam a monotonia, o sedentarismo, as músicas suaves ou melancólicas, o


trabalho onde devem ficar incomunicáveis ou presos a um mesmo lugar, repetitivo mesmo.

Os filhos de Ogum são de estatura média e de compleição física forte e voluntariosa, tendendo para o
corpo musculoso.

Os filhos de Ogum, apesar de detestarem o sedentarismo, gostam de ter seu canto, para onde retornam
ao fim do seu dia bastante ativo.

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Casa dos Irmãos de Fé
Os filhos de Ogum são muito volúveis quanto ao sexo e se apaixonam muito facilmente, assim logo estão
em busca de nova paixão.

As pessoas de Ogum são práticas e inquietas, nunca "falam por trás" de alguém, não gostam de traição,
dissimulação ou injustiça com os mais fracos.

Nenhum filho de Ogum nasce equilibrado. Seu temperamento, difícil e rebelde, o torna, desde a infância,
quase um desajustado. Entretanto, como não depende de ninguém para vencer suas dificuldades, com o
crescimento vai se libertando e acomodando-se às suas necessidades. Quando os filhos de Ogum
conseguem equilibrar, seu gênio impulsivo com sua garra, a vida lhe fica bem mais fácil. Se ele
conseguisse esperar ao menos 24hs para decidir, evitaria muitos revezes, muito embora, por mais incrível
que pareça, são calculistas e estrategistas. Contar até 10 antes de deixar explodir sua zanga, também lhe
evitaria muitos remorsos. Seu maior defeito é o gênio impulsivo e sua maior qualidade é que sempre, seja
pelo caminho que for, será sempre um Vencedor.

A sua impaciência é marcante. Tem decisões precipitadas. Inicia tudo sem se preocupar como vai terminar
e nem quando. Está sempre em busca do considerado o impossível. Ama o desafio. Não recusa luta e
quanto maior o obstáculo mais desperta a garra para ultrapassá-lo.

Como os soldados que conquistavam cidades e depois a largavam para seguir em novas conquistas, os
filhos de Ogum perseguem tenazmente um objetivo: quando o atinge, imediatamente o larga e parte em
procura de outro. É insaciável em suas próprias conquistas. Não admite a injustiça e costuma proteger os
mais fracos, assumindo integralmente a situação daquele que quer proteger. Sabe mandar sem nenhum
constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde que não seja desrespeitado. Adapta-se
facilmente em qualquer lugar.

Come para viver, não fazendo questão da qualidade ou paladar da comida. Por ser Ogum o Orixá do Ferro
e do Fogo seu filho gosta muito de armas, facas, espadas e das coisas feitas em ferro ou latão. É franco,
muitas vezes até com assustadora agressividade. Não faz rodeio para dizer as coisas. Não admite a
fraqueza e a falta de garra.

Têm um grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as ofensas sérias de que são vítimas. São
desgarrados materialmente de qualquer coisa, pessoas curiosas e resistentes, tendo grande capacidade
de se concentrar num objetivo a ser conquistado, persistentes, extraordinária coragem, franqueza absoluta
chegando à arrogância. Quando não estão presos a acessos de raiva, são grandes amigos e
companheiros para todas as horas.

É pessoa de tipo esguio, de estatura média e compleição física forte que procura sempre manter-se bem
fisicamente. Costuma gostar de esporte e está sempre agitado e em movimento, tendem a ser musculosos
e atléticos, principalmente na juventude, tendo grande energia nervosa que necessita ser descarregadas
em qualquer atividade que não implique em desgastes físicos.

Sua vida amorosa tende a ser muito variada, sem grandes ligações perenes, mas sim superficiais e
rápidas, pois são volúveis e se apaixonam muito facilmente, sendo que logo estão em busca de novas
paixões.

Caboclo Peito de Aço

Os Caboclos Peito de Aço são aplicadores naturais da Lei e ordenadores da evolução dos seres. São
caboclos demandadores, no trabalho de choque com o baixo astral. Agem com inflexibilidade, rigidez e
firmeza e são avessos às condutas liberais.

Alguns Caboclos de Ogum: Rompe Mato (Ogum/Oxóssi), Ubirajara Peito de Aço (e Linha de Caboclos
Peito de Aço), Timbiri, Humaitá, Tira-Teima, Araguari, Sete Espadas, Sete Lanças, Sete Escudos,

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Casa dos Irmãos de Fé
Guerreiro, Quebra Pedras (Ogum/Oxum), Pedra Azul, Rompe Terras (Ogum/Omolu), Arranca Toco
(Ogum/Omolu), Quebra Toco (Ogum/Omolu), Pena Azul (Oxóssi/Ogum).

Alguns Exus de Ogum: Tranca Ruas, Sete Facas, Sete Espadas, Sete Ferraduras, Exu Ferrolho
(Ogum/Oxum), Exu Sete Correntes, Exu Trinca Ferro (Omolu/Ogum), Exu do Ferro, Exu Corta Fogo
(Ogum/Xangô), Exu Pé de Ferro, Exu Garra de Ferro, Exu Capa de Ferro, Exu do Aço, etc...

Ogum comanda a falange de todos os Exus.

YANSÃ

Elemento: Eólica (ar).

Sentido Divino: Direcionamento

Pólo magnético: Negativo

Gênero: Feminino

Onda fatoral: Cósmico

Magnetismo: ativo / absorvedor

Saudação: “Eparrei Yansã!” (Salve o seu Raio Yansã!)

DIRECIONAMENTO

Direção é a arte ou efeito de dirigir, de dar direção, de conduzir com ordenação. O direcionamento é uma
das qualidades de Deus, presente e ativo em tudo o que Ele gera e cria, tanto animado quanto inanimado.

Iansã é a Lei em ação, é a Orixá que faz do Tempo seu campo de atuação. O Tempo é a execução da Lei
para aqueles que subverteram seus princípios básicos. Todos nós estamos sujeitos ao julgamento da Lei.
A todo instante, a Lei está se fazendo executar, tanto na forma de castigo como de recompensa.

Iansã é aplicadora da Lei na vida dos seres desequilibrados pelos vícios. Seu campo preferencial de
atuação é o emocional: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão de
forma menos emocional. Como magnetismo aéreo, reflete em nós idealização, lealdade, sustentação,
movimentação, circulação, ordenação, segurança, etc.

A Senhora das Energias Puras Eólicas, nos traz a vida porque sem o ar não viveríamos. Ela nos dá
direcionamento, pois sem ele seríamos como um carro sem motorista. Quando ficamos sem saber o que
fazer, que rumo tomar, podemos pedir à Mãe Yansã um direcionamento na vida, principalmente em
negócios difíceis de serem resolvidos, nos relacionamentos sentimentais, e em tudo que precisar de um
encaminhamento correto.

Como Guardiã de um dos Mistérios de Deus, ela anula as inJustiças e dilui os acúmulos emocionais.
Como Divindade Cósmica, ela tem como atribuição atrair magneticamente os espíritos negativos, recolhê-
los em seus domínios e retê-los, até que esgotem seus negativismos, para só devolvê-los às faixas
neutras, de onde serão redirecionados para a luz ou para a reencarnação.

Desequilibrados, os seres ficam retidos “no Tempo”, até esgotarem os vícios e desequilíbrios que
afetavam suas mentes, seu emocional e seus campos energéticos. Por esse motivo é que a Divina Mãe
Yansã tem uma atuação importantíssima sobre os eguns, que são espíritos endurecidos no mal: Ela os
recolhe, paralisa, e os remete ao Tempo, nos domínios da Mãe Oyá-Tempo, para que ali eles sejam

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Casa dos Irmãos de Fé
completamente esgotados dos seus desequilíbrios. Só depois disso é que aquele ser que praticou o mal
por muitas e muitas vezes, depois de esgotado ou esvaziado da maldade que criou, é que estará em
condições de ser redirecionado, para recomeçar sua caminhada evolutiva.

As energias irradiadas por Iansã densificam o mental, diminuindo seu magnetismo, e estimulam o
emocional, acelerando suas vibrações. Com isso, o ser se torna mais emotivo e mais facilmente é
redirecionado. Mas quando não é possível reconduzi-lo à linha reta da evolução, paralisam o ser e o retêm
em um dos campos de esgotamento mental, emocional e energético, até que ele tenha sido esgotado de
seu negativismo e tenha descarregado todo o seu exacerbado emocional, desvirtuado e viciado.

Mãe Yansã é a Divindade da Lei cuja natureza é eólica, daí ser chamada de Senhora dos Ventos e das
Tempestades, e sua espada simboliza a execução do carma. Ela é o vendaval que desaba e a ventania
que faz tudo balançar. Ela é o próprio sentido de direção da Lei; é um mistério que só entra na vida de um
ser, caso a direção que este esteja dando à sua evolução e à sua religiosidade não siga a linha reta
traçada pela Lei Maior. Ela é o ar que areja nosso emocional e nos proporciona um novo sentido da vida e
uma nova direção ou meio de vida, renovando a Fé na mente e no coração dos seres.

Ela é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, e a batalha do dia-a-dia é a sua
felicidade. Sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra o seu amor e a sua
alegria contagiante na mesma proporção que exterioriza o seu descontentamento. Dessa forma, passou a
identificar-se muito mais com atividades habitualmente relacionadas ao homem, que são desenvolvidas
fora do lar, rejeitando o papel feminino tradicional.

É a mais guerreira de todos os Orixás Femininos. Na Linha da Justiça, Iansã é seu aspecto móvel, e
Xangô é seu aspecto assentado ou imutável, pois ela atua na transformação dos seres por meio de seus
magnetismos negativos. Ela forma uma Linha polarizada ou mista Justiça/Lei, na qual Xangô atua pelo
elemento Fogo e Iansã atua pelo elemento Ar. Yansã expande o fogo de Xangô. Assim, logo que o ser é
purificado de seus vícios (pelo fogo de Xangô), Yansã entra na vida daquele ser e o redireciona e o
reconduz para outro campo, no qual retomará sua evolução. Já com Pai Ogum, Yansã forma um par puro
na Linha da Lei, ambos atuando pelo elemento Ar.

Yansã Balé (ou das Almas) é muito solicitada e muito conhecida porque atua preferencialmente sobre os
espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida. E como vida é Geração e Omolu
atua no pólo negativo (Cósmico) da Linha da Geração, então Yansã Balé envia aos domínios de Tatá
Omolu todos os espíritos que atentaram contra a vida de seus semelhantes ao desvirtuarem os princípios
da Lei e da Justiça Divina.

A essa Mãe Divina podemos pedir nosso encaminhamento correto no encontro de novos
empreendimentos, conhecimentos, religião, processos, novas condições de vida, nos vários campos, para
obter equilíbrio emocional (quando a pessoa está muito alterada em suas emoções), para obter o amparo
da Lei e da Justiça Divinas em qualquer situação conflituosa, para pedir proteção contra atuações
negativas externas, para não ceder à tentação de revidar o mal que alguém nos tenha feito, para fazer
movimentar e superar situações de estagnação que estejam se arrastando em algum setor da vida da
pessoa.

Ervas: Alfavaca, arruda, buchinha do norte, calêndula, camomila, cana do brejo, cânfora, capuchinha,
casca de laranja, cavalinha, chapéu de couro, cidreira, cipó cravo, espada de Santa Bárbara, eucalipto,
folhas de pitanga, folha de fogo, folhas de bambu, fumo (tabaco), hortelã, imburana, jurubeba, laranjeira,
losna, mamona, picão preto, pára-raio, tiririca, vence demanda, pinhão roxo, pinhão branco, quebra-
demanda, semente de girassol, sabugueiro, semente de imburana, açucena, alfazema de caboclo, anil,
folhas de cenoura, mal-me-quer, menta.

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Casa dos Irmãos de Fé
Símbolos: Espada, cálice, raio, os chifres de búfalo, alfanje, adaga de cobre, eruesin ou eruexin (espécie
de chicote confeccionado com pelos de rabo de cavalo e encravados em um cabo de cobre), utilizado pela
Divindade para espantar os eguns.

Flores: Palmas amarelas, rosas amarelas, açucena, tulipa, primavera, impatiens.

Água: água da chuva, água de framboesa.

As filiações de Iansã

Onda divina eólica - Fator direcionador - Irradiação da Lei Maior

Iansã na numerologia – 13 (treze)

As filhas de Iansã são regidas pelo Sol.

Regidas pelo Sol, para as filhas de Yansã, viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da
vida é o prazer dessas pessoas. Escolhem seus caminhos mais por paixão do que por reflexão. Não ficam
em casa, vão à luta e conquistam o que desejam.

São atiradas, extrovertidas e diretas, jamais escondem seus sentimentos. Entregam-se a súbitas paixões e
de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido. São
extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam. Os relacionamentos longos só
acontecem em suas vidas quando controlam seus impulsos, sendo então capazes de viver para o resto da
vida ao lado da mesma pessoa.

São pessoas audaciosas e ciumentas. Vaidosas, altruístas e inteligentes, são tagarelas, alegres e
animadas, fazem festa com tudo. Comunicam-se facilmente e falam alto. Otimistas, despachadas e
carinhosas, têm excelente disposição.

Tomam decisões rápidas e têm alto poder de imaginação. Têm um forte dom para a magia e uma incrível
capacidade de adaptação. Trabalhadeiras, dedicam-se inteiramente àquilo que gostam. Tendem a ser
autoritárias e possessivas. Seu temperamento muda repentinamente, sem que ninguém esteja preparado
para essas guinadas.

Seu comportamento pode ser explosivo como uma tempestade, ou calmo como uma brisa de fim de tarde.
Só uma coisa os tira do sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte, pois
na defesa dos filhos batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, não têm medida.

Apreciam festas, trabalhos agitados, pessoas falantes e alegres, ambientes enfeitados e multicoloridos,
viagens a passeio, e pessoas envolventes. Não apreciam pessoas introvertidas, reuniões monótonas,
amizades egoístas, comidas pesadas, roupas sóbrias, a prisão da vida doméstica e a repetição das
mesmas coisas no seu dia-a-dia.

São pessoas seletivas e só se apaixonam de fato se o par for muito envolvente. Do contrário, assim como
os atrai, dispensam-nos com muita rapidez.

No pólo positivo, são envolventes, risonhas, alegres. Amorosas, cativantes, mas sem pieguice, são
possessivas com suas amigas e companheiras leais, pessoas decididas que tomam iniciativas ousadas,
expeditas, ágeis no pensar e no falar, são objetivas, lutadoras e líderes natas.

No pólo negativo, são apaixonadas, bravas, emotivas, de pavio curto, falantes, briguentas, intolerantes, As
filhas de Iansã têm afinidade com as filhas de Iemanjá, de Oyá, de Oxum e de Nanã; e com os filhos de
Oxalá, Omulú, Obaluaiyê, de Oxossi e de Xangô.
68
Casa dos Irmãos de Fé
As filhas de Iansã não se compatibilizam facilmente com as filhas de Obá e de Egunitá; e não se dão bem
com os filhos de Ogum e de Oxumaré.não perdoam quem as magoa e são explosivas.

Fisicamente possuem estatura média e compleição curvilínea bem delineada, tendendo para o
sensualismo.

Alguns Caboclos de Yansã: Caboclo Sete Ventanias, Caboclo Ventania, Caboclo Gira-mundo (de Oxalá e
Yansã-“mundo”=espaço=Oxalá, e “gira”=movimento=Yansã), Caboclo ou Cabocla dos Ventos, Caboclo
Sete Pedreiras, Caboclo Pedra Amarela.

Alguns Exus de Yansã: Exu Sete Chifres, Exu Sete Fagulhas (Xangô e Yansã), Exu Gira-mundo (de Oxalá
e Yansã), Exu Sete Giras, Exu Sete Poeiras (Omolu e Yansã), Exu Mangueira, Exu Corta Ferro (Yansã e
Ogum).

Algumas Pombagiras de Yansã: Pombagira Rosa dos Ventos (Oxum e Yansã), Pombagira Ventania,
Pombagira Fogueteira (de Egunitá e Yansã), Pombagira das Sete Giras (de Oxalá e Yansã), Pombagira
Gira-mundo (de Oxalá e Yansã), Pombagira da Rosa Amarela.

Linha dos Baianos

A Linha dos Baianos da Umbanda engloba espíritos de antigos Sacerdotes da Bahia e de outras regiões,
tendo a Regência direta do Orixá Yansã. Também tem uma ligação com os Orixás Oxalá e Oyá-Tempo, já
que seu Arquétipo (Sacerdotes) diz respeito a questões da Fé e da Religiosidade. Portanto, se um espírito
missionário iniciou a corrente dos "baianos", é porque na Terra ele havia sido um Babalorixá e continuou a
sê-lo no plano espiritual.

Esta Linha foi criada justamente para homenagear os antigos Pais e Mães no Santo da Bahia, que foram
os primeiros a trabalhar, e muito, para a preservação e a divulgação do culto aos Orixás em nosso país e
enfrentando, à época, toda sorte de dificuldades e preconceitos.

Ele havia sido um baiano cultuador dos Orixás e continuou a sua missão em espírito, iniciando um dos
mistérios da religião umbandista, pois só um mistério agrega sob sua égide e sua irradiação tantos
espíritos, com muitos deles só plasmando uma vestimenta baiana e adotando um modo de comunicação
peculiar. Muitos viveram ou passaram parte de sua vida em Estados dessa região, em contato com os
Mestres do Catimbó e da Pajelança.

