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dezembro de 2020
Sumário
LEI No 4.947, DE 6 DE ABRIL DE 1966 .................................................................................................................................... 2
III - aos imóveis rurais cujos proprietários sejam Parágrafo único. A discriminação de terras de que trata este
enquadrados como agricultor familiar nos termos da Lei artigo poderá ser renovada anualmente.
no 11.326, de 24 de julho de 2006; ou Art 2º Os proprietários de terras localizadas nas regiões
IV - ao imóvel rural que tenha sido incorporado à zona abrangidas pelas disposições desta Lei, que as explorem
urbana do Município. diretamente, terão prazo de 6 (seis) meses para
efetivamente dar início aos trabalhos de proteção ao solo e
§ 5º - O disposto neste artigo aplica-se também às de combate à erosão e de 2 (dois) anos para conclui-los,
transações celebradas até esta data e ainda não registradas contados ambos da data em que a medida for obrigatória.
em Cartório, desde que se enquadrem nas condições e
requisitos ora estabelecidos. Parágrafo único. Quando se tratar de arrendatário de terras,
o prazo de conclusão dos trabalhos de que trata este artigo
Art. 9º - O valor mínimo do imposto a que se refere o Art. 50 será de 1 (um) ano, mantidas as demais condições.
e parágrafos 1 a 4, da Lei número 4.504, de 30 de novembro
de 1964, será de 01/30 (um trinta avos) do maior salário Art 3º Qualquer pedido de financiamento de lavoura ou
mínimo vigente no País em 1 de janeiro do exercício fiscal pecuária, destinado à aplicação em terras onde for exigida
correspondente. a execução de planos de proteção ao solo e de combate à
erosão, somente poderá ser concedido, por
Art. 10 - Os coeficientes de progressividade e estabelecimentos de crédito, oficiais ou não, se
regressividade de que tratam os parágrafos do Art. 50 da acompanhado de certificado comprobatório dessa
Lei número 4.504, de 30 de novembro de 1964, não serão execução.
aplicados às áreas do imóvel que, comprovadamente,
sejam utilizados em exploração mineral, ou que forem § 1º Dentro do prazo de 90 (noventa) dias, a partir da
destinados a programas e projetos de colonização entrada em vigor desta Lei, o Ministério da Agricultura
particular, desde que satisfeitas as exigências e requisitos enviará ao Banco Central, para distribuição à rede bancária
regulamentares. nacional instruções sobre as medidas exigidas nas áreas
indicadas no artigo 1º para serem distribuídas, através das
Art. 11 - O Poder Executivo, no prazo de 30 (trinta) dias, carteiras de crédito rural, aos agricultores que delas se
regulamentará a aplicação desta Lei. utilizem. O cumprimento dessas instruções passará a ser
Art. 12 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua exigido pelos Agentes Financeiros no ano agrícola seguinte.
publicação, revogadas as disposições em contrário, em § 2º Tratando-se de financiamento específico para custeio
especial os parágrafos 1 e 2 do Art. 5º , e os artigos de pIanos de proteção ao solo e de combate à erosão, a sua
7, 11, 14 e 15, e seus parágrafos, do Decreto- lei número tramitação nos estabelecimentos de crédito preferirá a
57, de 18 de novembro de 1966, o parágrafo 4 do Art. 5º do quaisquer outros.
Decreto-lei número 1.146, de 31 de dezembro de 1970, e
o Art. 39 da Lei número 4.771, de 15 de setembro de § 3º As instruções mencionadas (VETADO) poderão ser
1965. reformuladas pelo Ministério da Agricultura sempre que
necessário, objetivando o aperfeiçoamento de práticas
Brasília, 12 de dezembro de 1972; 151º da Independência conservacionistas.
e 84º da República.
Art 4º O certificado comprobatório de execução dos
EMÍLIO G. MÉDICI trabalhos será passado por Engenheiro-Agrônomo, do
Ministério da Agricultura, ou de outro órgão federal, estadual
ou municipal, ou de iniciativa privada, através (VETADO) de III - como atividade econômica, a agricultura deve
competência outorgada pelo referido Ministério. proporcionar, aos que a ela se dediquem, rentabilidade
compatível com a de outros setores da economia;
Parágrafo único. O certificado deverá conter especificações
do sistema de proteção ao solo e de combate a erosão, IV - o adequado abastecimento alimentar é condição básica
empregado pelo interessado. para garantir a tranqüilidade social, a ordem pública e o
processo de desenvolvimento econômico-social;
Art 5º O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta
Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar de sua V - a produção agrícola ocorre em estabelecimentos rurais
publicação. heterogêneos quanto à estrutura fundiária, condições
edafoclimáticas, disponibilidade de infra-estrutura,
Art 6º Ao Departamento Nacional de Engenharia Rural
capacidade empresarial, níveis tecnológicos e condições
(DNGE), do Ministério da Agricultura, através de sua
sociais, econômicas e culturais;
Divisão de Conservação do Solo e da Água (DICOSA),
compete promover, supervisionar e orientar a política VI - o processo de desenvolvimento agrícola deve
nacional de conservação do solo. proporcionar ao homem do campo o acesso aos serviços
essenciais: saúde, educação, segurança pública,
Art 7º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,
transporte, eletrificação, comunicação, habitação,
revogadas as disposições em contrário.
saneamento, lazer e outros benefícios sociais.
Brasília, 14 de julho de 1975; 154º da Independência e 87º
Art. 3° São objetivos da política agrícola:
da República.
I - na forma como dispõe o art. 174 da Constituição, o
ERNESTO GEISEL
Estado exercerá função de planejamento, que será
Mário Henrique Simonsen
determinante para o setor público e indicativo para o setor
Alysson Paulinelli
privado, destinado a promover, regular, fiscalizar, controlar,
LEI Nº 8.171, DE 17 DE JANEIRO DE 1991 avaliar atividade e suprir necessidades, visando assegurar
Dispõe sobre a política agrícola. o incremento da produção e da produtividade agrícolas, a
regularidade do abastecimento interno, especialmente
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o alimentar, e a redução das disparidades regionais;
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
II - sistematizar a atuação do Estado para que os diversos
CAPÍTULO I segmentos intervenientes da agricultura possam planejar
Dos Princípios Fundamentais suas ações e investimentos numa perspectiva de médio e
longo prazos, reduzindo as incertezas do setor;
Art. 1° Esta lei fixa os fundamentos, define os objetivos e as
competências institucionais, prevê os recursos e estabelece III - eliminar as distorções que afetam o desempenho das
as ações e instrumentos da política agrícola, relativamente funções econômica e social da agricultura;
às atividades agropecuárias, agroindustriais e de IV - proteger o meio ambiente, garantir o seu uso racional e
planejamento das atividades pesqueira e florestal. estimular a recuperação dos recursos naturais;
Parágrafo único. Para os efeitos desta lei, entende-se por V - (Vetado);
atividade agrícola a produção, o processamento e a
comercialização dos produtos, subprodutos e derivados, VI - promover a descentralização da execução dos serviços
serviços e insumos agrícolas, pecuários, pesqueiros e públicos de apoio ao setor rural, visando a
florestais. complementariedade de ações com Estados, Distrito
Federal, Territórios e Municípios, cabendo a estes assumir
Art. 2° A política fundamenta-se nos seguintes suas responsabilidades na execução da política agrícola,
pressupostos: adequando os diversos instrumentos às suas necessidades
I - a atividade agrícola compreende processos físicos, e realidades;
químicos e biológicos, onde os recursos naturais envolvidos VII - compatibilizar as ações da política agrícola com as de
devem ser utilizados e gerenciados, subordinando-se às reforma agrária, assegurando aos beneficiários o apoio à
normas e princípios de interesse público, de forma que seja sua integração ao sistema produtivo;
cumprida a função social e econômica da propriedade;
VIII - promover e estimular o desenvolvimento da ciência e
II - o setor agrícola é constituído por segmentos como: da tecnologia agrícola pública e privada, em especial
produção, insumos, agroindústria, comércio, abastecimento aquelas voltadas para a utilização dos fatores de produção
e afins, os quais respondem diferenciadamente às políticas internos;
públicas e às forças de mercado;
IX - possibilitar a participação efetiva de todos os segmentos XVIII - mecanização agrícola;
atuantes no setor rural, na definição dos rumos da
XIX - crédito fundiário.
agricultura brasileira;
Parágrafo único. Os instrumentos de política agrícola
X - prestar apoio institucional ao produtor rural, com
deverão orientar-se pelos planos plurianuais.
prioridade de atendimento ao pequeno produtor e sua
família; CAPÍTULO II
XI - estimular o processo de agroindustrialização junto às Da Organização Institucional
respectivas áreas de produção; Art. 5º Fica instituído o Conselho Nacional de Política
XII - (Vetado); Agrícola (CNPA), vinculado ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, com as seguintes atribuições:
XIII – promover a saúde animal e a sanidade vegetal;
I - (Vetado);
XIV – promover a idoneidade dos insumos e serviços
empregados na agricultura; II - (Vetado);
XV – assegurar a qualidade dos produtos de origem III - orientar a elaboração do Plano de Safra;
agropecuária, seus derivados e resíduos de valor IV - propor ajustamentos ou alterações na política agrícola;
econômico;
V - (Vetado);
XVI – promover a concorrência leal entre os agentes que
atuam nos setores e a proteção destes em relação a VI - manter sistema de análise e informação sobre a
práticas desleais e a riscos de doenças e pragas exóticas conjuntura econômica e social da atividade agrícola.
no País; § 1° O Conselho Nacional da Política Agrícola (CNPA) será
XVII – melhorar a renda e a qualidade de vida no meio constituído pelos seguintes membros:
rural. I - um do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento;
Art. 4° As ações e instrumentos de política agrícola referem- II - um do Banco do Brasil S.A.;
se a:
III - dois da Confederação Nacional da Agricultura;
I - planejamento agrícola;
IV - dois representantes da Confederação Nacional dos
II - pesquisa agrícola tecnológica; Trabalhadores na Agricultura (Contag);
III - assistência técnica e extensão rural; V - dois da Organização das Cooperativas Brasileiras,
IV - proteção do meio ambiente, conservação e recuperação ligados ao setor agropecuário;
dos recursos naturais; VI - um do Departamento Nacional da Defesa do
V - defesa da agropecuária; Consumidor;
VI - informação agrícola; VII - um da Secretaria do Meio Ambiente;
VII - produção, comercialização, abastecimento e VIII - um da Secretaria do Desenvolvimento Regional;
armazenagem; IX - três do Ministério da Agricultura e Reforma Agrária
VIII - associativismo e cooperativismo; (Mara);
IX - formação profissional e educação rural; X - um do Ministério da Infra-Estrutura;
X - investimentos públicos e privados; XI - dois representantes de setores econômicos privados
abrangidos pela Lei Agrícola, de livre nomeação do
XI - crédito rural; Ministério da Agricultura e Reforma Agrária (Mara);
XII - garantia da atividade agropecuária; XII - (Vetado);
XIII - seguro agrícola; § 2° (Vetado).
XIV - tributação e incentivos fiscais; § 3° O Conselho Nacional da Política Agrícola (CNPA)
XV - irrigação e drenagem; contará com uma Secretaria Executiva e sua estrutura
funcional será integrada por Câmaras Setoriais,
XVI - habitação rural;
especializadas em produtos, insumos, comercialização,
XVII - eletrificação rural; armazenamento, transporte, crédito, seguro e demais
componentes da atividade rural.
§ 4º As Câmaras Setoriais serão instaladas por ato e a entidades da administração federal direta e indireta, as
critério do Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e especificidades regionais e estaduais, de acordo com a
Abastecimento. vocação agrícola e as necessidades diferenciadas de
abastecimento, formação de estoque e exportação.
§ 5º O regimento interno do CNPA será elaborado pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e § 4° Os planos deverão prever a integração das atividades
submetido à aprovação do plenário do Conselho. de produção e de transformação do setor agrícola, e deste
com os demais setores da economia.
§ 6° O Conselho Nacional de Política Agrícola (CNPA)
coordenará a organização de Conselhos Estaduais e Art. 9° O Ministério da Agricultura e Reforma Agrária (Mara)
Municipais de Política Agrícola, com as mesmas finalidades, coordenará, a nível nacional, as atividades de planejamento
no âmbito de suas competências. agrícola, em articulação com os Estados, o Distrito Federal,
os Territórios e os Municípios.
§ 7° (Vetado).
Art. 10. O Poder Público deverá:
§ 8° (Vetado).
I - proporcionar a integração dos instrumentos de
§ 9º Os atos de instalação das Câmaras Setoriais do CNPA
planejamento agrícola com os demais setores da economia;
a que se refere o § 4º deste artigo estabelecerão o número
de seus membros e suas atribuições. II - desenvolver e manter atualizada uma base de
indicadores sobre o desempenho do setor agrícola, a
Art. 6° A ação governamental para o setor agrícola é
eficácia da ação governamental e os efeitos e impactos dos
organizada pela União, Estados, Distrito Federal, Territórios
programas dos planos plurianuais.
e Municípios, cabendo:
CAPÍTULO IV
I - (Vetado);
Da Pesquisa Agrícola
II – ao Governo Federal a orientação normativa, as
diretrizes nacionais e a execução das atividades Art. 11. (Vetado).
estabelecidas em lei.
Parágrafo único. É o Ministério da Agricultura e Reforma
III - às entidades de administração direta e indireta dos Agrária (Mara) autorizado a instituir o Sistema Nacional de
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o Pesquisa Agropecuária (SNPA), sob a coordenação da
planejamento, a execução, o acompanhamento, o controle Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e
e a avaliação de atividades específicas. em convênio com os Estados, o Distrito Federal, os
Territórios, os Municípios, entidades públicas e privadas,
Art. 7° A ação governamental para o setor agrícola
universidades, cooperativas, sindicatos, fundações e
desenvolvida pela União, pelos Estados, Distrito Federal,
associações.
Territórios e Municípios, respeitada a autonomia
constitucional, é exercida em sintonia, evitando-se Art. 12. A pesquisa agrícola deverá:
superposições e paralelismos, conforme dispuser lei
I - estar integrada à assistência técnica e extensão rural, aos
complementar prevista no parágrafo único do art. 23 da
produtores, comunidades e agroindústrias, devendo ser
Constituição.
gerada ou adaptada a partir do conhecimento biológico da
CAPÍTULO III integração dos diversos ecossistemas, observando as
condições econômicas e culturais dos segmentos sociais do
Do Planejamento Agrícola
setor produtivo;
Art. 8° O planejamento agrícola será feito em consonância
II - dar prioridade ao melhoramento dos materiais genéticos
com o que dispõe o art. 174 da Constituição, de forma
produzidos pelo ambiente natural dos ecossistemas,
democrática e participativa, através de planos nacionais de
objetivando o aumento de sua produtividade, preservando
desenvolvimento agrícola plurianuais, planos de safras e
ao máximo a heterogeneidade genética;
planos operativos anuais, observadas as definições
constantes desta lei. III - dar prioridade à geração e à adaptação de tecnologias
agrícolas destinadas ao desenvolvimento dos pequenos
§ 1° (Vetado).
agricultores, enfatizando os alimentos básicos,
§ 2° (Vetado). equipamentos e implementos agrícolas voltados para esse
§ 3o Os planos de safra e os planos plurianuais, elaborados público;
de acordo com os instrumentos gerais de planejamento, IV - observar as características regionais e gerar
considerarão o tipo de produto, fatores e ecossistemas tecnologias voltadas para a sanidade animal e vegetal,
homogêneos, o planejamento das ações dos órgãos e respeitando a preservação da saúde e do meio ambiente.
Art. 13. É autorizada a importação de material genético para II - disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da água, da
a agricultura desde que não haja proibição legal. fauna e da flora;
Art. 14. Os programas de desenvolvimento científico e III - realizar zoneamentos agroecológicos que permitam
tecnológico, tendo em vista a geração de tecnologia de estabelecer critérios para o disciplinamento e o
ponta, merecerão nível de prioridade que garanta a ordenamento da ocupação espacial pelas diversas
independência e os parâmetros de competitividade atividades produtivas, bem como para a instalação de novas
internacional à agricultura brasileira. hidrelétricas;
CAPÍTULO V IV - promover e/ou estimular a recuperação das áreas em
processo de desertificação;
Da Assistência Técnica e Extensão Rural
V - desenvolver programas de educação ambiental, a nível
Art. 15. (Vetado).
formal e informal, dirigidos à população;
Art. 16. A assistência técnica e extensão rural buscarão
VI - fomentar a produção de sementes e mudas de
viabilizar, com o produtor rural, proprietário ou não, suas
essências nativas;
famílias e organizações, soluções adequadas a seus
problemas de produção, gerência, beneficiamento, VII - coordenar programas de estímulo e incentivo à
armazenamento, comercialização, industrialização, preservação das nascentes dos cursos d'água e do meio
eletrificação, consumo, bem-estar e preservação do meio ambiente, bem como o aproveitamento de dejetos animais
ambiente. para conversão em fertilizantes.
Art. 17. O Poder Público manterá serviço oficial de Parágrafo único. A fiscalização e o uso racional dos
assistência técnica e extensão rural, sem paralelismo na recursos naturais do meio ambiente é também de
área governamental ou privada, de caráter educativo, responsabilidade dos proprietários de direito, dos
garantindo atendimento gratuito aos pequenos produtores e beneficiários da reforma agrária e dos ocupantes
suas formas associativas, visando: temporários dos imóveis rurais.
I - difundir tecnologias necessárias ao aprimoramento da Art. 20. As bacias hidrográficas constituem-se em unidades
economia agrícola, à conservação dos recursos naturais e básicas de planejamento do uso, da conservação e da
à melhoria das condições de vida do meio rural; recuperação dos recursos naturais.
II - estimular e apoiar a participação e a organização da Art. 21. (Vetado).
população rural, respeitando a organização da unidade
Art. 21-A. O Poder Público procederá à identificação, em
familiar bem como as entidades de representação dos
todo o território nacional, das áreas desertificadas, as quais
produtores rurais;
somente poderão ser exploradas mediante a adoção de
III - identificar tecnologias alternativas juntamente com adequado plano de manejo, com o emprego de tecnologias
instituições de pesquisa e produtores rurais; capazes de interromper o processo de desertificação e de
promover a recuperação dessas áreas.
IV - disseminar informações conjunturais nas áreas de
produção agrícola, comercialização, abastecimento e § 1o O Poder Público estabelecerá cadastros das áreas
agroindústria. sujeitas a processos de desertificação, em âmbito estadual
ou municipal.
Art. 18. A ação de assistência técnica e extensão rural
deverá estar integrada à pesquisa agrícola, aos produtores § 2o O Poder Público, por intermédio dos órgãos
rurais e suas entidades representativas e às comunidades competentes, promoverá a pesquisa, a geração e a difusão
rurais. de tecnologias capazes de suprir as condições expressas
neste artigo.
CAPÍTULO VI
Art. 22. A prestação de serviços e aplicações de recursos
Da Proteção ao Meio Ambiente e da Conservação dos
pelo Poder Público em atividades agrícolas devem ter por
Recursos Naturais
premissa básica o uso tecnicamente indicado, o manejo
Art. 19. O Poder Público deverá: racional dos recursos naturais e a preservação do meio
I - integrar, a nível de Governo Federal, os Estados, o ambiente.
Distrito Federal, os Territórios, os Municípios e as Art. 23. As empresas que exploram economicamente águas
comunidades na preservação do meio ambiente e represadas e as concessionárias de energia elétrica serão
conservação dos recursos naturais; responsáveis pelas alterações ambientais por elas
provocadas e obrigadas a recuperação do meio ambiente,
na área de abrangência de suas respectivas bacias Art. 28-A. Visando à promoção da saúde, as ações de
hidrográficas. vigilância e defesa sanitária dos animais e dos vegetais
serão organizadas, sob a coordenação do Poder Público
Art. 24. (Vetado).
nas várias instâncias federativas e no âmbito de sua
Art. 25. O Poder Público implementará programas de competência, em um Sistema Unificado de Atenção à
estímulo às atividades de interesse econômico apícolas e Sanidade Agropecuária, articulado, no que for atinente à
criatórias de peixes e outros produtos de vida fluvial, saúde pública, com o Sistema Único de Saúde de que trata
lacustre e marinha, visando ao incremento da oferta de a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, do qual
alimentos e à preservação das espécies animais e participarão:
vegetais.
I – serviços e instituições oficiais;
Art. 26. A proteção do meio ambiente e dos recursos
II – produtores e trabalhadores rurais, suas associações e
naturais terá programas plurianuais e planos operativos
técnicos que lhes prestam assistência;
anuais elaborados pelos órgãos competentes, mantidos ou
não pelo Poder Público, sob a coordenação da União e das III – órgãos de fiscalização das categorias profissionais
Unidades da Federação. diretamente vinculadas à sanidade agropecuária;
CAPÍTULO VII IV – entidades gestoras de fundos organizados pelo setor
privado para complementar as ações públicas no campo da
Da Defesa Agropecuária
defesa agropecuária.
Art. 27. (Vetado).
§ 1o A área municipal será considerada unidade geográfica
Art. 27-A. São objetivos da defesa agropecuária básica para a organização e o funcionamento dos serviços
assegurar: oficiais de sanidade agropecuária.
I – a sanidade das populações vegetais; § 2o A instância local do sistema unificado de atenção à
II – a saúde dos rebanhos animais; sanidade agropecuária dará, na sua jurisdição, plena
atenção à sanidade, com a participação da comunidade
III – a idoneidade dos insumos e dos serviços utilizados na organizada, tratando especialmente das seguintes
agropecuária; atividades:
IV – a identidade e a segurança higiênico-sanitária e I – cadastro das propriedades;
tecnológica dos produtos agropecuários finais destinados
aos consumidores. II – inventário das populações animais e vegetais;
§ 1o Na busca do atingimento dos objetivos referidos III – controle de trânsito de animais e plantas;
no caput, o Poder Público desenvolverá, permanentemente, IV – cadastro dos profissionais de sanidade atuantes;
as seguintes atividades:
V – cadastro das casas de comércio de produtos de uso
I – vigilância e defesa sanitária vegetal; agronômico e veterinário;
II – vigilância e defesa sanitária animal; VI – cadastro dos laboratórios de diagnósticos de doenças;
III – inspeção e classificação de produtos de origem vegetal, VII – inventário das doenças diagnosticadas;
seus derivados, subprodutos e resíduos de valor
VIII – execução de campanhas de controle de doenças;
econômico;
IX – educação e vigilância sanitária;
IV – inspeção e classificação de produtos de origem animal,
seus derivados, subprodutos e resíduos de valor X – participação em projetos de erradicação de doenças e
econômico; pragas.
V – fiscalização dos insumos e dos serviços usados nas § 3o Às instâncias intermediárias do Sistema Unificado de
atividades agropecuárias. Atenção à Sanidade Agropecuária competem as seguintes
atividades:
§ 2o As atividades constantes do parágrafo anterior serão
organizadas de forma a garantir o cumprimento das I – vigilância do trânsito interestadual de plantas e animais;
legislações vigentes que tratem da defesa agropecuária e
II – coordenação das campanhas de controle e erradicação
dos compromissos internacionais firmados pela União.
de pragas e doenças;
Art. 28. (Vetado).
III – manutenção dos informes nosográficos;
IV – coordenação das ações de epidemiologia;
V – coordenação das ações de educação sanitária; § 1o Na inspeção poderá ser adotado o método de análise
de riscos e pontos críticos de controle.
VI – controle de rede de diagnóstico e dos profissionais de
sanidade credenciados. § 2o Como parte do Sistema Unificado de Atenção à
Sanidade Agropecuária, serão constituídos um sistema
§ 4o À instância central e superior do Sistema Unificado de
brasileiro de inspeção de produtos de origem vegetal e um
Atenção à Sanidade Agropecuária compete:
sistema brasileiro de inspeção de produtos de origem
I – a vigilância de portos, aeroportos e postos de fronteira animal, bem como sistemas específicos de inspeção para
internacionais; insumos usados na agropecuária.
II – a fixação de normas referentes a campanhas de controle CAPÍTULO VIII
e erradicação de pragas e doenças;
Da Informação Agrícola
III – a aprovação dos métodos de diagnóstico e dos
Art. 30. O Ministério da Agricultura e Reforma Agrária
produtos de uso veterinário e agronômico;
(Mara), integrado com os Estados, o Distrito Federal, os
IV – a manutenção do sistema de informações Territórios e os Municípios, manterá um sistema de
epidemiológicas; informação agrícola ampla para divulgação de:
V – a avaliação das ações desenvolvidas nas instâncias I - previsão de safras por Estado, Distrito Federal e
locais e intermediárias do sistema unificado de atenção à Território, incluindo estimativas de área cultivada ou colhida,
sanidade agropecuária; produção e produtividade;
VI – a representação do País nos fóruns internacionais que II - preços recebidos e pagos pelo produtor, com a
tratam da defesa agropecuária; composição dos primeiros até os mercados atacadistas e
VII – a realização de estudos de epidemiologia e de apoio varejistas, por Estado, Distrito Federal e Território;
ao desenvolvimento do Sistema Unificado de Atenção à III - valores e preços de exportação FOB, com a
Sanidade Agropecuária; decomposição dos preços até o interior, a nível de produtor,
VIII – a cooperação técnica às outras instâncias do Sistema destacando as taxas e impostos cobrados;
Unificado; IV - valores e preços de importação CIF, com a
IX – o aprimoramento do Sistema Unificado; decomposição dos preços dos mercados internacionais até
a colocação do produto em portos brasileiros, destacando,
X – a coordenação do Sistema Unificado; taxas e impostos cobrados;
XI – a manutenção do Código de Defesa Agropecuária. V - (Vetado);
§ Integrarão o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
5o V - cadastro, cartografia e solo das propriedades rurais
Agropecuária instituições gestoras de fundos organizados
por entidades privadas para complementar as ações VI - volume dos estoques públicos e privados, reguladores
públicas no campo da defesa agropecuária. e estratégicos, discriminados por produtos, tipos e
localização
§ 6o As estratégias e políticas de promoção à sanidade e de
vigilância serão ecossistêmicas e descentralizadas, por tipo VII - (Vetado);
de problema sanitário, visando ao alcance de áreas livres VIII - (Vetado);
de pragas e doenças, conforme previsto em acordos e
IX - dados de meteorologia e climatologia agrícolas;
tratados internacionais subscritos pelo País.
X - (Vetado);
§ 7o Sempre que recomendado epidemiologicamente é
prioritária a erradicação das doenças e pragas, na XI - (Vetado);
estratégia de áreas livres.
XII - (Vetado);
Art. 29. (Vetado).
XIII - pesquisas em andamento e os resultados daquelas já
Art. 29-A. A inspeção industrial e sanitária de produtos de concluídas.
origem vegetal e animal, bem como a dos insumos
XIV - informações sobre doenças e pragas;
agropecuários, será gerida de maneira que os
procedimentos e a organização da inspeção se faça por XV - indústria de produtos de origem vegetal e aninal e de
métodos universalizados e aplicados eqüitativamente em insumos;
todos os estabelecimentos inspecionados. XVI - classificação de produtos agropecuários;
XVII - inspeção de produtos e insumos;
XVIII - infratores das várias legislações relativas à Art. 37. É mantida, no território nacional, a exigência de
agropecuária. padronização, fiscalização e classificação de produtos
animais, subprodutos e derivados e seus resíduos de valor
Parágrafo único. O Ministério da Agricultura e Reforma
econômico, bem como dos produtos de origem animal
Agrária (Mara) coordenará a realização de estudos e
destinados ao consumo e à industrialização para o mercado
análises detalhadas do comportamento dos mercados
interno e externo.
interno e externo dos produtos agrícolas e agroindustriais,
informando sua apropriação e divulgação para o pleno e Parágrafo único. (Vetado).
imediato conhecimento dos produtores rurais e demais
Art. 38. (Vetado).
agentes do mercado.
Art. 39. (Vetado).
CAPÍTULO IX
Art. 40. (Vetado).
Da Produção, da Comercialização, do Abastecimento e da
Armazenagem Art. 41. (Vetado).
Art. 31. O Poder Público formará, localizará adequadamente Art. 42. É estabelecido, em caráter obrigatório, o cadastro
e manterá estoques reguladores e estratégicos, visando nacional de unidades armazenadoras de produtos
garantir a compra do produtor, na forma da lei, assegurar o agrícolas.
abastecimento e regular o preço do mercado interno. CAPÍTULO X
§ 1° Os estoques reguladores devem contemplar, Do Produtor Rural, da Propriedade Rural e sua Função
prioritariamente, os produtos básicos. Social
§ 2° (Vetado). Art. 43. (Vetado).
§ 3° Os estoques reguladores devem ser adquiridos Art. 44. (Vetado).
preferencialmente de organizações associativas de
pequenos e médios produtores. CAPÍTULO XI
§ 4° (Vetado). Do Associativismo e do Cooperativismo
§ 5° A formação e a liberação destes estoques obedecerão Art. 45. O Poder Público apoiará e estimulará os produtores
regras pautadas no princípio da menor interferência na livre rurais a se organizarem nas suas diferentes formas de
comercialização privada, observando-se prazos e associações, cooperativas, sindicatos, condomínios e
procedimentos pré-estabelecidos e de amplo conhecimento outras, através de:
público, sem ferir a margem mínima do ganho real do I - inclusão, nos currículos de 1° e 2° graus, de matérias
produtor rural, assentada em custos de produção voltadas para o associativismo e cooperativismo;
atualizados e produtividades médias históricas.
II - promoção de atividades relativas à motivação,
Art. 32. (Vetado). organização, legislação e educação associativista e
Art. 33. (Vetado). cooperativista para o público do meio rural;
§ 1° (Vetado). III - promoção das diversas formas de associativismo como
alternativa e opção para ampliar a oferta de emprego e de
§ 2° A garantia de preços mínimos far-se-á através de integração do trabalhador rural com o trabalhador urbano;
financiamento da comercialização e da aquisição dos
produtos agrícolas amparados. IV - integração entre os segmentos cooperativistas de
produção, consumo, comercialização, crédito e de trabalho;
§ 3° Os alimentos considerados básicos terão tratamento
privilegiado para efeito de preço mínimo. V - a implantação de agroindústrias.
Art. 34. (Vetado). Parágrafo único. O apoio do Poder Público será extensivo
aos grupos indígenas, pescadores artesanais e àqueles que
Art. 35. As vendas dos estoques públicos serão realizadas se dedicam às atividades de extrativismo vegetal não
através de leilões em bolsas de mercadorias, ou predatório.
diretamente, mediante licitação pública.
Art. 46. (Vetado).
Art. 36. O Poder Público criará estímulos para a melhoria
das condições de armazenagem, processamento, CAPÍTULO XII
embalagem e redução de perdas em nível de Dos Investimentos Públicos
estabelecimento rural, inclusive comunitário.
Art. 47. O Poder Público deverá implantar obras que tenham § 1o Quando destinado a agricultor familiar ou
como objetivo o bem-estar social de comunidades rurais, empreendedor familiar rural, nos termos do art. 3o da Lei
compreendendo, entre outras: no 11.326, de 24 de julho de 2006, o crédito rural terá por
objetivo estimular a geração de renda e o melhor uso da
a) barragens, açudes, perfuração de poços, diques e
mão-de-obra familiar, por meio do financiamento de
comportas para projetos de irrigação, retificação de cursos
atividades e serviços rurais agropecuários e não
de água e drenagens de áreas alagadiças;
agropecuários, desde que desenvolvidos em
b) armazéns comunitários; estabelecimento rural ou áreas comunitárias próximas,
c) mercados de produtor; inclusive o turismo rural, a produção de artesanato e
assemelhados.
d) estradas;
§ 2o Quando destinado a agricultor familiar ou
e) escolas e postos de saúde rurais; empreendedor familiar rural, nos termos do art. 3o da Lei
f) energia; no 11.326, de 24 de julho de 2006, o crédito rural poderá ser
destinado à construção ou reforma de moradias no imóvel
g) comunicação; rural e em pequenas comunidades rurais.
h) saneamento básico; Art. 49. O crédito rural terá como beneficiários produtores
i) lazer. rurais extrativistas não predatórios e indígenas, assistidos
por instituições competentes, pessoas físicas ou jurídicas
CAPÍTULO XIII que, embora não conceituadas como produtores rurais, se
Do Crédito Rural dediquem às seguintes atividades vinculadas ao setor:
Art. 48. O crédito rural, instrumento de financiamento da I - produção de mudas ou sementes básicas, fiscalizadas ou
atividade rural, será suprido por todos os agentes certificadas;
financeiros sem discriminação entre eles, mediante II - produção de sêmen para inseminação artificial e
aplicação compulsória, recursos próprios livres, dotações embriões;
das operações oficiais de crédito, fundos e quaisquer outros
recursos, com os seguintes objetivos: III - atividades de pesca artesanal e aqüicultura para fins
comerciais;
I - estimular os investimentos rurais para produção,
extrativismo não predatório, armazenamento, IV - atividades florestais e pesqueiras.
beneficiamento e instalação de agroindústria, sendo esta § 1o Podem ser beneficiários do crédito rural de
quando realizada por produtor rural ou suas formas comercialização, quando necessário ao escoamento da
associativas; produção agropecuária, beneficiadores e agroindústrias
II - favorecer o custeio oportuno e adequado da produção, que beneficiem ou industrializem o produto, desde que
do extrativismo não predatório e da comercialização de comprovada a aquisição da matéria-prima diretamente
produtos agropecuários; de produtores ou suas cooperativas, por preço não inferior
ao mínimo fixado ou ao adotado como base de cálculo do
III - incentivar a introdução de métodos racionais no sistema financiamento, e mediante deliberação e disciplinamento do
de produção, visando ao aumento da produtividade, à Conselho Monetário Nacional.
melhoria do padrão de vida das populações rurais e à
adequada conservação do solo e preservação do meio § 2o Para efeito do disposto no § 1o deste artigo,
ambiente; enquadram-se como beneficiadores os cerealistas que
exerçam, cumulativamente, as atividades de limpeza,
IV - (Vetado). padronização, armazenamento e comercialização de
V - propiciar, através de modalidade de crédito fundiário, a produtos agrícolas.
aquisição e regularização de terras pelos pequenos Art. 50. A concessão de crédito rural observará os seguintes
produtores, posseiros e arrendatários e trabalhadores preceitos básicos:
rurais;
I - idoneidade do tomador;
VI - desenvolver atividades florestais e pesqueiras.
