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XXXII SEMANA DA MATEMÁTICA

MINICURSO DE LATEX

Maria Fernanda Zordan Bonini; Pedro Henrique Arruda Morais;


Sérgio Rodrigues Verde Junior; Tiago Suzuki Tokuda.
Integrantes do PET - Matemática IBILCE

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas -

UNESP
Conteúdo

Introdução 1
1 Programas para utilizar o LATEX 1
1.1 TeXstudio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Overleaf . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2 Noções Primitivas 3
3 Preâmbulo 5
3.1 Classe do Documento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3.2 Pacotes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.3 Operadores Matemáticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3.4 Novo Teorema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

4 Corpo do texto 8
4.1 Sumário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.2 Ambientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.2.1 Alinhamento de textos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4.2.2 Listas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
4.2.3 Citações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4.3 Capítulos, seções e subseções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4.4 Formatação de páginas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4.5 Formatação de fonte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4.5.1 Estilo de fonte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4.5.2 Tamanho da fonte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4.6 Ambientes matemáticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.7 Delimitadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.8 Símbolos matemáticos básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4.9 Sistemas de equações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.9.1 Cases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.9.2 Array . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

2
4.9.3 Matrizes e Determinates . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.10 Figuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4.11 Criação da Bibliograa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

5 Aplicativos de Auxílio 28
5.1 Detexify . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
5.2 Mathpix . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
5.3 CodeCogs - Editor Online de Equações . . . . . . . . . . . . . 29
5.4 Tables Generator . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Capítulo 1
Programas para utilizar o LATEX
Faremos uma breve descrição sobre alguns programas que podem ser
A
utilizados para usar o L TEX. Na hora da escolha, é necessário avaliar o que
seria ideal para seu uso. Exemplos de problemas que devem ser pensados para
fazer sua escolha é sobre se você tem acesso a um computador ou notebook
que tem possibilidade de fazer download dos programas a serem utilizados; se
você tem a intenção de fazer alterações oine; se você pretende desenvolver
seu trabalho sozinho ou em conjunto com uma ou mais pessoas; etc.

1.1 TeXstudio
O primeiro programa sugerido é o TeXstudio. Esse é o programa utilizado
nas aulas desse minicurso. O TeXstudio é um programa fácil de ser usado e
pode ser feito download em Windows, Unix/Linux, BSD e Mac OS X.
Algumas das vantagens de usa-lo são as barras de auxílio, que permitem a
procura de códigos ou comandos enquanto redige seu texto; tem visualizador
de pdf acoplado no programa para que possa acompanhar seu desenvolvimento;
apresenta sugestões para completar seu comando enquanto o escreve; grifa
em vermelho parágrafos com erro.
A
Contudo, ele não fornece o L TEX, então o usuário deve escolher uma distribuição
do ATEX
L e instalá-lo primeiro. Recomenda-se para esse m o MikTex, para
usuários de Microsoft Windows e o , para usuários de Linux.
Ademais, para que consiga abrir o pdf já compilado, você deverá ter um leitor
de pdf, e para isso, indica-se o Adobe Acrobat Reader.
Links: https://miktex.org/
https://www.texstudio.org/
https://get.adobe.com/br/reader/

1
1.2 Overleaf
A
Um editor online de L TEX muito usado é o Overleaf. Este editor é ideal
para pessoas que queiram desenvolver seu material coletivamente em uma
única versão, disponibiliza o histórico do documento e permite que se trabalhe
oine utilizando sincronização de seus arquivos via Dropbox e GitHub. Além
disso, dispensa a instalação de programas, podendo ser usado em qualquer
lugar.
Link: https://pt.overleaf.com

2
Capítulo 2
Noções Primitivas
Nesse capítulo abordaremos alguns conceitos iniciais que são necessários
para o desenvolvimento de seu trabalho.

Independente se é um relatório, carta, apresentação ou outro modelo de


trabalho, seu material será dividido em preâmbulo e corpo do texto.
O preâmbulo contém todos os comandos que são aplicados no texto a ser
escrito. Ele é a sustentação de seu trabalho e a partir dele, você poderá
escrever seu corpo de texto.
O corpo de texto é tudo que está entre os comandos \ begindocument e o \
enddocument. Está parte do trabalho é o que aparecerá no pdf quando for
A
compilado o texto em L TEX.
Outro fator importante para evitar que o corpo de texto tenha erro, é necessário
redobrar atenção nos comandos que utilizam \begin{}, pois sempre devem
ser nalizados com o \end{}.