Na sua forma de trabalhar, trazem muito das qualidades de Mãe Yansã: são bastante ativos,
movimentadores, irrequietos, despachados e descontraídos. São espíritos alegres, brincalhões, muito
conselheiros e gostam de uma boa conversa, orientadores, aguerridos e chegados à macumba (dança
ritual) que tem movimentos característicos, com gingados, “pisadas” e giros que dissolvem as energias
densas acumuladas no ambiente e nas pessoas. São firmes, parecem “feitos de Fé”. E não se cansam de
louvar “o Senhor do Bonfim”.

Os Baianos nos ensinam muitas coisas. Seu magnetismo, entre outras coisas, estimula cada pessoa a não
estagnar diante dos problemas, a não lastimar, mas agradecer pela vida e ir em frente; a confiar em si e na
Providência Divina e montar um plano de ação para começar a resolver pendências; a cuidar bem de si
mesmo, manter bons sentimentos e pensamentos firmes, através de orações, banhos, rezas etc. (reza de
Baiano é infalível!...); não olhar só “pro umbigo”, ou seja, fazer alguma coisa em benefício dos mais
necessitados, e lembrando que a maior ajuda é saber ouvir com respeito, dar uma boa palavra, fazer uma
oração na intenção do necessitado; etc.

Por outro lado, os Baianos admiram a disciplina e a organização dos trabalhos. Sabem “dar disciplina” de
forma direta, quando preciso, até porque a Linha tem a Regência de Mãe Yansã. São poderosos aliados
da Umbanda e nos ajudarão em tudo o que for permitido pela Lei Divina. Mas desde que a pessoa não

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Casa dos Irmãos de Fé
tenha má índole. Porque Baiano “não tem osso na língua” e diz o que tem a dizer, quer a gente goste ou
não. Seu objetivo é nos ajudar a manter uma conduta reta na vida, para que a Lei e a Justiça Divinas nos
amparem. Baiano é alegre, Baiano brinca. Mas também sabe falar sério, e nessas horas não corta
caminho, vai direto ao ponto.

Bons conhecedores da Magia, eles atuam fortemente na quebra de magias negativas, na desobsessão e
na limpeza energética.

Suas oferendas podem ser feitas ao pé de um coqueiro ou palmeira.

Preferem os colares feitos de pedaços de coco seco e/ou de coquinhos e/ou de sementes (olho de boi,
olho de cabra). Alguns intercalam búzios, pedras e mesmo contas de porcelana ou de cristal.

Nomes simbólicos de alguns Baianos: Simão do Bonfim, Januário, Zé do Ouro, Juvêncio, Juvenal, Mané
Baiano, Zé Baiano, Zé da Estrada, Zé da Estrada e dos Trilhos, Zé Tenório, Zé do Côco, Zé Pereira, Zeca
do Côco, Zé Pretinho, Zézinho Baiano, Baiano dos Sete Cocos, Chico Baiano, Serafim, João Baiano,
Severino da Bahia, Joaquim Baiano, Zé da Lua, João do Coqueiro, Zé do Berimbau, Zé do Prado.

Alguns nomes simbólicos de Baianas: Maria do Balaio, Rosa Baiana, Baiana da Estrada, Maria Fulô,
Januária, Maria (ou Baiana) do Rosário, Quitéria, Raimunda, Jacinta, Juvência, Baiana da Palmeira, Maria
Baiana, Baiana da Praia, Maria da Cruz, Baiana Rosalva, Maria dos Anjos, Baiana dos Sete Nós, Baiana
dos Cocos, Maria Mulata, Chica Baiana, Maria das Candeias, Maria dos Remédios, Baiana Severina.

Linha dos Malandros e a Entidade Zé Pelintra

Dentro da Linha dos Baianos, também se manifesta a Entidade Zé Pelintra, pois é um Espírito que tem
peculiaridades e acesso a vários graus vibratórios. Lampião lutou contra o coronelismo nordestino. Zé
Pelintra foi um grande mestre de Catimbó, juremeiro e rezador dos bons!

A Linha dos Malandros da Umbanda traz para dentro do ambiente Sagrado os excluídos da sociedade.
Espíritos que em alguma encarnação, por conta do preconceito racial, foram marginalizados pela
sociedade, mas que lidaram com essa adversidade sem perder sua Fé, sua identidade e seu bom humor,
certamente que já apresentavam um bom nível pessoal de evolução. E após desencarnarem continuaram
suas evoluções perante a Espiritualidade.

A grande “malandragem” que eles nos ensinam é como sermos flexíveis, nos desapegando e abrindo mão
de ideias antigas, para nos renovarmos a cada dia; encarar a vida com leveza, sem guardar rancores e
levar tudo para o campo pessoal; não perder o humor e estragar um dia por causa de um obstáculo, por
maior que pareça; aprender com os próprios erros, para não repeti-los, pois quem anda atento na vida não
vive caindo em buraco.

Os Malandros são simples, amigos, leais e verdadeiros. Mas se alguém pensa que pode enganá-los,
então é desmascarado sem a menor cerimônia e na frente de todos, porque os Malandros não toleram a
maldade, a injustiça ou a tentativa de se enganar aos mais fracos.

Nos Terreiros que adotam vestimentas características, quando incorporados em seus médiuns, os
Malandros se apresentam vestidos com camisas listradas, alguns com camisas de seda, outros de terno e
gravata brancos e chapéu ao estilo Panamá e às vezes de palha. Usam sapatos brancos, ou então
bicolores (branco/preto; preto/vermelho) e gravata vermelha. Alguns usam cartola; outros, uma bengala
(cajado).

Manipulam magisticamente fumos como charutos e cigarrilhas; e bebidas que vão desde aguardente,
batidas, batida de côco, conhaque até uísque.
70
Casa dos Irmãos de Fé
São cordiais e alegres. Parecem dançar a maior parte do tempo, mas com seus movimentos estão é
recolhendo negatividades e purificando as pessoas e o ambiente.

Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e têm capacidade espiritual bastante elevada para
resolvê-los. Trabalham para curar, desmanchar magias negativas, proteger e abrir caminhos. Atuam muito
na cura de problemas de cunho espiritual e emocional, particularmente no campo das chamadas doenças
mentais (ansiedade, fobias, depressão, síndrome do pânico, compulsões, esquizofrenia etc.), pois seu
magnetismo é bastante eficaz sobre os distúrbios originários de desequilíbrios do Sentido da Fé.

De modo geral, os Malandros se apresentam com uma fita vermelha no chapéu. Mas os que atuam na
cura usam uma fita branca, símbolo do curador, ligado ao Pai Oxalá.

Uma figura bastante conhecida dentro desta Linha é Seu Zé Pelintra. Também existem as manifestações
femininas, das quais Maria Navalha e Maria do Cais são os exemplos mais conhecidos.

Como regra geral, os Malandros não são Exus. São Entidades que integram Linhas de Trabalho distintas.
Mas alguns Malandros se manifestam nas sessões de Esquerda, junto com os Exus.

Seu Zé, como é conhecido popularmente, é uma Entidade peculiar, pois tanto se manifesta na Direita
quanto na Esquerda. Na Direita, ele vem como Malandro mesmo, ou como Baiano, ou ainda como Preto
Velho quimbandeiro (isto é, voltado para o corte de magias negativas). E pode vir na Esquerda, como Exu.
Por que será? Ora, uma das grandes características dos Malandros não é a flexibilidade? Pois então...
Seja como for, ele é um Guia a serviço da Luz.

Já no Catimbó, Zé Pelintra é “doutor”, é um curador, é um Mestre da Jurema bastante respeitado. Na


Jurema, Seu Zé Pelintra não tem a conotação de Exu, a não ser quando a reunião é de Esquerda, porque
os Mestres da Jurema têm essa capacidade de pode vir tanto na Direita quanto na Esquerda. Na
Esquerda, os Mestres vêm para cortar o mal.

No Catimbó, Seu Zé usa bengala (que pode ser qualquer cajado), cachimbo e faz uso ritualístico da
cachaça. Dança côco, baião e xaxado e abençoa a todos com seu chapéu ou que o abraçam e o chamam
de padrinho.

Nomes Simbólicos: Zé Pelintra, Zé Malandro, Zé do Côco, Zé da Luz, Zé de Légua, Zé Moreno, Zé


Pereira, Zé Pretinho, Malandrinho, Camisa Preta, Camisa Listrada, Sete Navalhas, Malandro do Morro.

Campo de atuação: Limpeza energética, purificação e equilíbrio; quebra de preconceitos; desapego; corte
de magias negativas; abertura de caminhos para a prosperidade em geral (espiritual e material); cura
espiritual, emocional, mental e física.

Ponto de Força: O Ponto de Força dos Malandros é na subida de morros, nas esquinas e encruzilhadas,
aos pés de coqueiros e até em cemitérios, dependendo do seu campo específico de atuação.

Cor: Branco/preto; branco/vermelho; vermelho/preto.

Guias ou colares: Suas guias ou colares podem ser de vários tipos, tais como: confeccionadas com
coquinhos; de contas de porcelana vermelhas e pretas, ou vermelhas e brancas, ou ainda pretas e
brancas; de sementes (olho de cabra, olho de boi, obi branco); de pedras; de palha da costa com búzios.

Elementos de trabalho: Baralho, moedas, dados, palitos, palha da costa, pedras, pembas, sumos de ervas,
barbante, linhas, fitas, búzios, sementes, côco, água de côco, terra, dendê, azeite de oliva.

Ervas: Quebra demanda; arruda; guiné; comigo-ninguém-pode; aroeira; palha da costa; levante; anis
estrelado; algodoeiro; tapete de Oxalá; alecrim; jasmim; manjericão roxo; folha de bambu; folhas de laranja
e de limão; folha de café; folha e semente de cacau; folha de beterraba; rama de cenoura; café em grão e
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Casa dos Irmãos de Fé
em pó; urucum; folha de pitanga; folhas de palmeira e de coqueiro; folha de bananeira; tiririca; barba de
velho; raízes; cipós; cabelo e palha de milho; louro; losna; agrião; coentro; orégano; noz moscada; pára-
raio; espada de São Jorge; espada de Santa Bárbara; lança de São Jorge; mentas (vários tipos de
hortelã); boldos (vários tipos); ervas amargas; salsinha.

Sementes: Olho de boi, olho de cabra, obi branco (ou noz de cola).

Flores: Rosas e cravos vermelhos e brancos; flores vermelhas e amarelas.

TRONO DA EVOLUÇÃO

Evoluir significa crescer, aprimorar, lapidar, transformar, crescer mentalmente, passar de um estágio a
outro, ascender em uma linha de vida de forma contínua e estável. Significa uma renovação contínua do
ser, uma reposição constante de valores, deixando para trás conhecimentos ultrapassados, hábitos e
costumes inadequados, atitudes e posturas velhas e decadentes. Significa procurar continuamente o
movimento e a estabilidade em nossas vidas.

Evoluir é sair de um nível de consciência e alcançar outro, alcançar outra realidade. Evoluir é fazer uma
passagem de uma condição para outra condição melhor. A reencarnação é a passagem do ser do plano
espiritual para a realidade material.

A evolução é uma situação pessoal. Ninguém evolui no lugar do outro ou pelo outro.

Todos nós temos em nosso interior um potencial de incrível poder transformista e, além da evolução do
nosso EU particular, devemos desenvolver ações amorosas e engrandecedoras, apoiadas no sentimento
do verdadeiro perdão. Precisamos eliminar os bloqueios que atrapalham nossa evolução, dedicando
diariamente alguns minutos, para perdoar as pessoas que, de alguma forma, nos ofenderam,
prejudicaram, rejeitaram, odiaram, abandonaram, traíram, ridicularizaram, humilharam, amedrontaram,
iludiram ou causaram dificuldades.

É necessário perdoar, especialmente, aqueles que nos provocaram, até que perdêssemos a paciência e
reagíssemos violentamente, sentindo, depois, vergonha, remorso e culpa. Sabemos que, por várias vezes,
fomos responsáveis pelas agressões recebidas, pois confiamos em pessoas negativas e permitimos que
elas descarregassem sobre nós o seu mau caráter. Outras vezes, suportamos maus tratos e humilhações,
perdendo tempo e energia na inútil tentativa de conseguir um bom relacionamento com essas criaturas.

Devemos, também, pedir perdão a todas as pessoas a quem, de alguma forma, consciente ou
inconscientemente, ofendemos, injuriamos, prejudicamos ou desagradamos. Só assim poderemos estar
livres da necessidade compulsiva de sofrer e nos livramos da obrigação de conviver com indivíduos e
ambientes tóxicos.

O Trono da Evolução gera fator evolutivo e irradia, já como essência, o saber.

OBALUAIÊ

Elemento: Telúrica (terra).

Sentido Divino: Evolução/ Transmutador

Pólo magnético: Positivo

Gênero: Masculino

Onda fatoral: Universal


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Casa dos Irmãos de Fé
Magnetismo: ativo / irradiante

Saudação: “Atotô, Pai Obaluaê!” (Peço quietude meu Pai!)

Obaluaiê é o Orixá que atua na evolução dos seres. Pai Olorum, que tudo cria e tudo gera, criou as
qualidades de estabilidade e evolução. Sem estabilidade nada se sustenta e sem transmutação tudo fica
parado. A estabilidade proporciona o meio ideal para os seres viverem e na mobilidade são gerados os
recursos para que eles evoluam.

Pai Obaluaiê é a Divindade que representa essa qualidade dupla, pois tanto sustenta cada coisa no seu
lugar como conduz cada uma a ele. Ele está no próprio Universo, na sustentação de cada corpo celeste e
no movimento da mecânica celeste. Na sua irradiação aceleradora da vida, dos níveis e dos processos
genéticos, desperta nos seres a vontade de seguir em frente, de evoluir.

O nome Obaluaiê significa: “o Rei e Senhor da Terra” (Oba=Rei; Lu= Senhor; Ayê= Terra). Obaluaiê é o
Rei e Senhor do elemento terra e da matéria ou do mundo material. É conhecido como o Rei das Almas do
Ayê, o Senhor das Almas. Obaluaiê é o Orixá que atua na evolução. É o "Senhor das Passagens" de um
plano a outro, de uma dimensão para outra, do espírito para a carne e vice-versa. É o Orixá da cura, do
bem-estar e da busca de melhores condições de vida.

Esse Pai é evocado como Senhor das almas, dos meios aceleradores de sua evolução e, quando um ser
natural de Obaluaiê baixa num médium, todos sentem uma serenidade e um bem estar imenso, pois ele
traz em si a estabilidade, a calmaria e a vontade de avançar, de ir para mais perto de Deus.

O Fator Transmutador de Pai Obaluaiê tem por função transmutar não apenas uma situação particular da
nossa vida, como também a de transmutar a ação dos outros Fatores: é a Transmutação Divina atuante
em toda a Criação. Transmutar significa transformar o negativo em positivo. Já o seu Fator Evolucionista
ou Evolutivo tem por função criar as condições necessárias para a evolução dos seres, correspondendo,
portanto, à Presença da Evolução atuante na Criação.

Seu primeiro elemento é a terra e o segundo é a água. Os pontos de forças regidos por Pai Obaluaiê, no
acima, são os cemitérios ou campos santos, lugares sagrados para os povos de todas as culturas. São os
pontos de transição do espírito, quando deixa a matéria e passa para o plano espiritual.

Rege a linha das almas ou corrente dos pretos velhos, que traz a natureza medicinal de Obaluaiê, Orixá
curador. Muitos têm sido curados, após clamarem por sua interseção. Os pretos velhos nos transmitem
paz, confiança, esperança e bem-estar.

Quando oferendar: Em toda situação na qual precisemos superar uma grande dificuldade, para alcançar
uma condição melhor, seja ela mental, física ou espiritual.

Ervas: Ervas quentes ou agressivas: Folhas de chorão (para decantação e limpeza); alho desidratado ou a
casca do alho (ácido consumidor); cebola desidratada ou a casca da cebola; cipó cruz (cura espiritual de
obsessores); valeriana; garra do diabo; mamona; picão preto; fumo (tabaco). Ervas mornas ou
equilibradoras: Sálvia (equilibradora, limpeza leve, erva da sabedoria); sete sangrias (fortalecedor,
protetora e estimuladora da cura); sabugueiro (equilibrador e poderoso curador espiritual); barba de velho;
damiana; salsaparrilha; trapoeraba; folhas de beterraba; catinga de mulata; ipê roxo; lantana; umbaúba;
arroz; velame. Outras: alfavaca roxa, alfazema, aroeira, babosa, folhas de bananeira, fortuna, hortelã
brava, hera, manjericão roxo, musgo, picão da praia.

Símbolos: O cruzeiro; a cruz; o octógono (a “cruz” de oito braços, cujo desenho lembra um asterisco); a
palha da costa.

Flores: Crisântemos (de cor branca e ou lilás), violetas, flores do campo e margaridas.

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Casa dos Irmãos de Fé
As filiações de Obaluaiyê

Onda divina evolutiva - Fator evolutivo

Obaluaiyê na numerologia – 4 (quatro)

Obaluaiyê é telúrico-aquático.

Obaluaiyê tanto quanto Nanã são associados à sapiência e à maturidade, à razão e à ponderação, pois
são os Orixás regentes da evolução.

Os filhos de Obaluaiyê são regidos pelos magnetismos terráqueos e jupterianos.

