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CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM

GEORREFERENCIAMENTO DE
IMÓVEIS RURAIS

LEGISLAÇÃO APLICADA AO
GEORREFERENCIAMENTO

2020
CURSO DE GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS

LEGISLAÇÃO APLICADA AO GEORREFERENCIAMENTO

SUMÁRIO

1- Lei Federal 10.267, de 28/08/2001


2- Decreto Federal 4.449, de 30/10/2002
3- Decreto Federal 5.570, de 31/10/2005
4- Decreto Federal 7.620, de 21/11/2011
5- Decisão Plenária CONFEA, PL-2087/2004
6- Decisão Plenária CONFEA, PL-1347/2008
7- Portaria Nº 486 de 2 de setembro de 2013
8- Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais – 3ª. edição
9- Manual Técnico de Limites e Confrontações – 1ª. Edição
10- Manual Técnico de Posicionamento – 1ª. Edição
11- Norma de Execução 105 – 26/12/2012
12- Instrução Normativa 77 – SIGEF – 23/08/2013
L10267 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10267.htm

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 10.267, DE 28 DE AGOSTO DE 2001.

Altera dispositivos das Leis nos 4.947, de 6 de abril de 1966,


Regulamento 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 6.015, de 31 de
dezembro de 1973, 6.739, de 5 de dezembro de 1979, 9.393,
de 19 de dezembro de 1996, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O art. 22 da Lei no 4.947, de 6 de abril de 1966, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 22. ........................................

....................................................

o
§ 3 A apresentação do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural – CCIR, exigida no
o o
caput deste artigo e nos §§ 1 e 2 , far-se-á, sempre, acompanhada da prova de
quitação do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, correspondente aos
últimos cinco exercícios, ressalvados os casos de inexigibilidade e dispensa previstos no
o
art. 20 da Lei n 9.393, de 19 de dezembro de 1996.

§ 4o Dos títulos de domínio destacados do patrimônio público constará obrigatoriamente


o número de inscrição do CCIR, nos termos da regulamentação desta Lei.

§ 5o Nos casos de usucapião, o juiz intimará o INCRA do teor da sentença, para fins de
cadastramento do imóvel rural.

o o
§ 6 Além dos requisitos previstos no art. 134 do Código Civil e na Lei n 7.433, de 18
de dezembro de 1985, os serviços notariais são obrigados a mencionar nas escrituras
os seguintes dados do CCIR:

I – código do imóvel;

II – nome do detentor;

III – nacionalidade do detentor;

IV – denominação do imóvel;

V – localização do imóvel.

o
§ 7 Os serviços de registro de imóveis ficam obrigados a encaminhar ao INCRA,
mensalmente, as modificações ocorridas nas matrículas imobiliárias decorrentes de
mudanças de titularidade, parcelamento, desmembramento, loteamento,
remembramento, retificação de área, reserva legal e particular do patrimônio natural e
outras limitações e restrições de caráter ambiental, envolvendo os imóveis rurais,
inclusive os destacados do patrimônio público.

§ 8o O INCRA encaminhará, mensalmente, aos serviços de registro de imóveis, os


códigos dos imóveis rurais de que trata o § 7o, para serem averbados de ofício, nas
respectivas matrículas."(NR)

o o o o o
Art. 2 Os arts. 1 , 2 e 8 da Lei n 5.868, de 12 de dezembro de 1972, passam a vigorar com as seguintes
alterações:

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o
"Art. 1 ................................................

o o
§ 1 As revisões gerais de cadastros de imóveis a que se refere o § 4 do art. 46 da Lei
no 4.504, de 30 de novembro de 1964, serão realizadas em todo o País nos prazos
fixados em ato do Poder Executivo, para fins de recadastramento e de aprimoramento
do Sistema de Tributação da Terra – STT e do Sistema Nacional de Cadastro Rural –
SNCR.

§ 2o Fica criado o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR, que terá base comum
de informações, gerenciada conjuntamente pelo INCRA e pela Secretaria da Receita
Federal, produzida e compartilhada pelas diversas instituições públicas federais e
estaduais produtoras e usuárias de informações sobre o meio rural brasileiro.

o
§ 3 A base comum do CNIR adotará código único, a ser estabelecido em ato conjunto
do INCRA e da Secretaria da Receita Federal, para os imóveis rurais cadastrados de
forma a permitir sua identificação e o compartilhamento das informações entre as
instituições participantes.

o
§ 4 Integrarão o CNIR as bases próprias de informações produzidas e gerenciadas
pelas instituições participantes, constituídas por dados específicos de seus interesses,
que poderão por elas ser compartilhados, respeitadas as normas regulamentadoras de
cada entidade."(NR)

"Art. 2o ..............................................

.........................................................

§ 3o Ficam também obrigados todos os proprietários, os titulares de domínio útil ou os


possuidores a qualquer título a atualizar a declaração de cadastro sempre que houver
alteração nos imóveis rurais, em relação à área ou à titularidade, bem como nos casos
de preservação, conservação e proteção de recursos naturais."

o
"Art. 8 .............................................

........................................................

o
§ 3 São considerados nulos e de nenhum efeito quaisquer atos que infrinjam o disposto
neste artigo não podendo os serviços notariais lavrar escrituras dessas áreas, nem ser
tais atos registrados nos Registros de Imóveis, sob pena de responsabilidade
administrativa, civil e criminal de seus titulares ou prepostos.

.................................................."(NR)

Art. 3o Os arts. 169, 176, 225 e 246 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, passam a vigorar com as
seguintes alterações:

"Art. 169. .........................................

.......................................................

II – os registros relativos a imóveis situados em comarcas ou circunscrições limítrofes,


que serão feitos em todas elas, devendo os Registros de Imóveis fazer constar dos
registros tal ocorrência.

...................................................."(NR)

"Art. 176. ............................................

§ 1o ....................................................

..........................................................

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II - .....................................................

.......................................................

3) a identificação do imóvel, que será feita com indicação:

a - se rural, do código do imóvel, dos dados constantes do CCIR, da denominação e de suas


características, confrontações, localização e área;

b - se urbano, de suas características e confrontações, localização, área, logradouro, número


e de sua designação cadastral, se houver.

......................................................

o
§ 3 Nos casos de desmembramento, parcelamento ou remembramento de imóveis
o
rurais, a identificação prevista na alínea a do item 3 do inciso II do § 1 será obtida a
partir de memorial descritivo, assinado por profissional habilitado e com a devida
Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, contendo as coordenadas dos vértices
definidores dos limites dos imóveis rurais, geo-referenciadas ao Sistema Geodésico
Brasileiro e com precisão posicional a ser fixada pelo INCRA, garantida a isenção de
custos financeiros aos proprietários de imóveis rurais cuja somatória da área não exceda
a quatro módulos fiscais.

o o
§ 4 A identificação de que trata o § 3 tornar-se-á obrigatória para efetivação de
registro, em qualquer situação de transferência de imóvel rural, nos prazos fixados por
ato do Poder Executivo."(NR)

"Art. 225. ..............................................

.........................................................

§ 3o Nos autos judiciais que versem sobre imóveis rurais, a localização, os limites e as
confrontações serão obtidos a partir de memorial descritivo assinado por profissional
habilitado e com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, contendo as
coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais, geo-referenciadas
ao Sistema Geodésico Brasileiro e com precisão posicional a ser fixada pelo INCRA,
garantida a isenção de custos financeiros aos proprietários de imóveis rurais cuja
somatória da área não exceda a quatro módulos fiscais."(NR)

"Art. 246. ................................................

o
§ 1 As averbações a que se referem os itens 4 e 5 do inciso II do art. 167 serão as
feitas a requerimento dos interessados, com firma reconhecida, instruído com
documento dos interessados, com firma reconhecida, instruído com documento
comprobatório fornecido pela autoridade competente. A alteração do nome só poderá
ser averbada quando devidamente comprovada por certidão do Registro Civil.

o
§ 2 Tratando-se de terra indígena com demarcação homologada, a União promoverá o
registro da área em seu nome.

o
§ 3 Constatada, durante o processo demarcatório, a existência de domínio privado nos
limites da terra indígena, a União requererá ao Oficial de Registro a averbação, na
respectiva matrícula, dessa circunstância.

§ 4o As providências a que se referem os §§ 2o e 3o deste artigo deverão ser efetivadas


pelo cartório, no prazo de trinta dias, contado a partir do recebimento da solicitação de
registro e averbação, sob pena de aplicação de multa diária no valor de R$ 1.000,00
(mil reais), sem prejuízo da responsabilidade civil e penal do Oficial de Registro."(NR)

o o o o
Art. 4 A Lei n 6.739, de 5 de dezembro de 1979, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 8 A, 8 B e
o
8 C:

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o
"Art. 8 A A União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município prejudicado poderá
promover, via administrativa, a retificação da matrícula, do registro ou da averbação
o
feita em desacordo com o art. 225 da Lei n 6.015, de 31 de dezembro de 1973,
quando a alteração da área ou dos limites do imóvel importar em transferência de terras
públicas.

§ 1o O Oficial do Registro de Imóveis, no prazo de cinco dias úteis, contado da


prenotação do requerimento, procederá à retificação requerida e dela dará ciência ao
proprietário, nos cinco dias seguintes à retificação.

§ 2o Recusando-se a efetuar a retificação requerida, o Oficial Registrador suscitará


dúvida, obedecidos os procedimentos estabelecidos em lei.

o
§ 3 Nos processos de interesse da União e de suas autarquias e fundações, a apelação
o
de que trata o art. 202 da Lei n 6.015, de 31 de dezembro de 1973, será julgada pelo
Tribunal Regional Federal respectivo.

§ 4o A apelação referida no § 3o poderá ser interposta, também, pelo Ministério Público


da União."

"Art. 8oB Verificado que terras públicas foram objeto de apropriação indevida por
quaisquer meios, inclusive decisões judiciais, a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
Município prejudicado, bem como seus respectivos órgãos ou entidades competentes,
poderão, à vista de prova da nulidade identificada, requerer o cancelamento da
matrícula e do registro na forma prevista nesta Lei, caso não aplicável o procedimento
o
estabelecido no art. 8 A.

o
§ 1 Nos casos de interesse da União e de suas autarquias e fundações, o requerimento
será dirigido ao Juiz Federal da Seção Judiciária competente, ao qual incumbirão os
atos e procedimentos cometidos ao Corregedor Geral de Justiça.

§ 2o Caso o Corregedor Geral de Justiça ou o Juiz Federal não considere suficientes os


elementos apresentados com o requerimento, poderá, antes de exarar a decisão,
promover as notificações previstas nos parágrafos do art. 1o desta Lei, observados os
procedimentos neles estabelecidos, dos quais dará ciência ao requerente e ao Ministério
Público competente.

o
§ 3 Caberá apelação da decisão proferida:

I – pelo Corregedor Geral, ao Tribunal de Justiça;

II – pelo Juiz Federal, ao respectivo Tribunal Regional Federal.

o o
§ 4 Não se aplica o disposto no art. 254 da Lei n 6.015, de 31 de dezembro de 1973,
a títulos que tiverem matrícula ou registro cancelados na forma deste artigo."

"Art. 8oC É de oito anos, contados do trânsito em julgado da decisão, o prazo para
ajuizamento de ação rescisória relativa a processos que digam respeito a transferência
de terras públicas rurais."

Art. 5o O art. 16 da Lei no 9.393, de 19 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as


seguintes alterações:

"Art. 16. ..............................................

...........................................................

o
§ 3 A Secretaria da Receita Federal, com o apoio do INCRA, administrará o CAFIR e
colocará as informações nele contidas à disposição daquela Autarquia, para fins de
levantamento e pesquisa de dados e de proposição de ações administrativas e judiciais.

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o o o
§ 4 Às informações a que se refere o § 3 aplica-se o disposto no art. 198 da Lei n
5.172, de 25 de outubro de 1966."(NR)

o
Art. 6 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 28 de agosto de 2001; 180o da Independência e 113o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Raul Belens Jungmann Pinto

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 29.8.2001

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Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 4.449, DE 30 DE OUTUBRO DE 2002.

o
Regulamenta a Lei n 10.267, de 28 de agosto de 2001,
que altera dispositivos das Leis nos. 4.947, de 6 de abril
de 1966; 5.868, de 12 de dezembro de 1972; 6.015, de
31 de dezembro de 1973; 6.739, de 5 de dezembro de
1979; e 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e
tendo em vista o disposto na Lei no 10.267, de 28 de agosto de 2001,

DECRETA:

Art. 1o A apresentação do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - CCIR, exigida no art. 22 e nos seus §§
o o o
1 e 2 da Lei n 4.947, de 6 de abril de 1966, far-se-á sempre acompanhada da prova de quitação do Imposto
sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, correspondente aos últimos cinco exercícios, ressalvados os casos de
o
inexigibilidade e dispensa de sua comprovação, previstos no art. 20 da Lei n 9.393, de 19 de dezembro de 1996,
bem como os casos de imunidades, extinção e exclusão do crédito tributário.

Art. 2o Dos títulos de domínio destacados do patrimônio público constará obrigatoriamente o código do imóvel
rural constante do CCIR, expedido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, relativo à
área do patrimônio público cadastrada no Sistema Nacional de Cadastro Rural - SNCR.

§ 1o Quando for o caso de área pública rural destacada de outra maior, o beneficiário do título, no prazo de
trinta dias, procederá à atualização cadastral do imóvel perante o INCRA.

o
§ 2 Incumbe ao INCRA normatizar os critérios e procedimentos referentes à abertura de cadastros das
áreas destacadas a qualquer título do patrimônio público fundiário, ficando obrigado a abrir de ofício cadastros
individualizados para as áreas que por sua iniciativa fizer destacar, incumbindo aos demais órgãos públicos
promoverem perante o INCRA os cadastros individualizados das áreas destacadas de terras sob sua
administração.

o
Art. 3 Nos casos de usucapião de imóvel rural, após o trânsito em julgado da sentença declaratória, o juiz
intimará o INCRA de seu teor, para fins de cadastramento.

§ 1o Para dar maior celeridade ao cadastramento do imóvel rural, poderá constar no mandado de intimação a
identificação do imóvel na forma do § 3o do art. 225 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o endereço
completo do usucapiente.

o
§ 2 Recebendo a intimação, o INCRA convocará o usucapiente para proceder às atualizações cadastrais
necessárias.

o
Art. 4 Os serviços de registros de imóveis ficam obrigados a comunicar mensalmente ao INCRA as
modificações ocorridas nas matrículas, decorrentes de mudanças de titularidade, parcelamento, desmembramento,
loteamento, unificação de imóveis, retificação de área, reserva legal e particular do patrimônio natural, bem como
outras limitações e restrições de caráter dominial e ambiental, para fins de atualização cadastral.

§ 1o O informe das alterações de que trata o caput deste artigo deverá ser encaminhado ao INCRA, até o
trigésimo dia do mês subseqüente à modificação ocorrida, pela forma que vier a ser estabelecida em ato normativo
por ele expedido.

§ 2o (Revogado pelo Decreto nº 5.570, de 2005)

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D4449compilado http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4449compilado.htm

o
Art. 5 O INCRA comunicará, mensalmente, aos serviços de registros de imóveis os códigos dos imóveis
rurais decorrentes de mudança de titularidade, parcelamento, desmembramento, loteamento e unificação, na forma
o o
prevista no § 1 do art. 4 . (Redação dada pelo Decreto nº 5.570, de 2005)

Parágrafo único. Os serviços de registro de imóveis efetuarão na matrícula respectiva, de ofício, a averbação
do novo código do imóvel fornecido pelo INCRA.

Art. 6o As obrigações constantes dos arts. 4o e 5o deste Decreto aplicam-se, inclusive, aos imóveis rurais
destacados do patrimônio público.

Art. 7o Os critérios técnicos para implementação, gerenciamento e alimentação do Cadastro Nacional de


Imóveis Rurais - CNIR serão fixados em ato normativo conjunto do INCRA e da Secretaria da Receita Federal.

o
§ 1 A base mínima de dados comum do CNIR contemplará as informações de natureza estrutural que vierem
a ser fixadas no ato normativo referido no caput e as de interesse substancial das instituições dele gerenciadoras,
o o
bem como os dados informativos do § 6 do art. 22 da Lei n 4.947, de 1966.

o
§ 2 São informações de natureza estrutural obrigatórias as relativas aos dados sobre identificação,
localização, dimensão, titularidade e situação jurídica do imóvel, independentemente de estarem ou não
acompanhadas de associações gráficas.

§ 3o Além do INCRA e da Secretaria da Receita Federal, todos os demais órgãos da Administração Pública
Federal serão obrigatoriamente produtores, alimentadores e usuários da base de informações do CNIR.

o
§ 4 As instituições gerenciadoras do CNIR poderão firmar convênios específicos para o estabelecimento de
interatividade dele com as bases de dados das Administrações Públicas dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.

o
§ 5 As instituições gerenciadoras do CNIR deverão convidar e incentivar a participação de entidades da
sociedade civil detentoras de bases de dados cadastrais correlatos, para interagirem com o esforço de alimentação
e gerenciamento do CNIR.

o
§ 6 O código único do CNIR será o código que o INCRA houver atribuído ao imóvel no CCIR, e deverá ser
mencionado nos atos notariais e registrais de que tratam os §§ 6o e 7o do art. 22 da Lei no 4.947, de 1966, e a
o
alínea "a" do item 3 do art. 176 da Lei n 6.015, de 1973.

o
§ 7 O ato normativo conjunto previsto no caput estabelecerá as normas para compartilhamento e sistema de
senhas e níveis de acesso às informações constantes do CNIR, de modo a não restringir o acesso das entidades
componentes da rede de interação desse Cadastro aos informes de natureza pública irrestrita, sem, contudo,
permitir acesso indiscriminado a dados de natureza sigilosa, privilegiada, de divulgação expressa ou implicitamente
vedada em lei, ou potencialmente vulneradores do direito à privacidade.

o o o o
Art. 8 Os custos financeiros de que tratam o § 3 do art. 176 e o § 3 do art. 225 da Lei n 6.015, de 1973,
compreendem os serviços técnicos necessários à identificação do imóvel, garantida a isenção ao proprietário de
imóvel rural cujo somatório das áreas não exceda a quatro módulos fiscais.

o
§ 1 A isenção de que trata este artigo abrange a identificação do imóvel rural, nos casos de transmissão de
domínio da área total cujo somatório não exceda a quatro módulos fiscais, na forma e nos prazos previstos no art.
10.

