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Lorena
2013
CARLAILE FERNANDA DE OLIVEIRA NOGUEIRA
Lorena
2013
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS
DE ESTUDO DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
Serviço de Biblioteca
Escola de Engenharia de Lorena
Elizabeth Jhin
RESUMO
The wide variety of applications for plastics at relatively low costs, together with
the uncontrolled consumption pressure contribute to a large amount of plastics in
municipal waste. The accumulation of these residues generates various environmental
problems in Brazil since just little is recycled. Owing to the impact of these wastes and
their incorrect disposal, a feasible and extremely important concern is the replacement of
conventional polymers for biodegradable and compostable polymers from renewable
sources. Furthermore, the natural life cycle of these resources is emphasized as a mean to
obtain final products eco-friendly, which has potential to reduce significantly the
environmental impact by biological recycling and as an advantage of fully degrade within
a composting cycle, as organic material. This study discusses the characteristics of
polymers biodegradable and compostable, their sources, synthesis, processing and
applications through literature review, focusing the polysaccharide-based biopolymers due
to its high availability and its relatively low cost of production. Among the studied
biopolymers, the highly promising ones to substitute traditional polymers were PHBx,
PLA and thermoplastic starch. It is noteworthy, finally, that the continuous optimization of
the biopolymers performance is essential thereby it is possible to keep successfully
widespread this strategy.
FIGURA 1 – CICLO DE VIDA IDEAL DOS POLÍMEROS BIODEGRADÁVEIS PROVENIENTES DE FONTES RENOVÁVEIS
..................................................................................................................................................... 22
FIGURA 2 – CONCEITO ESQUEMATIZADO DE REPRESENTAÇÃO DAS CLASSES DE BIOPOLÍMEROS....................... 22
FIGURA 3 – EXEMPLOS DE CISÃO HOMOLÍTICA DE LIGAÇÃO C-N E C-C, FORMANDO ESPÉCIES RADICALARES . 24
FIGURA 4 – MECANISMO DE HIDRÓLISE DA SACAROSE EM MEIO ÁCIDO ............................................................ 24
FIGURA 5 – ESQUEMA GERAL DO PROCESSO DE DEGRADAÇÃO TOTAL DOS POLÍMEROS NO MEIO AMBIENTE. ... 26
FIGURA 6 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA FORMAÇÃO DO BIOFILME PELA COLONIZAÇÃO DE BACTÉRIAS
SOBRE A SUPERFÍCIE GENÉRICA DE UM POLÍMERO. ........................................................................ 27
FIGURA 11 – REPRESENTAÇÃO DAS ESTRUTURAS QUÍMICAS DA AMILOSE (A) E DA AMILOPECTINA (B) ............ 38
FIGURA 12 – ESTRUTURA DO GRÃO DE AMIDO MOSTRANDO O HILO E REPRESENTAÇÃO DAS REGIÕES
CRISTALINAS E AMORFAS. ............................................................................................................. 39
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 16
1.1 Contextualização da Problemática do acúmulo de plásticos ............................ 16
2 OBJETIVOS.......................................................................................................... 20
2.1 Objetivo Geral......................................................................................................... 20
2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................. 20
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 21
3.1 Biopolímeros ........................................................................................................... 21
3.2 Degradação ............................................................................................................. 23
3.3 Biodegradação e Compostagem.............................................................................. 26
3.4 Certificação Internacional ....................................................................................... 31
4 TIPOS DE POLÍMEROS BIODEGRADÁVEIS E COMPOSTÁVEIS ......... 34
4.1 Polímeros Biodegradáveis e Compostáveis provenientes de polissacarídeos ........ 35
4.1.1 Amido Termoplástico (TPS) ............................................................................... 36
4.1.2 Polilactato (PLA) ................................................................................................ 42
4.1.3 Poli(hidroxialcanoatos) (PHA) ........................................................................... 47
4.1.4 Polímeros derivados de celulose ......................................................................... 53
4.1.5 Quitina e quitosana.............................................................................................. 58
4.2 Potencial de Substituição dos Polímeros Biodegradáveis e Compostáveis ............ 63
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 67
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 68
16
1 INTRODUÇÃO
" O sucesso sem precedentes dos materiais plásticos não mostra sinais
de redução. O consumo de plásticos em geral poderia crescer dos atuais 250
milhões de toneladas por ano para cerca de 1 bilhão de toneladas até o final deste
século. Na ausência de novas descobertas de fontes de petróleo para diminuir o
seu custo, tal expansão do consumo de plásticos é insustentável. Pode-se esperar
que o petróleo bruto se torne cada vez mais caro e seu fornecimento ainda mais
volátil, assim, situações ainda mais ameaçadoras atingirão a sociedade por outras
frentes” (PHILP; RITCHIE; GUY, 2013)
municípios, não há ao menos uma destinação final apropriada. Os resíduos são literalmente
despejados de maneira negligente em áreas desprovidas de qualquer tipo de tratamento,
lixões e aterros controlados, desconsiderando as normas sanitárias. Além disso, segundo o
MMA, apenas 20% dos materiais plásticos coletados devidamente seguem para a
reciclagem (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2012). Essa falta de controle do
planejamento sanitário leva a uma preocupação ainda maior devido ao longo tempo para
degradação total dos produtos plásticos, o qual pode variar de acordo com a composição e
emprego, chegando a 500 anos (MOTTIN et al., 2011).