Os filhos de Obaluaiê são pessoas que ocultam sua individualidade sob uma máscara de austeridade.
Apresentam pouco brilho em seus rostos e um semblante sério, com raros momentos de descontração.
Parecem carregar todo o sofrimento do mundo.

Adoram fazer caridade e aliviar o sofrimento das pessoas. São capazes de se consagrar ao bem-estar dos
outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades. Por isso, têm muita
afinidade com profissões ligadas à área da saúde.

Obaluaiê é associado à Sabedoria, à Maturidade e à Ponderação, bem como aos planetas Saturno e
Júpiter. Seus filhos têm dificuldade em se relacionar, pois são muito fechados e de pouca conversa.

Geralmente apaixonam-se por pessoas totalmente diferentes de si próprias, isto é, por figuras
extrovertidas e sensuais. Gostam de ver o ser amado brilhar, embora sintam uma espécie de inveja do seu
jeito extrovertido, coisa que para eles é difícil Os filhos de Obaluaiê são irônicos, secos e diretos. Não são
de levar desaforos para casa e nem de falar pelas costas. Odeiam fofocas e vulgaridades do gênero.

A solidão é muito peculiar a essas pessoas, devido à sua própria personalidade.

São pessoas firmes e decididas, que lutam para conseguir seus objetivos. Muito independentes, têm a
necessidade de crescer por suas próprias forças e recursos.

Não costumam sentir medo da morte, pois têm a convicção íntima de que ela é apenas uma renovação.

No positivo, os filhos de Obaluaiê são cordiais, corteses, falantes, criativos, elegantes e generosos.
Apreciam a boa mesa, as bebidas suaves, as festas, as roupas elegantes, as viagens e reuniões
animadas e companhias interessantes. Gostam de ser o centro das atenções. Não apreciam a monotonia,
o silêncio, a solidão, as companhias tolas ou inconsequentes e o trabalho repetitivo ou em ambientes
fechados.

No negativo, são prepotentes, autoritários, mesquinhos, vaidosos, desleais, intrigantes, vingativos,


pedantes, bajuladores e mulherengos. Uma característica negativa que pode aparecer também é o
masoquismo: não se sentem satisfeitos quando a vida corre tranquila, precisam mostrar seu sofrimento e
às vezes exageram nesse tipo de comportamento. Podem atingir situações materiais invejáveis e, um belo
dia, rejeitar todas essas vantagens em virtude de escrúpulos imaginários.

Os filhos de Obaluaiyê se harmonizam facilmente com os filhos de Oxalá e de Oxossi, e com as filhas de
Iemanjá, de Oxum e de Iansã. E não compatibilizam facilmente com os filhos de Oxumaré, Ogum, Xangô e
Omulú, e com as filhas de Obá, Egunitá, Oyá e Nanã.

Os filhos puros de Obaluaiyê são de estatura média e muito parecida com os filhos de Xangô, só que são
menos “racionais” e são bem descontraídos, emotivos mesmo.

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Casa dos Irmãos de Fé
Sua característica física é a estatura média, são muito parecidos com os filhos de Xangô, só que são
menos racionais e são descontraídos, emotivos mesmo.

Alguns Caboclos de Obaluaiê: Caboclo Beira-Mar (regência de Yemanjá e Obaluaiê), Caboclo Guiné
(Oxóssi/Obaluaiê), Caboclo Arruda (Oxóssi/Obaluaiê).

Também os Caboclos Velhos ou Pajés Curadores: Caboclo Pena Branca Velho (Oxalá/Obaluaiê), Caboclo
Tupinambá Velho (Oxalá/Obaluaiê) etc.

Alguns Exus de Obaluaiê: Exu das Almas, Exu Caveira ou Sete Caveiras (Omulu/Obaluaiê), Exu
Bananeira, Exu Molambo, Exu Porteira, Exu Sete Porteiras, Exu do Lodo (de Obaluaiê e Nanã).

Linha de Pretos-Velhos

Na Umbanda os Pretos Velhos são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea,
a abolição da escravatura.

São espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas,
majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias
do tempo do cativeiro. Sábios, ternos e pacientes dão o amor, a Fé e a esperança aos “seus filhos”.
Porém, nem todo Preto-Velho é preto ou velho. A forma como incorporam, curvados, expressa a qualidade
telúrica de Pai Obaluaiê. O peso que parecem carregar não é fruto do cansaço, da idade ou velhice, mas é
a ação da qualidade estabilizadora, terra, desse Orixá.

São entidades que se manifestam sob o poder da aparência de negros escravos, trazendo-nos o exemplo
da humildade e simplicidade da alma, o poder e o segredo de viver longamente através da sua sabedoria,
apesar da rudeza do cativeiro e demonstram Fé para suportar as amarguras da vida São espíritos
elevadíssimos, com vasto campo de atuação e de elevada sabedoria, trazendo esperança e quietude aos
anseios da consulência que os procuram para amenizar suas dores, são mandingueiros poderosos,
sentado em seu banquinho, benzendo com seu ramo de arruda, rezando com seu terço, demandam contra
o baixo astral e suas baforadas são para limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e de
consulentes.

Os nomes de alguns Pretos Velhos:

é de Angola, Pai Francisco, Pai Cambinda, Pai Jacó, Pai


Benedito, Pai Antônio, Pai Agostinho, Pai Anastácio, Pai Jorge, Pai Maneco, Pai Luis, Pai Ambrósio, Pai
Cipriano, Vô Benedito, Velho Liberato, Tio Antônio...

ia, Mãe Cambina, Mãe Sete Serras, Mãe Cristina, Mãe


Mariana, Maria Conga, Vovó Rita, Vó Cambinda, Vó Bibiana, Vó Cecília, Vó Irina, Vó Ana, Vó Sabina, Vó
Quitéria, Vó Benedita, Vó Iriquirita, Vó Leopondina, Vó Filomena, Vó Joana, Vó Joaquina, Vó Rita, Vó
Mariana, Vó Guilhermina, Mãe Benta, Mãe Maria...

Muitos Pretos Velhos podem apresentar-se como Tio, Tia, Pai, Mãe, Vó ou Vô, porém todos são Pretos
Velhos. Na gira eles gostam de alimentos à base de milho: Bolo de milho, pamonha, cural, etc.

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NANÃ BURUQUÊ

Elemento: Telúrica (terra).

Sentido Divino: Sabedoria / Decantador

Pólo magnético: Negativo

Gênero: Feminino

Onda fatoral: Cósmico

Magnetismo: passivo / absorvedor

Saudação: “Saluba, Nanã!” (Salve a Mãe das águas Pantaneiras!)

MATURIDADE (RAZÃO E SABEDORIA)

Na Idade Madura, o ser, ao tornar-se mais racional, começa a ter uma "luz interior" alimentada por sólidos
princípios que o guiam. Essa "luz interior" é que, logo após o desencarne, irá distinguir um ser livre de
outro preso aos instintos e impulsos.

A Divindade que acompanha nosso fim na carne, assim como nossa entrada, em espírito, no mundo
astral, é Mãe Nanã. Nessa porta de passagem, ela atua sobre o nosso carma, conduzindo esta transição
com calma e serenidade. Mãe Nanã Buruquê é a maleabilidade e a decantação, é a calma absoluta, que
se movimenta lenta e cadenciadamente. Essa calma absorvente exige silêncio; descarrega e magnetiza o
campo vibratório das pessoas, que se modificam, passando a agir com mais ponderação, equilíbrio e
maturidade.

Mas, maturidade não é sinônimo de idade e idade não é sinônimo de sapiência nem de maturidade.
Maturidade é sabedoria, é o desenvolvimento e o compartilhamento de virtudes, é o uso da razão, com
simplicidade, harmonia, equilíbrio, amor e Fé.

O ser mais racional, guiado por princípios virtuosos, tem uma luz que se reflete em sua aura, dando-lhe
um aspecto luminoso, sóbrio e estável, pois resiste aos contratempos que porventura surjam em sua vida.
Essa Luz se expande a partir de seu íntimo e fortalece sua aura. O magnetismo do ser racional, fará com
que ele seja atraído mais facilmente para as esferas positivas de Luz, quando no desencarne, pois estará
sem grandes débitos em sua vida terrena, a incomodá-lo em espírito.

Os seres maduros têm sua religiosidade fundamentada em princípios abrangentes e consegue sublimar-se
muito rapidamente após o desencarne. Desliga-se do plano material e busca seus afins nas esferas de luz.

Já nos seres presos aos impulsos, sem maturidade, sua Luz é exterior e varia conforme seu estado de
espírito. O ser imaturo, quando atinge a velhice, começa a sofrer muito, por não possuir energias humanas
para alimentar seu corpo emocional e acaba tornando-se apático, desinteressado, implicante, etc. Sua Luz
vai se exaurindo com o advento da velhice, num processo oposto ao dos seres maduros. A Luz de um ser
é a sublimação de seu espírito humano, que irá se conduzir segundo os princípios Divinos que regem toda
a criação. A partir daí, amam o todo e preservam a todos.

Nanã Buruquê representa a razão e sabedoria. É a guardiã dos lagos e águas calmas dos estuários.
Como Divindade, seu ponto de força localiza-se nos lagos, mangues e rios caudalosos.

A Orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres, que,
se emocionados, sofrem sua atuação, aquietando-se e chegando até a ter suas evoluções paralisadas. Ela
desfaz os excessos e decanta, (ou enterra) os vícios e desequilíbrios mentais, preparando-os para uma
nova vida, mais equilibrada.
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Casa dos Irmãos de Fé
Ela é a maleabilidade e a decantação, pois é uma Orixá água-terra. Atua por atração magnética sobre os
seres cuja evolução está paralisada e o emocional desequilibrado. Ela desparalisa o ser, decanta-o de
todo negativismo, afixa-o no seu barro, deixando-o pronto para a atuação de Obaluaiê, que o colocará
numa nova senda evolutiva.

É a Divindade que atua sobre todos os espíritos que vão reencarnar, pois decanta todos os seus
sentimentos, mágoas e conceitos e os adormece, para que Obaluaiê reduza-os ao tamanho de feto no
útero da mãe que os reconduzirá à Luz da carne. Mãe Nanã envolve o espírito que irá reencarnar, em uma
irradiação que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o
para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. Por isso, ela é
associada à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas da sua vida carnal.
Ela atua na memória dos seres, adormece os conhecimentos do espírito, para que eles não interfiram com
o destino traçado para a encarnação.

Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio,
Ela adormece os conhecimentos do espírito, para que não interfiram com o destino traçado para a sua
nova encarnação. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, período no qual a pessoa
começa a se esquecer de coisas que vivenciou na atual encarnação.

Como Orixá, sua manifestação é através de movimentos lentos e cadenciados, porque traz em si uma
energia e magnetismo muito forte.

Nanã é uma Guardiã que tem seu ponto de força natural, nos lagos, mangues, rios caudalosos e nos
deltas e estuários dos rios. Seu campo de ação está localizado nos lagos; tudo ali traz uma calma, uma
tranquilidade que não é encontrada nos outros pontos de força da natureza.

Nanã é também Guardiã do ponto de força da natureza que absorve as irradiações negativas que se
acumulam no espaço, criadas pelas mentes humanas nos momentos de angústia, dor ou ódio.

Nanã Buruquê forma com Obaluaiê um par natural; são os Orixás responsáveis pela evolução dos seres.
Se Obaluaiê é estabilidade e evolução, Nanã é a maleabilidade e a decantação que polarizada com ele e,
ambos, dão origem à irradiação da Evolução.

Nanã é “a mais velha das Mães”, é nosso aconchego, é a experiência, a sabedoria, a paciência, é nossa
Divina “Avozinha”. Daí o seu sincretismo com Nossa Senhora de Santana, a santa católica que foi a avó
de Jesus.

Mãe Nanã é associada aos planetas Saturno e Vênus.

Quando oferendar: Para aprender a agir com paciência, sabedoria e perseverança diante de obstáculos;
para a cura de males físicos, morais e espirituais; para superar vícios e padrões negativos de sentimentos,
pensamentos e emoções; para vencer bloqueios internos (fobias, medos injustificáveis); para superar
lembranças traumáticas ligadas a experiências da encarnação atual; para nos desapegarmos do passado
(em todos os sentidos e aspectos), a fim de nos situarmos no presente, aceitando a vida como ela se
apresenta no momento, mas sempre trabalhando por melhorar aquilo que podemos melhorar (interna e
externamente). Em pedidos de proteção para a família, os filhos, as crianças em geral, as gestações
difíceis e os partos. Em todas as situações em que nos deparamos com dificuldades para seguir um
caminho de evolução.

Ervas: Quentes ou agressivas: Folhas de chorão ou salgueiro (para decantação e limpeza), arnica
(purificadora), periquito ou penicilina (purificadora de larvas e miasmas astrais), cipó suma, pinhão roxo,
peregum roxo;

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Mornas ou equilibradoras: Assa peixe (fortalecedora e curadora); Trapoeraba ou coração roxo (protetora e
estimuladora da mediunidade); Melão de São Caetano (equilibrador e poderoso curador espiritual); Sete
sangrias (regenerador astral, fortalecedor); alfavaca; alfazema; folhas de bardana; camomila (as flores);
cana do brejo; capim rosário; confrei; erva de Santa Maria; macela; mentruz; hibisco (flor); mulungu (casca
e raiz); noz moscada. Outras: colônia, dália vermelho-escuro, dama da noite, erva cidreira, erva mate, erva
quaresma, folhas de bananeira, folhas de batata doce, folhas de berinjela, folhas de mostarda, folhas de
limoeiro, folha da quaresma, folhas de taioba, hortênsia, ipê roxo.

Símbolos: a cruz, lua minguante, os búzios: que simbolizam a morte (por estarem vazios), mas também a
fecundidade (porque lembram os órgãos genitais femininos), o grão: todo grão tem de morrer para
germinar, coração com uma cruz dentro: que representa o Amor e o Mistério da Cruz atuando para a
nossa Evolução. É uma alusão também à Qualidade de Nanã como a Divina “Vovó” que é sábia,
experiente e severa, porém amorosa, ao nos encaminhar para a evolução.

Flores: Crisântemo branco e lilás; manacá da serra; hibisco; violetas; flores do campo de cor lilás; lírio;
orquídea; narciso; begônias.

Água: água doce.

As filiações de Nanã

Onda divina evolutiva – Fator decantador

Nanã na numerologia – 6 (seis)

Nanã é aquática.

Nanã tanto quanto Obaluaiyê são associados à sapiência e à maturidade, à razão e à ponderação, pois
são os Orixás regentes da evolução.

As filhas de Nanã são regidas pelos magnetismos venusianos e terráqueos.

As filhas de Nanã harmonizam-se facilmente com as filhas de Iemanjá, Oxum e Obá, e com os filhos de
Ogum, Xangô, Oxalá, e Omulú. E não se harmonizam facilmente com as filhas de Iansã, Oyá, Egunitá, e
com os filhos de Obaluaiyê, Oxossi e de Oxumaré.

As filhas puras de Nanã são de estatura média e tendem para a obesidade, sendo que muitas são
naturalmente gordas, descontraídas e de uma alegria espontânea.

São regidos pelo magnetismo venusiano e terráqueo. São bondosos, decididos, simpáticos, mas
principalmente respeitáveis. Agem com segurança e majestade. Suas reações bem equilibradas e a
pertinência das suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da Justiça.

O tipo psicológico dos filhos de Nanã é introvertido e calmo, temperamento severo e austero. Podem até
ser um tanto rabugentos, motivo pelo qual às vezes são mais temidos do que amados.

As pessoas que têm Nanã como Orixá de cabeça podem lembrar principalmente a figura da avó:
carinhosa, às vezes até em excesso; levam o conceito de mãe ao exagero. Mas também podem ser
ranzinzas e preocupadas com detalhes, inclinando-se a censurar os outros. Não têm muito senso de
humor e tendem a valorizar demais pequenos incidentes e a transformar pequenos problemas em grandes
dramas. Ao mesmo tempo, têm uma grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fossem
muito mais velhas. Por isso, têm uma habilidade natural para perdoar aos que erram e para consolar quem
está sofrendo. Voltados para a comunidade, sempre tentam realizar as vontades e necessidades dos

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outros. Porém, exigem a atenção e o respeito que julgam devidos, quando não os recebem das pessoas à
sua volta. Os filhos de Nanã são um pouco mais conservadores do que o restante da sociedade. Parecem
desejar um mundo previsível, estável ou até voltado para trás; reclamam dos novos costumes, da nova
moralidade, etc. Muito compenetrados e responsáveis, não conseguem entender como algumas pessoas
cometem enganos triviais ou como adotam comportamentos e atitudes que lhes parecem evidentemente
inadequados. Assim, têm dificuldade em compreender direito as opiniões alheias e em aceitar que nem
todos pensem como eles.

Podem apresentar precocemente problemas de idade, como a tendência a viver no passado, de


recordações. Fisicamente, tendem a apresentar infecções reumáticas e problemas nas articulações em
geral.

Não apreciam pessoas egoístas, mesquinhas ou geniosas, nem festas e reuniões agitadas, crianças
peraltas, roupas espalhafatosas, desperdícios, pessoas preguiçosas e exibicionistas.

Apreciam uma boa mesa, companhias falantes e alegres, reuniões familiares e religiosas, pessoas que lhe
dedicam afeto e respeito e vestes multicoloridas.