II - fiscalização pelo financiador;
VII – apoiar a substituição do sistema de pecuária extensivo
pelo sistema de pecuária intensivo; III - liberação do crédito diretamente aos agricultores ou por
intermédio de suas associações formais ou informais, ou
VIII – estimular o desenvolvimento do sistema orgânico de organizações cooperativas;
produção agropecuária.
IV - liberação do crédito em função do ciclo da produção e dificultada pela ocorrência de fenômenos naturais, pragas e
da capacidade de ampliação do financiamento; doenças que atinjam rebanhos e plantações;
V - prazos e épocas de reembolso ajustados à natureza e II - a indenização de recursos próprios utilizados pelo
especificidade das operações rurais, bem como à produtor em custeio rural, quando ocorrer perdas em virtude
capacidade de pagamento e às épocas normais de dos eventos citados no inciso anterior.
comercialização dos bens produzidos pelas atividades
Art. 60. O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária
financeiras.
(Proagro) será custeado:
§ 1° (Vetado).
I - por recursos provenientes da participação dos produtores
§ 2° Poderá exigir-se dos demais produtores rurais rurais;
contrapartida de recursos próprios, em percentuais
II - por outros recursos que vierem a ser alocados ao
diferenciados, tendo em conta a natureza e o interesse da
programa;
exploração agrícola.
II - por recursos do Orçamento da União e outros recursos
§ 3° A aprovação do crédito rural levará sempre em conta o
que vierem a ser alocados ao programa;
zoneamento agroecológico.
III - pelas receitas auferidas da aplicação dos recursos dos
Art. 51. (Vetado).
incisos anteriores.
Art. 52. O Poder Público assegurará crédito rural especial e
Art. 61. (Vetado).
diferenciado aos produtores rurais assentados em áreas de
reforma agrária. Art. 62. (Vetado).
Art. 53. (Vetado). Art. 63. (Vetado).
Art. 54. (Vetado). Art. 64. (Vetado).
CAPÍTULO XIV Art. 65. O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária
(Proagro) cobrirá integral ou parcialmente:
Do Crédito Fundiário
I - os financiamentos de custeio rural;
Art. 55. (Vetado).
II - os recursos próprios aplicados pelo produtor em custeio
CAPÍTULO XV
rural, vinculados ou não a financiamentos rurais.
Do Seguro Agrícola
Parágrafo único. Não serão cobertas as perdas relativas à
Art. 56. É instituído o seguro agrícola destinado a: exploração rural conduzida sem a observância da legislação
e das normas do Proagro.
I - cobrir prejuízos decorrentes de sinistros que atinjam bens
fixos e semifixos ou semoventes; Art. 65-A. Será operado, no âmbito do Proagro, o Programa
de Garantia da Atividade Agropecuária da Agricultura
II - cobrir prejuízos decorrentes de fenômenos naturais,
Familiar - PROAGRO Mais, que assegurará ao agricultor
pragas, doenças e outros que atinjam plantações.
familiar, na forma estabelecida pelo Conselho Monetário
Parágrafo único. As atividades florestais e pesqueiras serão Nacional:
amparadas pelo seguro agrícola previsto nesta lei.
I - a exoneração de obrigações financeiras relativas a
Art. 57. (Vetado). operação de crédito rural de custeio ou de parcelas de
Art. 58. A apólice de seguro agrícola poderá constituir investimento, cuja liquidação seja dificultada pela
garantia nas operações de crédito rural. ocorrência de fenômenos naturais, pragas e doenças que
atinjam rebanhos e plantações;
CAPÍTULO XVI
II - a indenização de recursos próprios utilizados pelo
Da Garantia da Atividade Agropecuária produtor em custeio ou em investimento rural, quando
ocorrerem perdas em virtude dos eventos citados no inciso
Art. 59. O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária I;
- PROAGRO será regido pelas disposições desta Lei e III - a garantia de renda mínima da produção agropecuária
assegurará ao produtor rural, na forma estabelecida pelo vinculada ao custeio rural.
Conselho Monetário Nacional:
Art. 65-B. A comprovação das perdas será efetuada pela
I - a exoneração de obrigações financeiras relativas a instituição financeira, mediante laudo de avaliação expedido
operação de crédito rural de custeio cuja liquidação seja por profissional habilitado.
Art. 65-C. Os Ministérios da Agricultura, Pecuária e III - caderneta de poupança rural operadas por instituições
Abastecimento - MAPA e do Desenvolvimento Agrário - públicas e privadas;
MDA, em articulação com o Banco Central do Brasil,
IV - recursos financeiros de origem externa, decorrentes de
deverão estabelecer conjuntamente as diretrizes para o
empréstimos, acordos ou convênios, especialmente
credenciamento e para a supervisão dos encarregados dos
reservados para aplicações em crédito rural;
serviços de comprovação de perdas imputáveis ao Proagro.
V - recursos captados pelas cooperativas de crédito rural;
Parágrafo único. O MDA credenciará e supervisionará os
encarregados da comprovação de perdas imputáveis ao VI - multas aplicadas a instituições do sistema financeiro
Proagro, devendo definir e divulgar instrumentos pelo descumprimento de leis e normas de crédito rural;
operacionais e a normatização técnica para o disposto VII - (Vetado).
neste artigo, observadas as diretrizes definidas na forma
do caput. VIII - recursos orçamentários da União;
Art. 66. Competirá à Comissão Especial de Recursos (CER) IX - (Vetado).
decidir, em única instância administrativa, sobre recursos X - outros recursos que venham a ser alocados pelo Poder
relativos à apuração de prejuízos e respectivas Público.
indenizações no âmbito do Programa de Garantia da
Atividade Agropecuária (Proagro) . Art. 82. São fontes de recursos financeiros para o seguro
agrícola:
Art. 66-A. O Proagro será administrado pelo Banco Central
do Brasil, conforme normas, critérios e condições definidas I - os recursos provenientes da participação dos produtores
pelo Conselho Monetário Nacional. rurais, pessoa física e jurídica, de suas cooperativas e
associações;
CAPÍTULO XVII
II - (Vetado).
Da Tributação e dos Incentivos Fiscais
III - (Vetado).
Art. 67. (Vetado).
VI - dotações orçamentárias e outros recursos alocados
Art. 68. (Vetado). pela União; e
Art. 69. (Vetado). VII - (Vetado).
Art. 70. (Vetado). Art. 83. (Vetado).
Art. 71. (Vetado). § 1° (Vetado).
Art. 72. (Vetado). § 2° (Vetado).
Art. 73. (Vetado). CAPÍTULO XIX
Art. 74. (Vetado). Da Irrigação e Drenagem
Art. 75. (Vetado). Art. 84. A política de irrigação e drenagem será executada
Art. 76. (Vetado). em todo o território nacional, de acordo com a Constituição
e com prioridade para áreas de comprovada aptidão para
CAPÍTULO XVIII irrigação, áreas de reforma agrária ou de colonização e
Do Fundo Nacional de Desenvolvimento Rural projetos públicos de irrigação.
Art. 77. (Vetado). Art. 85. Compete ao Poder Público:
Art. 78. (Vetado). I - estabelecer as diretrizes da política nacional de irrigação
e drenagem, ouvido o Conselho Nacional de Política
Art. 79. (Vetado).
Agrícola (CNPA);
Art. 80. (Vetado).
II - coordenar e executar o programa nacional de irrigação;
Art. 81. São fontes de recursos financeiros para o crédito
III - baixar normas objetivando o aproveitamento racional
rural:
dos recursos hídricos destinados à irrigação, promovendo a
I - (Vetado). integração das ações dos órgãos federais, estaduais,
municipais e entidades públicas, ouvido o Conselho
II - programas oficiais de fomento;
Nacional de PolíticaAgrícola (CNPA);
IV - apoiar estudos para a execução de obras de infra- II - a construção de pequenas centrais hidrelétricas e
estrutura e outras referentes ao aproveitamento das bacias termoelétricas de aproveitamento de resíduos agrícolas,
hidrográficas, áreas de rios perenizados ou vales irrigáveis, que objetivem a eletrificação rural por cooperativas rurais e
com vistas a melhor e mais racional utilização das águas outras formas associativas;
para irrigação;
III - os programas de florestamento energético e manejo
V - instituir linhas de financiamento ou incentivos, prevendo florestal, em conformidade com a legislação ambiental, nas
encargos e prazos, bem como modalidades de garantia propriedades rurais;
compatíveis com as características da agricultura irrigada,
IV - o estabelecimento de tarifas diferenciadas horozonais.
ouvido o Conselho Nacional de Política Agrícola (CNPA).
Art. 95. As empresas concessionárias de energia elétrica
Art. 86. (Vetado).
deverão promover a capacitação de mão-de-obra a ser
CAPÍTULO XX empregada nas pequenas centrais referidas no inciso II do
artigo anterior.
Da Habitação Rural
CAPÍTULO XXII
Art. 87. É criada a política de habitação rural, cabendo à
União destinar recursos financeiros para a construção e/ou Da Mecanização Agrícola
recuperação da habitação rural.
Art. 96. Compete ao Poder Público implementar um
§ 1° Parcela dos depósitos da Caderneta de Poupança conjunto de ações no âmbito da mecanização agrícola, para
Rural será destinada ao financiamento da habitação rural. que, com recursos humanos, materiais e financeiros,
alcance:
§ 2° (Vetado).
I - preservar e incrementar o parque nacional de máquinas
Art. 88. (Vetado).
agrícolas, evitando-se o sucateamento e obsolescência,
Art. 89. O Poder Público estabelecerá incentivos fiscais para proporcionando sua evolução tecnológica;
a empresa rural ou para o produtor rural, nos casos em que
II - incentivar a formação de empresas públicas ou privadas
sejam aplicados recursos próprios na habitação para o
com o objetivo de prestação de serviços mecanizados à
produtor rural.
agricultura, diretamente aos produtores e através de
Art. 90. (Vetado). associações ou cooperativas;
Art. 91. (Vetado). III - fortalecer a pesquisa nas universidades e institutos de
Art. 92. (Vetado). pesquisa e desenvolvimento na área de máquinas agrícolas
assim como os serviços de extensão rural e treinamento em
CAPÍTULO XXI mecanização;
Da Eletrificação Rural IV - aprimorar os centros de ensaios e testes para o
Art. 93. Compete ao Poder Público implementar a política desenvolvimento de máquinas agrícolas;
de eletrificação rural, com a participação dos produtores V - (Vetado).
rurais, cooperativas e outras entidades associativas.
VI - divulgar e estimular as práticas de mecanização que
§ 1° A política de energização rural e agroenergia engloba promovam a conservação do solo e do meio ambiente.
a eletrificação rural, qualquer que seja sua fonte de geração,
o reflorestamento energético e a produção de combustíveis, CAPÍTULO XXIII
a partir de culturas, da biomassa e dos resíduos agrícolas. Das Disposições Finais
§ 2° Entende-se por energização rural e agroenergia a Art. 97. No prazo de noventa dias da promulgação desta lei,
produção e utilização de insumos energéticos relevantes à o Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional
produção e produtividade agrícola e ao bem-estar social dos projeto de lei dispondo sobre: produção, comercialização e
agricultores e trabalhadores rurais. uso de produtos biológicos de uso em imunologia e de uso
Art. 94. O Poder Público incentivará prioritariamente: veterinário, corretivos, fertilizantes e inoculantes, sementes
e mudas, alimentos de origem animal e vegetal, código e
I - atividades de eletrificação rural e cooperativas rurais, uso de solo e da água, e reformulando a legislação que
através de financiamentos das instituições de crédito regula as atividades dos armazéns gerais.
oficiais, assistência técnica na implantação de projetos e
tarifas de compra e venda de energia elétrica, compatíveis Art. 98. É o Poder Executivo autorizado a outorgar
com os custos de prestação de serviços; concessões remuneradas de uso pelo prazo máximo de até
vinte e cinco anos, sobre as faixas de domínio das rodovias
federais, para fins exclusivos de implantação de energização, irrigação, armazenagem, telefonia e
reflorestamentos. habitação;
Parágrafo único. As concessões de que trata este artigo III - a preferência na prestação de serviços oficiais de
deverão obedecer às normas específicas sobre a utilização assistência técnica e de fomento, através dos órgãos
de bens públicos e móveis, constantes da legislação competentes;
pertinente.
IV - o fornecimento de mudas de espécies nativas e/ou
Art. 99. A partir do ano seguinte ao de promulgação desta ecologicamente adaptadas produzidas com a finalidade de
lei, obriga-se o proprietário rural, quando for o caso, a recompor a cobertura florestal; e
recompor em sua propriedade a Reserva Florestal Legal,
V - o apoio técnico-educativo no desenvolvimento de
prevista na Lei n° 4.771, de 1965, com a nova redação dada
projetos de preservação, conservação e recuperação
pela Lei n° 7.803, de 1989, mediante o plantio, em cada
ambiental.
ano, de pelo menos um trinta avos da área total para
complementar a referida Reserva Florestal Legal (RFL). Art. 104. São isentas de tributação e do pagamento do
Imposto Territorial Rural as áreas dos imóveis rurais
§ 1° (Vetado).
consideradas de preservação permanente e de reserva
§ 2° O reflorestamento de que trata o caput deste artigo será legal, previstas na Lei n° 4.771, de 1965, com a nova
efetuado mediante normas que serão aprovadas pelo órgão redação dada pela Lei n° 7.803, de 1989.
gestor da matéria.
Parágrafo único. A isenção do Imposto Territorial Rural
Art. 100. (Vetado). (ITR) estende-se às áreas da propriedade rural de interesse
ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim
Art. 101. (Vetado).
declarados por ato do órgão competente federal ou estadual
Art. 102. O solo deve ser respeitado como patrimônio e que ampliam as restrições de uso previstas no caput deste
natural do País. artigo.
Parágrafo único. A erosão dos solos deve ser combatida Art. 105. (Vetado).
pelo Poder Público e pelos proprietários rurais.
Art. 106. É o Ministério da Agricultura e Reforma Agrária
Art. 103. O Poder Público, através dos órgãos competentes, (Mara) autorizado a firmar convênios ou ajustes com os
concederá incentivos especiais ao proprietário rural que: Estados, o Distrito Federal, os Territórios, os Municípios,
I - preservar e conservar a cobertura florestal nativa entidades e órgãos públicos e privados, cooperativas,
existente na propriedade; sindicatos, universidades, fundações e associações,
visando ao desenvolvimento das atividades agropecuárias,
II - recuperar com espécies nativas ou ecologicamente agroindustriais, pesqueiras e florestais, dentro de todas as
adaptadas as áreas já devastadas de sua propriedade; ações, instrumentos, objetivos e atividades previstas nesta
III - sofrer limitação ou restrição no uso de recursos naturais lei.
existentes na sua propriedade, para fins de proteção dos Art. 107. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
ecossistemas, mediante ato do órgão competente, federal
ou estadual. Art. 108. Revogam-se as disposições em contrário.
§ 1o Na elaboração e execução dos projetos de que trata § 5o Na contratação, por intermédio da iniciativa privada, da
este artigo, serão sempre respeitados a preservação e o elaboração e execução dos projetos urbanísticos de que
livre acesso às praias marítimas, fluviais e lacustres e a trata este artigo, observados os procedimentos licitatórios
outras áreas de uso comum do povo. previstos em lei, quando os serviços contratados
envolverem, também, a cobrança e o recebimento das
§ 2º Como retribuição pelas obrigações assumidas na receitas deles decorrentes, poderá ser admitida a dedução
elaboração dos projetos de parcelamentos urbanos e rurais, prévia, pela contratada, da participação acordada.
os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e a iniciativa
privada farão jus a parte das receitas provenientes da Art. 5o A demarcação de terras, o cadastramento e os
alienação dos imóveis da União, no respectivo projeto de loteamentos, realizados com base no disposto no art. 4o,
parcelamento, até a satisfação integral dos custos por eles somente terão validade depois de homologados pela SPU.
assumidos, observado que: Art. 5o-A. Após a conclusão dos trabalhos, a Secretaria do
I - (revogado); Patrimônio da União (SPU) fica autorizada a utilizar, total ou
parcialmente, os dados e informações decorrentes dos
serviços executados por empresas contratadas para autoridade local da Secretaria do Patrimônio da União em
prestação de consultorias e elaboração de trabalhos de processo administrativo específico.
atualização e certificação cadastral, pelo prazo de até vinte
§ 4o Será inscrito o ocupante do imóvel, tornando-se este o
anos, nos termos constantes de ato da SPU.
responsável no cadastro dos bens dominiais da União, para
Seção II efeito de administração e cobrança de receitas
patrimoniais.
Do Cadastramento
§ 5o As ocupações anteriores à inscrição, sempre que
identificadas, serão anotadas no cadastro a que se refere o
Art. 6o Para fins do disposto no art. 1o desta Lei, as terras
§ 4o.
da União deverão ser cadastradas, nos termos do
regulamento. § 6o Os créditos originados em receitas patrimoniais
decorrentes da ocupação de imóvel da União serão
§ 1o Nas áreas urbanas, em imóveis possuídos por
lançados após concluído o processo administrativo
população carente ou de baixa renda para sua moradia,
correspondente, observadas a decadência e a
onde não for possível individualizar as posses, poderá ser
inexigibilidade previstas no art. 47 desta Lei.
feita a demarcação da área a ser regularizada, cadastrando-
se o assentamento, para posterior outorga de título de forma § 7º Para fins de regularização nos registros cadastrais da
individual ou coletiva. Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão das ocupações
§ 2o (Revogado).
ocorridas até 10 de junho de 2014, as transferências de
§ 3o (Revogado). posse na cadeia sucessória do imóvel serão anotadas no
§ 4o (Revogado). cadastro dos bens dominiais da União para o fim de
cobrança de receitas patrimoniais dos responsáveis,
Art. 6o-A No caso de cadastramento de ocupações para fins independentemente do prévio recolhimento do laudêmio.
de moradia cujo ocupante seja considerado carente ou de
baixa renda, na forma do § 2o do art. 1o do Decreto-Lei Art. 8o Na realização do cadastramento ou recadastramento
no 1.876, de 15 de julho de 1981, a União poderá proceder de ocupantes, serão observados os procedimentos
à regularização fundiária da área, utilizando, entre outros, previstos no art. 128 do Decreto-Lei no 9.760, de 5 de
os instrumentos previstos no art. 18, no inciso VI do art. 19 setembro de 1946, com as alterações desta Lei.
e nos arts. 22-A e 31 desta Lei. Art. 9o É vedada a inscrição de ocupações que:
Seção II-A I - ocorreram após 10 de junho de 2014;
Da Inscrição da Ocupação II - estejam concorrendo ou tenham concorrido para
comprometer a integridade das áreas de uso comum do
Art. 7o A inscrição de ocupação, a cargo da Secretaria do povo, de segurança nacional, de preservação ambiental ou
Patrimônio da União, é ato administrativo precário, resolúvel necessárias à preservação dos ecossistemas naturais e de
a qualquer tempo, que pressupõe o efetivo aproveitamento implantação de programas ou ações de regularização
do terreno pelo ocupante, nos termos do regulamento, fundiária de interesse social ou habitacionais das reservas
outorgada pela administração depois de analisada a indígenas, das áreas ocupadas por comunidades
conveniência e oportunidade, e gera obrigação de remanescentes de quilombos, das vias federais de
pagamento anual da taxa de ocupação. comunicação e das áreas reservadas para construção de
hidrelétricas ou congêneres, ressalvados os casos
§ 1o É vedada a inscrição de ocupação sem a comprovação especiais autorizados na forma da lei.
do efetivo aproveitamento de que trata o caput deste artigo.
Art. 10. Constatada a existência de posses ou ocupações
§ 2o A comprovação do efetivo aproveitamento será em desacordo com o disposto nesta Lei, a União deverá
dispensada nos casos de assentamentos informais imitir-se sumariamente na posse do imóvel, cancelando-se
definidos pelo Município como área ou zona especial de as inscrições eventualmente realizadas.
interesse social, nos termos do seu plano diretor ou outro
instrumento legal que garanta a função social da área, Parágrafo único. Até a efetiva desocupação, será devida à
exceto na faixa de fronteira ou quando se tratar de imóveis União indenização pela posse ou ocupação ilícita,
que estejam sob a administração do Ministério da Defesa e correspondente a 10% (dez por cento) do valor atualizado
dos Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. do domínio pleno do terreno, por ano ou fração de ano em
que a União tenha ficado privada da posse ou ocupação do
§ 3o A inscrição de ocupação de imóvel dominial da União, imóvel, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.
a pedido ou de ofício, será formalizada por meio de ato da
Art.10-A. A autorização de uso sustentável, de características físicas e econômicas, a partir de exames,
incumbência da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), vistorias e pesquisas.
ato administrativo excepcional, transitório e precário, é
§ 1o As avaliações no âmbito da União terão como objeto
outorgada às comunidades tradicionais, mediante termo,
os bens classificados como de uso comum do povo, de uso
quando houver necessidade de reconhecimento de
especial e dominicais, nos termos estabelecidos em ato da
ocupação em área da União, conforme procedimento
Secretaria do Patrimônio da União (SPU).
estabelecido em ato da referida Secretaria.
§ 2o Os imóveis da União cedidos ou administrados por
Parágrafo único. A autorização a que se refere
outros órgãos ou entidades da administração pública federal
o caput deste artigo visa a possibilitar a ordenação do uso
serão por estes avaliados, conforme critérios estabelecidos
racional e sustentável dos recursos naturais disponíveis na
em ato da Secretaria do Patrimônio da União (SPU).
orla marítima e fluvial, destinados à subsistência da
população tradicional, de maneira a possibilitar o início do Art. 11-B. O valor do domínio pleno do terreno da União será
processo de regularização fundiária que culminará na obtido com base na planta de valores da Secretaria de
concessão de título definitivo, quando cabível. Coordenação e Governança do Patrimônio da União.
SEÇÃO III I - (revogado);
Da Fiscalização e Conservação II - (revogado).
Art. 11. Caberá à SPU a incumbência de fiscalizar e zelar § 1º (Revogado).
para que sejam mantidas a destinação e o interesse público, § 2º (Revogado).
o uso e a integridade física dos imóveis pertencentes ao
patrimônio da União, podendo, para tanto, por intermédio de § 3º (Revogado).
seus técnicos credenciados, embargar serviços e obras, § 4º Os Municípios e o Distrito Federal fornecerão à
aplicar multas e demais sanções previstas em lei e, ainda, Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da
requisitar força policial federal e solicitar o necessário União, até 30 de junho de cada ano, o valor venal dos
auxílio de força pública estadual. terrenos localizados sob sua jurisdição, para subsidiar a
§ 1o Para fins do disposto neste artigo, quando necessário, atualização da base de dados da referida Secretaria.
a SPU poderá, na forma do regulamento, solicitar a § 5o Em caso de descumprimento do prazo estabelecido no
cooperação de força militar federal. § 4o deste artigo para encaminhamento do valor venal dos
§ 2o A incumbência de que trata o presente artigo não terrenos pelos Municípios e pelo Distrito Federal, o ente
implicará prejuízo para: federativo perderá o direito, no exercício seguinte, ao
repasse de 20% (vinte por cento) dos recursos arrecadados
I - as obrigações e responsabilidades previstas nos arts. por meio da cobrança de taxa de ocupação, foro e laudêmio
70 e 79, § 2o, do Decreto-Lei no 9.760, de 1946; aos Municípios e ao Distrito Federal onde estão localizados
II - as atribuições dos demais órgãos federais, com área de os imóveis que deram origem à cobrança, previstos
atuação direta ou indiretamente relacionada, nos termos da no Decreto-Lei no 2.398, de 21 de dezembro de 1987, e dos
legislação vigente, com o patrimônio da União. 20% (vinte por cento) da receita patrimonial decorrente da
alienação desses imóveis, conforme o disposto na Lei
§ 3o As obrigações e prerrogativas previstas neste artigo
no 13.240, de 30 de dezembro de 2015.
poderão ser repassadas, no que couber, às entidades
conveniadas ou contratadas na forma dos arts. 1o e 4o. § 6o Para o exercício de 2017, o valor de que trata
o caput deste artigo será determinado de acordo com a
§ 4o Constitui obrigação do Poder Público federal, estadual
planta de valores da Secretaria do Patrimônio da União
e municipal, observada a legislação específica vigente,
(SPU), referente ao exercício de 2016 e atualizada pelo
zelar pela manutenção das áreas de preservação
percentual de 7,17% (sete inteiros e dezessete centésimos
ambiental, das necessárias à proteção dos ecossistemas
por cento), ressalvada a correção de inconsistências
naturais e de uso comum do povo, independentemente da
cadastrais.
celebração de convênio para esse fim.
§ 7º Ato do Secretário de Coordenação e Governança do
Art. 11-A. Para efeitos desta Lei, considera-se avaliação de
Patrimônio da União disporá sobre as condições para o
imóvel a atividade desenvolvida por profissional habilitado
encaminhamento dos dados de que trata o § 4º deste
para identificar o valor de bem imóvel, os seus custos, frutos
artigo.
e direitos e determinar os indicadores de viabilidade de sua
utilização econômica para determinada finalidade, por meio § 8º O lançamento de débitos relacionados ao foro, à taxa
do seu valor de mercado, do valor da terra nua, do valor de ocupação e a outras receitas extraordinárias:
venal ou do valor de referência, consideradas suas
I - utilizará como parâmetro o valor do domínio pleno do § 5º A avaliação de que trata o § 4º deste artigo será
terreno estabelecido de acordo com o disposto baseada em métodos estatísticos lastreados em pesquisa
no caput deste artigo; e mercadológica e em níveis de precisão compatíveis com os
riscos aceitos, nos termos estabelecidos em ato do
II - observará o percentual de atualização de, no máximo, 5
Secretário de Coordenação e Governança do Patrimônio da
(cinco) vezes a variação acumulada do Índice Nacional de
União, desde que esses métodos:
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do exercício anterior,
aplicado sobre os valores cobrados no ano anterior, I - sejam previamente aprovados pela Secretaria de
ressalvada a correção de inconsistências cadastrais ou a Coordenação e Governança do Patrimônio da União;
existência de avaliação válida do imóvel.
II - sejam baseados em critérios, premissas e
§ 9º A Secretaria de Coordenação e Governança do procedimentos objetivos, documentados, passíveis de
Patrimônio da União atualizará a planta de valores verificação pelos órgãos de controle e disponíveis em
anualmente e estabelecerá os valores mínimos para fins de sistema eletrônico de dados; e
cobrança dos débitos a que se refere o § 8º deste artigo.
III - propiciem a geração de relatório individualizado da
§ 10. (VETADO). precificação do imóvel.
Art. 11-C. As avaliações para fins de alienação onerosa dos § 6º As avaliações poderão ser realizadas sem que haja
domínios pleno, útil ou direto de imóveis da União, permitida visita presencial, por meio de modelos de precificação,
a contratação da Caixa Econômica Federal ou de empresas automatizados ou não, nos termos dos §§ 4º e 5º deste
públicas, órgãos ou entidades da administração pública artigo.
direta ou indireta da União, do Distrito Federal, dos Estados
§ 7º Os laudos de avaliação dos imóveis elaborados por
ou dos Municípios cuja atividade-fim seja o
empresas especializadas serão homologados pela
desenvolvimento urbano ou imobiliário, com dispensa de
Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da
licitação, ou de empresa privada, por meio de licitação,
União ou pelo órgão ou entidade pública gestora do imóvel,
serão realizadas:
por meio de modelos preestabelecidos e sistema
I - pela Secretaria de Coordenação e Governança do automatizado.
Patrimônio da União; ou
§ 8º É dispensada a homologação de que trata o § 7º deste
II - pelo órgão ou entidade pública gestora responsável pelo artigo dos laudos de avaliação realizados por banco público
imóvel. federal ou por empresas públicas.
§ 1o O preço mínimo para as alienações onerosas será § 9º O órgão ou a entidade pública gestora poderá
fixado com base no valor de mercado do imóvel, estabelecer que o laudo de avaliação preveja os valores
estabelecido em laudo de avaliação, cujo prazo de validade para a venda do imóvel de acordo com prazo inferior à
será de, no máximo, doze meses. média de absorção do mercado.
§ 2o Para as áreas públicas da União objeto da Reurb-E, § 10. A Secretaria de Coordenação e Governança do
nos casos de venda direta, o preço de venda será fixado Patrimônio da União poderá utilizar o valor estimado nos
com base no valor de mercado do imóvel, excluídas as laudos de avaliação para fins de venda do imóvel em prazo
benfeitorias realizadas pelo ocupante, cujo prazo de menor do que a média de absorção do mercado.
validade da avaliação será de, no máximo, doze meses.
§ 11. É vedada a avaliação por empresas especializadas
§ 3o Para as alienações que tenham como objeto a remição cujos sócios sejam servidores da Secretaria de
do aforamento ou a venda do domínio pleno ou útil, para os Coordenação e Governança do Patrimônio da União ou da
ocupantes ou foreiros regularmente cadastrados na SPU, a Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e
avaliação, cujo prazo de validade será de, no máximo, doze Mercados do Ministério da Economia, ou seus parentes, em
meses, poderá ser realizada por trecho ou região, desde linha reta ou colateral, por consanguinidade ou afinidade,
que comprovadamente homogêneos, com base em até o terceiro grau, inclusive.
pesquisa mercadológica e critérios estabelecidos no
§ 12. Ato do Secretário de Coordenação e Governança do
zoneamento ou plano diretor do Município.
Patrimônio da União disporá sobre critérios técnicos para a
§ 4º Nas hipóteses de venda de terrenos de até 250 m² elaboração e a homologação dos laudos de avaliação.
(duzentos e cinquenta metros quadrados) em área urbana,
Art. 11-D. Ato do Secretário de Coordenação e Governança
ou de imóveis rurais de até o limite do módulo fiscal, definido
do Patrimônio da União estabelecerá critérios técnicos e
pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
impessoais para habilitação de profissionais com vistas à
(Incra), será admitida a avaliação por planta de valores.
execução de medidas necessárias ao processo de
alienação dos bens imóveis da União.
§ 1º A remuneração do profissional habilitado pela União do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da Gestão.
União será devida somente na hipótese de êxito do
§ 1o Previamente à publicação do edital de licitação, dar-se-
processo de alienação correspondente.
á conhecimento do preço mínimo para venda do domínio útil
§ 2º Os laudos de avaliação dos imóveis elaborados pelos ao titular da preferência de que trata este artigo, que poderá
avaliadores serão homologados pela Secretaria de adquiri-lo por esse valor, devendo, para este fim, sob pena
Coordenação e Governança do Patrimônio da União ou pelo de decadência, manifestar o seu interesse na aquisição e
órgão ou entidade pública gestora do imóvel, por meio de apresentar a documentação exigida em lei na forma e nos
modelos preestabelecidos e sistema automatizado. prazos previstos em regulamento e, ainda, celebrar o
contrato de aforamento de que trata o art. 14 no prazo de
§ 3º O profissional ou empresa que atender aos critérios
seis meses, a contar da data da notificação.
estabelecidos no ato a que se refere o caput deste artigo
será automaticamente considerado habilitado, sem § 2o O prazo para celebração do contrato de que trata o
necessidade de declaração da Secretaria de Coordenação parágrafo anterior poderá ser prorrogado, a pedido do
e Governança do Patrimônio da União. interessado e observadas as condições previstas em
regulamento, por mais seis meses, situação em que,
SEÇÃO IV
havendo variação significativa no mercado imobiliário local,
Do Aforamento será feita nova avaliação, correndo os custos de sua
Art. 12. Observadas as condições previstas no § 1o do art. realização por conta do respectivo ocupante.
23 e resguardadas as situações previstas no inciso I do art. § 3o A notificação de que trata o § 1o será feita por edital
5o do Decreto-Lei no 2.398, de 1987, os imóveis dominiais publicado no Diário Oficial da União e, sempre que possível,
da União, situados em zonas sujeitas ao regime enfitêutico, por carta registrada a ser enviada ao ocupante do imóvel
poderão ser aforados, mediante leilão ou concorrência que se encontre inscrito na SPU.
pública, respeitado, como preço mínimo, o valor de mercado
§ 4o O edital especificará o nome do ocupante, a localização
do respectivo domínio útil, estabelecido em avaliação de
do imóvel e a respectiva área, o valor de avaliação, bem
precisão, realizada, especificamente para esse fim, pela
como o local e horário de atendimento aos interessados.