Com o inevitável impacto causado pelos materiais plásticos sintéticos e na tentativa
de reduzir o número de áreas destinadas ao processo de confinamento desses produtos,
têm-se empregado quatro tipos de estratégias para solucionar o problema: Incineração,
Reciclagem, Aterros sanitários/Compostagem e a Biodegradação (FRANCHETTI;
MARCONATO, 2006). Dentre as técnicas citadas, as duas últimas se mostram bastante
eficientes quando se trata de atingir uma significativa redução do volume descartado versus
economia de energia e menor emissão de poluentes, sendo assim menos onerosas que a
incineração e mais viáveis que a reciclagem.
Empregando o conceito ambiental apresentado por estas técnicas, a possibilidade de
utilização dos polímeros biodegradáveis e compostáveis como uma alternativa à redução
do volume dos resíduos plásticos descartados se mostra um desafio técnico e científico,
fazendo-se necessário o aprimoramento da performance de seus produtos. Há ainda um
apelo ambiental bastante favorável à substituição de matérias primas oriundas do petróleo e
resinas derivadas deste através dos polímeros biodegradáveis e compostáveis, pois eles
preenchem requisitos de sustentabilidade ambiental, utilizando a biodegradação como via
para o processo de decomposição.
Simultaneamente, os biopolímeros contribuem também para a redução da emissão
de dióxido de carbono na atmosfera. Com a utilização de fontes renováveis para produção
de biopolímeros biodegradáveis, espera-se uma redução ainda maior de fatores que
impactam negativamente o meio ambiente. Isto porque a degradação biológica de materiais
renováveis utiliza do ciclo natural de reciclo do carbono, mantendo o dióxido de carbono
em seu nível pré-existente (BEACH; BOYD; URI, 1996).
Dessa forma, o presente estudo visa levantar informações sobre polímeros
biodegradáveis e compostáveis provenientes de fontes renováveis, com ênfase nas fontes
polissacarídicas, devido à ampla disponibilidade e seu custo relativamente baixo se
19
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Biopolímeros
Figura 1 – Ciclo de vida ideal dos polímeros biodegradáveis provenientes de fontes renováveis
Fonte: BRITO et al. (2011).
3.2 Degradação
Figura 5 – Esquema geral do processo de degradação total dos polímeros no meio ambiente.
Fonte: Adaptado de ABICOM (2009)
Biodegradação Aeróbica:
CPOLÍMERO + O2 CO2 + H2O + CRESÍDUO + CBIOMASSA ...................(1)
Biodegradação Anaeróbica:
CPOLÍMERO CO2 + CH4 + H2O + CRESÍDUO + CBIOMASSA ....................(2)
Alcaligenes faecalis
Poli(3-hidroxibutirato), poli(3-hidroxipropionato),
poli(4-hidroxibutirato), poli(succinato de etileno) Pseudomonas stutzeri
e poli(adipato de etileno) Comamonas acidovorans
quebras tanto na cadeia principal quando nas extremidades e B é uma reação com etapas
apenas de quebra das extremidades da cadeia polimérica. Apesar de diferentes rotas de
fragmentação, ambas acabam chegando em um intermediário comum para a biodegradação
(Figura 8).