No positivo, os filhos de Nanã são pessoas extremamente calmas, conselheiros, orientadores, religiosos,
emotivos, muito simpáticos. São lentas no cumprimento das suas tarefas, parecem ter a eternidade à sua
frente. Agem com benevolência, dignidade e gentileza. Gostam de crianças e as educam com excesso de
doçura e mansidão, assim como fazem as avós.

No negativo, os filhos de Nanã podem ser teimosos e ranzinzas, intratáveis, ríspidos, tagarelas,
fuxiqueiros, vingativos, pessoas perigosas, aquelas pessoas que adiam muito uma decisão, ou que
guardam por longo tempo um rancor.

A filha de Nanã pode ter uma aparência que, no seu modo de pensar, não tem maiores atrativos. Isso
tende a fazê-la sentir medo de amar, de ser abandonada e sofrer, por não confiar na própria sexualidade;
então, irá dedicar sua vida ao trabalho, à vocação, à ambição social. São de estatura média e tendem a
obesidade, sendo que muitas são naturalmente gordas, descontraídas e de uma alegria espontânea.

Alguns Caboclos de Nanã: Caboclo Terra Roxa (de Omolu e Nanã), Caboclo dos Lagos, Caboclo Pedra
Roxa (Oxalá/Nanã), Caboclo do Mangue, Caboclo Arco-Íris (todos os Orixás), Caboclo da Lagoa, Caboclo
Sete Lagoas (de Oxalá e Nanã), Caboclo Sete Lagos (Oxalá/Nanã).

Alguns Exus de Nanã: Exu do Lodo (de Obaluayê e Nanã), Exu Sete Lagoas (Oxalá/Nanã), Exu do Lago,
Exu do Poço, Exu Terra Roxa (de Omolu e Nanã), Exu da Pedra Roxa (Oxalá e Nanã), Exu dos Sete
Lagos (de Oxalá e Nanã).

Linha de trabalho – Caboclas da Água

As caboclas da Água trabalham na irradiação de Mãe Nanã.

As linhas de trabalhos das Sereias são regidas por Iemanjá, Oxum e Nanã. As ondinas, ou antigas
sereias, são mais velhas e regidas por Nanã Buruquê. As encantadas elementais aquáticas são regidas
por Oxum. As sereias verdadeiras são seres naturais regidos por Iemanjá.

Todas as entidades dessas três linhas de Umbanda podem incorporar com cantos de Iemanjá, de Oxum e
de Nanã.

As entidades regidas por Nanã, que se manifestam pelo dom da incorporação oracular, são grandes
conselheiras e nos conduzem a uma calma interior que somente seu ponto de força na Natureza (lagos)
nos transmite.

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TRONO DA GERAÇÃO

A VIDA

O Trono da Geração gera o fator gerador e irradia, já como essência, a vida. Vida é existência!

Como somos seres espirituais, a vida é uma das vias de evolução do espírito, que é eterno imortal.

Vida é espiritualidade e espiritualização e, portanto, imortalidade. A carne é apenas um meio para


evoluirmos. A vida é a vivência das virtudes do espírito, na luz.

YEMANJÁ

Elemento: Água

Sentido Divino: Criativo e Geracionista

Pólo magnético: Positivo

Gênero: Feminino

Onda fatoral: Universal

Magnetismo: passivo / irradiante

Saudação: “Odoyá, minha Mãe! (Salve a Senhora da Água!)

Yemanjá, nossa Mãe, Rainha do Mar, Senhora da Coroa estrelada, é a Orixá Maior doadora da vida e
dona do ponto de força da natureza, o Mar, santuário aberto, onde tudo é levado para ser purificado e
depois devolvido.

A energia salina das Sete Águas Divinas de Mãe Yemanjá cura enfermidades do espírito, queima larvas
astrais resistentes, irradia energias purificadoras para o nosso organismo. O mar é o melhor irradiador de
energias cristalinas; suas águas são condutores naturais de energias elementais, que são concretizações
puras de energia. O mar é alimentador da vida e irradiador de energias que purificam o planeta e o
mantém imantado.

A Mãe da Vida, criativa e geradora, Yemanjá, foi criada e gerada para ser um princípio doador e
amparador da vida, atua com intensidade na geração dos seres, das criaturas e das espécies.

As características marcantes da Divina Mãe Yemanjá são o amor maternal, a criatividade e a geração. Ela
simboliza o amparo, a maternidade que envolve os seres, amparando-os e encaminhando-os
diligentemente, protegendo-os até que tenham seus conscienciais despertados, estando aptos a se guiar.

A criatividade de Mãe Yemanjá torna os seres, criaturas e espécies capazes de se adaptarem às


condições e meios mais adversos. A geração irradia essa qualidade a tudo e a todos, concedendo-lhes a
condição de se fundirem, para se multiplicar e se repetir.

Yemanjá é a amada Mãe da Vida, pois gera vida em si mesma e sustenta o nascimento. Ela é a água que
vivifica os sentimentos e umidifica os seres, tornando-os fecundos na criatividade (vida). Água é vida.
Somos regidos pelas águas, pois tanto o nosso corpo como o nosso planeta são constituídos
predominantemente por água.

Iemanjá é a vida, a Guardiã do Ponto de Força da Natureza, o Mar. Nossa Mãe, Rainha do Mar! Senhora
da Coroa Estrelada, Orixá Maior, doadora da Vida.

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Casa dos Irmãos de Fé
Iemanjá é um princípio criativo, doador da vida, que só o Todo Poderoso Criador conhece; é a água que
nos dá a vida como uma força Divina, força esta que já se manifesta na maternidade. Somos regidos pelas
águas; quando não há água, não há vida; e sem vida nada existe.

Iemanjá é um princípio criador por excelência. Ela não é humana como entendemos tal definição, mas sim
um princípio que é regido por Leis que ainda desconhecemos. O máximo que podemos fazer é tentar
entender algumas dessas Leis e nos adaptarmos a elas.

Muitos vivem se questionando sobre se estão certos ou errados ante as Leis Sagradas. Pensam na
religião de forma obsessiva, apresentam Deus como um ser intocável, e não veem que Ele está à vista;
basta olhar à volta e o encontrarão nos próprios semelhantes.

Olhem para o mar e verão Deus, olhem para os rios e verão artérias conduzindo a essência da vida, olhem
para o mar e começarão a descobrir os mistérios da Natureza. Olhem-no e conhecerão os encantos e
magia.

Iemanjá é uma Orixá que tem sob sua direção milhares de falanges de espíritos que trabalham
incessantemente pelo equilíbrio da humanidade. Àqueles que trabalham no Reino das Águas, tanto no seu
lado positivo como no negativo, atuam sempre procurando manter o equilíbrio no astral.

Iemanjá é o Trono feminino da Geração, e seu campo preferencial de atuação é no amparo à maternidade.

A Regência de Yemanjá vai muito além da geração através do sexo, pois representa a Geração da Vida
no sentido mais amplo: a geração dos seres, das criaturas e das espécies; e a doação da criatividade que
permite aos seres encontrarem seus "pares", unindo-se a eles para se multiplicarem e conseguirem
melhores resultados nas suas vidas. Esses "pares" são as Energias emanadas por este Orixá, que
podemos atrair para nos ajudar a desenvolver nossos potenciais; e também podem surgir como pessoas,
companheiros, parceiros de caminhada, grupos de estudos e atividades etc. Tudo isso está contido no
Mistério Maternal de Yemanjá, que nos dá equilíbrio emocional e energético, gerando novos caminhos e
oportunidades em nossas vidas.

Desse modo, podemos pedir à Mãe Yemanjá a bênção da criatividade sempre que formos iniciar algum
projeto novo e quando precisarmos encontrar novas fórmulas de viver e novos caminhos (de trabalho, de
fazer as coisas, de encarar os desafios da vida).

Associada ao movimento das águas e à fertilidade, Yemanjá é dona de grande poder de sedução e capaz
de encantar os marinheiros e arrastá-los para o seu palácio submerso, de onde nunca mais retornam.
Podemos entender isso como a necessidade que o ser humano tem de manter o equilíbrio emocional,
para não cair num mergulho em emoções desequilibradas, sempre de difícil retorno.

Suas águas salgadas simbolizam as lágrimas de uma mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os vê se
afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes.

Além de protetora da vida marinha, Yemanjá é principalmente a protetora da harmonia familiar, do lar, do
casamento e do nascimento, é a Sua força que ampara o momento do nascimento de um bebê.

A Regência de Yemanjá em nossas vidas se manifesta na necessidade de sabermos se aqueles que


amamos estão bem e protegidos; é a preocupação, é o amor ao próximo, principalmente em relação
àqueles que nos são queridos.

É Ela quem nos dá um sentido de união, de grupo, transformando a convivência num ato familiar, criando
dependências e raízes, proporcionando sentimentos de irmão para irmão, de pai para filho, com ou sem
laços consanguíneos. É uma energia Sagrada que nos integra no Todo da Criação de forma amorosa e
maternal.

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Casa dos Irmãos de Fé
Quando oferendar Yemanjá: Para Proteger a família; para Harmonia do Lar, do Casamento, da Família,
dos Sócios; para Gerar oportunidades, bons negócios, harmonia, amor; para iniciar algum projeto com
proteção e êxito.

Ervas: Ervas agressivas ou quentes: Erva de bicho, buchinha do norte, alho. Verbos atuantes nas ervas
quentes: invadir, transbordar, corroer, derramar. Ervas equilibradoras ou mornas: Alfazema, anis estrelado,
rosa branca, camomila, manjericão, erva de Santa Maria, mentruz, hibisco (flor), manjerona, mulungu
(casca e raiz), noz moscada, margarida, sensitiva, arroz. Verbos atuantes nas ervas mornas: gerar, fluir,
sustentar, avolumar. Outras: As pétalas de flores brancas, alga marinha, anis estrelado, araçá da praia,
azaléia, camélia, erva cidreira, erva de Santa Luzia, flor de laranjeira, gardênia, gerânio, jasmim, lágrimas
de Nossa Senhora, levante, lótus, macela; malva, malva branca, plantas aquáticas, valeriana.

Símbolos: Lua minguante, ondas, peixes, estrela de cinco pontas.

Flores: Rosas e palmas brancas, flor de laranjeira, hibisco, angélicas, orquídeas, crisântemos brancos,
hortênsia, azaléia, gerânio, papoula, nenúfar (a flor da planta aquática de mesmo nome, também
conhecida como lótus branco).

Água: água do mar, água de pera.

As filiações de Iemanjá

Onda divina da criatividade e da geração - Fator gerador

Iemanjá na numerologia – 8 (oito)

As filhas de Iemanjá são regidas pelo planeta Netuno.

Iemanjá é aquático-cristalina, ela é a mãe da vida, maternal, mas autoritária.

Características dos filhos de Yemanjá

Os filhos de Yemanjá, regidos por Netuno, possuem como características básicas a força e a
determinação, assim como o sentido da amizade e do companheirismo; são pessoas presas no arquétipo
da mãe, à família e aos filhos.

São doces, carinhosas, tradicionais, pouco rígidas, sentimentalmente envolventes e com grande
capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Não gostam de mudanças e
apreciam a rotina do cotidiano. São muito protetoras; possuem o sentido da hierarquia, fazem-se respeitar
e são justas, mas formais. Põem à prova as amizades que lhes são devotadas, custam muito a perdoar
uma ofensa e, se a perdoam, não a esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e
sérias.

Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das joias caras. Elas
têm tendência à vida suntuosa mesmo se as possibilidades do cotidiano não lhes permitem; mesmo
quando pobres, pode-se notar certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as demais da
comunidade de que fazem parte.

Seus filhos não podem ficar expostos à poeira, pois tendem a desenvolver problemas respiratórios.

São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e por isso
costumam casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas
onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano. Apesar do

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Casa dos Irmãos de Fé
gosto pelo luxo, não são pessoas obcecadas pela própria carreira, sem grandes planos para atividades de
longo prazo, a não ser quando se trata do futuro de filhos e entes próximos.

Mas nem tudo são qualidades em Yemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse
Orixá à tendência de querer consertar a vida dos que o cercam - o destino de todos estaria sob sua
responsabilidade-, a serem controladores, voluntariosos, capazes de fazer chantagens emocionais e,
algumas vezes, impetuosos e arrogantes. Um filho de Yemanjá pode tornar-se controlador e rancoroso,
remoendo questões antigas por anos e anos, sem esquecê-las jamais.

Os filhos de Yemanjá demoram muito para confiar em alguém, bons conhecedores que são da natureza
humana. Porém, quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro e íntimo círculo de
amigos, deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos
acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas.

As filhas de Iemanjá compatibilizam-se facilmente com todas as filhas e filhos dos outros Orixás, desde
que não as contrariem e não as atrapalhem.

Sabemos que existe uma Iemanjá da Terra (filiação mista), que é a nossa amada Iemanjá da Evolução,
essa Iemanjá telúrica não é uma Nanã, porém muitos a confundem, pois não diferenciam o fator aquático
dos tipos de água existentes no plano material.

A diferença fundamental entre Nanã e Iemanjá consiste nos fatores que geram, pois enquanto o fator de
Nanã é bioenergético (Água-terra), o de Iemanjá e água pura.

Assim, a proximidade entre Nanã e Iemanjá é acentuada e facilmente são confundidas, associações estas
que fazem entre esses Orixás são por causa do “parentesco” existente nos seus fatores. No tipo físico das
filhas de Iemanjá que são altas e robustas e as filhas de Nanã são de estatura média e tentem para a
obesidade.

No polo positivo são alegres, leais, fiéis, generosos, trabalhadores, muito diligentes em tudo o que fazem e
bastante ativos.

No polo negativo são respondões, irritantes, intolerantes, briguentos e despeitosos.

Fisicamente são geralmente pessoas altas, robustas.

Alguns Caboclos de Yemanjá: Caboclo do Mar, Caboclo da Praia, Caboclo das Sete Ondas
(Oxalá/Yemanjá), Caboclo dos Sete Mares (Oxalá/Yemanjá), Caboclo Beira-Mar (Yemanjá/Obaluaiê),
Caboclo Sete Praias (Oxalá/Yemanjá), Cabocla Iara, Cabocla Estrela Dalva, Cabocla Sete Ondas
(Oxalá/Yemanjá), Cabocla Jandira, Cabocla Sete Contas (Oxalá/Yemanjá/Oxóssi).

Alguns Exus de Yemanjá: Exu do Mar, Exu da Praia, Exu Pinga Fogo (Xangô/Yemanjá), Exu dos Sete
Mares (Oxalá/Yemanjá), Exu Sete Praias (Oxalá/Yemanjá), Exu das Sete Ondas (de Oxalá e Yemanjá).

Linha das Sereias

As Sereias e demais encantadas aquáticas são seres naturais, isto é, espíritos que nunca encarnaram,
regidas por Iemanjá, Oxum e Nanã Buruquê. Elas têm o poder de limpeza, purificação e descarga de
energias negativas superior a qualquer outra das linhas de trabalho.

Elas não falam, mas seu canto é um poderoso mantra aquático diluidor de energias negativas.

As Sereias verdadeiras são seres naturais regidas por Iemanjá. As Ondinas, ou antigas sereias, são mais
velhas e são regidas por Nanã Buruquê. As encantadas elementais aquáticas são regidas por Oxum.

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Essas três mães d’água regem o mistério sereia do Ritual de Umbanda Sagrada e todas podem incorporar
com cantos de Iemanjá, de Oxum e de Nanã.

Para OFERENDAR as Sereias, deve-se levar ao mar, aos lagos, ou as cachoeiras, rosas brancas, velas
brancas, azuis, amarelas e lilases; champanhe, frutas em calda e licores.

Linha dos Marinheiros

Os Marinheiros são espíritos do mar alegres e cordiais. Seus magnetismos aquáticos lhes dão a
impressão de que o solo está se movendo sob seus pés, por isso eles imitam os marujos nos tombadilhos
dos navios.

Abraçam a todos, brincam com um jeito maroto, gingando pra lá e pra cá, PARECENDO embriagados.
Mas NÃO estão embriagados, como se poderia pensar. É o seu magnetismo aquático que os faz ficar
“balançando”. Os “balanços” dos Marinheiros liberam ondas de forte magnetismo aquático que
desagregam acúmulos negativos de origem externa e interna, equilibram nosso emocional e mental e nos
dão condições de gerar coisas positivas em nossas vidas. Vale lembrar que as águas simbolizam as
nossas emoções e estão ligadas à origem da vida.

Os Marinheiros são espíritos de antigos piratas, marujos, guardas marinhos, pescadores e capitães do
mar, regidos por Iemanjá e Oxalá, mas atuam também sob a irradiação dos demais Orixás.

Os Marinheiros trabalham ainda sob influência das Forças Naturais que enfrentam no mar, tais como: as
calmarias (Mistério de Oxalá); os raios (Mistério de Xangô); os tufões (Mistério de Yansã); os ciclones
(Mistério de Oyá-Tempo); os bancos de areia (Mistério de Omolu); os recifes de corais (Mistério de Obá);
os sargaços (Mistério de Oxóssi); as correntes marinhas (Mistério de Ogum).

A Linha atua preferencialmente na diluição de cargas trevosas e em trabalhos voltados para a cura
emocional do consulente, muitas vezes com a ajuda de seres Elementais da Água que são atraídos com
tal propósito. O contato com esses seres realiza uma potente limpeza em nosso campo magnético, uma
verdadeira “explosão” de energia equilibradora.

