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Florianópolis
2016
José Luiz Francisco Alves
_________________________________________
Profª. Drª. Cíntia Soares
Coordenadora do Curso
____________________________________
Prof. Dr. Humberto Jorge José
Orientador
_________________________________________
Prof. Dr. Rênnio Felix de Sena
Coorientador
Banca Examinadora:
_________________________________________
Profª. Drª. Regina de Fátima Peralta Muniz Moreira
_____________________________________
Profª. Drª. Mara Gabriela Novy Quadri
____________________________
Profª. Drª. Alexsandra Valério
Este trabalho é dedicado à minha
família e a Deus.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 23
1.1 OBJETIVOS .................................................................................... 24
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................... 24
1.1.2 Objetivos Específicos .................................................................... 24
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................... 27
2.1 BIOMASSA ..................................................................................... 27
2.1.1 Torta da mamona.......................................................................... 30
2.1.2 Vagem de algaroba........................................................................ 33
2.2 PROCESSOS DE CONVERSÃO TERMOQUÍMICA ......................... 35
2.3 PIRÓLISE ........................................................................................ 36
2.3.1 Bio-óleo .......................................................................................... 37
2.3.2 Gases não condensáveis ................................................................ 40
2.3.3 Biochar ........................................................................................... 40
2.3.4 Adsorção de dióxido de carbono em biochars ............................. 41
2.3.5 Gaseificação de biochars com CO2 ............................................... 43
3 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................. 45
3.1 PREPARO DAS BIOMASSAS ......................................................... 45
3.2 CARACTERIZAÇÃO ....................................................................... 46
3.2.1 Análise imediata ............................................................................ 46
3.2.2 Análise elementar .......................................................................... 47
3.2.3 Poder Calorífico ............................................................................ 47
3.2.4 Área superficial e volume de poros .............................................. 48
3.2.5 MEV ............................................................................................... 48
3.2.6 Análise por espectroscopia na região do infravermelho ............ 49
3.3 PIRÓLISE ........................................................................................ 49
3.3.1 Equipamentos ................................................................................ 49
3.3.2 Procedimento ................................................................................. 50
3.3.3 Análise dos bio-óleos ..................................................................... 52
3.3.4 Análise dos produtos gasosos da pirólise ..................................... 53
3.4 ANÁLISES TERMOGRAVIMÉTRICAS........................................... 55
3.4.1 Gaseificação isotérmica ................................................................ 57
3.4.1.1 Procedimento experimental .......................................................... 57
3.4.1.2 Cinética de gaseificação ............................................................... 57
3.4.2 Adsorção de CO2 ........................................................................... 59
3.4.2.1 Procedimento experimental .......................................................... 59
3.4.2.2 Cinética de adsorção .................................................................... 60
3.4.2.3 Teste para avaliar a reversibilidade das reações de
adsorção/dessorção .................................................................................. 61
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................... 63
4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS...............................................63
4.2 DISTRIBUIÇÃO DOS PRODUTOS DA PIRÓLISE ..............................69
4.3 ANÁLISE DO BIO-ÓLEO ...................................................................... 70
4.4 ANÁLISE DOS GASES NÃO CONDENSÁVEIS.................................. 83
4.5 GASEIFICAÇÃO EM CO2 ...................................................................... 85
4.6 ADSORÇÃO DE CO2 .............................................................................. 91
5 CONCLUSÕES ................................................................................101
6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .........................103
7 REFERÊNCIAS ...............................................................................105
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
2.1 BIOMASSA
2.3 PIRÓLISE
2.3.1 Bio-óleo
2.3.3 Biochar
3.2 CARACTERIZAÇÃO
umidade (até 110 °C com N2), matéria volátil (950 °C com N2), carbono
fixo (800 °C com ar sintético) e cinzas.
(
3-1)
( ) (3-2)
3.2.5 MEV
3.3 PIRÓLISE
3.3.1 Equipamentos
Figura 3-2 – Esquema geral do sistema experimental utilizado para pirólise das
biomassas.
