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RESUMO
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vitae dolor in nibh rhoncus ornare. Maecenas fermentum tristique dolor at ultrices.
Etiam auctor vestibulum odio. Suspendisse justo elit, viverra.
1
Aluno de Engenharia Agrícola, Departamento de Àgua e Solo, UFCG, Campina Grande, PB, e-mail:
thsc.ufcg@gmail.com
2
Doutor, Pesquisador, , UFCG, Campina Grande, PB, e-mail: hgheyi@gmail.com
LOREM IPSUM DOLOR SIT AMET, CONSECTETUR ADIPISCING ELIT. NULLAM
ACCUMSAN NEQUE SED DUI ULTRICES ELEIFEND.
ABSTRACT
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3
das raízes, redução da área foliar e da atividade fotossintética (RAHNESHAN et al.,
2018). Estes fatores refletem negativamente no crescimento, desenvolvimento e
produção das culturas, caso não sejam adotadas técnicas de manejo adequadas
(BATOOL et al., 2020).
Neste contexto, é extremamente necessário adotar estratégias capazes de
mitigar os efeitos deletérios do excesso de sais presentes na água de irrigação e/ou
solo, e com isso, viabilizar o uso de águas de qualidade inferior em regiões com
déficit hídrico. Uma das estratégias que vem se destacando é o manejo adequado
da adubação, especialmente, com nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) (LIMA et
al., 2020; SILVA et al., 2020). Embora sejam estudos ainda incipientes, os
resultados são promissores, uma vez que estes nutrientes atuam na formação de
aminoácidos, glicinabetaína, prolina, oligossacarídeos, e promovem o ajustamento
osmótico em plantas sob condições de estresse salino (ARGHAVANI et al., 2017).
METODOLOGIA
4
lisímetros, com capacidade para 235 kg de solo, possuindo na sua base dois furos
para instalação de dois drenos para permitir a drenagem. As extremidades dos
drenos no interior dos lisímetros foram envolvidas por um tecido geotêxtil Bidin com
a finalidade de evitar o entupimento dos drenos. Abaixo de cada dreno há um
recipiente plástico de 2 L de capacidade, para a coleta de água drenada e estimativa
do consumo de água pela planta.
O solo utilizado é classificado como Neossolo Regolítico (Psamments - United
States, 2014), proveniente do município de Esperança, Paraíba, coletado na
profundidade de 0-30 cm (horizonte A), cujas características químicas e físico-
hídricas foram determinadas de acordo com Teixeira et al. (2017).
5
equivalente de 7:2:1, relação esta predominante nas principais fontes de água
utilizadas para irrigação no Nordeste brasileiro (MEDEIROS, 1992) obedecendo-se a
relação entre CEa e a concentração dos sais (RICHARDS, 1954) conforme equação
1.
(mmolc L-1 = CE x 10) Eq. (1)
As águas salinas estão sendo aplicadas com turno de rega variando de dois a
três dias, conforme o crescimento das plantas e a necessidade de aumentar o
volume de irrigação baseando-se no princípio da lisimetria de drenagem
(BERNARDO et al., 2006), acrescida uma fração de lixiviação de 0,10 a cada 30
dias, cujo volume de lixiviação é baseada na quantidade de água aplicada neste
período.
As adubações são aplicadas quinzenalmente, conforme recomendação de
adubação para cultura da aceroleira proposta por Cavalcanti (2008), durante três
dias seguidos, sendo aplicados, respectivamente, as adubações potássicas,
fosfatadas e nitrogenadas. Paralelamente às fertilizações com N, P e K descritas
anteriormente, também são realizadas quinzenalmente as adubações com
micronutrientes, tendo como fonte o fertilizante foliar Quimifol Nutri, que possui 2,5%
de magnésio, 6,0% de enxofre, 2,0% de boro, 0,5% de cobre, 0,3% de molibdênio e
5,0% de zinco. O fertilizante é diluído em água, conforme recomendação do
fabricante, na proporção de 0,5 g L-1 e então procede as aplicações através de
pulverização direta sobre as folhas da aceroleira utilizando pulverizador costal.