Algumas vezes, ao incorporar, os Marinheiros precisam tomar alguma bebida alcoólica para não prejudicar
o físico do médium. Como se explica isso?

Acontece que o nosso organismo queima ou consome energia; e o álcool produzido pelos amidos que
ingerimos sustenta essa queima.

No caso, sem ingerir a bebida, o magnetismo da Entidade absorverá muito do álcool do corpo do médium,
prejudicando suas funções.

Quando espíritos regidos por magnetismos densos (água, terra e fogo) incorporam, eles precisam ingerir
alguma bebida alcoólica, para não consumir aquele álcool do corpo do médium. Caso contrário, irão
paralisar o organismo do médium em algumas de suas funções O uso da bebida dá fluidez e volatilidade
às vibrações desses espíritos, expande seus campos magnéticos e possibilita a estabilização e o equilíbrio
nas incorporações.

Como os Marinheiros vivem na irradiação aquática do mar, quando incorporam, parece-lhes que é o solo
que está se movendo. Daí, com funções inversas, o álcool lhes dá estabilidade e equilíbrio para ficarem
parados e darem atendimento às pessoas.

O álcool tira o equilíbrio de uma pessoa. Mas, assim como o veneno de cobra é o único antídoto contra
picadas de cobras, com os Marinheiros a ingestão de bebida alcoólica lhes dá estabilidade. Porém, esse
consumo precisará ser controlado e restrito a uma dose mínima!

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Casa dos Irmãos de Fé
Nomes simbólicos: Martim Pescador, Marinheiro das Sete Praias, João das Sete Ondas, Capitão dos
Mares, João da Praia, Zé do Mar, Zé Pescador, João da Marina, Zé da Maré, Antonio das Águas, Zé da
Jangada, Seu Antenor, Seu Jangadeiro, João Canoeiro, Zé dos Remos, João do Rio etc.

Ponto de força: A beira-mar; beira dos rios.

Cor: Azul claro e branco.

OMULU

Elemento: Água

Sentido Divino: Estabilizador /paralizador

Pólo magnético: Negativo

Gênero: Masculino

Onda fatoral: Cósmico

Magnetismo: ativo / absorvedor

Saudação: “Atotô, Pai Omulu!” (Peço quietude meu Pai!)

A MORTE

Não fugiremos à Lei imutável de que há vida após a morte. A verdadeira vida eterna é a existência do
espírito que, após um período no astral, reencarna, voltando ao corpo material muitas vezes, para ampliar
a consciência do ser e continuar o seu aperfeiçoamento e crescimento, no caminho rumo ao Criador.

Esta vida é apenas um estágio, no qual devemos adquirir compreensão para evoluir. Com a morte, muda
apenas a vibração, pois o plano de vida passa a ser o espiritual. Portanto, vida e morte constituem um
único ciclo de vida, no qual o nascimento corresponde à entrada na vida material e a morte à entrada na
vida espiritual.

Omulu é o Orixá que tem o recurso de paralisar todo processo criativo ou gerativo que se desvirtuar, se
degenerar, se desequilibrar, se emocionar e se negativar. Deus tanto gera como paralisa a criação que
não mais atende aos seus desígnios, às suas vontades.

Pai Omulu nos paralisa nos atos geradores desvirtuados, das ideias, doutrinas, projetos, desejos,
faculdades sexuais, princípios, Leis etc.

Os atributos de Omulu são telúricos, pois é através da essência telúrica que suas irradiações nos chegam,
imantando-nos e despertando em nosso íntimo os virtuosos sentimentos de preservação de tudo que foi
gerado pelo Divino Criador.

Pai Omulu, a terra geradora da vida, é uma Divindade da terra. É o Orixá que rege a morte, ou seja, o
desencarne, o instante da passagem do plano material para o plano espiritual, conduzindo cada um ao seu
devido lugar.

Omulu é a energia que se condensa em torno do fio de prata, que une o espírito e o seu corpo físico, e o
dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o outro. Essa energia que rompe o
fio tanto pode parti-lo rapidamente (quando a morte é natural e fulminante) como pode ir se condensando
em torno dele, envolvendo-o todo até alcançar o perispírito que já entrou em desarmonia vibratória (porque
a passagem deve ser lenta), induzindo o ser a aceitar seu desencarne de forma passiva.
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Casa dos Irmãos de Fé
Pai Omulu denominado de "Anjo da Morte" ou "Senhor dos Mortos", é o Guardião dos Mortos e da Vida,
pois paralisa todos que atentarem contra ela. É o Senhor das Almas, pois, se a Lei o ordenar, mantém os
espíritos nos cemitérios após o desencarne. Ele guarda para Olorum os espíritos que, durante sua jornada
terrena, fraquejaram e se entregaram à vivência de seus vícios emocionais. Mas, ele não pune ou castiga,
apenas conduz cada um ao seu devido lugar logo após o desencarne.

Pai Omulu, de seu ponto de forças no campo santo (cemitério), coordena todas as almas, após o
desencarne, de acordo com a Lei Maior, mantendo-as no cemitério ou encaminhando-as ao umbral
(purgatório), onde também é o regente. Em seu polo negativo, é o chefe de todos os executores da Lei
dentro da Linha das Almas e é, ele mesmo, o verdadeiro executor dos seres que caíram, por vários
motivos, e que têm de purgar os seus erros no astral inferior. Ele também recolhe os espíritos que, quando
na carne, ofenderam o Criador, e que cairão nos planos sem retorno. Toda a magia envolvendo os mortos
está em seu reino, o ponto de forças dos cemitérios, no embaixo, já que, no alto são regidos por nosso pai
Obaluaiê.

Omolu representa “a morte” no sentido de trazer o fim a um estado de doença ou de desequilíbrio; e


sempre para a preservação da Vida, no sentido mais elevado da palavra. Ele é um Orixá da Cura,
portanto. Podemos orar a Omulu para a cura de enfermidades. Ele atuará no nosso magnetismo, no nosso
corpo energético, no nosso campo vibratório e no nosso corpo carnal, curando-nos ou possibilitando o
encaminhamento ao médico que fará isso.

Ele é o excelso curador Divino, pois acolhe em seus domínios todos os espíritos que se feriram quando,
por egoísmo, pensaram que estavam atingindo seus semelhantes. E, por amor, ele nos dá seu amparo
Divino até que, sob sua irradiação, nós mesmos tenhamos nos curado, para retornarmos ao caminho reto
trilhado por todos os espíritos amantes da vida e multiplicadores de suas benesses. Todos somos dotados
dessa faculdade, já que todos somos multiplicadores da vida, seja em nós mesmos, através da nossa
sexualidade, seja nas ideias, através de nosso raciocínio, assim como geradores de muitas coisas que
tornam a vida uma verdadeira Dádiva Divina.

Porém, quem age de má Fé para com o semelhante está “matando” a Fé no outro. Quem engana, trai ou
age de forma negativa no campo do Amor está “matando” o Amor no outro. Quem usa do Conhecimento
ou do dom da palavra para propagar mensagem mentirosa está divulgando a ignorância e “matando” o
dom do Conhecimento. Quem é deliberadamente injusto para com o semelhante está “matando” o Sentido
da Justiça. Quem de forma deliberada viola o direito do outro está “matando” o Sentido da Lei. Quem
impede que o outro evolua está “matando” o Sentido da Evolução. Quem de alguma forma atenta contra a
vida do semelhante está “matando” o Sentido da Geração. Tudo isso é atraído para o campo de Pai
Omolu, que irá acionar o Seu Fator Paralisador sobre aquele ser desvirtuado, ativando uma de Suas
Linhas de Esquerda, que será deslocada para “cobrar a dívida”. Não é raro que pessoas alcançadas por
esta atuação acreditem “que “têm algum trabalho feito”, alguma “demanda” etc., esquecidas de que estão,
isto sim, é respondendo perante a Lei e a Justiça Divinas pelos seus próprios atos.

Esse Orixá paralisa todo processo criativo ou gerativo que se negativar, se desvirtuar, se degenerar, se
desequilibrar ou se emocionar. Mas, em seu polo positivo, ele é o puro amor Divino, é a própria caridade
Divina no amparo dos espíritos caídos, até que tenham se curado e retornado ao caminho reto.

A obrigação de todos nós é cuidarmos da vida na carne, da melhor maneira possível, com a coragem de
nos colocar frente a frente com os nossos vícios, erros, desejos e anseios. É reconhecermos que somos
imperfeitos e buscarmos sempre nossa melhora, envidando todos os esforços possíveis para vencermos a
nós mesmos, mudarmos nossas atitudes em relação aos semelhantes e a nós, e caminharmos rumo ao
Divino Criador. “A cada um, segundo o seu merecimento”, diz a Lei Maior. E o Mistério Omolu aplica este
princípio em seu aspecto negativo ou absorvedor. “A cada um, segundo seus atos”. Sendo positivos, que
seus autores sejam conduzidos à Luz da Vida. Mas se foram negativos, que sejam levados para os
sombrios domínios “da morte dos sentidos e dos sentimentos desvirtuadores da vida”.
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Casa dos Irmãos de Fé
Mas, se em nossas “gerações”, atentarmos contra os princípios da vida, codificados como os únicos
responsáveis pela sua multiplicação, então já estaremos sob a irradiação do Divino Pai Omulu. Ele nos
paralisará e começará a atuar em nossas vidas, pois deseja preservar-nos e nos defender de nós
mesmos, já que, sempre que uma ação nossa for prejudicar alguém, antes ela já nos atingiu, feriu e nos
escureceu, colocando-nos em um de seus sombrios domínios.

Não devemos temer Pai Omolu, mas sim reverenciá-lo como o Grande Velador da Vida, que atua no
silêncio das eras para preservar a Vida e a Geração, garantindo o equilíbrio de toda a Criação.

Quando oferendar:

- Para pedir a cura de doenças. Especialmente nos casos de doenças auto-imunes, infecto-contagiosas,
ósseas, musculares e de pele;

- Para proteção e defesa contra magias negativas, atuações mentais negativas, ataques externos etc.;

- Para o equilíbrio e a cura de enfermidades e desequilíbrios no campo sexual;

- Para superar vícios de difícil tratamento;

- Para vencer o desamor e o desânimo diante da vida, buscando a recuperação da autoestima e da


autoconfiança;

- Para o tratamento de processos de obsessão e perturbações ligadas a presenças espirituais


desequilibradas no campo magnético do enfermo.

Ervas: Quentes ou agressivas: Alho desidratado; casca de alho; casca de cebola; cipó cabeludo; chorão;
dandá; erva de bicho; garra do diabo; mamona roxa; olho de cabra; orégano; peregum roxo; picão; pinhão
roxo; valeriana. Mornas ou equilibradoras: Alcachofra (folhas); angélica (raiz); capim rosário; chapéu de
couro; cravo da Índia; manjericão (comum); manjericão roxo; noz de cola (obi seco); verbena; folhas de
beterraba; catinga de mulata; ipê roxo; lantana; folha de fogo. Outras: assa-peixe; babosa, erva moura;
figueira (folhas); folhas de fumo; folhas de lentilha; folhas de milho; folhas de tremoço; gervão roxo;
guararema; guanxuma; hortelã brava; jenipapo; manjerona; mastruz (ou mastruço); mololô; musgo; palha
da costa; quitoco; rabujo; sabugueiro; senza; tamarindo (folhas e casca); vassoura preta; velame do
campo.

Símbolos: O cruzeiro do cemitério; a foice (alfanje); a terra; as pipocas; a palha da costa.

Flores: Crisântemos; galhos secos de figueira e de pitangueira; tinhorão; inhame preto; cipó São João;
cravo-de-defunto; todas as flores brancas; todas as flores roxas.

Água: água do abacate.

As filiações de Omulu

Onda divina da criatividade e da geração – Fator paralisador

Omulú na numerologia – 12 (doze)

Os filhos de Omulú são regidos por Plutão.

Omulú é telúrico-temporal, ele é guardião da vida, rigoroso, mas compreensivo, ainda que não o
demonstre.

Omolu é relacionado a um arquétipo psicológico derivado de sua postura na dança: se nela Omolu
esconde suas chagas dos espectadores, por outro lado sua postura pesada e lenta simboliza o sofrimento

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Casa dos Irmãos de Fé
que o abate. No comportamento do dia-a-dia, tal tendência pode revelar-se de forma negativa nos seus
filhos, através de um caráter tipicamente masoquista. Podem, então, sentir-se incompreendidos e se tornar
céticos, reprimidos, perversos, irritantes ou vingativos.

São discretos e um tanto austeros. Guardam sua individualidade, mesmo no círculo de suas amizades.
Sinceros, não levam desaforo para casa, respondem no ato quando se sentem ofendidos. Regidos por
Plutão, são muito intuitivos e de mente aguçada, têm uma capacidade mental atualizada ao seu tempo.
Raramente adoecem e quando isso acontece, recuperam-se rapidamente. Podem apresentar doenças de
pele, marcas no rosto, dores e problemas nas pernas.

Muito limpos e vaidosos, na maioria das vezes são espiritualmente muito bonitos. E mesmo que não
tenham muita beleza física, exercem atração sobre as pessoas porque o seu lado espiritual, íntimo, é
muito forte.

Não têm grandes ambições. São despretensiosos. Tiram a roupa do corpo para agradar uma pessoa e
tratam o dinheiro pelo lado do prazer, da satisfação.

Gostam da ordem e são ótimos mestres instrutores, levando suas empreitadas até o fim, sem se
importarem com o preço a ser pago. Querem que as coisas saiam da maneira que planejaram.

Nos relacionamentos amorosos, costumam sentir-se atraídos por pessoas de temperamento extrovertido e
exuberante. Admiram o brilho do parceiro ou parceira, embora intimamente isso possa lhes causar um
sentimento de quase inferioridade e autopunição, já que sua natureza é reservada.

Trabalhadores incansáveis, os filhos de Omolu fazem de tudo no seu templo religioso. Mas não os
magoem nem os tratem com indiferença, pois quando se sentem incompreendidos são capazes de
exageros e podem ter repentinas depressões.

Apreciam o ensino, o misticismo, a magia e as coisas religiosas; roupas bem alinhadas e discretas; a boa
mesa; companhias inteligentes; a vida errante e o trabalho descompromissado, como se a qualquer
momento fossem partir.

No positivo, os filhos de Omolu são extremamente prestativos e trabalhadores, são amigos de verdade.
São perseverantes, pacientes, amorosos e fiéis a uma causa. Para os filhos de Omolu, a Justiça não é a
dos homens, e sim a de Deus.

No negativo, os filhos de Omolu tornam-se pessoas pessimistas e teimosas, que adoram exibir os seus
sofrimentos e que procuram o caminho mais longo e difícil para atingir algum fim. Quando deprimidos e
depressivos, agem como velhos: lentos, exigentes e rabugentos; acham que nada pode dar certo, que
nada está bom. Neste caso, é difícil relacionar-se com eles. Mas o lado positivo dos filhos de Omolu
supera, em muito, o lado autodestrutivo que a maioria deles possa ter (uns mais, outros menos).

Os filhos de Omulú harmonizam-se facilmente com os filhos de Oxalá, Xangô e Ogum, e não se onsolidam
facilmente com os filhos de Oxumaré, Oxossi e Obaluaiyê. Harmonizam-se facilmente com as filhas de
Iemanjá, Oxum, Nanã.

Não se harmonizam facilmente com as filhas de Oyá, Egunitá e Obá.

Fisicamente, costumam ser magros e de traços físicos bem definidos.

Alguns Caboclos de Omolu: Caboclo Terra Roxa (Omolu e Nanã), Caboclo Rompe Terras (de Ogum e
Omolu), Caboclo Africano, Caboclo Folha Seca (regência de Oxóssi e Omolu), Caboclo Cipó Preto (Oxóssi
e Omolu), Caboclo Arranca Toco (arranca= Ogum; toco= árvore que secou= Omolu); Caboclo Quebra toco
(quebra= Ogum; toco=Omolu), Caboclo Pedra Preta (Oxalá e Omolu).

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Casa dos Irmãos de Fé
Alguns Exus de Omolu: Exu da Terra (Omolu e Obá); Exu Terra Preta; Exu Treme Terra (Omolu e Obá);
Exu Caboclo (=da terra); Exu do Toco; Exu Trinca Ferro (de Ogum e Omolu: porque trincar o ferro é
reduzi-lo a pedaços; vai estilhaçar, vai soltar “pó de ferro”); Exu Pedra Preta (Oxalá e Omolu); Exu do Pó;
Exu Sete Poeiras (de Omolu e Iansã: porque a poeira é terra que vai pelos ares, que se movimenta com o
vento); Exu Toco Preto.

Caboclos Africanos

A linha de trabalho dos Caboclos Africanos, atua na irradiação de Pai Omolu. Esses caboclos são ativos,
secos, implacáveis e rigorosíssimos, com toda criatividade e geração desvirtuada ou contraria aos sete
sentidos da vida.

