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Palestra - "Reconcilia-te"

Jesus sempre dizia: que a paz do senhor esteja sempre convosco.


Quando nós falamos em paz, qual ser humano que não busca constantemente,
estar com seu coração pacificado?
Normalmente quando nós olhamos à nossa volta nós encontramos
conflitos e quando detectamos esses conflitos, nós encontramos conflitos
dentro de nós. E é a nossa busca constante justamente para estabelecer essa
harmonia dentro de nós.
Sejam esses conflitos provocados por nós, fazendo alguém do nosso
convívio sofrer, (nós sofremos por frutos das nossas ações equivocadas) ou
porque estas pessoas nos fazem sofrer por fruto das suas inconsequências. E
isto nos leva muitas vezes à mágoas, que pode levar muitas vidas pra poder
se reatar ou desatar estes nós.
Jesus como grande médico das almas, ele ensina através desta parábola
reconcilia-te com o teu adversário, como uma medida saudável para
buscarmos entrar em contato com ele, harmonizando com o nosso inimigo.
Hoje trouxemos essa parábola pra refletirmos um pouco sobre ela, mas
já sabendo do pouco tempo para um assunto tão profundo. Mas que possa
provocar alguma reflexão dentro de cada um de nós.

Então diz a parábola segundo relato de Mateus: “Reconciliai-vos o


mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com
ele a caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos
entregue ao ministro da justiça e não sejais metido em prisão. Digo-
vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não houverdes pago o
último ceitil”. Mateus 5:25 e 26
Como toda parábola, ela é atemporal, ela foi dada para nós num
tempo, num contexto, mas ao mesmo tempo trazido hoje há dois mil anos
depois, nós ainda tiramos delas lições e ainda continuaremos a tirar,
conforme a nossa evolução, nosso entendimento, nós vamos aumentando a
nossa compreensão. E cada vez que a gente vai fazendo isso, a gente vai
tirando lições, que vão norteando a nossa vida.
Nós vamos procurar refletir aqui sobre alguns aspectos desta parábola
através do evangelho, como também do livro do Alírio Cerqueira Filho,
Parábolas Terapêuticas, como também do livro da Joanna de Angelis,
Iluminação Interior.
Então nós vamos tentar entender o que Jesus quis dizer no texto.

Então quando ele começa a dizer lá: Reconciliai-vos; buscando no


dicionário, nós vamos perceber que o sinônimo disto é: estabelecer a paz. É
essa busca constante que nós viemos fazendo ao longo da nossa vida.
Todas as vezes que nossos corações estão apertados, amargurados, é
isso que nós buscamos, estabelecer a paz. Harmonizar os nossos pensamentos
e os nossos sentimentos. E é essa terapêutica que jesus nos recomenda:
reconciliai-vos.
E continua ele ainda dizendo: o mais depressa possível, ou seja,
agora, enquanto a gente está a caminho com aqueles dos quais nós temos
algumas dificuldades de relacionamento. Para que a gente não seja cometido
mais tarde de outros tantos problemas com dificuldades e difíceis de desatar.
Quantos de nós muitas vezes não perdemos a oportunidade de
desatar estes nós e aí o distanciamento da vida vai nos colocando de uma
forma difícil para a gente retomar aquilo.
Pior ainda se dá, quando aquela pessoa que a gente não conseguiu fazer
essa reconciliação, passa deste plano para o plano espiritual. Muitas vezes
esses espíritos levando grandes mágoas, grandes ódios, se tornam aqueles
inimigos nossos ferozes do plano espiritual, influências espirituais em grandes
obsessões.
E nós outros, quando eles não fazem isso, porque são capazes de
perdoar nós é que ficamos em grandes culpas, por não ter feito grande
movimento de reatar com essas pessoas.
Quantas amizades nós perdemos ao longo da vida? Quantos familiares
nós estamos distantes por conta dessa necessidade de fazer esse movimento
e dessa dificuldade de fazê-lo?