SPU ou, sempre que necessário, pela Caixa Econômica
Federal, com validade de seis meses a contar da data de § 5o (Revogado).
sua publicação.
§ 6º Para fins de regularização nos registros cadastrais da
§ 1o Na impossibilidade, devidamente justificada, de Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do
realização de avaliação de precisão, será admitida a Planejamento, Desenvolvimento e Gestão dos aforamentos
avaliação expedita. ocorridos até 10 de junho de 2014, as transferências de
posse na cadeia sucessória do imóvel serão anotadas no
§ 2o Para realização das avaliações de que trata este artigo,
cadastro dos bens dominiais da União para o fim de
a SPU e a CEF poderão contratar serviços especializados
cobrança de receitas patrimoniais dos respectivos
de terceiros, devendo os respectivos laudos, para os fins
responsáveis, independentemente do prévio recolhimento
previstos nesta Lei, ser homologados por quem os tenha
do laudêmio.
contratado, quanto à observância das normas técnicas
pertinentes. Art. 14. O domínio útil, quando adquirido mediante o
exercício da preferência de que tratam o art. 13 e o § 3o do
§ 3o Não serão objeto de aforamento os imóveis que:
art. 17 desta Lei, poderá ser pago:
I - por sua natureza e em razão de norma especial, são ou
I - à vista;
venham a ser considerados indisponíveis e inalienáveis;
e II - a prazo, mediante pagamento, no ato da assinatura do
contrato de aforamento, de entrada mínima de 10% (dez por
II - são considerados de interesse do serviço público,
cento) do preço, a título de sinal e princípio de pagamento,
mediante ato do Secretário do Patrimônio da União do
e do saldo em até cento e vinte prestações mensais e
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
consecutivas, devidamente atualizadas, observando-se,
Art. 13. Na concessão do aforamento, será dada neste caso, que o término do parcelamento não poderá
preferência a quem, comprovadamente, em 10 de junho de ultrapassar a data em que o adquirente completar oitenta
2014, já ocupava o imóvel há mais de 1 (um) ano e esteja, anos de idade.
até a data da formalização do contrato de alienação do
Parágrafo único. (Revogado).
domínio útil, regularmente inscrito como ocupante e em dia
com suas obrigações perante a Secretaria do Patrimônio da Art. 15. A Secretaria do Patrimônio da União do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão promoverá,
mediante licitação, o aforamento dos terrenos de domínio Art. 16. Constatado, no processo de habilitação, que os
da União situados em zonas sujeitas ao regime enfitêutico adquirentes prestaram declaração falsa sobre pré-
que estiverem vagos ou ocupados há até 1 (um) ano em 10 requisitos necessários ao exercício da preferência de que
de junho de 2014, bem como daqueles cujos ocupantes não tratam os arts. 13, 15, § 2o, e 17, § 3o, desta Lei, e o inciso I
tenham exercido a preferência ou a opção de que tratam os do art. 5o do Decreto-Lei no 2.398, de 1987, os respectivos
arts. 13 e 17 desta Lei e o inciso I do caput do art. 5o do contratos de aforamento serão nulos de pleno direito, sem
Decreto-Lei no 2.398, de 21 de dezembro de 1987. prejuízo das sanções penais aplicáveis,
independentemente de notificação judicial ou extrajudicial,
§ 1o O domínio pleno das benfeitorias incorporadas ao
retornando automaticamente o imóvel ao domínio pleno da
imóvel, independentemente de quem as tenha realizado,
União e perdendo os compradores o valor correspondente
será também objeto de alienação.
aos pagamentos eventualmente já efetuados.
§ 2o Os ocupantes com até 1 (um) ano de ocupação em 10
Art. 16-A. Para os terrenos submetidos ao regime
de junho de 2014 que continuem ocupando o imóvel e
enfitêutico, ficam autorizadas a remição do foro e a
estejam regularmente inscritos e em dia com suas
consolidação do domínio pleno com o foreiro mediante o
obrigações perante a Secretaria do Patrimônio da União do
pagamento do valor correspondente ao domínio direto do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão na data
terreno, segundo os critérios de avaliação previstos no art.
da realização da licitação poderão adquirir o domínio útil do
11-C desta Lei, cujo prazo de validade da avaliação será de,
imóvel, em caráter preferencial, pelo preço, abstraído o
no máximo, doze meses, e das obrigações pendentes na
valor correspondente às benfeitorias por eles realizadas, e
Secretaria do Patrimônio da União (SPU), inclusive aquelas
nas mesmas condições oferecidas pelo vencedor da
objeto de parcelamento, excluídas as benfeitorias
licitação, desde que manifestem seu interesse no ato do
realizadas pelo foreiro.
pregão ou no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, contado
da publicação do resultado do julgamento da § 1o Ficam dispensadas do pagamento pela remição as
concorrência. pessoas consideradas carentes ou de baixa renda,
nos termos previstos no art. 1o do Decreto-Lei no 1.876, de
§ 3o O edital de licitação especificará, com base na
15 de julho de 1981.
proporção existente entre os valores apurados no laudo de
avaliação, o percentual a ser subtraído da proposta ou do § 2o A remição do foro e a consolidação do domínio pleno
lance vencedor, correspondente às benfeitorias realizadas com o foreiro a que se refere este artigo poderão ser
pelo ocupante, caso este exerça a preferência de que trata efetuadas à vista ou de forma parcelada, permitida a
o parágrafo anterior. utilização dos recursos do FGTS para pagamento total,
parcial ou em amortização de parcelas e liquidação do saldo
§ 4o Ocorrendo a venda, na forma deste artigo, do domínio
devedor, observadas as demais regras e condições
útil do imóvel a terceiros, será repassado ao ocupante,
estabelecidas para uso do FGTS.
exclusivamente neste caso, o valor correspondente às
benfeitorias por ele realizadas calculado com base no § 3o As demais condições para a remição do foro dos
percentual apurado na forma do parágrafo anterior, sendo imóveis submetidos ao regime enfitêutico a que se refere
vedada a extensão deste benefício a outros casos, mesmo este artigo serão estabelecidas em ato da Secretaria do
que semelhantes. Patrimônio da União (SPU).
§ 5o O repasse de que trata o parágrafo anterior será § 4o O foreiro que não optar pela aquisição dos imóveis de
realizado nas mesmas condições de pagamento, pelo que trata este artigo continuará submetido ao regime
adquirente, do preço do domínio útil. enfitêutico, na forma da legislação vigente.
§ 6o Caso o domínio útil do imóvel não seja vendido no § 5o A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) verificará
primeiro certame, serão promovidas, após a reintegração a regularidade cadastral dos imóveis a serem alienados e
sumária da União na posse do imóvel, novas licitações, nas procederá aos ajustes eventualmente necessários durante
quais não será dada nenhuma preferência ao ocupante. o processo de alienação.
§ 7o Os ocupantes que não exercerem, conforme o caso, as § 6o Não se aplica o disposto neste artigo aos imóveis da
preferências de que tratam os arts. 13 e 15, § 2o, e a opção União:
de que trata o art. 17, nos termos e condições previstos
I - administrados pelo Ministério das Relações Exteriores,
nesta Lei e em seu regulamento, terão o prazo de sessenta
pelo Ministério da Defesa ou pelos Comandos da Marinha,
dias para desocupar o imóvel, findo o qual ficarão sujeitos
do Exército ou da Aeronáutica;
ao pagamento de indenização pela ocupação ilícita,
correspondente a 10% (dez por cento) do valor atualizado II - situados na faixa de fronteira de que trata a Lei no 6.634,
do domínio pleno do terreno, por ano ou fração de ano, até de 2 de maio de 1979, ou na faixa de segurança de que trata
que a União seja reintegrada na posse do imóvel.
o § 3o do art. 49 do Ato das Disposições Constitucionais c) abastecimento de água potável;
Transitórias.
d) distribuição de energia elétrica; e
§ Para os fins desta Lei, considera-se faixa de segurança
7o
e) limpeza urbana, coleta e manejo de resíduos sólidos.
a extensão de trinta metros a partir do final da praia, nos
termos do § 3o do art. 10 da Lei no 7.661, de 16 de maio de § 3o A alienação dos imóveis de que trata o § 1o deste artigo
1988. não implica supressão das restrições administrativas de uso
ou edificação que possam prejudicar a segurança da
Art. 16-B. Fica o Poder Executivo Federal autorizado, por
navegação, conforme estabelecido em ato do Ministro de
intermédio da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), a
Estado da Defesa.
contratar a Caixa Econômica Federal, independentemente
de processo licitatório, para a prestação de serviços § 4o Não há necessidade de autorização legislativa
relacionados à administração dos contratos, à arrecadação específica para alienação dos imóveis arrolados na portaria
e à cobrança administrativa decorrentes da remição do foro a que se refere o caput deste artigo.
dos imóveis a que se refere o art. 16-A desta Lei. Art. 16-D. O adquirente receberá desconto de 25% (vinte e
Parágrafo único. A Caixa Econômica Federal representará cinco por cento) na aquisição à vista, com fundamento no
a União na celebração dos contratos de que trata art. 16-A desta Lei, desde que atendidas as seguintes
o caput deste artigo. condições, cumulativamente:
Art. 16-C. O Ministro de Estado do Planejamento, I – tenha sido apresentada manifestação de interesse para
Desenvolvimento e Gestão, permitida a delegação, editará a aquisição à vista com o desconto de que trata
portaria com a lista de áreas ou imóveis sujeitos à alienação o caput deste artigo no prazo de 30 (trinta) dias, contado a
nos termos do art. 16-A desta Lei. partir da data do recebimento da notificação da inclusão do
imóvel na portaria de que trata o art. 16-C desta Lei; e
§ 1o Os terrenos de marinha e acrescidos alienados na
forma desta Lei: II – tenha sido efetuado o pagamento à vista do valor da
alienação no prazo de 60 (sessenta) dias, contado a partir
I - não incluirão:
da data da manifestação de interesse do adquirente.
a) áreas de preservação permanente, na forma do inciso II
Parágrafo único. Para as alienações efetuadas de forma
do caput do art. 3o da Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012;
parcelada não será concedido desconto.
ou
Art. 16-E. O pagamento das alienações realizadas nos
b) áreas em que seja vedado o parcelamento do solo, na
termos do art. 16-A desta Lei observará critérios fixados em
forma do art. 3o e do inciso I do caput do art. 13 da Lei
regulamento e poderá ser realizado:
no 6.766, de 19 de dezembro de 1979;
I - à vista;
II - deverão estar situados em área urbana consolidada.
II - a prazo, mediante as condições de parcelamento
§ 2o Para os fins desta Lei, considera-se área urbana
estabelecidas em ato da Secretaria do Patrimônio da União
consolidada aquela:
(SPU).
I - incluída no perímetro urbano ou em zona urbana pelo
Art. 16-F. Para os imóveis divididos em frações ideais em
plano diretor ou por lei municipal específica;
que já tenha havido aforamento de, no mínimo, uma das
II - com sistema viário implantado e vias de circulação unidades autônomas, na forma do item 1o do art. 105 do
pavimentadas; Decreto-Lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, combinado
com o inciso I do caput do art. 5o do Decreto-Lei no 2.398,
III - organizada em quadras e lotes predominantemente
de 21 de dezembro 1987, será aplicado o mesmo critério de
edificados;
outorga de aforamento para as demais unidades do imóvel.
IV - de uso predominantemente urbano, caracterizado pela
Art. 16-G. A União repassará 20% (vinte por cento) da
existência de edificações residenciais, comerciais,
receita patrimonial decorrente da remição do foro dos
industriais, institucionais, mistas ou voltadas à prestação de
imóveis a que se refere o art. 16-A desta Lei aos Municípios
serviços; e
e ao Distrito Federal onde estão localizados.
V - com a presença de, no mínimo, três dos seguintes
Art. 16-H. Fica a Secretaria do Patrimônio da União (SPU)
equipamentos de infraestrutura urbana implantados:
autorizada a receber Proposta de Manifestação de
a) drenagem de águas pluviais; Aquisição, por foreiro de imóvel da União, que esteja
b) esgotamento sanitário; regularmente inscrito e adimplente com suas obrigações
com aquela Secretaria.
§ 1o O foreiro deverá apresentar à SPU carta formalizando Art. 17. Os ocupantes regularmente inscritos até 5 de
o interesse na aquisição juntamente com a identificação do outubro de 1988, que não exercerem a preferência de que
imóvel e do foreiro, comprovação do período de foro e de trata o art. 13, terão os seus direitos e obrigações
estar em dia com as respectivas taxas, avaliação do imóvel assegurados mediante a celebração de contratos de cessão
e das benfeitorias, proposta de pagamento e, para imóveis de uso onerosa, por prazo indeterminado.
rurais, georreferenciamento e CAR individualizado.
§ 1o A opção pela celebração do contrato de cessão de que
§ 2o Para a análise da Proposta de Manifestação de trata este artigo deverá ser manifestada e formalizada, sob
Aquisição de que trata este artigo deverão ser cumpridos pena de decadência, observando-se os mesmos prazos
todos os requisitos e condicionantes estabelecidos na previstos no art. 13 para exercício da preferência ao
legislação que normatiza a alienação de imóveis da União, aforamento.
mediante a edição da portaria do Ministério do
§ 2o Havendo interesse do serviço público, a União poderá,
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão de que trata o art.
a qualquer tempo, revogar o contrato de cessão e
16-C, bem como os critérios de avaliação previstos no art.
reintegrar-se na posse do imóvel, após o decurso do prazo
11-C, ambos desta Lei.
de noventa dias da notificação administrativa que para esse
§ 3o O protocolo da Proposta de Manifestação de Aquisição fim expedir, em cada caso, não sendo reconhecidos ao
de imóvel da União pela Secretaria do Patrimônio da União cessionário quaisquer direitos sobre o terreno ou a
(SPU) não constituirá nenhum direito ao foreiro perante a indenização por benfeitorias realizadas.
União.
§ 3o A qualquer tempo, durante a vigência do contrato de
§ 4o A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) fica cessão, poderá o cessionário pleitear novamente a
autorizada a regulamentar a Proposta de Manifestação de preferência à aquisição, exceto na hipótese de haver sido
Aquisição de que trata este artigo, mediante edição de declarado o interesse do serviço público, na forma do art.
portaria específica. 5o do Decreto-Lei no 2.398, de 1987.
Art. 16-I. Os imóveis submetidos ao regime enfitêutico com SEÇÃO VI
valor de remição do domínio direto do terreno até o limite
Da Cessão
estabelecido em ato do Ministro de Estado da Economia
terão, mediante procedimento simplificado, a remição do Art. 18. A critério do Poder Executivo poderão ser cedidos,
foro autorizada, e o domínio pleno será consolidado em gratuitamente ou em condições especiais, sob qualquer dos
nome dos atuais foreiros que estejam regularmente regimes previstos no Decreto-Lei no 9.760, de 1946, imóveis
cadastrados na Secretaria de Coordenação e Governança da União a:
do Patrimônio da União e que estejam em dia com suas I - Estados, Distrito Federal, Municípios e entidades sem fins
obrigações. lucrativos das áreas de educação, cultura, assistência social
§ 1º O valor para remição do foro dos imóveis enquadrados ou saúde;
no caput deste artigo será definido de acordo com a planta II - pessoas físicas ou jurídicas, em se tratando de interesse
de valores da Secretaria de Coordenação e Governança do público ou social ou de aproveitamento econômico de
Patrimônio da União, observado, no que couber, o disposto interesse nacional.
no art. 11-C desta Lei.
§ 1o A cessão de que trata este artigo poderá ser realizada,
§ 2º Os imóveis sujeitos à alienação nos termos deste artigo ainda, sob o regime de concessão de direito real de uso
serão remidos mediante venda direta ao atual foreiro, resolúvel, previsto no art. 7º do Decreto-Lei nº 271, de 28 de
dispensada a edição de portaria específica. fevereiro de 1967, aplicando-se, inclusive, em terrenos de
§ 3º Os imóveis com valor do domínio direto do terreno marinha e acrescidos, dispensando-se o procedimento
superior ao estabelecido em ato do Ministro de Estado da licitatório para associações e cooperativas que se
Economia poderão ser alienados nos termos do art. 16-A enquadrem no inciso II do caput deste artigo.
desta Lei. § 2o O espaço aéreo sobre bens públicos, o espaço físico
§ 4º A hipótese de que trata este artigo está condicionada à em águas públicas, as áreas de álveo de lagos, rios e
edição de ato do Secretário de Coordenação e Governança quaisquer correntes d’água, de vazantes, da plataforma
do Patrimônio da União que discipline os procedimentos e continental e de outros bens de domínio da União,
o cronograma dos imóveis abrangidos. insusceptíveis de transferência de direitos reais a terceiros,
poderão ser objeto de cessão de uso, nos termos deste
SEÇÃO V
artigo, observadas as prescrições legais vigentes.
Dos Direitos dos Ocupantes Regularmente Inscritos
§ 3o A cessão será autorizada em ato do Presidente da
até 5 de Outubro de 1988
República e se formalizará mediante termo ou contrato, do
qual constarão expressamente as condições estabelecidas, § 9o Na hipótese prevista no § 8o deste artigo, caso haja a
entre as quais a finalidade da sua realização e o prazo para instalação de tubulação subterrânea e subaquática que
seu cumprimento, e tornar-se-á nula, independentemente permita outro uso concomitante, a destinação dar-se-á por
de ato especial, se ao imóvel, no todo ou em parte, vier a meio de autorização de passagem, nos termos de ato da
ser dada aplicação diversa da prevista no ato autorizativo e Secretaria do Patrimônio da União (SPU
conseqüente termo ou contrato.
§ 10. A cessão de que trata este artigo poderá estabelecer
§ 4o A competência para autorizar a cessão de que trata como contrapartida a obrigação de construir, reformar ou
este artigo poderá ser delegada ao Ministro de Estado da prestar serviços de engenharia em imóveis da União ou em
Fazenda, permitida a subdelegação. bens móveis de interesse da União, admitida a
contrapartida em imóveis da União que não sejam objeto da
§ 5º Na hipótese de destinação à execução de
cessão.
empreendimento de fim lucrativo, a cessão será onerosa e,
sempre que houver condições de competitividade, serão § 11. A cessão com contrapartida será celebrada sob
observados os procedimentos licitatórios previstos em lei e condição resolutiva até que a obrigação seja integralmente
o disposto no art. 18-B desta Lei. cumprida pelo cessionário.
§ 6o Fica dispensada de licitação a cessão prevista § 12. Na hipótese de descumprimento pelo cessionário da
no caput deste artigo relativa a: contrapartida, nas condições e nos prazos estabelecidos, o
instrumento jurídico da cessão resolver-se-á sem direito à
I - bens imóveis residenciais construídos, destinados ou
indenização pelas acessões e benfeitorias nem a qualquer
efetivamente utilizados no âmbito de programas de provisão
outra indenização ao cessionário, e a posse do imóvel será
habitacional ou de regularização fundiária de
imediatamente revertida para a União.
interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
administração pública; Art. 18-A. Os responsáveis pelas estruturas náuticas
instaladas ou em instalação no mar territorial, nos rios e nos
II - bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área
lagos de domínio da União que requererem a sua
de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados),
regularização até 31 de dezembro de 2018 perceberão
inseridos no âmbito de programas de regularização
desconto de 50% (cinquenta por cento) no valor do
fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou
recolhimento do preço público pelo uso privativo de área da
entidades da administração pública e cuja ocupação se
União quanto ao período que antecedeu a data de
tenha consolidado até 27 de abril de 2006.
publicação da Medida Provisória no 759, de 22 de dezembro
III - espaços físicos em corpos d’água de domínio da União de 2016.
para fins de aquicultura, no âmbito da regularização
§ 1o O desconto de que trata o caput deste artigo fica
aquícola desenvolvida por órgãos ou entidades da
condicionado ao deferimento do pedido de regularização
administração pública.
pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU).
§ 6º-A. Os espaços físicos a que refere o inciso III do § 6º
§ 2o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos
deste artigo serão cedidos ao requerente que tiver projeto
créditos inscritos em dívida ativa da União.
aprovado perante a Secretaria de Aquicultura e Pesca do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Art. 18-B. Os imóveis da União que estiverem ocupados por
demais órgãos da administração pública. entidades desportivas de quaisquer modalidades poderão
ser objeto de cessão em condições especiais, dispensado
§ 7o Além das hipóteses previstas nos incisos I e II
o procedimento licitatório e observadas as seguintes
do caput e no § 2o deste artigo, o espaço aéreo sobre bens
condições:
públicos, o espaço físico em águas públicas, as áreas de
álveo de lagos, rios e quaisquer correntes d’água, de I – que as ocupações sejam anteriores a 5 de outubro de
vazantes e de outros bens do domínio da União, contíguos 1988, exclusivamente; e
a imóveis da União afetados ao regime de aforamento ou
II – que a cessão seja pelo prazo máximo de 30 (trinta) anos,
ocupação, poderão ser objeto de cessão de uso.
admitidas prorrogações por iguais períodos.
§ 8o A destinação que tenha como beneficiários entes
§ 1º A cessão será formalizada por meio de termo ou de
públicos ou privados concessionários ou delegatários da
contrato, do qual constarão expressamente as condições
prestação de serviços de coleta, tratamento e distribuição
estabelecidas.
de água potável, esgoto sanitário e destinação final de
resíduos sólidos poderá ser realizada com dispensa de § 2º A cessão será tornada nula, independentemente de
licitação e sob regime gratuito. ato especial, se ao imóvel vier a ser dada aplicação diversa
da prevista no termo ou no contrato, no todo ou em parte,
observado o disposto no § 5º do art. 18 desta Lei.
§ 3º As entidades desportivas de que trata este artigo exercício de atividade de apoio, definidas em regulamento,
receberão desconto de 50% (cinquenta por cento) sobre os necessárias ao desempenho da atividade do órgão a que o
débitos inadimplidos relativos a preços públicos pelo uso imóvel foi entregue.
privativo de área da União quanto ao período anterior à data
Parágrafo único. A cessão de que trata este artigo será
de formalização do termo ou do contrato.
formalizada pelo chefe da repartição, estabelecimento ou
§ 4º O desconto de que trata o § 3º deste artigo somente serviço público federal a que tenha sido entregue o imóvel,
será concedido aos interessados que requererem a desde que aprovada sua realização pelo Secretário-Geral
regularização até 31 de dezembro de 2019 e ficará da Presidência da República, respectivos Ministros de
condicionado ao deferimento do pedido pela Secretaria do Estado ou autoridades com competência equivalente nos
Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Poderes Legislativo ou Judiciário, conforme for o caso, e
Desenvolvimento e Gestão. tenham sido observadas as condições previstas no
regulamento e os procedimentos licitatórios previstos em lei.
Art. 19. O ato autorizativo da cessão de que trata o artigo
anterior poderá: Art. 21. Quando o projeto envolver investimentos cujo
retorno, justificadamente, não possa ocorrer dentro do
I - permitir a alienação do domínio útil ou de direitos reais de
prazo máximo de 20 (vinte) anos, a cessão sob o regime de
uso de frações do terreno cedido mediante regime
arrendamento poderá ser realizada por prazo superior,
competente, com a finalidade de obter recursos para
observando-se, nesse caso, como prazo de vigência, o
execução dos objetivos da cessão, inclusive para
tempo seguramente necessário à viabilização econômico-
construção de edificações que pertencerão, no todo ou em
financeira do empreendimento, não ultrapassando o
parte, ao cessionário;
período da possível renovação.
II - permitir a hipoteca do domínio útil ou de direitos reais de
SEÇÃO VII
uso de frações do terreno cedido, mediante regime
competente, e de benfeitorias eventualmente aderidas, com Da Permissão de Uso
as finalidades referidas no inciso anterior;
Art. 22. A utilização, a título precário, de áreas de domínio
III - permitir a locação ou o arrendamento de partes do da União para a realização de eventos de curta duração, de
imóvel cedido e benfeitorias eventualmente aderidas, natureza recreativa, esportiva, cultural, religiosa ou
desnecessárias ao uso imediato do cessionário; educacional, poderá ser autorizada, na forma do
regulamento, sob o regime de permissão de uso, em ato do
IV - isentar o cessionário do pagamento de foro, enquanto
Secretário do Patrimônio da União, publicado no Diário
o domínio útil do terreno fizer parte do seu patrimônio, e de
Oficial da União.
laudêmios, nas transferências de domínio útil de que trata
este artigo; § 1o A competência para autorizar a permissão de uso de
que trata este artigo poderá ser delegada aos titulares das
V - conceder prazo de carência para início de pagamento
Delegacias do Patrimônio da União nos Estados.
das retribuições devidas, quando:
§ 2o Em áreas específicas, devidamente identificadas, a
a) for necessária a viabilização econômico-financeira do
competência para autorizar a permissão de uso poderá ser
empreendimento;
repassada aos Estados e Municípios, devendo, para tal fim,
b) houver interesse em incentivar atividade pouco ou ainda as áreas envolvidas lhes serem cedidas sob o regime de
não desenvolvida no País ou em alguma de suas regiões; cessão de uso, na forma do art. 18.
ou
Seção VIII
c) for necessário ao desenvolvimento de microempresas,
cooperativas e associações de pequenos produtores e de
Da Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia
outros segmentos da economia brasileira que precisem ser
incrementados. Art. 22-A. A concessão de uso especial para fins de
moradia aplica-se às áreas de propriedade da União,
VI - permitir a cessão gratuita de direitos enfitêuticos
inclusive aos terrenos de marinha e acrescidos, e será
relativos a frações de terrenos cedidos quando se tratar de
conferida aos possuidores ou ocupantes que preencham os
regularização fundiária ou provisão habitacional para
requisitos legais estabelecidos na Medida Provisória
famílias carentes ou de baixa renda.
no 2.220, de 4 de setembro de 2001.
Art. 20. Não será considerada utilização em fim diferente do
§ 1o O direito de que trata o caput deste artigo não se aplica
previsto no termo de entrega, a que se refere o § 2o do art.
a imóveis funcionais.
79 do Decreto-Lei no 9.760, de 1946, a cessão de uso a
terceiros, a título gratuito ou oneroso, de áreas para
§ 2o Os imóveis sob administração do Ministério da Defesa Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da
ou dos Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica União serão desconsideradas.
são considerados de interesse da defesa nacional para
§ 7º As propostas apresentadas nos termos deste artigo
efeito do disposto no inciso III do caput do art. 5º da Medida
serão disponibilizadas pela Secretaria de Coordenação e
Provisória nº 2.220, de 4 de setembro de 2001, sem prejuízo
Governança do Patrimônio da União em sua página na
do estabelecido no § 1o deste artigo.
internet, exceto as propostas de que trata o § 6º deste
CAPÍTULO II artigo.
DA ALIENAÇÃO § 8º Ato do Secretário de Coordenação e Governança do
Patrimônio da União disporá sobre o conteúdo e a forma do
Art. 23. A alienação de bens imóveis da União dependerá
requerimento de que trata o caput deste artigo.
de autorização, mediante ato do Presidente da República, e
será sempre precedida de parecer da SPU quanto à sua SEÇÃO I
oportunidade e conveniência.
Da Venda
§ 1o A alienação ocorrerá quando não houver interesse
Art. 24. A venda de bens imóveis da União será feita
público, econômico ou social em manter o imóvel no
mediante concorrência ou leilão público, observadas as
domínio da União, nem inconveniência quanto à
seguintes condições:
preservação ambiental e à defesa nacional, no
desaparecimento do vínculo de propriedade. I - na venda por leilão público, a publicação do edital
observará as mesmas disposições legais aplicáveis à
§ 2o A competência para autorizar a alienação poderá ser
concorrência pública;
delegada ao Ministro de Estado da Fazenda, permitida a
subdelegação. II - os licitantes apresentarão propostas ou lances distintos
para cada imóvel;
Art. 23-A. Qualquer interessado poderá apresentar proposta
de aquisição de imóveis da União que não estejam inscritos III - (revogado);
em regime enfitêutico ou em ocupação, mediante IV - no caso de leilão público, o arrematante pagará, no ato
requerimento específico à Secretaria de Coordenação e do pregão, sinal correspondente a, no mínimo, 10% (dez por
Governança do Patrimônio da União. cento) do valor da arrematação, complementando o preço
§ 1º O requerimento de que trata o caput deste artigo não no prazo e nas condições previstas no edital, sob pena de
gera para a administração pública federal obrigação de perder, em favor da União, o valor correspondente ao sinal
alienar o imóvel nem direito subjetivo à aquisição. e, em favor do leiloeiro, se for o caso, a respectiva
comissão;
§ 2º A Secretaria de Coordenação e Governança do
Patrimônio da União manifestar-se-á sobre o requerimento V - o leilão público será realizado por leiloeiro oficial ou por
de que trata o caput deste artigo e avaliará a conveniência servidor especialmente designado;
e a oportunidade de alienar o imóvel. VI - quando o leilão público for realizado por leiloeiro oficial,
§ 3º Na hipótese de manifestação favorável da Secretaria a respectiva comissão será, na forma do regulamento, de
de Coordenação e Governança do Patrimônio da União, se até 5% (cinco por cento) do valor da arrematação e será
o imóvel não possuir avaliação dentro do prazo de validade, paga pelo arrematante, juntamente com o sinal;
o interessado providenciará, a expensas dele, avaliação VII - o preço mínimo de venda será fixado com base no valor
elaborada por avaliador habilitado ou empresa de mercado do imóvel, estabelecido na forma dos arts. 11-
especializada, nos termos dos §§ 1º, 7º e 8º do art. 11-C C, 11-D e 23-A desta Lei; e
desta Lei.
VIII - demais condições previstas no regulamento e no edital
§ 4º Compete à Secretaria de Coordenação e Governança de licitação.
do Patrimônio da União homologar os laudos de avaliação
e iniciar o processo de alienação do imóvel, observado o § 1º (Revogado).
disposto no art. 24 desta Lei. § 2o Para realização das avaliações de que trata o inciso
§ 5º A homologação de avaliação pela Secretaria de VII, é dispensada a homologação dos serviços técnicos de
Coordenação e Governança do Patrimônio da União não engenharia realizados pela Caixa Econômica Federal.
constituirá nenhum direito ao interessado, e a Secretaria § 3o Poderá adquirir o imóvel, em condições de igualdade
poderá desistir da alienação. com o vencedor da licitação, o cessionário de direito real ou
§ 6º As propostas apresentadas que não cumprirem os pessoal, o locatário ou arrendatário que esteja em dia com
requisitos mínimos ou que forem descartadas de plano pela suas obrigações junto à SPU, bem como o expropriado.
3o-A. Os ocupantes regulares de imóveis funcionais da § 4º Na hipótese de que trata o § 3º deste artigo, caberá ao
União poderão adquiri-los, com direito de preferência, comprador o pagamento dos valores de corretagem.
excluídos aqueles considerados indispensáveis ao serviço
§ 5º Na hipótese de realização de leilão eletrônico, nos
público, em condições de igualdade com o vencedor da
termos do § 8º do art. 24 desta Lei, a Secretaria de
licitação.
Coordenação e Governança do Patrimônio da União poderá
§ 4o A venda, em quaisquer das modalidades previstas realizar sessões públicas com prazos definidos e aplicar
neste artigo, poderá ser parcelada, mediante pagamento de descontos sucessivos, até o limite de 25% (vinte e cinco por
sinal correspondente a, no mínimo, 10% (dez por cento) do cento) sobre o valor de avaliação vigente.
valor de aquisição, na forma a ser regulamentada em ato do
Art. 24-B. A Secretaria de Coordenação e Governança do
Poder Executivo federal.
Patrimônio da União poderá realizar a alienação de imóveis
§ 5o (Revogado). da União por lote, se essa modalidade implicar, conforme
demonstrado em parecer técnico:
§ 6º O interessado que tiver custeado a avaliação poderá
adquirir o imóvel, em condições de igualdade com o I - maior valorização dos bens;
vencedor da licitação, na hipótese de não serem exercidos
II - maior liquidez para os imóveis cuja alienação isolada
os direitos previstos nos §§ 3º e 3º-A deste artigo.
seja difícil ou não recomendada; ou
§ 7º O vencedor da licitação ressarcirá os gastos com a
III - outras situações decorrentes das práticas normais do
avaliação diretamente àquele que a tiver custeado, na
mercado ou em que se observem condições mais
hipótese de o vencedor ser outra pessoa, observados os
vantajosas para a administração pública, devidamente
limites de remuneração da avaliação estabelecidos pelo
fundamentadas.
Secretário de Coordenação e Governança do Patrimônio da
União. Parágrafo único. A alienação por lote a que se refere
o caput deste artigo somente poderá ser adotada após o
§ 8º Os procedimentos licitatórios de que trata este artigo
encerramento da vigência do estado de emergência em
poderão ser realizados integralmente por meio de recursos
saúde pública a que se refere a Lei nº 13.979, de 6 de
de tecnologia da informação, com a utilização de sistemas
fevereiro de 2020.
próprios ou disponibilizados por terceiros, mediante acordo
ou contrato. Art. 24-C. A Secretaria de Coordenação e Governança do
Patrimônio da União poderá contratar empresas privadas,
§ 9º Os procedimentos específicos a serem adotados na
por meio de licitação, ou bancos públicos federais, bem
execução do disposto no § 8º deste artigo serão
como empresas públicas, órgãos ou entidades da
estabelecidos em ato específico do Secretário de
administração pública direta ou indireta da União, do Distrito
Coordenação e Governança do Patrimônio da União.