Variáveis analisadas
Variáveis de crescimento
O crescimento das plantas de aceroleira foi realizado aos 30 e 60 dias após
aplicação dos tratamentos salinos e adubação. O diâmetro do caule das plantas foi
avaliado da seguinte forma: abaixo da enxertia (DCab), medido próximo ao colo da
planta cerca de 5,0 cm do solo, no ponto da enxertia (DCp), determinado no ponto
de ligação entre porta-enxerto e enxerto e acima da enxertia (DCa), mensurado a
5,0 cm acima do ponto da enxertia (Figura 1).
O diâmetro de ramos primários (DRpr) e secundários (DRsec), foi determinado
a 2,0 cm do ponto de ligação do ramo com o caule da planta (Figura 2).
6
Figura
§ 1. Analise de crescimento do diâmetro dos ramos primário (A) e secundário (B), de
plantas de acerola irrigada com águas salinizadas, e combinação de nitrogênio, fosforo e
potássio (NPK), aos 30 e 60 dias após retorno da irrigação, durante o segundo ano de cultivo.
(2)
Já o índice de vigor vegetativo (IVV) foi determinado a partir de medições de
altura da planta (AP), DMcopa e DCab, conforme metodologia de Sá et al. (2018a),
usando a Equação (3).
7
relativo do comprimento dos ramos primários (TCRCRpr), conforme metodologia
proposta por Benincasa (2003).
Relações hídricas
O status hídrico da aceroleira foi analisado por meio do teor relativo de água
(TRA) no limbo foliar, avaliando-se três folhas de cada planta. Após a coleta, as
folhas foram pesadas, evitando-se ao máximo a perdas de umidade, sendo obtidos
os valores de massa fresca (MF). Posteriormente, as amostras foliares foram
dispostas em beckers, imersas em água destilada e acondicionadas por 24 horas.
No final desse período, o excesso de água foi retirado com papel toalha, sendo
obtido a massa túrgida (MT) das amostras, posteriormente, foram conduzidas à
estufa com temperatura de 65 ºC ± 3 ºC, até peso constante, e foi obtido a massa
seca (MS) das amostras.
Figura 2. Realização da análise do Teor Relativo de Água, sendo da matéria fresca (A), túrgida
(B) e seca (C), de plantas de acerola irrigada com águas salinizadas, e combinação de nitrogênio,
fosforo e potássio (NPK), aos 30 e 60 dias após retorno da irrigação, durante o segundo ano de
cultivo.
(3)
Onde, TRA é o teor relativo de água (%); MF é a massa fresca de folha (g); MT
é a massa túrgida (g); MS a Massa seca (g).
8
Enquanto que o déficit de saturação hídrica foi determinado conforme
metodologia proposta por Taiz e Zeiger (2013), utilizando-se a equação (4).
(4)
Onde, DSH é o déficit de saturação hídrica (%); MF é a massa fresca de folha
(g); MT é a massa túrgida (g); MS é a massa seca (g).
O extravasamento de eletrólitos na membrana celular sob condições de
estresse salino será avaliado pela capacidade de ruptura da membrana celular.
Serão coletadas, 5 discos foliares de 113 mm² de área, higienizados com água
destilada para retirar outros eletrólitos aderidos às folhas. Na sequência, serão
acondicionados em beckers com 50 mL de água bidestilada e fechados
hermeticamente com papel alumínio. Os beckers serão mantidos em temperatura de
25 ºC, por 120 minutos, sendo aferida a condutividade elétrica inicial (Ci). Em
seguida, os beckers serão mantidos em estufa com ventilação forçada de ar com
temperatura constante de 80 ºC, durante 150 minutos. Ao término desse processo
será novamente aferida condutividade elétrica final (Cf).
Logo, o extravasamento de eletrólitos na membrana celular será obtido
conforme Scotti-Campos et al. (2013), utilizando-se a Equação (5).
(5)
Onde, EE é o extravasamento de eletrólitos na membrana (%); Ci é a
condutividade elétrica inicial (dS m-1); Cf é a condutividade elétrica final (dS m-1).