Então quando ele diz aqui: estais com ele a caminho, enquanto nós
podemos fazer quando estamos mais próximos dele, quando é mais fácil
poder mudar alguma ação, alguma reparação.
E aí vem a indagação: quem seriam esses adversários? Que tipo de
adversário nós possuímos? Nós lutamos com qual tipo de inimigo?
E aí, só cada um de nós pode responder a essas perguntas. Quais são os
nossos inimigos? Quais aqueles que nos desequilibram?
Onde que tá aquilo que nos leva muitas vezes a grandes melancolias, a
grandes tristezas, a grande desmotivação da vida?
Então adversário é tudo aquilo que lutamos contra, ou nos leva a
estados de não motivação, a não restabelecimento da harmonia.

E continua ali na parábola dizendo, que aqueles de nós que não estamos
a caminho, quando nós não restabelecemos a harmonia, nós seremos
entregue ao juiz.
Que juiz? O juiz aqui é a nossa consciência, que nos cobra daqueles
atos e desatinos que nós cometemos. Que nessa busca constante, quando nós
ficamos nesse processo de simplesmente nos punir pelas atitudes que nós não
fizemos ou fizemos. Porque muitas vezes é um movimento de fazer um reatar
ou de repente também é um movimento de se acomodar por conta do
nosso orgulho. Então é essa necessidade que nós temos de avaliar a nossa
consciência. Nós podemos embotá-la por algum tempo, mas não podemos por
todo o tempo. Porque impulsionados pela lei do progresso nós vamos
percebendo que dia ou outro, nós vamos ter que acordar e este acordar
pode ser muito doloroso. Então o juiz é dos piores dos juízes que se tem, que
é a nossa consciência.

E que a gente não seja entregue ao ministro da justiça,


Se a nossa consciência é o juiz, quem seria esse ministro da justiça?
No L E, vamos ver lá, as leis morais e dentre as leis morais nós
encontramos aquela de Causa e Efeito.
Então quando eu não desato os nós das minhas dificuldades eu
simplesmente estou submetido à lei de causa e efeito. Els que vai me cobrar
dos meus equívocos. Não é Deus me cobrando, sou eu me cobrando das
coisas que eu não refiz, que eu não reavaliei e transgredindo a lei divina, nós
colocamos para nós, grandes dificuldades para vencermos. E essas
dificuldades elas não ficarão impunes enquanto a nossa consciência não ficar
pacificada diante daquela atitude.
Nós vemos nas obras de Manoel Filomeno de Miranda, que aqueles
que ao longo da trajetória das suas vidas, esses espíritos, que não fizeram um
movimento de reatar com os seus desafetos, muitas vezes, precisam
reencarnar no planeta terra ou serão recambiados ou matriculados por
planetas mais primitivos por simplesmente não fazer este movimento da
reforma de reatar essas dores, essas dificuldades, essas mágoas.