Tipos de Água existentes no plano material

Água Marinha – Iemanjá

Água Mineral – Oxum

Água Doce – Nanã

Água Sulfurada – Egunitá

Água Ferruginosa – Ogum

Água Cristalizada – Oyá-Tempo (o granizo)

Água Vegetal – Obá (a seiva dos vegetais)

Água de Chuva – Iansã

Água de Fonte – Oxalá (as nascentes)

Nas frutas, a água de cada uma também obedece a essas distribuições:

Água do Coco – Oxalá

Água do Limão – Tempo

Água do Melão Oxumaré

Água da Maça – Oxum

Água da Pera – Iemanjá

Água de Framboesa – Iansã

Água da Melancia – Ogum

Água da Laranja – Oxossi

Água do Abacaxi – Oyá-Tempo

Água do Abacate – Omulú e Obá

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Casa dos Irmãos de Fé
Exus e Pombagiras

Exu é o Guardião das Passagens e Porteiras que existem em nosso mundo visível, protegendo, para que
não adentrem em nosso ambiente as influências negativas. Sua característica mais marcante é a de Exu é
o Guardião das Passagens e Porteiras que existem em nosso mundo visível, protegendo, para que não
adentrem em nosso ambiente as influências negativas. Sua característica mais marcante é a de
transmissor da fertilidade e da fecundação. Caminha no tempo e espaço com tranquilidade, abrindo
nossos caminhos. Difícil falar de Exu sem comentar a controvertida face do mal que se formou no
imaginário popular. Outro ponto bastante discutível é se ele é um Orixá ou apenas mais uma Entidade
representativa do ser humano. Mas Exu é muito mais que isso; tanto pode se apresentar no mundo visível
que conhecemos, como também no mundo dos Orixás, Entidades e Espíritos dos Mortos. Exu é um Orixá
com a mesma grandeza que os outros. Assim como o Orixá Ogum, em que as linhas de trabalho se
apresentam como Caboclos de Ogum, o Orixá Exu tem suas linhas de trabalho que se apresentam como
Exus dos mais variados campos: Exus das Encruzilhadas, Exus do Cemitério, Exus das Matas, Exus das
Pedreiras, que nada mais são do que manifestadores do Mistério Exu na irradiação dos Orixás.

Exus são Entidades muito poderosas, mas qualquer um que se utilize de sua vibração deve tomar sempre
muito cuidado para não causar um desequilíbrio energético. Ele é o mensageiro, aquele que leva nossos
pedidos até o conhecimento dos Orixás.

A sua verdadeira função e atividade, que é a de guardião e controlador da Criação e do Universo. É


através do Exu que nós, seres humanos, conseguimos exercer nosso livre arbítrio, falando diretamente de
nosso coração. “Muitos procuram Exu para satisfazer desejos mesquinhos de vingança, sem se importar
com a Lei da Evolução, que é implacável e devolve tudo quando menos se espera”.

Trilham no astral inferior apenas para combater o mal desfazendo feitiços, trabalhos de magia negra em
pessoas e ambientes, resgatando os espíritos malignos e obsessões, onde são encaminhados aos
Guardiões dos Mistérios de Deus ou ao seu lugar de merecimento.

É comum ouvir dizer que sem Exu não se faz nada, isso se dá pelo fato destas entidades estarem em
frente aos combates espirituais prestando defesa e proteção, não é vingativo como a maior parte das
lendas nos levou a pensar.

Para Eles não existe a divisão entre o bem e o mal, cumprem apenas com aquilo que lhes é pedido,
tornando-se controvertidos.

Ligados a Lei, são executores dela, sendo ao mesmo tempo neutros. Sua energia é mais densa, sua
vibração esta mais próxima ou similar a vibração da terra, tendo o poder de plasmar-se das mais diversas
formas para entrar em determinados domínios negros, para que cumpram sua missão.

Portanto os Exus e Pombagiras, são espíritos que entende a alma humana, são voltados para o bem e
trabalham para o bem, tendo acesso as esferas mais baixas resgatando espíritos que ofenderam as Leis
da Criação, cada um em seu ponto de força.

Por isso cuidado ao fazer um pedido a um Exu ou Pombagira, pois se for benéfico e de nosso
merecimento seremos atendidos, porém não peça o mal a um Exu ou Pomba-Gira de Lei, porque será
punido por eles mesmos. Não queira ver um Exu ou Pomba-Gira atuando na Lei contra você.

Os Exus e Pombagiras são os Guardiões dos Mistérios dos Orixás, porque antes de qualquer coisa são
eles que abrem as portas para entrarmos no Reinos dos Orixás.

Porque sem Exu Não se faz nada.

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Casa dos Irmãos de Fé
Exus:

Os Exus são comandados por Ogum. Trabalham na vitalidade, vigor. Vitalidade para trabalhar por
exemplo. São transmissores da fertilidade e da fecundação.

Trono de Mehor Yê.

Pombagiras:

As Pombagiras são comandadas por Oxum. Trabalham nos desejos. Desejo de vencer por exemplo.

Com a permissão da Divina Mahor-yê, Trono Guardião do Mistério Pombagira no Ritual de Umbanda
Sagrada.

O mistério Pombagira é regido por uma divindade cósmica que tanto gera quanto irradia o fator desejo.

Saibam que esses fatores, vigor (Exu) e desejo (Pombagira), se completam e criam as condições ideais
para que a Umbanda tenham seus recursos mágicos e cármicos, também eles, atuando através de linhas
de força horizontais ou inclinadas, e dispensa a ativação direta dos Tronos Cósmicos ou dos aspectos
negativos dos regentes das linhas de Umbanda.

Saibam também que nem Exu natural nem Pombagira Natural seguem a mesma linha de direção evolutiva
dos espíritos, pois eles seguem outra orientação e direcionamento.

Pombagira natural é um ser cuja presença desperta o desejo, porque é irradiadora natural desse fator
divino. Só que esse fator não se limita ao sexo, e destina-se a todos os sentidos da vida, pois só
desejando, um ser empreende alguma coisa ou toma alguma iniciativa em algum sentido. Portanto, o
desejo, é um fator divino fundamental em nossa vida, pois nós o absorvemos por todos os setes chacras
principais e também pelos secundários.

O desejo só existe porque Deus assim quis e ele não se manifesta só através do sexo, pois sentimos o
desejo de aprender, de viajar, de conversar, de nos divertir, de comer determinado alimento ou de vestir
determinada roupa, etc.

O mistério Pombagira se manifesta na Umbanda através de seres naturais ou de espíritos incorporados às


suas hierarquias ativas, pois são elementos mágicos que podem ser ativados por qualquer pessoa, desde
que o faça dentro de um ritual codificado como correto pelo Ritual de Umbanda Sagrada, assim como são
agentes cármicas, pois podem ser ativadas pela Lei Maior.

O mistério Pombagira é em si neutro, e pode ser ativada com oferenda ritual, pois é elemento mágico,
assim como pode ser ativada pela Lei Maior porque é agente cármica, esgotadora de emocionais
apassionados ou despertadora de desejo em seres apáticos.

Entendam que Deus criou tudo, também gerou o desejo como uma de suas qualidades ou fatores, pois
sem vibrarmos o desejo, nada desejaremos e nos tornaremos apáticos, desinteressados e nos
paralisaremos.

Logo, Deus, que tudo sabe, cuidou deste aspecto de nossa vida e gerou o desejo como um de seus
fatores, assim como gerou uma divindade cósmica que tanto o gera como o irradia a tudo e a todos.

Essa divindade de Deus também formou sua hierarquia divina, que chega até nós no nosso nível terra
como as exuberantes Pombagiras, que são regidas por um Trono Cósmico feminino cujo nome mântrico é
Ma-hor-iim-yê, ou Mahór yê, Senhora Guardiã dos Mistérios do desejo, que polariza horizontalmente com
o Trono Cósmico Guardião dos Mistérios do Vigor (Mehor-yê).

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Casa dos Irmãos de Fé
Logo Pombagira polariza com Exu. E o desejo, unindo-se com o vigor, cria nos seres as condições ideais
que os ativarão em todos os sentidos e os induzirão a assumir com vigor e paixão as empreitadas mais
temerárias.

Mas, caso sejam ativados e usados indevidamente, ai perdem suas grandezas e se tornam paixões
devastadoras e vigores atormentadores para quem der uso a eles, pois são em si mistérios, e, como tal,
voltam-se contra quem lhes der mau uso. Aí subjugam essa pessoa, induzem-na aos maiores destinos e
aberrações até lançá-la num tormento alucinante, delirante e bestificante, cuja finalidade é levá-la à
loucura em todos os sentidos.

Saibam que muitas pessoas que abandonaram a Umbanda e o Candomblé e, todos confusos,
atrapalhados e perseguidos por hordas de espíritos obsessores, estão entre as que achavam que
Pombagira e Exu eram seus escravos e os atenderiam inconsequentemente. Mas como começaram a
pagar o preço ainda aqui, correram para o abrigo das seitas salvacionistas, e dali se voltam contra estes
mistérios cósmicos, acusando-os de “demônios”.

Pombagira não se auto ativa contra ninguém, ou alguém a ativa ou isso quem faz é a Lei Maior.

E tanto pode ser ativada para ajudar quanto para esgotar o desejo em todos os sentidos da vida de uma
pessoa, quanto só num sentido onde está se excedendo e se desviando de sua evolução reta e contínua.

Não foi aberto para a dimensão material o mistério Exu feminino. Logo, quem descreve Pombagira como
Exu fêmea não sabe nada sobre este outro mistério da Umbanda.

Parte do texto retirado do Livro: “ UMBANDA SAGRADA” - Rubens Saraceni.

São entidades em evolução, seu trabalho é dirigido, principalmente na defesa dos seus médiuns e na
defesa do terreiro, porém, são muito procurados para resolver os problemas da vida sentimental e
material.

Exus Mirins

Escrever sobre Exú Mirim se faz necessário nesse momento porque, desde que psicografei o livro Lendas
da Criação - A Saga dos Orixás, sua importância na Criação e na Umbanda mostraram-se maior do que
imaginava-se.

Não temos escritos abundantes a nossa disposição que ensinem-nos sobre esse Orixá ou que
fundamente-o com Mistério Religioso.

Essa falta de textos esclarecedores e fundamentais das suas manifestações religiosas nesse primeiro
século de existência da Umbanda deixou Exú Mirim à própria sorte, ou seja: a vagos comentários sobre
seus manifestadores que pouco ou nada esclareceram sobre eles e ao que vieram! Inclusive, por terem
sido descritos como "espíritos de moleques de rua", cada um incorporava-o com os típicos procedimentos
de crianças mal-educadas, encrenqueiras, bocu-das, chulas, etc.

Foram tantos os disparates cometidos que é melhor esquecê-los e reconstruir todo um novo conhecimento
sobre o Orixá Exú Mirim, antes que ele deixe de ser incorporado e relegado ao esquecimento, como já foi
feito com muitos dos Orixás que, por falta de informações corretas e fundamentadoras, deixaram de ser
cultuados aqui no Brasil.

Nas Lendas da Criação, Exú Mirim assumiu uma função e importância que antes nos eram
desconhecidas. A função é a de fazer regredir todos os espíritos que atentam contra os princípios da vida
e contra a paz e a harmonia entre os seres. A importância e a de que, sem Exú Mirim nada se pode ser
feito na Criação sem sua concordância. Com Exú, dizia-se que "sem ele não se faz nada". Já, com Exú
Mirim, "sem ele nem fazer nada é possível".
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Casa dos Irmãos de Fé
Vamos por partes para entendermos sua importância e fundamentá-lo, justificando sua presença na
Umbanda.

1) Cada Orixá é um dos estados da Criação. Um é a Fé, outro é a Lei, outro é o Amor, e assim por diante,
independente de suas interpretações religiosas.

2) Por serem estados, são indispensáveis, insubstituíveis e imprescindíveis á harmonia e ao equilíbrio do


todo. O Estado da matéria considerado "frio" só é possível por causa da existência do estado "quente" e
ambos na escala celsus indica os dois estados das temperaturas. Sem um não seria possível dizer se algo
está frio ou quente; se algo é doce ou amargo, se algo é bom ou ruim, etc. É a esse tipo de "estado" que
nos referimos e não a um território geográfico, certo?

3) Muitos são os estados da Criação e cada um é regido por um Orixá e é guardado e mantido por todos
os outros, pois se um desaparecer (re-colher-se em Deus), tal como numa escada, ficará faltando um
degrau, e tal como numa escala de valores, estará faltando um grau que separe o seu anterior do seu
posterior.

4) Quando a Umbanda iniciou-se no plano material, logo surgiu uma linha espiritual ocupada por espíritos
infantis amáveis, bonzinhos, humildes, respeitosos e que chamavam todos(as) de titios e titias ao se
dirigirem às pessoas ou aos Orixás e guias espirituais. Também chamavam os pretos(as) velhos(as) de
vovô e de vovó. Até aí tudo bem!

5) Mas logo começaram a "baixar" uns espíritos infantis briguentos, encrenqueiros, mal-educados,
intrometidos, chulos e que dirigiam -se às pessoas com desrespeito chamando-os disso e daquilo, tais
como: seu pu.., sua p..., seu v...., seu isso e sua aquilo, certo? E quando inquiridos, se apresentavam
como "exús" mirins, os exús infantis da Umbanda numa equivalência com um exú infantil ou um erê da
esquerda existente no Candomblé de raiz nigeriana.

6) Exú Mirim assumiu o arquétipo que foi construído para ele: o de menino mal! E tudo ficou por aí com
ninguém se questionando sobre tão controvertida entidade incorporadora em seus médiuns, pois ele
diziam que todo médium tem na sua esquerda um Exú Mirim além de um e Exú e uma Pombagira.

7) De meninos mal educados, como tudo que "começa mal" tende a piorar, eis que as incorporações de
entidades Exús Mirins começaram a ser proibidas nos centros de Umbanda devido a vazão de desvios
íntimos dos médiuns que eles extravasavam quando incorporavam nos seus.

8) De mal vistos, para pior, essa linha de trabalhos espirituais, (onde cada médium tem o seu Exú Mirim),
quase desapareceu e só restaram as incorporações e os atendimentos de um ou outro Exu Mirim "muito
bom" mesmo no ato de ajudar pessoas.

9) Então ficou assim decidido, mais ou menos, por muitos:

a) Exú Mirim existe, é mal educado e incon-trolável e de difícil doutrinação.

b) Vamos deixar Exú Mirim quieto e vamos trabalhar só com linhas espirituais doutrináveis e possíveis de
serem controladas dentro de limites aceitáveis.

10) Exú Mirim praticamente desapareceu das manifestações Umbandistas porque suas incorporações
fugiam do controle dos dirigentes e seus gestos e palavrões envergonhavam a todos.

11) Como é característica humana negar tudo o que não pode controlar e ocultar tudo o que "envergonha",
o mesmo foi feito com Exú Mirim, que existe, mas não é recomendável que incorpore em seus médiuns.
Certo?

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Casa dos Irmãos de Fé
Errado, dizemos nós, porque muitos médiuns já ajudaram a muitas pessoas com seus exús mirins
doutrinadíssimos e nem um pouco influenciados pela personalidade "oculta" de quem os incorporavam.

Todos se adaptam a regras comportamentais se seus aplicadores forem rigorosos tanto com os médiuns
quanto com quem incorporar neles.

O melhor exemplo começa com as incorporações comportadas de quem dirige os trabalhos espirituais. E
uma boa orientação sobre as entidades ajuda muito porque, o que os médiuns internalizarem sobre elas
será o regularizador das entidades.

Agora se, por acaso, o dirigente adota um comportamento discutível, aí seus médiuns o seguirão
intuitivamente, pois o tomam como exemplo a ser seguido.

Em inúmeras observações, vimos os médiuns repetindo seus dirigentes e, inclusive, com as incorporações
e danças dos guias incorporados neles. Essa assimilação natural ou intuitiva é um indicador de que o
exemplo que vem "de cima" ainda é um dos melhores reguladores comporta-mentais.

Agora, quando o dirigente incorpora seu Exú Mirim e este, por ser do "chefe", faz micagens, caretas,
gestos obscenos, atira coisas nas pessoas, xinga-as e fala palavrões, aí tudo se degenera e seus médiuns
procederão da mesma forma porque, em suas mentes e inconscientes é assim que seus Exús Mirins
devem comportar-se quando incorporados.

Essa foi uma das razões para o ostracismo e que foi relegada a linha dos Exus Mirins. E isto, sem
falarmos em supostos Exús Mirins que quando incorporavam ou ainda incorporam por aí afora, pegam ou
lhe são dados saquinhos de papel que ficam cheirando, como se fossem as infelizes crianças de rua
viciadas em cheira "cola de sapateiro".

Certos comportamentos, devemos debitar ao arquétipo errôneo construído por pessoas desinformadas
sobre essa linha de trabalhos espirituais Umbandistas.

1) Não são espíritos humanos, em hipótese alguma.

2) Exús Mirins são seres encantados da natureza provenientes da sétima dimensão à esquerda da que
nós vivemos.

3) A irreverência ou má educação comportamental não é típico deles na dimensão onde vivem.

4) São naturalmente irrequietos e curiosos, mas nunca intrometidos ou desrespeitadores.

5) Por um processo osmótico espiritual, refletem o inconsciente de seus médiuns, tal como acontece com
Exú e Pomba Gira. Logo, são nossos refletores naturais.

6) Gostam de beber as bebidas mais agradáveis ao paladar dos seus médiuns, sejam elas alcoólicas ou
não.

7) Apreciam frutas ácidas e doces "duros", tais como: rapadura, pé de moleque, quebra queixo, cocadas
secas e balas "ardidas" (de menta ou hortelã).

8) Se bem doutrinados prestam inestimáveis trabalhos de auxilio aos freqüentadores dos centros de
Umbanda.

9) Não aprovam ser invocados e oferen-da-dos em trabalhos de demandas e magias negativas contra
pessoas.