§ 2o O INCRA proporcionará os meios necessários para a identificação do imóvel rural, devendo o ato
o
normativo conjunto de que trata o art. 7 deste Decreto estabelecer os critérios técnicos e procedimentos para a
execução da medição dos imóveis para fim de registro imobiliário, podendo, inclusive, firmar convênio com os
Estados e o Distrito Federal, propiciando a interveniência dos respectivos órgãos de terra.

o
§ 3 Para beneficiar-se da isenção prevista neste artigo, o proprietário declarará ao órgão responsável pelo
levantamento que preenche os requisitos do caput deste artigo, de acordo com as regras a serem estabelecidas
em ato normativo do INCRA.

o
§4 A isenção prevista neste Decreto não obsta que o interessado promova, a suas expensas, a medição de

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o
sua propriedade, desde que atenda aos requisitos técnicos fixados no art. 9 .

o o o o
Art. 9 A identificação do imóvel rural, na forma do § 3 do art. 176 e do § 3 do art. 225 da Lei n 6.015, de
1973, será obtida a partir de memorial descritivo elaborado, executado e assinado por profissional habilitado e com
a devida Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, contendo as coordenadas dos vértices definidores dos
limites dos imóveis rurais, georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro, e com precisão posicional a ser
estabelecida em ato normativo, inclusive em manual técnico, expedido pelo INCRA.

§ 1o Caberá ao INCRA certificar que a poligonal objeto do memorial descritivo não se sobrepõe a nenhuma
outra constante de seu cadastro georreferenciado e que o memorial atende às exigências técnicas, conforme ato
normativo próprio.

§ 2o A certificação do memorial descritivo pelo INCRA não implicará reconhecimento do domínio ou a exatidão
dos limites e confrontações indicados pelo proprietário.

o o o
§ 3 Para os fins e efeitos do § 2 do art. 225 da Lei n 6.015, de 1973, a primeira apresentação do memorial
o o
descritivo segundo os ditames do § 3 do art. 176 e do § 3 do art. 225 da mesma Lei, e nos termos deste
Decreto, respeitados os direitos de terceiros confrontantes, não caracterizará irregularidade impeditiva de novo
registro desde que presente o requisito do § 13 do art. 213 da Lei no 6.015, de 1973, devendo, no entanto, os
subseqüentes estar rigorosamente de acordo com o referido § 2o, sob pena de incorrer em irregularidade sempre
que a caracterização do imóvel não for coincidente com a constante do primeiro registro de memorial
georreferenciado, excetuadas as hipóteses de alterações expressamente previstas em lei. (Redação dada pelo
Decreto nº 5.570, de 2005)

§ 4o Visando a finalidade do § 3o, e desde que mantidos os direitos de terceiros confrontantes, não serão
opostas ao memorial georreferenciado as discrepâncias de área constantes da matrícula do imóvel. (Redação dada
pelo Decreto nº 5.570, de 2005)

§ 5o O memorial descritivo, que de qualquer modo possa alterar o registro, resultará numa nova matrícula
com encerramento da matrícula anterior no serviço de registro de imóveis competente, mediante requerimento do
interessado, contendo declaração firmada sob pena de responsabilidade civil e criminal, com firma reconhecida, de
o
que foram respeitados os direitos dos confrontantes, acompanhado da certificação prevista no § 1 deste artigo, do
CCIR e da prova de quitação do ITR dos últimos cinco exercícios, quando for o caso. (Redação dada pelo Decreto
nº 5.570, de 2005)

o o
§ 6 A documentação prevista no § 5 deverá ser acompanhada de declaração expressa dos confinantes de
que os limites divisórios foram respeitados, com suas respectivas firmas reconhecidas.

§ 7o Quando a declaração for manifestada mediante escritura pública, constituir-se-á produção antecipada de
prova.

§ 8o Não sendo apresentadas as declarações constantes do § 6o, o interessado, após obter a certificação
o o o o o o
prevista no § 1 , requererá ao oficial de registro que proceda de acordo com os §§ 2 , 3 , 4 , 5 e 6 do art. 213 da
o
Lei n 6.015, de 1973. (Redação dada pelo Decreto nº 5.570, de 2005)
o o o o
§ 9 Em nenhuma hipótese a adequação do imóvel às exigências do art.176, §§ 3 e 4 , e do art. 225, § 3 ,
da Lei no 6.015, de 1973, poderá ser feita sem a certificação do memorial descritivo expedida pelo INCRA. (Incluído
pelo Decreto nº 5.570, de 2005)

Art. 10. A identificação da área do imóvel rural, prevista nos §§ 3o e 4o do art. 176 da Lei no 6.015, de 1973,
será exigida nos casos de desmembramento, parcelamento, remembramento e em qualquer situação de
o
transferência de imóvel rural, na forma do art. 9 , somente após transcorridos os seguintes prazos: (Redação dada
pelo Decreto nº 5.570, de 2005)

I - noventa dias, para os imóveis com área de cinco mil hectares, ou superior;

II - um ano, para os imóveis com área de mil a menos de cinco mil hectares;

III - cinco anos, para os imóveis com área de quinhentos a menos de mil hectares; (Redação dada pelo
Decreto nº 5.570, de 2005)

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IV - dez anos, para os imóveis com área de duzentos e cinquenta a menos de quinhentos hectares; (Redação
dada pelo Decreto nº 7.620, de 2011)

V - treze anos, para os imóveis com área de cem a menos de duzentos e cinquenta hectares; (Incluído pelo
Decreto nº 7.620, de 2011)

VI - dezesseis anos, para os imóveis com área de vinte e cinco a menos de cem hectares; e (Incluído pelo
Decreto nº 7.620, de 2011)

VII - vinte anos, para os imóveis com área inferior a vinte e cinco hectares. (Incluído pelo Decreto nº 7.620, de
2011)
o
§ 1 Quando se tratar da primeira apresentação do memorial descritivo, para adequação da descrição do
o o o o
imóvel rural às exigências dos §§ 3 e 4 do art. 176 e do § 3 do art. 225 da Lei n 6.015, de 1973, aplicar-se-ão
o o
as disposições contidas no § 4 do art. 9 deste Decreto. (Redação dada pelo Decreto nº 5.570, de 2005)

§ 2o Após os prazos assinalados nos incisos I a IV do caput, fica defeso ao oficial do registro de imóveis a
prática dos seguintes atos registrais envolvendo as áreas rurais de que tratam aqueles incisos, até que seja feita a
identificação do imóvel na forma prevista neste Decreto: (Redação dada pelo Decreto nº 5.570, de 2005)

I - desmembramento, parcelamento ou remembramento; (Incluído pelo Decreto nº 5.570, de 2005)

II - transferência de área total; (Incluído pelo Decreto nº 5.570, de 2005)

III - criação ou alteração da descrição do imóvel, resultante de qualquer procedimento judicial ou


administrativo. (Incluído pelo Decreto nº 5.570, de 2005)

§ 3o Ter-se-á por início de contagem dos prazos fixados nos incisos do caput deste artigo a data de 20 de
novembro de 2003. (Incluído pelo Decreto nº 5.570, de 2005)

o o
Art. 11. A retificação administrativa de matrícula, registro ou averbação, prevista no art. 8 -A da Lei n 6.739,
de 5 de dezembro de 1979, será adotada para as hipóteses em que a alteração de área ou limites promovida pelo
ato registral venha a instrumentalizar indevida transferência de terras públicas, e objetivará apenas a reversão do
registro aos limites ou área anteriores, seguindo-se preferencialmente o procedimento previsto nos parágrafos do
o
art. 8 -A, mediante requerimento direto ao oficial do serviço registral da comarca de localização do imóvel, mas não
suprime as competências de ofício e por provocação, que os arts. 1o e 5o da Lei no 6.739, de 1979, fixam para o
Corregedor-Geral da Justiça do Estado de localização do imóvel.

Art. 12. O pedido de cancelamento administrativo da matrícula e do registro, previsto no art. 8o-B da Lei no
o o
6.739, de 1979, não suprime as competências de ofício e por provocação que os arts 1 e 5 da mesma Lei fixam
para o Corregedor-Geral da Justiça do Estado de localização do imóvel, e será adotado para as hipóteses em que
o
não seja possível o requerimento de que cuida o art. 8 -A da mesma Lei.

Art. 13. Nos casos de interesse da União e de suas autarquias e fundações, será competente para examinar
o pedido de cancelamento de que cuida a Lei no 6.739, de 1979, o juiz federal da seção judiciária a que as leis
processuais incumbirem o processamento e julgamento da causa.

Art. 14. O registro retificado ou cancelado na forma dos arts 8o-A, 8o-B e 8o-C da Lei no 6.739, de 1979, não
poderá ser realizado novamente, exceto se houver expressa autorização do ente público titular do domínio.

Art. 15. O INCRA e a Secretaria da Receita Federal baixarão, conjuntamente, atos administrativos, visando à
implantação do CNIR, no prazo de noventa dias a contar da publicação deste Decreto.

Art. 16. Os títulos públicos, particulares e judiciais, relativos a imóveis rurais, lavrados, outorgados ou
homologados anteriormente à publicação deste Decreto, que importem em transferência de domínio,
desmembramento, parcelamento ou remembramento de imóveis rurais, e que exijam a identificação da área,
poderão ser objeto de registro, acompanhados de memorial descritivo elaborado nos termos deste Decreto,
observando-se os prazos fixados no art. 10. (Redação dada pelo Decreto nº 5.570, de 2005)

Art. 17. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

o o
Brasília, 30 de outubro de 2002; 181 da Independência e 114 da República.

4 de 5 12/09/2013 14:18
D4449compilado http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4449compilado.htm

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Pedro Malan
José Abrão

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 31.10.2002

5 de 5 12/09/2013 14:18
Decreto nº 5570 Page 1 of 3

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 5.570, DE 31 DE OUTUBRO DE 2005.

Dá nova redação a dispositivos do Decreto no 4.449,


de 30 de outubro de 2002, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.267, de 28 de agosto de 2001,

DECRETA:

Art. 1o Os arts. 5o, 9o, 10 e 16 do Decreto no 4.449, de 30 de outubro de 2002, passam a vigorar com a
seguinte redação:

"Art. 5o O INCRA comunicará, mensalmente, aos serviços de registros de imóveis


os códigos dos imóveis rurais decorrentes de mudança de titularidade,
parcelamento, desmembramento, loteamento e unificação, na forma prevista no §
1o do art. 4o.

............................................................................................." (NR)

"Art. 9o .............................................................................................

.............................................................................................

§ 3o Para os fins e efeitos do § 2o do art. 225 da Lei no 6.015, de 1973, a primeira


apresentação do memorial descritivo segundo os ditames do § 3o do art. 176 e do
§ 3o do art. 225 da mesma Lei, e nos termos deste Decreto, respeitados os
direitos de terceiros confrontantes, não caracterizará irregularidade impeditiva de
novo registro desde que presente o requisito do § 13 do art. 213 da Lei no 6.015,
de 1973, devendo, no entanto, os subseqüentes estar rigorosamente de acordo
com o referido § 2o, sob pena de incorrer em irregularidade sempre que a
caracterização do imóvel não for coincidente com a constante do primeiro registro
de memorial georreferenciado, excetuadas as hipóteses de alterações
expressamente previstas em lei.

§ 4o Visando a finalidade do § 3o, e desde que mantidos os direitos de terceiros


confrontantes, não serão opostas ao memorial georreferenciado as discrepâncias
de área constantes da matrícula do imóvel.

§ 5o O memorial descritivo, que de qualquer modo possa alterar o registro,


resultará numa nova matrícula com encerramento da matrícula anterior no serviço
de registro de imóveis competente, mediante requerimento do interessado,
contendo declaração firmada sob pena de responsabilidade civil e criminal, com
firma reconhecida, de que foram respeitados os direitos dos confrontantes,
acompanhado da certificação prevista no § 1o deste artigo, do CCIR e da prova de
quitação do ITR dos últimos cinco exercícios, quando for o caso.

.............................................................................................

§ 8o Não sendo apresentadas as declarações constantes do § 6o, o interessado,


após obter a certificação prevista no § 1o, requererá ao oficial de registro que
proceda de acordo com os §§ 2o, 3o, 4o, 5o e 6o do art. 213 da Lei no 6.015, de
1973.
Decreto nº 5570 Page 2 of 3

§ 9o Em nenhuma hipótese a adequação do imóvel às exigências do art.176, §§


3o e 4o, e do art. 225, § 3o, da Lei no 6.015, de 1973, poderá ser feita sem a
certificação do memorial descritivo expedida pelo INCRA." (NR)

"Art. 10. A identificação da área do imóvel rural, prevista nos §§ 3o e 4o do art.


176 da Lei no 6.015, de 1973, será exigida nos casos de desmembramento,
parcelamento, remembramento e em qualquer situação de transferência de imóvel
rural, na forma do art. 9o, somente após transcorridos os seguintes prazos:

.............................................................................................

III - cinco anos, para os imóveis com área de quinhentos a menos de mil hectares;

IV - oito anos, para os imóveis com área inferior a quinhentos hectares.

§ 1o Quando se tratar da primeira apresentação do memorial descritivo, para


adequação da descrição do imóvel rural às exigências dos §§ 3o e 4o do art. 176 e
do § 3o do art. 225 da Lei no 6.015, de 1973, aplicar-se-ão as disposições contidas
no § 4o do art. 9o deste Decreto.

§ 2o Após os prazos assinalados nos incisos I a IV do caput, fica defeso ao oficial


do registro de imóveis a prática dos seguintes atos registrais envolvendo as áreas
rurais de que tratam aqueles incisos, até que seja feita a identificação do imóvel
na forma prevista neste Decreto:

I - desmembramento, parcelamento ou remembramento;

II - transferência de área total;

III - criação ou alteração da descrição do imóvel, resultante de qualquer


procedimento judicial ou administrativo.

§ 3o Ter-se-á por início de contagem dos prazos fixados nos incisos do caput
deste artigo a data de 20 de novembro de 2003." (NR)

"Art. 16. Os títulos públicos, particulares e judiciais, relativos a imóveis rurais,


lavrados, outorgados ou homologados anteriormente à publicação deste Decreto,
que importem em transferência de domínio, desmembramento, parcelamento ou
remembramento de imóveis rurais, e que exijam a identificação da área, poderão
ser objeto de registro, acompanhados de memorial descritivo elaborado nos
termos deste Decreto, observando-se os prazos fixados no art. 10." (NR)

Art. 2o A identificação do imóvel rural objeto de ação judicial, conforme previsto no § 3o do art. 225 da
Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, será exigida nas seguintes situações e prazos:

I - imediatamente, qualquer que seja a dimensão da área, nas ações ajuizadas a partir da publicação
deste Decreto;

II - nas ações ajuizadas antes da publicação deste Decreto, em trâmite, serão observados os prazos
fixados no art. 10 do Decreto no 4.449, de 2002.

Art. 3o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4o Fica revogado o § 2o do art. 4o do Decreto no 4.449, de 30 de outubro de 2002.

Brasília, 31 de outubro de 2005; 184o da Independência e 117o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Decreto nº 5570 Page 3 of 3

Miguel Soldatelli Rossetto

Este texto não substitui o publicado no DOU de 1º.11.2005


Ref. SESSÃO : Plenária Ordinária 1.324
DECISÃO : PL-2087/2004
PROTOCOLOS : CF-3886/2003, CF-4473/2003, CF-4751/2003, CF-0041/2004,
CF-0255/2004, CF-0268/2004, CF-0359/2004, CF-0932/2004,
CF-1251/2004, CF-1518/2004, CF-1987/2004, CF-2487/2004,
CF-3047/2004; CF-3346/2004; CF-3601/2004 e CF-2287/2004 (Dossiê)
INTERESSADO : Sistema Confea/Crea

EMENTA: Reformulação da Decisão PL-0633/2003.


DECISÃO
O Plenário do Confea, apreciando a Deliberação
1561/2004-CEP - Comissão de Exercício Profissional, que trata do dossiê em epígrafe, relativo a
reformulação da Decisão PL-0633/2003, e considerando consulta do Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária – INCRA, acerca dos profissionais habilitados a desenvolverem atividades definidas
pela Lei 10.267, de 28 de agosto de 2001, no tocante à regularização de propriedades rurais junto ao
INCRA; considerando os avanços tecnológicos das profissões do Sistema e os casos de sombreamento
constantes, e que a Decisão Plenária PL-0024, de 21 de fevereiro de 2003, definiu os profissionais
habilitados a realizar as atividades da consulta em pauta, definindo as disciplinas que dão tal
atribuição, proporcionando àqueles que não têm atribuições em sua totalidade, habilitar-se através de
curso de educação continuada, aperfeiçoamento, especialização, pós-graduação e ou comprovando
experiência profissional específica na área, sobre as atividades atinentes à determinação dos vértices
dos limites definidores dos imóveis rurais para fins de inclusão no Cadastro Nacional de Imóveis Rurais
– CNIR; considerando que a Decisão PL-0633, de 29 de agosto de 2003, reeditou as conclusões
contidas na Decisão PL-0024 de 2003; considerando a tramitação do projeto de resolução que
disciplina a concessão de atribuições e títulos aos profissionais do Sistema Confea/Crea, com rito
processual definido pela Resolução 1000/2002, do Confea, e em fase de conclusão; considerando os
questionamentos sobre a Decisão PL-633, de 2003, inclusive de ordem jurídica; considerando a
conveniência de se disciplinar a questão do georeferenciamento através de ato normativo adequado,
DECIDIU: 1) Revogar a Decisão PL-0633, de 2003, a partir desta data. 2) Editar esta decisão com o
seguinte teor: I. Os profissionais habilitados para assumir a responsabilidade técnica dos serviços de
determinação das coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais para efeito do
Cadastro Nacional de Imóveis Rurais – CNIR são aqueles que, por meio de cursos regulares de
graduação ou técnico de nível médio, ou por meio de cursos de pós-graduação ou de
qualificação/aperfeiçoamento profissional, comprovem que tenham cursado os seguintes conteúdos
formativos: a) Topografia aplicadas ao georeferenciamento; b) Cartografia; c) Sistemas de referência;
d) Projeções cartográficas; e) Ajustamentos; f) Métodos e medidas de posicionamento geodésico. II.
Os conteúdos formativos não precisam constituir disciplinas, podendo estar incorporadas nas ementas
das disciplinas onde serão ministrados estes conhecimentos aplicados às diversas modalidades do
Sistema; III. Compete às câmaras especializadas procederem a análise curricular; IV. Os profissionais
que não tenham cursado os conteúdos formativos descritos no inciso I poderão assumir a
responsabilidade técnica dos serviços de determinação das coordenadas dos vértices definidores dos
limites dos imóveis rurais para efeito do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais – CNIR, mediante
solicitação à câmara especializada competente, comprovando sua experiência profissional específica
na área, devidamente atestada por meio da Certidão de Acervo Técnico – CAT; V. O Confea e os Creas
deverão adaptar o sistema de verificação de atribuição profissional, com rigorosa avaliação de
currículos, cargas horárias e conteúdos formativos que habilitará cada profissional; VI. A atribuição
será conferida desde que exista afinidade de habilitação com a modalidade de origem na graduação,
estando de acordo com o art. 3º, parágrafo único, da Lei 5.194, de 24 de dezembro de 1966, e serão
as seguintes modalidades: Engenheiro Agrimensor (art. 4º da Resolução 218, de 1973); Engenheiro
Agrônomo (art. 5º da Resolução 218, de 1973); Engenheiro Cartógrafo, Engenheiro de Geodésica e
Topografia, Engenheiro Geógrafo (art. 6º da Resolução 218, de 1973); Engenheiro Civil, Engenheiro
de Fortificação e Construção (art. 7º da Resolução 218, de 1973); Engenheiro Florestal (art. 10 da