E aí ele continua dizendo que para que não sejais metido em prisão.
Mas que prisão é essa? Prisão material que nós conhecemos?
Então a prisão das quais nós somos colocados é a prisão do nosso corpo
físico. Então todas as vezes que eu não me reconcilio eu vou trazendo de
outras existências, dificuldades essas que eu venho sentindo hoje, porque
justamente eu não fiz esse movimento de verificar de desatar.
Muitas vezes a gente olha a vida dos outros e fala mas parece aquelas
pessoas têm uma vida tão tranquila e às vezes são tranquilas mesmos, mas a
postura diante da vida é diferenciada e porque ela é diferenciada, ela não está
metida aí nessa prisão, porque ela está encarnada, mas o outro projeto de
vida.
Agora aqueles que sofrem por conta disso 12:02 estão presos nessas
prisões que são os nossos corpos físicos, essas limitações, isso quando não
corrermos o risco como acabei de dizer, de sermos matriculados em outros
planos da vida.
e aí ele conclui que: daí não saireis, enquanto não houverdes pago
o último ceitil.”. Ceitil naquela época naquele contexto histórico era moeda
do sistema monetário deles aquela moeda que tinha o menor valor, um valor
insignificante. E aqui pra nós significa esse movimento de ceitil, que nós não
sairemos dos ciclos das reclamações enquanto nós não restituirmos enquanto
nós não repararmos às leis divinas por todos os equívocos que nós
cometemos.
Então aí a necessidade que nós precisamos, porque a quantidade de
reencarnações vai depender do maior ou menor movimento que nós fizemos.
Não é um Deus vingativo, somos nós que nos impomos essas dificuldades.
Alírio de Cerqueira Filho, no seu livro Parábolas Terapêuticas, ele vai
falar que nós temos dois tipos de adversários: os Adversários externos e os
Adversários internos.
Adversários externos...
. O inimigo diz verdades sobre nós que nossos amigos não teriam
coragem de dizer.
. O adversário testa os valores que achamos que já possuímos.
Que os nossos adversários externos são todos aqueles que testam os
nossos valores. São todos aqueles que faz aflorar tudo que tem dentro da
gente e que muitas vezes a gente não tem coragem de assumir. Os nossos
inimigos, eles têm um objetivo, um caráter de instrumento, de ferramenta da
grande sabedoria divina para trazer à tona que tem dentro de nós. Que
aspectos que nós precisamos trabalhar dentro de nós. O que é preciso
modificar.
Então muitas vezes aquele agressor, aquela pessoa difícil da nossa
família, sempre nos cobrando alguma atividade, uma atitude diferenciada ou
aquela pessoa crítica, ácida, que a gente às vezes convive, com aquele
parente difícil que testa a nossa paciência o tempo todo. São os adversários,
são os irmãos que Deus colocou na nossa trajetória humana para que
nós pudéssemos burilar a nossa alma.
Mesmo porque se nós tivéssemos relacionamentos salutares se nós não
estivéssemos dentro de uma família ideal se nós tivéssemos companheiros de
trabalhos maravilhosos que não fazem crítica, nós estaremos estacionados e
não sairemos da nossa zona de conforto. E se nós não somos testados nós não
temos mudança íntima. E como espíritos inferiores que nós ainda somos nós
precisamos dessa trajetória para modificar ainda quem somos. É fácil falar né
é fácil você falar assim olha alguém tá me caluniando e criticando e eu vou ter
que ficar calada e não é só ficar calado nosso grupo de estudo de manhã
estava falando justamente sobre isso, que não é somente quando nós somos
criticados ou caluniados, não é o só não revidar, é cuidar com o pensamento
para que a gente não emita vibrações e fluidos deletérios para aquele desafeto
da qual nós estamos nos relacionando.
É uma vigilância constante para que nós possamos nos relacionar
melhor.
Então esses são os nossos adversários externos. E os adversários
internos quem seriam?
Narra que jesus havia acabado de proferir o maravilhoso sermão da
montanha falando das bem-aventuranças quando no dia seguinte um nobre
senhor chamado Bartolomeu busca jesus porque ele não conseguia e não
tinha compreendido tinha ficado com várias dúvidas sobre alguns aspectos do
sermão do monte. Então ele começa a indagar pra ele qual é o pior
adversário que o ser humano teria. Quando travaria-se a maior batalha
contra esses inimigos? Indaga também qual são as armas 18:01
necessárias para que pudesse lutar contra esses inimigos. Jesus na sua
doçura olhando por aquele homem por Bartolomeu ele responde que: o mais
impiedoso de todos os inimigos era o egoísmo. Que o egoísmo, a