Os dados obtidos foram analisados por meio teste de normalidade e análise de
variância pelo teste ‘F’. Quando os dados não foram normais, estes foram
transformados em √x+0,5. Nos casos de significância, foi aplicado o teste de Tukey
para níveis salinos e de Scott-Knott (p < 0,05) para combinações de adubação com
NPK, utilizando o Software SISVAR (FERREIRA, 2019).
Variáveis de produção
O peso total (PT, g) foi estimado considerando a massa dos frutos colhidos
diariamente na parcela de cada tratamento durante período de produção. O
número total de frutos (NTF) foi determinado pela contabilização de todos os frutos
colhidos por planta. Já o peso médio de frutos (PMF, g) foi determinado dividindo-
se o número total de frutos colhidos pelo peso total destes, em cada planta (Figura
4 AB).
Figura 4. Avaliação número total de frutos (NTF), peso total de frutos (PTF) e peso
médio de frutos (PMF) (AB), dos diâmetros polar (A) e diâmetro equatorial (B) de
frutos de plantas de acerola irrigada com águas salinizadas, e combinação de
nitrogênio, fosforo e potássio (NPK), aos 30 e 60 dias após retorno da irrigação,
durante o segundo ano de produção.
RESULTADOS
10
Tabela 1. Resumo da análise de variância para taxa de crescimento absoluto de
diâmetro do caule acima da enxertia (TCAdcaci), taxa de crescimento absoluto de
diâmetro do caule no local da enxertia (TCAdcloc), taxa de crescimento absoluto de
diâmetro do caule abaixo da enxertia (TCAdcaci), taxa de crescimento relativo do
diâmetro do caule acima da enxertia (TCRdcaci), taxa de crescimento relativo do
diâmetro do caule no local da enxertia (TCRdcloc) e taxa de crescimento relativo do
diâmetro do caule abaixo da enxertia (TCRdcab) de plantas de acerola irrigada com
águas salinizadas, e combinação de nitrogênio, fosforo e potássio (NPK), aos 60 dias
após retorno da irrigação, durante o segundo ano de cultivo.
Fontes de Quadrado Médio
GL
variação TCAdcaci TCAdcloc TCAdcab TCRdcaci TCRdcloc TCRdcab
Salinidade (S) 1 0,00039 0,00134 0,000332 0,000016 0,000488 0,00001
5ns 1* ns ns ns
0ns
Adubação 9 0,00017 0,00037 0,000624 0,000414 0,000897 0,00058
(NPK) 9ns 9ns ns ns ns
2ns
Interação 9 0,00480 0,00017 0,000657 0,000222 0,000443 0,00020
(SxNPK) 7ns 7ns ns ns ns
9ns
Bloco 2 0,00026 0,00000 0,001800 0,001586 0,001738 0,00189
9ns 2ns ns
* ns
0*
Resíduo 38 0,03440 0,00028 0,000754 0,000447 0,000333 0,00055
0 5 0
CV (%) 4,04 2,30 3,66 1,07 0,91 1,17
ns
, **, respectivamente não significativos, significativo a p < 0,01. Dados transformados
em √x + 0,5.
11
nenhum efeito significativo dos tratamentos aos 60 dias após retorno da irrigação,
durante o segundo ano de cultivo.
Por outro lado, observou-se efeito significativo (p < 0,05 e p < 0,01) da irrigação
com água salina sob a taxa de crescimento absoluto (Tabela 3) e relativo (Tabela 4)
de novos ramos em diferentes quadrantes (Norte, Sul, Leste e Oeste) de plantas de
acerola irrigada com águas salinizadas, e combinação de nitrogênio, fosforo e
potássio (NPK), aos 60 dias após retorno da irrigação, durante o segundo ano de
cultivo.
12
Bloco 2 0,010306ns 0,000779ns 0,007444ns 0,014408ns
Resíduo 38 0,010942
0,008057 0,013142 0,008012
CV (%) 10,93 12,41 13,79 10,81
Médias(g dia )-1
transformados em √x + 0,5.