3.3.2 Procedimento
600 TM 900
TM 700
500
VA 900
400
VA 700
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10
Tempo (min)
52
(3-3)
(3-4)
58
(3-5)
( ) ( ) (3-6)
( ) ( ) (3-7)
MH
X 1 exp(k MH t )
3
k t
MNNR X 1 1 MNNR
3
1 (1 k MPR t / 2) 2
MPR X 1 exp
Legenda: (parâmetro relacionado com a estrutura porosa inicial do char)1.
Fonte: 1(FERMOSO et al., 2008; LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2014; PACIONI,
2013).
Etapa Condições
Atmosfera: N2
Purga
Temperatura: temperatura ambiente
Atmosfera: N2
Pré-tratamento Temperatura: temperatura ambiente →
temperatura de pré-tratamento (120 ºC)
Atmosfera: N2
Ajuste de temperatura Temperatura: temperatura de pré-tratamento →
temperatura de adsorção
Atmosfera: N2 → CO2
Adsorção
Temperatura: temperatura de adsorção
PPO ( ) ( ) ( )
PSO ( )
ELO ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
DIP ⁄ -
-1
Legenda: (capacidade de adsorção em um tempo t, mg·g ); (capacidade
de adsorção de equilíbrio, mg·g-1); (constante de pseudoprimeira ordem, min-
1
); (constante de pseudosegunda ordem, g·mg-1·min-1); (taxa inicial de
adsorção, mg·g-1·min-1); (constante de dessorção, g·mg-1); (constante da
taxa de difusão intrapartícula, mg·g-1·min-1/2); (espessura da camada de
contato, mg·g-1).
Fonte:1(GERENTE et al., 2007; RASHIDI; YUSUP; HAMEED, 2013; YAO et
al., 2011).
(b)
(c)
67
(a)
(b)
(c)
Figura 4-5 – Espectros de FTIR para as amostras TM, biochar TM 900, VA,
biochar VA 900 e CA-NORIT sob a faixa de 4000 cm-1 à 400 cm-1.
1636
TM
1543 TM 900
2916 VA 900
1435
VA
CA-NORIT
1371
1254
3420 1052
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
1
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
TM 700 TM 900 VA 700 VA 900
30
25
20
15
10
0
TM 700 TM 900 VA 700 VA 900
CO CH₄ CO₂ H₂
40,0
0,5
0,4 30,0
0,3 20,0
0,2 VA 900
0,1 VA 700 10,0
0,0 0,0
0 10 20 30 40 50 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
t (min) Conversão, X (%)
(b)
1,0 7,0
0,9 TM 900
6,0
0,8 TM 700
0,7 5,0
dX/dt·103 (min-1)
0,6
Conversão, X (%)
4,0
0,5
0,4 3,0
0,3 2,0
0,2 TM 900
TM 700 1,0
0,1
0,0 0,0
0 50 100 150 200 250 300 350 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
t (min) Conversão, X (%)
(a)
1,0 70
0,9 760 °C
60
0,8 800 °C
0,7 50 840 °C
Conversão, X (%)
dX/dt·103 (min-1)
0,6 40
0,5
0,4 30
760 °C
0,3 20
800 °C
0,2
840 °C 10
0,1
0,0 0
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
t (min) Conversão, X (%)
(b)
1,0 70
0,9 760 °C
60
0,8 800 °C
0,7 50 840 °C
Conversão, X (%)
dX/dt·103 (min-1)
0,6 40
0,5
0,4 30
760 °C
0,3 20
800 °C
0,2
840 °C 10
0,1
0,0 0
0 25 50 75 100 125 150 175 200 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
t (min) Conversão, X (%)
87
dX/dt·103 (min-1)
0,6
20
0,5
0,4 15
840 °C
0,3 10
880 °C
0,2
920 °C 5
0,1
0,0 0
0 50 100 150 200 250 300 350 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
t (min) Conversão, X (%)
(b)
1,0 40
0,9 840 °C
35
0,8 880 °C
30
0,7 920 °C
Conversão, X (%)
dX/dt·103 (min-1)
0,6 25
0,5 20
0,4 15
840 °C
0,3
880 °C 10
0,2
920 °C 5
0,1
0,0 0
0 50 100 150 200 250 300 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
t (min) Conversão, X (%)
(c) (d)
1,0 1,0
0,9 0,9
0,8 0,8
0,7 0,7
Conversão, X (%)
Conversão, X (%)
0,3 MH MH
0,3
0,2 MNNR MNNR
0,2
MPR MPR
0,1 0,1
0,0 0,0
0 50 100 150 200 250 300 350 0 50 100 150 200 250 300
t (min) t (min)
Ea
Biomassa Modelo k0 (min-1) Ψ Referência
(kJ·mol-1)
Serragem Seo et al.