../..
Continuação da Decisão PL-2087/2004

Resolução 218, de 1973); Engenheiro Geólogo (art. 11 da Resolução 218, de 1973); Engenheiro de
Minas (art. 14 da Resolução 218, de 1973); Engenheiro de Petróleo (art. 16 da Resolução 218, de
1973); Arquiteto e Urbanista (art. 21 da Resolução 218, de 1973); Engenheiro de Operação - nas
especialidades Estradas e Civil (art. 22 da Resolução 218, de 1973); Engenheiro Agrícola (art. 1º da
Resolução 256, de 27 de maio de 1978); Geólogo (art. 11 da Resolução 218, de 1973); Geógrafo (Lei
6.664, de 26 de junho de 1979); Técnico de Nível Superior ou Tecnólogo - da área específica (art. 23
da Resolução 218, de 1973); Técnico de Nível Médio em Agrimensura; Técnicos de Nível Médio em
Topografia; e Outros Tecnólogos e Técnicos de Nível Médio das áreas acima explicitadas, devendo o
profissional anotar estas atribuições junto ao Crea. VII. Os cursos formativos deverão possuir carga
horária mínima de 360 horas contemplando as disciplinas citadas no inciso I desta decisão,
ministradas em cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação; VIII. Ficam garantidos os efeitos da
Decisão PL-633, de 2003, aos profissionais que tiverem concluído ou concluírem os cursos
disciplinados pela referida decisão plenária e que, comprovadamente, já tenham sido iniciados em
data anterior à presente decisão. Presidiu a Sessão o Eng. Civil WILSON LANG. Votaram
favoravelmente os senhores Conselheiros Federais ANJELO DA COSTA NETO, FERNANDO ANTÔNIO
SOUZA BEMERGUY, FRANCISCO MACHADO DA SILVA, JOÃO AMÉRICO PEREIRA, JOÃO DE OLIVEIRA
SOBRINHO, JOSÉ QUEIROZ DA COSTA FILHO, MANOEL ANTÔNIO DE ALMEIDA DURÉ, MARIA DE
NAZARETH DE SOUZA FRANÇA, MARIA HIGINA DO NASCIMENTO, MARIA JOSÉ BALBAKI FETTI,
MILTON DA COSTA PINTO JÚNIOR, MOACYR FREITAS DE ALMENDRA GAYOSO JÚNIOR, PAULO CELSO
RESENDE RANGEL, RENATO DE MELO ROCHA e WALTER LOGATTI FILHO. Votaram contrariamente os
senhores Conselheiros Federais ITAMAR COSTA KALIL, LUIZ ALBERTO FREITAS PEREIRA, MARCOS DE
SOUSA e SÉRGIO LUIZ CHAUTARD-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-
Cientifique-se e cumpra-se.

Brasília, 3 de novembro de 2004.

Eng. Florestal Fernando Antônio Souza Bemerguy


Presidente em Exercício
Confea - Legislação Page 1 of 2

Ref. SESSÃO: Sessão Plenária Ordinária 1.353


Decisão Nº: PL-1347/2008
Referência:PC CF-0762/2008
Interessado: Crea-MS

Ementa: Atribuições profissionais para atividades de georreferenciamento de imóveis rurais.

O Plenário do Confea, reunido em Brasília no período de 24 a 26 de setembro de 2008,


apreciando a Deliberação nº 090/2008-CEAP, relativa à matéria em epígrafe, que trata da
solicitação do Crea-MS de manifestação deste Confea sobre atribuições profissionais para
atividades de georreferenciamento de imóveis rurais. considerando que a Decisão nº PL-
2087/2004, do Confea, estabelece as condições objetivas para a concessão de atribuições
profissionais em atividades de georreferenciamento de imóveis rurais; considerando que,
conforme consta do inciso VII da Decisão nº PL-2087/2004, os cursos formativos, que habilitam
para a atividade de georreferenciamento de imóveis rurais, devem ter carga horária mínima de
360 horas; considerando que a Decisão nº PL 2087/2004 não estabelece carga horária mínima
para cada disciplina nela especificada, mas deixa claro que o conjunto delas deve perfazer um
montante de 360 horas; considerando que a Câmara Especializada de Agronomia do Crea-MS
concedeu atribuição para realizar serviços de georreferenciamento a profissional engenheiro
agrônomo que demonstrou ter cursado, em 2003, as disciplinas Topografia (72 horas) e
Cartografia e Geoprocessamento (36 horas) durante a sua graduação na Universidade Católica
Dom Bosco, em Campo Grande – MS; considerando que as disciplinas Topografia e Cartografia e
Geoprocessamento oferecidas, em 2003, no curso de graduação em Agronomia da Universidade
Católica Dom Bosco, em Campo Grande-MS, além de não conter todos os conteúdos estipulados
no inciso I do item 2 da Decisão nº PL-2087/2004, perfazem apenas 44,4 % da carga horária de
360 horas exigidas no inciso VII do item 2 da Decisão nº PL-2087/2004 para cursos formativos
que habilitam para o exercício da atividade de georreferenciamento de imóveis rurais;
considerando que o conteúdo denominado Ajustamentos, previsto como necessário na alinea “e”
do inciso I do item 2 da Decisão nº PL-2087/2004, não aparece em nenhuma das ementas
apensadas ao processo; e considerando que a concessão da atribuição em apreço deveria ter
sido objeto de deliberação do Plenário do Crea-MS, após apreciada, também, pela Câmara
Especializada de Agrimensura ou equivalente, e não somente pela Câmara Especializada de
Agronomia visto que trata-se de situação em que o profissional de uma modalidade, no caso
Agronomia, requer atribuições, no caso de georreferenciamento, afetas à modalidade
Agrimensura, DECIDIU, por unanimidade: 1) Recomendar aos Creas que: a) as atribuições para
a execução de atividades de Georreferenciamento de Imóveis Rurais somente poderão ser
concedidas ao profissional que comprovar que cursou, seja em curso regular de graduação ou
técnico de nível médio, ou pós-graduação ou qualificação/aperfeiçoamento profissional, todos os
conteúdos discriminados no inciso I do item 2 da Decisão nº PL-2087/ 2004, e que cumpriu a
totalidade da carga horária exigida para o conjunto das disciplinas, qual seja 360 (trezentas e
sessenta) horas, conforme está estipulado no inciso VII do item 2 dessa mesma decisão do
Confea; b) embora haja a necessidade de o profissional comprovar que cursou, nas condições
explicitadas no item anterior, todas as disciplinas listadas no inciso I do item 2 da Decisão nº PL-
2087/2004, não há a necessidade de comprovação de carga horária por disciplina; c) para os
casos em que os profissionais requerentes forem Engenheiros Agrimensores, Engenheiros
Cartógrafos, Engenheiros Geógrafos, Engenheiros de Geodésia e Topografia ou
Tecnólogos/Técnicos da modalidade Agrimensura, os seus respectivos pleitos serão apreciados
somente pela Câmara Especializada de Agrimensura; serão, entretanto, remetidos ao Plenário do
Regional quando forem objetos de recurso; e d) para os casos em que os profissionais
requerentes não forem Engenheiros Agrimensores, Engenheiros Cartógrafos, Engenheiros
Geógrafos, Engenheiros de Geodésia e Topografia nem Tecnólogos/Técnicos da modalidade
Agrimensura, os seus respectivos pleitos serão apreciados pela Câmara Especializada de
Agrimensura, pela câmara especializada pertinente à modalidade do requerente e, por fim, pelo
Plenário do Regional. 2) Determinar aos Creas que cancelem a concessão de atribuições para o
exercício de atividades de georreferenciamento que estiver em desacordo ao entendimento acima
exposto. Presidiu a sessão o Engenheiro Civil MARCOS TÚLIO DE MELO. Presentes os
senhores Conselheiros Federais ADMAR BEZERRA ALVES, ANA KARINE BATISTA DE SOUSA,
FERNANDO LUIZ BECKMAN PEREIRA, FRANCISCO JOSE BURLAMAQUI FARACO, IRACY VIEIRA
SANTOS SILVANO, ISACARIAS CARLOS REBOUÇAS, JAQUES SHERIQUE, JOÃO DE DEUS COELHO
CORREIA, JOSE CLEMERSON SANTOS BATISTA, JOSÉ ELIESER DE OLIVEIRA JÚNIOR, JOSÉ
ROBERTO GERALDINE JÚNIOR, JOSÉ ROBERTO MEDEIROS SILVA, LINO GILBERTO DA SILVA,
MODESTO FERREIRA DOS SANTOS FILHO, OSNI SCHROEDER, RICARDO ANTONIO DE ARRUDA
VEIGA, RODRIGO GUARACY SANTANA e VALMIR ANTUNES DA SILVA.

Cientifique-se e cumpra-se.

Brasília, 29 de setembro de 2008.


Confea - Legislação Page 2 of 2

Eng. Civ. Marcos Túlio de Melo


Presidente
PORTARIA Nº486 DE 2 DE SETEMBRO DE 2013.

Homologa a 3ª Edição da Norma Técnica


para Georreferenciamento de Imóveis
Rurais, o Manual Técnico de
Posicionamento e o Manual Técnico de
Limites e Confrontações.

O PRESIDENTE DO INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E


REFORMA AGRÁRIA - INCRA, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo
inciso VII do art. 21, da Estrutura Regimental, aprovada pelo Decreto nº 6.812, de 3 de
abril de 2009, combinado com o inciso VII, do art. 122, do Regimento Interno do
INCRA, aprovado pela Portaria/MDA/Nº 20, de 8 de abril de 2009, e

Considerando a decisão adotada na RESOLUÇÃO/INCRA/CD/Nº 23, do


Egrégio Conselho Diretor da Autarquia, em sua 632ª Reunião, realizada em 23 de
agosto de 2013, que aprovou a proposta da 3ª Edição da Norma Técnica para
Georreferenciamento de Imóveis Rurais, do Manual Técnico de Posicionamento e do
Manual Técnico de Limites e Confrontações, resolve:

Art. 1° Homologar a 3ª Edição da Norma Técnica para Georreferenciamento de


Imóveis Rurais, o Manual Técnico de Posicionamento e o Manual Técnico de Limites e
Confrontações.

Art. 2º Determinar que os serviços de georreferenciamento de imóveis rurais


sejam realizados em consonância com os documentos definidos no Art. 1º.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Portaria nº 578,


de 16 de setembro de 2010, publicada no Diário Oficial União do dia 23 de setembro de
2010, Seção 1, página 82.

Art. 4° Esta Portaria entrará em vigor no dia 23 de novembro de 2013.

CARLOS MÁRIO GUEDES DE GUEDES


MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA
Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária
Coordenação Geral de Cartografia

NORMA TÉCNICA PARA


GEORREFERENCIAMENTO
DE IMÓVEIS RURAIS

3ª Edição

Brasília
2013

As especificações fixadas por esta norma


SUMÁRIO
devem ser observadas e cumpridas de
1 INTRODUÇÃO .................................................1 forma indistinta para imóveis públicos e
2 DEFINIÇÕES .....................................................2 privados.
3 IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL ...........2
A correta aplicação desta norma está
4 COORDENADAS DOS VÉRTICES ..................3
condicionada às especificações dos
5 CREDENCIAMENTO ........................................4
seguintes documentos:
6 GESTÃO DA CERTIFICAÇÃO ........................4
a) Manual Técnico de Limites e
1 INTRODUÇÃO Confrontações, publicado pelo
A presente norma trata das condições INCRA;
exigíveis para execução dos serviços de b) Manual Técnico de Posicionamento,
georreferenciamento de imóveis rurais, em publicado pelo INCRA.
atendimento ao que estabelecem os
As prescrições contidas nestes manuais,
parágrafos 3º e 4º, do artigo 176, e o
quando citadas nesta norma, são
parágrafo 3º do artigo 225, da Lei nº 6.015,
consideradas determinações para
de 31 de dezembro de 1973, incluídos pela
aplicação da mesma.
Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001.

Página: 1 de 4
Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais 3ª Edição

2 DEFINIÇÕES 2.7 Informações posicionais

As definições a seguir deverão ser adotadas Referem-se às coordenadas geodésicas dos


no âmbito desta norma. vértices (φ, λ, h), com suas respectivas
precisões (σφ, σλ, σh).
2.1 Coordenadas cartesianas geocêntricas
2.8 Precisão posicional absoluta
Coordenadas referenciadas a três eixos
ortogonais com origem no centro de massa Refere-se à precisão posicional relacionada
da terra, sendo o eixo “Z” orientado na à vinculação com o Sistema Geodésico
direção do Conventional Terrestrial Pole Brasileiro (SGB), prevendo, portanto, a
(Pólo Terrestre Convencional), o eixo “X” na propagação das covariâncias a partir dos
direção média do meridiano de Greenwich vértices do mesmo.
e o eixo “Y” de modo a tornar o sistema
2.9 Profissional habilitado para execução
dextrógiro.
de serviços de georreferenciamento
2.2 Coordenadas cartesianas locais
Profissional devidamente habilitado para
Coordenadas cartesianas definidas num assumir responsabilidade técnica dos
plano topográfico local, perpendicular à serviços de georreferenciamento de imóveis
normal ao elipsoide e tangente à superfície rurais, em atendimento ao parágrafo 3º do
terrestre no ponto origem do Sistema artigo 176, da Lei nº. 6.015, de 1973.
Geodésico Local (SGL). Vide item 2.10.
2.10 Sistema Geodésico Local
2.3 Coordenadas geodésicas
O Sistema Geodésico Local (SGL) é um
Coordenadas geodésicas definidas num sistema cartesiano composto de três eixos
elipsoide de referência, expressas em: mutuamente ortogonais (e, n, u), onde o
latitude (φ), longitude (λ) e altitude elipsoidal eixo “n” aponta em direção ao norte
(h). geodésico, o eixo “e” aponta para a
direção leste e é perpendicular ao eixo “n”,
2.4 Credenciado
ambos contidos no plano topográfico, e o
Profissional que tenha efetuado seu eixo “u” coincide com a normal ao elipsoide
credenciamento junto ao INCRA para que passa pelo vértice escolhido como a
requerer certificação de imóveis rurais em origem do sistema.
conformidade com o parágrafo 5º do artigo
2.11 Vértice de limite
176, da Lei nº 6.015, de 1973, incluído pela
Lei nº 11.952, 25 de junho de 2009. É o ponto onde a linha limítrofe do imóvel
rural muda de direção ou onde existe
2.5 Exatidão de limites
interseção desta linha com qualquer outra
Limites identificados, levantados e descritos linha limítrofe de imóvel contíguo.
de forma a contemplar corretamente os
limites do imóvel objeto do título de domínio, 3 IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL
bem como os limites de respeito nos casos A identificação do imóvel rural se dá por
de ocupações rurais passíveis de titulação. meio da correta descrição dos seus limites,
2.6 Imóvel rural conforme parágrafo 3º do artigo 176 da Lei
nº 6.015, de 1973.
O imóvel rural a ser considerado nos serviços
de georreferenciamento é aquele objeto do 3.1 Descrição dos limites
título de domínio, bem como aquele passível Os limites são descritos por segmentos de
de titulação. reta interligados por vértices, sendo estes,

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Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais 3ª Edição

descritos por seus respectivos códigos e Cada tipo de limite recebe uma
valores de coordenadas. codificação, definida no Manual Técnico de
Limites e Confrontações.
3.2 Tipos de vértices

Os vértices são agrupados em diferentes 4 COORDENADAS DOS VÉRTICES


tipos, definidos no Manual Técnico de Limites As coordenadas dos vértices definidores dos
e Confrontações. limites do imóvel devem ser referenciadas
3.3 Codificação do vértice ao SGB, vigente na época da submissão do
trabalho. Atualmente adota-se o Sistema de
O código inequívoco do vértice refere-se a Referência Geocêntrico para as Américas
um conjunto de caracteres alfanuméricos (SIRGAS), em sua realização do ano 2000
organizados de tal forma que não ocorra (SIRGAS2000), conforme especificações
mais de um vértice, mesmo que em imóveis constantes na resolução nº 01, de 25 de
distintos, com o mesmo código, conforme fevereiro de 2005, do Presidente da
regra a seguir: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
a) Os quatro primeiros caracteres Estatística (IBGE).
referem-se ao código do
4.1 Determinação das coordenadas
credenciado responsável pelo
posicionamento do vértice; A determinação dos valores de
coordenadas deve ser realizada em
b) O quinto caractere refere-se ao tipo
consonância com o Manual Técnico de
do vértice; e
Posicionamento.
c) Os caracteres seguintes referem-se a
4.2 Descrição das coordenadas
uma sequência de números inteiros,
sendo incrementada à medida que Os valores de coordenadas dos vértices
o profissional efetue a definição de devem ser descritos por meio das suas
um novo vértice. Observação: não coordenadas geodésicas (φ, λ, h),
deve haver repetição de número em vinculadas ao SGB.
vértices do mesmo tipo e do mesmo
4.3 Precisão das coordenadas
credenciado.
O valor da precisão posicional absoluta
refere-se a resultante planimétrica
(horizontal), conforme equação a seguir:

 P   2   2
Onde:

Figura – Codificação de vértice


  P = precisão posicional (m);
Nota: Os credenciados que receberam codificação    = desvio padrão da latitude (m);
com três dígitos permanecerão com os mesmos.
   = desvio padrão da longitude (m).
3.4 Tipos de limites
Nota: No cálculo da precisão posicional desconsidera-
Os limites são agrupados em diferentes tipos, se o valor do desvio padrão da altitude.
definidos no Manual Técnico de Limites e
4.4 Padrões de precisão
Confrontações.
Os valores de precisão posicional a serem
3.5 Codificação do tipo de limite observados para vértices definidores de

Página: 3 de 4
Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais 3ª Edição

limites de imóveis são: 5.1 Procedimentos para credenciamento

a) Para vértices situados em limites Para que o profissional efetue seu


artificiais: melhor ou igual a 0,50 m; credenciamento, deverá preencher
formulário eletrônico pelo qual envia
b) Para vértices situados em limites
certidão expedida pelo CREA, conforme
naturais: melhor ou igual a 3,00 m; e
modelo estabelecido na Decisão PL-
c) Para vértices situados em limites 0745/2007, do Conselho Federal de
inacessíveis: melhor ou igual a 7,50 m. Engenharia e Agronomia, ou outro
instrumento vigente a época. Neste ato, o
4.5 Descrição das precisões
profissional receberá o código de
Os valores de precisão da latitude e da credenciado, conforme item 3.3
longitude devem ser convertidos para Codificação do vértice.
valores lineares. Desta forma, os valores de
precisão das coordenadas geodésicas (σφ, 5.2 Responsabilidade Técnica
σλ, σh) devem ser expressos em metros. Nos serviços de georreferenciamento de
imóveis rurais o credenciado assume
4.6 Área
responsabilidade técnica referente à correta
O cálculo de área deve ser realizado com identificação do imóvel em atendimento ao
base nas coordenadas referenciadas ao parágrafo 3º do artigo 176 da Lei 6.015, de
Sistema Geodésico Local (SGL). A 1973, observando:
formulação matemática para conversão
a) A exatidão de limites; e
entre coordenadas cartesianas
geocêntricas e cartesianas locais está b) As informações posicionais de todos
definida no Manual Técnico de os vértices de limite.
Posicionamento.
6 GESTÃO DA CERTIFICAÇÃO
5 CREDENCIAMENTO
A gestão da certificação tem por finalidade
Para requerer certificação de poligonais trazer segurança para as informações
referentes a imóveis rurais, em atendimento certificadas e operacionalizar o processo de
ao que estabelece o parágrafo 5º do artigo certificação, conforme detalhado em ato
176, da Lei nº. 6.015/73, o profissional deve normativo próprio, contemplando:
efetuar seu credenciamento junto ao
a) Desmembramento/Parcelamento;
INCRA. Somente está apto a ser
credenciado o profissional habilitado pelo b) Remembramento;
Conselho Regional de Engenharia e c) Retificação de certificação;
Agronomia (CREA), para execução de
serviços de georreferenciamento de imóveis d) Cancelamento de certificação;
rurais. e) Análise de sobreposição; e

f) Sanções ao credenciado.