Com o propósito de assegurar que o plástico irá se decompor assim como outros
materiais orgânicos no solo, de acordo com Adams et al. (2007), o período de degradação
de polímeros biodegradáveis deve ser comparável ao período de decomposição da matéria
orgânica. Em outras palavras, considera-se como padrão um período de 180 dias para total
degradação.
33
1
Gráfico 2 - Principais matrizes utilizadas para compor embalagens de polímeros
biodegradáveis.
Fonte: MACHADO et al.(2012)
Essas são apenas algumas aplicações gerais, outras características dos polímeros
biodegradáveis e compostáveis de fontes sacarídicas serão discorridas. Será feita a
apresentação da fonte renovável de origem, da estrutura, das propriedades, da síntese e
aplicabilidade desses biopolímeros, destacando os representantes mais comuns: Amido
termoplástico, polilactato (PLA), poli(hidroxibutirato) (PHB), derivados de celulose e
derivados de quitina.
Além de prever as características dos grãos, a relação percentual entre fração linear
e o número de ramificações é essencial para prever o comportamento do amido em
solução. As propriedades do amido são dependentes da estrutura tridimensional formada
por esta mistura de moléculas polissacarídicas, variações nas proporções entre estes
componentes e em suas estruturas podem resultar em grânulos de amido com propriedades
físico-químicas muito diferentes, que podem afetar as aplicações industriais (MALI;
GROSSMAN; YAMASHITA, 2010).
A mudança de propriedades devido à diferença das estruturas do amido em solução
foi pesquisada por Denardin (2008), quando, em soluções aquosas com longos
comprimentos de cadeia e menores graus de ramificações, observa-se maior cristalinidade,
temperatura de gelatinização, grau de retrogradação, viscosidade e firmeza de gel; Em
soluções aquosas contendo grande número de cadeias ramificadas curtas, tem-se menores
cristalinidade granular, temperatura de gelatinização, mudança na entalpia, viscosidade e
grau de retrogradação, em consequência disso maior grau de digestibilidade.
Originalmente, estes polissacarídeos citados são organizados de forma alternada em
camadas, variando em camadas semicristalina e amorfa seguindo uma simetria central,
com o hilo ao centro, identificado como o ponto inicial de crescimento de grão. A região
39
cristalina é constituída pelas duplas hélices das cadeias paralelas da amilopectina, sendo
mais compacta. A região amorfa das camadas semicristalinas e as camadas amorfas são
menos ordenadas e composta por amilose e pontos de ramificação das cadeias laterais de
amilopectina, pequenas frações não ordenadas (DENARDIN, 2008), serão estas as frações
passíveis de iniciar a degradação (Figura 12).
4.1.1.3 Síntese
Para ser processado, os grãos de amido precisam passar por um tratamento que
reduza o seu tamanho. Ao mesmo tempo, este tratamento deve reduzir a sensibilidade à
umidade e fragilidade de seus polímeros, cuja temperatura de fusão é maior que a
temperatura de degradação. Para obter produtos com aceitação comercial, o amido é
geralmente modificado através da gelatinização (desestruturação dos grãos) ou também
pode ser misturado a outros polímeros para melhorar suas propriedades e processabilidade
(PRADELLA, 2006; RAY; BOUSMINA, 2005).
Para produzir um bioplástico proveniente de amido, alto conteúdo de água e
plastificantes são necessários. Plastificantes como açúcares ou glicóis, por exemplo
glicerol ou sorbitol, são utilizados para conferir as propriedades térmicas e resistência
mecânica desejadas ao produto. A gelatinização não ocorre sem a presença de um
plastificante, cujas vantagens principais são: diminuir a temperatura de gelatinização,
reduzir a recristalização e melhorar a flexibilidade do produto final. A este amido
modificado, dá-se o nome de amido termoplástico (TPS, do inglês thermoplastic starch)
(BRITO et al., 2011).
apenas água como plastificante, em níveis acima de 15 – 20%, ela mantém suas
propriedades termoplásticas. Entretanto, se a temperatura de processo for
superior a 100°C, a água evapora e o material fundido expande. Se controlada,
esta expansão é um efeito desejado, explorado na produção de amido expandido.