Dentro do seu corpo de texto também tem-se duas divisões de ambientes:


texto e matemático.
Quando é escrito um texto qualquer, não é necessário usar nenhum código
para que apareça (exceto em caso que queira ser modicado, como coloca-lo
em negrito). O caso dos textos matemáticos é diferente, onde só será só
reconhecido se for digitado entre $ ou $$ (por exemplo, $ fórmula $ ou
$$ fórmula $$). A diferença entre deixar entre um cifrão ou dois cifrões
é a posição que esse texto será colocado quando o material for compilado.
No caso de um, permanecerá na mesma linha, e no caso de dois, cará
centralizado numa outra linha. Para não dar erros, em todo conteúdo com
fórmulas matemáticas que contenham potências, raízes, frações, símbolos,
letras gregas, etc. deve estar entre cifrões.

3
Exemplo 1.
Todo texto que está nessa linha é escrito sem nenhum comando e não
contém nenhuma fórmula.
Para digitação de uma fórmula simples, como uma função real, você deve
colocar com um ou dois cifrões de cada lado para aparecer, da seguinte forma:
$ f(x) = \sqrt{2} x + 2 $ ou $$ f(x) = \sqrt{2} x + 2 $$

Quando for compilado, você terá seu texto assim: f (x) = 2x + 2 e


f (x) = 2x + 2.

Note que quando o texto está no modo matemático, dispensa-se comandos


para colocar letras em itálico. Ressalta-se também que, independente do
ambiente (de texto ou matemático), os espaços duplos e linhas em branco
não são contados. Em um próximo capítulo será ensinado como realizar isso.

A
É importante citar também que a linguagem L TEXfaz distinção do letras
maiúsculas e minúscula. Dependendo do que for colocado, o código pode não
funcionar ou apresentar um símbolo diferente do que se busca. Exemplica-se
isso no uso de letras gregas, como δ e ∆, em que a primeira foi usado
$\delta$ e, o segundo, $\Delta$. Estão em cifrões pois são considerados
textos matemáticos.

Para nalizar esse capítulo, ensinaremos como fazer comentários durante


seu trabalho de modo que não apareça no resultado nal do pdf. Para isso,
basta usar o símbolo de porcentagem % a direita do texto. Fazendo isso, o
restante da linha a direita será ignorado na compilação. Eles são muito uteis
para orientação, organização e lembretes do usuário.
Por exemplo, em uma linha como a seguir % escrito em 13/outubro/2020"sera
A
ignorado pelo L TEX.

4
Capítulo 3
Preâmbulo
A
Antes de começar qualquer digitação no L TEX, é necessário criar o preâmbulo
do arquivo. Nessa parte, devemos escrever todos os comandos básicos necessários
para a funcionalidade do nosso documento.

3.1 Classe do Documento


O primeiro comando a ser escrito é o

\documentclass[opções]{classe}

Esse comando irá denir o modelo do nosso documento.


No espaço delimitado por chaves do comando, iremos escrever qual será
a classe do nosso documento. Cada classe tem suas próprias formatações,
comandos e podem apresentar requisitos diferentes.

Algumas classes muito utilizadas são

• article - ideal para artigos que serão publicados em periódicos;

• report - usado para relatórios independentes, como iniciação cientíca,


téses e apostilas;

• book - muito utilizado para livros e publicações mais extensas;

• letter - para escrever cartas;

• beamer - transforma o documento em uma apresentação de slides, sendo


extremamente útil para apresentações em congressos e eventos, como
na Semana da Matemática.

5
No espaço delimitado por colchetes nesse comando colocaremos as opções
básicas da estruturação do texto, todas separadas por vírgula. Essas opções
não são necessárias, uma vez que cada classe tem suas próprias opções
predenidas. Alguns tipos de opções são:

• Tamanho da fonte - os tamanhos para a fonte padrão do texto são 10pt,


11pt e 12pt;
• Formato do Papel - entre as opções disponíveis para o formato da papel
destacam-se: a4paper, a5paper e letterpaper;
• Texto em duas colunas - basta escrever twocolumn;
• Orientação da página - A opção landscape altera a orientação da
vertical (padrão) para horizontal;

• Impressão em um ou dois lados - Caso o texto vá ser impresso em dois


lados, como num livro, usa-se a opção twoside, para que cada página
ímpar seja alinhada para a esquerda e cada página par seja alinhada
para a direita. Caso o texto vá ser impresso em apenas um lado, usa-se
o oneside.