Federal, dos Estados ou dos Municípios cuja atividade-fim
Art. 24-A. Na hipótese de concorrência ou leilão público seja o desenvolvimento urbano ou imobiliário, com dispensa
deserto ou fracassado na venda de bens imóveis da União, de licitação, e celebrar convênios ou acordos de
poderão esses imóveis ser disponibilizados para venda cooperação com os demais entes da Federação e seus
direta. órgãos para:
Parágrafo único. (Revogado). I - elaboração de propostas de alienação para bens
individuais ou lotes de ativos imobiliários da União;
§ 1º Na hipótese de concorrência ou leilão público deserto
ou fracassado, a Secretaria de Coordenação e Governança II - execução de ações de cadastramento, de regularização,
do Patrimônio da União poderá realizar segunda de avaliação e de alienação dos bens imóveis; e
concorrência ou leilão público com desconto de 25% (vinte
III - execução das atividades de alienação dos ativos
e cinco por cento) sobre o valor de avaliação vigente.
indicados, incluídas a realização do procedimento licitatório
§ 2º Na hipótese de concorrência ou leilão público deserto e a representação da União na assinatura dos instrumentos
ou fracassado por 2 (duas) vezes consecutivas, os imóveis jurídicos indicados.
serão disponibilizados automaticamente para venda direta,
§ 1º Fica dispensada a homologação da avaliação
aplicado o desconto de 25% (vinte e cinco por cento) sobre
realizada, nos termos deste artigo, por bancos públicos
o valor de avaliação.
federais ou empresas públicas, órgãos ou entidades da
§ 3º A compra de imóveis da União disponibilizados para administração pública direta ou indireta da União, do Distrito
venda direta poderá ser intermediada por corretores de Federal, dos Estados ou dos Municípios que tenham como
imóveis. atividade-fim o desenvolvimento urbano ou imobiliário, bem
como nas hipóteses de convênios ou acordos de
cooperação firmados com órgãos ou entidades da
administração pública federal, estadual, distrital ou que couber, as demais condições estabelecidas para os
municipal. ocupantes.
§ 2º A remuneração fixa, a remuneração variável ou a Parágrafo único. A preferência de que trata este artigo
combinação das duas modalidades, em percentual da poderá, ainda, ser estendida àquele que, atendendo as
operação concluída, poderá ser admitida, além do demais condições previstas neste artigo, esteja
ressarcimento dos gastos efetuados com terceiros regularmente cadastrado como locatário,
necessários à execução dos processos de alienação independentemente da existência de contrato locativo.
previstos neste artigo, conforme estabelecido em ato do
Art. 26. Em se tratando de projeto de caráter social para
Secretário de Coordenação e Governança do Patrimônio da
fins de moradia, a venda do domínio pleno ou útil observará
União e no ato de contratação.
os critérios de habilitação e renda familiar fixados em
§ 3º Outras condições para a execução das ações previstas regulamento, podendo o pagamento ser efetivado mediante
neste artigo serão estabelecidas em ato do Secretário de um sinal de, no mínimo, 5% (cinco por cento) do valor da
Coordenação e Governança do Patrimônio da União. avaliação, permitido o seu parcelamento em até 2 (duas)
vezes e do saldo em até 300 (trezentas) prestações
Art. 24-D. A Secretaria de Coordenação e Governança do
mensais e consecutivas, observando-se, como mínimo, a
Patrimônio da União poderá contratar o Banco Nacional de
quantia correspondente a 30% (trinta por cento) do valor do
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com
salário mínimo vigente.
dispensa de licitação, para a realização de estudos e a
execução de plano de desestatização de ativos imobiliários § 1o (Revogado).
da União.
§ 2o (Revogado).
§ 1º A desestatização referida no caput deste artigo poderá
SEÇÃO II
ocorrer por meio de:
Da Permuta
I - remição de foro, alienação mediante venda ou permuta,
cessão ou concessão de direito real de uso; Art. 30. Poderá ser autorizada, na forma do art. 23, a
permuta de imóveis de qualquer natureza, de propriedade
II - constituição de fundos de investimento imobiliário e
da União, por imóveis edificados ou não, ou por edificações
contratação de seus gestores e administradores, conforme
a construir.
legislação vigente; ou
§ 1o Os imóveis permutados com base neste artigo não
III - qualquer outro meio admitido em lei.
poderão ser utilizados para fins residenciais funcionais,
§ 2º Os atos de que trata o inciso I do § 1º deste artigo exceto nos casos de residências de caráter obrigatório, de
dependem de ratificação pela Secretaria de Coordenação e que tratam os arts. 80 a 85 do Decreto-Lei no 9.760, de
Governança do Patrimônio da União. 1946.
§ 3º A execução do plano de desestatização poderá incluir § 2o Na permuta, sempre que houver condições de
as ações previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 24- competitividade, deverão ser observados os procedimentos
C desta Lei. licitatórios previstos em lei.
§ 4º A remuneração fixa, a remuneração variável ou a SEÇÃO III
combinação das duas modalidades, no percentual de até
Da Doação
3% (três por cento) sobre a receita pública decorrente de
cada plano de desestatização, poderá ser admitida, além do Art. 31. Mediante ato do Poder Executivo e a seu critério,
ressarcimento dos gastos efetuados com terceiros poderá ser autorizada a doação de bens imóveis de domínio
necessários à execução dos planos de desestatização da União, observado o disposto no art. 23 desta Lei, a:
previstos neste artigo, conforme estabelecido em I - Estados, Distrito Federal, Municípios, fundações públicas
regulamento e no instrumento de contratação. e autarquias públicas federais, estaduais e municipais;
Art. 25. A preferência de que trata o art. 13, exceto com II - empresas públicas federais, estaduais e municipais;
relação aos imóveis sujeitos aos regimes dos arts. 80 a 85
do Decreto-Lei no 9.760, de 1946, e da Lei no 8.025, de 12 III – fundos públicos e fundos privados dos quais a União
de abril de 1990, poderá, a critério da Administração, ser seja cotista, nas transferências destinadas à realização de
estendida, na aquisição do domínio útil ou pleno de imóveis programas de provisão habitacional ou de regularização
residenciais de propriedade da União, que venham a ser fundiária de interesse social;
colocados à venda, àqueles que, em 15 de fevereiro de
1997, já os ocupavam, na qualidade de locatários,
independentemente do tempo de locação, observadas, no
IV – sociedades de economia mista direcionadas à II - não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
execução de programas de provisão habitacional ou de
§ 6º Na hipótese de que trata o inciso VI do caput deste
regularização fundiária de interesse social;
artigo, a escolha da instituição será precedida de
V – beneficiários, pessoas físicas ou jurídicas, de chamamento público, na forma prevista em regulamento.
programas de provisão habitacional ou de regularização
CAPÍTULO III
fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou
entidades da administração pública, para cuja execução DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
seja efetivada a doação; ou Art. 32. Os arts. 79, 81, 82, 101, 103, 104, 110, 118, 123 e
VI – instituições filantrópicas devidamente comprovadas 128 do Decreto-Lei no 9.760, de 1946, passam a vigorar
como entidades beneficentes de assistência social e com as seguintes alterações:
organizações religiosas. "Art. 79. A entrega de imóvel para uso da Administração
§ 1o No ato autorizativo e no respectivo termo constarão a Pública Federal direta compete privativamente à Secretaria
finalidade da doação e o prazo para seu cumprimento. do Patrimônio da União - SPU.
§ 2o O encargo de que trata o parágrafo anterior será ....................................................................................
permanente e resolutivo, revertendo automaticamente o § 3o Havendo necessidade de destinar imóvel ao uso de
imóvel à propriedade da União, independentemente de entidade da Administração Pública Federal indireta, a
qualquer indenização por benfeitorias realizadas, se: aplicação se fará sob o regime da cessão de uso."
I - não for cumprida, dentro do prazo, a finalidade da "Art. 81 ...........................................................................
doação;
.......................................................................................
II - cessarem as razões que justificaram a doação; ou
§ 5o A taxa de uso dos imóveis ocupados por servidores
III - ao imóvel, no todo ou em parte, vier a ser dada aplicação militares continuará a ser regida pela legislação específica
diversa da prevista. que dispõe sobre a remuneração dos militares, resguardado
§ 3o Nas hipóteses de que tratam os incisos I a IV o disposto no § 3o em se tratando de residência em
do caput deste artigo, é vedada ao beneficiário a alojamentos militares ou em instalações semelhantes."
possibilidade de alienar o imóvel recebido em doação, "Art. 82 ..........................................................................
exceto quando a finalidade for a execução, por parte do
donatário, de projeto de assentamento de famílias carentes Parágrafo único. Os imóveis residenciais administrados
ou de baixa renda, na forma do art. 26 desta Lei, e desde pelos órgãos militares e destinados a ocupação por servidor
que, no caso de alienação onerosa, o produto da venda seja militar, enquanto utilizados nesta finalidade, serão
destinado à instalação de infra-estrutura, equipamentos considerados de caráter obrigatório, independentemente
básicos ou de outras melhorias necessárias ao dos procedimentos previstos neste artigo."
desenvolvimento do projeto. "Art. 101.........................................................................
§ 4o Na hipótese de que trata o inciso V do caput deste Parágrafo único. O não-pagamento do foro durante três
artigo: anos consecutivos, ou quatro anos intercalados, importará
I - não se aplica o disposto no § 2o deste artigo para o a caducidade do aforamento."
beneficiário pessoa física, devendo o contrato dispor sobre "Art. 103. O aforamento se extinguirá por inadimplemento
eventuais encargos e conter cláusula de inalienabilidade por de cláusula contratual, por acordo entre as partes, ou, a
um período de 5 (cinco) anos; e critério do Presidente da República, por proposta do
II - a pessoa jurídica que receber o imóvel em doação só Ministério da Fazenda, pela remição do foro nas zonas onde
poderá utilizá-lo no âmbito do respectivo programa não mais subsistam os motivos determinantes da aplicação
habitacional ou de regularização fundiária e deverá do regime enfitêutico.
observar, nos contratos com os beneficiários finais, o § 1o Consistindo o inadimplemento de cláusula contratual no
requisito de inalienabilidade previsto no inciso I deste não-pagamento do foro durante três anos consecutivos, ou
parágrafo. quatro anos intercalados, é facultado ao foreiro, sem
§ 5o Nas hipóteses de que tratam os incisos III a V prejuízo do disposto no art. 120, revigorar o aforamento
do caput deste artigo, o beneficiário final pessoa física deve mediante as condições que lhe forem impostas.
atender aos seguintes requisitos: § 2o Na consolidação pela União do domínio pleno de
I - possuir renda familiar mensal não superior a 5 (cinco) terreno que haja concedido em aforamento, deduzir-se-á do
salários mínimos; valor do mesmo domínio a importância equivalente a 17%
(dezessete por cento), correspondente ao valor do domínio Art. 32-A. A Secretaria de Coordenação e Governança do
direto." Patrimônio da União será responsável pelo
acompanhamento e monitoramento dos dados patrimoniais
"Art. 104. Decidida a aplicação do regime enfitêutico a
recebidos dos órgãos e das entidades da administração
terrenos compreendidos em determinada zona, a SPU
pública federal e pelo apoio à realização das operações de
notificará os interessados com preferência ao aforamento
alienação de bens imóveis.
nos termos dos arts. 105 e 215, para que o requeiram dentro
do prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda dos § 1º É obrigação dos órgãos e das entidades da
direitos que porventura lhes assistam. administração pública manter inventário atualizado dos
bens imóveis sob sua gestão, públicos ou privados, e
Parágrafo único. A notificação será feita por edital afixado
disponibilizá-lo à Secretaria de Coordenação e Governança
na repartição arrecadadora da Fazenda Nacional com
do Patrimônio da União.
jurisdição na localidade do imóvel, e publicado no Diário
Oficial da União, mediante aviso publicado três vezes, § 2º A Secretaria de Coordenação e Governança do
durante o período de convocação, nos dois jornais de maior Patrimônio da União será responsável pela compilação dos
veiculação local e, sempre que houver interessados dados patrimoniais recebidos dos órgãos, das autarquias e
conhecidos, por carta registrada." das fundações públicas e pelo apoio à realização das
operações de alienação de bens regidas por esta Lei.
"Art. 110. Expirado o prazo de que trata o art. 104 e não
havendo interesse do serviço público na manutenção do § 3º As demais condições para a execução das ações
imóvel no domínio pleno da União, a SPU promoverá a previstas neste artigo serão estabelecidas em ato do
venda do domínio útil dos terrenos sem posse, ou daqueles Secretário de Coordenação e Governança do Patrimônio da
que se encontrem na posse de quem não tenha atendido à União.
notificação a que se refere o mesmo artigo ou de quem,
Art. 33. Os arts. 3o, 5o e 6o do Decreto-Lei no 2.398, de 1987,
tendo requerido, não tenha preenchido as condições
passam a vigorar com as seguintes alterações:
necessárias para obter a concessão do aforamento."
"Art.3o.......................................................................
"Art. 118. Caduco o aforamento na forma do parágrafo único
do art. 101, o órgão local da SPU notificará o foreiro, por .................................................................................
edital, ou quando possível por carta registrada, marcando- § 2o Os Cartórios de Notas e Registro de Imóveis, sob pena
lhe o prazo de noventa dias para apresentar qualquer de responsabilidade dos seus respectivos titulares, não
reclamação ou solicitar a revigoração do aforamento. lavrarão nem registrarão escrituras relativas a bens imóveis
....................................................................................." de propriedade da União, ou que contenham, ainda que
parcialmente, área de seu domínio:
"Art. 123. A remição do aforamento será feita pela
importância correspondente a 17% (dezessete por cento) I - sem certidão da Secretaria do Patrimônio da União - SPU
do valor do domínio pleno do terreno." que declare:
"Art. 128. Para cobrança da taxa, a SPU fará a inscrição dos a) ter o interessado recolhido o laudêmio devido, nas
ocupantes, ex officio, ou à vista da declaração destes, transferências onerosas entre vivos;
notificando-os para requererem, dentro do prazo de cento e b) estar o transmitente em dia com as demais obrigações
oitenta dias, o seu cadastramento. junto ao Patrimônio da União; e
§ 1o A falta de inscrição não isenta o ocupante da obrigação c) estar autorizada a transferência do imóvel, em virtude de
do pagamento da taxa, devida desde o início da ocupação. não se encontrar em área de interesse do serviço público;
§ 2o A notificação de que trata este artigo será feita por edital II - sem a observância das normas estabelecidas em
afixado na repartição arrecadadora da Fazenda Nacional, regulamento.
publicado no Diário Oficial da União, e mediante aviso
publicado três vezes, durante o período de convocação, nos § 3o A SPU procederá ao cálculo do valor do laudêmio,
dois jornais de maior veiculação local. mediante solicitação do interessado.
§ 3o Expirado o prazo da notificação, a União imitir-se-á § 4o Concluída a transmissão, o adquirente deverá requerer
sumariamente na posse do imóvel cujo ocupante não tenha ao órgão local da SPU, no prazo máximo de sessenta dias,
atendido à notificação, ou cujo posseiro não tenha que providencie a transferência dos registros cadastrais
preenchido as condições para obter a sua inscrição, sem para o seu nome, observando-se, no caso de imóvel
prejuízo da cobrança das taxas, quando for o caso, devidas aforado, o disposto no art. 116 do Decreto-Lei no 9.760, de
no valor correspondente a 10% (dez por cento) do valor 1946.
atualizado do domínio pleno do terreno, por ano ou fração."
§ 5o A não-observância do prazo estipulado no § 4o sujeitará Art. 36. Nas vendas de que trata esta Lei, quando realizadas
o adquirente à multa de 0,05% (cinco centésimos por mediante licitação, os adquirentes poderão, a critério da
cento), por mês ou fração, sobre o valor do terreno e Administração, utilizar, para pagamento à vista do domínio
benfeitorias nele existentes. útil ou pleno de imóveis de propriedade da União, créditos
securitizados ou títulos da dívida pública de emissão do
§ 6o É vedado o loteamento ou o desmembramento de
Tesouro Nacional.
áreas objeto de ocupação sem preferência ao aforamento,
nos termos dos arts. 105 e 215 do Decreto-Lei no 9.760, de Art. 37. Fica instituído o Programa de Administração
1946, exceto quando: Patrimonial Imobiliária da União - PROAP, destinado,
segundo as possibilidades e as prioridades definidas pela
a) realizado pela própria União, em razão do interesse
administração pública federal:
público;
I - à adequação dos imóveis de uso especial aos critérios
b) solicitado pelo próprio ocupante, comprovada a
de:
existência de benfeitoria suficiente para caracterizar, nos
termos da legislação vigente, o aproveitamento efetivo e a) acessibilidade das pessoas com deficiência ou com
independente da parcela a ser desmembrada." mobilidade reduzida;
"Art. 5o Ressalvados os terrenos da União que, a critério do b) sustentabilidade;
Poder Executivo, venham a ser considerados de interesse
c) baixo impacto ambiental;
do serviço público, conceder-se-á o aforamento:
d) eficiência energética;
I - independentemente do pagamento do preço
correspondente ao valor do domínio útil, nos casos e) redução de gastos com manutenção;
previstos nos arts. 105 e 215 do Decreto-Lei no 9.760, de f) qualidade e eficiência das edificações;
1946;
II - à ampliação e à qualificação do cadastro dos bens
II - mediante leilão público ou concorrência, observado o imóveis da União;
disposto no art. 99 do Decreto-Lei no 9.760, de 1946.
III - à aquisição, à reforma, ao restauro e à construção de
Parágrafo único. Considera-se de interesse do serviço imóveis;
público todo imóvel necessário ao desenvolvimento de
projetos públicos, sociais ou econômicos de interesse IV - ao incentivo à regularização e realização de atividades
nacional, à preservação ambiental, à proteção dos de fiscalização, demarcação, cadastramento, controle e
ecossistemas naturais e à defesa nacional, avaliação dos imóveis públicos federais e ao incremento
independentemente de se encontrar situado em zona das receitas patrimoniais;
declarada de interesse do serviço público, mediante portaria V - ao desenvolvimento de recursos humanos visando à
do Secretário do Patrimônio da União." qualificação da gestão patrimonial, mediante a realização
"Art. 6o A realização de aterro, construção ou obra e, bem de cursos de capacitação e participação em eventos
assim, a instalação de equipamentos no mar, lagos, rios e relacionados ao tema;
quaisquer correntes de água, inclusive em áreas de praias, VI - à aquisição e instalação de equipamentos, bem como à
mangues e vazantes, ou em outros bens de uso comum, de modernização e informatização dos métodos e processos
domínio da União, sem a prévia autorização do Ministério inerentes à gestão patrimonial dos imóveis públicos federais
da Fazenda, importará:
VII - à regularização fundiária; e
I - na remoção do aterro, da construção, obra e dos
equipamentos instalados, inclusive na demolição das VIII - à gestão e manutenção das atividades das Unidades
benfeitorias, à conta de quem as houver efetuado; e Central e Descentralizadas da SPU.
II - a automática aplicação de multa mensal em valor Parágrafo único. Comporão o Fundo instituído pelo Decreto-
equivalente a R$ 30,00 (trinta reais), atualizados Lei no 1.437, de 17 de dezembro de 1975, e integrarão
anualmente em 1o de janeiro de cada ano, mediante portaria subconta especial destinada a atender às despesas com o
do Ministério da Fazenda, para cada metro quadrado das Programa instituído neste artigo, que será gerida pelo
áreas aterradas ou construídas, ou em que forem realizadas Secretário do Patrimônio da União, as receitas patrimoniais
obras ou instalados equipamentos, que será cobrada em decorrentes de:
dobro após trinta dias da notificação, pessoal, pelo correio I - multas; e
ou por edital, se o infrator não tiver removido o aterro e
demolido as benfeitorias efetuadas."
II - parcela do produto das alienações de que trata esta Lei, de ocupação, aquele correspondente ao custo de
nos percentuais adiante indicados, observado o limite de R$ processamento da respectiva cobrança.
25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais) ao ano:
Art. 42. Serão reservadas, na forma do regulamento, áreas
a) vinte por cento, nos anos 1998 e 1999; necessárias à gestão ambiental, à implantação de projetos
demonstrativos de uso sustentável de recursos naturais e
b) quinze por cento, no ano 2000;
dos ecossistemas costeiros, de compensação por impactos
c) dez por cento, no ano 2001 ambientais, relacionados com instalações portuárias,
d) cinco por cento, nos anos 2002 e 2003. marinas, complexos navais e outros complexos náuticos,
desenvolvimento do turismo, de atividades pesqueiras, da
Art. 38. No desenvolvimento do PROAP, a SPU priorizará aqüicultura, da exploração de petróleo e gás natural, de
ações no sentido de desobrigar-se de tarefas operacionais, recursos hídricos e minerais, aproveitamento de energia
recorrendo, sempre que possível, à execução indireta, hidráulica e outros empreendimentos considerados de
mediante convênio com outros órgãos públicos federais, interesse nacional.
estaduais e municipais e contrato com a iniciativa privada,
ressalvadas as atividades típicas de Estado e resguardados § 1º Na hipótese de o empreendimento envolver áreas
os ditames do interesse público e as conveniências da originariamente de uso comum do povo, poderá ser
segurança nacional. autorizada a utilização dessas áreas, mediante cessão de
uso na forma do art. 18 desta Lei, condicionada, quando
Art. 39. As disposições previstas no art. 30 aplicam-se, no necessário, à apresentação de licença ambiental que ateste
que couber, às entidades da Administração Pública Federal a viabilidade do empreendimento, observadas as demais
indireta, inclusive às autarquias e fundações públicas e às disposições legais pertinentes.
sociedades sob controle direto ou indireto da União.
§ 2º A regularidade ambiental é condicionante de contratos
Parágrafo único. A permuta que venha a ser realizada com de destinação de áreas da União e, comprovada a
base no disposto neste artigo deverá ser previamente existência de comprometimento da integridade da área pelo
autorizada pelo conselho de administração, ou órgão órgão ambiental competente, o contrato será rescindido
colegiado equivalente, das entidades de que trata o caput, sem ônus para a União e sem prejuízo das demais sanções
ou ainda, na inexistência destes ou de respectiva cabíveis.
autorização, pelo Ministro de Estado a cuja Pasta se
vinculem, dispensando-se autorização legislativa para a Art. 43. Nos aterros realizados até 15 de fevereiro de 1997,
correspondente alienação. sem prévia autorização, a aplicação das penalidades de que
tratam os incisos I e II do art. 6o do Decreto-Lei no 2.398, de
Art. 40. Será de competência exclusiva da SPU, observado 1987, com a redação dada por esta Lei, será suspensa a
o disposto no art. 38 e sem prejuízo das competências da partir do mês seguinte ao da sua aplicação, desde que o
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, previstas interessado solicite, junto ao Ministério da Fazenda, a
no Decreto-Lei no 147, de 3 de fevereiro de 1967, a regularização e a compra à vista do domínio útil do terreno
realização de aforamentos, concessões de direito real de acrescido, acompanhado do comprovante de recolhimento
uso, locações, arrendamentos, entregas e cessões a das multas até então incidentes, cessando a suspensão
qualquer título, de imóveis de propriedade da União, exceto trinta dias após a ciência do eventual indeferimento.
nos seguintes casos:
Parágrafo único. O deferimento do pleito dependerá da
I - cessões, locações e arrendamentos especialmente prévia audiência dos órgãos técnicos envolvidos.
autorizados nos termos de entrega, observadas as
condições fixadas em regulamento; Art. 44. As condições previstas nesta Lei aplicar-se-ão às
ocupações existentes nas terras de propriedade da União
II - locações de imóveis residenciais de caráter obrigatório, situadas na Área de Proteção Ambiental - APA da Bacia do
de que tratam os arts. 80 a 85 do Decreto-Lei no 9.760, de Rio São Bartolomeu, no Distrito Federal, que se tornarem
1946; passíveis de regularização, após o rezoneamento de que
III- locações de imóveis residenciais sob o regime da Lei trata a Lei no 9.262, de 12 de janeiro de 1996.
no 8.025, de 1990; Parágrafo único. A alienação dos imóveis residenciais da
IV - cessões de que trata o art. 20; e União, localizados nas Vilas Operárias de Nossa Senhora
das Graças e Santa Alice, no Conjunto Residencial Salgado
V - as locações e arrendamentos autorizados nos termos do Filho, em Xerém, no Município de Duque de Caxias (RJ), e
inciso III do art. 19. na Vila Portuária Presidente Dutra, na Rua da América
Art. 41. Será observado como valor mínimo para efeito de no 31, no Bairro da Gamboa, no Município do Rio de Janeiro
aluguel, arrendamento, cessão de uso onerosa, foro e taxa (RJ), observará, também, o disposto nesta Lei.
Art. 46. O disposto nesta Lei não se aplica à alienação do
domínio útil ou pleno dos terrenos interiores de domínio da
União, situados em ilhas oceânicas e costeiras de que trata
o inciso IV do art. 20 da Constituição Federal, onde existam LEI Nº 11.326, DE 24 DE JULHO DE 2006
sedes de municípios, que será disciplinada em lei Estabelece as diretrizes para a formulação da
específica, ressalvados os terrenos de uso especial que Política Nacional da Agricultura Familiar e
vierem a ser desafetados. Empreendimentos Familiares Rurais.
Art. 47. O crédito originado de receita patrimonial será O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
submetido aos seguintes prazos: Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
I - decadencial de dez anos para sua constituição, mediante Art. 1º Esta Lei estabelece os conceitos, princípios e
lançamento; e instrumentos destinados à formulação das políticas públicas
II - prescricional de cinco anos para sua exigência, contados direcionadas à Agricultura Familiar e Empreendimentos
do lançamento. Familiares Rurais.
§ 1o O prazo de decadência de que trata o caput conta-se Art. 2º A formulação, gestão e execução da Política
do instante em que o respectivo crédito poderia ser Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos
constituído, a partir do conhecimento por iniciativa da União Familiares Rurais serão articuladas, em todas as fases de
ou por solicitação do interessado das circunstâncias e fatos sua formulação e implementação, com a política agrícola,
que caracterizam a hipótese de incidência da receita na forma da lei, e com as políticas voltadas para a reforma
patrimonial, ficando limitada a cinco anos a cobrança de agrária.
créditos relativos a período anterior ao conhecimento. Art. 3º Para os efeitos desta Lei, considera-se agricultor
§ 2o Os débitos cujos créditos foram alcançados pela familiar e empreendedor familiar rural aquele que pratica
prescrição serão considerados apenas para o efeito da atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, aos
caracterização da ocorrência de caducidade de que trata o seguintes requisitos:
parágrafo único do art. 101 do Decreto-Lei no 9.760, de I - não detenha, a qualquer título, área maior do que 4
1946, com a redação dada pelo art. 32 desta Lei. (quatro) módulos fiscais;
Art. 48. (VETADO) II - utilize predominantemente mão-de-obra da própria
Art. 49. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo família nas atividades econômicas do seu estabelecimento
de noventa dias, contado da sua publicação. ou empreendimento;
Art. 50. O Poder Executivo fará publicar no Diário Oficial da III - tenha percentual mínimo da renda familiar originada de
União, no prazo de noventa dias, contado da publicação atividades econômicas do seu estabelecimento ou
desta Lei, texto consolidado do Decreto-Lei no 9.760, de empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo;
1946, e legislação superveniente. IV - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua
Art. 51. São convalidados os atos praticados com base família.
na Medida Provisória no 1.647-14, de 24 de março de 1998. § 1º O disposto no inciso I do caput deste artigo não se
Art. 52. Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação. aplica quando se tratar de condomínio rural ou outras
formas coletivas de propriedade, desde que a fração ideal
Art. 53. São revogados os arts. 65, 66, 125, 126 e 133, e por proprietário não ultrapasse 4 (quatro) módulos fiscais.
os itens 5o, 8o, 9o e 10 do art. 105 do Decreto-Lei no 9.760,
de 5 de setembro de 1946, o Decreto-Lei no 178, de 16 de § 2º São também beneficiários desta Lei:
fevereiro de 1967, o art. 195 do Decreto-Lei no 200, de 25 I - silvicultores que atendam simultaneamente a todos os
de fevereiro de 1967, o art. 4o do Decreto-Lei no 1.561, de requisitos de que trata o caput deste artigo, cultivem
13 de julho de 1977, a Lei no 6.609, de 7 de dezembro de florestas nativas ou exóticas e que promovam o manejo
1978, o art. 90 da Lei no 7.450, de 23 de dezembro de 1985, sustentável daqueles ambientes;
o art. 4o do Decreto-Lei no 2.398, de 21 de dezembro de
1987, e a Lei no 9.253, de 28 de dezembro de 1995. II - aqüicultores que atendam simultaneamente a todos os
requisitos de que trata o caput deste artigo e explorem
Brasília, 15 de maio de 1998; 177o da Independência e reservatórios hídricos com superfície total de até 2ha (dois
110o da República. hectares) ou ocupem até 500m³ (quinhentos metros
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO cúbicos) de água, quando a exploração se efetivar em
Pedro Malan tanques-rede;
III - extrativistas que atendam simultaneamente aos VII - habitação;
requisitos previstos nos incisos II, III e IV do caput deste
VIII - legislação sanitária, previdenciária, comercial e
artigo e exerçam essa atividade artesanalmente no meio
tributária;
rural, excluídos os garimpeiros e faiscadores;
IX - cooperativismo e associativismo;
IV - pescadores que atendam simultaneamente aos
requisitos previstos nos incisos I, II, III e IV do caput deste X - educação, capacitação e profissionalização;
artigo e exerçam a atividade pesqueira artesanalmente. XI - negócios e serviços rurais não agrícolas;
V - povos indígenas que atendam simultaneamente aos XII - agroindustrialização.
requisitos previstos nos incisos II, III e IV do caput do art. 3º
; Art. 6º O Poder Executivo regulamentará esta Lei, no que
for necessário à sua aplicação.
VI - integrantes de comunidades remanescentes de
quilombos rurais e demais povos e comunidades Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação .
tradicionais que atendam simultaneamente aos incisos II, III Brasília, 24 de julho de 2006; 185º da Independência e 118º
e IV do caput do art. 3º . da República.
§ 3º O Conselho Monetário Nacional - CMN pode LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
estabelecer critérios e condições adicionais de Guilherme Cassel
enquadramento para fins de acesso às linhas de crédito
destinadas aos agricultores familiares, de forma a LEI Nº 11.481, DE 31 DE MAIO DE 2007
contemplar as especificidades dos seus diferentes Dá nova redação a dispositivos das Leis nos
segmentos. 9.636, de 15 de maio de 1998, 8.666, de 21 de
junho de 1993, 11.124, de 16 de junho de
§ 4º Podem ser criadas linhas de crédito destinadas às
2005, 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -
cooperativas e associações que atendam a percentuais Código Civil, 9.514, de 20 de novembro de
mínimos de agricultores familiares em seu quadro de 1997, e 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e
cooperados ou associados e de matéria-prima beneficiada, dos Decretos-Leis nos 9.760, de 5 de
processada ou comercializada oriunda desses agricultores, setembro de 1946, 271, de 28 de fevereiro de
conforme disposto pelo CMN. 1967, 1.876, de 15 de julho de 1981, e 2.398,
de 21 de dezembro de 1987; prevê medidas
Art. 4º A Política Nacional da Agricultura Familiar e voltadas à regularização fundiária de
Empreendimentos Familiares Rurais observará, dentre interesse social em imóveis da União; e dá
outros, os seguintes princípios: outras providências.
I - descentralização; O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
II - sustentabilidade ambiental, social e econômica; Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
III - eqüidade na aplicação das políticas, respeitando os Art. 1o Os arts. 1o, 6o, 7o, 9o, 18, 19, 26, 29, 31 e 45 da Lei
aspectos de gênero, geração e etnia; no 9.636, de 15 de maio de 1998, passam a vigorar com a
seguinte redação:
IV - participação dos agricultores familiares na formulação e
implementação da política nacional da agricultura familiar e “Art. 1o É o Poder Executivo autorizado, por intermédio da
empreendimentos familiares rurais. Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, a executar ações de
Art. 5º Para atingir seus objetivos, a Política Nacional da identificação, demarcação, cadastramento, registro e
Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais fiscalização dos bens imóveis da União, bem como a
promoverá o planejamento e a execução das ações, de regularização das ocupações nesses imóveis, inclusive de
forma a compatibilizar as seguintes áreas: assentamentos informais de baixa renda, podendo, para
I - crédito e fundo de aval; tanto, firmar convênios com os Estados, Distrito Federal e
Municípios em cujos territórios se localizem e, observados
II - infra-estrutura e serviços; os procedimentos licitatórios previstos em lei, celebrar
III - assistência técnica e extensão rural; contratos com a iniciativa privada.” (NR)
IV - pesquisa; Seção II
V - comercialização; Do Cadastramento
VI - seguro;
Art. 6º Para fins do disposto no art. 1o desta Lei, as terras § 7o Para efeito de regularização das ocupações ocorridas
da União deverão ser cadastradas, nos termos do até 27 de abril de 2006 nos registros cadastrais da
regulamento. Secretaria do Patrimônio da União, as transferências de
posse na cadeia sucessória do imóvel serão anotadas no
§ 1o Nas áreas urbanas, em imóveis possuídos por
cadastro dos bens dominiais da União para o fim de
população carente ou de baixa renda para sua moradia,
cobrança de receitas patrimoniais dos respectivos
onde não for possível individualizar as posses, poderá ser
responsáveis, não dependendo do prévio recolhimento do
feita a demarcação da área a ser regularizada, cadastrando-
laudêmio.” (NR)
se o assentamento, para posterior outorga de título de forma
individual ou coletiva. “Art. 9º ............................................................