Constatou-se que houve maior crescimento dos ramos quando a água continha
era de menor condutividade elétrica (0,6 dS -1), sendo que o mesmo ocorreu para as
taxas de crescimento absoluto e relativo dos novos ramos. É possível observar,
também, que as maiores taxas de crescimento absoluto e relativo foram nos
quadrantes Leste e Oeste das plantas submetidas a irrigação com água de menor
condutividade elétrica (0,6 dS-1), enquanto para a irrigação com água de maior
condutividade elétrica (0 dS-1) foi verificado que as maiores taxas de crescimento
relativo e absoluto foram nos quadrantes Oeste e Sul (Tabelas 3 e 4). Estes efeitos
estão claramente ligados a presença de luz solar, em o sol nasce ao leste e se põe
ao oeste, assim emitindo radiação nesses quadrantes durante boa parte do dia,
assim melhorando o crescimento dos ramos das plantas quando irrigadas com água
de menor salinidade, pois estas necessitam de luz para produção de carboidratos,
através da fotossíntese, os quais irão ser translocados via floema para toda a planta,
assim agindo no crescimento dos novos ramos.
13
Quando as plantas foram irrigadas com água de maior condutividade elétricas,
é possível observar que houve uma mudança no funcionamento das plantas, onde
mesmo as plantas recebendo uma maior quantidade de luz nos quadrantes leste e
oeste, os quadrantes sul e oeste foram os que promoveram melhores resultados
para as taxas de crescimento absoluto e relativo dos novos ramos. Provavelmente
isso se deu devido a maior quantidade de sais no solo, ter reduzido o potencial
osmótico, fazendo com que a planta retire menos água do solo, ocasionando em
menores taxas fotossintéticas, afetando diretamente as taxas de elongação e divisão
celular, visto que dependem do processo de extensibilidade da parede celular, que
por sua vez está relacionado ao balanço osmótico.
Verificou-se que não houve efeito significativo dos tratamentos sobre o
diâmetro da copa na linha (DL), diâmetro da copa entre linha (DE), altura da planta
(AP), diâmetro médio da copa (DMC), volume de copa (VCO) e índice de vigor
vegetativo (IVV) (Tabela 5), (TRA), déficit de saturação hídrica (DSH) e
extravasamento de eletrólitos (EE) (Tabela 6), de plantas de acerola irrigada com
águas salinizadas, e combinação de nitrogênio, fosforo e potássio (NPK), aos 60
dias após retorno da irrigação, durante o segundo ano de cultivo.
14
Tabela 6. Resumo da análise de variância para o teor relativo de água (TRA), déficit
de saturação hídrica (DSH) e extravasamento de eletrólitos (EE) em folhas de
plantas de acerola irrigada com águas salinizadas, e combinação de nitrogênio,
fosforo e potássio (NPK), aos 60 dias após retorno da irrigação, durante o segundo
ano de cultivo.
Quadrado Médio
Fontes de Variação GL
TRA DSH EE
Salinidade (S) 1 0,095652ns 0,000031ns 0,777282ns
Adubação (NPK) 9 0,242633ns 0,953620ns 0,489874ns
Interação (SxNPK) 9 0,320726ns 1,167451ns 1,169209ns
Bloco 2 1,244754** 4,283408** 5,009300**
Resíduo 38 0,202360 0,648193 ns
0,803825
CV (%) 5,12 16,93 23,73
Médias
Salinidade 1 8,750195 a 4,755351 a1 3,892348 a
Salinidade 2 8,830050 a 4,755351 a1 3,664711 a
, , , respectivamente não significativos, significativo a p < 0,05 e p < 0,01. Dados
ns * **
transformados em √x + 0,5.
Tabela 7. Resumo da análise de variância para o número total de frutos (NTF), peso
total de frutos (PTF), peso médio de frutos (PMF), diâmetro polar (DPF) e equatorial
(DEF) de frutos de plantas de acerola irrigadas com diferentes condutividades
elétricas da água e combinações de nitrogênio, fosforo e potássio (N-P 2O5-K2O),
durante o segundo ano de produção.