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MANUAL TÉCNICO DE
LIMITES E CONFRONTAÇÕES
Georreferenciamento de Imóveis Rurais

1ª Edição

Brasília

2013
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA
Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária
Coordenação Geral de Cartografia

Manual Técnico de
Limites e Confrontações:
georreferenciamento de imóveis rurais

1ª Edição

Brasília
2013
DILMA VANA ROUSSEFF
Presidente da República

GILBERTO JOSÉ SPIER VARGAS


Ministro do Desenvolvimento Agrário

CARLOS MÁRIO GUEDES DE GUEDES


Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

RICHARD MARTINS TORSIANO


Diretor de Ordenamento da Estrutura Fundiária

WILSON SILVA JÚNIOR


Coordenador Geral de Cartografia

EQUIPE RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO:

ACILAYNE FREITAS DE AQUINO


Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheira Agrimensora

AILTON CARDOSO TRINDADE


Técnico em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Técnico em Agrimensura

DÉRISSON LISBÔA NOGUEIRA


Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheiro Agrimensor

HELIOMAR VASCONCELOS
Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheiro Agrimensor

KILDER JOSÉ BARBOSA


Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheiro Agrimensor

MARCELO JOSÉ PEREIRA DA CUNHA


Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheiro Agrimensor

MIGUEL PEDRO DA SILVA NETO


Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheiro Cartógrafo

OSCAR OSÉIAS DE OLIVEIRA


Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheiro Agrimensor

ROBERTO NERES QUIRINO DE OLIVEIRA


Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheiro Cartógrafo
Sumário

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS...................................................................................................................... iii

LISTA DE QUADROS ................................................................................................................. iv

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 5

2 DEFINIÇÕES ................................................................................................................... 6
2.1 Linha ideal .......................................................................................................... 6
2.2 Corpos d’água .................................................................................................. 6
2.3 Cursos d’água ................................................................................................... 6
2.4 Canal .................................................................................................................. 6
2.5 Elementos físicos ................................................................................................ 6
2.6 Limite de respeito .............................................................................................. 6

3 IMÓVEL RURAL .............................................................................................................. 7


3.1 Imóvel rural objeto do título de domínio ....................................................... 7
3.2 Imóvel rural passível de titulação ................................................................. 10

4 LIMITES .......................................................................................................................... 11
4.1 Identificação dos limites ................................................................................ 11
4.2 Descrição dos limites ...................................................................................... 12
4.2.1 Tipos de limites .............................................................................................. 12
4.2.1.1 Cerca ................................................................................................. 13
4.2.1.2 Muro ................................................................................................... 13
4.2.1.3 Estrada ............................................................................................... 13
4.2.1.4 Canal.................................................................................................. 13
4.2.1.5 Vala .................................................................................................... 13
4.2.1.6 Linha ideal ......................................................................................... 13
4.2.1.7 Limite artificial não tipificado ......................................................... 13
4.2.1.8 Corpo d’água ou curso d’água .................................................... 14
4.2.1.9 Linha de cumeada .......................................................................... 14
4.2.1.10 Grota ................................................................................................ 14
4.2.1.11 Crista de encosta ........................................................................... 14
4.2.1.12 Pé de encosta ................................................................................ 15
4.2.1.13 Limite natural não tipificado......................................................... 15
4.2.2 Tipos de vértices ........................................................................................... 15
4.2.2.1 Vértice tipo “M” (marco) ................................................................ 16
4.2.2.2 Vértice tipo “P” (ponto)................................................................... 17
4.2.2.3 Vértice tipo “V” (virtual) .................................................................. 17

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: i


Sumário

5 CONFRONTANTES ....................................................................................................... 19

6 ALTERAÇÃO DE PARCELA CERTIFICADA................................................................. 20


6.1 Desmembramento/parcelamento .............................................................. 20
6.1.1 Com parcela confrontante certificada ................................................... 20
6.1.2 Sem parcela confrontante certificada .................................................... 21
6.2 Remembramento ............................................................................................ 21

7 GUARDA DE PEÇAS TÉCNICAS E DOCUMENTAÇÃO ............................................ 23

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 24

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: ii


Lista de Figuras

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Matrícula referente a áreas descontínuas ......................................................... 7

Figura 2 – Remembramento .................................................................................................. 8

Figura 3 – Desmembramento/parcelamento sem transferência de titularidade ......... 8

Figura 4 – Área encravada é objeto de título próprio ....................................................... 9

Figura 5 – Área encravada é uma posse integrada ao título de domínio ..................... 9

Figura 6 – Área encravada é uma posse independente do título de domínio ........... 10

Figura 7 – Representação de limites sinuosos.................................................................... 14

Figura 8 – Modelos de marcos ............................................................................................. 16

Figura 9 – Modelo de plaqueta ........................................................................................... 17

Figura 10 – Desmembramento/parcelamento com alteração do confrontante ....... 20

Figura 11 – Desmembramento/parcelamento sem alteração do confrontante ........ 21

Figura 12 – Desmembramento/parcelamento ................................................................. 21

Figura 13 – Remembramento .............................................................................................. 21

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: iii


Lista de Quadros

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Tipos de limites ................................................................................................... 15

Quadro 2 – Tipos de vértices ................................................................................................ 18

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: iv


1 Introdução

1 INTRODUÇÃO

O novo conjunto de normas para execução de serviços de georreferenciamento


de imóveis rurais é constituído por este documento, pelo Manual Técnico de
Posicionamento e pela Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais
(NTGIR) 3ª Edição.

Trazendo uma inovação conceitual (em comparação com as edições anteriores da


NTGIR), este manual adota o conceito de imóvel rural contido na Lei de Registros
Públicos (Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973) e não o estabelecido pelo
Estatuto da Terra (Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964), fato este que aproxima
os procedimentos de certificação e o registro de imóveis.

Os capítulos 2 e 3 contemplam uma série de definições relevantes para


entendimento e consequente aplicação das orientações contidas neste manual. As
orientações para proceder a identificação e descrição dos limites dos imóveis rurais
são encontradas no capítulo 4. O capítulo 5 aborda a identificação da
confrontação, não considerando como confrontante o proprietário e sim o bem
imóvel. O capítulo 6 trata dos procedimentos a serem seguidos para os casos de
alteração de parcela certificada. O capítulo 7 salienta que é fundamental a
guarda de todo material que subsidiou a identificação dos limites e confrontações
do imóvel.

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 5


2 Definições

2 DEFINIÇÕES

As definições a seguir deverão ser adotadas no âmbito deste manual.

2.1 LINHA IDEAL

É uma linha reta (imaginária) que é apenas idealizada, mas não está associada
diretamente a nenhum elemento físico. Exemplos: limites com faixas de domínio não
materializados; linha entre marcos implantados para fins de desmembramento, no
caso de limites ainda não materializados; linhas que não foram materializadas para
não inviabilizarem o trânsito de veículos e máquinas, dentre outros.

2.2 CORPOS D’ÁGUA

Qualquer acúmulo significativo de água, tais como: lagos, lagoas, dentre outros.

2.3 CURSOS D’ÁGUA

Águas correntes, tais como: rios, córregos, riachos, dentre outros.

2.4 CANAL

Canal é uma vala escavada artificialmente para a passagem da água, podendo


ou não ser revestida por material que lhe dê sustentação.

2.5 ELEMENTOS FÍSICOS

São os elementos (objetos) que caracterizam em campo os limites entre imóveis,


englobando aqueles constituídos por ação antrópica (limite artificial) ou por ação
natural (limite natural).

2.6 LIMITE DE RESPEITO

Linha fronteiriça respeitada de forma pacífica pelos proprietários e/ou simples


ocupantes (sem título de domínio), como linha divisória entre os imóveis. Importante:
o limite de respeito não necessariamente corresponde ao título de domínio e nestes
casos o georreferenciamento deve ser realizado em consonância com o título.

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 6


3 Imóvel Rural

3 IMÓVEL RURAL

O imóvel rural a ser considerado nos serviços de georreferenciamento é aquele


objeto do título de domínio, bem como aquele passível de titulação, conforme
detalhado nos tópicos a seguir.

Será atribuída uma certificação a cada parcela (imóvel) e esta será descrita em
matrícula própria no registro de imóveis.

3.1 IMÓVEL RURAL OBJETO DO TÍTULO DE DOMÍNIO

Imóvel constante em documento que formaliza a aquisição da sua titularidade,


podendo ser:

a) Área inscrita (matriculada ou transcrita1) no cartório de registro de imóveis;

b) Área descrita em documento ainda não registrado, mas suscetível de registro


com efeito translativo de domínio ou constitutivo da propriedade formal.
Exemplo: escritura de compra e venda relativa a parcela destacada de área
maior, devidamente delimitada e caracterizada.

Cada título de domínio se refere a apenas uma parcela e vice-versa, salvo nos
casos seguintes:

a) A matrícula ou transcrição se referir a áreas descontínuas2 (cada área


corresponderá a uma parcela);

Figura 1 – Matrícula referente a áreas descontínuas

1Anteriormente à vigência da Lei 6015/73 – 1º de janeiro de 1976 – adotava-se a transcrição das transmissões, a
qual poderia incluir, num mesmo ato registral, dois ou mais imóveis. A partir desta data, foi introduzido o sistema de
matrículas, que vigora até hoje. Pelo novo sistema, cada imóvel terá matrícula própria e cada matrícula
corresponderá a um único imóvel.
2Nos casos de imóvel matriculado, esta situação é anômala, mas ocorre em alguns registros imobiliários. Com a
execução do georreferenciamento, será efetuada a devida correção.

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 7


3 Imóvel Rural

b) Houver interesse em remembrar áreas contíguas, constantes em títulos


distintos, cuja fusão seja juridicamente possível (a soma das áreas
corresponderá a uma parcela);

Figura 2 – Remembramento
c) Houver interesse em parcelar/desmembrar a área objeto do título de domínio
sem transferência de titularidade (a área do título de domínio corresponderá
a duas ou mais parcelas);

Figura 3 – Desmembramento/parcelamento sem transferência de titularidade

Ao deparar com imóvel no qual exista(m) área(s) encravada(s), o credenciado


deverá atentar-se para a situação jurídica da(s) mesma(s), conforme:

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 8


3 Imóvel Rural

a) Área interna é objeto de título próprio. A parcela objeto do


georreferenciamento corresponderá à área compreendida entre o perímetro
externo e o(s) perímetro(s) interno(s).

Figura 4 – Área encravada é objeto de título próprio

b) Área interna está integrada no imóvel a que se refere o título de domínio,


mas encontra-se ocupada por posseiro(s). A área interna não deve ser
deduzida da parcela3.

Figura 5 – Área encravada é uma posse integrada ao título de domínio

3 Reconhecendo que não será possível retomar a área ocupada pelo posseiro e desejando regularizar a situação
da parte restante, o proprietário poderá, alternativamente, adotar um dos seguintes procedimentos: outorgar título
translativo de domínio ao posseiro, para que este se torne o proprietário, ou desmembrar/parcelar o imóvel,
individualizando as áreas.

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 9


3 Imóvel Rural

c) Área interna encontra-se ocupada por posseiros, mas tal situação está
devidamente prevista na matrícula, de forma que a área encravada não
integra o imóvel matriculado. Neste caso, proceder conforme item “a”.

Figura 6 – Área encravada é uma posse independente do título de domínio

3.2 IMÓVEL RURAL PASSÍVEL DE TITULAÇÃO

Imóveis rurais passíveis de titulação são aqueles correspondentes a:

a) Área pública ocupada por particular, incluída em ação de regularização


fundiária promovida por órgão público; e

b) Área particular sobre a qual é exercida a posse ad usucapionem (área cuja


propriedade pode ser adquirida por usucapião).

IMPORTANTE: O imóvel (parcela) somente será certificado após a titulação.

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 10


4 Limites

4 LIMITES

Os limites devem ser identificados, levantados e descritos de forma a retratar de


forma fidedigna o imóvel rural. A identificação e a descrição serão efetuadas de
acordo com os parâmetros seguintes. O levantamento, por sua vez, obedecerá às
regras contidas no Manual Técnico de Posicionamento.

4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS LIMITES

Para identificar corretamente os limites do imóvel, o credenciado deve efetuar uma


criteriosa análise de documentos relacionados ao mesmo, buscando esgotar as
dúvidas quanto à sua localização. Como elementos principais de pesquisa, sugere-
se:

a) Matrícula ou transcrição do imóvel (indispensável);

b) Matrículas e/ou transcrições dos imóveis vizinhos;

c) Títulos de domínio. Exemplos: escritura pública, formal de partilha, carta de


arrematação, sentença de usucapião, título de legitimação de terras
devolutas, dentre outros.

d) Peças técnicas (plantas, memoriais descritivos, cadernetas de campo, dentre


outros) relacionadas ao imóvel e/ou aos confrontantes; e

e) Nos casos de imóveis passíveis de titulação (ver item 3.2), deverão ser
observados os limites de respeito, além das indicações anteriores, quando for
o caso.

Além da análise da documentação, orienta-se que o credenciado busque


informações com o proprietário do imóvel objeto do levantamento, com os
confrontantes e antigos moradores da região, de forma a contrapor as informações
para saneamento das dúvidas quanto à localização exata dos limites.

Nos limites comuns a imóveis georreferenciados, recomenda-se ao credenciado


efetuar novamente o levantamento e confrontar as informações obtidas com as já
existentes. Em caso de concordância, o credenciado adotará as mesmas
informações posicionais do imóvel vizinho e assumirá a responsabilidade pelas
mesmas, de forma solidária com o outro credenciado.

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 11


4 Limites

Seja qual for o método de posicionamento4 utilizado, a identificação dos limites


deve ser feita in loco. É fundamental a presença dos confrontantes ou de seus
prepostos, pois o levantamento será realizado no limite comum entre os imóveis, a
respeito do qual deve haver concordância entre as partes envolvidas.

IMPORTANTE: “Seja qual for o método de posicionamento utilizado, a


identificação dos limites deve ser feita in loco”.

Havendo dúvidas e/ou discordâncias entre os confrontantes em relação à


identificação dos limites, o credenciado deve prestar os devidos esclarecimentos. A
abordagem deve ser sempre pacífica e imparcial, buscando solucionar a questão.
Frustradas as tentativas de resolução amigável da divergência, sugere-se que o
processo de identificação seja interrompido.

4.2 DESCRIÇÃO DOS LIMITES

Conforme definido na NTGIR 3ª Edição, os limites são descritos por segmentos de


reta interligados por vértices. Deste modo, não são admitidos elementos curvos,
como arcos de circunferência, arcos de elipse e outros, na descrição de limites de
imóveis rurais.

4.2.1 Tipos de limites

Os seguimentos de reta descritos nos títulos de domínio e representados em planta,


em geral, referem-se a elementos físicos que definem em campo o limite entre
imóveis. Nos serviços de georreferenciamento, os diferentes elementos físicos são
enquadrados como tipos de limites, que podem ser definidos por:

a) Elementos artificiais (Limites Artificiais - LA): cerca, muro, estrada, vala, canal,
linha ideal5 e limite artificial não tipificado;

b) Elementos naturais (Limites Naturais - LN): corpo d’água ou curso d’água,


linha de cumeada, grota, crista de encosta6, pé de encosta e limite natural
não tipificado.

Para descrever adequadamente limites que coincidam com elementos físicos, o


levantamento deve ser realizado de forma fidedigna com a realidade de campo e

4 De acordo com o Manual Técnico de Posicionamento.


5Apesar de não estar associada diretamente a elementos físicos, para fins da execução dos serviços de
georreferenciamento a linha ideal é classificada como elemento físico artificial.
6 Para fins deste manual, são consideradas encostas as superfícies com inclinação superior a 45º. São considerados
sinônimos: penhasco, paredão, talhado, escarpa, despenhadeiro e precipício.

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 12


4 Limites

compatível com a precisão do posicionamento, buscando representar as


mudanças de direção (sinuosidade) do referido elemento.

Os tópicos a seguir apresentam recomendações de como atuar em diferentes tipos


de limites, de modo a descrevê-los adequadamente.

4.2.1.1 Cerca

Caso a cerca possua longos trechos aparentemente retos, recomenda-se levantar


vértices ao longo destes trechos. Esta recomendação se deve ao fato de as cercas
não serem construídas com auxílio de instrumentos precisos de medição, o que
proporciona mudanças de direção visualmente imperceptíveis.

4.2.1.2 Muro

Seguir as mesmas recomendações definidas para cerca.

4.2.1.3 Estrada

Será considerada como limite entre o imóvel a ser georreferenciado e uma estrada
confrontante o elemento (cercas, linhas ideais, dentre outros) que delimita em
campo a faixa de domínio, se houver instrumento jurídico que a defina. Não
preenchido este requisito, o limite será a própria estrada.

4.2.1.4 Canal

Seguir as mesmas recomendações definidas para cerca.

4.2.1.5 Vala

Seguir as mesmas recomendações definidas para cerca.

4.2.1.6 Linha ideal

Como se trata de uma reta ideal, a descrição desses limites é realizada com a
determinação dos vértices extremos dessa linha, que devem ser do tipo “M”, salvo
nos casos contidos no item 4.2.2.3.

4.2.1.7 Limite artificial não tipificado

Caso identifique um limite caracterizado por elemento artificial não contemplado


neste manual, o credenciado deverá atribuir ao mesmo a definição de limite
artificial não tipificado.

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 13


4 Limites

4.2.1.8 Corpo d’água ou curso d’água

O limite coincide com a margem ou com o eixo, de acordo com a descrição


constante no registro de imóveis. Se a descrição for omissa, deve-se observar o
Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934 (Código de Águas), que divide os leitos
(álveos) dos cursos d’água em públicos e privados. Sendo público, o limite se dá
pela margem; sendo privado, pelo eixo.