§ 2o (Revogado). I - ocorreram após 27 de abril de 2006;
§ 3o (Revogado). II - estejam concorrendo ou tenham concorrido para
comprometer a integridade das áreas de uso comum do
§ 4o (Revogado).” (NR)
povo, de segurança nacional, de preservação ambiental ou
Seção II-A necessárias à preservação dos ecossistemas naturais e de
Da Inscrição da Ocupação implantação de programas ou ações de regularização
fundiária de interesse social ou habitacionais das reservas
Art. 7o A inscrição de ocupação, a cargo da Secretaria do indígenas, das áreas ocupadas por comunidades
Patrimônio da União, é ato administrativo precário, resolúvel remanescentes de quilombos, das vias federais de
a qualquer tempo, que pressupõe o efetivo aproveitamento comunicação e das áreas reservadas para construção de
do terreno pelo ocupante, nos termos do regulamento, hidrelétricas ou congêneres, ressalvados os casos
outorgada pela administração depois de analisada a especiais autorizados na forma da lei.” (NR)
conveniência e oportunidade, e gera obrigação de
pagamento anual da taxa de ocupação. “Art. 18........................................
§ 1o É vedada a inscrição de ocupação sem a comprovação I - Estados, Distrito Federal, Municípios e entidades sem fins
do efetivo aproveitamento de que trata o caput deste artigo. lucrativos das áreas de educação, cultura, assistência social
ou saúde;
§ 2o A comprovação do efetivo aproveitamento será
dispensada nos casos de assentamentos informais II - pessoas físicas ou jurídicas, em se tratando de interesse
definidos pelo Município como área ou zona especial de público ou social ou de aproveitamento econômico de
interesse social, nos termos do seu plano diretor ou outro interesse nacional.
instrumento legal que garanta a função social da área, § 1o A cessão de que trata este artigo poderá ser realizada,
exceto na faixa de fronteira ou quando se tratar de imóveis ainda, sob o regime de concessão de direito real de uso
que estejam sob a administração do Ministério da Defesa e resolúvel, previsto no art. 7o do Decreto-Lei no 271, de 28 de
dos Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. fevereiro de 1967, aplicando-se, inclusive, em terrenos de
§ 3o A inscrição de ocupação de imóvel dominial da União, marinha e acrescidos, dispensando-se o procedimento
a pedido ou de ofício, será formalizada por meio de ato da licitatório para associações e cooperativas que se
autoridade local da Secretaria do Patrimônio da União em enquadrem no inciso II do caput deste artigo.
processo administrativo específico. ......................................................
§ 4o Será inscrito o ocupante do imóvel, tornando-se este o § 6º Fica dispensada de licitação a cessão prevista
responsável no cadastro dos bens dominiais da União, para no caput deste artigo relativa a:
efeito de administração e cobrança de receitas patrimoniais.
I - bens imóveis residenciais construídos, destinados ou
§ 5o As ocupações anteriores à inscrição, sempre que efetivamente utilizados no âmbito de programas de provisão
identificadas, serão anotadas no cadastro a que se refere o habitacional ou de regularização fundiária de
§ 4o deste artigo para efeito de cobrança de receitas interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
patrimoniais dos respectivos responsáveis, não incidindo, administração pública;
em nenhum caso, a multa de que trata o § 5o do art. 3o do
II - bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área
Decreto-Lei no 2.398, de 21 de dezembro de 1987.
de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados),
§ 6o Os créditos originados em receitas patrimoniais inseridos no âmbito de programas de regularização
decorrentes da ocupação de imóvel da União serão fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou
lançados após concluído o processo administrativo entidades da administração pública e cuja ocupação se
correspondente, observadas a decadência e a tenha consolidado até 27 de abril de 2006.” (NR)
inexigibilidade previstas no art. 47 desta Lei.
“Art. 19.............................................. IV - sociedades de economia mista voltadas à execução de
programas de provisão habitacional ou de regularização
.........................................................
fundiária de interesse social; ou
VI - permitir a cessão gratuita de direitos enfitêuticos
V - beneficiários, pessoas físicas ou jurídicas, de programas
relativos a frações de terrenos cedidos quando se tratar de
de provisão habitacional ou de regularização fundiária de
regularização fundiária ou provisão habitacional para
interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
famílias carentes ou de baixa renda.” (NR)
administração pública, para cuja execução seja efetivada a
“Art. 26. Em se tratando de projeto de caráter social para doação.
fins de moradia, a venda do domínio pleno ou útil observará
.........................................................
os critérios de habilitação e renda familiar fixados em
regulamento, podendo o pagamento ser efetivado mediante § 3º Nas hipóteses de que tratam os incisos I a IV
um sinal de, no mínimo, 5% (cinco por cento) do valor da do caput deste artigo, é vedada ao beneficiário a
avaliação, permitido o seu parcelamento em até 2 (duas) possibilidade de alienar o imóvel recebido em doação,
vezes e do saldo em até 300 (trezentas) prestações exceto quando a finalidade for a execução, por parte do
mensais e consecutivas, observando-se, como mínimo, a donatário, de projeto de assentamento de famílias carentes
quantia correspondente a 30% (trinta por cento) do valor do ou de baixa renda, na forma do art. 26 desta Lei, e desde
salário mínimo vigente. que, no caso de alienação onerosa, o produto da venda seja
destinado à instalação de infra-estrutura, equipamentos
§ 1o (Revogado).
básicos ou de outras melhorias necessárias ao
§ 2o (Revogado). desenvolvimento do projeto.
§ 3o Nas vendas de que trata este artigo, aplicar-se-ão, no § 4o Na hipótese de que trata o inciso V do caput deste
que couber, as condições previstas no art. 27 desta Lei, não artigo:
sendo exigido, a critério da administração, o pagamento de
I - não se aplica o disposto no § 2o deste artigo para o
prêmio mensal de seguro nos projetos de assentamento de
beneficiário pessoa física, devendo o contrato dispor sobre
famílias carentes ou de baixa renda.” (NR)
eventuais encargos e conter cláusula de inalienabilidade por
“Art. 29................................................ um período de 5 (cinco) anos; e
§ 1o Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, no II - a pessoa jurídica que receber o imóvel em doação só
caso de venda do domínio pleno de imóveis, os ocupantes poderá utilizá-lo no âmbito do respectivo programa
de boa-fé de áreas da União para fins de moradia não habitacional ou de regularização fundiária e deverá
abrangidos pelo disposto no inciso I do § 6o do art. 18 desta observar, nos contratos com os beneficiários finais, o
Lei poderão ter preferência na aquisição dos imóveis por requisito de inalienabilidade previsto no inciso I deste
eles ocupados, nas mesmas condições oferecidas pelo parágrafo.
vencedor da licitação, observada a legislação urbanística
§ 5o Nas hipóteses de que tratam os incisos III a V
local e outras disposições legais pertinentes.
do caput deste artigo, o beneficiário final pessoa física deve
§ 2o A preferência de que trata o § 1o deste artigo aplica-se atender aos seguintes requisitos:
aos imóveis ocupados até 27 de abril de 2006, exigindo-se
I - possuir renda familiar mensal não superior a 5 (cinco)
que o ocupante:
salários mínimos;
I - esteja regularmente inscrito e em dia com suas
II - não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural.”
obrigações para com a Secretaria do Patrimônio da União;
(NR)
II - ocupe continuamente o imóvel até a data da publicação
“Art. 45. As receitas líquidas provenientes da alienação de
do edital de licitação.” (NR)
bens imóveis de domínio da União, de que trata esta Lei,
“Art. 31. Mediante ato do Poder Executivo e a seu critério, deverão ser integralmente utilizadas na amortização da
poderá ser autorizada a doação de bens imóveis de domínio dívida pública de responsabilidade do Tesouro Nacional,
da União, observado o disposto no art. 23 desta Lei, a: sem prejuízo para o disposto no inciso II do § 2o e § 4o do
I - Estados, Distrito Federal, Municípios, fundações públicas art. 4o, no art. 35 e no inciso II do parágrafo único do art. 37
e autarquias públicas federais, estaduais e municipais; desta Lei, bem como no inciso VII do caput do art. 8o da Lei
no 11.124, de 16 de junho de 2005.” (NR)
II - empresas públicas federais, estaduais e municipais;
Art. 2o A Lei no 9.636, de 15 de maio de 1998, passa a
III - fundos públicos nas transferências destinadas a vigorar acrescida dos seguintes artigos:
realização de programas de provisão habitacional ou de
regularização fundiária de interesse social;
“Art. 3º-A Caberá ao Poder Executivo organizar e manter f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
sistema unificado de informações sobre os bens de que direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens
trata esta Lei, que conterá, além de outras informações imóveis residenciais construídos, destinados ou
relativas a cada imóvel: efetivamente utilizados no âmbito de programas
habitacionais ou de regularização fundiária de interesse
I - a localização e a área;
social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
II - a respectiva matrícula no registro de imóveis administração pública;
competente;
..................................................................
III - o tipo de uso;
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
IV - a indicação da pessoa física ou jurídica à qual, por direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens
qualquer instrumento, o imóvel tenha sido destinado; e imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até
V - o valor atualizado, se disponível. 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e
inseridos no âmbito de programas de regularização
Parágrafo único. As informações do sistema de que trata fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou
o caput deste artigo deverão ser disponibilizadas entidades da administração pública;
na internet, sem prejuízo de outras formas de divulgação.”
................................................................
“Art. 6º-A No caso de cadastramento de ocupações para
fins de moradia cujo ocupante seja considerado carente ou § 7º (VETADO).” (NR)
de baixa renda, na forma do § 2o do art. 1o do Decreto-Lei Art. 4o Os arts. 8o e 24 da Lei no 11.124, de 16 de junho de
no 1.876, de 15 de julho de 1981, a União poderá proceder 2005, passam a vigorar com as seguintes alterações:
à regularização fundiária da área, utilizando, entre outros,
“Art. 8o ...................................................
os instrumentos previstos no art. 18, no inciso VI do art. 19
e nos arts. 22-A e 31 desta Lei.” ..............................................................
Seção VIII VII - receitas decorrentes da alienação dos imóveis da
União que lhe vierem a ser destinadas; e
Da Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia
VIII - outros recursos que lhe vierem a ser destinados.” (NR)
Art. 22-A. A concessão de uso especial para fins de
moradia aplica-se às áreas de propriedade da União, “Art. 24...................................................
inclusive aos terrenos de marinha e acrescidos, e será
§ 1º O Ministério das Cidades poderá aplicar os recursos
conferida aos possuidores ou ocupantes que preencham os
de que trata o caput deste artigo por intermédio dos
requisitos legais estabelecidos na Medida Provisória
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, até o
no 2.220, de 4 de setembro de 2001.
cumprimento do disposto nos inciso I a V do caput do art.
§ 1o O direito de que trata o caput deste artigo não se aplica 12 desta Lei.
a imóveis funcionais.
§ 2o O Conselho Gestor do FNHIS poderá estabelecer
§ Os imóveis sob administração do Ministério da Defesa
2o prazo-limite para o exercício da faculdade de que trata o §
ou dos Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica 1o deste artigo.” (NR)
são considerados de interesse da defesa nacional para
Art. 5o Os arts. 11, 12, 79, 100, 103, 119 e 121 do Decreto-
efeito do disposto no inciso III do caput do art. 5o da Medida
Lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, passam a vigorar
Provisória no 2.220, de 4 de setembro de 2001, sem prejuízo
com a seguinte redação:
do estabelecido no § 1o deste artigo.”
“Art. 11. Para a realização da demarcação, a SPU
Art. 3o O art. 17 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993,
convidará os interessados, por edital, para que no prazo de
passa a vigorar com as seguintes alterações:
60 (sessenta) dias ofereçam a estudo plantas, documentos
“Art. 17............................................................ e outros esclarecimentos concernentes aos terrenos
compreendidos no trecho demarcando.” (NR)
I - ...................................................................
“Art. 12...................................................
......................................................................
Parágrafo único. Além do disposto no caput deste artigo, o
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou
edital deverá ser publicado, pelo menos 1 (uma) vez, em
entidade da administração pública, de qualquer esfera de
jornal de grande circulação local.” (NR)
governo, ressalvado o disposto nas alíneas f e h;
“Art. 79..................................................
....................................................................
............................................................. Patrimônio da União concederá a revigoração do
aforamento.
§ 4º Não subsistindo o interesse do órgão da administração
pública federal direta na utilização de imóvel da União Parágrafo único. A Secretaria do Patrimônio da União
entregue para uso no serviço público, deverá ser disciplinará os procedimentos operacionais destinados à
formalizada a devolução mediante termo acompanhado de revigoração de que trata o caput deste artigo.” (NR)
laudo de vistoria, recebido pela gerência regional da
“Art. 121..................................................................
Secretaria do Patrimônio da União, no qual deverá ser
informada a data da devolução. Parágrafo único. Nos casos de cancelamento do registro
de aforamento, considera-se a certidão da Secretaria do
§ 5o Constatado o exercício de posse para fins de moradia
Patrimônio da União de cancelamento de aforamento
em bens entregues a órgãos ou entidades da administração
documento hábil para o cancelamento de registro nos
pública federal e havendo interesse público na utilização
termos do inciso III do caput do art. 250 da Lei no 6.015, de
destes bens para fins de implantação de programa ou ações
31 de dezembro de 1973.” (NR)
de regularização fundiária ou para titulação em áreas
ocupadas por comunidades tradicionais, a Secretaria do Art. 6o O Decreto-Lei nº 9.760, de 5 de setembro de 1946,
Patrimônio da União fica autorizada a reaver o imóvel por passa a vigorar acrescido dos seguintes dispositivos:
meio de ato de cancelamento da entrega, destinando o Seção III-A
imóvel para a finalidade que motivou a medida, ressalvados
os bens imóveis da União que estejam sob a administração Da Demarcação de Terrenos para Regularização
do Ministério da Defesa e dos Comandos da Marinha, do Fundiária de Interesse Social
Exército e da Aeronáutica, e observado o disposto no inciso Art. 18-A. A União poderá lavrar auto de demarcação nos
III do § 1o do art. 91 da Constituição Federal. seus imóveis, nos casos de regularização fundiária de
§ 6o O disposto no § 5o deste artigo aplica-se, também, a interesse social, com base no levantamento da situação da
imóveis não utilizados para a finalidade prevista no ato de área a ser regularizada.
entrega de que trata o caput deste artigo, quando verificada § 1o Considera-se regularização fundiária de interesse
a necessidade de sua utilização em programas de provisão social aquela destinada a atender a famílias com renda
habitacional de interesse social.” (NR) familiar mensal não superior a 5 (cinco) salários mínimos.
“Art. 100......................................................... § 2o O auto de demarcação assinado pelo Secretário do
...................................................................... Patrimônio da União deve ser instruído com:
§ 6º Nos casos de aplicação do regime de aforamento I - planta e memorial descritivo da área a ser regularizada,
gratuito com vistas na regularização fundiária de interesse dos quais constem a sua descrição, com suas medidas
social, ficam dispensadas as audiências previstas neste perimetrais, área total, localização, confrontantes,
artigo, ressalvados os bens imóveis sob administração do coordenadas preferencialmente georreferenciadas dos
Ministério da Defesa e dos Comandos do Exército, da vértices definidores de seus limites, bem como seu número
Marinha e da Aeronáutica.” (NR) de matrícula ou transcrição e o nome do pretenso
proprietário, quando houver;
“Art. 103. O aforamento extinguir-se-á:
II - planta de sobreposição da área demarcada com a sua
I - por inadimplemento de cláusula contratual; situação constante do registro de imóveis e, quando houver,
II - por acordo entre as partes; transcrição ou matrícula respectiva;
III - pela remissão do foro, nas zonas onde não mais III - certidão da matrícula ou transcrição relativa à área a ser
subsistam os motivos determinantes da aplicação do regime regularizada, emitida pelo registro de imóveis competente e
enfitêutico; das circunscrições imobiliárias anteriormente competentes,
quando houver;
IV - pelo abandono do imóvel, caracterizado pela ocupação,
por mais de 5 (cinco) anos, sem contestação, de IV - certidão da Secretaria do Patrimônio da União de que a
assentamentos informais de baixa renda, retornando o área pertence ao patrimônio da União, indicando o Registro
domínio útil à União; ou Imobiliário Patrimonial - RIP e o responsável pelo imóvel,
quando for o caso;
V - por interesse público, mediante prévia indenização.
V - planta de demarcação da Linha Preamar Média - LPM,
............................................................................” (NR)
quando se tratar de terrenos de marinha ou acrescidos; e
“Art. 119. Reconhecido o direito do requerente e pagos os
foros em atraso, o chefe do órgão local da Secretaria do
VI - planta de demarcação da Linha Média das Enchentes Art. 18-E. Decorrido o prazo previsto no § 3o do art. 18-D
Ordinárias - LMEO, quando se tratar de terrenos marginais desta Lei sem impugnação, o oficial do registro de imóveis
de rios federais. deve abrir matrícula do imóvel em nome da União e registrar
o auto de demarcação, procedendo às averbações
§ 3o As plantas e memoriais mencionados nos incisos I e II
necessárias nas matrículas ou transcrições anteriores,
do § 2o deste artigo devem ser assinados por profissional
quando for o caso.
legalmente habilitado, com prova de anotação de
responsabilidade técnica no competente Conselho Regional Parágrafo único. Havendo registro de direito real sobre a
de Engenharia e Arquitetura - CREA. área demarcada ou parte dela, o oficial deverá proceder ao
cancelamento de seu registro em decorrência da abertura
§ 4o Entende-se por responsável pelo imóvel o titular de
da nova matrícula em nome da União.
direito outorgado pela União, devidamente identificado no
RIP. Art. 18-F. Havendo impugnação, o oficial do registro de
imóveis dará ciência de seus termos à União.
Art. 18-B. Prenotado e autuado o pedido de registro da
demarcação no registro de imóveis, o oficial, no prazo de 30 § 1o Não havendo acordo entre impugnante e a União, a
(trinta) dias, procederá às buscas para identificação de questão deve ser encaminhada ao juízo competente,
matrículas ou transcrições correspondentes à área a ser dando-se continuidade ao procedimento de registro relativo
regularizada e examinará os documentos apresentados, ao remanescente incontroverso.
comunicando ao apresentante, de 1 (uma) única vez, a
§ 2o Julgada improcedente a impugnação, os autos devem
existência de eventuais exigências para a efetivação do
ser encaminhados ao registro de imóveis para que o oficial
registro.
proceda na forma do art. 18-E desta Lei.
Art. 18-C. Inexistindo matrícula ou transcrição anterior e
§ 3o Sendo julgada procedente a impugnação, os autos
estando a documentação em ordem, ou atendidas as
devem ser restituídos ao registro de imóveis para as
exigências feitas no art. 18-B desta Lei, o oficial do registro
anotações necessárias e posterior devolução ao poder
de imóveis deve abrir matrícula do imóvel em nome da
público.
União e registrar o auto de demarcação.
§ 4o A prenotação do requerimento de registro da
Art. 18-D. Havendo registro anterior, o oficial do registro de
demarcação ficará prorrogada até o cumprimento da
imóveis deve notificar pessoalmente o titular de domínio, no
decisão proferida pelo juiz ou até seu cancelamento a
imóvel, no endereço que constar do registro imobiliário ou
requerimento da União, não se aplicando às regularizações
no endereço fornecido pela União, e, por meio de edital, os
previstas nesta Seção o cancelamento por decurso de
confrontantes, ocupantes e terceiros interessados.
prazo.”
§ 1o Não sendo encontrado o titular de domínio, tal fato será
Art. 7o O art. 7o do Decreto-Lei no 271, de 28 de fevereiro
certificado pelo oficial encarregado da diligência, que
de 1967, passa a vigorar com a seguinte redação:
promoverá sua notificação mediante o edital referido
no caput deste artigo. “Art. 7o É instituída a concessão de uso de terrenos públicos
ou particulares remunerada ou gratuita, por tempo certo ou
§ 2o O edital conterá resumo do pedido de registro da
indeterminado, como direito real resolúvel, para fins
demarcação, com a descrição que permita a identificação
específicos de regularização fundiária de interesse social,
da área demarcada, e deverá ser publicado por 2 (duas)
urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra,
vezes, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, em um jornal de
aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das
grande circulação local.
comunidades tradicionais e seus meios de subsistência ou
§ 3o No prazo de 15 (quinze) dias, contado da última outras modalidades de interesse social em áreas urbanas.
publicação, poderá ser apresentada impugnação do pedido
...............................................................
de registro do auto de demarcação perante o registro de
imóveis. § 5º Para efeito de aplicação do disposto no caput deste
artigo, deverá ser observada a anuência prévia:
§ 4o Presumir-se-á a anuência dos notificados que
deixarem de apresentar impugnação no prazo previsto no § I - do Ministério da Defesa e dos Comandos da Marinha, do
3o deste artigo. Exército ou da Aeronáutica, quando se tratar de imóveis que
estejam sob sua administração; e
§ 5o A publicação dos editais de que trata este artigo será
feita pela União, que encaminhará ao oficial do registro de II - do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
imóveis os exemplares dos jornais que os tenham de República, observados os termos do inciso III do § 1o do
publicado. art. 91 da Constituição Federal.” (NR)
Art. 8o Os arts. 1o e 2o do Decreto-Lei no 1.876, de 15 de da União - DOITU em meio magnético, nos termos
julho de 1981, passam a vigorar com a seguinte redação: estabelecidos pela Secretaria do Patrimônio da União.
“Art. 1o Ficam isentas do pagamento de foros, taxas de § 1o A cada operação imobiliária corresponderá uma
ocupação e laudêmios, referentes a imóveis de propriedade DOITU, que deverá ser apresentada até o último dia útil do
da União, as pessoas consideradas carentes ou de baixa mês subseqüente ao da anotação, averbação, lavratura,
renda cuja situação econômica não lhes permita pagar matrícula ou registro da respectiva operação, sujeitando-se
esses encargos sem prejuízo do sustento próprio ou de sua o responsável, no caso de falta de apresentação ou
família. apresentação da declaração após o prazo fixado, à multa
de 0,1% (zero vírgula um por cento) ao mês-calendário ou
§ 1o A situação de carência ou baixa renda será
fração, sobre o valor da operação, limitada a 1% (um por
comprovada a cada 4 (quatro) anos, na forma disciplinada
cento), observado o disposto no inciso III do § 2o deste
pelo órgão competente, devendo ser suspensa a isenção
artigo.
sempre que verificada a alteração da situação econômica
do ocupante ou foreiro. § 2o A multa de que trata o § 1o deste artigo:
§ 2o Considera-se carente ou de baixa renda para fins da I - terá como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo
isenção disposta neste artigo o responsável por imóvel cuja originalmente fixado para a entrega da declaração e como
renda familiar mensal for igual ou inferior ao valor termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não-
correspondente a 5 (cinco) salários mínimos. apresentação, da lavratura do auto de infração;
§ 3o A União poderá delegar aos Estados, Distrito Federal II - será reduzida:
ou Municípios a comprovação da situação de carência de
a) à metade, caso a declaração seja apresentada antes de
que trata o § 2o deste artigo, por meio de convênio.
qualquer procedimento de ofício;
§ 4o A isenção de que trata este artigo aplica-se desde o
b) a 75% (setenta e cinco por cento), caso a declaração seja
início da efetiva ocupação do imóvel e alcança os débitos
apresentada no prazo fixado em intimação;
constituídos e não pagos, inclusive os inscritos em dívida
ativa, e os não constituídos até 27 de abril de 2006, bem III - será de, no mínimo, R$ 20,00 (vinte reais).
como multas, juros de mora e atualização monetária.” (NR) § 3o O responsável que apresentar DOITU com incorreções
“Art. 2o .............................................................. ou omissões será intimado a apresentar declaração
retificadora, no prazo estabelecido pela Secretaria do
I - .....................................................................
Patrimônio da União, e sujeitar-se-á à multa de R$ 50,00
......................................................................... (cinqüenta reais) por informação inexata, incompleta ou
omitida, que será reduzida em 50% (cinqüenta por cento)
b) as empresas públicas, as sociedades de economia mista
caso a retificadora seja apresentada no prazo fixado.”
e os fundos públicos, nas transferências destinadas à
realização de programas habitacionais ou de regularização Art. 10. Os arts. 1.225 e 1.473 da Lei no 10.406, de 10 de
fundiária de interesse social; janeiro de 2002 - Código Civil, passam a vigorar com a
seguinte redação:
c) as autarquias e fundações federais;
“Art. 1.225..................................................................
........................................................................
.................................................................................
Parágrafo único. A isenção de que trata este artigo abrange
também os foros e as taxas de ocupação enquanto os XI - a concessão de uso especial para fins de moradia;
imóveis permanecerem no patrimônio das referidas
XII - a concessão de direito real de uso.” (NR)
entidades, assim como os débitos relativos a foros, taxas de
ocupação e laudêmios constituídos e não pagos até 27 de “Art. 1.473................................................................
abril de 2006 pelas autarquias e fundações federais.” (NR) ...............................................................................
Art. O Decreto-Lei 2.398, de 21 de dezembro de 1987,
9o no VIII - o direito de uso especial para fins de moradia;
passa a vigorar acrescido do seguinte art. 3o-A:
IX - o direito real de uso;
“Art. 3o-A Os cartórios deverão informar as operações
imobiliárias anotadas, averbadas, lavradas, matriculadas ou X - a propriedade superficiária.
registradas nos Cartórios de Notas ou de Registro de ..............................................................................
Imóveis, Títulos e Documentos que envolvam terrenos da
União sob sua responsabilidade, mediante a apresentação § 2o Os direitos de garantia instituídos nas hipóteses dos
de Declaração sobre Operações Imobiliárias em Terrenos incisos IX e X do caput deste artigo ficam limitados à
duração da concessão ou direito de superfície, caso tenham Art. 18. (VETADO)
sido transferidos por período determinado.” (NR)
Art. 19. (VETADO)
Art. 11. O art. 22 da Lei 9.514, de 20 de novembro de
no
Art. 22. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas
1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
regularizações fundiárias de interesse social promovidas
“Art. 22............................................................. nos imóveis de sua propriedade poderão aplicar, no que
couber, as disposições dos arts. 18-B a 18-F do Decreto-Lei
§ 1o A alienação fiduciária poderá ser contratada por
no 9.760, de 5 de setembro de 1946.
pessoa física ou jurídica, não sendo privativa das entidades
que operam no SFI, podendo ter como objeto, além da Art. 23. O Poder Executivo, por meio da Secretaria do
propriedade plena: Patrimônio da União, adotará providências visando a
realização de levantamento dos imóveis da União que
I - bens enfitêuticos, hipótese em que será exigível o
possam ser destinados a implementar políticas
pagamento do laudêmio, se houver a consolidação do
habitacionais direcionadas à população de menor renda no
domínio útil no fiduciário;
âmbito do Sistema Nacional de Habitação de Interesse
II - o direito de uso especial para fins de moradia; Social - SNHIS, instituído pela Lei no 11.124, de 16 de junho
III - o direito real de uso, desde que suscetível de alienação; de 2005.
I - o primeiro registro de direito real constituído em favor de Art. 25. A concessão de uso especial de que trata a Medida
beneficiário de regularização fundiária de interesse social Provisória no 2.220, de 4 de setembro de 2001, aplica-se
em áreas urbanas e em áreas rurais de agricultura familiar; também a imóvel público remanescente de desapropriação
cuja propriedade tenha sido transferida a empresa pública
II - a primeira averbação de construção residencial de até ou sociedade de economia mista.
70 m² (setenta metros quadrados) de edificação em áreas
urbanas objeto de regularização fundiária de interesse Art. 26. A partir da data de publicação desta Lei,
social. independentemente da data de inscrição, em todos os
imóveis rurais da União destinados a atividade agropecuária
§ 1o O registro e a averbação de que tratam os incisos I e sob administração da Secretaria do Patrimônio da União
II do caput deste artigo independem da comprovação do considerados produtivos será aplicada a taxa de ocupação
pagamento de quaisquer tributos, inclusive previdenciários. prevista no inciso I do caput do art. 1o do Decreto-Lei
§ 2o Considera-se regularização fundiária de interesse no 2.398, de 21 de dezembro de 1987, ressalvados os casos
social para os efeitos deste artigo aquela destinada a de isenção previstos em lei.
atender famílias com renda mensal de até 5 (cinco) salários Art. 27. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
mínimos, promovida no âmbito de programas de interesse
social sob gestão de órgãos ou entidades da administração Art. 28. Ficam revogados:
pública, em área urbana ou rural.” I - os arts. 6o, 7º e 8º do Decreto-Lei nº 9.760, de 5 de
Art. 13. A concessão de uso especial para fins de moradia, setembro de 1946;
a concessão de direito real de uso e o direito de superfície II - o art. 3o do Decreto-Lei no 1.876, de 15 de julho de 1981;
podem ser objeto de garantia real, assegurada sua e
aceitação pelos agentes financeiros no âmbito do Sistema
Financeiro da Habitação - SFH. III - o art. 93 da Lei no 7.450, de 23 de dezembro de 1985.
Art. 12. Para o recebimento dos recursos financeiros do § 2º Aplica-se o disposto nos §§ 1º , 2º e 3º do art. 13 às
Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais, a transferências do benefício de que trata o caput .
família beneficiária deverá aderir ao Programa por meio da § 3º À família beneficiada pelo disposto no caput não se
assinatura de termo de adesão pelo seu responsável, aplica o benefício do caput do art. 13.
contendo o projeto de estruturação da unidade produtiva
§ 4º A transferência de recursos fica condicionada à
familiar e as etapas de sua implantação.
disponibilidade orçamentária e financeira prevista para o
§ 1º No caso de beneficiários cujas atividades produtivas Programa.
sejam realizadas coletivamente, o projeto poderá
§ 5º O regulamento poderá estabelecer critérios adicionais
contemplar mais de uma família, conforme o regulamento.
para o recebimento do benefício de que trata o caput e
§ 2º O Poder Executivo definirá critérios de priorização das demais condições para o seu pagamento.
famílias a serem beneficiadas, conforme aspectos técnicos
Art. 14. A cessação da transferência de recursos no âmbito
e de disponibilidade orçamentária e financeira.
do Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais
§ 3º O recebimento dos recursos do Programa de Fomento ocorrerá em razão da não observância das regras do
às Atividades Produtivas Rurais tem caráter temporário e Programa, conforme o regulamento.
não gera direito adquirido.
Art. 15. O Poder Executivo instituirá o Comitê Gestor do
Art. 13. É a União autorizada a transferir diretamente à Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais,
família beneficiária do Programa de Fomento às Atividades com as seguintes atribuições, sem prejuízo de outras
Produtivas Rurais os recursos financeiros no valor de até definidas em regulamento:
R$ 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais) por unidade
I - aprovar o planejamento do Programa, compatibilizando
familiar, na forma do regulamento.
os recursos disponíveis ao número de famílias beneficiárias;
§ 1º A transferência dos recursos de que trata e
o caput ocorrerá, no mínimo, em 2 (duas) parcelas e no
II - definir a sistemática de monitoramento e avaliação do
período máximo de 2 (dois) anos, na forma do regulamento.
Programa.
§ 2º Na ocorrência de situações excepcionais e que
Parágrafo único. O Poder Executivo definirá a composição
impeçam ou retardem a execução do projeto, o prazo a que
e a forma de funcionamento do Comitê Gestor, bem como
se refere o § 1o poderá ser prorrogado em até 6 (seis)
os procedimentos e instrumentos de controle social.
meses, conforme o regulamento.
CAPÍTULO III
§ 3º A função de agente operador do Programa de Fomento
às Atividades Produtivas Rurais será atribuída à instituição DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS - PAA
financeira oficial, mediante remuneração e condições a
Art. 16. Podem fornecer produtos ao Programa de Aquisição
serem pactuadas com o Governo Federal.
de Alimentos - PAA, de que trata o art. 19 da Lei nº 10.696,
§ 4º À família beneficiada pelo disposto no caput não se de 2 de julho de 2003, os agricultores familiares e os demais
aplica o benefício do caput do art. 13-A. beneficiários que se enquadrem nas disposições da Lei nº
11.326, de 24 de julho de 2006 .