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Casa dos Irmãos de Fé
10) Toda vez que seus médiuns os ativam para prejudicar os seus desafetos seus Exus Mirins se
enfraquecem automaticamente já aconteceram inúmeros casos de médiuns que ficaram sem seus
verdadeiros Exus Mirins porque os usaram tanto contra seus desafetos que eles ficaram tão fracos que
foram aprisionados e kiumbas oportunistas tomaram seus lugares junto aos seus médiuns, passando daí
em diante a criar problemas para suas vítimas que ainda acreditavam que estavam incorporando seus
verdadeiros Exús Mirins.

11) Eles raramente pedem seus assentamentos ou firmezas permanentes e preferem ser oferendados
periodicamente na natureza, tal como as crianças da direita.

12) Se bem doutrinados e colocados a serviço dos frequentadores dos centros umbandistas, realizam um
trabalho caritativo único e insubstituível.

Vamos resgatar os Exus Mirins da Umbanda e libertá-los do falso arquétipo que mentes e consciências
distorcidas criaram para eles?

Pombagiras Mirins

O fato é que existe toda uma Dimensão da Vida localizada a sete graus à esquerda da Dimensão Humana
da Vida, escala essa que é horizontal e cada um dos seus graus contem todo um universo em si mesmo,
dentro do qual desemboca toda uma Realidade Divina que começa no interior de Deus, dentro de uma de
suas Matrizes Geradoras de Vidas, vidas essas que são geradas aos pares (masculino e feminino).

Portanto, existem 77 dessas Dimensões da Vida que desembocam nesse nosso abençoado planeta e a
humana é a de número 21 na escala magnética divina horizontal.

A de nº 20 é a habitada pelos seres naturais regidos pelo Orixá Exu e a de nº 22 e habitada pelos seres
naturais regidos pelo Orixá Ogum, só para que entendam essa escala divina, certo?

Todos os graus abaixo de 21 são classificados como negativas e as acima são classificadas como
positivas.

A partir da compreesão desse mistério intra-planetário então podemos discorrer sobre o mistério
Pombagira Mirim pois assim como essa Matriz Divina gera Exu Mirim, também gera um ser feminino em
tudo análogo a ele (em poderes e mistérios) e que também se manifesta na Umbanda quando lhe é
possível ou permitido, sendo muito comum elas se apresentarem como Pombagiras Meninas.

Em outros casos, apresentam- se como Pombagira Mariazinha (diminutivo de Maria Molambo ou Padilha),
etc..

É claro que em um médium só se apresentará um Exu Mirim e a Pombagira Mirim será passiva (não
incorporante). Já em uma médium tanto pode incorporar o Exu Mirim quanto a Pombagira Mirim, mas
nunca os dois serão ativos e, ou será ele ou será ela que sempre incorporará e trabalhará nas giras de
atendimento ao público.

Mas isso não quer dizer que não possa incorporar esporadicamente tanto o exu quanto a Pombagira Mirim
em uma gira fechada ( não aberta ao publico).

E antes que alguém pergunte qual é a oferenda para elas, saibam que é igual às das Pombagiras adultas.

É claro que aqui só comentei um pouco sobre as Pombagiras Mirins e há muito mais sobre elas, mas vou
parar por aqui senão terei que escrever um livro só sobre esse mistério da Umbanda, certo?

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Casa dos Irmãos de Fé
Médium e Mediunidade
"Mediunidade é algo que nasce com a gente porque é conquista evolutiva do nosso espírito."

Mestre Rubens Saraceni

Médium é toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos espíritos.

O médium é o elo mais frágil de uma Corrente Espiritual porque muitas das suas dificuldades materiais ou
desequilíbrios emocionais interferem no seu desenvolvimento mediúnico ou suas práticas espirituais.

Os desequilíbrios emocionais são de difícil solução, porque as pessoas não percebem a existência deles.
Quando orientados para um trabalho de autoconhecimento, rebelam-se, não aceitando as críticas
recebidas. Existe caso de pessoas que se revoltam e começam a vibrar ódio ou antipatia por quem só está
querendo ajudá-los a entrar em harmonia com a vibração da Corrente Sustentadora dos Trabalhos
Espirituais.

Em muitos casos, a formação religiosa anterior do médium trabalhará contra ele, já que internalizou
comportamentos dissonantes com a Doutrina que está sendo passada nesse novo estágio de sua
evolução espiritual.

O médium tem dificuldade de entender que todo o seu psiquismo precisa ser trabalhado lentamente e ir
sendo adaptado à sua nova condição, a de membro ativo de uma Corrente Espiritual. Mesmo os espíritos
que irão atuar através do novo médium terão que adaptar-se à nova Doutrina.

É comum surgirem insatisfações de ambos os lados, tanto na Corrente Espiritual quanto por parte dos
doutrinadores.

O novo médium e seus guias costumam chocar-se, pois o iniciante tem dificuldade em submeter-se às
normas regidas ou tenta impor, seus distúrbios comportamentais e seus vícios emocionais, também se
desarmonizando. O mesmo acontece com os doutrinadores, pois estes têm dificuldades em lidar com
quem não se “enquadra” automaticamente numa postura e comportamento estabelecidos no Templo.

Pode ocorrer de o médium novo se intimidar e bloquear seu próprio desenvolvimento mediúnico e sua
efetiva integração ao corpo mediúnico, impedindo consequentemente sua evolução como médium e
bloqueando o aflorar natural de suas faculdades mediúnicas.

Temos também o caso de médiuns experientes que não adquiriram maturidade, e por isso mesmo, tentam
impor sua vasta experiência, esquecendo-se de que ela é sua e só sua, e não pode ser passada
integralmente aos outros, pois cada um só consegue internalizar e incorporar as experiências espirituais
que vivenciar.

Temos, também, o caso dos médiuns que já realizaram outras práticas místicas, iniciáticas ou
espiritualistas, e, ao invés de guardá-las para si até incorporarem novas práticas, já aprovadas e
comprovadamente eficazes pelo espiritismo de Umbanda, tentam remodelá-las, ou seja, tentam adaptar as
práticas de Umbanda às suas práticas espiritualistas anteriores.

Recomendação que se faz aos médiuns, tanto aos novos quanto aos mais antigos, é que vigiem seus
pensamentos e palavras em relação a tudo e a todos, pois a espiritualidade ouve, e seu próprio mentor
aplicará corretivos religiosos, caso o médium vibre antipatia por seus irmãos de Fé, caso fique “fuxicando”
pelas costas de alguém, caso fique vaidoso, soberbo, etc.

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Casa dos Irmãos de Fé
Se um mentor, que é um espírito de alta evolução, se digna a incorporar num corpo físico, às vezes cheio
de toxinas nocivas ao seu sutilíssimo corpo energético, com certeza, não aceitará incorporar em um
médium cujo mental é um depósito de pensamentos negativos. Portanto, a solução é o mentor lançar mão
de um recurso extremo, que é confiar seu médium a um espírito pouco evoluído para que este cuide dele,
pois ainda suporta a vibração de pensamentos negativos Mas, em último caso, o mentor recolhe-se à sua
faixa vibratória na Luz e confia o seu médium à Lei Maior e à Justiça Divina, que o assumirão
efetivamente. Daí em diante, o médium só irá incorporar espíritos afins com seu padrão vibratório e moral,
quase sempre “eguns”, fora da Lei, que atuam nesses médiuns ou são quiumbas, obsessores,
zombeteiros, perseguidores, vingativos, etc., que levarão o médium a um tormento ou ao descrédito. E,
não raro, após esse recolhimento do mentor, o médium, que foi reprovado, entra numa fase de descrença
e desencanto com sua mediunidade, afastando-se dos Centros.

Porém, Deus não desampara ninguém em momento algum, e recolhe seus filhos nessas religiões
contrárias às manifestações mediúnicas, para dar-lhes seu amparo e redirecioná-los na evolução religiosa.
Sim, é um amparo Divino e ajuda o médium no sentido de “reeducar-se”. Assim ele voltará a manifestar o
êxtase mediúnico e a ficar mediunizado, mas sob uma nova explicação para o fenômeno da sua
mediunidade, fica possuído pelo “Espírito Santo de Deus”, voltando a incorporar ou ficar mediunizados,
mas o processo tem uma nova explicação. Não raro, são ótimos médiuns de apoio aos seus sacerdotes,
que também são médiuns fugitivos ou inconscientes de sua mediunidade.

A recomendação para você, médium novo ou médium já amadurecido é: vigie-se e procure conhecer-se.
Descubra se está integrado à Corrente Mediúnica que o acolheu e se foi aceito pela Corrente Espiritual do
Centro que frequenta.

Seja um médium consciente dos seus deveres, pois mediunidade é sinônimo de sacerdócio; e trabalho
espiritual é sinônimo de atuação dos Espíritos Santificados no respeito à Fé em Deus, e no amor à
humanidade, pela qual continuam a trabalhar mesmo vivendo no mundo dos espíritos.

Médium, saiba que você, inconscientemente, pode ser o elemento da desagregação de Correntes de
Trabalhos Espirituais, caso não domine instintos, intolerância para com a deficiência alheia, incapacidade
de entender como um sacerdócio a mediunidade, e insista num comportamento desrespeitoso e numa
postura antirreligiosa.

Lembre-se de que seus irmãos encarnados não têm como ver seu íntimo e nem podem ouvir seus
pensamentos, mas, tanto Deus quanto seus mentores podem, e tudo farão para auxiliá-lo neste seu
sacerdócio.

Caso você insista num comportamento “mundano” e numa postura “antirreligiosa” dentro de uma Corrente
Espiritual, com certeza, só incorporará espíritos “imundos” e movidos pelo desejo de desagregarem os
Centros Espíritas pelo ódio que sentem da luz por terem se coberto com o sombrio manto da ignorância
em relação às formas de Deus atuar em nossa vida religiosa.

Médium, lembre-se de que mediunidade é sacerdócio, e caso não consiga ser um “grande” médium, ao
menos tente ser um ótimo exemplo religioso, pois Deus o recompensará com seu Divino e amoroso
amparo religioso.

Quanto aos médiuns que só têm voz para criticar os Trabalhos Espirituais ou seus irmãos na Corrente
Mediúnica, estes estão perdendo seu tempo, porque a luz que conquistam durante os trabalhos, perdem-
na com o serviço que prestam às trevas da discórdia.

Quanto aos que acham que já fazem muito, indo só aos Trabalhos Espirituais e não se preocupando com
as necessidades da Casa ou dos seus irmãos, receberão na mesma medida o auxílio da espiritualidade, e
dos seus mentores, quando suas provações os assoberbarem.

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Casa dos Irmãos de Fé
Médium reflita, porque a harmonia da Casa que você frequenta depende do seu equilíbrio emocional,
mental e de muito bom senso, pois mediunidade é um sacerdócio espiritual.

Por tudo isso, busque compreender bem o que é mediunidade, e procure desenvolvê-la da melhor maneira
possível com dedicação, respeito, amor, serenidade e muita disciplina, para o seu melhor aproveitamento
durante seu aprendizado e por toda sua vida mediúnica Os nossos limites e nossos limitadores estão em
nós, nunca em Deus e suas Divindades. Lembre-se de você, seus sentimentos, dos seus negativismos
íntimos, dos seus desejos não realizados, das suas frustrações, das suas mágoas, dos seus ódios ao
próximo, dos seus sentimentos destrutivos, da sua vaidade, da sua impaciência e intolerância, da sua
inveja, da sua soberbia, das suas fraquezas, da sua insegurança, dos seus medos, dos remorsos, da sua
insensibilidade com o sofrimento alheio, dos seus vícios conscienciais, das suas falhas e erros, dos seus
pecados e da sua falta de humildade perante Deus, que “programou” todos os seus poderes Divinos, todos
os meios e todos os seres com a reatividade a tudo e todos que infringirem seus desígnios, para que
vivamos em paz, harmonia e equilíbrio e evoluamos sempre com ele em nosso intimo, guiando-nos na
senda luminosa reservada para cada um de nós e para todos nós.

A bondade, o amor, a compaixão, o respeito, a misericórdia, a paciência, a humildade, a resignação, a


tolerância, a esperança e a perseverança são virtudes indispensáveis à conquista da paz, da harmonia e
do equilíbrio mental, físico, material e espiritual. Essas virtudes são indispensáveis à nossa verdadeira
evolução: a de ter Deus em nosso íntimo, em nosso pensamento, em nossas palavras e em nossas ações.

Mediunidade é a capacidade de intermediar entre o plano material e o espiritual. Reconhecer nossa


mediunidade é reconhecer que de alguma forma podemos sentir, ver ou interagir com o que está no plano
espiritual.

A mediunidade é um dos recursos mais eficientes para o resgate de Karmas. Karma é a resultante de
procedimentos errôneos no trato dos sentimentos íntimos, pessoais ou alheios. Resgatar um Karma não é
sofrer, mas sim aprender a lidar com seus sentimentos, reequilibrar-se emocionalmente, reparar débitos
com Fé, amos e caridade.

A mediunidade é a exteriorização de um dom que aflorou no ser e que, se bem desenvolvida, irá acelerar
sua evolução espiritual. Portanto, não é uma provação. Também não é uma punição cármica, mas um
ótimo recurso facultado pela Lei, para a harmonização com nossas ligações ancestrais.

O médium, desde que integrado à corrente espiritual de um centro de Umbanda, torna-se beneficiário
direto dos Orixás, recebendo seu amparo e direção. Mesmo que sua mediunidade de incorporação
demore a aflorar, ou nunca aconteça, está religado aos Orixás por sua Fé e é importante para a corrente,
que confiará a ele algum outro tipo de trabalho nas atividades da casa: auxílio ao trabalho dos guias,
orientação à assistência, canto dos pontos aos Orixás etc. Todos os médiuns de uma corrente estão sob a
irradiação direta dos Orixás.

Todos são médiuns! Nem todos são médiuns de incorporação ou psicografia, mas todos sentem de
alguma forma o que é do mundo astral; alguns em sonho, outros por uma percepção ou ainda aquela
intuição; sentir uma presença indesejada ou uma energia ruim, por exemplo, é mediúnico. Quantas vezes
acordamos bem e durante o dia encontramos um amigo que só faz reclamar da vida e após o encontro
nos sentimos energicamente pesados, com cargas negativas (carregado) que foram absorvidas
mediunicamente e ainda ouvimos da boca do amigo... “só de encontrar você me sinto bem melhor”!

Isso é uma transferência de energia que acontece entre nossos campos magnéticos de energia (campo
áurico), isso se dá naturalmente e uns tem maior capacidade de absorção. Pois são verdadeiras esponjas
de energia, ficando depois a necessidade de descarregá-las, que pode ser por um passe, um banho de
ervas, uma defumação, entrar em uma mandala, etc..

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Casa dos Irmãos de Fé
Desenvolver a mediunidade significa que o médium deve passar por um aprendizado e conscientização,
senão suas faculdades mediúnicas ficarão obstruídas por preconceitos religiosos, por tabus, dogmas e
medos, já incorporados por ele. A mediunidade é um dom pessoal e intransferível e o desenvolvimento
mediúnico é um meio rápido de desobstrução desses canais mediúnicos e de desenvolvimento das
faculdades extra-sensoriais do médium. Ser médium é uma atividade de dedicação integral, 24 horas por
dia. Você não é médium só no dia de gira, quando veste branco e entra no centro. Você é um
intermediário, é sua missão, você ancora energias onde quer que vá, no seu trabalho, no seu
relacionamento com as pessoas conhecidas e desconhecidas. Quantas vezes você não ajudou pessoas
na rua, metrô, ônibus, filas de banco, ouvindo seus problemas, dando conselhos e encaminhando?
Fazemos isso porque nossa natureza é pacífica e alguém nos impele. Somos porta-vozes dimensionais,
aceitamos o compromisso e aqui estamos; então, a retidão na conduta de nossas vidas é indispensável
para mantermos nossa energia em alta vibração, o que nos conecta a dimensões superiores e a espíritos
elevados.

Ter isso em mente nos protege contra espíritos zombeteiros e obsessores que estão o tempo todo
procurando uma maneira de atingir o médium para derrubar o trabalho em seu elo mais fraco.
Infelizmente, ninguém é perfeito; todos têm pontos fracos e falhas de caráter a superar. Por vezes, o
médium se torna muito elogiado e sente-se envaidecido com o sucesso de seu trabalho espiritual; isso é
muito perigoso, porque o sucesso do trabalho é resultado tão somente de uma boa parceria entre ele e a
entidade.

Todo médium deve sentir-se honrado por ter emprestado suas mãos para o Preto-Velho colher as lágrimas
de um consulente em pranto, de ter dado braços para o forte abraço do Caboclo, ou para segurar a
espada de Ogum. Esse é o nosso maior mérito: de sermos instrumentos eficientes nas mãos de Deus.
Que todos nós possamos ser dignos dessa missão.

Portanto, lembre-se: Deus não joga dados, e a vida não é brincadeira, muito menos o trabalho mediúnico.
A mediunidade é uma associação de vontade, mais talento, mais oportunidade, mais responsabilidade,
mais renúncia, a fim de ajudar a muitos outros para no fim estar ajudando mais a si próprio.

O médium vaidoso só o é porque não é lúcido e não se lembra, ou melhor, não deseja se lembrar dos
erros do passado e hoje custa a admitir que sua mediunidade, trabalho, carma, tarefa, obrigação, resgate
ou como queira definir, foi implorado por ele ao Alto no período intermissivo.