avareza, a inveja, a maledicência, o ódio, ciúme, a ambição, esses sim
eram os piores inimigos. Bartolomeu levou um choque porque ele estava
procurando na sociedade, qual, onde é que estava o inimigo e ele fala que é o
egoísmo.
E ele continua dizendo que: esses inimigos eles se encontram
dentro de nós. E a grande luta que se tem é para vencer eles dentro da
nossa intimidade. Que são as nossas tendências inferiores.
Mas nessa luta ela não pode ser de forma violenta e contumaz ela tem
que ser com misericórdia e com qualidade.
Então os nossos adversários interiores são as nossas sombras, são
essas que muitas vezes nós temos dificuldade ou temos receio de enxergar.
Os nossos adversários são essas questões que muitas vezes nós mascaramos
a ponto de esconder de nós mesmos. Normalmente quando nós assistimos a
algumas palestras principalmente Haroldo Dutra, ele costuma dizer assim: que
aqueles que se adentram na doutrina espírita acreditando que vai resolver os
problemas das próprias vidas percebe o quanto enxerga problemas. Porque
cada vez mais ao estudar a doutrina espírita e quanta vez mais ao se auto
avaliar, mais se vai se percebendo quem ele é, as máscaras vão caindo.
Alírio Cerqueira Filho diz que o Adversário interno... (...) São as
paixões que aturdem o ser, e que em desalinho encarceram a
consciência nos conflitos, gerando os tormentos como: a culpa,
transformada em fobia, em angústia, em ansiedade, em insegurança,
ou em outro transtorno de outro porte. Alírio Cerqueira Filho Livro:
Parábolas Terapêuticas.
Adversário interno, são as paixões as más paixões, o ódio, o egoísmo, a
vingança, a maledicência, a vaidade exacerbada que aturdem o ser, que em
desalinho encarceram a consciência, gera tormentos, culpas que se
transformam em fobias, angústias, ansiedades, inseguranças, ou em outras
patologias quaisquer. Esse é o nosso adversário 21:01 interno.
Então a parábola ela tem um caráter terapêutico. ela vem nos
ensinar que conquistar a paz íntima é preciso nós reconciliarmos com os
nossos adversários internos. e reconciliar com as nossos adversários internos
é assumir quem somos. é depender em identificar quem somos, o que
precisamos modificar em nós, é estabelecer mudanças, ferramentas,
estratégias de mudança da nossa conduta. assim quando procedemos vamos
levar a vida de uma forma mais tranquila, mas pra isso é preciso de uma
outra virtude: é preciso coragem. Joanna de Angelis, no seu livro
Iluminação interior, ela vai dizer que: (...) É necessário que tenhas
coragem de reconhecer os teus limites, deficiências e dificuldades de
maneira honorável. É necessário ter coragem para poder vencer as nossas
deficiências nossos limites as nossas dificuldades, mas ela fala que tem que
ser feito de maneira honorável, ou seja, respeitável, nos respeitando e não
nos machucando mais.
Nenhuma postura extravagante de autocomiseração, nem a
audácia presunçosa de que és irretocável.
mas também ela chama atenção para que nós não caímos em auto
comiseração para que nós não começamos a nos sentir coitadinhos e usamos
de desculpas pra poder responder às nossas dificuldades.
A coragem vem sempre associada a humildade de que faculta a
perfeita identificação do indivíduo com os seus valores reais, em face
do autoconhecimento de que se tornou possuidor. (...) Coragem
porque é muito difícil a gente encontrar o justo meio. porque nós
oscilamos muitas vezes e nos colocar em uma situação melhor do que somos,
ou nós nos colocamos numa situação pior do que somos, mas o justo meio,
nós temos dificuldade e aí é preciso coragem para poder enfrentar quem nós
somos.
Jesus através do seu evangelho ele disse: “Ide reconciliar-vos com o
vosso irmão, antes de depordes a vossa oferenda no altar”.
Ele ensina lá no evangelho que se a gente tem que fazer algum
sacrifício é do nosso ressentimento, eu tenho que sacrificar o meu
ressentimento em relação a alguma pessoa e não alimentar esse
ressentimento em relação a alguma pessoa. Ele disse que pra quando eu
chegar a me apresentar diante dessa pessoa para perdoá-la, eu tenho que ter
perdoado antes. Então o movimento é interno. Eu preciso fazer esse
movimento interno de perdão pra que depois eu consiga me reconciliar com o
meu próximo. porque senão eu só transfiro culpa, eu só reajo, ou eu coloco
desculpas. Então reconciliar, precisa primeiro 24:01 verificar qual as nossas
intenções, qual os nossos pensamentos, qual os nossos sentimentos.

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