Para a criação do documento base do nosso minicurso, vamos usar a


seguinte estruturação desse comando (que também foi utilizada para a criação
dessa apostila)

\documentclass[a4paper,12pt]{report}

3.2 Pacotes
A
Os pacotes do L TEX são um conjunto de arquivos que trarão para o nosso
documento diversos comandos úteis e algumas alterações no nosso texto. Eles
podem ser inseridos a partir de comandos da forma

\usepackage[opções]{pacote}
Alguns comandos muito utilizados são:

• [brazil]{babel} - muda o idioma do texto para português, traduzindo


expressões e fazendo com a acentuação seja aceita dentro do documento;

• {amsmath}, {amsfonts}, {amssymb} - importam símbolos matemáticos


para serem usados no ambiente matemático do texto;

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• {indentfirst} - Adiciona um espaçamento de parágrafo no começo
de cada capítulo, seção, subseção e etc;

• {graphicx} - para inserir guras com extensão .png;

• {color} permite a alteração da cor do texto.

3.3 Operadores Matemáticos


Suponha que dentro do seu relatório você irá denir o mdc entre dois
números. Observe que caso você escreva dentro do modo matemático simplesmente
mdc(a, b), a notação cará toda em uma espécie de itálico.
Para que você consiga escrevê-lo dentro do modo matemático sem complicações,
você pode deni-lo como um operador matemático. A estrutura geral desse
código é:

\DeclareMathOperator{comando}{nome do operador matemático}


No caso do mdc, teríamos simplesmente

\DeclareMathOperator{\mdc}{mdc}
Portanto quando utilizarmos o comando \mdc(a,b), isso irá gerar no texto
a expressão mdc(a, b).

3.4 Novo Teorema


Ao digitar um texto matemático, em diversos momentos precisaremos
escrever denições, teoremas, proposições, e assim por diante. Para isso,
contamos com o comando \newtheorem. Esse comando tem três tipos de
estruturações. Apresentaremos aqui somente a mais simples, apesar das
outras também não serem complicadas:

\newtheorem{Nome do ambiente que será definido}{Título}


Por exemplo o comando

\newtheorem{teo}{Teorema}
ao ser citado no texto pelo comando

\begin{teo}Sejam $x$ e $y$ dois números reais...\end{teo}


será exibido da seguinte maneira

Teorema 1. Sejam x e y dois números reais...

7
Capítulo 4
Corpo do texto

4.1 Sumário
Sumários podem ser facilmente construídos pelo LaTeX se for acrescentado
ao documento o comando

\tableofcontents
logo após o início do documento.
Normalmente, o LATEX faz uma numeração automática de capítulos, seções
e subseções. Caso seja necessário a eliminação dessa numeração automática,
então basta escrever um asterisco entre o nome do comando e {} , como
exemplos:

\section{Sumário}

\chapter{Bibliografia}

O sumário impresso pelo comando "tableofcontents"não faz referência a


capítulos ou seções sem numeração.
E possível também colocar uma lista de guras e tabelas através dos comandos:

\listoffigures e \listoftabless

4.2 Ambientes
4.2.1 Alinhamento de textos

Para alinhar um texto à esquerda e à direita utilizamos, respectivamente:

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\begin{flushleft}
Esquerda
\end{flushleft}

\begin{flushright}
Direita
\end{flushright}

que terá como resultado:

Esquerda

Direita

E para centralizar um texto utilizamos

\begin{center}
Centro
\end{center}

que retornará:

Centro

4.2.2 Listas

Temos dois tipos principais de ambientes para listas no LaTeX

• enumerate

Para listar os itens por ordem dessa forma:

9
1. Texstudio

2. Texmaker

usamos:

\begin{enumerate}

\item Texstudio

\item Texmaker

\end{enumerate}

• itemize

Para listar os itens por ordem dessa forma:

 Overleaf

 MikTex

usamos:

\begin{itemize}

\item Overleaf

\item MikTex

\end{itemize}

4.2.3 Citações

Para fazer uma citação

"PET Matemática"

utilizamos o comando
\begin{quoation}
"PET Matemática"
\end{quotation}

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4.3 Capítulos, seções e subseções
Para criar capítulos seções e subseções, basta utilizar, respectivamente, os
comandos \chapter{Título do capítulo}, \section{Título da seção}
e \subsection{Título da subseção}.