Devido à sinuosidade, característica deste tipo de limite, o credenciado deve


buscar o adequado adensamento de vértices para descrever esse limite de forma
compatível com a realidade de campo. A Figura 7 ilustra a forma correta e
também a incorreta de se efetuar o levantamento e consequentemente a
representação de limites sinuosos.

Figura 7 – Representação de limites sinuosos

4.2.1.9 Linha de cumeada

Conforme definido no item 4.2.2.1, não há necessidade da implantação de marcos


ao longo da linha de cumeada para caracterizar o limite do imóvel. A opção fica a
critério do credenciado e dos proprietários envolvidos.

O adensamento de vértices deve seguir as recomendações definidas para corpo


d’água/curso d’água.

4.2.1.10 Grota

O levantamento deve seguir pelo eixo da grota e o adensamento de vértices deve


seguir as recomendações definidas para corpo d’água/curso d’água.

4.2.1.11 Crista de encosta

Seguir as mesmas recomendações definidas para corpo d’água ou curso d’água.

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 14


4 Limites

4.2.1.12 Pé de encosta

Seguir as mesmas recomendações definidas para corpo d’água ou curso d’água.

4.2.1.13 Limite natural não tipificado

Caso identifique um limite caracterizado por elemento natural que não tenha sido
contemplado neste manual, o credenciado deverá atribuir ao mesmo a definição
de limite natural não tipificado.

O Quadro 1 traz o resumo dos tipos de limites com seus respectivos códigos de
identificação.

Quadro 1 – Tipos de limites

Código Tipos de Limites


LA1 Cerca
LA2 Muro
LA3 Estrada
LA4 Vala
LA5 Canal
LA6 Linha ideal
LA7 Limite artificial não tipificado
LN1 Corpo d’água ou curso d’água
LN2 Linha de cumeada
LN3 Grota
LN4 Crista de encosta
LN5 Pé de encosta
LN6 Limite natural não tipificado

4.2.2 Tipos de vértices

Conforme definido na NTGIR 3ª Edição, vértice de limite é:

“É o ponto onde a linha limítrofe do imóvel rural muda de direção ou onde existe
interseção desta linha com qualquer outra linha limítrofe de imóvel contíguo.”

Na descrição, os vértices definidores dos limites de imóveis são classificados por


tipos, com o propósito de evidenciar a forma de posicionamento (direto ou indireto)
e a sua caracterização em campo, conforme detalhado a seguir.

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 15


4 Limites

4.2.2.1 Vértice tipo “M” (marco)

Vértice cujo posicionamento é realizado de forma direta e é caracterizado


(materializado) em campo por marco.

Em limites já consolidados, definidos por elementos físicos, fica a critério do


credenciado e dos proprietários envolvidos a implantação do marco. Quando não
há definição por elementos físicos é necessária a implantação de marcos, salvo nos
casos contidos no item 4.2.2.3.

Marcos podem ser construídos de concreto, rocha, metal ou material sintético. O


padrão de construção e as dimensões do marco devem ser definidos pelo
credenciado, de modo a garantir sua durabilidade e estabilidade no terreno. Como
sugestão, seguem alguns modelos:

a) Marco de concreto: traço 1:3:4, alma de ferro com diâmetro de 4,2 mm, em
forma de tronco de pirâmide, com as seguintes dimensões 8 x 12 X 60 cm;

b) Marco de granito: em forma de tronco de pirâmide, com as seguintes


dimensões 8 x 12 X 60 cm;

c) Marco de ferro: tubo de ferro galvanizado com diâmetro de 4,95 cm, 90 cm


de comprimento e base pontiaguda, com dispositivos que dificultem a sua
retirada (espinha de peixe);

d) Marco de material sintético: resistente ao fogo, em forma de tronco de


pirâmide, com as seguintes dimensões 8 x 12 X 60 cm.

A Figura 8 ilustra dois modelos de marcos, bem como a condição de implantação


em campo.
AA DO
AA ENCIA
ED
CR

ICE

9
RT

99

99
M

10 cm
m
8c
AA DO
AA ENCIA
ED
CR

ICE

9
RT
99

99
M

10 cm

90 cm

50 cm 80 cm

cm
12

MARCO DE CONCRETO MARCO DE FERRO

Figura 8 – Modelos de marcos

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 16


4 Limites

O topo do marco deve conter uma plaqueta de identificação com o código


inequívoco do vértice, no centro da qual será realizada a medição. A plaqueta
deve ser construída com material que garanta durabilidade e sua fixação no
marco. A Figura 9 contém um modelo de plaqueta.

3 mm
CREDENCIADO
AAAA
5 cm
5 cm

VÉRTICE
M99999
8 mm

VISTA SUPERIOR VISTA LATERAL

Figura 9 – Modelo de plaqueta

Mourões, estacas ou palanques de cercas não são considerados vértices do tipo


“M” e por isso não devem ser identificados por plaqueta.

4.2.2.2 Vértice tipo “P” (ponto)

Vértice cujo posicionamento é realizado de forma direta e não é materializado por


marco.

As situações mais comuns que utilizarão vértices tipo “P” serão aquelas nas quais os
limites são definidos por cercas e cursos d’água.

4.2.2.3 Vértice tipo “V” (virtual)

Vértice cujo posicionamento é realizado de forma indireta.

Dentre as situações onde este tipo de vértice pode ser utilizado, podemos citar:

a) Vértice situado em local onde não é possível a implantação estável de um


marco e o limite não é coincidente com um elemento físico. Exemplo:
vértices situados em brejos, banhados e pântanos;

b) Vértice correspondente a um limite que não possui elemento físico que o


caracterize em campo e a implantação de um marco é inviável. Exemplo:
vértices de limite situados em áreas usadas para agropecuária, onde a
implantação do marco seria um empecilho para o desenvolvimento da
atividade;

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 17


4 Limites

c) Vértice situado em local inacessível.

O Quadro 2 traz o resumo dos tipos de vértices com seus respectivos códigos de
identificação.

Quadro 2 – Tipos de vértices


Código Tipos de Vértices
M Marco
P Ponto
V Virtual

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 18


5 Confrontantes

5 CONFRONTANTES

Nos serviços de georreferenciamento, a identificação dos confrontantes deve


privilegiar o aspecto objetivo. Deste modo, quando o imóvel lindeiro estiver inscrito
no registro público, será identificado pelo número da matrícula ou transcrição e
pelo Código Nacional de Serventia (CNS7) do cartório onde estiver registrado.

Os imóveis que não possuírem registro serão identificados por sua denominação,
conforme exemplos a seguir:

a) Rodovias e ferrovias. Exemplo: Rodovia BR-040;

b) Logradouros públicos. Exemplo: Rua Afrânio de Carvalho;

c) Cursos ou corpos d’água públicos. Exemplo: Rio São Francisco;

d) Terrenos de marinha;

e) Terrenos reservados ou terrenos marginais;

f) Áreas devolutas;

g) Áreas com registro desconhecido8.

É importante destacar que a identificação da confrontação não está vinculada à


pessoa e sim ao objeto (imóvel).

7 CNS é um código único que cada cartório possui e pode ser obtido nos seguintes endereços eletrônicos:
http://portal.mj.gov.br/CartorioInterConsulta/index.html ou http://www.cnj.jus.br/corregedoria/justica_aberta/
(opção de serventias extrajudiciais).
8 O credenciado deverá esgotar todas as possibilidades de localização do registro da área vizinha, consultando o
registro de imóveis, órgãos públicos que tratam de aspectos fundiários e proprietários da região. Salienta-se que
essas informações poderão ser objeto de verificação, caso o INCRA julgue necessário.

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 19


6 Alteração de Parcela Certificada

6 ALTERAÇÃO DE PARCELA CERTIFICADA

Este capítulo traz orientações quanto às providências a serem adotadas quando


houver necessidade de alteração de parcela certificada, seja por
desmembramento/parcelamento ou remembramento.

6.1 DESMEMBRAMENTO/PARCELAMENTO

Para efeito deste manual considera-se como desmembramento/parcelamento a


ação de fracionar uma parcela certificada.

6.1.1 Com parcela confrontante certificada

No desmembramento/parcelamento poderá ocorrer a necessidade de inclusão de


vértice entre alinhamentos de vértices já certificados. Quando este fato ocorrer em
alinhamento comum a outra parcela já certificada, será necessário efetuar a
alteração da parcela confrontante.

A Figura 10 ilustra a situação hipotética em que as parcelas A e B encontram-se


certificadas e o desmembramento da parcela B demanda a inclusão de um vértice
entre o alinhamento já certificado comum à parcela A.

B1
Parcela A Parcela B Parcela A
B2

Situação Atual Situação Pós-Desmembramento


Figura 10 – Desmembramento/parcelamento com alteração do confrontante

Quando houver necessidade de alteração de parcela confrontante, o


credenciado deverá gerar uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)
específica para este trabalho. Se a parcela confrontante estiver efetivada no
registro de imóveis, além da alteração da certificação, haverá necessidade de
ações também no cartório.

Caso a parcela a ser desmembrada/parcelada seja confrontante com outra(s)


parcela(s) já certificada(s) e não seja necessária a inclusão de vértice(s) entre
alinhamento(s) já certificados, o credenciado deverá proceder conforme item 6.1.2.
A Figura 11 ilustra a situação citada neste parágrafo.

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 20


6 Alteração de Parcela Certificada

B1
B1 B2
Parcela A B2 Parcela A

Figura 11 – Desmembramento/parcelamento sem alteração do confrontante

6.1.2 Sem parcela confrontante certificada

Quando não houver parcela confrontante certificada, o desmembramento poderá


demandar a inclusão de vértices entre alinhamentos já certificados, porém não
poderá ocorrer exclusão de vértices do perímetro original.

A Figura 12 ilustra a situação de um desmembramento/parcelamento sem parcela


confrontante certificada.

A2 A3
Parcela A
A1

Figura 12 – Desmembramento/parcelamento

6.2 REMEMBRAMENTO

Para efeito deste manual considera-se como remembramento a ação de fundir


duas ou mais parcelas certificadas, com ou sem registro informado. A Figura 13
ilustra uma situação hipotética de remembramento de parcelas certificadas.

Parcela A
Parcela C Parcela D
Parcela B

Figura 13 – Remembramento

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 21


6 Alteração de Parcela Certificada

Em remembramento que envolver parcela(s) certificada(s) e parcela(s) ainda não


certificada(s), primeiramente deverá ser efetuada a certificação desta(s), para
posterior fusão.

Observação: Quando houver interesse em remembrar parcelas ainda não


certificadas, poderá optar por georreferenciar diretamente o perímetro externo,
correspondente ao conjunto de parcelas, conforme ilustrado pela Figura 2 –
Remembramento.

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 22


7 Guarda de Peças Técnicas e Documentação

7 GUARDA DE PEÇAS TÉCNICAS E DOCUMENTAÇÃO

Todo o material que subsidiou o credenciado na identificação dos limites deve ser
arquivado e mantido sob a sua guarda. Faz-se necessária a manutenção desse
material para sanar possíveis dúvidas ou divergências quanto à localização dos
limites apresentados pelo credenciado. Tais informações poderão ser requeridas
pelo INCRA, quando julgar necessário.

Dentre esses materiais, devem ser considerados:

a) Cópia da certidão da matrícula ou transcrição do imóvel;

b) Cópias das certidões das matrículas ou transcrições dos imóveis


confrontantes;

c) Cópias de títulos de domínio. Exemplo: escritura públicas de compra e


venda, formal de partilha, carta de arrematação, sentença de usucapião,
dentre outros.

d) Cópias de peças técnicas (plantas, memoriais, cadernetas de campo,


dentre outros) relacionadas ao imóvel e/ou confrontantes;

e) Cópias de peças técnicas existentes em órgãos oficiais que tratam de limites


de imóveis.

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 23


Referências

REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934. [on-line] Decreta o Código de


Águas. Disponível na Internet via WWW. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/d24643.htm> (24/12/2012).

________. Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973. [on-line] Dispõe sobre os registros


públicos, e dá outras providências. Disponível na Internet via WWW.
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6015.htm> (24/12/2012).

________. Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001. [on-line] Altera dispositivos das Leis
nos 4.947, de 6 de abril de 1966, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 6.015, de 31 de
dezembro de 1973, 6.739, de 5 de dezembro de 1979, 9.393, de 19 de dezembro de
1996, e dá outras providências. Disponível na Internet via WWW.
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10267.htm> (24/12/2012).

________. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. [on-line] Institui o Código Civil.


Disponível na Internet via WWW. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/
L10406.htm> (24/12/2012).

________. Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009. [on-line] Dispõe sobre a


regularização fundiária das ocupações incidentes em terras situadas em áreas da
União, no âmbito da Amazônia Legal; altera as Leis nos 8.666, de 21 de junho de
1993, e 6.015, de 31 de dezembro de 1973; e dá outras providências. Disponível na
Internet via WWW. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/lei/l11952.htm> (24/12/2012).

CARNEIRO, A. F. T. Cadastro Imobiliário e Registro de Imóveis. Instituto de Registro


Imobiliário do Brasil. Porto Alegre, 1ª Edição, 2003. 272p.

MORAES, C. V. Caracterização de Estremas no Espaço Geométrico: fundamentos


jurídicos e geodésicos. Revista Brasileira de Cartografia, Nº 53, p. 1-15, 2001.

Manual Técnico de Limites e Confrontações Página: 24


MANUAL TÉCNICO DE
POSICIONAMENTO
Georreferenciamento de Imóveis Rurais

1ª Edição

Brasília

2013
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA
Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária
Coordenação Geral de Cartografia

Manual Técnico de
Posicionamento:
georreferenciamento de imóveis rurais

1ª Edição

Brasília
2013
DILMA VANA ROUSSEFF
Presidente da República

GILBERTO JOSÉ SPIER VARGAS


Ministro do Desenvolvimento Agrário

CARLOS MÁRIO GUEDES DE GUEDES


Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

RICHARD MARTINS TORSIANO


Diretor de Ordenamento da Estrutura Fundiária

WILSON SILVA JÚNIOR


Coordenador Geral de Cartografia

EQUIPE RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO:

ACILAYNE FREITAS DE AQUINO


Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheira Agrimensora

AILTON CARDOSO TRINDADE


Técnico em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Técnico em Agrimensura

DÉRISSON LISBÔA NOGUEIRA


Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheiro Agrimensor

HELIOMAR VASCONCELOS
Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheiro Agrimensor

KILDER JOSÉ BARBOSA


Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheiro Agrimensor

MARCELO JOSÉ PEREIRA DA CUNHA


Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheiro Agrimensor

MIGUEL PEDRO DA SILVA NETO


Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheiro Cartógrafo

OSCAR OSÉIAS DE OLIVEIRA


Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheiro Agrimensor

ROBERTO NERES QUIRINO DE OLIVEIRA


Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário – Engenheiro Cartógrafo
Sumário

SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS ........................................................................................................................ iii

LISTA DE FIGURAS..................................................................................................................... iv

LISTA DE QUADROS .................................................................................................................. v

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 6

2 POSICIONAMENTO POR GNSS ................................................................................... 7


2.1 Posicionamento relativo................................................................................... 7
2.1.1 Posicionamento relativo estático ................................................................ 8
2.1.2 Posicionamento relativo estático-rápido ................................................... 9
2.1.3 Posicionamento relativo semicinemático (stop and go)......................... 9
2.1.4 Posicionamento relativo cinemático .......................................................... 9
2.1.5 Posicionamento relativo a partir do código C/A ................................... 10
2.2 RTK e DGPS ....................................................................................................... 10
2.2.1 RTK convencional......................................................................................... 10
2.2.2 RTK em rede .................................................................................................. 11
2.2.3 Differential GPS (DGPS) ............................................................................... 13
2.3 Posicionamento por ponto preciso (PPP) .................................................... 13

3 POSICIONAMENTO POR TOPOGRAFIA CLÁSSICA ................................................. 14


3.1 Poligonação .................................................................................................... 14
3.2 Triangulação .................................................................................................... 16
3.3 Trilateração ...................................................................................................... 16
3.4 Triangulateração ............................................................................................. 16
3.5 Irradiação ......................................................................................................... 17
3.6 Interseção linear .............................................................................................. 18
3.7 Interseção angular .......................................................................................... 19
3.8 Alinhamento .................................................................................................... 19

4 POSICIONAMENTO POR GEOMETRIA ANALÍTICA .................................................. 21


4.1 Paralela ............................................................................................................. 21
4.2 Interseção de retas ......................................................................................... 21

5 POSICIONAMENTO POR SENSORIAMENTO REMOTO ............................................ 23

6 BASE CARTOGRÁFICA ............................................................................................... 24

7 APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE POSICIONAMENTO ............................................ 25

Manual Técnico de Posicionamento Página: i


Sumário

7.1 Vértices de apoio ............................................................................................ 25


7.2 Vértices de limite ............................................................................................. 25

8 MÉTODOS DE POSICIONAMENTO E TIPOS DE VÉRTICES ........................................ 27

9 CÁLCULOS .................................................................................................................. 28
9.1 Conversão de coordenadas cartesianas geocêntricas para locais ...... 28
9.2 Conversão de coordenadas cartesianas locais para geocêntricas ...... 29
9.3 Área ................................................................................................................... 30
9.4 Distância horizontal ......................................................................................... 31
9.5 Azimute ............................................................................................................. 31

10 GUARDA DE PEÇAS TÉCNICAS E DOCUMENTAÇÃO ............................................ 32

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 33

Manual Técnico de Posicionamento Página: ii


Lista de Siglas

LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

C/A – Course Aquisition

CNSS – China’s Compass Navigation Satellite System

DGPS – Differential GPS

EGNOS – European Geostationary Navigation Overlay System

GBAS – Ground Based Augmentation System

GLONASS – Globalnaya Navigatsionnaya Sputnikovaya Sistema

GNSS – Global Navigation Satellite System

IBGE – Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

NAVSTAR-GPS – NAVigation System with Timing And Ranging - Global Positioning


System

NTGIR – Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais

NTRIP – Networked Transport of RTCM via Internet Protocol

PPP – Posicionamento por Ponto Preciso

RBMC – Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS

RIBaC – Rede INCRA de Bases Comunitárias do GNSS

RTCM – Radio Technical Commission for Maritime Services

RTK – Real Time Kinematic

SGB – Sistema Geodésico Brasileiro

SIRGAS – Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas

WAAS – Wide Area Augmentation System

Manual Técnico de Posicionamento Página: iii


Lista de Figuras

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Posicionamento relativo ....................................................................................... 8

Figura 2 – RTK convencional................................................................................................. 11

Figura 3 – RTK em rede .......................................................................................................... 12

Figura 4 – Poligonal “tipo 1” ................................................................................................. 15

Figura 5 – Poligonal “tipo 2” ................................................................................................. 15

Figura 6 – Poligonal “tipo 3” ................................................................................................. 15

Figura 7 – Triangulação ......................................................................................................... 16

Figura 8 – Trilateração ........................................................................................................... 16

Figura 9 – Triangulateração.................................................................................................. 17

Figura 10 – Irradiação observando ângulo e distância ................................................... 17

Figura 11 – Irradiação observando azimute e distância ................................................. 18

Figura 12 – Irradiação com observações redundantes................................................... 18

Figura 13 – Interseção linear................................................................................................. 19

Figura 14 – Interseção angular ............................................................................................ 19

Figura 15 – Alinhamento ....................................................................................................... 20

Figura 16 – Paralela ............................................................................................................... 21

Figura 17 – Três possibilidades de interseção de retas ..................................................... 22

Figura 18 – Sistema Geodésico Local e Sistema Geocêntrico ....................................... 30

Manual Técnico de Posicionamento Página: iv


Lista de Quadros

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Características técnicas para posicionamento relativo estático ............... 9

Quadro 2 – Métodos de posicionamento para vértices de apoio................................ 25

Quadro 3 – Métodos de posicionamento para vértices de limite ................................. 26

Quadro 4 – Métodos de posicionamento e tipos de vértices ........................................ 27

Manual Técnico de Posicionamento Página: v


1 Introdução

1 INTRODUÇÃO

Este documento juntamente com o Manual Técnico de Limites e Confrontações e a


Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais (NTGIR) 3ª Edição,
formam o novo conjunto de normas para execução dos serviços de
georreferenciamento de imóveis rurais.