Quadrado Médio
Fontes de variação GL
NTF PTF PMF DPF DEF
Condutividade
94318,62 5667555,51 15,34799 1,532482 18,73432
elétrica da água - 1
7** 8** 5** ns
9**
CEa
Combinações de 38502,57 819854,934 1,283977 2,652434 4,346666
9
adubação - CA 1** 8** ** ns ns
15
1286,689
Resíduo 38 73725,2114 0,329977 3,553961 2,675142
3
CV (%) 12,91 21,89 12,98 11,08 8,66
ns
, *, **, não significativos e significativo a p < 0,05 e p<0,01, respectivamente.
16
indicam que não há diferença significativa entre os níveis salinos (teste de Tukey, p
<0,05). Médias de três repetições ± erro padrão.
Figura 5. Análise do efeito da interação entre as condutividades elétricas da água de
irrigação e combinações de adubação com N-P2O5-K2O para o número total de frutos
(NTF) da aceroleira, aos 140 dias após a poda, durante o segundo ano de produção.
17
divisão e alongamento celular, consequentemente, reduz o crescimento e produção
de frutos nas plantas (Silva et al., 2019), conforme observado neste estudo.
Comportamento semelhante foi observado para o peso total de frutos (PTF),
em que as CEa estudadas não afetaram de forma significativa essa variável nas
combinações de adubação C2, C6, C7 e C8 e C9 (Figura 6). Para a CEa de 0,6 dS m -1,
os maiores PTF foram encontrados quando associadas com as combinações C 5, C4,
C1 e C3 diferindo-se (p < 0,01) do produzido com a água de 4,0 dS m -1. Além disso,
foi observado que a associação da CEa de 0,6 dS m -1 e a combinação recomendada
de adubação de N-P2O5-K2O (C2) gerou o menor PTF (885,16 g) da aceroleira,
sendo 70,62% em média, menor do que o PTF observado no tratamento com a
combinação C5.
18
A maior condutividade elétrica da água de irrigação diminuiu, em média, o PTF
em 39,71%. Estes resultados convergem com os obtidos por Sá et al. (2021) que
observaram na cultura da pinha (Anonna squamosa L.) redução de 217,48 g por
planta (20,3%) nas plantas submetidas a CEa de 3,0 dS m -1. Por outro lado, plantas
irrigadas com água de condutividade elétrica de 4,0 dS m -1 juntamente com a
combinação de adubação C9 aumentou o PTF em 48,20 e 61,15% em relação as
combinações de adubação C2 e C4, respectivamente (Figura 6).
A condutividade elétrica da água de 4,0 dS m -1 quando associada a
combinação C9 refletiu no maior peso total de frutos (1525,3 g), porém, não difere do
obtido com a água de menor condutividade elétrica e essa combinação de
adubação. Já o menor peso total de frutos (592,57 g), foi observado quando as
plantas receberam o tratamento com a maior condutividade elétrica da água e
combinação de adubação C10 (Figura 6).
Estudos com a adubação fosfatada em plantas submetidas ao estresse salino
ainda são incipientes no semiárido brasileiro, quando comparados, por exemplo, a
estudos avaliando a adubação nitrogenada. Entretanto, diversas pesquisas tem
relatado a função mitigadora do fósforo nas plantas estressadas pelos sais (Lima et
al., 2020a; Ferreira et al., 2021; Silva et al., 2022).
Os resultados desse estudo denotam que para o cultivo da aceroleira irrigada
com a menor condutividade elétrica da água (0,6 dS m -1), a combinação contendo
somente 80% da dose recomendada de fósforo juntamente com as doses
recomendadas de nitrogênio e potássio, proporcionou maior equilíbrio nutricional,
favorecendo os processos fisiológicos e bioquímicos das plantas (Taiz et al., 2017;
Sá et al., 2018a), os quais influenciaram diretamente o número e o peso total de
frutos de acerola (Figura 5 e 6). Ressalta-se a importância desses resultados, pois,
significam redução no custo de produção da acerola no semiárido.
