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CARACTERÍSTICAS DOS PERSONAGENS:

Rosa: olhos verdes, descalça, usa um vestido e solto.

José: calças largas escuras, camisa solta e suja, espada, barba.

Camponês: calça larga, camisa solta e suja, enxada/pá (artefato)

HISTÓRIA:

Ela vagueia a sós pela floresta, correndo de um lugar a outro e encontra um local arrumado de
forma “romântica”. Surpresa e indecisa fica após ver que o seu amado está lhe esperando no
local.

Ele pega suas mãos e se declara para ela -- ela escuta com toda alma e fica encantada e
tentando resistir: se segura e não se atreve. Solta suas mãos bruscamente e sai correndo pela
floresta; ele corre atrás dela e a persegue -- cansada, desiste e cai no chão, e então, o beija.

Rosa -- Mal me quer... bem me quer...

José — Será preciso que uma flor assegure o que digo e tu vês? O meu olhar, posando em teu
sorriso, mostra-te que és amada e adivinha que tu crês nisto .

Rosa— Mal me quer... bem me quer... — E, comovida, ela treme, como esperando uma
sentença atroz — Mal me quer... Mal me quer... Desde, ontem quando tu não vinhestes me
encontrar, adivinhei tudo que a flor me diz. Tenho-te junto a mim e ainda assim, te vejo
chorando. Beijas-me, e já não sou feliz. Sinto que és meu, aperto-te em meus braços, e, e
apavorada em meus sonhos, ouço seus passos que te afastam de mim. Diga que estou
sonhando, que estou louca! Jura que sou feliz, que os teus dias são meus, e que o beijo que
ainda chega em mim boca, não é tua alma me dizendo adeus.
Minha alma, envolta em trapos de mendiga, serve apenas pra ir te seguindo. Não me deixes!
Sou formosa, sou moça, amo-te... Ama-me!!

José – Eu já não sei se consigo.

......

Rosa vai embora e então se passam muitos meses sem vê-la.

José -- Belos amores perdidos, muito fiz eu com para perder-vos, deixar-vos, e esquecer-vos.
Mas por dentro, não o fiz. Tudo se arranca de meu peito — Amor, desejo, esperança... Só não
se arranca a lembrança de quando fui feliz. Roseira cheia de rosas; roseira cheia de espinhos,
que eu deixei pelos caminhos aberta em flor, e parti. Perdi-te. Como te perder e ganhar-me,
não sei mais se ganhei, ou se perdi...
José -- Pela vasta noite indolente voga um perfume estranho. Eu sonho... E aspiro o vago
aroma ausente do teu cabelo castanho. Pela vasta noite tranquila pairam, longe, as estrelas. Eu
sonho... Pela vasta noite povoada, pela vasta noite sem termo, que deserto sombrio! Eu...
sonho. E cerro os olhos para ver-te ainda, ainda e sempre, em meu sonho.
....

Rosa em meio a floresta, é raptada por um camponês, que a leva ao mar.


E em meios a tantas brigas e dores, distante, Rosa escolhe a morte.

Camponês — E se acaso ele voltar? O que eu vou dizer-lhe, quando me perguntar por ti?

Rosa — Dize-lhe que me viste, uma tarde, chorando. Nessa tarde parti.

Camponês — E se arrependido e doloso ele indagar: “Para onde? Por onde a buscarei?”

Rosa — Dize-lhe : “Para além... para longe...” Responde como eu mesma responderia: “Não
sei”. Ai, é tão vasta a noite! Anoiteceu... E onde vou? Nem eu sei. Irei seguindo ao acaso até
achar o céu. Eu cheguei a supôr que seria possível ser amada — e viver. E a morte tão fácil... Ai,
seria tão doce ser amada... e morrer!
Rosa – Escuta-me: conta-lhe que eu chorava, partindo, as lagrimas que vês agora, eu só
conheci do amor que imaginei tão lindo, o mal que ele me fez. Narra-lhe transe a transe a dor
que me consome... Conta-lhe que eu morri murmurando o seu nome, no soluço final.
Dize-lhe que o seu nome ensanguentava a boca, e agora me afogo em sangue, vês?
Não... Nada lhe contes, não... Poupa-o... Eu quase o odeio, mas não posso.
Oculta-lhe senhor! Eu morro... Amava-o tanto... Amei-o sempre... Amei-o até morrer... de
amor.

.....
Andando pela floresta...

José -- Botões de rosa desabrochados em goivos, desfeitos na lama e na poeira. Sonhos de um


olhar de dor ao descobrir, como um perdedor, que em um rosto virgem, onde rosas brancas
broxam. Tu fostes a rosa que, não foi bem colhida, e perde toda a frescura que a tornou
formosa, perde todo o perfume que a tornou querida.

FIM

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