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SISTEMAS OPERATIVOS

Módulo 1 – Introdução aos Sistemas Operativos


FUNÇÕES DE UM SO
 Os computadores dos anos 50 não tinham SO. O operador trabalhava diretamente com o
hardware, o que obrigava a um grande conhecimento de todo o hardware.
 Só mais tarde surgiram os 1ºs SO.
 Os SO gerem um conjunto de funções básicas, que têm evoluído ao longo dos tempos.

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FUNÇÕES DE UM SO

A. Gestão dos programas; C. Interface do computador com o utilizador;


Interface de linha de comandos;
B. Controlo dos recursos de hardware; Interface baseada em menus;
Gestão do microprocessador; Interface gráfica;
Gestão da memória;
Gestão dos periféricos de E/S; D. Segurança nos SO
Gestão de ficheiros;

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A. GESTÃO DOS PROGRAMAS
 A função mais importante de um SO, e que afeta diretamente a fiabilidade do mesmo, é o
método como este gere a execução dos programas.

A1 – MONOTAREFA
 Executam apenas uma tarefa de cada vez.
 Se estiver a ser utilizado 1 processador de texto e houver a necessidade de utilizar uma folha de cálculo:
 Tem que se encerrar o processador de texto
 Abrir a folha de cálculo
 Fechar a folha de cálculo
 Voltar a abrir o processador de texto
 Está a ser utlizado o processador de texto e pretende-se imprimir o documento:
 Tem que se aguardar que o documento seja impresso na totalidade, ou passado, na íntegra, para o buffer na
impressora.
 Só depois é que se pode voltar a trabalhar no processador de texto.
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A. GESTÃO DOS PROGRAMAS
A2 – MULTITAREFA
 Permite que um utilizador trabalhe com 2 ou mais programas em simultâneo.
 Existem várias técnicas de gestão da multitarefa. Consoante o método utilizado, a estabilidade do
SO é afetada:
 A2.1 – Multitarefa cooperativa
 A2.2 – Multitarefa preemptiva
 A2.3 – Multitarefa multithreading

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A. GESTÃO DOS PROGRAMAS
A2.1 – Multitarefa cooperativa
 Os utilizadores podem executar dois ou mais programas, mas o pograma que se encontra em 1º
plano ganha o controlo sobre o microprocessador e mantém esse controlo até que a tarefa
termine.
 Só depois é que o microprocessador é libertado para se ocupar com os restantes programas.
Se 1 programa parar de funcionar:
• O programa que está parado não
liberta o processador
• O computador “congela”
• Tem que se reiniciar o computador

O Windows 3.11 e as versões anteriores à versão MAC OS 8 utilizavam este tipo de


multitarefa
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A. GESTÃO DOS PROGRAMAS
A2.2 – Multitarefa preemptiva
 É melhor que a cooperativa
 Permite que o SO recupere o controlo caso uma aplicação interrompa a sua execução.
 O utilizador perde todo os trabalhos não guardados no programa que bloqueou, mas a falha da
aplicação não vai influenciar o funcionamento do restante sistema.

• Os SO atuais para PC’s utilizam este tipo de


multitarefa.
• Nem todos os sistemas a gerem de modo
eficiente

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A. GESTÃO DOS PROGRAMAS
A2.3 – Multitarefa multithreading
 É o sistema mais recente de multitarefa.
 Permite ao computador a execução de mais do que uma tarefa de um único programa.
 Os programadores dividem os programas em tarefas distintas, denominadas threads.
 É possível ter uma thread a tratar da impressão, enquanto outra trata da recuperação de ficheiros.
 O utilizador pode estar a executar uma tarefa de uma aplicação e, em simultâneo, podem estar a
ser executadas outras tarefas desse programa.

Os SO mais eficazes combinam a multitarefa preemptiva e o multithreading.