de Pinus
MH 9,03·105 172 (2010)
Serragem Seo et al.
MNNR 3,75·104 142
de Pinus (2010)
Serragem Seo et al.
MPR 1,51·104 134 4,22
de Pinus (2010)
Caroço de Fermoso et
MH 5,32·106 167
azeitona al. (2008)
Caroço de Fermoso et
MNNR 4,26·106 167
azeitona al. (2008)
Caroço de Fermoso et
MPR 1,33·106 167 39
azeitona al. (2008)
Bagaço de Pacioni
maçã
MH 1,19·106 154,8 (2013)
Bagaço de Pacioni
maçã
MNNR 9,6·105 154,8 (2013)
Bagaço de Pacioni
MPR 1,8·105 153,8 101
maçã (2013)
Madeira da Wang et al.
221
Picea abies (2013)
Resíduo Wang et al.
218
florestal (2013)
60
50
Q (mg g-1)
40 25 ºC
50 ºC
30
100 ºC
20
10
0
0 50 100 150 200 250 300
t (min)
(b) 45
40
35
30
Q (mg g-1)
25 25 ºC
20 50 ºC
15 100 ºC
10
5
0
0 50 100 150 200 250 300
t (min)
(c)
45
40
35
30
25 ºC
Q (mg g-1)
25 50 ºC
20 100 ºC
15
10
5
0
0 50 100 150 200 250 300
t (min)
93
100
80
Q (mg g-1)
25 ºC
60 50 ºC
100 ºC
40
20
0
0 50 100 150 200 250 300
t (min)
Tabela 4-7 – Capacidade e parâmetros cinéticos da adsorção de CO2 utilizando as amostras estudadas.
Parâmetros Biochar VA 700 Biochar VA 900 Biochar TM 700 CA NORIT
Modelo 25 °C 50 °C 100 °C 25 °C 50 °C 100 °C 25 °C 50 °C 100 °C 25 °C 50 °C 100 °C
cinéticos
65,14 56,29
(qe)exp (mg/g) 28,607 40,097 42,729 30,380 39,403 33,480 17,594 105,244 66,244 29,061
3 2
2,05E- 1,84E- 1,64E- 1,33E- 1,53E- 2,08E- 1,97E- 1,78E- 1,47E- 2,00E- 2,06E- 2,11E-
k1 (1·min-1)
02 02 02 02 02 02 02 02 02 02 02 02
(qe)cal 39,07 30,30
PPO 15,648 48,555 56,508 42,207 21,706 18,960 8,697 69,633 50,452 23,875
(mg·g-1) 4 3
R2 0,951 0,935 0,941 0,939 0,904 0,938 0,960 0,960 0,881 0,953 0,975 0,956
(qe)cal 69,45 60,00
31,053 57,011 60,755 38,050 42,189 36,069 19,070 114,967 73,481 32,859
(mg·g-1) 3 6
k2 8,65E- 9,71E- 1,42E- 1,48E- 1,47E- 4,28E- 1,38E- 1,41E- 2,29E- 3,92E- 5,28E- 1,00E-
PSO
(g·mg-1·min-1) 04 04 03 04 04 04 03 03 03 04 04 03
R2 0,998 0,998 0,996 0,958 0,951 0,989 0,997 0,998 0,997 0,997 0,996 0,992
β 8,43E- 9,62E- 1,71E- 8,87E- 8,20E- 1,23E- 1,36E- 1,53E- 2,75E- 4,63E- 6,96E- 1,51E-
(g·mg-1) 02 02 01 02 02 01 01 01 01 02 02 01
α 14,30 11,44
ELO 3,719 1,278 1,436 1,459 8,135 5,543 2,189 14,201 7,237 2,634
(mg·g-1·min-1) 6 3
R2 0,869 0,878 0,903 0,987 0,990 0,985 0,878 0,909 0,918 0,916 0,932 0,934
kid
2,718 2,379 1,304 2,519 2,702 1,811 1,700 1,513 0,827 4,926 3,264 1,484
(mg·g·min-1/2)
26,26 22,12