Note que, ao criar um capítulo, ele vem acompanhado de "Capítulo 01"e


embaixo o nome do capítulo. Caso queria eliminar esse "Capítulo 01", basta
utilizar o comando \chapter*{Título do capítulo}. E fazemos isso de
forma análoga para seções e subseções.

4.4 Formatação de páginas


Para fazer um novo parágrafo, basta deixar uma ou várias linhas em
branco.
E, com isso, caso precisarmos acrescentar espaços brancos colocamos no
texto uma ou várias barras invertidas e para pularmos um linhas também
usamos duas barras invertidas consecutivas (\\) que produz um espaçamento
vertical de tamanho denido pelo usuário antes de iniciar uma nova linha.

Outra maneira de iniciar uma nova linha é usar o comando \newline.

Para "quebrar"uma linha usamos o comando \linebreak.


Para inserir espaços em branco com tamanho exato usa-se os comandos:

\vspace{tamanho} - espaço vertical.


\hspace{tamanho} - espaço horizontal.

Para realizar uma quebra imediata de página, usamos \newpage.


Para remover o espaçamento antes do início do parágrafo usamos o comando
\noindent.

11
4.5 Formatação de fonte
4.5.1 Estilo de fonte

A
Podemos estilizar a fonte no L TEXde diferentes formas. Veremos à seguir
as estilizações mais usadas:

• Negrito

Para usarmos negrito nas fontes usamos o seguinte comando:

\textbf{Negrito}
que retornará:

Negrito

• Itálico

Para usarmos itálico nas fontes usamos o seguinte comando:

\textit{Itálico}
que retornará:

Itálico

• Sublinhado

Para usarmos sublinhado nas fontes usamos o seguinte comando:

\underline{Sublinhado}
que retornará:

Sublinhado

• Riscado

Para usarmos riscado nas fontes usamos o seguinte comando:

\sout{Riscado}
que retornará:

12
Riscado

4.5.2 Tamanho da fonte

Em relação ao tamanho da fonte podemos modicá-las da menor para


maior usando os seguintes comandos:
\tiny Texto

\scriptsize Texto

\footnotesize Texto

\small Texto

\normalsize Texto

\large Texto

\Large Texto

\LARGE Texto

\huge Texto

\Huge Texto

E, em escala, temos os seguintes resultados

Texto
Texto
Texto
Texto
Texto

Texto

13
Texto

Texto
Texto
Texto

4.6 Ambientes matemáticos


Para inserir fórmulas ou equações matemáticas, escrevemos elas entre
cifrões ($f(x)=x+1$) ou escrevemos o seguinte comando:

\begin{math}
f(x)=x+1
\end{math}

que resultará em:

f (x) = x + 1.

Além disso, podemos usar outros dois comandos com funcionalidades


extras, o primeiro é o "displaymath":

\begin{displaymath}
g(x)=3x+2
\end{displaymath}

que permite digitar o texto no ambiente matemática em um novo parágrafo


e centralizado (Também podemos utilizar o texto entre dois cifrões duplos
$$g(x)=3x+2$$) que resultará em:

14
g(x) = 3x + 2.

E o outro comando é o "equation"que permite digitar o texto no ambiente


matemático em um novo parágrafo, centralizado e enumerado (útil para
citações):

\begin{equation}
y=mx+n
\end{equation}

que retornará

y = mx + n (4.1)

4.7 Delimitadores
Podemos fazer que os delimitadores se ajustem automaticamente ao tamanho
de uma determinada fórmula. Para isso é necessário que os comandos \left
e \right venham antes do delimitador da seguinte forma:

$\left(\dfrac{a}{b}\right)$
$\left[\dfrac{a}{b}\right]$
$\left\{\dfrac{a}{b}\right\}$

que resultam em, respectivamente:

a
b
hai
b
nao
b
Note que no último caso, é necessário uma barra invertida adicional.
Para inserir uma equação pode ser necessário, instruir o compilador para
que mostre corretamente a fórmula, seja por questão estética ou não, colocando