Em comparação com as edições anteriores da NTGIR, este manual traz mudanças


significativas, dentre elas podemos destacar a possibilidade de utilização de novos
métodos de posicionamento; menor detalhamento de especificações técnicas
(atribuindo esta tarefa ao credenciado); utilização do Sistema Geodésico Local
(SGL) para o cálculo de área; apresenta a formulação matemática para cálculos
utilizando topografia clássica e amplia a possibilidade de utilização de métodos de
posicionamento por sensoriamento remoto.

Nos capítulos de 2 a 5 estão descritos os métodos de posicionamento que podem


ser usados nos serviços de georreferenciamento de imóveis rurais, o capítulo 6 traz a
possibilidade de obtenção de coordenadas a partir de bases cartográficas. O
capítulo 7 estabelece quais métodos podem ser aplicados no posicionamento de
vértices de limite e vértices de apoio e o capítulo 8 estabelece a compatibilidade
entre métodos de posicionamento e tipos de vértices. O capítulo 9 detalha
formulações matemáticas para conversão de coordenadas geocêntricas para
locais, bem como o cálculo das grandezas área, distância e azimute. Por fim, o
capítulo 10 salienta que é fundamental a guarda de todo material que subsidiou a
obtenção das coordenadas e das precisões dos vértices.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 6


2 Posicionamento por GNSS

2 POSICIONAMENTO POR GNSS

A sigla GNSS (Global Navigation Satellite System) é uma denominação genérica


que contempla sistemas de navegação com cobertura global, além de uma série
de infraestruturas espaciais (SBAS – Satellite Based Augmentation System) e terrestre
(GBAS – Ground Based Augmentation System) que associadas aos sistemas
proporcionam maior precisão e confiabilidade.

Dentre os sistemas englobados pelo GNSS podemos citar:

a) NAVSTAR-GPS (NAVigation System with Timing And Ranging – Global


Positioning System), mais conhecido como GPS. Sistema norte-americano;

b) GLONASS (Globalnaya Navigatsionnaya Sputnikovaya Sistema). Sistema


russo;

c) Galileu. Sistema europeu;

d) Compass/Beidou (China’s Compass Navigation Satellite System – CNSS).


Sistema chinês.

Em relação ao SBAS temos os seguintes exemplos:

a) WAAS (Wide Area Augmentation System). Sistema norte americano;

b) EGNOS (European Geostationary Navigation Overlay System). Sistema


europeu.

O posicionamento por GNSS pode ser realizado por diferentes métodos e


procedimentos. Neste documento serão abordados apenas aqueles que
proporcionam precisão adequada para serviços de georreferenciamento de
imóveis rurais, tanto para o estabelecimento de vértices de referência, quanto para
o posicionamento de vértices de limites (artificiais e naturais).

Nos próximos tópicos é feita uma breve descrição sobre cada um dos métodos de
posicionamento por GNSS, aplicados aos serviços de georreferenciamento de
imóveis rurais.

2.1 POSICIONAMENTO RELATIVO

No posicionamento relativo, as coordenadas do vértice de interesse são


determinadas a partir de um ou mais vértices de coordenadas conhecidas. Neste
caso é necessário que dois ou mais receptores GNSS coletem dados

Manual Técnico de Posicionamento Página: 7


2 Posicionamento por GNSS

simultaneamente, onde ao menos um dos receptores ocupe um vértice de


referência (Figura 1).

( X, Y, Z)

Vértice de referência Vértice de interesse

Figura 1 – Posicionamento relativo

No posicionamento relativo podem se usar as observáveis: fase da onda portadora,


pseudodistância ou as duas em conjunto. Sendo que a fase da onda portadora
proporciona melhor precisão e por isso ela é a única observável aceita na
determinação de coordenadas de vértices de apoio e vértices situados em limites
artificiais. O posicionamento relativo utilizando a observável pseudodistância só é
permitido para a determinação de coordenadas de vértices situados em limites
naturais.

Pelo fato de haver várias possibilidades de se executar um posicionamento relativo


usando a observável fase da onda portadora, neste documento este tipo de
posicionamento foi subdividido em quatro grupos: estático, estático-rápido,
semicinemático e cinemático. O posicionamento relativo usando a observável
pseudodistância foi tratado como posicionamento relativo a partir do código C/A.

2.1.1 Posicionamento relativo estático

No posicionamento relativo estático, tanto o(s) receptor(es) do(s) vértice(s) de


referência quanto o(s) receptor(es) do(s) vértice(s) de interesse devem permanecer
estacionados (estáticos) durante todo o levantamento. Neste método, a sessão de
rastreio se estende por um longo período. Recomenda-se observar os valores
constantes no Quadro 1.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 8


2 Posicionamento por GNSS

Quadro 1 – Características técnicas para posicionamento relativo estático

Linha de Tempo Mínimo Solução da


Observáveis Efemérides
Base (km) (minutos) Ambiguidade

0 – 10 20 L1 ou L1/L2 Fixa Transmitidas ou Precisas

10 - 20 30 L1/L2 Fixa Transmitidas ou Precisas

10 - 20 60 L1 Fixa Transmitidas ou Precisas

20 – 10 120 L1/L2 Fixa ou Flutuante Transmitidas ou Precisas

100 – 500 240 L1/L2 Fixa ou Flutuante Precisas

500 – 1000 480 L1/L2 Fixa ou Flutuante Precisas

2.1.2 Posicionamento relativo estático-rápido

O posicionamento relativo estático-rápido é similar ao relativo estático, porém, a


diferença básica é a duração da sessão de rastreio, que neste caso, em geral é
inferior a 20 minutos.

Por não haver necessidade de manter o receptor coletando dados no


deslocamento entre os vértices de interesse, esse método é uma alternativa para os
casos onde ocorram obstruções no intervalo entre os vértices de interesse.

2.1.3 Posicionamento relativo semicinemático (stop and go)

Este método de posicionamento é uma transição entre o estático-rápido e o


cinemático. O receptor que ocupa o vértice de interesse permanece estático,
porém num tempo de ocupação bastante curto, necessitando coletar dados no
deslocamento entre um vértice de interesse e outro. Quanto maior a duração da
sessão de levantamento com a coleta de dados íntegros, sem perdas de ciclos,
melhor a precisão na determinação de coordenadas.

Como é necessário coletar dados no deslocamento entre os vértices de interesse,


este método não deve ser usado em locais que possuam muitas obstruções. Como
os limites de imóveis rurais geralmente estão situados em locais nessas condições, os
profissionais devem ficar atentos quanto à utilização deste método, pois os
resultados em termos de precisão podem estar fora dos padrões estabelecidos na
NTGIR 3ª Edição.

2.1.4 Posicionamento relativo cinemático

No posicionamento relativo cinemático, enquanto um ou mais receptores estão


estacionados no(s) vértice(s) de referência, o(s) receptor(es) que coleta(m) dados
dos vértices de interesse permanece(m) em movimento. A cada instante de

Manual Técnico de Posicionamento Página: 9


2 Posicionamento por GNSS

observação, que coincide com o intervalo de gravação, é determinado um


conjunto de coordenadas.

Este método é apropriado para o levantamento de limites de imóveis definidos por


feições lineares com muita sinuosidade, porém a sua utilização em locais com
muitas obstruções é limitada, conforme descrito para o método semicinemático.

2.1.5 Posicionamento relativo a partir do código C/A

Os diferentes métodos de posicionamento relativo apresentados anteriormente


pressupõem a utilização da observável fase da onda portadora. O método
contemplado neste tópico refere-se ao posicionamento relativo com a utilização
da observável pseudodistância a partir do código C/A e a disponibilidade de
coordenadas se dá por meio de pós-processamento.

Neste método também há necessidade de um ou mais receptores ocuparem


vértices de coordenadas conhecidas enquanto outro(s) coleta(m) dados dos
vértices de interesse. Devido a menor precisão proporcionada pela
pseudodistância a partir do código C/A, este método não é adequado para a
determinação de coordenadas de vértices situados em limites artificiais, sendo
aceito apenas na determinação de limites naturais, desde que se alcance valor de
precisão dentro dos padrões estabelecidos na NTGIR 3ª Edição.

2.2 RTK E DGPS

O conceito de posicionamento pelo RTK (Real Time Kinematic) e DGPS (Differential


GPS) baseia-se na transmissão instantânea de dados de correções dos sinais de
satélites, do(s) receptor(es) instalado(s) no(s) vértice(s) de referência ao(s)
receptor(es) que percorre(m) os vértices de interesse. Desta forma, proporciona o
conhecimento instantâneo (tempo real) de coordenadas precisas dos vértices
levantados.

2.2.1 RTK convencional

No modo convencional os dados de correção são transmitidos por meio de um link


de rádio do receptor instalado no vértice de referência ao(s) receptore(s) que
percorre(m) os vértices de interesse. A solução encontrada é uma linha de base
única, conforme Figura 2.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 10


2 Posicionamento por GNSS

( X, Y, Z)
Receptor de
referência Receptor
móvel
Link de rádio

Rádio de
comunicação

Figura 2 – RTK convencional

Um fator que limita a área de abrangência para a realização de levantamentos por


RTK convencional é o alcance de transmissão das ondas de rádio. Basicamente, o
alcance máximo é definido em função da potência do rádio e das condições
locais em termos de obstáculos físicos.

A utilização deste método, para determinação de limites artificiais, está


condicionada a solução do vetor das ambiguidades como inteiro (solução fixa).

2.2.2 RTK em rede

No RTK em rede, ao invés de apenas uma estação de referência, existem várias


estações de monitoramento contínuo conectadas a um servidor central, a partir do
qual são distribuídos, por meio da Internet, os dados de correção aos receptores
móveis, conforme ilustrado na Figura 3.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 11


2 Posicionamento por GNSS

X, Y, Z
Z
Y, Estação de
X, Receptor
Móvel Monitoramento
Contínuo GNSS
Estação de
Monitoramento
Contínuo GNSS

Internet

Centro de
Controle de dados

Figura 3 – RTK em rede

Com este método de posicionamento é possível obter mais de um vetor,


dependendo do número de estações de referência envolvidas, e com isso efetuar
o ajustamento das observações, proporcionando maior precisão e controle.

Essa tecnologia se difundiu pela disponibilidade de telefonia celular, do tipo GSM,


GPRS e 3G. A limitação de aplicação dessa tecnologia é a disponibilidade de
serviços de telefonia celular na área de trabalho, situação comum nas áreas rurais
brasileiras.

Um serviço de RTK em rede é fornecido gratuitamente pelo IBGE, que disponibiliza


dados de correção via protocolo Internet conhecido por Networked Transport of
RTCM via Internet Protocol (NTRIP), em formato definido pelo Radio Technical
Committee for Maritime Service (RTCM). A possibilidade de se efetuar
posicionamento relativo cinemático em tempo real, a partir desse serviço, fica
restrita a locais situados próximos às estações de referência da Rede Brasileira de
Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS (RBMC), que disponibilizam esse
serviço. Mais informações em: http://www.ibge.gov.br/home/
geociencias/geodesia/rbmc/ntrip/.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 12


2 Posicionamento por GNSS

2.2.3 Differential GPS (DGPS)

O DGPS tem fundamento análogo ao RTK, porém a observável usada é a


pseudodistância a partir do código C/A. Portanto, este método provê precisão
inferior ao RTK e sua aplicação nos serviços de georreferenciamento de imóveis
rurais fica restrita ao posicionamento dos vértices situados em limites naturais. O
mesmo serviço citado no item 2.2.2 é disponibilizado para o DGPS.

2.3 POSICIONAMENTO POR PONTO PRECISO (PPP)

Com o posicionamento por ponto preciso, as coordenadas do vértice de interesse


são determinadas de forma absoluta, portanto, dispensa o uso de receptor
instalado sobre um vértice de coordenadas conhecidas.

O IBGE disponibiliza um serviço on-line de PPP que processa dados no modo


estático e cinemático em http://www.ppp.ibge.gov.br/ppp.htm.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 13


3 Posicionamento por Topografia Clássica

3 POSICIONAMENTO POR TOPOGRAFIA CLÁSSICA

A topografia clássica pode ser adotada de forma isolada ou em complemento a


trabalhos conduzidos por posicionamento GNSS, principalmente onde este é
inviável, em função de obstruções físicas que prejudicam a propagação de sinais
de satélites.

Os posicionamentos executados pelos métodos poligonação, triangulação,


trilateração e triangulateração, devem permitir o tratamento estatístico das
observações pelo método dos mínimos quadrados. Portanto, eles devem
contemplar observações redundantes, ou seja, o número de observações deve ser
superior ao número de incógnitas.

Para atender ao disposto no parágrafo anterior, os posicionamentos deverão se


apoiar em, no mínimo, quatro vértices de referência, sendo dois vértices de
“partida” e dois de “chegada”, com exceção da poligonal do “tipo 1”, que se
apoia em apenas dois vértices. Pela praticidade, os vértices de referência devem
ter suas coordenadas determinadas por meio de posicionamento por GNSS.

A triangulação, trilateração e triangulateração são alternativas para serem usadas


no estabelecimento de vértices de referência, a partir dos quais se determina as
coordenadas dos vértices de limite, por irradiação, interseção linear ou interseção
angular.

Nos próximos tópicos é feita uma breve descrição sobre cada um dos métodos de
posicionamento por topografia clássica, aplicados aos serviços de
georreferenciamento de imóveis rurais. Nas figuras de 4 a 17, a cor vermelha
representa os valores observados e a cor preta os valores conhecidos.

3.1 POLIGONAÇÃO

A poligonação se baseia na observação de direções e distâncias entre vértices


consecutivos de uma poligonal. A coleta de dados é realizada com a instalação de
um equipamento de medição sobre um dos vértices da poligonal, deste, é
observada a direção em relação ao vértice anterior (vértice “ré”), a direção ao
vértice posterior (vértice “vante”) e as distâncias entre os vértices.

Nos trabalhos de georreferenciamento de imóveis rurais poderá ser usado um dos


três tipos de poligonais previstos no item 6.5.1 da Norma NBR 13.133/1.994 da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). As figuras 4, 5 e 6 ilustram os tipos
de poligonais.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 14


3 Posicionamento por Topografia Clássica

H
F
d GH G
8 d FG
6
d EF
7
E
A 1 5

d DE
d AB
4

2 D
B d CD
d BC
3

C
Figura 4 – Poligonal “tipo 1”

1
2

E
A 1 5

d DE
d AB
4

2 D

B d CD
d BC
3

C
Figura 5 – Poligonal “tipo 2”

1 A
dAB 3
2 4
d CD 5

d BC C E
B d DE
D
2

Figura 6 – Poligonal “tipo 3”

Manual Técnico de Posicionamento Página: 15


3 Posicionamento por Topografia Clássica

3.2 TRIANGULAÇÃO

A determinação de coordenadas, a partir do método da triangulação, é obtida


por meio da observação de ângulos formados entre os alinhamentos de vértices
intervisíveis de uma rede de triângulos (Figura 7).

C
A E G
8
5
1 16
6 13 21
7
2 22
14
15

10 18
11 19
24
3
12 17 20
9
4 23

D F
B H
Figura 7 – Triangulação

3.3 TRILATERAÇÃO

O posicionamento por meio da trilateração é baseado na observação de


distâncias entre os vértices intervisíveis de uma rede de triângulos (Figura 8).

C
A dAC d CE E d EG G

d AD d CF
d DC dEH
d BC dFE
d DE
dFG

dBD D d DF F dFH
B H
Figura 8 – Trilateração

3.4 TRIANGULATERAÇÃO

Na triangulateração são observados ângulos e distâncias entre os vértices


intervisíveis de uma rede de triângulos (Figura 9).

Manual Técnico de Posicionamento Página: 16


3 Posicionamento por Topografia Clássica

Em função da praticidade em se medir distâncias e ângulos com estações totais,


aliada à possibilidade de processamento automatizado de um grande volume de
dados, a triangulateração, quando comparada com a trilateração e triangulação,
se destaca por possibilitar uma melhor precisão e melhor análise estatística das
observações e das coordenadas, tendo em vista o elevado número de
observações redundantes.

C
A dAC d CE E d EG G
8
5
1 16
6 13 21
7
2 22
14
d AD d CF 15

d DC dEH
d BC dFE
d DE
dFG
10 18
11 19
24
3
12 17 20
9
4 23

dBD D d DF F dFH
B H
Figura 9 – Triangulateração

3.5 IRRADIAÇÃO

O método da irradiação se baseia na determinação de coordenadas a partir da


observação de ângulos e distâncias ou azimutes e distâncias.

A determinação de coordenadas do ponto de interesse é realizada a partir da


observação da distância entre um dos vértices conhecidos até o vértice de
interesse, bem como do ângulo formado entre o alinhamento do vértice de
interesse e o alinhamento dos vértices conhecidos (Figura 10).

1
dB1

B
B

A
Figura 10 – Irradiação observando ângulo e distância

Manual Técnico de Posicionamento Página: 17


3 Posicionamento por Topografia Clássica

Também pode ser realizada a determinação por irradiação nos casos em que se
observa diretamente o azimute da direção estabelecida entre o vértice conhecido
e o vértice de interesse (Figura 11).

N 1

d A1

Az A1

A
Figura 11 – Irradiação observando azimute e distância

Os vértices de coordenadas conhecidas podem ser os vértices de apoio à


topografia clássica ou vértices de desenvolvimento de poligonais, triangulações,
trilaterações e triangulaterações. Quando for possível é aconselhável que o vértice
de interesse seja “irradiado” de mais de um vértice de referência, permitindo assim
o ajustamento de observações (Figura 12).