O amido termoplástico oferece como atrativo baixo custo e habilidade para ser
moldado em equipamentos convencionais de processamento de termoplásticos (BRITO et
al., 2011). Além disso, pode ser empregado juntamente com plásticos sintéticos totalmente
biodegradáveis, produzindo blendas biodegradáveis de baixo custo (RAY; BOUSMINA,
2005).
De acordo com os autores Brito et al. (2011) e Peelman et al. (2013), alguns dos
polímeros que podem ser misturados ao amido incluem quitina, quitosana, pectina,
celulose, poli (ácido lático) – PLA, poli (álcool vinilíco) – PVOH, Poli (ε-caprolactona) –
PCL e poliésteres derivados de bactérias, Poli (3-hidroxibutirato) – PHB, poli (3-
hidroxibutirato-co-3-hidroxivalerato) – PHBV. As blendas destas misturas de materiais
têm sido aplicadas com sucesso a nível industrial para espuma (amido expandido), filme
por sopro, moldagem por injeção, moldagem por sopro e aplicações de extrusão na
confecção de filmes flexíveis.
Aplicações apenas com amido termoplástico também são possíveis, principalmente,
em se tratando de produtos de descarte rápido (PRADELLA, 2006). Filmes, sacolas, itens
moldados, produtos termoformados e itens de higiene pessoal (BRITO et al., 2011) são
produtos bastante comuns de suas aplicações.
Filmes e revestimentos são possíveis de serem produzidos por amidos
termoplásticos e encontram aplicação principalmente na área de embalagens para
alimentos. O filme é uma película formada pela secagem (casting) da solução do
biopolímero separadamente do alimento, enquanto que o revestimento pode ser uma
suspensão ou uma emulsão aplicada diretamente na superfície do alimento que após
secagem leva à formação de um filme (PINHEIRO et al., 2010). Filmes de amido tem a
vantagem de serem transparentes, fáceis de processar, fornecem boa barreira contra
oxigênio e dióxido de carbono, são facilmente biodegradáveis e compatíveis com a maioria
dos materiais (Figura 13). Suas desvantagens são alta permeabilidade ao vapor de água,
solubilidade em água, resistência mecânica baixa.
42
4.1.2.1 Origem
4.1.2.3 Síntese
4.1.3.1 Origem
4.1.3.3 Síntese
Figura 21 – Biodegradação de filmes de PHA produzidos por B. cereus com referência aos dias
de incubação para degradação a) 1º dia; b) 14º dia; c) 28º dia; 54º dia.
Fonte: Vijaya Abinaya et al. (2012)
4.1.4.1 Origem
4.1.4.3 Síntese
Apesar de avanços na área ainda serem necessários, um dos principais fatores a ser
explorados é a elevada capacidade de biodegradação, a qual pode ocorrer facilmente por
hidrólise enzimática devido à existência de vários grupos hidrolisáveis. Essa característica
58
4.1.5.1 Origem
Os autores Ray e Bousmina (2005) e Reddy et al. (2013) afirmam que a quitina em
elevados graus de desacetilação, pode ser considerada quitosana, sendo que em números o
59
primeiro autor prediz sobre graus maiores que 50%, o segundo considera graus maiores ou
iguais a 75%. O fato é que a quitosana configura um copolímero da quitina com grupos
glicosamina e N-acetilglicosamina. Estes agrupamentos são importantes, pois conferem
alta solubilidade em solventes orgânicos, formando soluções viscosas, homogêneas e
claras. Em adição a isto, quitosana é considerada um polímero semi-cristalino dado que
esta propriedade é dependente da extensão da desacetilação. Além disso, os grupamentos
amino e hidroxi livres da quitosana são susceptíveis a reações e modificações,
possibilitando a formação de outros copolímeros, com diferentes graus de cristalinidade.
É valido ressaltar também que o polímero obtido da desacetilação deve ser
caracterizado adequadamente quanto à massa molar, grau de acetilação e distribuição ao
longo da cadeia polimérica. Estas características podem influenciar na biodegradabilidade
do mesmo e, principalmente, na acessibilidade enzimática, influenciando a hidrólise do
polissacarídeo (SILVA; SANTOS; FERREIRA, 2006).