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A. GESTÃO DOS PROGRAMAS
A2.3 – Multitarefa multithreading
 É possível obter benefícios quando se executam vários programas.
 A thread do programa que se encontra em 2º plano continua a trabalhar enquanto o utilizador está
a trabalhar com a aplicação em 1º plano.

Sistemas dual-core possibilitam que sistemas operativos Sistema dual-core permite multithreading
multitask executem duas tarefas simultaneamente
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B. CONTROLO DOS RECURSOS DE HARDWARE
B1 – GESTÃO DO MICROPROCESSADOR
 No caso da multitarefa preemptiva e do multithreading, o SO tem de gerir o tempo do processador
para cada tarefa.
 Quando se manda imprimir um documento e de imediato continuamos a escrever, não nos
podemos esquecer que o SO vai atribuir uma fração de tempo a cada tarefa quando para o
utilizador parece que este está a realizar tudo em simultâneo.
 Este tipo de processamento por partilha no tempo o microprocessador é conhecido por
PSEUDOPARALELISMO.
 O tempo de execução das 2 tarefas é o somatório das duas a trabalharem isoladamente.

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B. CONTROLO DE RECURSOS DE HARDWARE
B1 – GESTÃO DO MICROPROCESSADOR
No caso da multitarefa preemptiva e do multithreading, o sistema operativo tem de gerir o
tempo do processador para cada tarefa.
Quando mandamos imprimir um documento e de imediato começamos a escrever, não
nos podemos esquecer que o sistema operativo vai atribuir uma fração de tempo a cada
tarefa quando para o utilizador parece que este está a realizar tudo em simultâneo.
Este tipo de processamento por partilha no tempo do microprocessador é conhecido por
“pseudoparalelismo”.
Neste caso, o tempo de execução das duas tarefas é o somatório das duas a
trabalharem isoladamente.

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B. CONTROLO DE RECURSOS DE HARDWARE

Fig. 1.1 Partilha de tempo por um microprocessador

Nos sistemas informáticos constituídos por mais do que um microprocessador, é possível


atribuir a cada um uma tarefa diferente para que o trabalho seja distribuído por todos. Os
sistemas operativos têm que estar preparados para poderem realizar esta gestão e nem
todos os SO mais recentes têm esta potencialidade. O Linux, o Windows XP, o Windows 7 e
o Mac OS são exemplos de SO que suportam multiprocessamento.
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B. CONTROLO DE RECURSOS DE HARDWARE
B2 – GESTÃO DA MEMÓRIA
O sistema operativo atribui a cada programa que se encontra em execução uma fatia de memória.
Os SO mais evoluídos implementam a memória virtual, que é um método de utilizar o disco rígido do
computador como uma extensão da memória RAM.
Na memória virtual, as instruções e os dados do programa são divididos em unidades de tamanho fixo,
designadas por páginas.
Se a memória RAM estiver cheia, o sistema operativo armazena as páginas num ficheiro do disco rígido,
denominado por ficheiro de troca (swap file).
Quando há necessidade das páginas armazenadas no disco rígido, elas são copiadas para a memória RAM.
A memória virtual permite que se trabalhe com mais memória do que a memória RAM instalada na placa-mãe
do computador, mas as operações de paginação, conhecida por troca (swap), prejudicam o desempenho do
computador, dado que o tempo de escrita e leitura de uma página num disco rígido é muito superior
relativamente ao tempo de escrita e leitura numa memória RAM.
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B. CONTROLO DE RECURSOS DE HARDWARE

Fig. 1.2 Gestão de memória virtual

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B. CONTROLO DE RECURSOS DE HARDWARE
B3 – GESTÃO DOS PERIFÉRICOS DE ENTRADA E SAÍDA
Os periféricos que são ligados ao computador têm de ser geridos pelo SO.
Cada periférico gere interrupções, que são sinais enviados para o microprocessador.
Por exemplo, se o utilizador pressionar uma tecla ou mover o rato, geram-se interrupções e
o SO vai dar ordem para executar o programa respetivo a cada pedido de interrupção.