§ 5º Os recursos financeiros de que trata o caput serão
pagos preferencialmente à mulher responsável pela § 1º As aquisições dos produtos para o PAA poderão ser
unidade familiar, quando cabível. efetuadas diretamente dos beneficiários de que trata o
caput ou, indiretamente, por meio de suas cooperativas e § 4º O limite de aquisição da modalidade Incentivo à
demais organizações formais. Produção e ao Consumo de Leite (PAA-Leite), a ser
estabelecido em regulamento, deverá garantir a compra de
§ 2º Nas aquisições realizadas por meio de cooperativas
pelo menos 35 (trinta e cinco) litros de leite por dia de cada
dos agricultores familiares e dos demais beneficiários que
agricultor familiar, pelo período a que se referir esse limite,
se enquadrem nas disposições da Lei nº 11.326, de 24 de
que será o limitador exclusivo a ser aplicado.
julho de 2006 , a transferência dos produtos do associado
para a cooperativa constitui ato cooperativo, previsto na Lei Art. 18. Os produtos adquiridos para o PAA terão as
nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. seguintes destinações, obedecidas as regras estabelecidas
pelo Grupo Gestor do PAA nas modalidades específicas:
§ 3º O Poder Executivo federal poderá estabelecer critérios
e condições de prioridade de atendimento pelo PAA, de I - promoção de ações de segurança alimentar e nutricional;
forma a contemplar as especificidades de seus diferentes
II - formação de estoques; e
segmentos e atendimento dos beneficiários de menor
renda. III - atendimento às demandas de gêneros alimentícios e
materiais propagativos por parte da administração pública,
§ 4º A aquisição de produtos na forma do caput somente
direta ou indireta, federal, estadual, distrital ou municipal.
poderá ser feita nos limites das disponibilidades
orçamentárias e financeiras. Parágrafo único. Excepcionalmente, será admitida a
aquisição de produtos destinados à alimentação animal,
Art. 17. Fica o Poder Executivo federal, estadual, municipal
para venda com deságio aos beneficiários da Lei nº 11.326,
e do Distrito Federal autorizado a adquirir alimentos
de 24 de julho de 2006 , nos Municípios em situação de
produzidos pelos beneficiários descritos no art. 16,
emergência ou de calamidade pública, reconhecida nos
dispensando-se o procedimento licitatório, obedecidas,
termos dos §§ 1º e 2º do art. 3º da Lei nº 12.340, de 1º de
cumulativamente, as seguintes exigências:
dezembro de 2010.
I - os preços sejam compatíveis com os vigentes no
Art. 19. Os alimentos adquiridos no âmbito do PAA poderão
mercado, em âmbito local ou regional, aferidos e definidos
ser doados a pessoas e famílias em situação de
segundo metodologia instituída pelo Grupo Gestor do PAA;
insegurança alimentar e nutricional, observado o disposto
II - o valor máximo anual ou semestral para aquisições de em regulamento.
alimentos, por unidade familiar, por cooperativa ou por
Art. 20. Sem prejuízo das modalidades já instituídas, o PAA
demais organizações formais da agricultura familiar seja
poderá ser executado mediante a celebração de Termo de
respeitado, conforme definido em regulamento; e
Adesão firmado por órgãos ou entidades da administração
III - os alimentos adquiridos sejam de produção própria dos pública estadual, do Distrito Federal ou municipal, direta ou
beneficiários referidos no caput e no § 1º do art. 16 desta indireta, e consórcios públicos, dispensada a celebração de
Lei e cumpram os requisitos de controle de qualidade convênio.
dispostos nas normas vigentes.
Art. 21. Para a execução das ações de implementação do
§ 1º Na hipótese de impossibilidade de cotação de preços PAA, fica a União autorizada a realizar pagamentos aos
no mercado local ou regional, produtos agroecológicos ou executores do Programa, nas condições específicas
orgânicos poderão ter um acréscimo de até 30% (trinta por estabelecidas em regulamento, com a finalidade de
cento) em relação aos preços estabelecidos para produtos contribuir com as despesas de operacionalização das metas
convencionais, observadas as condições definidas pelo acordadas.
Grupo Gestor do PAA.
Art. 22. A Companhia Nacional de Abastecimento - Conab,
§ 2º São considerados produção própria os produtos in no âmbito das operações do PAA, poderá realizar ações de
natura , os processados, os beneficiados ou os articulação com cooperativas e demais organizações
industrializados, resultantes das atividades dos formais da agricultura familiar.
beneficiários referidos no caput e no § 1º do art. 16 desta
Art. 23. O pagamento aos fornecedores descritos no art. 16
Lei.
será realizado diretamente pela União ou por intermédio das
§ 3º São admitidas a aquisição de insumos e a contratação instituições financeiras oficiais, admitido o convênio com
de prestação de serviços necessárias ao processamento, cooperativas de crédito e bancos cooperativos para o
ao beneficiamento ou à industrialização dos produtos a repasse aos beneficiários.
serem fornecidos ao PAA, inclusive de pessoas físicas e
§ 1º Para a efetivação do pagamento de que trata o caput ,
jurídicas não enquadradas como beneficiárias do
será admitido, como comprovação da entrega e da
Programa, desde que observadas as diretrizes e as
qualidade dos produtos, termo de recebimento e
condições definidas pelo Grupo Gestor do PAA.
aceitabilidade, atestado por representante da entidade que
receber os alimentos e referendado pela unidade executora, Parágrafo único. Caberá ao Comitê Gestor Nacional do
conforme o regulamento. Plano Brasil Sem Miséria divulgar em sítio na internet a
relação das programações de que trata o caput, bem como
§ 2º Para os fins do disposto no § 1º , o documento fiscal
proceder às atualizações devidas nessa relação, inclusive
será atestado pela unidade executora, a quem caberá a
no que se refere a alterações nas classificações
responsabilidade pela guarda dos documentos, conforme o
orçamentárias decorrentes de lei orçamentária anual e seus
regulamento.
créditos adicionais.
Art. 24. Os Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional
Art. 31. Os recurs o s de que trat a m os arts. 6º , 13 e 1 5 -
- Consea são instâncias de controle e participação social do
B poderão ser m a j orados
PAA.
pelo Poder Executivo e m razão da din â m i ca
Parágrafo único. Na hipótese de inexistência de Consea na socioecon ô mica do Pa í s
esfera administrativa de execução do programa, deverá ser e de estudos técni c os sobre o t e m a, ob s erva d a
indicada outra instância de controle social responsável pelo a dotação o r ça m entár i a disp o níve l.
acompanhamento de sua execução, que será,
Art. 32. Na definição dos critérios de que tratam o § 1º do
preferencialmente, o Conselho de Desenvolvimento Rural
art. 5º e o § 2º do art. 12, o Poder Executivo dará prioridade
Sustentável ou o Conselho de Assistência Social.
de atendimento às famílias com mulheres responsáveis
CAPÍTULO IV pela unidade familiar e às famílias residentes nos
DISPOSIÇÕES FINAIS Municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano
- IDH.
Art. 25. O Poder Executivo definirá em regulamento o
conceito de família em situação de extrema pobreza, para Art. 33. O art. 19 da Lei nº 10.696, de 2 de julho de 2003,
efeito da caracterização dos beneficiários das passa a vigorar com a seguinte redação:
transferências de recursos a serem realizadas no âmbito " Art. 19. Fica instituído o Programa de Aquisição de
dos Programas instituídos nesta Lei. Alimentos, compreendendo as seguintes finalidades:
Art. 26. A participação nos Comitês previstos nesta Lei será I - incentivar a agricultura familiar, promovendo a sua
considerada prestação de serviço público relevante, não inclusão econômica e social, com fomento à produção com
remunerada. sustentabilidade, ao processamento de alimentos e
Art. 27. Os recursos transferidos no âmbito do Programa de industrialização e à geração de renda;
Apoio à Conservação Ambiental e do Programa de Fomento II - incentivar o consumo e a valorização dos alimentos
às Atividades Produtivas Rurais não comporão a renda produzidos pela agricultura familiar;
familiar mensal, para efeito de elegibilidade nos programas
III - promover o acesso à alimentação, em quantidade,
de transferência de renda do Governo Federal.
qualidade e regularidade necessárias, das pessoas em
Art. 28. As despesas com a execução das ações dos situação de insegurança alimentar e nutricional, sob a
programas instituídos por esta Lei correrão à conta de perspectiva do direito humano à alimentação adequada e
dotação orçamentária consignada anualmente aos órgãos e saudável;
entidades envolvidos em sua implementação, observados
IV - promover o abastecimento alimentar, que compreende
os limites de movimentação, empenho e pagamento da
as compras governamentais de alimentos, incluída a
programação orçamentária e financeira anual.
alimentação escolar;
Art. 29. O Poder Executivo divulgará periodicamente, por
V - constituir estoques públicos de alimentos produzidos por
meio eletrônico, relação atualizada contendo o nome, o
agricultores familiares;
Número de Identificação Social inscrito no Cadastro Único
para Programas Sociais do Governo Federal - NIS, a VI - apoiar a formação de estoques pelas cooperativas e
unidade federativa e os valores pagos aos beneficiários dos demais organizações formais da agricultura familiar; e
Programas de que tratam os arts. 1º e 9º desta Lei.
VII - fortalecer circuitos locais e regionais e redes de
Art. 30. Fica autorizado o Poder Executivo a discriminar, por comercialização.
meio de ato próprio, programações do Plano Brasil Sem
§ 1º Os recursos arrecadados com a venda de estoques
Miséria a serem executadas por meio das transferências
estratégicos formados nos termos deste artigo serão
obrigatórias de recursos financeiros pelos órgãos e
destinados integralmente às ações de combate à fome e à
entidades da União aos órgãos e entidades dos Estados,
promoção da segurança alimentar e nutricional.
Distrito Federal e Municípios para a execução de ações no
âmbito do Plano Brasil Sem Miséria. § 2º (Revogado).
§ 3º O Poder Executivo constituirá Grupo Gestor do PAA, beneficiário que dolosamente tenha prestado informações
com composição e atribuições definidas em regulamento. falsas ou utilizado qualquer outro meio ilícito, a fim de
indevidamente ingressar ou se manter como beneficiário do
§ 4º (Revogado)." (NR)
Programa Bolsa Família.
Art. 34. O inciso II do art. 2º da Lei nº 10.836, de 9 de janeiro
§ 1º O valor apurado para o ressarcimento previsto no caput
de 2004, passa a vigorar com a seguinte redação:
será atualizado pelo Índice Nacional de Preços ao
"Art. 2º ........................................................................ Consumidor Amplo - IPCA, divulgado pela Fundação
II - o benefício variável, destinado a unidades familiares que Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
se encontrem em situação de pobreza e extrema pobreza e § 2º Apurado o valor a ser ressarcido, mediante processo
que tenham em sua composição gestantes, nutrizes, administrativo, e não tendo sido pago pelo beneficiário, ao
crianças entre 0 (zero) e 12 (doze) anos ou adolescentes débito serão aplicados os procedimentos de cobrança dos
até 15 (quinze) anos, sendo pago até o limite de 5 (cinco) créditos da União, na forma da legislação de regência."
benefícios por família;
Art. 39. O art. 3º da Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006,
............................................................................" (NR) passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 35. O aumento do número de benefícios variáveis "Art. 3º ........................................................................
atualmente percebidos pelas famílias beneficiárias,
III - tenha percentual mínimo da renda familiar originada de
decorrente da alteração pre-vista no art. 34, ocorrerá nos
atividades econômicas do seu estabelecimento ou
termos de cronograma a ser definido em ato do Ministro de
empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo;
Estado do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
§ 2º ......................................................................
Art. 36. O art. 11 da Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004,
passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único: V - povos indígenas que atendam simultaneamente aos
requisitos previstos nos incisos II, III e IV do caput do art. 3º
"Art. 11. ............................................................
;
Parágrafo único. A validade dos benefícios concedidos no
VI - integrantes de comunidades remanescentes de
âmbito do Programa Nacional de Acesso à Alimentação -
quilombos rurais e demais povos e comunidades
PNAA - "Cartão Alimentação" encerra-se em 31 de
tradicionais que atendam simultaneamente aos incisos II, III
dezembro de 2011." (NR)
e IV do caput do art. 3º ." (NR)
Art. 37. O art. 14 da Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004,
Art. 40. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
passa a vigorar com a seguinte redação:
Brasília, 14 de outubro de 2011; 190o da Independência e
" Art. 14. Sem prejuízo das responsabilidades civil, penal e
123o da República.
administrativa, o servidor público ou o agente da entidade
conveniada ou contratada responsável pela organização e DILMA ROUSSEFF
manutenção do cadastro de que trata o art. 1º será Arno Hugo Augustin Filho
responsabilizado quando, dolosamente: Miriam Belchior
Tereza Campello
I - inserir ou fizer inserir dados ou informações falsas ou
Izabella Mônica Vieira Teixeira
diversas das que deveriam ser inscritas no Cadastro Único
Afonso Florence
para Programas Sociais do Governo Federal - Cadúnico; ou
DECRETO Nº 7.830, DE 17 DE OUTUBRO DE 2012
II - contribuir para que pessoa diversa do beneficiário final
receba o benefício. Dispõe sobre o Sistema de Cadastro
Ambiental Rural, o Cadastro Ambiental Rural,
§ 1º (Revogado). estabelece normas de caráter geral aos
§ 2º O servidor público ou agente da entidade contratada Programas de Regularizaçã o Ambiental, de
que cometer qualquer das infrações de que trata o caput fica que trata a Lei nº 12.651, de 25 de maio de
2012, e dá outras providências.
obrigado a ressarcir integralmente o dano, aplicando-se-lhe
multa nunca inferior ao dobro e superior ao quádruplo da A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições
quantia paga indevidamente."(NR) que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da
Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei n º 12.651, de
Art. 38. A Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, passa a
25 de maio de 2012,
vigorar acrescida do seguinte art. 14-A:
DECRETA:
" Art. 14-A. Sem prejuízo da sanção penal, será obrigado a
efetuar o ressarcimento da importância recebida o CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS de preservação permanente, as áreas de uso restrito, as
áreas consolidadas e a localização das reservas legais;
Art. 1 º Este Decreto dispõe sobre o Sistema de Cadastro
Ambiental Rural - SICAR, sobre o Cadastro Ambiental Rural XI - pousio - prática de interrupção temporária de atividades
- CAR, e estabelece normas de caráter geral aos Programas ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais, por no
de Regularização Ambiental - PRA, de que trata a Lei máximo cinco anos, para possibilitar a recuperação da
n º 12.651, de 25 de maio de 2012. capacidade de uso ou da estrutura física do solo;
Art. 2 º Para os efeitos deste Decreto entende-se por: XII - rio perene - corpo de água lótico que possui
naturalmente escoamento superficial durante todo o
I - Sistema de Cadastro Ambiental Rural - SICAR - sistema
período do ano;
eletrônico de âmbito nacional destinado ao
gerenciamento de informações ambientais dos imóveis XIII - rio intermitente - corpo de água lótico que naturalmente
rurais; não apresenta escoamento superficial por períodos do ano;
II - Cadastro Ambiental Rural - CAR - registro eletrônico de XIV - rio efêmero - corpo de água lótico que possui
abrangência nacional junto ao órgão ambiental competente, escoamento superficial apenas durante ou imediatamente
no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio após períodos de precipitação;
Ambiente – SINIMA, obrigatório para todos os imóveis
XV - regularização ambiental - atividades desenvolvidas e
rurais, com a finalidade de integrar as informações
implementadas no imóvel rural que visem a atender ao
ambientais das propriedades e posses rurais, compondo
disposto na legislação ambiental e, de forma prioritária, à
base de dados para controle, monitoramento, planejamento
manutenção e recuperação de áreas de preservação
ambiental e econômico e combate ao desmatamento;
permanente, de reserva legal e de uso restrito, e à
III - termo de compromisso - documento formal de adesão compensação da reserva legal, quando couber;
ao Programa de Regularização Ambiental - PRA, que
XVI - sistema agroflorestal - sistema de uso e ocupação do
contenha, no mínimo, os compromissos de manter,
solo em que plantas lenhosas perenes são manejadas em
recuperar ou recompor as áreas de preservação
associação com plantas herbáceas, arbustivas, arbóreas,
permanente, de reserva legal e de uso restrito do imóvel
culturas agrícolas, forrageiras em uma mesma unidade de
rural, ou ainda de compensar áreas de reserva legal;
manejo, de acordo com arranjo espacial e temporal, com
IV - área de remanescente de vegetação nativa - área com alta diversidade de espécies e interações entre estes
vegetação nativa em estágio primário ou secundário componentes;
avançado de regeneração;
XVII - projeto de recomposição de área degradada e
V - área degradada - área que se encontra alterada em alterada- instrumento de planejamento das ações de
função de impacto antrópico, sem capacidade de recomposição contendo metodologias, cronograma e
regeneração natural; insumos; e
VI - área alterada - área que após o impacto ainda mantém XVIII - Cota de Reserva Ambiental - CRA - título nominativo
capacidade de regeneração natural; representativo de área com vegetação nativa existente ou
em processo de recuperação conforme o disposto no art. 44
VII - área abandonada - espaço de produção convertido
da Lei nº 12.651, de 2012 .
para o uso alternativo do solo sem nenhuma exploração
produtiva há pelo menos trinta e seis meses e não CAPÍTULO II
formalmente caracterizado como área de pousio;
DO SISTEMA DE CADASTRO AMBIENTAL RURAL E DO
VIII - recomposição - restituição de ecossistema ou de CADASTRO AMBIENTAL RURAL
comunidade biológica nativa degradada ou alterada a
Seção I
condição não degradada, que pode ser diferente de sua
condição original; Do Sistema de Cadastro Ambiental Rural - SICAR
IX - planta - representação gráfica plana , em escala mínima Art. 3 º Fica criado o Sistema de Cadastro Ambiental Rural
de 1:50.000, que contenha particularidades naturais e - SICAR, com os seguintes objetivos:
artificiais do imóvel rural; I - receber, gerenciar e integrar os dados do CAR de todos
X - croqui - representação gráfica simplificada da situação os entes federativos;
geográfica do imóvel rural, a partir de ima gem de satélite II - cadastrar e controlar as informações dos imóveis rurais,
georreferenciada disponibilizada via SICAR e que inclua os referentes a seu perímetro e lo calização, aos
remanescentes de vegetação nativa, as servidões, as áreas remanescentes de vegetação nativa, às áreas de interesse
social, às áreas de utilidade pública, às Áreas de
Preservação Permanente, às Áreas de Uso Restrito, às Art. 6º A inscrição no CAR, obrigatória para todas as
áreas consolidadas e às Reservas Legais; propriedades e posses rurais, tem natureza declaratória e
permanente, e conterá informações sobre o imóvel rural,
III - monitorar a manutenção, a recompo sição, a
conforme o disposto no art. 21.
regeneração, a compensação e a supressão da vegetação
nativa e da cobertura vegetal nas áreas de Preservação § 1 º As informações são de responsabilidade do declarante,
Permanente, de Uso Restrito, e de Reserva Legal, no que incorrerá em sanções penais e administrativas, sem
interior dos imóveis rurais; prejuízo de outras previstas na legislação, quando total ou
parcialmente falsas, enganosas ou omissas.
IV - promover o planejamento ambiental e econômico do
us o do solo e conservação ambiental no território nacional; § 2 º A inscrição no CAR deverá ser requerida no prazo de
e 1 (um) ano contado da sua implantação, preferencialmente
junto ao órgão ambien tal municipal ou estadual competente
V - disponibilizar informações de natureza pública sobre a
do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA.
regularização ambiental dos imóveis rurais em território
nacional, na Internet. § 3 º As informações serão atualizadas periodicamente ou
sempre que houver alteração de natureza dominial ou
§ 1 º Os órgãos integrantes do SINIMA disponibilizarão e m
possessória.
sítio eletrônico localizado na Internet a interface de
programa de cadastramento integrada ao SICAR destinado § 4º A atualização ou alteração dos dados ins eridos no CAR
à inscrição, consulta e acompanhamento da situação da só poderão ser efetuadas pelo proprietário ou possuidor
regularização ambiental dos imóveis rurais. rural ou representante legalmente constituído.
§ 2 º Os entes federativos que não disponham de sistema Art. 7 º Caso detectadas pendências ou inconsistências nas
para o cadastramento de imóveis rurais poderão utilizar o informações declaradas e nos documentos apresentados
módulo de cadastro ambiental rural, disponível no SICAR, no CAR, o órgão responsável deverá notificar o requerente,
por meio de instrumento de cooperação com o Ministério do de uma única vez, para que preste informações
Meio Ambiente. complementares ou promova a correção e adequação das
informações prestadas.
§ 3 º Os órgãos competentes poderão desenvolver
módulos complementares para atender a peculiaridades § 1º Na hipótese do caput, o requerente deverá fazer as
locais, desde que sejam compatíveis com o SICAR e alterações no prazo estabelecido pelo órgão ambiental
observem os Padrões de Interoperabilidade de Governo competente, sob pena de cancelamento da sua inscrição no
Eletrônico - e-PING, em linguagem e mecanismos de CAR.
gestão de dados.
§ 2º Enquanto não houver manifestação do órgão
§ 4 º O Ministério do Meio Ambiente dis ponibilizará imagens competente acerca de pendências ou inconsistências nas
destinadas ao mapeamento das propriedades e posses informações declaradas e nos documentos apresentados
rurais para compor a base de dados do sistema de para a inscrição no CAR, será considerada efetivada a
informações geográficas do SICAR, com vistas à inscrição do imóvel rural no CAR, para todos os fins
implantação do CAR. previstos em lei.
Art. 4 º Os entes federativos que já disponham de sistema § 3º O órgão ambiental competente poderá realizar vistorias
para o ca dastramento de imóveis rurais deverão integrar de campo sempre que julgar necessário para verificação
sua base de dados ao SICAR, nos termos do inciso VIII das informações declaradas e acompanhamento dos
do caput do art. 8º e do inciso VIII do caput do art. 9º da Lei compromissos assumidos.
Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011 .
§ 4º Os documentos comprobatórios das informações
Seção II declaradas poderão ser solicitados, a qualquer tempo, pelo
órgão competente, e poderão ser fornecidos por meio
Do Cadastro Ambiental Rural
digital.
Art. 5 º O Cadastro Ambiental Rural - CAR deverá
Art. 8º Para o registro no CAR dos imóveis rurais referidos
contemplar os dados do proprietário, possuidor rural ou
no inciso V do caput do art. 3º , da Lei nº 12.651, de
responsável direto pelo imóvel rural, a respectiva planta
2012, será observado procedimento simplificado, nos
georreferenciada do perímetro do imóvel, das áreas de
termos de ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente, no
interesse social e das áreas de utilida de pública, com a
qual será obrigatória apenas a identificação do proprietário
informação da localização dos remanescentes de
ou possuidor rural, a comprovação da propriedade ou posse
vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente,
e a apresentação de croqui que indique o perímetro do
das Áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e da
localização das Reservas Legais.
imóvel, as Áreas de Preservação Permanente e os enquanto estiver sendo cumprido o termo de compromisso,
remanescentes que formam a Reserva Legal. o proprietário ou possuidor não poderá ser autuado por
infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, relativas
§ 1º Caberá ao proprietário ou possuidor apresentar os
à supressão irregular de vegetação em Áreas de
dados com a identificação da área proposta de Reserva
Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso
Legal.
restrito.
§ 2º Caberá aos órgãos competentes integrantes do
Art. 13. A partir da assinatura do termo de compromisso,
SISNAMA, ou instituição por ele habilitada, realizar a
serão suspensas as sanções decorrentes das infrações
captação das respectivas coordenadas geográficas,
mencionadas no art. 12, e cumpridas as obrigações
devendo o poder público prestar apoio técnico e jurídico,
estabelecidas no PRA ou no termo de compromisso para a
assegurada a gratuidade de que trata o parágrafo único
regularização ambiental das exigências previstas na Lei nº
do art. 53 da Lei nº 12.651, de 2012, sendo facultado ao
12.651, de 2012, nos prazos e condições neles
proprietário ou possuidor fazê-lo por seus próprios meios.
estabelecidos.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao proprietário ou
Parágrafo único. As multas decorrentes das infrações
posseiro rural com até quatro módulos fiscais que
referidas no caput serão consideradas como convertidas
desenvolvam atividades agrossilvipastoris, e aos povos e
em serviços de preservação, melhoria e recuperação da
comunidades indígenas e tradicionais que façam uso
qualidade do meio ambiente, regularizando o uso de áreas
coletivo do seu território.
rurais consolidadas conforme definido no PRA.
CAPÍTULO III
Art. 14. O proprietário ou possuidor rural inscrito no CAR
DO PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL - que for autuado pelas infrações cometidas antes de 22 de
PRA julho de 2008, durante o prazo de que trata o art. 11, poderá
Art. 9º Serão instituídos, no âmbito da União, dos Estados e promover a regularização da situação por meio da adesão
do Distrito Federal, Programas de Regularização Ambiental ao PRA, aplicando-se-lhe o disposto no art. 13.
- PRAs, que compreenderão o conjunto de ações ou Art. 15. Os PRAs a serem instituídos pela União, Estados e
iniciativas a serem desenvolvidas por proprietários e Distrito Federal deverão incluir mecanismo que permita o
posseiros rurais com o objetivo de adequar e promover a acompanhamento de sua implementação, considerando os
regularização ambiental com vistas ao cumprimento do objetivos e metas nacionais para florestas, especialmente a
disposto no Capítulo XIII da Lei no 12.651, de 2012. implementação dos instrumentos previstos na Lei nº 12.651,
Parágrafo único. São instrumentos do Programa de de 2012, a adesão cadastral dos proprietários e possuidores
Regularização Ambiental: de imóvel rural, a evolução da regularização das
propriedades e posses rurais, o grau de regularidade do uso
I - o Cadastro Ambiental Rural - CAR, conforme disposto de matéria-prima florestal e o controle e prevenção de
no caput do art. 5º ; incêndios florestais.
II - o termo de compromisso; Art. 16. As atividades contidas nos Projetos de
III - o Projeto de Recomposição de Áreas Degradadas e Recomposição de Áreas Degradadas e Alteradas deverão
Alteradas; e, ser concluídas de acordo com o cronograma previsto no
Termo de Compromisso.
IV - as Cotas de Reserva Ambiental - CRA, quando couber.
§ 1º A recomposição da Reserva Legal de que trata o art.
Art. 10. Os Programas de Regularização Ambiental - PRAs 66 da Lei nº 12.651, de 2012, deverá atender os critérios
deverão ser implantados no prazo de um ano, contado da estipulados pelo órgão competente do SISNAMA e ser
data da publicação da Lei nº 12.651, de 2012, prorrogável concluída em até vinte anos, abrangendo, a cada dois anos,
por uma única vez, por igual período, por ato do Chefe do no mínimo um décimo da área total necessária à sua
Poder Executivo. complementação.
Art. 11. A inscrição do imóvel rural no CAR é condição § 2 º É facultado ao proprietário ou possuidor de imóvel
obrigatória para a adesão ao PRA, a que deverá ser rural, o uso alternativo do solo da área necessária à
requerida pelo interessado no prazo de um ano, contado a recomposição ou regeneração da Reserva Legal,
partir da sua implantação, prorrogável por uma única vez, resguardada a área da parcela mínima definida no Termo
por igual período, por ato do Chefe do Poder Executivo. de Compromisso que já tenha sido ou que esteja sendo
Art. 12. No período entre a publicação da Lei nº 12.651, de recomposta ou regenerada, devendo adotar boas práticas
2012, e a implantação do PRA em cada Estado e no Distrito agronômicas com vistas à conservação do solo e água.
Federal, e após a adesão do interessado ao PRA e
Art. 17. Os PRAs deverão prever as sanções a serem do leito regular, independentemente da largura do curso
aplicadas pelo não cumprimento dos Termos de d’água.
Compromisso firmados nos termos deste Decreto.
§ 4º Para fins do que dispõe o inciso II do § 4º do art. 61-A
Art. 18. A recomposição das áreas de reserva legal poderá da Lei nº 12.651, de 2012, a recomposição das faixas
ser realizada mediante o plantio intercalado de espécies marginais ao longo dos cursos d’água naturais será de, no
nativas e exóticas, em sistema agroflorestal, observados os mínimo:
seguintes parâmetros:
I - vinte metros, contados da borda da calha do leito regular,
I - o plantio de espécies exóticas deverá ser combinado com para imóveis com área superior a quatro e de até dez
as espécies nativas de ocorrência regional; e módulos fiscais, nos cursos d’água com até dez metros de
largura; e
II - a área recomposta com espécies exóticas não poderá
exceder a cinquenta por cento da área total a ser II - nos demais casos, extensão correspondente à metade
recuperada. da largura do curso d’água, observado o mínimo de trinta e
o máximo de cem metros, contados da borda da calha do
Parágrafo único. O proprietário ou possuidor de imóvel rural
leito regular.
que optar por recompor a reserva legal com utilização do
plantio intercalado de espécies exóticas terá direito a sua § 5º Nos casos de áreas rurais consolidadas em Áreas de
exploração econômica. Preservação Permanente no entorno de nascentes e olhos
d’água perenes, será admitida a manutenção de atividades
Art. 19. A recomposição das Áreas de Preservação
agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo rural, sendo
Permanente poderá ser feita, isolada ou conjuntamente,
obrigatória a recomposição do raio mínimo de quinze
pelos seguintes métodos:
metros.
I - condução de regeneração natural de espécies nativas;
§ 6º Para os imóveis rurais que possuam áreas
II - plantio de espécies nativas; consolidadas em Áreas de Preservação Permanente no
III- plantio de espécies nativas conjugado com a condução entorno de lagos e lagoas naturais, será admitida a
da regeneração natural de espécies nativas; e manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo
ou de turismo rural, sendo obrigatória a recomposição de
IV - plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de faixa marginal com largura mínima de:
ciclo longo, exóticas com nativas de ocorrência regional, em
até cinquenta por cento da área total a ser recomposta, no I - cinco metros, para imóveis rurais com área de até um
caso dos imóveis a que se refere o inciso V do caput do art. módulo fiscal;
3º da Lei nº 12.651, de 2012. II - oito metros, para imóveis rurais com área superior a um
§ 1º Para os imóveis rurais com área de até um módulo módulo fiscal e de até dois módulos fiscais;
fiscal que possuam áreas consolidadas em Áreas de III - quinze metros, para imóveis rurais com área superior a
Preservação Permanente ao longo de cursos d’água dois módulos fiscais e de até quatro módulos fiscais; e
naturais, será obrigatória a recomposição das respectivas
IV - trinta metros, para imóveis rurais com área superior a
faixas marginais em cinco metros, contados da borda da
quatro módulos fiscais.
calha do leito regular, independentemente da largura do
curso d´água. § 7º Nos casos de áreas rurais consolidadas em veredas,
será obrigatória a recomposição das faixas marginais, em
§ 2º Para os imóveis rurais com área superior a um módulo
projeção horizontal, delimitadas a partir do espaço brejoso
fiscal e de até dois módulos fiscais que possuam áreas
e encharcado, de largura mínima de:
consolidadas em Áreas de Preservação Permanente ao
longo de cursos d’água naturais, será obrigatória a I - trinta metros, para imóveis rurais com área de até quatro
recomposição das respectivas faixas marginais em oito módulos fiscais; e
metros, contados da borda da calha do leito regular,
II - cinquenta metros, para imóveis rurais com área superior
independentemente da largura do curso d´água.
a quatro módulos fiscais.
§ 3º Para os imóveis rurais com área superior a dois
§ 8º Será considerada, para os fins do disposto neste artigo,
módulos fiscais e de até quatro módulos fiscais que
a área detida pelo imóvel rural em 22 de julho de 2008.
possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação
Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será CAPÍTULO IV
obrigatória a recomposição das respectivas faixas DISPOSIÇÕES FINAIS
marginais em quinze metros, contados da borda da calha
Art. 20. Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais aplicação exclusiva em atividades que se enquadrem nos
que firmaram o Termo de Adesão e Compromisso que trata objetivos indicados neste regulamento, nos têrmos da
o inciso I do caput do art. 3º do Decreto nº 7.029, de 10 de legislação em vigor.
dezembro de 2009, até a data de publicação deste Decreto,
§ 1º O suprimento de recursos a que alude este artigo será
não serão autuados com base nos arts. 43, 48, 51 e 55 do
feito por instituições financeiras, assim consideradas as
Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008.
pessoas jurídicas públicas, privadas ou de economia mista
Art. 21. Ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente que tenham como atividades principal ou acessória a coleta,
estabelecerá a data a partir da qual o CAR será considerado intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios
implantado para os fins do disposto neste Decreto e ou de terceiros.
detalhará as informações e os documentos necessários à
§ 2º Os órgãos oficiais que dispõem de serviços de revenda
inscrição no CAR, ouvidos os Ministros de Estado da
de bens de produção deverão adaptar suas operações a
Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do
prazo às normas e condições dêste Regulamento.
Desenvolvimento Agrário.
Art 3º São objetivos específicos do crédito rural:
Art. 22. Este Decreto e ntra em vigor na data de sua
publicação. I - estimular o incremento ordenado dos investimentos
rurais, inclusive para armazenamento, beneficiamento e
Art. 23. Fica revogado o Decreto nº 7.029, de 10 de
industrialização dos produtos agropecuários, quando
dezembro de 2009 .
efetuados por cooperativas ou pelo produtor em seu imóvel
Brasília, 17 de outubro de 2012; 191º da Independência e rural;
124º da República.
II - favorecer o custeio oportuno e adequado da produção e
DILMA ROUSSEFF a comercialização de produtos agropecuários;
III - possibilitar o fortalecimento econômico dos produtores
DECRETO Nº 58.380, DE 10 DE MAIO DE 1966 rurais, notadamente pequenos e médios;
Aprova o Regulamento da Lei que IV - incentivar a introdução de métodos racionais de
Institucionaliza o Crédito Rural. produção, visando ao aumento da produtividade, à melhoria
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando da atribuição do padrão de vida das populações rurais e à adequada
que lhe confere o artigo 87, item I, da Constituição Federal, defesa do solo.