O fósforo em quantidades adequadas favorece o desenvolvimento das raízes,
melhorando a eficiência no uso da água, absorção e utilização dos nutrientes pela
planta, além de atuar nos processos de respiração e fotossíntese (Simão et al.,
2018). Ademais, esse nutriente participa ativamente na liberação de energia para
reações metabólicas nas plantas (Ferreira et al., 2022). No entanto, quantidades de
P acima do ideal para as plantas, pode causar o desequilíbrio nutricional, afetando o
crescimento e produção das mesmas (Sá et al., 2018b), conforme observado neste
estudo para as variáveis NTF e PTF.
19
Nas plantas cultivadas sob estresse salino, provavelmente, ocorreram danos
na membrana celular das mesmas, diminuindo o potencial hídrico em função do
estresse oxidativo, por consequência, causou a redução na produção e peso de
frutos (Silva et al., 2022). Similarmente, Bezerra et al. (2019) constataram redução
de 28,13% no número de frutos no segundo ciclo de produção da goiabeira, devido
ao aumento na condutividade elétrica da água de irrigação de 0,3 para 3,5 dS m -1 e
adubação nitrogenada. Ferreira et al. (2022) também observaram diminuição de
20,80% no número de frutos de pinha com o aumento da salinidade da água de 0,8
para 3,0 dS m-1 e adubação com NPK.
Em contrapartida, o aumento no número e peso total de frutos nas plantas
submetidas ao estresse salino constatado no presente estudo, provavelmente está
relacionado ao aumento na disponibilidade de K (20%) para a planta, uma vez que
esse nutriente atua na regulação osmótica e no processo de ativação de diversas
enzimas atuantes nas fases de respiração e fotossíntese, que afetam diretamente a
produção de frutos (Sá et al., 2021). Além disso, esse efeito pode estar relacionado
ao papel fisiológico desempenhado pelo potássio na osmorregulação, estando
intimamente associado com a regulação do potencial osmótico celular, e
consequentemente, contribui com a homeostase e a produção de frutos pela planta
(Alvarenga et al., 2019).
Os resultados deste estudo são convergentes com Lima et al. (2018), que
constataram atenuação dos efeitos negativos da salinidade sobre o número total de
frutos e massa fresca de frutos da aceroleira pela adubação potássica.
Similarmente, Silva et al. (2022) observaram que irrigação com CEa de 3,0 dS m -1
associada com a combinação de adubação 100-125-125% de N-P-K aumentou a
massa média e altura dos frutos da pinheira.
Verifica-se na Figura 7, que os pesos médios de frutos da aceroleira irrigada
com água de condutividade elétrica 0,6 dS m -1 apresentaram diferenças
significativas (p ≤ 0,01) do obtido com a CEa de 4,0 dS m -1 nas combinações de
adubação C4, C5, C6 e C10. Observa-se ainda que as plantas irrigadas com CEa de
0,6 dS m-1 e associadas com as combinações C 6, C4, C8 e C5 obtiveram os maiores
PMF, diferindo-se (p ≤ 0,01) das adubações combinadas C 1, C2, C3 e C7.
20
C1 = 80-100-100; C2 = 100-100-100; C3 = 120-100-100; C4 = 140-100-100; C5 = 100-
80-100; C6 = 100-120-100; C7 = 100-140-100, C8 = 100-100-80, C9 = 100-100-120 e
C10 = 100-100-140% da dose recomendada de N-P 2O5-K2O; Médias com letras
maiúsculas idênticas indicam que não há diferenças significativas entre as
combinações de adubação com N-P2O5-K2O pelo teste de Scott-Knott a 0,05 de
probabilidade, e letras minúsculas idênticas na mesma combinação de adubação
indicam que não há diferença significativa entre os níveis salinos (teste de Tukey, p
<0,05). Médias de três repetições ± erro padrão.
Figura 7. Peso médio de frutos (PTF) da aceroleira em função da interação entre a
salinidade da água de irrigação - CEa e das combinações de adubação com NPK,
aos 140 dias após a poda durante o segundo ano de produção.
21
importância o manejo adequado da adubação e nutrição das plantas, sobretudo, dos
macronutriente (Lima et al., 2018).