Encontra-se no mercado informático uma grande variedade de marcas e modelos de


periféricos, tais como, placas de som, modems, monitores e placas de rede, entre outros.

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B. CONTROLO DE RECURSOS DE HARDWARE

Dado que cada dispositivo tem as suas próprias características, o SO necessita


do controlador (driver) desse periférico.
Os controladores dos periféricos são programas que contêm informações
específicas destes e que são responsáveis pela interligação/comunicação do
periférico com o SO.

O controlador de um periférico é específico para um determinado SO.

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B. CONTROLO DE RECURSOS DE HARDWARE
B3 – GESTÃO DE FICHEIROS

Um sistema de ficheiros é um conjunto de ficheiros, diretórios, descritores e


estruturas de dados auxiliares, geridos por um módulo do sistema operativo
(sistema de gestão de ficheiros).
Permitem estruturar o armazenamento e a recuperação de dados persistentes
num ou em mais dispositivos de memória secundária.

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B. CONTROLO DE RECURSOS DE HARDWARE

Um ficheiro é um conjunto de dados persistentes, geralmente relacionados,


identificado por um nome.
É composto por:
 Nome: identifica o ficheiro perante o utilizador;
 Descritor de ficheiro: estrutura de dados em memória secundária com
informação sobre o ficheiro (dimensão, data de criação, modificação e
acesso, dono, autorizações de acessos);
 Informação: dados guardados em memória secundária.

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B. CONTROLO DE RECURSOS DE HARDWARE

Os nomes dos ficheiros estão catalogados em diretórios, que estabelecem a associação


entre o nome e o descritor do ficheiro.
O diretório pode conter os descritores dos ficheiros ou apenas os identificadores desses
descritores.
Um sistema de ficheiros é um conjunto de ficheiros e diretórios, descritores de ficheiros e
estruturas de dados auxiliares, autónomos em termos de administração e suporte físico.
Em geral, um sistema de ficheiros reside num único disco.
O sistema de gestão de ficheiros é o módulo do SO responsável pelo acesso e organização
dos ficheiros.

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B. CONTROLO DE RECURSOS DE HARDWARE

As operações mais frequentes sobre os ficheiros são a leitura e a escrita da sua informação.
O acesso ao ficheiro é feito em três etapas:
 Abertura do ficheiro, dado o nome. O sistema pesquisa o diretório, copia o seu descritor
para a memória e guarda-o numa entrada da tabela de ficheiros abertos, cuja referência, o
identificador de ficheiro aberto, é devolvida ao utilizador;
 Leituras e escritas, dado o identificador do ficheiro aberto. Permite obter rapidamente a
cópia do descritor de ficheiro em memória, onde está toda a informação necessária para
aceder aos dados;
 Fecho do ficheiro. Esta operação é necessária para libertar a entrada na tabela de ficheiros
abertos e atualizar o descritor de ficheiro em disco, caso tenha sido modificado

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B. CONTROLO DE RECURSOS DE HARDWARE

O SO Multics foi o primeiro sistema a propor a organização hierárquica dos nomes dos
ficheiros sob a forma de uma árvore invertida.
O início da estrutura denomina-se raiz.
O nome de um ficheiro, também denominado caminho de acesso (pathname), é uma cadeia
de caracteres que permite localizar o ficheiro na árvore.

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C – MEIO DE INTERAÇÃO (INTERFACE) DO
COMPUTADOR COM O UTILIZADOR
 Do ponto de vista de um utilizador, o que influencia a facilidade de utilização é a qualidade da
interface do SO e do conhecimento que o utilizador tem dela.
 Um utilizador pode ter poucos conhecimentos de informática, mas uma das coisas que vê no
computador é a interface do SO e, se estiver habituado a trabalhar com uma determinada
interface, vai ser mais difícil habituar-se a trabalhar com outra interface.
 A parte do SO que faz de interface com o utilizador é designada por SHELL.