Art 39. O Banco Central da República do Brasil baixará Art 43. As operações de crédito rural terão apuração
instruções reguladoras do mecanismo de registro conjunto estatística especifica e registro distinto na contabilidade os
de responsabilidade das operações de crédito rural, a cargo financiadores e serão divulgadas com destaque nos
das instituições financiadoras componentes do Sistema balanços e balancentes, segundo suas características e
Nacional de Crédito Rural que atuam dentro da mesma finalidades, consoante normas estabelecidas pelo Banco
área, de forma a: Central da República do Brasil.
a) evitar o paralelismo de assistência creditícia a um mesmo Art 44. O Banco Central da República do Brasil assumirá até
beneficiário, assim considerada a concessão de que o Conselho Monetário Nacional resolva em contrário, o
financiamentos para a mesma finalidade; encargo de treinamento de pessoal dos estabelecimentos,
órgãos e entidades referidas no art. 8º, inclusive através de Art 2º A obtenção dos meios de acesso à propriedade rural
cooperativas, visando a formação e aperfeiçoamento de resultará de:
técnicos especializados para administração do crédito rural,
I - No caso do Poder Público:
podendo, nêsse sentido, firmar convênios para a realização
de cursos ou de promoções outras relativas à matéria. a) desapropriação por interêsse social;
Parágrafo único. Os recursos financeiros e materiais b) compra e venda;
necessários à execução dos programas de treinamento e c) doação;
capacitação do pessoal provirão:
d) arrecadação dos bens vagos;
a) do Banco Central da República do Brasil que destacará,
para tanto verba anual específica; e) permuta;
b) de convênios firmados com outros países, entidades e f) incorporação de terras devolutas vagas ou ilegalmente
órgãos nacionais, intergovernamentais, estrangeiros ou ocupadas.
internacionais; II - No caso de iniciativa particular:
c) das entidades e órgãos beneficiários dos programas de a) compra e venda;
treinamento, devendo a sua participação, igualmente
estabelecida em convênios, assegurar, pelos menos, a b) doação;
garantia de percepção, durante o período de treinamento, c) permuta;
de todos os direitos e vantagens, pelos candidatos
indicados ou selecionados, como se em efetivo exercício d) herança ou legado;
estivessem. e) legitimação de posse.
OCTÁVIO BULHÕES Art 3º Para o acesso a propriedade rural serão promovidas
Ney Braga. pelo Poder Público as seguintes medidas:
DECRETO No 59.428, DE 27 DE OUTUBRO DE 1966 I - Seleção e utilização de áreas onde se faça necessária a
Regulamenta os Capítulos I e II do Título II, o colonização, obedecida a regionalização estabelecida,
Capítulo II do Título III, e os arts. 81 - 82 - 83 - pelo artigo 43 do Estatuto da Terra;
91 - 109 - 111 - 114 - 115 e 126 da Lei nº
4.504, de 30 de novembro de 1964, o art. 22 II - Implantação de núcleos de colonização agrícola ou agro-
do Decreto-lei nº 22.239, de 19 de dezembro industrial em terras que estejam incorporadas ou em
de 1932, e os arts. 9 - 10 - 11 - 12 - 22 e 23 da processo de incorporação ao patrimônio público ou
Lei nº 4.947, de 6 de abril de 1966 particular;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando das atribuições III - Recrutamento e seleção de indivíduos ou famílias,
que lhe confere o inciso I, do art. 87 da Constituição Federal, dentro ou fora do território nacional, incluindo, quando fôr o
caso, seu transporte, recepção, hospedagem e
DECRETA:
encaminhamento para colocação e definitiva integração nos
COLONIZAÇÃO E OUTRAS FORMAS DE ACESSO À núcleos referidos no inciso II;
PROPRIEDDE
IV - Assistência e estímulo ao parceleiro rural, nas várias
formas previstas no art. 73 do Estatuto da Terra;
CAPÍTULO I
V - Demais meios complementares previstos na legislação
Dos Princípios e Definições
em vigor, incluindo a coordenação dos recursos destinados
Art 1º A política de acesso à propriedade rural, a ser aos programas de colonização oficial.
desenvolvida na forma estabelecida na Lei nº 4.504, de 30
Art 4º Os órgãos competentes para promover a política de
de novembro de 1964 (Estatuto da Terra) terá por objetivos
colonização, cuja metodologia será fixada por atos
primordiais:
normativos do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária são:
I - Promover medidas destinadas a melhorar a estrutura
I - O IBRA, nas áreas declaradas prioritárias, em
agrária do País;
conformidade com o disposto no 2º do art. 43 e no artigo 58
II - Vincular à propriedade, quem trabalha a terra agrícola do Estatuto da Terra;
satisfazendo normas sócio-fundiárias que mais se ajustem
II - O Instituto Nacional do Desenvolvimento Agrário nas
à dignificação da pessoa humana.
regiões do País não incluídas em áreas prioritárias, nos
têrmos da Lei número 4.504;
III - Os Órgãos doe Desenvolvimento Regional referidos b) ao aproveitamento de áreas incluídas em planos
na alínea " c " do § 2º art. 73 do Estatuto da Terra e os preferenciais de implantação de grandes obras de infra-
demais órgãos de administração centralizada e estrutura;
descentralizada federais interestaduais e estaduais,
c) ao aproveitamento de áreas situadas nas bacias de
destinados a promover a colonização, observado o disposto
irrigação de açudes públicos ou particulares;
no art. 58 § 1º da Lei nº 4.504;
d) ao aproveitamento de áreas de bacias hidrográficas que
IV - Entidades e fundações, nacionais e estrangeiras, de
possibilitem o uso múltiplo de suas águas;
assistência técnica ou financeira que participem de projetos
de colonização, e emprêsas particulares que se habilitem e) à fixação de migrantes ao longo dos eixos viários.
para atividades colonizadoras, nos têrmos da Lei nº 4.504, Art 7º O INDA poderá criar núcleos de colonização visando
e dêste Regulamento. a fins especiais, e articular-se com o Ministério da Guerra
§ 1º O IBRA poderá diretamente, ou através e acôrdos ou para, com assistência militar, estabelecer tais unidades na
convênios com entidades públicas ou particulares, fronteira continental.
promover a transferência de populações de áreas Parágrafo único. As atividades colonizadoras desenvolvidas
prioritárias e sua fixação em outras regiões de atividades na faixa de 150 quilômetros ao longo das fronteiras do País
colonizadoras. deverão enquadrar-se em programas especiais de
§ 2º Nas demais regiões, a transferência e fixação de colonização a serem estabelecidas pelo IBRA, com a prévia
populações serão coordenadas pelo INDA, e executadas audiência da comissão Especial da Faixa de Fronteiras.
por êste, pelos governos estaduais ou por entidades de Art 8º Núcleos de Colonização é a unidade fundamental
valorização regional mediante convênios, conforme o para o estabelecimento de agricultores, baseada na
disposto no § 1º do artigo 58 do Estatuto da Terra. propriedade adequada à região considerada dimensionada
Art 5º Colonização é tôda atividade oficial ou particular na forma do parágrafo único do art. 67 do Estatuto da Terra,
destinada a dar acesso à propriedade da terra e a promover e caracterizada por um conjunto de lotes rurais e urbanos,
seu aproveitamento econômico, mediante o exercício de integrados por uma sede administrativa, serviços técnico e
atividades agrícolas, pecuárias e agro-industriais, através comunitários.
da divisão em lotes ou parcelas, dimensionados de acôrdo Art 9º Distrito de Colonização e a unidade constituída por
com as regiões definidas na regulamentação do Estatuto da três ou mais núcleos, contíguos ou proximamente
Terra, ou através das cooperativas de produção nela interligados por vias públicas, subordinados a uma única
previstas. chefia, e integrados por serviços gerais administrativos,
§ 1º A colonização em áreas prioritárias terá por objetivo técnicos e comunitários.
promover o aproveitamento econômico da terra, Art 10. Parceleiro é todo aquêle que tenha adquirido lotes
preferencialmente pela sua divisão em propriedades ou parcelas em áreas destinadas a Reforma Agrária ou à
familiares congregados os parceleiros em cooperativas ou colonização pública ou particular.
mediante formação de cooperativas de colonização de tipo
coletivo. Art 11. Administrador de núcleos ou de distrito de
Colonização é o responsável pela implantação,
§ 2º A colonização com fins de povoamento e segurança coordenação e consolidação dos serviços ou atividades
nacional terá caráter pioneiro, devendo a área das parcelas técnicas, administrativas ou comunitárias das unidades de
ajustar-se, sempre que possível, às características das colonização, até a sua emancipação total.
pequena e média emprêsas rurais, definidas nos têrmos da
Lei, e em especial no § 2º do art. 60 do Estatuto da Terra e Art 12. Emprêsa particular de colonização é a pessoa física
sua regulamentação. ou jurídica de direito privado, que tenha por finalidade
promover o acesso à propriedade da terra e o seu
Art 6º Nas regiões definidas nos incisos II e III do art. 43 do aproveitamento econômico, por meio da divisão em
Estatuto da Terra, através da criação de propriedades propriedades adequadas à região considerada, ou do
familiares e pequenas e médias emprêsas rurais, a sistema cooperativo.
colonização visará:
Art 13. São consideradas formas complementares de
a) ao aproveitamento de área cuja exploração seja acesso a propriedade da terra:
inadequada e acarrete o uso predatório dos recursos
naturais, ou cujos proprietários não disponham de meios a) os loteamentos rurais destinados à urbanização,
para adoção de práticas conservacionistas; industrialização e formação de sítios de recreio;
b) os loteamentos rurais destinados à utilização econômica b) existência de mercados internos ou de centros de
da terra através da exploração agrícola, pecuária, extrativa exportação a distâncias econômicas;
ou agro-industrial;
c) condições de salubridade e saneamento;
c) as áreas resultantes do desmembramento de imóveis
d) existência de fluxo migratório natural;
rurais, cuja transferência a terceiros será financiada pelo
IBRA na forma dêste Regulamento; e) existência de precárias relações de trabalho e baixa
produção.
d) as novas parcelas resultantes do processo de
remembramento de minifúndios. SEÇÃO II
Da Organização da Colonização
CAPÍTULO II
Da Metologia da Colonização Art 18. Os programas de colonização serão baseados na
formação de grupamentos de lotes em núcleos de
colonização e, dêstes em distritos, quando fôr o caso.
SEÇÃO I
Das finalidades e objetivos Art 19. Os lotes de colonização, nos têrmos e condições
estabelecidas neste Regulamento, podem ser:
Art 14. O IBRA e o INDA são órgãos executores da
colonização oficial, dotados em suas áreas de atuação, de I - Parcelas - quando se destinarem ao trabalho agrícola do
prerrogativas de direção e fiscalização das atividades parceleiro e de sua família, cuja moradia, quando não fôr no
colonizadoras públicas ou particulares. próprio local, terá de ser no centro, da comunidade a que
correspondam.
Art 15. A colonização será executada em terras demarcadas
e legalizadas, cujos títulos permitam a transferência jurídica II - Urbanos - quando se destinarem a constituir o centro da
de domínio e posse das parcelas, tendo em vista: comunidade, incluindo:
I - A exploração da terra sob as formas de propriedade a) as residências dos trabalhadores dos vários serviços
familiar, de emprêsa rural e de cooperativa; implantados nos núcleos ou distritos e eventualmente a dos
próprios parceleiros;
II - A integração e o progresso econômico-social do
parceleiro; b) as instalações necessárias à localização dos serviços
administrativos essenciais, bem como das atividades
III - A conservação dos recursos naturais;
cooperativas, comerciais, artesanais e industriais;
IV - A recuperação social e econômica de determinadas
§ 1º A área das parcelas será determinada quando da
áreas;
elaboração do projeto respectivo de Colonização, em
V - A racionalização do trabalho agrícola. função de sua destinação agrícola, do mínimo de fôrça de
trabalho exigido para a construção da propriedade familiar
Art 16. Para a ocupação das parcelas dos núcleos de
e das condições geo-econômica da região.
colonização serão recrutados, dentro ou fora do território
nacional, indivíduos ou famílias de comprovada vocação § 2º A área dos lotes urbanos será determinada em função
agrícola. das posturas municipais adotadas para a região,
procurando-se, sempre que possível sua adequação ao
Parágrafo único. As atribuições referentes à seleção de
chamado tipo "para rural", afim de permitir sua utilização em
imigrantes são da competência do Ministério das Relações
atividades hortigranjeiras, de caráter doméstico.
Exteriores, conforme diretrizes fixadas pelo Ministério da
Agricultura através do INDA, em articulação com o Art 20. Serão consideradas de reserva ou de uso coletivo
Ministério do Trabalho e Previdência Social, cabendo dos núcleos de colonização, as áreas que:
também ao INDA a recepção e o encaminhamento dos
a) contenham riquezas minerais explotáveis;
imigrantes.
b) por suas características topográficas e ecológicas não
Art 17. Os programas de colonização deverão ser
possuam condições de aproveitamento imediato;
executados com a utilização de terras públicas ou
particulares agro-economicamente aproveitáveis, e c) sejam necessárias a conservação dos recursos naturais;
daqueles com acentuada ocorrência de minifúndios ou de d) devem ser protegidas e preservadas para fins educativos,
latifúndios, verificadas em qualquer caso, as seguintes cênicos, recreativos ou turísticos;
condições:
e) destinem-se a atividades agro-pecuárias ou florestais em
a) existência de estudos básicos de avaliação dos recursos escala organizada.
naturais;
Art 21. Escolhida a área para o núcleo, deverá ser III - valor e modalidade de amortização de cada tipo de lote;
elaborado o respectivo anteprojeto que, em linhas gerais,
IV - organização territorial da área, por meio de plano de
conterá:
parcelamento ou cooperativo, incluindo:
I - Caracterização sumária dos aspectos físicos da área,
a) locação de estradas de acesso, de penetração e
incluindo:
caminhos vicinais;
a) denominação e localização;
b) divisão em lotes e forma de execução de respectivo
b) topografia, superfície e limites; piqueteamento.
c) vias de acesso e comunicações; V - Inclusão, nos núcleos-sede de distritos e colonização,
dos seguintes serviços e equipamentos:
d) índices climáticos;
a) instalações, incluindo residências destinadas ao pessoal
e) cobertura vegetal;
técnico-administrativo e aos trabalhadores em geral;
f) solos;
b) serviço educacional de níveis elementar e médio;
g) hidrologia. assistência médico-hospitalar, recreativa e religiosa;
II - Esquema da organização proposta para a área incluindo: c) cooperativas mistas agrícolas, incluindo instalações para
a) objetivos sociais e econômicos; beneficiamento dos produtos, máquinas, instrumentos e
material agrícola em geral para revenda aos parceleiros;
b) número de unidades e tipos de parcelas, e respectiva
exploração econômica, no caso de exploração parcelada; d) campos de demonstração, multiplicação e
experimentação destinados a culturas ou criações próprias
c) indicação das obras de infra-estrutura e dos serviços da região ou de outras econômicamente aconselháveis,
essenciais a serem instalados nos centros comunitários; incluindo lotes-padrão segundo orientação contida no
d) organização técnico-administrativa prevista para a projeto.
implantação e administração do conjunto. VI - Inclusão nos núcleos, quando agregados a distritos de
III - Características sociais, econômicas e financeiras colonização, de um centro comunitário abrangendo:
incluindo: a) serviço educacional de nível elementar;
a) estrutura da cooperativa ou de outros órgãos de b) pôsto de saúde ou ambulatório;
assistência aos parcelerios;
c) cooperativa para atendimento aos parceleiros.
b) condições de mercado e possibilidades de
comercialização da produção; VII - Os núcleos de colonização quando instalados em áreas
isoladas, deverão conter o mínimo compatível com os
c) custo provável dos investimentos, seu esquema de serviços essenciais previstos no projeto respectivo, ao nível
aplicação e demonstração da rentabilidade e viabilidade do do distrito.
projeto;
Art 23. A criação dos núcleos federais de colonizações será
d) fontes de financiamento; efetivada através de ato da Diretoria do IBRA ou do INDA,
e) formas de adjudicação das parcelas. conforme o caso, após aprovação do anteprojeto.
IV - Justificação econômica e social do projeto, com base Art 24. A delimitação da jurisdição de cada núcleo federal
na relação entre custos e benefícios, diretos e indiretos. de colonização e sua vinculação a um distrito de
colonização, se fôr o caso, serão fixados quando da
Parágrafo único. Na formulação do anteprojeto será exigida elaboração do projeto respectivo, sujeitos a modificações
a fixação de prazo para apresentação do projeto, nas por ato da administração superior, quando conveniente.
condições previstas no presente Regulamento e instruções
respectivas. Parágrafo único. As dimensões mínimas e máximas de
áreas e os limites máximo e mínimo do número de parcelas
Art 22. São condições para aprovação e registro do projeto, dos núcleos federais de colonização serão fixados em
além do detalhamento do anteprojeto e de atendimento das instruções a serem baixadas pelo IBRA.
exigências feitas para sua aprovação, a satisfação das
seguintes obrigações mínimas: Art 25. Os núcleos e distritos federais de colonização, para
execução e contrôle de suas atividades técnico-
I - levantamento sócio-econômico da área; administrativas, deverão dispor, bàsicamente, dos
II - tipos e unidades de exploração econômica perfeitamente seguintes setores:
determinados e caracterizados;
I - de atividades administrativas, incluindo a recepção e Parágrafo único. Os núcleos vinculados a um distrito de
encaminhamento dos parceleiros; colonização, poderão, quando conveniente, ser
emancipados isoladamente.
II - de organização comunitária;
Art 29. O custo operacional do núcleo ou distrito de
III - de promoção agrária, incluindo capacitação dos
colonização será, na fase de consolidação da implantação,
parceleiros e assistência técnica.
transferido, progressivamente, aos proprietários das
Parágrafo único. Devido à transitoriedade dos parcelas, através de cooperativas ou outras entidades que
empreendimentos da colonização federal, o pessoal em os congreguem.
serviço nos núcleos e distritos será em princípio, de caráter
CAPÍTULO III
temporário.
Das Cooperativas em Programas De Colonização
Art 26. O núcleo ou distrito de colonização federal será
Art 30. A cooperativa de colonização do tipo de exploração
administrado por profissional qualificado que, devidamente
coletiva caracteriza-se pelo trabalho conjunto de seus
credenciado, representará o Poder Público na área do
associados, em atividades de cultivo, extração, criação e
projeto.
industrialização rural, em terras ou imóveis que possua, e
§ 1º Quando da implantação do empreendimento, com base com recursos próprios ou obtidos através de financiamento.
no cronograma geral do projeto, o administrador promoverá
Art 31. A cooperativa de colonização ou de produção
a execução de cada etapa, assim como a prévia montagem
agrícola de tipo coletivo realizará seu objetivo em função de
dos projetos de execução.
programação que obedeça à metodologia e demais
§ 2º O núcleo ou distrito de colonização contará com disciplinas estabelecidas pelo IBRA, e atenda aos seguintes
equipes interdisciplinares, que, sob a coordenação do princípios:
administrador, se responsabilização pela implantação e
a) O capital da cooperativa será calculado em função dos
consolidação do projeto e dos serviços nêle previstos, até
recursos financeiros necessários à aquisição de terras e
sua definitiva transferência a cooperativa.
imóveis destinados à exploração comum, bem como aos
§ 3º Até a emancipação do empreendimento, deverá a investimentos produtivos e à legalização de títulos de
equipe administrativa residir na área do núcleo ou distrito. propriedade, obrigando-se a cooperativa a lançar na conta-
§ 4º As cooperativas e associações de parceleiros corrente do livro de matrícula dos associados, as quotas-
existentes na área, ou a serem organizadas, deverão partes do capital correspondentes a cada um dêles;
integrar-se progressivamente na implantação do b) A produção colhida e elaborada, os bens e instrumentos
empreendimento. de produção, a propriedade e o uso das terras e imóveis
Art 27. O núcleo ou distrito de colonização será pertencem à emprêsa, sendo indivisíveis entre os
considerado: associados, mesmo em caso de liquidação da sociedade;
Art. 5º O PLANAPO terá como conteúdo, no mínimo, os § 2º O número mínimo e máximo de participantes que
seguintes elementos: comporão as Comissões observará as diferentes realidades
existentes nas unidades federativas.
I - diagnóstico;
§ 3º A composição da STPOrg garantirá a presença de, no
II - estratégias e objetivos; mínimo, um representante do setor privado de cada região
III - programas, projetos, ações; geográfica.
IV - indicadores, metas e prazos; e § 4º Os membros do setor público nas CPOrg-UF
representarão, sempre que possível, diferentes segmentos,
V - modelo de gestão do Plano. como assistência técnica, pesquisa, ensino, fomento e
Parágrafo único. O PLANAPO será implementado por meio fiscalização.
das dotações consignadas nos orçamentos dos órgãos e §5º Os membros do setor privado nas CPOrg-UF
entidades que dele participem com programas e ações. representarão, sempre que possível, diferentes segmentos,
Art. 12. O Regulamento da Lei nº 10.711, de 5 de agosto de como produção, processamento, comercialização,
2003, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e assistência técnica, avaliação da conformidade, ensino,
Mudas - SNSM, aprovado pelo Decreto n º 5.153, de 23 de produção de insumos, mobilização social e defesa do
julho de 2004 , passa a vigorar com as seguintes alterações: consumidor.” (NR)
“Art. 4º ........................................... “Art. 34. ............................................................
§ 2º Ficam dispensados de inscrição no RENASEM aqueles VI - orientar e sugerir atividades a serem desenvolvidas
que atendam aos requisitos de que tratam o caput e o § 2º pelas CPOrg-UF; e
do art. 3º da Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, e VII - subsidiar a CNAPO e a Câmara Intergovernamental de
multipliquem sementes ou mudas para distribuição, troca e Agroecologia e Produção Orgânica - CIAPO na formulação
comercialização entre si, ainda que situados em diferentes e gestão da Política Nacional de Agroecologia e Produção
unidades da federação.
Orgânica - PNAPO e do Plano Nacional de Agroecologia e § 1º A inscrição no CAR será realizada por meio do Sistema
Produção Orgânica - PLANAPO. "(NR) de Cadastro Ambiental Rural -Sicar, que emitirá recibo para
fins de cumprimento do disposto no § 2º do art. 14 e no § 3º
“Art. 35. ..........................................................
do art. 29 da Lei nº 12.651, de 2012, e se constitui em
VII - emitir parecer sobre pedidos de credenciamento de instrumento suficiente para atender ao disposto no art. 78-
organismos de avaliação da conformidade orgânica; e A da referida Lei.
VIII - subsidiar a CNAPO e a CIAPO na formulação e gestão § 2º Realizada a inscrição no CAR, os proprietários ou os
da PNAPO e do PLANAPO.” (NR) possuidores de imóveis rurais com passivo ambiental
Art. 14. Este Decreto entra em vigor na data de sua relativo às Áreas de Preservação Permanente, de Reserva
publicação. Legal e de uso restrito poderão proceder à regularização
ambiental mediante adesão aos Programas de
Brasília, 20 de agosto de 2012; 191º da Independência e 1 Regularização Ambiental dos Estados e do Distrito Federal
24º da República. - PRA, com base nas normas estabelecidas pelo Capítulo II
DILMA ROUSSEFF deste Decreto e pelo Capítulo III do Decreto nº 7.830, de
2012.
§ 3º Identificada na inscrição a existência de passivo
ambiental, o proprietário ou possuidor de imóvel rural
DECRETO Nº 8.235, DE 5 DE MAIO DE 2014 poderá solicitar de imediato a adesão ao PRA.
Estabelece normas gerais complementares § 4º As áreas degradadas ou alteradas, conceituadas
aos Programas de Regularização Ambiental nos incisos V e VI do caput do art. 2º do Decreto nº 7.830,
dos Estados e do Distrito Federal, de que trata
de 2012, serão consideradas áreas antropizadas para
o Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012,
institui o Programa Mais Ambiente Brasil, e dá
efeitos de cadastramento no CAR.
outras providências. § 5º A inscrição referida no §2º poderá ser realizada pelo
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , no uso da atribuição proprietário ou possuidor do imóvel rural
que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, independentemente de contratação de técnico responsável.
e tendo em vista o disposto na Lei nº 12.651, de 25 de maio CAPÍTULO II
de 2012,
DOS PROGRAMAS DE REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL
DECRETA: DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL - PRA
CAPÍTULO I Art. 4º Nos termos do § 1º do art. 59 da Lei nº 12.651, de
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 2012, os programas de regularização ambiental serão
implantados pelos Estados e pelo Distrito Federal,
Art. 1º Este Decreto estabelece normas gerais observados os seguintes requisitos:
complementares aos Programas de Regularização
Ambiental dos Estados e do Distrito Federal - PRA, de que I - termo de compromisso, com eficácia de título executivo
trata o Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012, e institui extrajudicial;
o Programa Mais Ambiente Brasil. II - mecanismos de controle e acompanhamento da
Art. 2º Os programas a que se refere este Decreto recomposição, recuperação, regeneração ou compensação
restringem-se à regularização das Áreas de Preservação e de integração das informações no Sicar; e
Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito, que poderá III - mecanismos de acompanhamento da suspensão e
ser efetivada mediante recuperação, recomposição, extinção da punibilidade das infrações de que tratam o § 4º
regeneração ou compensação. do art. 59 e o art. 60 da Lei nº 12.651, de 2012, que incluam
Parágrafo único. A compensação aplica-se exclusivamente informações sobre o cumprimento das obrigações firmadas
às Áreas de Reserva Legal e poderá ser feita mediante as para a suspensão e o encerramento dos processos
opções previstas no § 5º do art. 66 da Lei nº 12.651, de 25 administrativo e criminal.
de maio de 2012. § 1º Os órgãos competentes deverão firmar um único termo
Art. 3º Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais de compromisso por imóvel rural.
deverão inscrever seus imóveis no Cadastro Ambiental § 2º Na hipótese de regularização do passivo ambiental por
Rural - CAR, conforme disposto na Seção II do Capítulo II intermédio da compensação da reserva legal, os
do Decreto nº 7.830, de 2012. proprietários ou possuidores deverão apresentar os
documentos comprobatórios de uma das opções previstas Art. 6º Após a assinatura do termo de compromisso, o órgão
no § 5º do art. 66 da Lei nº 12.651, de 2012. competente fará a inserção imediata no Sicar das
informações e das obrigações de regularização ambiental.
Art.5º Após a solicitação de adesão ao PRA, o proprietário
ou possuidor do imóvel rural assinará termo de Art. 7º O termo de compromisso firmado poderá ser alterado
compromisso que deverá conter: em comum acordo, em razão de evolução tecnológica, caso
fortuito ou força maior.
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes
compromissadas ou dos representantes legais; Art. 8º Quando houver necessidade de alteração das
obrigações pactuadas ou das especificações técnicas,
II - os dados da propriedade ou posse rural;
deverá ser encaminhada solicitação, com justificativa, ao
III - a localização da Área de Preservação Permanente ou órgão competente, para análise e deliberação.
Reserva Legal ou área de uso restrito a ser recomposta,
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às
recuperada, regenerada ou compensada;
hipóteses de regularização da Reserva Legal por meio da
IV - descrição da proposta simplificada do proprietário ou compensação de que trata o parágrafo único do art. 2º .
possuidor que vise à recomposição, recuperação,
Art. 9º Enquanto estiver sendo cumprido o termo de
regeneração ou compensação das áreas referidas no inciso
compromisso pelos proprietários ou possuidores de imóveis
III;
rurais, ficará suspensa a aplicação de sanções
V - prazos para atendimento das opções constantes da administrativas, associadas aos fatos que deram causa à
proposta simplificada prevista no inciso IV e o cronograma celebração do termo de compromisso, conforme disposto
físico de execução das ações; no § 5º do art. 59 da Lei nº 12.651, de 2012.
VI - as multas ou sanções que poderão ser aplicadas aos § 1º A suspensão de que trata o caput não impede a
proprietários ou possuidores de imóveis rurais aplicação de penalidade a infrações cometidas a partir de
compromissados e os casos de rescisão, em decorrência 22 de julho de 2008, conforme disposto no § 4º do art. 59
do não cumprimento das obrigações nele pactuadas; e da Lei nº 12.651, de 2012.
VII - o foro competente para dirimir litígios entre as partes. § 2º Caso seja descumprido o termo de compromisso:
§ 1º Caso opte o interessado, no âmbito do PRA, pelo I - será retomado o curso do processo administrativo, sem
saneamento do passivo de Reserva Legal por meio de prejuízo da aplicação da multa e das sanções previstas no
compensação, o termo de compromisso deverá conter as termo de compromisso; e
informações relativas à exata localização da área de que
II - serão adotadas as providências necessárias para o
trata o art. 66, § 6º , da Lei nº 12.651, de 2012, com o
prosseguimento do processo criminal.
respectivo CAR.
Art. 10. O órgão competente poderá utilizar recursos
§ 2º A proposta simplificada a que se refere o inciso IV
tecnológicos para verificar o cumprimento das obrigações
do caput poderá ser apresentada pelo proprietário ou
assumidas pelo proprietário ou possuidor rural no termo de
possuidor do imóvel rural independentemente de
compromisso.
contratação de técnico responsável.
Art. 11. O cumprimento das obrigações será atestado pelo
§ 3º Tratando-se de Área de Reserva Legal, o prazo de
órgão que efetivou o termo de compromisso, por intermédio
vigência dos compromissos, previsto no inciso V
de notificação simultânea ao órgão de origem da autuação
do caput, poderá variar em até vinte anos, conforme
e ao proprietário ou possuidor de imóvel rural.
disposto no § 2º do art. 66 da Lei nº 12.651, de 2012.
Parágrafo único. Após a inscrição das informações no Sicar
§ 4º No caso de território de uso coletivo titulado ou
pelo órgão competente, o processo será concluído e as
concedido aos povos ou comunidades tradicionais, o termo
eventuais multas e sanções serão consideradas
de compromisso será firmado entre o órgão competente e a
convertidas em serviços de preservação e melhoria da
instituição ou entidade representativa dos povos ou
qualidade do meio ambiente, atendendo ao disposto no § 5º
comunidades tradicionais.
do art. 59 da Lei nº 12.651, de 2012.
§ 5º Em assentamentos de reforma agrária, o termo de
Art. 12. Os termos de compromissos ou instrumentos
compromisso a ser firmado com o órgão competente deverá
similares para a regularização ambiental do imóvel rural
ser assinado pelo beneficiário da reforma agrária e pelo
referentes às Áreas de Preservação Permanente, de
órgão fundiário.
Reserva Legal e de uso restrito, firmados sob a vigência da
legislação anterior, deverão ser revistos para se adequarem
ao disposto na Lei nº 12. 651, de 2012.
§ 1º O disposto no caput aplica-se exclusivamente aos competente da origem do processo de regularização
casos em que o proprietário ou o possuidor do imóvel rural verificará, sem prejuízo dos demais requisitos previstos no §
requerer a revisão. 6º do art. 66 da Lei nº 12.651, de 2012, se a área a ser
compensada atende ao disposto no art. 16.
§ 2º Realizadas as adequações requeridas pelo proprietário
ou possuidor, o termo de compromisso revisto deverá ser Art. 18. A conclusão da compensação prevista no inciso III
inscrito no Sicar. do § 5º do art. 66 da Lei nº 12.651, de 2012, ocorrerá
mediante apresentação de termo de doação.
§ 3º Caso não haja pedido de revisão, os termos ou
instrumentos de que trata o caput serão respeitados. Art. 19. Após aprovação da compensação da Reserva
Legal, o órgão competente efetuará o registro no Sicar.
CAPÍTULO III
Art. 20. O Sicar disponibilizará demonstrativo da situação
DO PROGRAMA MAIS AMBIENTE BRASIL
das informações declaradas no CAR relativas às Áreas de
Art. 13. Fica instituído o Programa Mais Ambiente Brasil, Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso
com o objetivo de apoiar, articular e integrar os Programas restrito, para os fins do disposto no inciso II do caput do art.
de Regularização Ambiental dos Estados e do Distrito 3º do Decreto nº 7.830, de 2012.
Federal, em atendimento ao disposto no art. 59 da Lei nº
Art. 21. Nas hipóteses mencionadas no § 5º do art. 59 da
12.651, de 2012.
Lei nº 12.651, de 2012 , em que haja áreas embargadas
Art. 14. O Programa será composto de ações de apoio à pelo órgão ambiental competente, o requerimento de
regularização ambiental de imóveis rurais, em especial: desembargo deverá necessariamente estar acompanhado
I - educação ambiental; do termo de compromisso de que trata o art. 5º .
II - assistência técnica e extensão rural; Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se apenas aos
casos em que o interessado tenha aderido ao PRA, nos
III - produção e distribuição de sementes e mudas; e termos deste Decreto.
IV - capacitação de gestores públicos envolvidos no Art. 22. Ato conjunto dos Ministros de Estado do Meio
processo de regularização ambiental dos imóveis rurais nos Ambiente, do Desenvolvimento Agrário, da Agricultura,
Estados e no Distrito Federal. Pecuária e Abastecimento e da Advocacia-Geral da União
Art. 15. Caberá ao Ministério do Meio Ambiente a disciplinará, no prazo de um ano, contado da data de
coordenação do Programa de que trata este Capítulo. publicação deste Decreto, o programa para conversão das
multas aplicadas por desmates ocorridos em áreas onde
Parágrafo único. As despesas com a execução das não era vedada a supressão de vegetação referido no art.
atividades do programa e suas ações correrão à conta das 42 da Lei no 12.651, de 2012.
dotações orçamentárias consignadas anualmente no
orçamento do Ministério do Meio Ambiente. Parágrafo único. O cumprimento das obrigações
estabelecidas no programa poderá resultar, na forma
CAPÍTULO IV disciplinada pelo ato conjunto previsto no caput, na
DISPOSIÇÕES FINAIS conversão da multa aplicada às hipóteses previstas no art.