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índices embaixo do símbolo de somatório e não ao lado, por exemplo. Isso é
feito através do comando \displaystyle dentro da equação, imediatamente
antes do trecho que queremos que seja exibido corretamente.
Em geral, todo delimitador iniciado por um \left deve vir com seu
\right correspondente. Caso o desejo seja de realmente utilizar somente
um dos dois delimitadores, é possível substituir o outro por um "fantasma",
trocando o caractere ou comando do delimitador por um ponto ".".
Eventualmente, pode ser necessário controlar o tamanho dos delimitadores
manualmente. Os comandos \bigl \Bigl \biggl \Biggl \bigr \Bigr funcionam
para os mesmos delimitadores:

!
 
P

4.8 Símbolos matemáticos básicos


Para fazermos símbolos matemáticos básicos, veja a seguir uma lista com
alguns deles (o comando e logo a seguir o que ele retorna):

• $\cos x$
cos x

• $\sin x$
sin x

• $\tan x$
tan x

• $\csc x$
csc x

• $\sec x$
sec x

• $\arccos x$
arccos x

• $\arcsin x$
arcsin x

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• $\arctan x$
arctan x

• $\cos x$
cos x

• $\log_a x$
loga x

• $\ln x$
ln x

Agora, vejamos alguns comandos mais especícos com alguns exemplos:

1. Símbolos dos conjuntos numéricos (naturais, inteiros, racionais, reais


e complexos) tem como comandos (respectivamente):$\mathbb{N}$,
$\mathbb{Z}$, $\mathbb{Q}$, $\mathbb{R}$ e $\mathbb{C}$ resultando
em:

N
Z
Q
R
C

2. Símbolos "pertence"e "não pertence"tem como comandos, respectivamente,


$\in$ e $\notin$ resultam:



/
exemplos de uso:

0 ∈ N ($0 \in \mathbb{N}$)


/ N ($0 \notin \mathbb{N}$)
0∈

3. Símbolos de "contido"e "não contido"tem como comandos, respectivamente,


$\subset$ e $\notsubset$ em que apresentamos também o comando
\not que serve para "negar"alguns dos símbolos que apresentaremos:
⊂ ($0 \notin \mathbb{N}$)

17
6⊂ ($0 \notin \mathbb{N}$)
Além disso, temos os seguintes variantes:

⊆ ($\subseteq$)
6⊆ ($\subseteq$)
( ($\subseteq$)

4. Assim como dito antes, é preciso ressaltar que para usar colchetes
devemos usar comando também \{Conteúdo\}, que retornará:

{Conteúdo}

exemplo:

{A; A ⊂ B} ($\{A; A\subset B \}$).

5. Para usarmos desigualdades, congruências e "não igual a"usamos, os


comandos $\geq$, $\leq$, $>$, $<$, $\equiv$, $\not\equiv$ e $\neq$


>
<

6≡
6=

6. Para inserirmos os sinais de multiplicação usamos os comando $\times$


e $\cdot$ que resultam em:

×
·

7. Para inserirmos expoentes e índices em um objeto x, por exemplo,


usamos os comandos $x^{e}$ e $x_{i}$ que retornam:

xe
xi
exemplo:

R2 = R × R
($\mathbb{R}^{2}=\mathbb{R}\times\mathbb{R}$).

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8. Para inserirmos quanticadores como "existência"e "para todo"basta
usarmos os comandos $\exists$, $\forall$ e como resultado teremos:


exemplo:

n < n + 1; ∀n ∈ N ($n<n+1; \forall n \in \mathbb{N}$).

9. Para inserirmos interseção e união de conjuntos usamos os comandos


$\cap$, $\cup$, que resultam em:



exemplo:

R = R+ ∪ R− ∪ {0}
($\mathbb{R}=\mathbb{R^{+}}\cup\mathbb{R^{-}}\cup\{0\}$)

10. Letras Gregas


Para inserirmos no texto letras gregas precisamos estar dentro do ambiente
matemático e saber o nome da letra em inglês. Para inserir letras gregas
minúsculas, o comando será o nome da letra em inglês com todas as
letras em minúsculo. Já para as maísculas, a primeira letra do comando
deve estar em maiúsculo. Por exemplo, $\alpha,\beta,\gamma,\Gamma$
será exibido como α, β, γ, Γ.
Algumas dessas letras tem mais de uma opção de escrita adicionando
"var"antes do nome. Por exemplo os comandos $\epsilon, \varepsilon,
\phi,\varphi$ geram o texto , ε, φ, ϕ.