4.1.5.3 Síntese
maneiras com que estes polímeros podem ser modificados mais facilmente e, como
resultado, as diversas propriedades que podem ser obtidas. Esses ganhos podem ser através
de microrganismos diferentes, em condições operacionais diferentes, objetivando ganhos
em escala, da contribuição de técnicas da engenharia genética, otimizando rotas
tecnológicas com a criação de microrganismos superprodutores e, cada vez mais, através
da intensificação do uso de fontes renováveis de matérias primas e energia de baixo custo.
Outra observação importante é que os polímeros PEAD, PP e PS, de fontes fósseis,
possuem potencial parcial de serem substituídos pela maioria dos polímeros
biodegradáveis e compostáveis tratados neste estudo. O que confirma não só o avanço dos
biopolímeros neste campo, mas também assegura que esforços estão sendo feitos para a
melhoria das propriedades dos polímeros biodegradáveis, visto que as performances destes
estão cada vez mais similares aos polímeros sintéticos.
De acordo com Mottin et al. (2011), na segmentação da demanda de polímeros
convencionais, destacam-se as área de embalagens (41%), descartáveis (11%) e construção
civil (12%). As áreas de embalagens e descartáveis são responsáveis, principalmente, pelo
consumo de PE, PP e, em destaque, do PET, especificamente nos frascos e garrafas. A área
de construção civil é responsável, em grande parte, pelo consumo e aplicação do PVC e
seus compostos na confecção de tubos, conexões e revestimentos para cabos elétricos.
Estas são áreas potenciais de aplicação dos polímeros biodegradáveis na substituição futura
destas commodities, como foi verificado pelo potencial da Tabela 3.
Todavia, com a vantagem de ser biodegradável e biocompatível, os polímeros
biodegradáveis e compostáveis podem ainda assumir posição em setores mais específicos.
Uma análise sobre o setor de bioplásticos foi realizada por Machado et al. (2012), através
de estudo de prospecção sobre os principais assuntos de patentes depositadas em todo o
mundo, que perceberam a existência de grande interesse no consumo desses materiais
poliméricos pelos setores de embalagens e indústria farmacêuticas (Gráfico 3). Isso foi
confirmado, neste estudo, em que as aplicações identificadas foram majoritariamente na
área de embalagens seguida pelas áreas médicas.
65
Uma questão essencial a ser considerada são as fontes renováveis que estão sendo
consideradas para a produção de polímeros biodegradáveis e compostáveis, visto que esta é
uma das motivações para tamanha atenção a eles. Carr (2007) identificou que, nos últimos
anos, a matéria prima predominante para a produção de polímeros biodegradáveis é o
amido de milho (produção mundial 64% em milho), indicando a questão da
disponibilidade como primordial para a escolha da matéria prima. Entretanto, a autora
percebeu ainda a ampla diversidade de fontes de amido que podem ser empregadas no
desenvolvimento de bioplásticos e, assim, como uma sugestão mais adequada a cada
localidade, indicou empregar a fonte de amido mais abundante e disponível na sua
localidade. Esta informação concordam com as informações identificadas pelo estudo feito
por Da Silva (2013) mostrado na Tabela 4. O Brasil como grande produtor de cana-de
açúcar deve investir em tecnologias de processamento desta matéria prima para ampliar a
produção de polímeros biodegradáveis no país, usufruindo do baixo custo que a grande
disponibilidade de cana pode proporcionar.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS1
BEACH, E. D.; BOYD, R.; URI, N. D. Expanding biodegradable polymer resin use:
Assessing the aggregate impact on the US economy. Applied Mathematical Modelling,
v. 20, n. 5, p. 388–398, maio 1996.
TM
BINDER, M.; WOODS, L. Final Report Comparative Life Cycle Assessment Ingeo
biopolymer , PET , and PP Drinking Cups. Boston, MA: PE Americas, 2009. 61p.
1
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023.
69
RAY, S. S.; BOUSMINA, M. Biodegradable polymers and their layered silicate nano
composites: In greening the 21st century materials world. Progress in Materials
Science, v. 50, n. 8, p. 962–1079, nov. 2005.