3º , caput, inciso I, art. 139, art. 140 e art. 141 do Decreto
Art. 16. Para os fins do disposto no inciso III do § 6º do art. nº 6.514, de 22 de julho de 2008.
66 da Lei nº 12.651, de 2012, consideram-se áreas
prioritárias: Art. 23. Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação.
I - as áreas definidas pelo Ministério do Meio Ambiente, nos
termos do Decreto nº 5.092, de 21 de maio de 2004 ; Brasília, 5 de maio de 2014; 193º da Independência e 126º
da República.
II - as unidades de conservação de domínio público
pendentes de regularização fundiária; DILMA ROUSSEFF
III - as áreas que abriguem espécies migratórias ou DECRETO Nº 9.309, DE 15 DE MARÇO DE 2018
ameaçadas de extinção, segundo lista oficial publicada Regulamenta a Lei n º 11.952, de 25 de junho
pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio de 2009, para dispor sobre a regularização
Ambiente - Sisnama; e fundiária das áreas rurais, e dá outras
providências.
IV - as áreas identificadas pelos Estados e Distrito Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição
Art. 17. Em caso de solicitação de compensação da que lhe confere o art. 84, caput , inciso IV, da Constituição,
Reserva Legal a ser realizada fora do Estado, o órgão
e tendo em vista o disposto na Lei nº 11.952, de 25 de junho Art. 4º Para ser considerado beneficiário da regularização
de 2009, e na Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017, fundiária, o ocupante e o seu cônjuge ou companheiro
deverão atender aos requisitos previstos no art. 5º da Lei nº
DECRETA :
11.952, de 2009 .
CAPÍTULO I
§ 1º Para fins do disposto no inciso III do caput do art. 2º da
DISPOSIÇÕES GERAIS Lei nº 11.952, de 2009 , será considerada forma de
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 11.952, de 25 de exploração direta aquela atividade econômica definida em
junho de 2009, para dispor sobre a regularização fundiária contrato de parceria, conforme os critérios estabelecidos em
das áreas rurais situadas em terras da União ou do Instituto ato normativo do órgão competente.
Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra, por § 2º Para fins do disposto no inciso V do caput do art. 2º da
meio de alienação e concessão de direito real de uso de Lei nº 11.952, de 2009 , será considerada prática de cultura
imóveis. efetiva a obtenção de renda por intermédio dos serviços
Art. 2º O disposto neste Decreto aplica-se à regularização ambientais previstos no inciso I do caput do art. 41 da Lei
fundiária de: nº 12.651, de 25 de maio de 2012 , conforme os critérios
estabelecidos em ato normativo do órgão competente.
I - ocupações fora da Amazônia Legal nas áreas rurais do
INCRA e da União sob gestão do INCRA, exceto quanto ao § 3º Não será admitida a regularização em favor de
disposto no art. 11 da Lei nº 11.952, de 2009 ; e requerente que conste do Cadastro de Empregadores que
tenham submetido trabalhadores à condições análogas à de
II - áreas remanescentes de projetos com características de escravo do Ministério da Economia.
colonização criados pelo INCRA, dentro ou fora da
Amazônia Legal, anteriormente a 10 de outubro de 1985. Art. 5º A regularização fundiária de ocupações incidentes
em terras públicas rurais atenderá aos seguintes
§ 1º O disposto neste Decreto aplica-se subsidiariamente a procedimentos:
outras áreas não descritas no art. 3 da Lei nº 11.952, de
2009 , sob domínio da União na Amazônia Legal, que serão I - cadastramento das ocupações e identificação
regularizadas por meio dos instrumentos previstos na ocupacional por Município ou por gleba;
legislação patrimonial. II - elaboração de memorial descritivo dos perímetros das
§ 2º Para fins do disposto no inciso II do caput , consideram- ocupações, com a devida Anotação de Responsabilidade
se os seguintes projetos com características de Técnica, com as coordenadas dos vértices definidores dos
colonização: limites do imóvel rural, georreferenciadas ao Sistema
Geodésico Brasileiro;
I - projeto de colonização oficial;
III - formalização de processo administrativo, previamente à
II - projeto de assentamento rápido; titulação, com os documentos e as peças técnicas descritos
III - projeto de assentamento conjunto; nos incisos I e II, e aprovado pelo órgão competente; e
PVTN - Valor mínimo da pauta de valores da terra nua, para 60 0,111111173 3,333318519
fins de titulação e regularização fundiária, em reais; e
A - área em hectares. 65 0,102564155 3,333319658
§ 2º O SFB atuará como Coordenador Geral do Projeto, em Art. 1° - Fica Instituído o Comitê Gestor do "Projeto de
cooperação com a Caixa Econômica Federal, que exercerá Cooperação Brasil-Alemanha para Regularização
a função de Mandatária Executora, conforme previsto no Ambiental de Imóveis Rurais na Amazônia e em Áreas de
Acordo em Separado do Projeto. Transição para o Cerrado" - CGP, em conformidade com o
Contrato de Contribuição Financeira celebrado em 19 de
§ 3º A implementação das atividades do Projeto é de agosto de 2015 entre o Ministério do Meio Ambiente
responsabilidade do SFB, que as executará em conjunto (Gestor), a Caixa Econômica Federal-CEF (Mandatário
Executor) e o Kreditanstalt für Wiederaufbau-KfW, revisão de meio-termo da implementação das operações
publicado no Diário Oficial da União de 1o de setembro de realizadas no âmbito do Projeto;
2015.
V - aprovar o calendário anual de reuniões, os Planos
Art. 2° - O CGP será composto por um representante, titular Anuais de Aquisições e Contratações e o Plano de
e suplente, dos seguintes órgãos e entidades: Aquisições do Projeto;
I - Serviço Florestal Brasileiro - SFB; VI - cooperar para a implementação global do Plano de
Aquisições e Contratações do Projeto, por meio das ações
II - Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural
dos diferentes órgãos e entidades envolvidos e da interação
Sustentável do Ministério do Meio Ambiente;
do Projeto com outros programas governamentais,
III - Departamento de Recursos Externos da Secretaria- promovendo pleno cumprimento dos Acordos de
Executiva do Ministério do Meio Ambiente; Cooperação Técnica entre as instituições;
IV - Caixa Econômica Federal - CEF; V - Empresa Brasileira VII - promover sinergia entre os órgãos e entidades
de Pesquisa Agropecuária - E M B R A PA ; executores do Projeto, bem como o envolvimento com os
VI - Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Estado do diferentes setores da sociedade;
Mato Grosso; VII - Secretaria de Desenvolvimento VIII - atuar como instância consultiva sobre o progresso do
Ambiental do Estado de Rondônia; e VIII - Secretaria de Plano Operativo do Projeto e respectivos Planos Anuais de
Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Aquisições e Contratações;
Pará.
IX - monitorar as atividades e os indicadores de resultado
§ 1° - O CGP será presidido e coordenado pelo SFB. do Projeto e avaliar os resultados do Plano Anual, podendo
§ 2° - O CGP contará com uma Secretaria-Executiva, que expedir recomendações sobre a implementação do Projeto,
será exercida pelo SFB. contratos e aquisições, bem como sobre a aplicação dos
recursos e resultados obtidos;
§ 3° - A participação no CGP será considerada prestação
de serviço público relevante, não ensejando, por si só, X - promover a articulação e a integração entre as iniciativas
qualquer remuneração. das diferentes instituições diretamente envolvidas na
execução do Projeto, bem como com outros órgãos,
§ 4o - Poderão ser convidados a participar das atividades entidades e programas governamentais; e
do CGP representantes de outros órgãos e entidades
públicas e privadas. XI - deliberar até 30 de novembro de cada ano sobre a
aprovação do Plano Operativo Anual do Projeto. Parágrafo
§ 5° - Os membros do CGP serão nomeados pelo único. O Comitê, no âmbito de sua competência, poderá
DiretorGeral do SFB, após indicação dos respectivos emitir recomendações de caráter geral ou específico,
órgãos e entidades. podendo, ainda, fixar prazo para o atendimento de suas
§ 6° - No caso de afastamento temporário ou definitivo de recomendações e pedidos de providências.
um dos membros titulares, automaticamente assumirá o Art. 4° - A Secretaria-Executiva do CGP terá as seguintes
suplente com direito a voto, devendo ser nomeado novo atribuições:
membro para manter o suprimento de um titular e um
suplente, por órgão ou entidade componente do Projeto. I - proporcionar as condições necessárias ao funcionamento
do CGP, inclusive no que se refere ao local para reuniões e
Art. 3° - O CGP terá as seguintes atribuições: à infraestrutura necessária;
I - acompanhar e supervisionar as ações previstas para o II - propor calendário de reuniões e convocá-las; e
Projeto visando ao atendimento dos seus princípios e
diretrizes constantes do Manual Operativo do Projeto; III - desempenhar a relatoria, elaborar atas das reuniões e
assessorar o CGP.
II - propor a criação ou modificação de instrumentos
necessários à boa execução dos princípios e diretrizes para Art. 5° O CGP terá as seguintes regras de funcionamento:
implementação do Projeto, em caráter consultivo; I - as reuniões ordinárias serão convocadas pela Secretaria
III - realizar reuniões ordinárias, no mínimo anuais, com o Executiva conforme estabelecido em calendário anual
objetivo de discutir o andamento do projeto e propor aprovado pelo CGP; e
soluções; II - as reuniões extraordinárias poderão acontecer por
IV - realizar, em conjunto com o SFB, a Caixa Econômica motivação e demanda de quaisquer dos membros mediante
Federal-CEF e o Kreditanstalt für Wiederaufbau-KfW, a envio de justificativa para a Secretaria-Executiva.
§ 1° - A Secretaria-Executiva realizará a convocação e c) grande propriedade ou posse: com área superior a 15
disponibilizará documentação de apoio para as reuniões (quinze) módulos fiscais;
ordinárias e extraordinárias com, no mínimo, quinze e dez
II - atividades agrossilvipastoris: são as atividades
dias de antecedência, respectivamente.
desenvolvidas em conjunto ou isoladamente, relativas à
§ 2° - Ao final de cada reunião, deverá ser assinada a agricultura, à aquicultura, à pecuária, à silvicultura e demais
respectiva ata pelos presentes, a qual deverá ser enviada formas de exploração e manejo da fauna e da flora,
ao KfW para ciência. destinadas ao uso econômico, à preservação e à
conservação dos recursos naturais renováveis;
Art. 6° - Eventuais dúvidas ou omissões na aplicação desta
Portaria serão dirimidas pelo CGP. III - informações ambientais: são as informações que
caracterizam os perímetros e a localização dos
Art. 7° - Esta Portaria entra em vigor na data de sua
remanescentes de vegetação nativa, das áreas de utilidade
publicação.
pública, das Áreas de Preservação Permanente - APP's,
SARNEY FILHO das áreas de uso restrito, das áreas consolidadas e das
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 2, DE 5 DE MAIO DE 2014 Reservas Legais - RL's, bem como as áreas em
recomposição, recuperação, regeneração ou em
Dispõe sobre os procedimentos para a compensação;
integração, execução e compatibilização do
Sistema de Cadastro Ambiental Rural - Sicar IV - área em recuperação: é aquela alterada para o uso
e define os procedimentos gerais do Cadastro agrossilvipastoril que se encontra em processo de
Ambiental Rural - CAR. recomposição e/ou regeneração da vegetação nativa em
Áreas de Preservação Permanente, Uso Restrito e Reserva
A MINISTRA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, no uso da
Legal;
atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso
II, da Constituição, de 5 de outubro de 1988, e nos termos V - área de servidão administrativa: área de utilidade pública
das Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981 e 12.651, de declarada pelo Poder Público que afetem os imóveis rurais;
25 de maio de 2012, e do Decreto nº 7.830, de 17 de outubro e
de 2012, e considerando que os Ministros de Estado da
VI - área antropizada: as áreas degradadas ou alteradas de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do
que tratam, respectivamente, os incisos V e VI do art. 2º do
Desenvolvimento Agrário foram devidamente ouvidos,
Decreto nº 7.830, de 2012.
conforme disposto no art. 21 do Decreto nº 7.830, de 17 de
outubro de 2012, resolve: Art. 3º - Os remanescentes de vegetação nativa, existentes
após 22 de julho de 2008, não perderão esta classificação
CAPÍTULO I
nos casos de incêndio, desmatamento ou qualquer outro
DOS PRINCÍPIOS E DEFINIÇÕES tipo de intervenção não autorizada ou não licenciada.
Art. 1º - Estabelecer procedimentos a serem adotados para CAPÍTULO II
a inscrição, registro, análise e demonstração das
DO SISTEMA DE CADASTRO AMBIENTAL RURAL
informações ambientais sobre os imóveis rurais no
Cadastro Ambiental Rural - CAR, bem como para a Seção I
disponibilização e integração dos dados no Sistema de
Das Normas Gerais
Cadastro Ambiental Rural - Siscar.
Art. 4º - O Sicar disponibilizará instrumentos para o
Art. 2º - Para os efeitos desta Instrução Normativa, entende-
cadastramento dos imóveis rurais pelos proprietários ou
se por:
possuidores rurais.
I - imóvel rural: o prédio rústico de área contínua, qualquer
Parágrafo único - Os instrumentos descritos no caput serão
que seja sua localização, que se destine ou possa se
implementados progressivamente, conforme a evolução do
destinar à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal,
sistema e o processo de integração das bases de dados dos
florestal ou agroindustrial, conforme disposto no inciso I do
entes federados no Sicar.
art. 4º da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, podendo
ser caracterizado como: Art. 5º - Os entes federados que optarem por desenvolver
seu sistema de CAR, ou por utilizar apenas os instrumentos
a) pequena propriedade ou posse: com área de até 4
de cadastro ambiental disponíveis no Sicar, e desenvolver
(quatro) módulos fiscais, incluindo aquelas descritas nos
instrumentos complementares, deverão:
termos do inciso V do art. 3º da Lei nº 12.651, de 2012;
I - atender aos critérios de inscrição disponíveis no sítio
b) média propriedade ou posse: com área superior a 4
eletrônico <http://www.car.gov.br>;
(quatro) até 15 (quinze) módulos fiscais;
II - observar as condições para integração das bases de V - evolução e estágio de cumprimento dos termos de
dados no Sistema, conforme estabelecido no Decreto nº compromisso e Programa de Regularização Ambiental -
7.830, de 2012; e PRA.
III - observar os Padrões de Interoperabilidade de Governo Art. 11 - Os órgãos do Sistema Nacional de Meio Ambiente
Eletrônico - e-PING constantes da Portaria SLTI/MP nº 5, - Sisnama, conforme art. 6º da Lei nº 6.938, de 1981,
de 14 de julho de 2005. implementarão serviços web a serem disponibilizados para
o Sicar, contemplando:
Art. 6º - O Ministério do Meio Ambiente poderá disponibilizar
um aplicativo de inscrição, com vistas à realização do I - dados cadastrais do proprietário ou possuidor;
cadastro ambiental rural de que trata esta Instrução
II - dados cadastrais do imóvel rural;
Normativa.
III - dados de localização geográfica do imóvel rural e das
Art. 7º - O registro do imóvel rural no CAR é nacional, único
áreas detalhadas em sua planta ou croqui de identificação;
e permanente, constituído por um código alfa numérico
e
composto da identificação numeral sequencial, da Unidade
da Federação e do código de identificação do Município, de IV - situação no CAR do imóvel rural, sendo ativo, pendente
acordo com a classificação do Instituto Brasileiro de ou cancelado, conforme art. 51 desta Instrução Normativa.
Geografia e Estatística - IBGE. § 1º - Os dados mencionados nos incisos I, II e III deverão
Art. 8º - O acesso para, consultas, revisões e alterações de ser apresentados, conforme listagem, critérios e regras de
informações declaradas será feito utilizando-se o Cadastro padrão disponíveis no sítio eletrônico
de Pessoa Física-CPF ou o Cadastro Nacional de Pessoa <http://www.car.gov.br>.
Jurídica - CNPJ ou número de inscrição no CAR e senha § 2º - Os arquivos digitais utilizados para inscrição via
pessoal, gerada pelo Sicar. Siscar, seja por meio de importação de arquivos, seja por
Art. 9º - O Sicar estará disponível no sítio eletrônico outros meios de inserção de dados, bem como aqueles
<http://www.car.gov.br>. integrados ao Siscar, deverão adotar o Datum Sirgas 2000,
SAD-69 ou WGS 84 e o sistema de coordenadas
Seção II
geográficas ou de projeção UTM, indicando neste último
Da Integração das Informações pelos Entes Federativos caso fuso e zona.
Art. 10 - A integração ao Sicar dos dados e informações dos § 3º - Os Estados que adotem sistemas de projeção e
programas eletrônicos de cadastramento no CAR previstos Datum diferentes daqueles citados no parágrafo anterior
no § 1º do art. 3º do Decreto nº 7.830, de 2012, bem como deverão reprojetar seus dados antes da sua integração ao
dos dados e informações previstos no art. 4º do mesmo Siscar, conforme especificações descritas no parágrafo
Decreto, seguirá as especificações e padrão técnico anterior.
disponíveis nos sítio eletrônico <http://www.car.gov.br>.
§ 4º - Os vetores caracterizados como polígonos deverão
Parágrafo único - Os dados a serem importados serão estar fechados geometricamente para permitir
aqueles declarados no CAR, bem como aqueles já identificações de topologia, evitando falhas, sobreposições
analisados e validados pelo do órgão competente, além dos e erros de processamento.
dados e informações relacionados às atualizações e
§ 5º - Os arquivos dos vetores deverão estar estratificados
complementações cadastrais registradas no CAR em
em camadas distintas, separando-as conforme cada tema,
função de:
tais como: área do imóvel rural representada em uma
I - retificações dos dados e informações declaradas, em camada; área da Reserva Legal em outra camada, e assim
especial no caso de desmembramentos, remembramentos, sucessivamente, contemplando todos os temas pertinentes
fracionamentos e alterações de natureza dominial ou à localização geográfica do imóvel e demais áreas
possessória; identificadas.
II - atendimento às pendências; § 6º - Os arquivos deverão incluir tabela de atributos
associados aos vetores, indicando todas as áreas
III - alterações da situação do cadastro do imóvel rural no
calculadas.
CAR;
Seção III
IV - alterações de natureza ambiental decorrentes de
impactos sobre as áreas declaradas, incluída a supressão Das Informações Disponibilizadas no Siscar
e a exploração de florestas e demais formas de vegetação
nativa; e
Art. 12 - As informações de natureza pública de que trata o demarcadas e das demais áreas tituladas de povos e
inciso V do art. 3º do Decreto nº 7.830, de 2012, a serem comunidades tradicionais, que façam uso coletivo do seu
disponibilizadas pelo Siscar, será limitada: território, conforme previsão do § 3º do art. 8º do Decreto nº
7.830, de 2012, deverão conter as seguintes informações
I - ao número de registro do imóvel no CAR;
simplificadas:
II - ao município;
I - identificação do proprietário ou possuidor rural do imóvel
III - à Unidade da Federação; rural;
IV - à área do imóvel; II - comprovação da propriedade ou posse rural; e
V - à área de remanescentes de vegetação nativa; III - croqui, indicando a área do imóvel rural, as Áreas de
VI - à área de Reserva Legal; Preservação Permanente, as áreas de remanescentes de
vegetação nativa que formam a Reserva Legal, as áreas de
VII - às Áreas de Preservação Permanente; servidões administrativas, áreas consolidadas e as áreas de
VIII - às áreas de uso consolidado; uso restrito, quando houver.
II - as áreas criadas entorno de reservatório d'água artificial, Art. 24 - A localização e a delimitação sobre imagens
nos termos do art. 5º da Lei nº 12.651, de 2012. georreferenciadas de áreas de Reserva Legal nos imóveis
rurais que detinham, em 22 de julho de 2008, área de até 4
Art. 21 - A localização e a delimitação sobre imagens (quatro) módulos fiscais e que possuam remanescente de
georreferenciadas de áreas de uso restrito, solicitadas no vegetação nativa em percentuais inferiores ao previsto no
inciso III dos arts. 13 e 14, desta IN, deverão observar os art. 12 da Lei nº 12.651, de 2012, será descrita sobre a área
critérios descritos nos arts. 10 e 11 da Lei nº 12.651, de ocupada com a vegetação nativa existente em 22 de julho
2012, e, ainda: de 2008, vedadas novas conversões para uso alternativo do
I - nas propriedades localizadas em áreas de pantanais e solo, conforme disposto no art. 67 da Lei nº 12.651, de 2012.
planícies pantaneiras, caracterizadas conforme a definição Art. 25 - Para cumprimento da manutenção da área de
do inciso XXV do art. 3º da Lei nº 12.651, de 2012, deverão Reserva Legal nos imóveis a que se refere o inciso V do art.
ser indicadas, além do perímetro da área destinada à 3º da Lei nº 12.651, de 2012, poderão ser computadas as
composição da Reserva Legal, as Áreas de Preservação áreas com plantios de árvores frutíferas, ornamentais ou
Permanente consolidadas até 22 de julho de 2008; e industriais, compostas por espécies exóticas, cultivadas em
II - declarar as áreas com topografia com inclinação entre sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas da
25º e 45º. região em sistemas agroflorestais, conforme disposto no art.
54 da Lei nº 12.651, de 2012.
Art. 22 - A localização e a delimitação sobre imagens
georreferenciadas de áreas consolidadas, solicitadas no Art. 26 - Nos casos em que as Reservas Legais não
inciso III dos arts. 13 e 14, desta Instrução Normativa, atendam aos percentuais mínimos estabelecidos no art. 12
deverão indicar: da Lei nº 12.651, de 2012, o proprietário ou possuidor rural
poderá solicitar a utilização, caso os requisitos estejam
preenchidos, isolada ou conjuntamente, os mecanismos recomposição de Áreas de Preservação Permanente,
previstos nos arts. 15, 16 e 66 da Lei nº 12.651, de 2012, previstos nos arts. 12 e 61-A da Lei nº 12.651, de 2012, o
para fins de alcance do percentual, quais sejam: proprietário ou possuidor deverá inscrever a totalidade das
áreas.
I - o cômputo das Áreas de Preservação Permanente no
cálculo do percentual da Reserva Legal; Art. 33 - Quando o imóvel rural tiver seu perímetro
localizado em mais de um ente federado, a inscrição no
II - a instituição de regime de Reserva Legal em condomínio
CAR dar-se-á naquele que contemple o maior percentual de
ou coletiva entre propriedades rurais;
sua área, em hectare.
III - a recomposição;
Art. 34 - Quando o imóvel rural tiver seu perímetro
IV - a regeneração natural da vegetação; ou localizado em zona de transição de biomas, na Amazônia
V - a compensação da Reserva Legal. Legal, a definição dos índices de Reserva Legal levará em
conta a tipologia da vegetação, caracterizada nos mapas
Art. 27 - Nas etapas de localização e delimitação das áreas, fitogeográficos do Instituto Brasileiro Geografia e Estatística
será disponibilizado um aplicativo de Sistema de - IBGE.
Informações Geográficas - SIG, composto por uma base de
dados e imagens de satélite, disponível para auxiliar na Art. 35 - Quando o imóvel rural tiver seu perímetro
elaboração do croqui ou planta do imóvel rural. localizado em zona urbana com destinação rural, a inscrição
no CAR deverá ser feita regularmente pelo proprietário ou
Art. 28 - O proprietário ou possuidor de imóvel rural que não possuidor rural, considerando os índices de Reserva Legal
dispõe dos percentuais estabelecidos nos incisos I e II do previstos no art. 12 da Lei nº 12.651, de 2012.
art. 12 da Lei nº 12.651, de 2012 e que deseje utilizar a
compensação de Reserva Legal em Unidade de Parágrafo único - No caso de inclusão do imóvel rural em
Conservação, conforme previsto no inciso III do § 5º do art. parcelamento ou expansão urbana, devidamente
66 da mesma Lei, poderá indicar no ato da sua inscrição a caracterizado por legislação específica, o proprietário ou
pretensão de adoção dessa alternativa para regularização, possuidor rural deverá solicitar, junto ao órgão competente,
conforme disposto no art. 26, desta Instrução Normativa. alteração do registro no CAR.
a) quando constatado que as informações declaradas são III - para o cadastramento do perímetro do assentamento de
total ou parcialmente falsas, enganosas ou omissas, nos reforma agrária ou para assentamentos onde não existe a
termos do § 1º do art. 6º do Decreto nº 7.830, de 2012; individualização dos lotes, o cálculo da faixa marginal de
recomposição de Áreas de Preservação Permanente ao
b) após o não cumprimento dos prazos estabelecidos nas longo ou no entorno de cursos d'água, lagos e lagoas
notificações; ou naturais dar-se-á em função da fração ideal média do
c) por decisão judicial ou decisão administrativa do órgão assentamento.
competente devidamente justificada. § 1º - A fração ideal média do assentamento será o
CAPÍTULO IV resultado da divisão da área total do assentamento pelo
número total unidades familiares previsto no ato de criação
REGIMES ESPECIAIS SIMPLIFICADOS DO CAR do assentamento.
Seção I
§ 2º - Quando ocorrer a individualização dos lotes em captação das respectivas coordenadas geográficas,
assentamentos e for identificada diferença entre a faixa de devendo o poder público prestar apoio técnico e jurídico,
recomposição de APP, calculado de acordo com o assegurada a gratuidade de que trata o parágrafo único do
estabelecido no inciso III, deverá o detentor do lote art. 53 da Lei nº 12.651, de 2012, sendo facultado ao
recuperar a faixa suplementar, calculada segundo os arts. proprietário ou possuidor fazê-lo por seus próprios meios.
61-A e 61-C.
Art. 59 - Consideram-se como inscritas no CAR as Terras
Art. 55 - Após o registro das informações ambientais do Indígenas que compõem a base de dados do Siscar
perímetro do assentamento, a individualização das indicadas pela Fundação Nacional do Índio - Funai.
informações ambientais dos lotes poderá ser obtida por
Art. 60 - Para efeito da inscrição no CAR e de eventuais
meio do cruzamento do polígono do lote com o perímetro do
passivos ambientais sobre APP's localizadas em terras
assentamento.
indígenas demarcadas e às demais áreas tituladas de
Art. 56 - Quando identificado o passivo ambiental em povos e comunidades tradicionais que façam uso coletivo
assentamentos, referente às áreas de Reserva Legal, de do seu território serão considerados como critérios de
Preservação Permanente e de Uso Restrito, o cumprimento regularização ambiental os dispositivos adotados para a
dos dispositivos da Lei nº 12.651, de 2012, será feito pequena posse ou propriedade rural da agricultura familiar,
mediante adesão ao PRA. previstos nos arts. 61-A, 61-B e 61-C da Lei nº 12.651, de
2012 com os benefícios e obrigações estabelecidos para
§ 1º - Caberá ao órgão fundiário competente cumprir
imóveis rurais de 4 (quatro) módulos fiscais.
solidariamente com os assentados o disposto
no caput quando as áreas de Reserva Legal nos projetos de Seção III
assentamentos de reforma agrária forem coletivas.
Das Unidades de Conservação
§ 2º - Quando a área de Reserva Legal for localizada no
Art. 61 - A inscrição no CAR de imóveis rurais localizados,
interior do lote, o assentado deverá, com apoio do órgão
parcialmente ou integralmente, no interior de Unidades de
fundiário competente, cumprir o disposto no caput.
Conservação, integrantes do Sistema Nacional de
Art. 57 - Para a regularização do passivo de que trata o Unidades de Conservação - SNUC, nos termos da Lei nº
artigo anterior, a assinatura do termo de compromisso com 9.985, de 18 de julho de 2000, deverá ser feita regularmente
o órgão ambiental competente para a adesão ao Programa pelo proprietário ou possuidor rural nos termos do § 3º do
de Regularização Ambiental-PRA dar-se-á de forma art. 29 da Lei nº 12.651, de 2012.
solidária pelo beneficiário e o órgão fundiário competente.
Art. 62 - O proprietário ou possuidor de imóvel rural situado,
Seção II parcialmente ou integralmente, no interior de Unidade de
Conservação interessado em compensar Reserva Legal por
Dos Povos e Comunidades Tradicionais
doação ao poder público, nos termos do inciso III do § 5º do
Art. 58 - As áreas e territórios de uso coletivo tituladas ou art. 66 da Lei nº 12.651, de 2012, poderá indicar esse
concedidas aos povos ou comunidades tradicionais interesse na sua inscrição.
deverão ser inscritas no CAR pelo órgão ou instituição
CAPÍTULO VI
competente pela sua gestão ou pela entidade
representativa proprietária ou concessionária dos imóveis DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
rurais, podendo dispor dos benefícios contidos no § 3º do
Art. 63 - As informações dos imóveis rurais inscritos no
art. 8º do Decreto nº 7.830, de 2012.
programa mais ambiente até 18 de outubro de 2012
§ 1º - Quando identificado passivo ambiental referente às poderão ser migradas para o CAR.
Áreas de Preservação Permanentes e áreas de uso restrito
§ 1º - As inscrições que migrarem serão encaminhadas para
e quando houver Reserva Legal, o cumprimento do disposto
análise nos órgãos competentes que poderão solicitar
nos arts. 12 e 66 da Lei nº 12.651, de 2012 deverá ser
complementação ou retificação dos dados dos imóveis,
realizado solidariamente com a instituição competente ou
para fins de efetivação de inscrição.
entidade representativa da comunidade tradicional.
§ 2º - Caberá aos entes federativos estabelecer os prazos
§ 2º - No caso de território de uso coletivo titulado ou
para complementação ou retificação dos dados ou
concedido aos povos ou comunidades tradicionais, o termo
informações.
de compromisso será firmado entre o órgão competente e a
instituição ou entidade representativa dos povos ou Art. 64 - Em atenção ao disposto no § 3º do art. 29, da Lei
comunidades tradicionais. nº 12.651, de 2012, e no art. 21, do Decreto nº 7.830, de
2012, o CAR considera-se implantado na data de
§ 3º - Caberá aos órgãos competentes integrantes do
publicação desta Instrução Normativa.
Sisnama, ou instituição por ele habilitada, realizar a
Art. 65 - Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de vazante dos rios ou lagos, desde que não impliquem
sua publicação. supressão e conversão de áreas com vegetação nativa, no
uso de agroquímicos e práticas culturais que prejudiquem a
IZABELLA TEIXEIRA
qualidade da água.
RESOLUÇÃO No 425, DE 25 DE MAIO DE 2010
Parágrafo único. O órgão ambiental competente, no
Publicado no DOU nº 100, de 27/05/2010, pág. 53
procedimento administrativo especifico previsto no art. 4o
Dispõe sobre critérios para a caracterização da Lei no 4.771, de 1965, regularizará as atividades
de atividades e empreendimentos realizadas que se enquadrem numa das situações previstas
agropecuários sustentáveis do agricultor nesta Resolução, reconhecendo seu interesse social.
familiar, empreendedor rural familiar, e dos
povos e comunidades tradicionais como de Art. 3° Para efeitos desta Resolução considera-se agricultor
interesse social para fins de produção, familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os
intervenção e recuperação de Áreas de assentados de projetos de reforma agrária, aqueles que
Preservação Permanente e outras de uso praticam atividades no meio rural, atendendo ao disposto no
limitado. art. 3o da Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006.
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE- Art. 4° Para os fins do disposto nesta Resolução os
CONAMA, no uso das competências que lhe são conferidas interessados deverão apresentar requerimento junto ao
pelos arts. 6° , inciso II, e 8° , incisos I e VII da Lei no 6.938, órgão ambiental competente contendo:
de 31 de agosto de 1981 e, tendo em vista o disposto no art.
1° , § 2° , inciso V, alínea “c”, da Lei no 4.771, de 15 de I- informações básicas:
setembro de 1965, e no seu Regimento Interno, Anexo à a) dados do proprietário ou possuidor do imóvel;
Portaria no 168, de 13 de junho de 2005, e o que consta do
Processo no 02000.002213/2009-48, resolve: b) dados do imóvel;
Art. 1° Esta Resolução define os casos excepcionais de c) localização simplificada do imóvel;
interesse social em que o órgão ambiental competente pode d) data da comunicação;
regularizar a intervenção ou supressão de vegetação em
Área de Preservação Permanente-APP, ocorridas até 24 de e) uso atual da área de preservação permanente ou de uso
julho de 2006, para empreendimentos agropecuários limitado; e
consolidados dos agricultores familiares e empreendedores f) regularidade da reserva legal ou solicitação de averbação.
familiares rurais.
II - indicação da metodologia de recuperação de áreas de
Art. 2° São considerados de interesse social, com base no preservação permanente degradadas e daquelas não
art. 1° , § 2° , inciso V, alínea “c” da Lei no 4.771, de 15 de passíveis de consolidação, em consonância com as normas
setembro de 1965, as atividades previstas no art. 1o acima vigentes.
que se caracterizem por uma ou mais das seguintes
situações: Art. 5° Em todos os casos previstos nesta Resolução, as
atividades autorizadas não poderão comprometer as
I - a manutenção do pastoreio extensivo tradicional nas funções ambientais destes espaços, especialmente:
áreas com cobertura vegetal de campos de altitude, desde
que não promova a supressão adicional da vegetação I - a estabilidade das encostas e margens dos corpos de
nativa ou a introdução de espécies vegetais exóticas; água;