11. Limite, Somatório, Produtório e Integral

O comando do limite constitui apenas do escrito "lim". Por vezes,


é útil colocar o índice indicando para onde o limite está tendendo.
Por exemplo, o comando $\lim_{x\to +\infty}$ irá gerar o texto
limx→+∞ .
Com o auxílio do comando displaystyle já visto anteriormente, podemos
melhorar esteticamente esse comando, escrevendo-o da seguinte maneira:
$\displaystyle\lim_{x\to +\infty}$, para gerar o texto lim .
x→+∞

Exemplo 1.

19
Denição 1. Seja f uma função contínua em (a, b). Dizemos que f é
derivável em p ∈ (a, b) se existir o limite
f (x) − f (p)
lim .
x→p x−p

Já o somatório, produtório e integral têm a estrutura similar, podendo


ser utilizados "sozinhos"ou acompanhados dos índices e/ou expoentes,
que indicam o intervalo de valores que eles estão computando.

Alguns exemplos:

$\sum_{k=1}^{n} k=\dfrac{n(n+1)}{2}$ gera os textos

Pn n(n + 1)
k=1 k= , sem displaystyle;
2
n
X n(n + 1)
k= , com displaystyle;
k=1
2

$\int_{a}^{b} f(x)\ dx=F(b)-F(a)$ gera os textos

Rb
a
f (x) dx = F (b) − F (a), sem displaystyle;

Z b
f (x) dx = F (b) − F (a), com displaystyle.
a

$n!:=\prod_{k=1}^{n} k$ gera os textos

Qn
n! := k=1 k, sem displaystyle;

n
Y
n! := k, com displaystyle;
k=1

12. Setas
Algumas setas muito utilizas em artigos matemáticos são as que indicam
domínios e contradomínios de conjuntos e as que indicam implicações.

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Os comandos mais básicos de setas têm todos a mesma estrutura. Caso
você queira uma seta simples, utilize todas as letras em minúsculo, e
caso você queira uma seta "duplicada", inicie com a letra maiúscula.
Para fazer uma seta comprida, inicie o comando com "long", caso
contrário basta seguir com a direção da seta: left (esquerda), right
(direita), leftright (esquerda e direita). Por m, adicione a palavra
arrow.

$\leftarrow,\longrightarrow,\Rightarrow,
Por exemplo o código
\Longrightarrow,\leftrightarrow, \Longleftrightarrow$
gera o texto ←, −→, ⇒, =⇒, ↔, ⇐⇒.

4.9 Sistemas de equações


4.9.1 Cases

Este ambiente é iniciado por \begin{cases} e encerrado por \end{cases}


e permite dispor várias expressões matemáticas por linhas em uma chave.
Usa-se \\ para separar as linhas. É usado para escrever sistemas de equações,
expressões matemáticas separadas por casos, etc. Exemplo:


x + y + z = 1

−2x + y = 2 .

x+y−z =3

E o comando usado foi

$$
\begin{cases}
x+y+z=1\\
-2x+y=2\\
x+y-z=3
\end{cases}
$$

4.9.2 Array

Este ambiente é iniciado por \begin{array}{...} e encerrado por \end{array}


e permite dispor caracteres matemáticos num quadro, com linhas e colunas

21
alinhadas à esquerda, centro ou direita concordante as instruções indicadas
em {...}. O número de instruções é igual ao número de colunas que estão
separadas por e a instrução
indica uma nova linha, nunca esquecendo de usar o comando \displaystyle.
Observe o exemplo: Para digitar a função


1, se x ∈ Q
f (x) = .
0, se x ∈
/Q

4.9.3 Matrizes e Determinates

O ambiente matrix é semelhante ao array, exceto que não é necessário


especicar o alinhamento das colunas que, por defeito, são centradas. Podemos
escrever facilmente uma matriz através dos ambientes matriciais fornecidos
pelo pacote amsmath. Existem 5 possibilidades que diferem no delimitador:
matrix (nada), pmatrix (parênteses), bmatrix| (colchetes) vmatrixe (|) e
Vmatrix (||):
Um exemplo é que o comando:

$$\begin{pmatrix}
1 & 2 & 3 \\
4 & 5 & 6 \\
7 & 8 & 9
\end{pmatrix}$$

retorna:

 
1 2 3
4 5 6 .
7 8 9

As outras opções são:

   
√π e 12 0 cos x sin x cosh x sinh x 1 a
.
2 log 2 0 9 − sin x cos x sinh x cosh x 1 b

Agora, veremos alguns exemplos de como utilizar alguns desses comandos.

22
Exemplo 2.
Proposição 1 (Fórmula de Bhaskara). Seja um polinômio real de segundo
grau p(x) com coecientes reais arbitrários, da forma:

p(x) = ax2 + bx + c. (a 6= 0)
Para determinarmos as raízes desse polinômio, (x ∈ R tais que p(x) =
0) basta utilizarmos a seguinte fórmula que depende apenas dos coecientes
desse polinômio:

−b ± b2 − 4ac
x= .
2a

Demonstração 1. Para determinarmos as raízes de p(x), desenvolveremos


a equação p(x) = 0:

ax2 + bx + c = 0.
Com o objetivo de isolar o x, uma boa ideia é usarmos o completamento
de quadrados, em que, de forma usual, o coeciente líder é unitário, assim,
isso nos indica que o primeiro passo deve ser dividir por a:
b c
x2 + x + = 0.
a a
Daí, compararemos essa fórmula com o binômio de Newton para efetuarmos
o completamento de quadrados:

(m + n)2 = m2 + 2mn + n2 ; m, n ∈ R.
b
Assim, nesse caso, o x exercerá o papel do primeiro fator m, e de 2n,
a
b
logo n = .
2a
Nesse sentido, o número que  deverá
2 aparecer para termos um quadrado
b
perfeito deverá ser n2 , ou seja, . Basta, então, somarmos e subtrairmos
2a
esse termo na expressão
   2 
2 b b 2 b c
x + x+ − 2
+ =0
a 2a 4a a
 2  2 
b b c
x+ − 2
+ = 0.
2a 4a a

23
Daí, isolando o quadrado perfeito formado, temos
 2  2 
b b 4a c
x+ = − ·
2a 4a2 4a a
 2  2 
b b − 4ac
x+ = .
2a 4a2
Com isso, podemos extrair a raiz de ambos os lados
r
b b2 − 4ac
x+ =±
2a 4a2
r
b b2 − 4ac
x=− ±
2a 4a2

−b ± b2 − 4ac
∴x= .
2a


Exemplo 3.
√ √
Proposição 2 (Irracionalidade
√ de 2). O número real 2 é um número
irracional, ou seja, 2 ∈ R\Q.

Demonstração 2. Suponhamos, por absurdo, que 2 não é irracional.
Dessa forma, ele será um número racional que pode ser escrito como uma
fração irredutível de dois números inteiros a e b (onde MDC (a, b) = 1):
√ a
2= .
b
Podemos, então, elevar ambos os lados ao quadrado:
a2
2=
b2

a2 = 2b2 .
Com isso, a2 será um número par e, consequentemente, a também será
par, e com isso será escrito como a = 2k , com k ∈ Z, logo a2 = 4k 2 .
Mas, como

24
a2
b2 = ,
2
teremos que
4k 2
b2 =
2

b2 = 2k 2 .
E, dessa forma, b2 será par e, por conta disso, b também será. O que
é um absurdo, pois a e b serem pares implicaria que o MDC entre os dois
não seria unitário, e portanto a fração não seria irredutível, que contradiz a
hipótese.