Então, aos médiuns a espiritualidade sugere: abandonem as brincadeiras irresponsáveis e assumam seus
serviços; nós precisamos de vocês, percam a vergonha de assumir sua mediunidade tanto na frente dos
ignorantes tridimensionais, como aos invejosos espiritualizados e confiem em si.

Autoestima para o médium é fundamental, mas sem vaidade. Não respondam as críticas maldosas, elas
merecem ser desprezadas; a melhor resposta é o resultado de seu trabalho que irá obter trabalhando.
Mãos à obra, a espiritualidade não dorme!

O médium consciente sabe que é médium, é mais lúcido, reconhece e admite a presença dos amigos
espirituais e se assume médium, mesmo perante a crítica dos que são capazes de morder a própria língua
para ofender àqueles que não comungam com suas ideias estreitas.

O médium é a última milha do telefone sem fio interdimensional; o que antes fez como brincadeira de
criança, hoje faz como responsabilidade de adulto. Portanto, preparem bem seu aparelho para que essa
linha não tenha chiado, nem linha cruzada; seja um aparelho de excelente qualidade e com alto grau de
confiabilidade e aceitação perante a espiritualidade.

Portanto, ser médium é ser veículo, canal, meio de comunicação, dentro e fora do Terreiro.

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Casa dos Irmãos de Fé
A melhor forma de transmitirmos as mensagens do Astral é colocá-las na prática: em família, no trabalho,
com os amigos, com os vizinhos, com as pessoas “difíceis”...

Espiritualidade não é algo para se viver apenas entre as paredes do Terreiro. É algo para vivermos “dentro
de nós”, em silêncio, com naturalidade, sem alarde, sem roupa especial, sem dia marcado, sem que
ninguém precise elogiar e aplaudir. É um caminho interno, é aprender a olhar tudo com os olhos da alma,
porque isso vai nos ajudar a encontrar novas soluções, novas formas de viver e enxergar a vida “lá fora”.

Não tem sentido fazer as coisas para se receber elogios. O essencial é fazermos as coisas em que
acreditamos, pelo bem que elas representam. Agir assim nos livra de muitas mágoas, de muitas
bobagens... Espiritualidade é algo que nos ajuda a caminhar de mãos dadas com os outros, pelo prazer de
ajudar e participar, apesar de sermos diferentes, apesar de pensarmos de forma diferente, apesar dos
pesares...

Incorporar o Guia não é tudo, é apenas uma parte das infinitas possibilidades de aprendizado que a Vida
nos concede, inclusive no campo mediúnico.

Portanto, no desenvolvimento mediúnico, não nos preocupemos apenas em girar, em rodar, para “mostrar
que o Guia chegou”... Na verdade, os Guias e Entidades chegam ali muito antes de nós, preparando o
ambiente para o trabalho. Bom mesmo é conseguir abrir o coração, para incorporar, (assimilar, absorver),
os ensinamentos do Astral e colocá-los em prática.

E, se o Guia quiser incorporar, por favor: entregue-se, deixe, permita-se a experiência! Não perca mais
tempo se perguntando: “Será que sou eu, será que é o Guia...? Abra o coração! Busque o contato com a
Espiritualidade, que a resposta virá, do jeito que precisa e pode vir, sem dificuldade, naturalmente, e só
por um motivo: somos seres espirituais!

Não adianta ter pressa para incorporar, a pressa não resolve, tudo tem um tempo certo e tudo que se faz
com pressa, sai errado ou torto. Então não se apresse para dar uma consulta ou mesmo incorporar, sua
vez chegará.

Tipos de Mediuidade

(Consciente, Semi-Consciente, Inconsciente (Sonambólica)

queira)

das coisas através do toque em objetos)

-se em outra língua)

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Casa dos Irmãos de Fé
eber ideias que não lhe pertencem)

- é o ato de dar a passividade para que espíritos se comuniquem através do


nosso corpo e principalmente que possam se manifestar verbalmente através do médium. É a
mediunidade mais comum dentro dos centros de Umbanda.

- quando alguém ou alguma força do lado astral sustenta um


trabalho no lado material, ou vice versa.

- quando o “guia”, Egum querem se comunicar e usam o aparelho sem autorização, por
exemplo, em casa sem que o médium queira sem ele ter dado autorização para tal fato.

- Ainda conhecido como viagem astral é o ato de sair do corpo para realizar tarefas no
astral. A maioria de nós a realiza naturalmente enquanto dorme.

– É a visão mediúnica, quando se vê o mundo astral com o nosso 3º olho, pela faculdade
que se abre para nós e de olhos fechados ou abertos se vê.

– Visão mediúnica, com imagens que se formam mentalmente e que tem algum contexto com
a realidade ou o mundo astral. Aqui podemos incluir a premunição

– Audição mediúnica, Dom de ouvir a voz dos espíritos.

– É a escrita mediúnica, onde os espíritos escrevem através do médium.

– pintura mediúnica. Temos um exemplo no trabalho de nosso irmão Miguel Fonseca, que
nos cede as imagens de capa do JUS.

– é uma Leitura do registro astral e temporal que fica em cada objeto revelando seu
histórico.

a – É o ato de falar em outras línguas, como na noite de pentecostes.

– É o Dom de realizar efeitos físicos como mover objetos ou apagar luzes.

– na mediunidade funciona de encarnado para encarnado, de espírito para espírito. É quando


mentalizamos as ideias e havendo muita afinidade, se transmite para outros.

– Quando sutilmente e conscientemente o médium recebe


comunicações do astral.

Podemos considerar ainda o benzimento como um fenômeno mediúnico já que envolve entidades do
astral e movimentação de forças espirituais.

Tipos de Médiuns

Médiuns de incorporação - São médiuns que produzem os aspectos, maneiras, vozes e linguagens das
entidades que incorporam e falam por seu intermédio. A mediunidade de incorporação pode ser
inconsciente e consciente. A consciente se processa quando o espírito atua no médium e este tem plena
consciência dessa atuação. A incorporação inconsciente, muito rara, ocorre quando o espírito atua no
médium e este não tem plena consciência dos atos e práticas ali executados pelo espírito.

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Casa dos Irmãos de Fé
Médiuns de transporte – O fenômeno acontece com a doação de ectoplasma do médium. É muito comum
ocorrer à técnica de transporte onde um espírito (egum, ou trevoso) que está atuando sobre uma pessoa é
transportado para o médium e passa a se manifestar através dele. O transporte visa tirar do campo
vibratório de uma pessoa um espírito internalizado, que não sai porque ela está em simbiose com ele. É
preciso alguém por a mão, puxar aquele espírito, incorporar e limpar a pessoa. Esses médiuns são
importantes para a retirada de obsessores, que, a seguir, são levados pela Lei Maior, para o seu lugar de
merecimento. O transporte pode ocorrer também durante o sono, onde os guias espirituais usam seu
ectoplasma para realizarem trabalhos no astral.

Médiuns sensitivos - Os médiuns sensitivos têm a capacidade de perceber, detectar e sentir a presença de
espíritos seja eles de qualquer classe e ordem evolutiva.

Médiuns audientes ou auditivos - Ouvem a voz dos espíritos, com suas mensagens de socorro ou palavras
de consolo e orientação. Podemos exemplificar com Joana D'Arc e Cecília Meirelles.

Médiuns falantes - Neles, a palavra é um instrumento, do qual o espírito se serve, para entrar em
comunicação com o plano material, assim como também pode fazê-lo por intermédio do médium audiente.
O médium se exprime geralmente sem ter a consciência do que diz e fala coisas fora de suas ideias
habituais, de seus conhecimentos e mesmo do alcance de sua inteligência. Embora esteja perfeitamente
desperto e no estado normal, raramente conserva a lembrança do que disse.

Médiuns videntes - São dotados da faculdade de ver os espíritos. Há os que dispõem dessa faculdade em
seu estado normal, perfeitamente despertos e mantendo a lembrança exata do que veem. Outros não a
têm, senão no estado sonambúlico ou próximo do sonambulismo. O médium vidente acredita ver pelos
olhos, mas, na realidade, é a alma que vê, por isso veem tão bem tanto com os olhos fechados como
abertos.

Médiuns curadores - São aqueles que fazem as curas por meios psíquicos ou ocultos, através da
imposição das mãos ou outras formas. Os médiuns curadores têm, compondo o seu dom de cura, o
intermédio de médicos curadores já desencarnados, especialistas neste assunto, e também de espíritos
de altos escalões evolutivos, que se servem das ervas, das rezas e de seus conhecimentos magísticos
medicinais.

Médiuns de efeitos físicos ou motores - São aqueles, que no estado de transe, fazem mover ou transportar
objetos mais ou menos pesados, como mesas, cadeiras, etc. ou produzem outros fenômenos. Uns
produzem os fenômenos por um ato de sua vontade outros involuntariamente.

Médiuns psicógrafos ou escreventes - Têm a faculdade de escrever, sob a influência dos espíritos, pois
recebem um impulso involuntário em suas mãos.

Médiuns pintores e desenhistas - Pintam ou desenham sob a influência dos espíritos, permitindo, através
da pintura e da arte, mostrar as maravilhas existentes no lado espiritual. Mostram, também, suas formas e
características físicas, perceptíveis aos nosso olhos.

Os Médiuns na Umbanda

Médium de Porteira - É designado, obrigatoriamente, pelo Plano Espiritual, para ficar na porta de entrada
do Templo, incorporado ou não, mas seu guia estará o tempo todo ao seu lado. Deve fazê-lo com muita
humildade e dedicação e não se ausentar dos trabalhos, pois o Plano Espiritual confiou nele.

Esse médium deve ser maduro e pronto para a espiritualidade e ter facilidade de lidar com demandas, as
quais vão resolvendo, na hora ou depois. Ele tem um mental fortalecido, sabe quando chega a demanda e
domina a própria mediunidade, ligando-se ao alto e chamando por seus Guias ou pelos Guias chefes do
terreiro, pedindo ajuda mentalmente, sem que os quiumbas e trevosos que ali demandam percebam sua

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Casa dos Irmãos de Fé
ação. Por sua função de fazer a segurança do terreiro, esse médium deve sempre se manter em equilíbrio
e seguir as recomendações do astral para se proteger.

Médium Ponta de Lança - É o que tem mais tempo de terreiro. Geralmente, fica na frente, durante os
trabalhos.

Médium Coroado - A coroação significa que o médium está pronto para fazer um determinado tipo de
trabalho. É sempre feita pelos Guias Chefes do Terreiro, que darão permissão para o médium já
desenvolvido fazer alguma coisa dentro do terreiro.

Há dois tipos de coroação:

Coroação para Trabalhar - Acontece quando o médium está pronto para incorporar na Corrente Mediúnica,
dar passes e atender a assistência.

Coroação de Pai e Mãe Pequenos - Ocorre quando o médium já desenvolvido está pronto para abrir
trabalho, pois conhece tudo sobre a casa e o que é necessário para dirigir uma gira ou cerimônia, na
ausência do Pai ou Mãe do Terreiro.

Mistificação e Animismo

Um dos maiores obstáculo para a divulgação e aceitação do espiritismo é a mistificação, que é o ato de
uma entidade se comunicar pela escrita ou pela palavra enganando os presentes quando á sua identidade
e a sua posição espiritual.

Animismo:- é o fenômeno produzido pela própria alma do médium, e desde que espontâneo, é sempre
válido. Pois o médium esta colocando para fora o seu próprio eu interior, e no começo do
desenvolvimento, isso é valido. Ele esta limpando o interior de problemas existente em seu mental e
sentimental. Após alguns meses, se ele começar a se equilibrar mental e sentimentalmente, esta fase do
animismo desaparece, quando totalmente exteriorizado passa a incorporar normalmente. O melhor a fazer
é vigiar seu pensamento e sentimentos para não sentir ódio, magoas, inveja, soberbia ou mesmo irradiar
contra um irmão sentimentos profanos. Quanto mais cedo se equilibrar, mais cedo sairá desta fase de
animismo, e começa a sentir realmente a presença de seus guias espirituais.

Mistificação:- é engano, engodo, dolo, mentira, desejo de enganar, trapacear, dar características de
verdade ao que é falso, abusar da credibilidade de nossos irmãos. E pode ser produzido pelo próprio
médium, consciente ou inconsciente:

- Consciente:- quando o médium começa a imitar seu irmão de egregora pelo seu ciúmes ou inveja, faz as
mesmas coisas que seu irmão faz, gestos movimentos, ou mesmo imita alguma mironga que o guia do
irmão fez. Muitos médiuns usam o momento de atendimento para “vender” outros atendimentos, como por
exemplo, a Mandala, e cobram para isto. Quando um guia espiritual fala que o irmão tem algum trabalho
de magia em seu campo espiritual, ele (o guia) tem que ter a resolução do caso ou mesmo o corte desta
magia, se falou, tem que ser resolvido e não o irmão sair de uma casa espiritual com a mente mais
perturbada ainda...

- Inconsciente:- quando o médium começa a incorporar, ele logo quer saber o nome do guia, e quando
isso não acontece, vem a ansiedade e ele, quer por que quer, saber o nome do guia, por causa da
ansiedade; com isto, o guia se afasta e dá lugar para zombeteiros que vem logo dizendo o nome de guia
famosos, ou mesmo de personagens famosos.

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Casa dos Irmãos de Fé
DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO Por Rodrigo Queiróz para o JUS

“Que vale o desenvolvimento rápido se o médium nada possui para ofertar?

Há mérito em se oferecer taça vazia para aquele que agoniza de sede?” Ramatís

Falar sobre a mediunidade e sua mecânica é algo muito comum no meio espiritualista, porém é sempre um tema
bastante complicado e polêmico. Exige muita responsabilidade ao falar sobre este tema.

Mas, o que todo autor espera do seu Leitor é que ele reflita e pondere para o bom senso crítico, racional e emocional.

Dia a dia, chegam pessoas novas para o nosso meio religioso, na maioria das vezes dotados de mediunidade a ser
desenvolvida, e é ai que mora o perigo...

A mediunidade tem várias funções para o ser humano, sendo que a principal é encaminhar o médium a uma
evolução acelerada. Mas como usar disso para evoluir? Ora, irmão, ser médium não é ser diferente de ninguém; na
verdade, é ter que saber resolver os seus problemas e dos que o procuram, e digo isto a “grosso modo”.

Mas, para se ter esse equilíbrio é necessário uma caminhada ao seu interior. A espiritualidade espera sempre que,
com o desenvolvimento mediúnico, a pessoa busque sua reforma íntima, a fim de ser ajudada e depois poder ajudar
o próximo. Quando digo “se ajudar”, quero dizer que a pessoa deve encontrar seus erros e seus defeitos e, na
sequência, buscar o aprimoramento moral.

Somente assim, a mediunidade começará a ter função em sua vida.

Senhores médiuns, problemas materiais todos nós temos; então, isto nunca deverá ser desculpa para evitar os seus
trabalhos mediúnicos e caritativos. Devemos saber administrar tudo isso, sem que uma coisa atrapalhe a outra.

Médiuns, vocês são o espelho dos que os procuram. Então parem e pensem: “Eu estou sendo um bom exemplo?”

Por favor, não venham com a conversa de que sua vida particular não tem nada a ver com a mediúnica. Essa
desculpa é o mais cruel pecado que o médium pode cometer. Outros usam um ditado que diz: “Faça o que digo e
não faça o que eu faço”. Um ABSURDO!

Ser médium é buscar viver a vida terrena em paralelo à vida espiritual e, para isso, são necessários a reforma íntima,
a evangelização e o estudo teológico da religião. É o tal do “Orai e Vigiai”; porém, na verdade, devemos vigiar e orar.

Agora, para que sair desenvolvendo sua mediunidade de forma desordenada e acelerada se você nem sabe o que
vai fazer com este dom? Para quê? Para daqui a alguns anos você jogar no lixo!?! Saibam irmãos, que nessa história
de mediunidade, o maior necessitado é você mesmo. É você que precisa se ajudar.

Ser médium é ter a função de aparelho (cavalo ou burro, como queira) para os espíritos. Mas para ser um bom
aparelho é necessário ser bem preparado, usar tecnologia de ponta, material de primeira, para que se tenha vida
longa, senão será descartado rapidamente e substituído por outro. É assim que a dona de casa faz com a faca que
ela compra nas lojas de “R$ 1,99”; porém, se ela comprar uma faca de marca reconhecida e que passou pelos testes
de qualidade e procedência, provavelmente irá durar toda a vida.

O processo de desenvolvimento mediúnico e até mesmo a sua continuidade vão muito além dos rodopios na gira ou
do comparecimento no terreiro para incorporar um Caboclo ou Preto-Velho.

Saiba que o desenvolvimento é eterno. Após você incorporar o mentor, aí sim seu desenvolvimento espiritual
começará. O trabalho mediúnico não é só incorporar os mentores em datas e horas predeterminadas. Já disse o
grande mentor e mestre Ramatís: “Não conseguireis bons fluidos em horas programadas, se os contaminais com a
intolerância, a cólera, a irritação e o desamor de minutos anteriores.”

Irmãos, eu gostaria de escrever muito mais, só desejo e espero que vocês se atinem ao que aqui está sendo alertado
e que se preocupem com isso. O assunto é sério e exige muita responsabilidade. Usem o bom senso sempre, não
desanimem, sempre estaremos sendo amparados.

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Casa dos Irmãos de Fé

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