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C – MEIO DE INTERAÇÃO (INTERFACE) DO
COMPUTADOR COM O UTILIZADOR

Níveis que separam o


hardware do utilizador

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C – MEIO DE INTERAÇÃO (INTERFACE) DO
COMPUTADOR COM O UTILIZADOR
Existem 3 tipos de interfaces do SO com o utilizador:
1. Interface de linha de comandos
2. Interface baseada em menus
3. Interface gráfica

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C1 - INTERFACE DE LINHA DE COMANDOS

 Exige que o utilizador saiba os


comandos e as respetivas regras de
sintaxe.
 O utilizador tem de digitar esses
comandos num determinado local,
conhecido por linha de comandos.

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C2 - INTERFACE BASEADA EM MENUS

 Evitam que o utilizador tenha


necessidade de memorizar os
comandos e a sintaxe.
 Os menus baseados em texto no ecrã
mostram todas as opções existentes
num determinado ponto.
 Os comando podem ser selecionados
com o auxílio das setas e da tecla
Enter.

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C3 - INTERFACE GRÁFICA

 Graphical User Interface (GUI) – tipo de


interface mais intuitiva e mais fácil de utilizar.
 Os recursos do computador são
apresentados por pequenas figuras,
designadas por ícones.
 Os programas são executados em janelas
dimensionáveis, facilitando mudança entre
programas.
 Dentro dos programas podem-se dar
comandos através da seleção de itens dos
menus.

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D – SEGURANÇA NOS SO
 A segurança de um computador é um ponto fundamental para o bom funcionamento de um sistema
informático.
 Há 2 aspetos a considerar quando se planeia a segurança de um SO:
1. A segurança dos computadores e dos dados neles armazenados:
 Eliminação ou alteração de um ou mais ficheiros fundamentais ao sistema operativo pode ser suficiente para
o computador bloquear
 Alteração ou interceção do conteúdo de ficheiros de trabalho contendo dados críticos da organização

2. A segurança da rede de comunicações e dos dados durante a transmissão:


 Entrada no sistema da organização por pessoas exteriores, podendo apagar, altear ou consultar dados,
mensagens os programas críticos
 Entrada de programas via rede, que poderão provocar o funcionamento deficiente do sistema, como é o caso
de vírus
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D – SEGURANÇA NOS SO

 Para combater a falha de segurança devem ser tomadas medidas


complementares, tais como medidas administrativas e de controlo físico de
acesso ao sistema informático e medidas técnicas.
Requisitos de segurança a ter em conta:
1. Secretismo
A informação só deve estar acessível a quem tenha autorização para a mesma
2. Integridade
Os dados e o estado do sistema não podem ser alterados por acidente ou comportamento incorreto
3. Disponibilidade
Os recursos só devem ser utilizados por aqueles a quem se destinam

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D – SEGURANÇA NOS SO
A garantia destes requisitos é possível através das seguintes medidas:
 Atribuição sistemática dos privilégios mínimos necessários para cada caso
 Mecanismos simples e modulares de garantia de segurança.
 Estes têm de ser projetados desde a fase de conceção do sistema e não como um acrescento posterior.
 Recolha e verificação exaustiva de autorizações e monitorização constante do sistema.
 Conceção “aberta” dos mecanismos de segurança, para que estes não dependam do
desconhecimento da pessoa de forma a serem eficazes e para que haja uma verificação por peritos
externos da sua validade
 Facilidade do uso dos mecanismos de segurança, para evitar desleixo na sua aplicação

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D – SEGURANÇA NOS SO
 Por muito avançado que um sistema seja a nível de
segurança, tem-se constatado que até os sistemas
considerados mais seguros têm sido alvos de intrusão.
 Assim, a segurança não pode ser encarada como um sistema
estático, isto é, mesmo que técnica e administrativamente
pareça que o sistema seja seguro, deve ser complementado
por métodos de verificação dinâmicos na pesquisa de
eventuais falhas.
 Devem ser adicionadas técnicas complementares de
segurança tais como firewall, antivírus, controlo de acessos,
etc.

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