4.10 Figuras
A
Para adicionar guras no L TEX precisamos usar o comando

\begin{figure}[h!]
\centering
\includegraphics[scale= tamanho]{nome da imagem.extensão}
\end{figure}
Exemplo 4. Para colocar o logo do PET Matemática, usaremos o seguinte
comando:

\begin{figure}[h!]
\includegraphics[scale = 0.50] {pet.jpg}
\end{figure}
E irá aparecer a seguinte gura:

25
Caso queira centralizar, basta acrescentar \centering antes do \includegraphics.
Ficando da seguinte forma:

Outra maneira de inserir imagens é por meio do código:

\begin{figure}[h!]
\centering
\includegraphics[width= N cm]{nome da imagem.extensão}
\caption{legenda}
\end{figure}
Como no seguinte exemplo:

Exemplo 5. \begin{figure}[h!]
\centering
\includegraphics[width= 5 cm]{semat.jpeg}
\caption{XXXII SEMAT}
\end{figure}
Fará com que apareça:

Figura 4.1: XXXII SEMAT

4.11 Criação da Bibliograa


Para inserir a bibliograa devemos digitar

26
\begin{thebibliography}{quantidade de Referências}
onde "quantidade de referências"representa o número máximo de itens contidos
na bibliograa.Cada item da bibliograa deve iniciar com o comando

\bibitem{Nome}{Livro}
onde "Nome"serve para referências dentro do texto.
Por último, fechamos as referências com

\end{thebibliography}
Caso queira citar o livro em alguma parte do Texto, basta digitar

\cite{Nome}

27
Capítulo 5
Aplicativos de Auxílio

5.1 Detexify
Este aplicativo permite que você desenhe um símbolo e mostra os símbolos
de Latex mais próximos, seu comando, pacote e modo. Qualquer um que
trabalhe com o LaTeX sabe como pode ser demorado encontrar um símbolo
que você simplesmente não consegue memorizar. Detexify é uma tentativa
de simplicar essa pesquisa.
Modo de Uso:
Basta desenhar o símbolo que você está procurando na área quadrada que
ele exibirá seu comando, pacote e modo.
Link: https://detexify.kirelabs.org/classify.html

5.2 Mathpix
O Mathpix é ferramenta que permite tirar screenshots de equações matemáticas
complexas e instantaneamente convertê-las em texto editável de LaTeX.
Com o Mathpix, você tira a captura de tela das equações matemáticas. Ele
lhe dará instantaneamente o código LaTeX. Você pode então usar este código
para inserir no editor do Latex.
Modo de Uso:
Uma vez instalado, abra a ferramenta. Você vai encontrá-lo no painel superior.
Você pode começar a capturar a imagem com o Mathpix usando o atalho de
teclado Ctrl + Alt + M.
Ele irá traduzir instantaneamente a imagem da equação em um código LaTeX.
O código será copiado para a área de transferência e você poderá colá-lo em
um editor LaTeX.
Link: https://mathpix.com/

28
5.3 CodeCogs - Editor Online de Equações
CodeCogs é um site que te ajuda a escrever e renderizar equações online.
Pode ser útil quando você não conseguir montar equações complexas ou
precisar salvar uma imagem para web. Ele exporta em GIF, PNG, PDF,
SWF, EMF e SVG.
Modo de Uso:
Na parte superior do site há várias caixas com símbolos,letras, cores e funções.
Você pode clicar em um símbolo para inseri-lo na caixa que estará logo abaixo,
ou se preferir, basta digitar o código na mesma caixa e ele retornará a imagem
em seguida.
Para fazer o download, selecione o formato, fonte, tamanho e cores disponíveis
abaixo da caixa. Em seguida, clique em "Click here to Download Image(Formato)"e
o arquivo será salvo em seu dispositivo.
Link: https://www.codecogs.com/latex/eqneditor.php?lang=pt-br

5.4 Tables Generator


Inserir tabelas em documentos LaTeX pode ser trabalhoso devido às
diretivas de formatação necessárias. Para este propósito, existe um gerador
online que permitirá que você gere código LaTeX que você pode simplesmente
copiar e colar no código-fonte do seu documento. Este gerador é o Tables
Generator, no qual basta denir o tamanho desejado da tabela e inserir os
dados.
Link: https://www.tablesgenerator.com/

29
Bibliograa
A
[1] Maranhão, Viviane. Minicurso de L TEX. USP  IME. São Carlos, 2013.

A
[2] PET Matemática. Minicurso de Introdução ao L TEX. UFSM. Santa
Maria, 2010.

A
[3] PET Matemática. Apostila básica de L TEX. Unesp - Rio Claro. Rio Claro,
2019.

A
[4] Souza, Mariele Pedro. Introdução ao L TEX. VIII Semana da Física -
Ibilce/Unesp. São José do Rio Preto, 2019.

30

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