DIP Cid (mg·g-1) 9,661 0,000 0,480 3,612 15,566 12,125 5,720 35,661 20,133 7,997
5 6
R2 0,693 0,704 0,743 0,979 0,964 0,914 0,708 0,748 0,768 0,762 0,789 0,798
95
50
40
Q (mg·g-1)
30 VA 700
20
10
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
t (min)
Figura 4-14 – Ajuste do modelo de pseudo segunda ordem (PSO) aos dados
experimentais de adsorção de CO2 para as amostras biochar VA 700,
biochar VA 900, biochar TM 700 e CA-NORIT nas temperaturas de (a) 25
ºC, (b) 50 ºC e (c) 100 ºC.
(a)
120
100
80 VA 700
Q (mg·g-1)
VA 900
60
TM 700
40 CA NORIT
MPSO
20
0
0 50 100 150 200 250 300
t (min)
(b)
80
70
60
50 VA 700
Q (mg·g-1)
VA 900
40
TM 700
30 CA NORIT
20 MPSO
10
0
0 50 100 150 200 250 300
(c) t (min)
35
30
25
VA 700
Q (mg·g-1)
20 VA 900
TM 700
15
CA NORIT
10 MPSO
0
0 50 100 150 200 250 300
t (min)
98
Constatou-se com base nos resultados das Tabela 4-1 e 4-7 que a
área de superfície específica do carvão ativado utilizado como padrão
foi muito alta em relação as áreas superficiais dos biochars produzidos,
porém os grupos funcionais presentes nos mesmos tiveram papel
importante na adsorção de CO2.
Nas temperatuas de 25 e 50 ºC as capacidades de captura de CO2
para os biochars produzidos foram inferiores a capacidade do carvão
ativado comercial, porém o método utilizado merece destaque pois
possibilitou o aproveitamento de biomassas residuais; sendo o tempo de
pirólise de apenas nove minutos, é possível consumir menos energia a
um custo menor. Além disso, os biochars deste estudo podem ser
melhorados por ativação, impregnação ou outro método.
Outro aspecto importante é o custo beneficio do carvão ativado
comparado com o do biochar, sabendo que o custo estimado para o
biochar é de US$ 246 por tonelada enquanto que o do carvão ativado é
de US$ 1500 por tonelada (AHMAD et al., 2012). O potencial de
captura de CO2 na temperatura de 25 ºC para o biochar que adsorveu
mais (VA 700) foi de 65,14 mg·gbiochar-1 e o do CA-NORIT foi de
105,244 mg·gCA-NORIT-1, a partir desse valores uma estimativa para o
custo benefício de cada um seria de US$ 1,60 por 100 mg de CO2
capturado para o biochar VA 700 enquanto que para o CA-NORIT seria
de US$ 15,78 por 100 mg de CO2 capturado, ou seja, um valor 10 vezes
maior que o do biochar. Logo a produção de biochars visando a
adsorção de CO2 seria vantajoso em relação ao carvão ativado.
5 CONCLUSÕES
1543–1568, 2016.