Todavia, apesar das reduções no PMF da aceroleira irrigada com água de
maior condutividade elétrica (4,0 dS m -1), o acréscimo de 40% na dose recomendada
apenas de nitrogênio (C4 = 140-100-100%) promoveu incremento de 18,65% no
PMF em relação a dose recomendada de N-P 2O5-K2O (C2), porém, difere
estatisticamente (p ≤ 0,01) somente das combinações C 3, C5 e C10.
Entre as estratégias de mitigação dos efeitos causados pelos sais, o manejo da
adubação tem promovido efeitos positivos nas respostas das plantas, principalmente
quando o fertilizante em foco é o nitrogenado. Esse efeito pode ser justificado pela
função do nitrogênio na planta, visto que é o elemento essencial mais requerido
pelas plantas, pois constitui inúmeras biomoléculas, dentre elas os aminoácidos, que
atuam para o ajustamento osmótico e mitigação dos efeitos das espécies reativas de
oxigênio (Ashraf et al., 2018).
O nitrogênio é de suma importância para as plantas, pois atua em diversas
funções estruturais e participa de compostos orgânicos vitais para os vegetais, como
por exemplo, a síntese de aminoácidos, clorofilas, prolina, ácidos nucléicos,
proteínas, etc. (Taiz et al., 2017; Silva et al., 2022), essas funções são essenciais,
pois contribuem para o aumento da capacidade de ajustamento osmótico nas
plantas sob estresse hídrico e salino (Ashraf et al., 2018; Lacerda et al., 2021).
Neste sentido, Sá et al. (2017) contataram que 40% acima da dose recomendada de
N para aceroleira, foi suficiente para atenuar os efeitos danosos causados pelo
aumento da CEa de 3,0 dS m-1.
Conforme observa-se na Figura 8, o diâmetro equatorial de frutos (DEF) da
aceroleira diminuiu significativamente (p ≤ 0,01) em função do aumento da
condutividade elétrica da água de irrigação, independentemente da combinação de
adubação. Plantas irrigadas com a maior CEa (4,0 dS m -1) apresentaram reduções
no DEF de 5,71% (1,11 mm) quando comparadas com aquelas submetidas a menor
CEa (0,6 dS m-1).
22
Figura 8. Diâmetro equatorial de frutos (DEF) da aceroleira em função da salinidade
da água de irrigação aos 140 dias após a poda, durante o segundo ano de
produção. Médias de três repetições ± erro padrão.
Portanto, a redução no DEF encontrado nas plantas irrigadas com CEa de 4,0
dS m-1 pode estar relacionado ao dano causado pelo excesso de sais na membrana
celular induzido por espécies reativas de oxigênio (Taiz et al., 2017). De forma geral,
o estresse salino causa diferentes danos nas plantas, em função da redução do
potencial osmótico na solução do solo, desbalanço nutricional pelo excesso de sais
e distúrbio no metabolismo das mesmas provocados pela concentração elevada de
íons tóxicos no protoplasma, principalmente os íons Cl - e Na+ (Ouhaddach et al.,
2018).
Portanto, o conjunto desses fatores limitam a absorção de nutrientes essenciais
para as plantas, causando danos no crescimento, desenvolvimento e produção
(Lacerda et al., 2021). Desse modo, é essencial adotar ferramentas com potencial
de atenuação dos efeitos da salinidade da água, assim como utilizar espécies
vegetais mais tolerantes aos sais (Ferreira et al., 2022). O excesso de sais na
solução do solo provoca diversos danos as plantas, como alterações na condutância
estomática (Taiz et al., 2017), mudanças na eficiência quântica do fotossistema II
(Dias et al., 2018); desbalanço nutricional, que diminui o desenvolvimento das
plantas (Alvarenga et al., 2019), desestruturação na permeabilidade das membranas
celulares (Lima et al., 2020a) e a restrição do processo de fotossíntese (Silva et al.,
2020).
Diante de todo o exposto, é necessário adotar o manejo eficaz nos cultivos em
que as plantas são submetidas ao estresse salino, como por exemplo, as
23
combinações de adubação com NPK, o que justifica a importância de estudos como
este.
CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
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