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Eu lírico

Podemos concluir que o eu lírico é a voz que fala no poema e nem sempre essa voz
equivale à voz do autor, que pode vivenciar outras experiências, que não as do poeta.
O eu lírico é o recurso que possibilita a criatividade do autor. Já pensou se ele não
existisse? Estaria eliminada a criatividade dos sentimentos poéticos. Graças a esse
importante e interessante elemento, os sentidos são pluralizados, o que torna os textos
poéticos tão peculiares e belos.

O poema que você leu agora é de autoria daquele que é considerado o maior poeta da
língua portuguesa: Fernando Pessoa. Pessoa provou, com seus vários heterônimos, que o
poeta não cabe no poema; sua genialidade fez nascer outros tipos, diferentes abordagens e
estilos. Talvez Fernando Pessoa seja a maior prova de que o poeta entrega seus versos para
o verdadeiro dono do poema: o eu lírico.

Você sabe o que é eu lírico? Existem outras denominações, como eu poético e sujeito lírico,
mas o termo mais conhecido e divulgado é este: eu lírico. Esse termo designa uma espécie
de narrador do poema, e assim seria chamado se não estivéssemos falando dos textos
literários, sobretudo do gênero lírico. Quando você lê um poema e percebe a manifestação
de um “eu literário”, aquela voz, aquela personagem presente nos versos, não é
necessariamente o autor real do poema.

É preciso compreender a diferença entre o poeta e o eu lírico. Não devemos confundir a


pessoa real com a entidade fictícia. Claro que o poema não está isento da subjetividade de
seu criador, mas no momento da escrita uma nova entidade nasce, desprendida da lógica e
da compreensão de si mesmo, fatores que nunca abandonam quem escreve os versos
(autor/poeta).

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