1
d B1

B
B
d A1

A A

Figura 12 – Irradiação com observações redundantes

3.6 INTERSEÇÃO LINEAR

A determinação de coordenadas, por meio do método de interseção linear, é


realizada a partir da observação das distâncias do ponto de interesse a dois
vértices de coordenadas conhecidas (Figura 13).

Manual Técnico de Posicionamento Página: 18


3 Posicionamento por Topografia Clássica

1
dB1

d A1

A
Figura 13 – Interseção linear

3.7 INTERSEÇÃO ANGULAR

A interseção angular é realizada quando se observa somente os ângulos entre os


alinhamentos formados por dois vértices de coordenadas conhecidas e o vértice
de interesse (Figura 14).

B
B

A
A

Figura 14 – Interseção angular

É interessante utilizar esse método para posicionar vértices situados em locais


inacessíveis, onde é possível a observação precisa dos ângulos entre os
alinhamentos.

3.8 ALINHAMENTO

O método do alinhamento consiste na determinação de coordenadas de um


vértice que se encontra na direção definida por outros dois de coordenadas
conhecidas (Figura 15). A única observação necessária é à distância de um dos
vértices conhecidos até o vértice de interesse.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 19


3 Posicionamento por Topografia Clássica

d B1 1 d B1 B
1
B

A A
Figura 15 – Alinhamento

Recomenda-se a utilização desse método para determinação de vértices em locais


onde existem obstruções físicas que impeçam o levantamento por métodos GNSS. É
uma alternativa à utilização de outros métodos por topografia clássica, pois
dispensa o uso de estação total, sendo necessária apenas uma trena.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 20


4 Posicionamento por Geometria Analítica

4 POSICIONAMENTO POR GEOMETRIA ANALÍTICA

O posicionamento por geometria analítica se dá de forma indireta, onde as


coordenadas são determinadas por cálculos analíticos a partir de vértices
posicionados de forma direta.

Para minimizar a distorção nos valores de área, distância e azimute, é fundamental


que o valor de altitude seja atribuído a cada um dos vértices obtidos a partir de
posicionamento por geometria analítica. Na impossibilidade de obter esses valores,
deverá ser atribuído a cada um o valor da altitude média dos vértices utilizados
como referência para essa determinação.

Nos próximos tópicos é feita uma breve descrição sobre cada um dos métodos de
posicionamento por geometria analítica, aplicados aos serviços de
georreferenciamento de imóveis rurais.

4.1 PARALELA

O método da paralela consiste na determinação de coordenadas de vértices a


partir de uma linha paralela a outra que teve seus vértices determinados por algum
outro método de posicionamento. É necessário definir a distância de afastamento
entre as linhas (Figura 16).

E
C F
D
B d
E'
C' F'
A
D'
B'

A'

Figura 16 – Paralela

4.2 INTERSEÇÃO DE RETAS

As coordenadas do vértice de interesse são determinadas pela interseção de dois


segmentos de retas cujos vértices são determinados de forma direta. A Figura 17
ilustra três possibilidades de interseção entre retas.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 21


4 Posicionamento por Geometria Analítica

B C B
1 1

A D A D
1

C
B
D

A
Figura 17 – Três possibilidades de interseção de retas

Manual Técnico de Posicionamento Página: 22


5 Posicionamento por Sensoriamento Remoto

5 POSICIONAMENTO POR SENSORIAMENTO REMOTO

No posicionamento por sensoriamento remoto, obtêm-se informações geométricas


de elementos físicos, de forma indireta, com precisão e confiabilidade
devidamente avaliadas, a partir de sensores em nível orbital ou aerotransportados.

Dentre as possibilidades de posicionamento por sensoriamento remoto, são


aplicados aos serviços de georreferenciamento de imóveis rurais os seguintes
métodos:

a) Aerofotogrametria;

b) Radar aerotransportado;

c) Laser scanner aerotransportado; e

d) Sensores orbitais (satélites).

Os valores de coordenadas dos vértices obtidos por sensoriamento remoto poderão


ser adquiridos de órgão público, empresa pública ou privada ou produzidos pelo
próprio credenciado. Todos estes com especialização na área de conhecimento e
devidamente habilitados para este fim no Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia (CREA).

Quando da utilização de produtos obtidos através de aerofotogrametria, radar ou


laser scanner aerotransportados, além da especialização e habilitação
supramencionadas, deve-se estar devidamente habilitado pelo Ministério da Defesa
e possuir homologação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Não se aplica o posicionamento por sensoriamento remoto na determinação de


vértices tipo “M”, vértices em limites por cerca e vértices referentes a mudanças de
confrontação. Nos demais tipos de limite o credenciado deverá cercar-se das
precauções necessárias em relação ao produto utilizado, de forma que garanta a
precisão posicional definida pela NTGIR 3ª Edição.

IMPORTANTE: “Não se aplica o posicionamento por sensoriamento remoto na


determinação de vértices tipo “M”, vértices em limites por cerca e vértices
referentes a mudanças de confrontação”.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 23


6 Base Cartográfica

6 BASE CARTOGRÁFICA

Base cartográfica é uma fonte de informações espaciais, destinada a um fim


específico.

Somente poderão ser utilizadas bases cartográficas originalmente nos formatos


raster ou vetorial, ou seja, fica vedada a utilização de bases cartográficas em meio
analógico ou digitalizadas.

Ao obter informações posicionais a partir de base cartográfica, o credenciado


deverá verificar qual método de posicionamento foi usado para a representação
do elemento de interesse e assim associá-lo ao vértice em questão.

O método e a precisão posicional1 definirão a sua aplicação de acordo com o tipo


de limite, conforme resumido no Quadro 3, não sendo permitida a utilização de
base cartográfica para o posicionamento de vértices tipo “M” (marco).

1Na impossibilidade de identificação do método de posicionamento usado na feição de interesse, considera-se o


valor de precisão aquele correspondente à escala de representação do produto cartográfico.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 24


7 Aplicação dos Métodos de Posicionamento

7 APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE POSICIONAMENTO

Os vários métodos de posicionamento apresentados, juntamente com as


características técnicas utilizadas para sua execução, devem garantir a precisão
posicional de acordo com a aplicação do vértice. Os itens a seguir contêm os
métodos de posicionamento que podem ser utilizados em diferentes situações.

7.1 VÉRTICES DE APOIO

Dependendo do método de posicionamento a ser usado para determinação de


coordenadas dos vértices de limite, há necessidade de se apoiar em vértices de
coordenadas conhecidas, tais vértices são denominados como: apoio, controle,
referência ou base.

Os vértices de apoio para determinação das coordenadas dos vértices de limite


podem ser aqueles que compõem o Sistema Geodésico Brasileiro2 (SGB) ou vértices
cujas coordenadas foram determinadas a partir de vértices do SGB. Neste último
caso, os métodos de posicionamento que poderão ser usados na determinação de
coordenadas de vértices de apoio, estão definidos no Quadro 2.

Quadro 2 – Métodos de posicionamento para vértices de apoio

Código Método de Posicionamento


PG1 Relativo estático
PG2 Relativo estático-rápido
PG6 RTK convencional
PG7 RTK em rede
PG9 Posicionamento por Ponto Preciso
PT1 Poligonação
PT2 Triangulação
PT3 Trilateração
PT4 Triangulateração

7.2 VÉRTICES DE LIMITE

A NTGIR 3ª Edição, define diferentes padrões de precisão de acordo com os tipos


de limites: artificiais (melhor ou igual a 0,50 m), naturais (melhor ou igual a 3,00 m) e
inacessíveis (melhor ou igual a 7,50 m).

2Somente poderão ser usados vértices do SGB referentes às estações SAT GPS (ativas ou passivas). Informações
destas estações podem ser obtidas em: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geodesia/sgb.shtm.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 25


7 Aplicação dos Métodos de Posicionamento

Em função do padrão de precisão, os métodos de posicionamento podem ou não


ser aplicados a determinado tipo de limite. No Quadro 3 temos o resumo dos
métodos de posicionamento, contendo os códigos atribuídos a cada método, e
em quais tipos de limites eles podem ser usados.

Quadro 3 – Métodos de posicionamento para vértices de limite

Código Método de Posicionamento Aplicação


PG1 Relativo estático Limite Artificial ou Natural
PG2 Relativo estático-rápido Limite Artificial ou Natural
PG3 Relativo semicinemático Limite Artificial ou Natural
PG4 Relativo cinemático Limite Artificial ou Natural
PG5 Relativo a partir do código C/A Limite Natural
PG6 RTK convencional Limite Artificial ou Natural
PG7 RTK em rede Limite Artificial ou Natural
PG8 Differential GPS (DGPS) Limite Natural
PG9 Posicionamento por Ponto Preciso Limite Artificial ou Natural
PT1 Poligonação Limite Artificial ou Natural
PT2 Triangulação Limite Artificial ou Natural
PT3 Trilateração Limite Artificial ou Natural
PT4 Triangulateração Limite Artificial ou Natural
PT5 Irradiação Limite Artificial ou Natural
PT6 Interseção linear Limite Artificial ou Natural
PT7 Interseção angular Limite Artificial ou Natural
PT8 Alinhamento Limite Artificial ou Natural
PA1 Paralela Limite Artificial ou Natural
PA2 Interseção de Retas Limite Artificial ou Natural
PS1 Aerofotogrametria Limite Artificial3, Natural ou Inacessível
PS2 Radar aerotransportado Limite Artificial3, Natural ou Inacessível
PS3 Laser scanner aerotransportado Limite Artificial3, Natural ou Inacessível
PS4 Sensores orbitais Limite Artificial3, Natural ou Inacessível

3 Com exceção de vértices tipo M e limites por cerca.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 26


8 Métodos de Posicionamento e Tipos de Vértices

8 MÉTODOS DE POSICIONAMENTO E TIPOS DE VÉRTICES

Os tipos de vértices são definidos em função da sua caracterização em campo e


da forma de posicionamento (direto ou indireto), conforme definições constantes
do Manual Técnico de Limites e Confrontações.

Entende-se como posicionamento direto aquele em que se ocupa diretamente o


vértice de interesse com um instrumento de medição e o posicionamento indireto
aquele em que não há ocupação direta do vértice por um instrumento de
medição.

No Quadro 4 tem-se a relação entre método de posicionamento e os tipos de


vértices compatíveis.

Quadro 4 – Métodos de posicionamento e tipos de vértices

Código Método de Posicionamento Tipo de Vértice


PG1 Relativo estático M,P
PG2 Relativo estático-rápido M,P
PG3 Relativo semicinemático M,P
PG4 Relativo cinemático P
PG5 Relativo a partir do código C/A P
PG6 RTK convencional M,P
PG7 RTK em rede M,P
PG8 Differential GPS (DGPS) P
PG9 Posicionamento por Ponto Preciso M,P
PT1 Poligonação M,P
PT2 Triangulação M,P
PT3 Trilateração M,P
PT4 Triangulateração M,P
PT5 Irradiação M,P
PT6 Interseção linear M,P,V
PT7 Interseção angular M,P,V
PT8 Alinhamento M,P
PA1 Paralela V
PA2 Interseção de Retas V
PS1 Aerofotogrametria V
PS2 Radar aerotransportado V
PS3 Laser scanner aerotransportado V
PS4 Sensores orbitais V

Manual Técnico de Posicionamento Página: 27


9 Cálculos

9 CÁLCULOS

Este capítulo traz as formulações matemáticas para conversão de coordenadas


geocêntricas para locais e para os valores das grandezas área, distância e azimute.

9.1 CONVERSÃO DE COORDENADAS CARTESIANAS GEOCÊNTRICAS PARA LOCAIS

A conversão de coordenadas cartesianas geocêntricas (X, Y, Z) para coordenadas


cartesianas locais (e, n, u) é feita por meio do método das rotações e translações,
conforme modelo funcional a seguir:

e  1 0 0    sen0 cos 0 0  X  X 0 
n  0 sen cos . cos   sen 0.Y  Y 
   0 0  0 0  0 

u  0  cos0 sen0   0 0 1 Z  Z 0 

Onde:

 e, n, u = são as coordenadas cartesianas locais do vértice de interesse;


 X, Y, Z = são as coordenadas cartesianas geocêntricas do vértice de
interesse;
 φ0, λ0 = são a latitude e a longitude adotadas como origem do sistema;
 X0, Y0, Z0 = são as coordenadas cartesianas geocêntricas adotadas como
origem do sistema.

As principais aplicações são:

a) Para o cálculo de área

O cálculo de área é feito com as coordenadas cartesianas locais


referenciadas ao SGL. Deste modo, as coordenadas cartesianas
geocêntricas determinadas para os vértices do limite devem ser convertidas
para o SGL, usando-se a média das coordenadas da parcela em questão
como origem do sistema.

b) No uso do método de posicionamento por geometria analítica

Na determinação de coordenadas por geometria analítica, as coordenadas


utilizadas como referência para os cálculos devem estar referenciadas ao
SGL desta forma, caso tenham sido obtidas por posicionamento por GNSS as
mesmas devem ser convertidas para coordenadas cartesianas locais,
usando como origem a média das coordenadas dos vértices de referência
(vértices ilustrados na cor preta – Figura 15 e Figura 16).

Manual Técnico de Posicionamento Página: 28


9 Cálculos

c) Nos casos de projetos de parcelamento/desmembramento

Em projetos de parcelamento/desmembramento, as coordenadas


cartesianas geocêntricas deverão ser convertidas para cartesianas locais (as
coordenadas de origem do SGL deverão ser a média das coordenadas
geocêntricas), permitindo a elaboração do projeto com referência nessas
coordenadas, definindo áreas de parcelas bem como a geração de
vértices.

Concluído o projeto, todas as coordenadas cartesianas locais deverão ser


convertidas para cartesianas geocêntricas, devendo utilizar como
coordenada de origem a mesma usada no parágrafo anterior (conforme
formulação matemática contida no item 9.2).

9.2 CONVERSÃO DE COORDENADAS CARTESIANAS LOCAIS PARA GEOCÊNTRICAS

A conversão de coordenadas cartesianas locais para coordenadas geocêntricas é


realizada conforme o seguinte modelo funcional:

 X   sen0  cos0 0 1 0 0  e   X 0 
Y    cos  sen 0.0 sen  cos .n  Y 
   0 0  0 0    0 

Z   0 0 1 0 cos0 sen0  u  Z 0 

A principal aplicação dessa conversão se dá quando se utiliza métodos de


posicionamento por topografia clássica4. A seguir será apresentada a sequência de
cálculos:

a) Determinar as coordenadas cartesianas geocêntricas dos vértices de apoio;

b) Converter as coordenadas cartesianas geocêntricas dos vértices de apoio


para cartesianas locais, conforme equação expressa no item 9.1 e, usando
como origem do sistema, a média das coordenadas geocêntricas destes
vértices;

c) De posse das observações topográficas (ângulos e distância), efetuar o


cálculo (processamento e ajustamento) para determinação das
coordenadas cartesianas locais dos vértices;

4Para fins desse manual, desconsideram-se as possíveis distorções acarretadas pela não coincidência entre o plano
topográfico obtido no posicionamento por topografia clássica (perpendicular à vertical) e aquele usado no SGL
(perpendicular à normal ao elipsoide).

Manual Técnico de Posicionamento Página: 29


9 Cálculos

d) Converter as coordenadas cartesianas locais para geocêntricas conforme


equação expressa neste item e usar como origem do sistema o mesmo valor
de coordenadas do item b.

A Figura 18 ilustra um ponto sobre a superfície terrestre associado ao Sistema


Geodésico Local (SGL) e ao Sistema Geocêntrico.

Figura 18 – Sistema Geodésico Local e Sistema Geocêntrico

9.3 ÁREA

O cálculo de área deve ser realizado com base nas coordenadas cartesianas locais
referenciadas ao SGL. Desta forma, os resultados obtidos expressam melhor a
realidade física5, quando comparados aos valores referenciados ao Sistema UTM,
que era adotado anteriormente.

5 As distorções nos valores de área se tornam maiores na medida em que as parcelas aumentam sua superfície.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 30


9 Cálculos

O cálculo de área deve ser realizado pela fórmula de Gauss, com base nas
coordenadas cartesianas locais (e, n, u) e expresso em hectares.

9.4 DISTÂNCIA HORIZONTAL

O valor da distância horizontal deve ser expresso em metros. O cálculo deve ser
realizado conforme a seguinte equação:

d h  ( X A  X B ) 2  (YA  YB ) 2  (Z A  Z B ) 2  (hA  hB ) 2

Onde:
 dh = distância horizontal;
 X, Y, Z = coordenadas cartesianas geocêntricas;
 h = altitude elipsoidal.

9.5 AZIMUTE

O cálculo de azimute deve ser realizado conforme formulário do Problema


Geodésico Inverso segundo Puissant e o valor deve ser expresso no sistema
sexagesimal.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 31


10 Guarda de Peças Técnicas e Documentação

10 GUARDA DE PEÇAS TÉCNICAS E DOCUMENTAÇÃO

Todo o material utilizado para determinação das informações posicionais deve ser
arquivado e mantido sob a guarda do credenciado. Faz-se necessária a
manutenção desse material para sanar possíveis dúvidas ou divergências quanto
aos valores de coordenadas e precisões apresentados pelo credenciado. Tais
informações poderão ser requeridas pelo INCRA, quando julgar necessário.

Dentre os materiais utilizados, devem ser considerados:

a) Arquivos brutos GNSS (em formato RINEX e nativo);

b) Relatórios de processamento e ajustamento de posicionamento por GNSS;

c) Cadernetas de campo (digitais ou analógicas);

d) Relatórios de processamento e ajustamento de dados de posicionamento


por topografia clássica;

e) Imagens orbitais e/ou aéreas;

f) Relatório de processamento e ajustamento de imagens. Contendo modelo


digital do terreno, pontos de controle, dentre outros;

g) Anotação de responsabilidade técnica da empresa executora do trabalho


de sensoriamento remoto, caso não tenha sido o credenciado o responsável
técnico;

h) Base cartográfica.

Manual Técnico de Posicionamento Página: 32


Referências

REFERÊNCIAS

ALVES, D. B. M.; MÔNICO, J. F. G. e FORTES, L. P. S. Modelagem da Ionosfera no RTK


em Rede. Anais do XXII Congresso Brasileiro de Cartografia, Macaé, 2005.

CUNHA, R. S. e RODRIGUES, D. D. Proposta de um Novo Modelo de Memorial


Descritivo (INCRA) para Atender a Lei 10.267. 2007. Monografia (Graduação em
Engenharia de Agrimensura) – Curso de Engenharia de Agrimensura, Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa, 2007.

DAL’FORNO, G. L.; AGUIRRE, A. J.; HILLEBRAND, F. L. e GREGÓRIO, F. V.


Transformação de Coordenadas Geodésicas em Coordenadas no Plano
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Manual Técnico de Posicionamento Página: 33


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Manual Técnico de Posicionamento Página: 34


PUBLICAÇÓES
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B.I. NO 1g DE@il:!g

NORMA DE EXECUÇÃO N° 105 DE 26 DE NOVEMBRO DE 2012

Regulamenta o procedimento de certificação da


poligonal objeto de memorial descritivo de imóveis
rurais a que se refere o §5° do art. 176 da Lei n"
6.015, de 31 de dezembro de 1973, e a norma
técnica para georreferenciamento de imóveis rurais.

O DIRETOR DE ORDENAMENTO DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA - DF,


no uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos. 15 e 22, da Estrutura Regimental
aprovada pelo Decreto n? 6.812, de 3 de abril de 2009, e pelo artigo 128, do Regimento
Interno, aprovado pela Portaria/MDAIN° 20, de 8 de abril de 2009, e

CONSIDERANDO a necessidade de uniformizar os critérios para análise dos


processos de certificação da poligonal objeto de memorial descritivo de imóvel rural;

CONSIDERANDO a necessidade de orientar as Superintendências Regionais do


Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, resolve:

Art. 1° Determinar que a análise da documentação entregue ao INCRA visando à


certificação da poligonal objeto de memorial descritivo de imóveis rurais seja executada de
acordo com o procedimento previsto no Anexo I desta Norma de Execução.

Art. 2° O procedimento a que se refere o artigo anterior será aplicado à análise de


todos os requerimentos de certificação em curso, independentemente da data do seu protocolo
noINCRA.

Art. 3° Esta Norma de Execução entra em vigor na data de sua publicação.

ntrário, em especial a Norma de


ublicada no Diário Oficial da União

STOSIANO
ANEXO I
PROCEDIMENTO DE CERTIFICAÇÃO

Capítulo I
DO CADASTRO DO IMÓVEL

o servidor responsável pela análise conferirá somente se o código do imóvel informado


no memorial descritivo consta da base de dados do Sistema Nacional de Cadastro Rural - SNCR. Se
o código não estiver na base do SNCR, o requerimento será indeferido.

Nos casos de desmembramento ou remembramento de imóvel rural, se o código não


estiver presente no memorial descritivo, o servidor responsável pela análise deverá promover a sua
inclusão no SNCR, desde que a documentação contida no processo admita essa possibilidade. Caso
não haja a possibilidade de inclusão, o requerimento será indeferido.

Capítulo 11
DA ANÁLISE CARTOGRÁFICA

A análise cartográfica restringir-se-á ao atendimento do § 5° do art. 176 da Lei n° 6.015,


de 31 de dezembro de 1973, ou seja, será verificado se a poligonal objeto do memorial descritivo
não se sobrepõe a nenhuma outra constante do cadastro georreferenciado do INCRA e que o
memorial atende às exigências técnicas.
Somente serão utilizados na análise os seguintes documentos, dispensando-se os demais
constantes do processo:
a) O memorial descritivo em meio analógico devidamente assinado por profissional
habilitado; e
b) O arquivo digital que contenha o polígono que represente os limites do imóvel rural,
doravante denominado "perímetro limpo".

1. Sobreposição

O cadastro georreferenciado do INCRA seguirá hierarquia quanto à precisão dos


polígonos que o compõe, denominadas de classes, na seguinte forma:
a) Classe 1: composta pelos polígonos já certificados e presentes na base de dados do
INCRA; e
b) Classe 2: polígonos somente georreferenciados (Unidades de Conservação, Terras
Indígenas, Assentamentos Rurais, Terras Públicas, Territórios Quilombolas, entre outros).

O servidor responsável pela análise verificará se o "perímetro limpo" coincide com o


memorial descritivo, comparando o valor das coordenadas de três vértices de escolha aleatória,e
também o valor da área e do perímetro constante no "perímetro limpo" com aquele apresentado no
memorial descritivo.

Caso o "perímetro limpo" não permita a análise do perímetro definido no memorial


descritivo, deverá ser tentada urna das alternativas abaixo:
a) Exclusão de camada do arquivo que contenha a planta digital completa a fim de se
obter o perímetro limpo; ou
b) A partir da planilha de cálculo analítico de área representar em formato vetorial a fim
de se obter o perímetro limpo.

Caso as duas alternativas não sejam passíveis será


indeferido.
Realizado o procedimento acima descrito, o servidor responsável pela análise verificará
se o "perímetro limpo" se sobrepõe a algum outro polígono da classe 1 ou da classe 2.

Tratando-se de sobreposição com polígono(s) da classe 1, a poligonal não será


certificada e o requerimento indeferido.

Tratando-se de sobreposição com polígono(s) da classe 2, referentes a áreas sob a gestão


de entidade ou órgão público federal, estadual ou municipal, este será comunicado, via ofício, para
manifestar-se no prazo de trinta dias. Se não houver manifestação da entidade ou órgão público, ou
se a manifestação for desfavorável à certificação, o requerimento será indeferido.

Tratando-se de sobreposição com polígono(s), classe 1 ou classe 2, referentes a áreas


sob a gestão do INCRA, o setor competente avaliará o caso e decidirá a respeito, deferindo ou não o
requerimento.

2. Memorial Descritivo

o servidor responsável, ao analisar se o memorial descritivo atende as exigências


técnicas, deverá:
a) Conferir a existência dos seguintes itens no cabeçalho, independente da ordem
apresentada: Imóvel; Proprietário; Município; Unidade Federativa; Matrícula(s); Código do Imóvel
no INCRA (SNCR); Área; Perímetro;
b) Verificar se o perímetro do imóvel foi descrito por distâncias, azimutes e
coordenadas, calculadas no plano de projeção UTM (observando a correta vinculação ao meridiano
central de acordo com a localização geodésica do imóvel), vinculadas ao Sistema Geodésico
Brasileiro - SGB; e
c) Verificar se o responsável técnico que assinou o memorial descritivo está cadastrado,
ativo e com o seu código válido na listagem de técnicos credenciados do INCRA, bem como
informou o número da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART.

Capítulo Hl
DA CERTIFICAÇÃO

Efetuada a análise conforme os capítulos I e II deste Anexo, e verificado o atendimento


de todos os requisitos, o servidor responsável pela análise deverá:
a) Inserir o perímetro limpo no cadastro georreferenciado do INCRA;
b) Emitir e assinar o documento de certificação; e
c) Carimbar e assinar o memorial descritivo.

Capítulo IV
DA NOTIFICAÇÃO

Nos casos de indeferimento do requerimento, o servidor responsável pela análise


notificará o requerente e o profissional credenciado uma única vez, informando todas as
inconsistências encontradas.

A notificação será enviada por correio eletrônico e por carta registrada. O requerente
terá até 60 dias, a contar da data de recebimento da carta registrada, para manifestar-se, sob pena de
arquivamento.

A manifestação deverá sanar todas as inconsistências apontadas, s~ de


arqui vamento.
Somente será admitida mais de uma notificação quando houver falha administrativa na
notificação anterior.
Capítulo V
DISPOSIÇÕES FINAIS

A certificação da poligonal objeto do memorial descritivo pelo INeRA não implicará


reconhecimento do domínio ou a exatidão dos limites e confrontações indicados pelo proprietário,
bem como não dispensará a qualificação registral, atribuição exclusiva do oficial de registro de
imóveis.

o requerente e o profissional credenciado são responsáveis por todas as informações


prestadas, inclusive pelas inconsistências que por acaso vierem a ser detectadas na poligonal
certificada e por eventuais prejuízos causados a terceiros.
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 77 DE 23 DE AGOSTO DE 2013.

Regulamenta o procedimento de certificação


da poligonal objeto de memorial descritivo de
imóveis rurais a que se refere o § 5º do art. 176
da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973.

O PRESIDENTE DO INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E


REFORMA AGRÁRIA – INCRA, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso
VII do art. 21, da Estrutura Regimental aprovada pelo Decreto nº 6.812, de 3 de abril de 2009,
e inciso VII, do art. 122, do Regimento Interno, aprovado pela Portaria/MDA/Nº 20, de 8 de
abril de 2009, e com fundamento legal na Lei nº 5.868, de 12 de dezembro de 1972, na Lei nº
6.015, de 31 de dezembro de 1973 e no Decreto nº 4.449, de 30 de outubro de 2002, dispõe:

CAPÍTULO I
DO OBJETO

Art. 1º Fica regulamentado o procedimento de certificação da poligonal objeto de


memorial descritivo de imóvel rural.

CAPÍTULO II
DOS PROCEDIMENTOS DE CERTIFICAÇÃO

Art. 2º O requerimento de certificação da poligonal objeto de memorial descritivo de


imóvel rural será processado por meio do Sistema de Gestão Fundiária – SIGEF.

Parágrafo único. O profissional credenciado, responsável técnico pelos serviços de


georreferenciamento, submeterá ao SIGEF arquivo digital contendo os dados da(s) parcela(s)
a ser(em) certificada(s).

Art. 3º A análise dos dados será automática pelo SIGEF e restrita à verificação da
consistência dos dados prestados pelo profissional credenciado e à eventual sobreposição com
outras existentes no cadastro georreferenciado do INCRA.

§ 1º O cadastro georreferenciado do INCRA, a que se refere o parágrafo 5º do artigo


176 da Lei 6.015, de 1973, é composto por parcelas certificadas.

§ 2º Não sendo constatadas inconsistências ou sobreposição, serão geradas e


disponibilizadas as peças técnicas certificadas.
§ 3º Se forem constatadas sobreposições ou outras inconsistências, a certificação não
será emitida, sendo disponibilizado para consulta um relatório indicando os erros detectados.

Art. 4º Nos casos de parcelas destacadas do patrimônio público mediante regular


procedimento de titulação ou outro instrumento legal adequado à transferência da titularidade
para o domínio privado, eventual sobreposição com gleba pública cujo memorial descritivo
foi certificado apenas em relação ao seu perímetro originário não impedirá a sua certificação.

Parágrafo único. O profissional credenciado será responsável por todas as informações


prestadas, inclusive pela origem legítima da parcela submetida ao SIGEF e por eventuais
prejuízos causados a terceiros.

Art. 5º Em se tratando de sobreposição de parcela com outro polígono não certificado


por meio do SIGEF, o profissional credenciado poderá requerer análise de sobreposição.

Art. 6º Em se tratando de sobreposição de parcela com outro polígono certificado por


meio do SIGEF, não caberá análise de sobreposição.

Parágrafo único. O profissional credenciado poderá requerer o cancelamento da


certificação originária para excluí-la do cadastro, devendo fundamentar o pedido com
elementos que comprovem o erro na geometria da parcela.

Art. 7º Os requerimentos de desmembramento, parcelamento, remembramento,


retificação e cancelamento de parcelas certificadas serão processados através do SIGEF.

§ 1º Nos requerimentos de desmembramento e parcelamento, o profissional


credenciado deverá enviar os dados das parcelas resultantes.

§ 2º No requerimento de remembramento, quando todas as parcelas estiverem


certificadas, o profissional credenciado deverá informar aquelas que constituirão a nova
parcela resultante do remembramento.

§ 3º O requerimento de retificação será cabível quando for identificado erro nos dados
literais da parcela certificada, podendo ser requerida pelo profissional credenciado ou pelo
oficial de registro de imóveis.

§ 4º O requerimento de cancelamento será cabível quando for identificado erro na


geometria da parcela certificada, podendo ser requerido pelo profissional credenciado ou pelo
oficial de registro de imóveis.
§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, o pedido somente será apreciado após a
notificação do proprietário da parcela já certificada para fins de manifestação acerca da
impugnação.

Art. 8º Os requerimentos de desmembramento, parcelamento, remembramento,


retificação, cancelamento, a sobreposição com polígonos não certificados pelo SIGEF e os
demais aspectos relacionados à gestão do procedimento de certificação serão analisados em
conformidade com as regras explicitadas em ato normativo a ser expedido pela Diretoria de
Ordenamento da Estrutura Fundiária do INCRA.

Art. 9º Os serviços de georreferenciamento executados pelo Ministério do


Desenvolvimento Agrário – MDA, pelo INCRA ou por outras entidades ou órgãos públicos,
direta ou indiretamente, por força de contratos, convênios ou outros instrumentos similares,
finalizados ou ainda em execução, serão submetidos ao SIGEF e devidamente validados por
meio de regular fiscalização.

§ 1º As parcelas relativas às ocupações rurais em glebas públicas incluídas em ação de


regularização fundiária serão certificadas após a emissão do respectivo título.

§ 2º No caso de projeto de assentamento rural, será inicialmente certificado o seu


perímetro global, para fins de adequação da descrição no registro de imóveis.

§ 3º Após a referida adequação e a realização dos serviços de georreferenciamento das


parcelas que compõem o projeto de assentamento, estas serão certificadas, sendo atribuído a
cada uma delas um código próprio no Sistema Nacional de Cadastro Rural – SNCR.

CAPÍTULO III
DOS COMITÊS DE CERTIFICAÇÃO

Art. 10. O Comitê Nacional de Certificação e Credenciamento e os Comitês Regionais


de Certificação serão responsáveis pela gestão das atividades relacionadas ao procedimento de
certificação da poligonal objeto de memorial descritivo de imóvel rural.

Art. 11. Competirá ao Comitê Nacional de Certificação e Credenciamento:

I – coordenar, normatizar, acompanhar, fiscalizar e manter o serviço de


credenciamento de profissionais;
II – coordenar, normatizar, acompanhar e fiscalizar as atividades relacionadas ao
procedimento de certificação desenvolvidas pelos Comitês Regionais de Certificação; e

III – deliberar sobre a aplicação de sanções ao credenciado, indicadas pelos Comitês


Regionais de Certificação.

Art. 12. Competirá aos Comitês Regionais de Certificação:

I – atuar nos casos de desmembramento, remembramento, retificação, cancelamento,


sobreposição com polígonos não certificados pelo SIGEF e nos demais casos relacionados à
gestão da certificação, conforme ato normativo próprio; e

II – propor a aplicação de sanções ao credenciado.

Art. 13. O Comitê Nacional de Certificação e Credenciamento e os Comitês Regionais


de Certificação serão compostos por servidores devidamente credenciados pelo INCRA.

§ 1º Competirá à Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária a nomeação dos


membros do Comitê Nacional de Certificação e Credenciamento.

§ 2º Competirá à Divisão de Ordenamento da Estrutura Fundiária das


Superintendências Regionais do INCRA a nomeação dos membros dos seus respectivos
Comitês Regionais de Certificação.

§ 3º Os Comitês Regionais de Certificação serão vinculados diretamente à Divisão de


Ordenamento da Estrutura Fundiária das Superintendências Regionais.

CAPÍTULO IV
DAS RESPONSABILIDADES DO PROFISSIONAL CREDENCIADO

Art. 14. O profissional credenciado será responsável por todas as informações


submetidas ao SIGEF, inclusive pelas inconsistências que por acaso vierem a ser detectadas
na parcela certificada e por eventuais prejuízos causados a terceiros.

Parágrafo único. O profissional credenciado deverá executar os serviços de


georreferenciamento em conformidade com a Norma Técnica para Georreferenciamento de
Imóveis Rurais, o Manual Técnico de Posicionamento e o Manual Técnico de Limites e
Confrontações.
Art. 15. O ato normativo a que se refere o art. 8º desta Instrução Normativa preverá a
possibilidade de aplicação de sanções relacionadas ao credenciamento dos profissionais,
quando ficar evidenciado erro ou falha do profissional credenciado no procedimento de
certificação.

CAPÍTULO V
DA INTERCONEXÃO COM O REGISTRO DE IMÓVEIS

Art. 16. O oficial de registro de imóveis poderá acessar o SIGEF e informar os dados
relativos à matrícula do imóvel rural.

Art. 17. A certificação do memorial descritivo pelo INCRA não implicará


reconhecimento do domínio ou a exatidão dos limites e confrontações indicados pelo
credenciado, bem como não dispensará a qualificação registral, atribuição exclusiva do oficial
de registro de imóveis.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 18. Até 90 (noventa) dias após a entrada em vigor desta Instrução Normativa,
poderá ser protocolado requerimento de certificação da poligonal objeto de memorial
descritivo de imóvel rural referente a serviço de georreferenciamento realizado em
conformidade com a 2ª Edição da Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis
Rurais – NTGIR, aprovada pela PORTARIA/INCRA/P/Nº 578, de 16 de setembro de 2010.

§ 1º Decorrido o prazo definido no caput deste artigo, o requerimento de certificação


da poligonal objeto de memorial descritivo de imóvel rural somente será processado por meio
do SIGEF.

§ 2º Os requerimentos de certificação protocolados conforme o caput deste artigo e


aqueles protocolados anteriormente à vigência desta Instrução Normativa serão analisados de
acordo com a NORMA DE EXECUÇÃO/INCRA Nº 105, de 26 de novembro de 2012.

Art. 19. Os serviços de georreferenciamento executados pelo Ministério do


Desenvolvimento Agrário – MDA, pelo INCRA ou por outras entidades ou órgãos públicos,
direta ou indiretamente, por força de contratos, convênios ou outros instrumentos similares,
finalizados ou ainda em execução, serão aceitos para fins de certificação segundo o padrão
definido pela Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais – NTGIR previsto
no respectivo instrumento jurídico ou no padrão definido pela Norma Técnica para
Georreferenciamento em Ações de Regularização Fundiária Aplicada na Amazônia Legal,
aprovada pela PORTARIA/INCRA/SRFA/P/Nº 01, de 14 de julho de 2009.

Parágrafo único. A certificação da poligonal objeto de memorial descritivo de imóvel


rural prevista no caput deste artigo obedecerá às seguintes regras:

I – o INCRA definirá as informações que deverão estar vinculadas às parcelas


certificadas, devendo conter, no mínimo, os seguintes dados:

a) o código do imóvel no SNCR;


b) o nome do proprietário;
c) a denominação, área e perímetro do imóvel;
d) a indicação do município e unidade da federação de localização do imóvel;
e) o número da Anotação de Responsabilidade Técnica e o código do profissional
credenciado responsável técnico pelos serviços;
f) o número do título ou da matrícula ou transcrição nos casos de imóveis já
constituídos no registro público.

II – será realizada a análise de sobreposição com as parcelas já constantes do cadastro


georreferenciado do INCRA;

III – não sendo constatada sobreposição, e havendo todos os atributos associados às


parcelas, as mesmas serão certificadas; e

IV – a certidão de certificação será emitida em ambiente WEB, com a possibilidade de


verificação de autenticidade.

Art. 20. Se o profissional credenciado decidir efetuar, por meio do SIGEF, novo
requerimento de certificação de poligonal objeto de processo administrativo formalizado
anteriormente à vigência desta Instrução Normativa ou no prazo estabelecido no caput do art.
18, deverá solicitar antes o seu arquivamento.

Parágrafo único. Será disponibilizado ao profissional credenciado amplo acesso às


peças técnicas e aos arquivos que instruíam o requerimento anterior.

Art. 21. Os dados referentes a poligonais que foram certificadas em sistema diferente
do SIGEF poderão ser convertidos para o novo padrão de dados.
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 22. Esta Instrução Normativa entrará em vigor no dia 23 de novembro de 2013.

Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário.

CARLOS MÁRIO GUEDES DE GUEDES

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